DIRETIVA ESTRATÉGICA

do Estado-Maior-General das Forças Armadas

2021 | 2023
 DIRETIVA ESTRATÉGICA
do Estado-Maior-General das Forças Armadas

2021 | 2023

HISTÓRICO DE VERSÕES

Versão Data Autor Descrição Alterações

0 1-4-2021 GABCEMGFA Versão original aprovada para divulgação. ---

Capa:

Estandarte heráldico do Estado-Maior-General das Forças Armadas. O estandarte heráldico é a bandeira de desfile e constitui o Imagens cedidas por:
símbolo da entidade, unidade ou órgão. Gabinete do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas
Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada
Portaria n.º 384/2020 de 29 de abril, “Aprovação e publicação do Regulamento de Heráldica do Estado-Maior-General das Forças Gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército
Armadas.” Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea
DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023

Nota Introdutória

Nos últimos três anos, o Estado-Maior-General das

Forças Armadas (EMGFA) implementou, pela primeira
vez, o processo estratégico constituído pelas fases de
formulação, operacionalização e controlo da estratégia
da organização. Este processo garantiu um enfoque
permanente nos objetivos de transformação evolutiva,
que defini para o período de 2018 a 2021, promovendo
uma adaptação progressiva do EMGFA e das Forças
Armadas aos desafios decorrentes de fatores externos
e uma melhoria contínua do desempenho interno,
tendo em vista garantir a relevância e a utilidade da
Instituição Militar para Portugal e para os Portugueses.

Atenta a experiência obtida, os objetivos alcançados,

bem como os novos desafios e oportunidades
decorrentes das alterações aos ambientes interno e
externo, significativamente influenciadas pela crise
pandémica da COVID-19, importa dar continuidade ao
processo estratégico do EMGFA, reiniciando um novo
ciclo orientado para a evolução da organização nos
próximos dois anos.

Nestas circunstâncias, a presente Diretiva Estratégica

estabelece as grandes prioridades do EMGFA para
o período de 2021 a 2023, enquadradas pelas
orientações da tutela política e pela documentação

1
 NOTA INTRODUTÓRIA DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
MAPA DA ESTRATÉGIA DO EMGFA
estratégica de defesa nacional vigente, da qual decorre a (1) Reforçar a credibilidade da Instituição Militar;
Visão Servir Portugal com relevância, contribuindo para construir as Forças Armadas d o futuro
estratégia militar.
(2) Superar as dificuldades em pessoal e material;
Para esse efeito, adota quatro Perspetivas de Gestão (3) Aproveitar todas as oportunidades existentes. Garantir a defesa militar da República, contribuir para a segurança nacional e internacional
MISSÃO
Estratégica de natureza genética, estrutural, operacional e apoiar o desenvolvimento e o bem-estar das populações
Estas orientações constituem, assim, as grandes linhas
e de missão, bem como os correspondentes Temas
da estratégia do EMGFA para o período de 2021 a 2023, Orientações estratégicas
Estratégicos – interoperabilidade, eficiência, flexibilidade
tendo presente o contexto estratégico marcado por uma EFICÁCIA
e eficácia – que representam grandes ideias-chave Reforçar a CREDIBILIDADE SUPERAR as dificuldades Aproveitar as OPORTUNIDADES
crescente complexidade e incerteza, onde as ameaças,
destinadas a orientar o processo de execução estratégica,
mas também as oportunidades, são potenciadas por
em cada uma das perspetivas. OPERACIONAL
fenómenos transnacionais e pelas correspondentes 7 REFORÇAR 8 OTIMIZAR 9 CONSOLIDAR
Estes Temas Estratégicos, bem como o quadro de Valores mudanças nos domínios político, militar, económico, social
o emprego conjunto e o o apoio militar a articulação operacional
que pauta a atuação de todos os que servem Portugal nas e tecnológico. FLEXIBILIDADE apoio à política externa a emergências civis interagências
Forças Armadas, constituem o enquadramento concetual Nesse sentido, a avaliação da situação, que sustenta
que baliza, numa perspetiva de longo prazo, a forma como esta Diretiva Estratégica, assenta numa análise SWOT
o EMGFA e as Forças Armadas cumprem a sua Missão. ESTRUTURAL 4 5 6
(Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) do INCREMENTAR ADAPTAR CONCLUIR
ambiente estratégico, com o intuito de identificar os o reconhecimento e a estrutura superior de a restruturação do
Enquadrado por esta postura estratégica institucional,
Objetivos Estratégicos prioritários, que visam aproveitar EFICIÊNCIA o prestígio do IUM comando das Forças Armadas Sistema de Saúde Militar
reitero a Visão sobre a direção que o EMGFA e as Forças
as oportunidades e superar as ameaças da conjuntura
Armadas devem seguir durante o meu mandato, tendo atual, bem como explorar as potencialidades e colmatar as
presentes as circunstâncias do meio envolvente: vulnerabilidades do EMGFA e das Forças Armadas. GENÉTICA 1 2 3
FORTALECER MELHORAR DINAMIZAR
Servir Portugal com relevância, contribuindo para Os Objetivos Estratégicos, assim deduzidos, respeitam as capacidades conjuntas a atratividade e o prestígio a inovação e a transição digital
construir as Forças Armadas do futuro. as Perspetivas de Gestão adotadas e enquadram-se nas INTEROPERABILIDADE prioritárias das funções no EMGFA nas Forças Armadas
Orientações Estratégicas que estabeleci, permitindo a
A concretização desta Visão deverá assentar numa
construção do Mapa da Estratégia do EMGFA para os
liderança determinada, com personalidade, originalidade e VALORES DISCIPLINA LEALDADE HONRA INTEGRIDADE CORAGEM
próximos dois anos do meu mandato que, no essencial,
arrojo, materializando-se em três Orientações Estratégicas
traduz e explicita graficamente a estratégia formulada.
concretas:
2 3
 NOTA INTRODUTÓRIA DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023

