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A CURA DE UM ENDEMONINHADO

MARCOS 5:1-20

A história do endemoninhado Gadareno revela que por detrás deste mundo visível, físico e
palpável, há uma outra realidade, a espiritual, onde ocorre uma verdadeira batalha.
Estes agentes do mal, que um dia foram expulsos das habitações celestiais, sabem da
tamanha importância que o homem possui para Deus.
Para entendermos melhor esta batalha espiritual na vida do gadareno, vamos ver um
pouquinho sobre a sua vida, como era a cidade em que morava e o que pode ter ocorrido, para
que ficasse tão miseravelmente oprimido pelas legiões do mal.

Gadara estava localizada em uma região chamada de Transjordânia. A Transjordânia era


montanhosa, com muitos bosques e ficava a leste do rio Jordão. Originalmente, era habitada
por povos de origem aramaica, mas foi logo colonizada pelo elemento grego, instalando-se
fortemente o helenismo na região.

As cidades helênicas passaram a se unir em torno de uma liga, chamada nos tempos de Jesus
de Decápolis, que constituíam uma espécie de confederação de dez cidades, com uma certa
autonomia em volta de seu território.

As mais célebres destas cidades eram: Damasco, Hipos, Tiberíades, Gadara, Gerasa, Pella e
Filadélfia.

E a Transjordânia e a Decápolis, ficavam no meio do caminho que levava do Egito à Assíria,


dois grandes reinos da época. De forma que quando estes domínios estavam em mãos de
governos opostos, tendiam à guerra e as cidades que estavam entre eles eram logo as
primeiras a sofrer com as misérias da guerra.

O ódio alimentado por ressentimentos, o caos, a profunda depressão e as marcas a "ferro


quente" impressas na alma dos pobres cidadãos, os que mais sofrem em conflitos, faziam do
coração humano, na cidade de Gadara, um terreno fértil para o domínio e a possessão do
maligno.

O gadareno e a batalha espiritual:


o Gadareno, certamente, em seus conflitos interiores, na sua não compreensão do sofrimento,
não conseguiu perdoar, nutria em si mesmo o desejo de vingança odioso, contra um sistema
de dominação, que passava de rei a rei, de imperador a imperador, em uma cidade tantas
vezes destruída e dominada.

Só que o ódio e a vingança desenfreados, abrem portas que o mal se alimenta e usa, para
possuír e subjugar a vontade humana, roubando-lhes a liberdade, trazendo-os cativos, fazendo
os homens de escravos sob o seu mau e terrível intento.
Jesus se depara com o Gadareno. Jesus, ele mesmo que havia criado o homem à sua imagem
e semelhança, o criou perfeito. O homem pois no princípio, possuía um alto nível moral, andava
em santidade, em perfeita comunhão com Deus.

E o criador tratava o ser humano de forma honrosa, vinha toda tarde para conversar com Adão,
elevando ainda mais o seu status na terra.

Mas agora, opostamente à vontade do criador, estava o Gadareno. Possesso pelas mais
baixas castas malígnas, levado à uma situação de completa miséria. Sua vontade era dobrada
pelas forças do mal que dominavam o seu intelecto e o faziam de vaso para desonra.

O mal degradava a sua moral e o seu corpo. O Gadareno era a pura expressão do ódio
incompreensível que aqueles espíritos malígnos nutriam contra Deus e toda a sua criação.

Faziam com que ele andasse loucamente pelos sepulcros, e que ferisse a si mesmo, numa
tentativa de humilhar, rebaixar, desonrar e destruir a imagem de Deus, na coroa da criação
divina.
De forma que o endemoninhado Gadareno, já não possuía mais nada de si mesmo, mas
passava a refletir o caráter dos próprios demônios que o atormentavam.

Jesus pois, já havia denunciado a verdadeira intenção das forças do mal.


Jesus contempla o estado deprimente em que se encontrava o Gadareno. Que contraste com
quando Ele formou o homem! Não foi para uma vida miseravelmente oprimida pelo mal que o
Pai havia feito o ser humano! Deus nunca quis tamanho sofrimento.

Mas Jesus era aquele que viria para resgatar o homem das mãos de satanás. O Mestre veio
para o bom combate, para restaurar a imagem de Deus, a moralidade do ser humano e
tranformá-lo em um vaso de honra.

Jesus era aquele que viria para destronar a santanás e esmagar a cabeça da serpente.

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