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FICHAMENTO

Nome: Vinícius Trindade da Costa


Data: 11/11/22
Disciplina: Comunicação Comparada
Professor (a): Profª Ma. Laiza Mangas
Trabalho: Fichamento modelo Resumo ou Conteúdo

O trabalho do Tarcízio Silva faz uma análise profunda dos desdobramentos do


racismo estrutural na internet, como o racismo que se tornou um padrão nas nossas
relações interpessoais se reflete nos espaços da internet e define como as plataformas
digitais e suas programações funcionam a partir da lógica do pacto narcísico da
branquitude. A contextualização que inicia o trabalho cita três pontos de partidas
essenciais para o seu desenvolvimento, sendo eles “a) os ambientes digitais eram ainda
informacionalmente escassos, com poucas modalidades de comunicação, focando
sobretudo em textualidade; b) não havia massa crítica de pesquisadores advindos de
populações racializadas nos países de diáspora africana; c) a pretensão de neutralidade das
plataformas e mídias, advindas de um tecnoliberalismo em consolidação, já se fazia
vigente”.
Conseguimos perceber que o racismo está permeado de uma maneira profunda na
sociedade e acaba sendo reproduzido de maneira sistêmica nas novas tecnologias, os
algoritmos que priorizam corpos brancos, sistemas de reconhecimento facial utilizados
pela segurança privada e publica que identifica fenótipos negros e associa com crimes, ou
até com questões estéticas, quando uma pessoa preta tem dificuldade de encontrar um
filtro no Instagram adequado a sua tonalidade de pele.
A partir dessas análises que surge o termo RACISMO ALGORÍTIMICO, muito
utilizado pelo autor, justamente para retratar o cenário da internet que funciona como um
sistema de perpetuação do racismo estrutural através das microagressões e discriminação
em código. Os mecanismos de busca são um exemplo, pois se utilizam de dados
históricos da sociedade para ordenar suas buscas, reproduzindo discriminações que fazem
parte da formação da sociedade.
Temos que passar a exigir uma responsabilidade social dos desenvolvedores desses
sistemas para que se evite esse reflexo do racismo dentro das redes. Os algoritmos não
podem decidir o que é “atraente”, “belo”, “interessante” a partir de uma base de dados
viciada em opressões históricas. As empresas de tecnologia precisam observar e tomar
decisões para que os seus sistemas não reproduzam os erros históricos que a sociedade já
cometeu.

1
SILVA, Tarcizio. Racismo Algorítmico em Plataformas Digitais: microagressões e discriminação
em código. Comunidades, algoritmos e ativismos digitais: olhares afrodiaspóricos, p.
121-135, 2020.

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