De forma a facilitar a concretização dos Objetivos Índice

Estratégicos enunciados e a auxiliar o alinhamento
estratégico dos órgãos do EMGFA, são também Nota Introdutória 1
identificadas as principais ações a desenvolver (Linhas de
1 | Missão 7
Ação).
2 | Perspetivas de Gestão e Temas Estratégicos 9
Pretendo que esta Diretiva Estratégica se constitua
como um catalizador da transformação evolutiva da 3 | Valores 11
Instituição Militar, com capacidade de fazer ver para além
do horizonte, de forma a mobilizar as vontades de todos 4 | Visão 13
os militares e civis que servem no EMGFA, potenciando
5 | Orientações Estratégicas 14
o emprego das Forças Armadas no cumprimento da sua
missão: 6 | Objetivos Estratégicos 16
Garantir a defesa militar da República, contribuir 7 | Linhas de Ação 28
para a segurança nacional e internacional e apoiar o
desenvolvimento e o bem-estar das populações. 8 | Operacionalização e Controlo 36

Lista de Abreviaturas 38

Na descrição da Batalha de Aljubarrota:

António Silva Ribeiro “Sentiu Joane a afronta que passava
Almirante Nuno, que, como sábio capitão,
Tudo corria e via e a todos dava,
Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas Com presença e palavras, coração.”
1 de abril de 2021
Luis de Camões, Os Lusíadas, Canto IV, Estrofe 36

4 5
 MISSÃO DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
1 | Missão
A Missão1 do EMGFA consiste em planear, dirigir e
controlar o emprego das Forças Armadas no cumprimento
das missões e tarefas operacionais que a estas incumbem,
de acordo com a Constituição e a lei, nomeadamente:
•  Desempenhar todas as missões militares necessárias
para garantir a soberania, a independência nacional e
a integridade territorial do Estado;
•  Participar nas missões militares internacionais
necessárias para assegurar os compromissos
internacionais do Estado no âmbito militar, incluindo
missões humanitárias e de paz assumidas pelas
organizações internacionais de que Portugal faça
parte;
•  Executar missões no exterior do território nacional,
num quadro autónomo ou multinacional, destinadas
a garantir a salvaguarda da vida e dos interesses dos
Portugueses;
•  Executar as ações de cooperação o técnico-militar2,
no quadro das políticas nacionais de cooperação;
1
  De acordo com o Decreto-Lei n.º 184/2014, de 29 de dezembro (Lei
orgânica do EMGFA).
2
  O conceito de cooperação técnico-militar evoluiu para a cooperação no
domínio da Defesa.
6 7
•  Cooperar com as forças e serviços de segurança tendo
em vista o cumprimento conjugado das respetivas
missões no combate a agressões ou ameaças
transnacionais;
•  Colaborar em missões de proteção civil e em tarefas
relacionadas com a satisfação das necessidades
básicas e a melhoria da qualidade de vida das
populações;
•  Desempenhar as missões decorrentes do estado de
sítio ou de emergência;
•  Garantir as condições para o funcionamento do
ensino superior militar e da saúde militar.
No seu conjunto, estas missões e tarefas materializam a
ação desenvolvida pelas Forças Armadas para garantir a
defesa militar da República e contribuir para a segurança
e o desenvolvimento de Portugal, para o bem-estar dos
Portugueses e, ainda, para afirmar o País como coprodutor
de segurança internacional. Por isso mesmo, nos termos
do artigo 275.º da Constituição da República Portuguesa e
para o propósito da presente Diretiva, podemos sintetizar
que as Forças Armadas estão ao serviço do povo português,
tendo como Missão:
Garantir a defesa militar da República, contribuir
para a segurança nacional e internacional e apoiar o
desenvolvimento e o bem-estar das populações.
 PERSPETIVAS DE GESTÃO E TEMAS ESTRATÉGICOS DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023

2 | Perspetivas de Gestão e Temas Estratégicos A Perspetiva Operacional explicita a forma como o

Para potenciar o cumprimento da respetiva Missão, o
EMGFA adota, no seu processo de gestão estratégica,
quatro diferentes perspetivas: Genética, Estrutural,
Operacional e de Missão. Estas asseguram que esse
processo é abrangente e contempla a edificação, a
estruturação e o emprego das diversas capacidades do
EMGFA e das Forças Armadas. Tais perspetivas servem,
também, para enquadrar os Objetivos Estratégicos.
Para cada Perspetiva de Gestão Estratégica é estabelecido
um Tema Estratégico que, nesse âmbito, traduz a ideia-
chave que norteia a estratégia corporativa para um
horizonte temporal relativamente alargado.
EMGFA e as Forças Armadas devem empregar as suas
capacidades para desempenhar o vasto conjunto de
tarefas que consubstanciam a sua Missão. Esta perspetiva
é norteada pelo Tema Estratégico da flexibilidade.
As Perspetivas Genética, Estrutural e Operacional
concorrem para a Perspetiva de Missão, cujo Tema
Estratégico é a eficácia, tendo em vista garantir a
relevância e a utilidade da Instituição Militar ao serviço de
Portugal.

A Perspetiva Genética estipula o planeamento

estratégico e a edificação de capacidades conjuntas e
interoperáveis, necessárias ao planeamento, direção e
controlo do emprego das Forças Armadas. Tem como
Tema Estratégico a interoperabilidade.

A Perspetiva Estrutural liga-se à organização das

capacidades do EMGFA e à sua articulação com as
capacidades das Forças Armadas, numa ótica de eficiência
colaborativa e cooperativa. O Tema Estratégico que
orienta esta Perspetiva de Gestão é a eficiência.

8 9
 VALORES DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023

3 | Valores também um sentimento de fortalecimento do moral

O cumprimento da Missão antes enunciada obedece a um
quadro de Valores, pelo qual se deve pautar a atuação
de todos os membros do EMGFA. Com efeito, servem de
referência para o modelo de conduta a adotar no plano
interno e constituem um fator de diferenciação e afirmação
da identidade da Instituição perante a sociedade. Desse
quadro de Valores, destacam-se a Disciplina, a Lealdade,
a Honra, a Integridade e a Coragem.
A Disciplina constitui um padrão de comportamento que
não se restringe a uma simples obediência hierárquica,
mas que promove o espírito de corpo, a coesão e o sentido
de dever.
próprio.
A Coragem revela-se na capacidade para tomar, em
tempo, as decisões adequadas perante a adversidade, o
perigo ou a ameaça, evidenciando-se pelo empenho no
estabelecimento de novas ideias ou comportamentos
que se constituam como soluções para os problemas
existentes.
Estes valores deverão refletir-se num ideal de trabalho
em equipa, que privilegie a orientação para os resultados
e a qualidade do amplo quadro de serviços que o EMGFA
e as Forças Armadas prestam ao País, resistindo às
adversidades e superando as dificuldades.

A Lealdade traduz-se na prática da franqueza e da

sinceridade para com todos os que servem no EMGFA, tanto
em situações de serviço como fora dele, constituindo-se
como a base da solidariedade.

A Honra consubstancia-se na conduta irrepreensível e

no zelo extremo, dentro dos rígidos padrões morais que
os atos de serviço impõem, exigindo retidão, firmeza de
caráter e nobreza de alma.

A Integridade relaciona-se com a assunção de

responsabilidades e concretiza-se através da transparência,
honestidade e justeza das decisões e dos atos, originando

10 11
 VISÃO DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
4 | Visão
A Visão do CEMGFA para o EMGFA e as Forças Armadas
durante o seu mandato toma como referência a Missão
e constrói-se sobre os Valores, traduzindo-se numa
expressão simples e clara:
Servir Portugal com relevância, contribuindo para
construir as Forças Armadas do futuro.
A primeira parte desta Visão congrega os dois ideais que
melhor sintetizam a razão de ser das Forças Armadas
– o forte espírito de serviço público e a conformação
permanente com os interesses de Portugal – e que
traduzem a necessidade do País dispor de umas Forças
Armadas:
•  relevantes, prontas e credíveis, disponíveis para
colaborar e cooperar com os nossos parceiros
nacionais e internacionais;
•  mais próximas dos cidadãos e mais abertas à
sociedade;
•  focadas no futuro e atentas a um ambiente estratégico
em rápida mutação, com consequências na definição
das capacidades a edificar, na organização e na
doutrina de emprego operacional conjunto das forças
e meios dos três Ramos e do EMGFA.
12
Por isso mesmo, a segunda parte da visão pretende
traduzir um enfoque nas prioridades para os próximos
dois anos, refletidas nas Orientações e nos Objetivos
Estratégicos descritos nas duas próximas secções.
A concretização desta Visão assentará numa liderança
determinada, com personalidade, originalidade e arrojo,
aos vários níveis. Uma liderança consciente das Forças
Armadas que o País precisa e valoriza e da direção que o
EMGFA deve seguir, numa lógica de estreita colaboração,
abertura e entreajuda com os Ramos das Forças Armadas,
os demais órgãos do Ministério da Defesa Nacional (MDN)
e de outras entidades com responsabilidades no âmbito
da segurança nacional, designadamente as que integram
o Sistema de Segurança Interna (SSI) e o Sistema de
Informações da República Portuguesa (SIRP).
Na atual conjuntura de crise pandémica, assume, ainda,
particular relevância a colaboração do EMGFA e das
Forças Armadas com o Serviço Nacional de Saúde (SNS),
a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil
(ANEPC) e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e
Segurança Social (MTSSS), entre outras entidades, para
contribuirmos, de forma positiva e útil, para a Nação que
servimos com orgulho, dedicação, profissionalismo e
competência.
13
 ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS
5 | Orientações Estratégicas
Para auxiliar à concretização da sua Visão, o CEMGFA
definiu três Orientações Estratégicas para o seu mandato:
•  Reforçar a credibilidade da Instituição Militar
No âmbito desta Orientação Estratégica, é
imperioso que todos se sintam envolvidos e
participem no projeto de transformação do EMGFA
e das Forças Armadas. Para esse efeito, importa
que sejamos intransigentes, quer no permanente
aperfeiçoamento e elaboração de doutrina conjunta,
de nível estratégico e operacional, quer na contínua
atualização e concretização do nosso planeamento,
para projetarmos uma imagem credível das Forças
Armadas. Consequentemente, o foco desta
Orientação Estratégica é a Credibilidade.
•  Melhorar a capacidade para superar as dificuldades
em pessoal e material
A consecução desta Orientação Estratégica
implica olhar para além do horizonte, com espírito
empreendedor e ousadia, no sentido de percorrer
o caminho conducente à adoção de modelos que
permitam uma maior rentabilização dos recursos
existentes e captação de novos, de forma a superar as
14
DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
dificuldades em pessoal e material. Esta Orientação
Estratégica tem o seu foco na Superação.
•  Aproveitar todas as oportunidades existentes
Esta Orientação Estratégica remete para a adoção
de uma postura ativa de abertura ao exterior, que
permita dinamizar parcerias nacionais e internacionais
e maximizar o seu aproveitamento para a valorização
das Forças Armadas e dos órgãos do EMGFA, tendo
ainda em consideração a Presidência Portuguesa do
Conselho da União Europeia no primeiro semestre
de 2021 (PPUE 2021). Por conseguinte, o foco desta
Orientação Estratégica reside nas Oportunidades.
Estas três Orientações Estratégicas norteiam a
prossecução dos Objetivos Estratégicos, enquadrados nas
diferentes Perspetivas de Gestão, estabelecendo guias
de orientação para o processo de execução estratégica a
implementar.
“Que Quem Quis Sempre Pôde”
Divisa do Estado-Maior-General das Forças Armadas
Luis de Camões, Os Lusíadas, Canto IX, Estrofe 95
15
 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023

6 | Objetivos Estratégicos

A adaptação do EMGFA e das Forças Armadas ao meio

envolvente assenta na consecução dos Objetivos
Estratégicos deduzidos de uma análise SWOT, que
correlacionou as Potencialidades e Vulnerabilidades
internas com as Oportunidades e Ameaças provenientes
do ambiente externo.

Numa organização como as Forças Armadas, são muitos e

diversos os fatores dos ambientes interno e externo com
impacto na estratégia organizacional. Todavia, por razões
de simplificação e de sistematização, enunciam-se apenas
cinco fatores em cada quadrante.

Para a análise do ambiente externo recorreu-se ao

Conceito Estratégico de Defesa Nacional e ao Conceito
Estratégico Militar, bem como a outras fontes de análise
geopolítica e geoestratégica, nomeadamente da NATO e
da União Europeia, daí selecionando os fatores com maior
relevância, atualidade ou potencial para influenciar a
formulação estratégica.

Além disso, procedeu-se à caraterização do ambiente

interno, através de uma análise das potencialidades e
vulnerabilidades dos vários órgãos do EMGFA, envolvendo
os respetivos responsáveis dos órgãos setoriais, tendo
ainda sido considerados os aspetos relativos à atuação

16 17
 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023

Potencialidades
1.  Aptidão das FA portuguesas para conduzirem missões internacionais, com
elevada proficiência, no quadro da ONU, NATO e UE, bem como no âmbito
de acordos bilaterais ou multilaterais.
2.  Flexibilidade de atuação (militar e não militar) das FA no âmbito do novo
conceito de Apoio Militar a Emergências Civis (AMEC).
3.  Disponibilidade e capacidade para empenhamentos cooperativos num
quadro interagências, nacional ou internacional.
4.  Adaptação das FA para as necessidades de inovação e transformação
digital, ao nível do EMGFA e dos Ramos.
5.  Relacionamento próximo do EMGFA com entidades externas.
Vulnerabilidades
1.  Processo decisório e de comando e controlo das FA com fragilidades.
2.  Pouca atratividade ao desempenho de funções no EMGFA.
3.  Lacunas em meios humanos e tecnológicos nas capacidades conjuntas do
Sistema de Forças.
4.  Reconhecimento científico do IUM por consolidar.
5.  Deficiente funcionamento do Sistema de Saúde Militar, pela falta de
coordenação global e de articulação entre o EMGFA e os Ramos.

conjunta das Forças Armadas, no quadro das competências Oportunidades

legalmente cometidas ao Chefe do Estado-Maior-General
das Forças Armadas.
A matriz SWOT permitiu identificar os nove Objetivos
Estratégicos que visam aproveitar as oportunidades
da conjuntura atual, colmatando as vulnerabilidades
e explorando as potencialidades internas, de forma a
superar as ameaças que se antecipam.
1.  Valorização estratégica da lusofonia e da posição atlântica de Portugal. REFORÇAR ADAPTAR
2.  Importância da representação militar para o fortalecimento das relações o emprego conjunto e o apoio à política externa a estrutura superior de comando das Forças Armadas
bilaterais e multilaterais, no quadro das alianças e organizações internacionais
de que Portugal faz parte. INCREMENTAR
3.  Avanços da transição digital no contexto da COVID-19 e relevância atribuída o reconhecimento e o prestígio do IUM
pela Academia e Indústria, às Ciências Militares e às iniciativas de inovação DINAMIZAR
nas FA. a inovação e a transição digital nas Forças Armadas CONCLUIR
4.  Credibilidade reforçada das FA na resposta à crise pandémica e orientação a reestruturação do Sistema de Saúde Militar
política no sentido de reforçar a unidade de comando.
5.  Credibilidade e importância reforçada do Sistema de Saúde Militar para as FA
e para o SNS, evidenciadas no contexto da pandemia.

Ameaças
1.  Aumento da confrontação geopolítica e possibilidade de ataque a membros OTIMIZAR FORTALECER
da NATO/UE (incluindo ameaças híbridas/cibernéticas). o Apoio Militar a Emergências Civis as capacidades conjuntas prioritárias
2.  Ameaças ou riscos com impacto nacional ou global, como terrorismo,
criminalidade organizada, pirataria marítima, ciberameaças, catástrofes
naturais, exploração ilegal de recursos, riscos ambientais e sanitários.
3.  Conflitos ou crises regionais, que potenciam redes de contrabando e tráfico CONSOLIDAR MELHORAR
Forças Armadas Portuguesas de pessoas ou que afetam a diáspora portuguesa.
a articulação operacional interagências a atratividade e o prestígio das funções no EMGFA
4.  Insuficiente conhecimento público sobre a utilidade das missões das FA e do
“Servir Portugal com brio e relevância.” papel do EMGFA ao nível estratégico e operacional.
5.  Constrangimentos financeiros e de recursos humanos.
Almirante António Silva Ribeiro

18 19
 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
Os nove Objetivos Estratégicos antes deduzidos
respeitam as Perspetivas de Gestão Genética, Estrutural
e Operacional, enquadrando-se nas três Orientações
Estratégicas estabelecidas (focadas na Credibilidade,
na Superação e nas Oportunidades), o que permite a
construção do Mapa da Estratégia do EMGFA, apresentado
na página 2.
Segue-se, abaixo, uma descrição sucinta de cada um dos
Objetivos Estratégicos:
OE1 – FORTALECER as capacidades conjuntas
prioritárias
Este objetivo visa dar continuidade à edificação e
modernização das capacidades prioritárias do Sistema de
Forças, no âmbito do Comando, Controlo, Comunicações,
Computadores, Informações, Vigilância e Reconhecimento
(C4ISR), da contrainformação, da estratégia para o espaço
e da ciberdefesa, bem como aperfeiçoar o planeamento
estratégico, promovendo a atualização da documentação
estruturante da estratégia militar e a revisão da Lei de
Programação Militar (LPM) 2022.
O efeito pretendido é a mitigação das lacunas mais críticas.
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DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
OE2 – MELHORAR a atratividade e o prestígio das
funções no EMGFA
Este objetivo visa dignificar o EMGFA como órgão de
cúpula das Forças Armadas, através da divulgação proativa
da sua missão, nos domínios da estratégia e do comando
de operações militares, em Portugal e no estrangeiro,
assim como melhorar as condições de trabalho, as
oportunidades de valorização pessoal e os incentivos, de
modo a tornar mais atrativo o desempenho de funções nos
diversos órgãos deste Estado-Maior-General.
O efeito pretendido é a atração de pessoas qualificadas e
motivadas para desempenharem funções no EMGFA.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Luis de Camões, Os Lusíadas, Canto I, Estrofe 3
21
 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
OE3 – DINAMIZAR a inovação e a transição digital nas
Forças Armadas
Este objetivo visa assumir o processo de inovação de
uma forma sustentada, permanente e sistemática,
através da plena ativação do Departamento de Inovação
e Transformação (DIT) e da sua interação com os Ramos,
restantes órgãos do EMGFA e entidades externas,
promovendo o desenvolvimento de projetos de inovação
com interesse para o emprego operacional conjunto das
Forças Armadas e para a transição digital no EMGFA.
O efeito pretendido é a implementação sinérgica e
expedita de tecnologia e de conceitos com utilidade
prática nas operações, e a melhoria dos processos e das
ferramentas de trabalho do EMGFA.
OE4 – INCREMENTAR o reconhecimento e o prestígio
do Instituto Universitário Militar (IUM)
Este objetivo visa reforçar a qualificação e a sustentação
do corpo docente, incrementar as atividades de
investigação, através da produção científica, da divulgação
do conhecimento e da organização de eventos científicos
no âmbito das Ciências Militares, bem como intensificar
as parcerias com outras instituições de ensino superior
e centros de investigação nacionais e estrangeiros de
referência, dando maior capacidade e prestígio ao IUM.
22
DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
O efeito pretendido é o posicionamento do IUM como
instituição de referência no âmbito das Ciências Militares
e do pensamento estratégico, no contexto nacional e
internacional.
OE5 – ADAPTAR a estrutura superior de comando das
Forças Armadas
Este objetivo visa concluir a reestruturação do EMGFA
iniciada em 2018, aperfeiçoar o normativo legal em
vigor e desenvolver doutrina conjunta, que permita
reforçar a unidade de comando das Forças Armadas, ao
nível estratégico e operacional, minimizar redundâncias
de competências e de estruturas, e eliminar situações
equívocas relacionadas com missões reguladas por
legislação própria.
O efeito pretendido é o aperfeiçoamento do processo
decisório e de comando e controlo das missões das Forças
Armadas.
Pátria
“ ... ... Hoje sei apenas gostar
duma nesga de terra debruada de mar.”
Miguel Torga
23
 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023

OE6 – CONCLUIR a restruturação do Sistema de Saúde

Militar (SSM)

Este objetivo visa operacionalizar as soluções de

restruturação do SSM, abrangendo: a rede de referenciação,
o processo clínico único, a centralização da gestão na
Direção de Saúde Militar (DIRSAM), a dinamização da
Unidade de Ensino, Formação e Investigação da Saúde
Militar (UEFISM), o novo modelo de gestão do Hospital
das Forças Armadas (HFAR), a sua modernização, a
criação de serviços de cuidados de saúde continuados e o
alargamento do universo de utentes.

O efeito pretendido é a otimização de recursos,

capacidades e competências da área da saúde militar,
promovendo a eficiência, a eficácia e a qualidade dos
serviços prestados.

Saúde “Que glória alcance por saber cuidar”

“A felicidade e a saúde são incompatíveis com a ociosidade.” Divisa do Hospital das Forças Armadas (HFAR), enaltecendo todos aqueles que
estão envolvidos na superior missão de tratar as vidas humanas.
Aristóteles

24 25
 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
OE7 – REFORÇAR o emprego conjunto e o apoio à
política externa
Este objetivo visa incrementar a interoperabilidade
entre os três Ramos e com as forças aliadas, através do
empenhamento conjunto e combinado em exercícios,
missões e operações, tanto a nível nacional, como nos
quadros da ONU, NATO, UE, CPLP e outras parcerias
bilaterais e multilaterais, e rentabilizar a representação
militar e as iniciativas de apoio à política externa.
O efeito pretendido é a credibilidade operacional das
Forças Armadas Portuguesas e a afirmação de Portugal
como coprodutor de segurança internacional.
26
OE8 – OTIMIZAR o Apoio Militar a Emergências Civis
Este objetivo visa a implementação conjunta do novo
conceito de Apoio Militar a Emergências Civis (AMEC)
e do conceito experimental de vigilância e deteção no
âmbito do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais
(SGIFR), aprovados pelo Ministro da Defesa Nacional
em 21 janeiro de 2021, incluindo o desenvolvimento de
doutrina conjunta, de nível estratégico e operacional, e
de exercícios de validação dos conceitos, que garantam a
imprescindível coordenação, coerência e conformidade na
intervenção do EMGFA e dos Ramos.
O efeito pretendido é uma maior eficiência e eficácia na
atuação das Forças Armadas em emergências civis e a
rentabilização operacional dos meios de duplo-uso afetos
à Defesa Nacional.
Constituição da República Portuguesa
Artigo 275.º
Forças Armadas
“... ...
6. As Forças Armadas podem ser incumbidas, nos termos da lei, de colaborar
em missões de protecção civil, em tarefas relacionadas com a satisfação de
necessidades básicas e a melhoria da qualidade de vida das populações, e
em acções de cooperação técnico-militar no âmbito da política nacional de
cooperação.
... ...”
DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
O efeito pretendido é a interoperabilidade, a eficiência
e a eficácia nas missões e operações interagências,
designadamente no quadro das ameaças transnacionais e
nas de âmbito interno que ponham em causa a segurança
militar.
OE9 – CONSOLIDAR a articulação operacional com
entidades externas
Este objetivo visa dar continuidade aos progressos
alcançados na articulação operacional com entidades Lei de Defesa Nacional
Artigo 24.º
externas, designadamente com o Sistema de Segurança Missões das Forças Armadas
Interna (SSI) e com o Sistema de Informações da
República Portuguesa (SIRP), tanto a nível nacional “... ...
1 - Nos termos da Constituição e da lei, incumbe às Forças Armadas:
como internacional, apostando na formação e realização ... ...
de exercícios e atividades operacionais interagências, e) Cooperar com as forças e serviços de segurança tendo em vista o
cumprimento conjugado das respectivas missões no combate a
que permitam desenvolver os necessários Planos de agressões ou ameaças transnacionais;
Articulação Operacional. ... ...”
27
 LINHAS DE AÇÃO DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023

7 | Linhas de Ação LA1.02 – Reforçar a ciberdefesa, com enfoque na

De forma a facilitar e orientar a concretização dos
Objetivos Estratégicos enunciados, importa identificar as
principais ações a desenvolver. Nessa ótica, elencam-se
abaixo as grandes Linhas de Ação correspondentes a cada
Objetivo Estratégico, começando pelos objetivos que se
enquadram na Perspetiva Genética, seguidos pelos de
âmbito Estrutural, para concluir nos Operacionais.
Estas grandes Linhas de Ação visam constituir-se como
os elementos orientadores do processo de alinhamento
estratégico dos órgãos do EMGFA, que será concretizado
através da elaboração dos respetivos Planos de Iniciativas
Estratégicas, abordados na secção seguinte.
capacitação e retenção de recursos humanos, na
consolidação doutrinária e tecnológica, e no incremento
da interoperabilidade.
LA1.03 – Aperfeiçoar o planeamento estratégico,
iniciando a atualização da respetiva documentação
estruturante, preparando a revisão da LPM 2022 e
desenvolvendo um plano estratégico a 20 anos para as
Forças Armadas, nas perspetivas genética, estrutural e
operacional, em articulação com os três Ramos.

OE1 – FORTALECER as capacidades conjuntas

prioritárias

LA1.01 – Incrementar a capacidade de comando e Nós, os Chefes de Estado e de Governo, comprometemo-nos a garantir que
controlo, e de condução de operações, nomeadamente a Aliança se mantém a par da rápida evolução das ciberameaças e que as
nossas Nações são capazes de se defenderem no ciberespaço, tal como no
no âmbito do C4ISR, da contrainformação e da estratégia ar, em terra e no mar.
para o espaço, aperfeiçoando a doutrina conjunta e
dando continuidade aos projetos prioritários no Comando
Conjunto para as Operações Militares (CCOM), Comando Cimeira de Varsóvia, 8 de julho de 2016
Operacional dos Açores (COA), Comando Operacional
da Madeira (COM) e Centro de Informações e Segurança
Militares (CISMIL).

28 29
 LINHAS DE AÇÃO
OE2 – MELHORAR a atratividade e o prestígio das
funções no EMGFA
LA2.01 – Valorizar e motivar as pessoas, incrementando
as oportunidades de formação, o reconhecimento de
desempenho e a relevância das comissões de serviço
no EMGFA para efeitos do provimento de cargos
internacionais.
LA2.02 – Renovar o equipamento e as infraestruturas
afetas ao EMGFA, melhorando a funcionalidade e a
qualidade dos espaços de trabalho e de bem-estar.
LA2.03 – Consolidar a divulgação da missão do EMGFA e
das Forças Armadas, continuando a dinamizar a abertura
à sociedade.
OE3 – DINAMIZAR a inovação e a transição digital nas
Forças Armadas
LA3.01 – Consolidar a implementação do DIT, atuando
como motor da inovação nas Forças Armadas, através de
iniciativas que promovam uma forte ligação aos órgãos
de inovação dos Ramos, bem como aos órgãos internos
do EMGFA, que se podem assumir como entidades
primariamente responsáveis pela gestão dos projetos a
desenvolver.
30
LA3.02 – Identificar e promover o desenvolvimento de
projetos de inovação, com enfoque nos que possuam
potencial de futuro emprego conjunto, fomentando os
exercícios e atividades de experimentação de ideias,
conceitos e tecnologias inovadoras, numa lógica de
desenvolvimento incremental, expedito e exequível com
os recursos existentes.
LA3.03 – Dinamizar a transição digital nos processos
do EMGFA, avaliando ideias e definindo objetivos de
inovação ao nível dos processos e das ferramentas de
trabalhos, a prosseguir com a participação da Direção
de Comunicações e Sistemas de Informação e de outras
entidades internas ou externas ao EMGFA.
DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
OE4 – INCREMENTAR o reconhecimento e o prestígio
do Instituto Universitário Militar
LA4.1 – Dinamizar atividades de ensino e investigação
científica e técnico-científica no âmbito das Ciências
Militares, reforçando as áreas emergentes de natureza
operacional e consolidando o Doutoramento em Ciências
Militares e o Ensino Superior Politécnico Militar.
LA4.2 – Promover um corpo docente qualificado e
aumentar a divulgação das atividades de investigação,
bem como a publicação de artigos em revistas científicas
internacionais indexadas.
LA4.3 - Estabelecer relações de colaboração e promover
a realização de atividades comuns no âmbito do ensino
e investigação de Ciências Militares, contribuindo para a
internacionalização do IUM.
OE5 – ADAPTAR a estrutura superior de comando das
Forças Armadas
LA5.01 – Contribuir para a revisão legislativa no domínio
da Defesa Nacional e das Forças Armadas e outra
documentação estruturante.
LA5.02 – Consolidar a reestruturação do EMGFA,
incluindo as da organização financeira, valorizando a
concentração de competências e a centralização de
31
 LINHAS DE AÇÃO
procedimentos, focalizando áreas de esforço e procurando
uma aproximação faseada do número de cargos às
capacidades reais de provimento pelos Ramos, a fim de
melhorar a sustentabilidade organizacional.
LA5.03 – Otimizar e agilizar processos e fluxos de
informação, promovendo sinergias internas e externas
e incrementando a articulação com as Direções Gerais
do MDN, de modo a evitar duplicações e a incrementar a
economia de recursos.
OE6 – CONCLUIR a restruturação do Sistema de Saúde
Militar
LA6.01 – Implementar a rede de referenciação do SSM
e desenvolver o modelo de gestão centralizada na
DIRSAM, operacionalizando a proposta de rede aprovada
e contribuindo para a elaboração de um diploma que
estabeleça o regime de gestão do SSM.
LA6.02 – Dinamizar a Unidade de Ensino, Formação e
Investigação da Saúde Militar (UEFISM), consolidando-a
como entidade técnica responsável da formação
pós-graduada e promotora de investigação em Saúde
Militar.
LA6.03 – Implementar o novo modelo de gestão do
Hospital das Forças Armadas (HFAR), apresentando
propostas para a sua modernização, qualidade e
crescimento.
32
DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
OE7 – REFORÇAR o emprego conjunto e o apoio à
política externa
O efeito pretendido é consolidar a credibilidade
operacional das Forças Armadas Portuguesas e afirmar
Portugal como coprodutor de segurança internacional.
LA7.01 – Incrementar os exercícios conjuntos e
combinados em cenários complexos, logo que possível,
procurando compensar o decréscimo da atividade de treino
que resulta da intensa participação das Forças Armadas na
prevenção e combate à pandemia da COVID-19.
LA7.02 – Potenciar o emprego de forças em ambiente
conjunto, promovendo, em articulação com os Ramos, o
desenvolvimento de doutrina conjunta e a eficiência no
aprontamento, emprego e sustentação dos meios e forças
operacionais, de forma a maximizar a interoperabilidade
de pessoas, processos e de tecnologia, e as opções de
resposta militar às solicitações de emprego das Forças
Armadas, no plano nacional e internacional.
LA7.03 - Rentabilizar a representação militar
internacional, no âmbito de missões diplomáticas e
estruturas militares internacionais, harmonizando os
interesses político-militares, e fomentar iniciativas de
apoio à política externa, nomeadamente no quadro
da PPUE 2021 e da NATO, incrementando o contributo
das Forças Armadas para os esforços de segurança
internacional.
33
 LINHAS DE AÇÃO
OE8 – OTIMIZAR o Apoio Militar a Emergências Civis
LA8.01 – Implementar o novo conceito de AMEC,
em coordenação com os três Ramos e restantes
agentes de proteção civil, alterando a lógica vigente de
disponibilização de forças e meios em resposta a pedidos
de apoio de entidades externas, para uma abordagem
conjunta baseada na atribuição de missões operacionais.
34
LA8.02 – Implementar o conceito experimental de
vigilância e deteção no âmbito do SGIFR, maximizando
a rentabilização operacional dos atuais 12 sistemas aéreos
não tripulados (UAS) a operar por equipas dos três Ramos,
em função da prioridade das missões, de natureza militar
ou civil, que sejam atribuídas pelo CEMGFA.
DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
LA8.03 – Incrementar o treino e os exercícios conjuntos
e interagências, em particular nas Regiões Autónomas
dos Açores e da Madeira, tendo em vista reforçar a
capacidade e a eficácia da intervenção das Forças Armadas
em emergências civis.
OE9 – APROFUNDAR a cooperação operacional com
entidades externas
LA9.01 - Desenvolver planos de articulação operacional
com o Sistema de Segurança Interna para atuação no
combate a agressões ou ameaças transnacionais, e realizar
exercícios interagências que permitam validar os planos e
contribuir para um sistema nacional de gestão de crises.
LA9.02 - Incrementar as atividades de colaboração
operacional com as Forças e Serviços de Segurança,
através de ações de formação conjunta, partilha de
informações, realização de exercícios e missões conjuntas.
LA9.03 - Incrementar as atividades de colaboração com
o SIRP, através de iniciativas conjuntas nos domínios da
formação, da partilha de informações, dos planos de
articulação operacional e da execução de exercícios e
atividades operacionais.
35
 OPERACIONALIZAÇÃO E CONTROLO
8 | Operacionalização e Controlo
Os Objetivos Estratégicos estabelecidos nesta Diretiva
são materializados através dos Planos de Iniciativas
Estratégicas (PIE) a elaborar pelos órgãos do EMGFA,
de forma alinhada e coerente. Para isso, as diferentes
Iniciativas Estratégicas devem ser deduzidas a partir das
grandes Linhas de Ação aqui identificadas, de forma a
agilizar e a facilitar o processo de alinhamento estratégico.
Os PIE devem ser desenvolvidos de acordo com a
estrutura de informação estabelecida numa base de
dados comum e submetidos à homologação do CEMGFA
no prazo de 15 dias após a entrada em vigor da presente
Diretiva, explicitando, de forma sucinta e clara, a relação
com os Objetivos Estratégicos para os quais concorrem
as Iniciativas Estratégicas a desenvolver, a Entidade
Primariamente Responsável (incluindo a identificação do
militar primariamente responsável), o produto desejado
(entregável) e o prazo de conclusão.
As posteriores atualizações dos PIE, incluindo a introdução
de novas Iniciativas Estratégicas, são aprovadas pelo Chefe
de Setor respetivo e submetidas ao CEMGFA durante os
pontos de situação da execução estratégica.
Cabe ao ADJPC garantir um Núcleo de Consultoria
Interna (NCI), que colabore com os órgãos do EMGFA
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na tarefa de coordenar o esforço de padronização,
harmonização, alinhamento e verificação da conformidade
entre a Diretiva Estratégica do EMGFA e os PIE dos órgãos
do EMGFA. O NCI pode envolver elementos externos ao
EMGFA.
As Iniciativas Estratégicas de cariz transversal, que
requerem uma ação concertada dos órgãos do EMGFA,
são coordenadas por Grupos de Trabalho liderados pelo
ADJPC, ou outro órgão designado pelo CEMGFA.
A implementação da Diretiva Estratégica do EMGFA e
dos PIE é objeto de monitorização e avaliação, de forma
a permitir aferir o grau de prossecução dos objetivos
estabelecidos e implementar eventuais medidas
corretivas, ao nível das Iniciativas Estratégicas.
A monitorização e a avaliação são exercidas a dois
níveis:
•  Ao nível do ADJPC, que assegura a atualização dos
indicadores dos Objetivos Estratégicos do mapa
da estratégia do EMGFA, monitoriza a sua evolução
global e avalia os motivos de eventuais desvios,
bem como as mudanças da envolvente ambiental do
EMGFA;
•  Ao nível de todos os Chefes dos Setores do EMGFA,
que asseguram a atualização do planeamento e do
DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023
grau de execução das Iniciativas Estratégicas da sua desenvolvidos na ferramenta “Power BI”, a disponibilizar
responsabilidade, reportando mensalmente essa pela Direção de Comunicações e Sistemas de Informação
informação ao NCI. (DIRCSI) a todos os elementos envolvidos no processo
estratégico do EMGFA.
Neste enquadramento, devem ser realizadas:
Sem prejuízo de outros indicadores de desempenho que
•  Revisões executivas com uma periodicidade mensal,
possam futuramente ser adotados, a monitorização do
com o propósito de avaliar o grau de execução da
estratégia e identificar eventuais medidas corretivas progresso baseia-se, primariamente, na percentagem
a implementar. Estas revisões são apresentadas de execução das Iniciativas Estratégicas face aos prazos
através de pontos de situação realizados por todos os estabelecidos, tendo em consideração o período de
Chefes dos Setores do EMGFA, durante as reuniões vigência da presente Diretiva, até 28 de fevereiro de 2023.
de coordenação mensais com o CEMGFA, seguindo
uma estrutura de briefing padronizada, a fornecer
pelo NCI.
•  Revisões estratégicas com uma periodicidade
anual (no início de cada ano), com o objetivo de
ajuizar se a estratégia que está a ser seguida se
mantém adequada, ou seja, se as opções adotadas
para empregar os meios e alcançar os fins se
mantêm válidas. Como resultado, caso se verifique
a necessidade de atualizar a estratégia, a Diretiva
Estratégica do EMGFA e os Planos de Iniciativas
Estratégicas dos órgãos do EMGFA deverão ser
ajustados em conformidade.
Para auxiliar a monitorização e o controlo da execução
da estratégia, são utilizados quadros de situação
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 DIRETIVA ESTRATÉGICA DO ESTADO-MAIOR-GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS 2021 | 2023

Lista de abreviaturas MTSSS Ministério do Trabalho, Solidariedade e

Segurança Social
ADJPC Adjunto para o Planeamento e Coordenação NATO North Atlantic Treaty Organization
AMEC Apoio Militar a Emergências Civis (Organização do Tratado do Atlântico Norte)
ANEPC Autoridade Nacional de Emergência e NCI Núcleo de Consultoria Interna
Proteção Civil ONU Organização das Nações Unidas
C4ISR Command, Control, Communications, PIE Plano de Iniciativas Estratégicas
Computers, Intelligence, Surveillance and PPUE Presidência Portuguesa do Conselho da União
Reconnaissance Europeia no primeiro semestre de 2021
(Comando, Controlo, Comunicações, SIRP Sistema de Informações da República
Computadores, Informações, Vigilância e Portuguesa
Reconhecimento) SNS Serviço Nacional de Saúde
CCOM Comando Conjunto para as Operações SSI Sistema de Segurança Interna
Militares SSM Sistema de Saúde Militar
CEMGFA Chefe do Estado-Maior-General das Forças SWOT Stenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats
Armadas (Forças, Vulnerabilidades, Oportunidades,
CISMIL Centro de Informações e Segurança Militares Ameaças)
COA Comando Operacional dos Açores UE União Europeia
COM Comando Operacional da Madeira UEFISM Unidade de Ensino, Formação e Investigação
CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa da Saúde Militar
DIRSAM Direção de Saúde Militar
DIRCSI Direção de Comunicações e Sistemas de
Informação
EMGFA Estado-Maior-General das Forças Armadas
FA Forças Armadas
HFAR Hospital das Forças Armadas
IUM Instituto Universitário Militar
LPM Lei de Programação Militar
MDN Ministério da Defesa Nacional

38 39
 Gabinete do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas

(+351) 213 043 789 @ emgfa_rp@emgfa.pt

/emgfa @emgfa @emgfa_rp
www.emgfa.pt

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