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Manual Prático de Pomadas com

Plantas Medicinais

de Florbela Graça

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(legenda foto capa: no tacho, azeite e morugem; na mesa folhas de tanchagem e pétalas de calêndula)

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Questões à volta do tema…

Como se faz um óleo macerado?


... Como se preparam as plantas?
E que plantas e óleos essenciais se podem utilizar?
E qual o óleo vegetal base mais adequado?
... E como se faz uma pomada? …
Clarificar estas e outras questões será o intuito desde pequeno manual.
Válido e útil para todas as pessoas que pretendam resgatar velhas técnicas, aliadas
à tradição oral, mas também às novas descobertas e aprender a utilizar as plantas
medicinais sob a forma de pomadas e unguentos. Sejam terapeutas, massagistas
ou outros profissionais que na sua actividade sintam a necessidade da sua
utilização, ou caso pretenda usá-los para melhorar o bem-estar dos seus familiares,
este manual vai-lhe ensinar quais os óleos vegetais mais indicados para usar como
base, quais as plantas e óleos essenciais que pode usar e como o fazer com
segurança.

Conteúdos:

Parte teórica:
-Pomadas: definição e um pouco de historia; Utilizações tradicionais e actualmente
-Tipos gorduras base/Óleos vegetais, ceras e manteigas; características e propriedades
-Validade e conservação óleos vegetais, ceras e manteigas
-Plantas aromáticas e medicinais: Identificação através do nome científico vs nome popular
-Propriedades e usos de algumas plantas em dermatologia e cosmética
-Metodologia:
-Modo de preparação das plantas
- Maceração em óleo/azeite: a frio e a quente
-Modo de preparação
-Fazer pomadas e unguentos
-Validade e conservação: conservantes
-Breve abordagem aos óleos essenciais

Parte Prática.
-Elaboração de uma pomada ao vivo para perceber todo o processo, recorrendo a óleos
macerados e óleos essenciais.

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Manual Prático de Pomadas e
Unguentos com Plantas Medicinais
Por: Florbela Graça

Importante:

O propósito deste manual é partilhar alguns conhecimentos básicos para que qualquer
pessoa possa ter o prazer de confeccionar uma pomada ou um unguento ou um óleo de
massagem com óleos essenciais e/ou recorrendo a plantas aromáticas e/ou “medicinais” e
óleos/gorduras de forma simples, artesanal e caseira, para uso pessoal. Considera-se que o
conhecimento necessário para transmitir e ou iniciar qualquer tipo de actividade relacionada
com este tema noutro contexto que não o universo pessoal é muito mais vasto e não está
contemplado neste simples manual prático, sendo que para tal se aconselha a procura de
instituições de ensino para tal credenciadas.

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“A medicina herbal é a arte de usar plantas para tratar a doença.
Fitoterapia é a aplicação da ciência moderna à medicina herbal”

Pomadas e unguentos

“As pomadas são preparações farmacêuticas estáveis, semi-sólidas, de consistência mole,


destinadas ao uso externo, constituídas por um ou mais princípios activos e por excipientes
com características lipofílicas ou hidrofílicas.

Quanto à sua acção, de acordo com o grau de penetração e o excipiente utilizado, são
classificadas em:

 Epidérmicas - agem superficialmente na pele e os excipientes usados são a vaselina


e o óleo mineral;
 Endodérmicas - agem mais profundamente e o excipiente é o óleo vegetal;
 Hipodérmicas - são absorvidas e podem desencadear um efeito sistémico; o
excipiente é a lanolina.

As pomadas devem ser plásticas e termorreversíveis, ou seja, passarem pela pele através de
massagem e, com o aumento da temperatura, ficarem menos viscosas, permitindo ao
princípio ativo atingir o local pretendido.”

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pomada

“Preparações tópicas

Os princípios activos (medicação) de uma preparação tópica misturam-se (suspendem-se)


num veículo (um transportador inerte da medicação). Consequentemente, entre as
preparações tópicas, a formulação e a consistência variam muito. É o veículo que determina
a consistência do produto e faz com que os compostos activos permaneçam à superfície ou
penetrem na pele (conforme a preparação é espessa e oleosa ou leve e aquosa).
Dependendo do veículo utilizado, a preparação será um unguento, um creme, uma loção,
uma solução, um pó ou um gel.

Os unguentos, que contêm uma grande quantidade de óleo e muito pouca água, apresentam
um aspecto gorduroso e são difíceis de lavar. Os unguentos são mais apropriados quando a
pele precisa de lubrificação ou de humidade. Apesar de o seu uso ser mais incómodo do que
as preparações de cremes de base aquosa, os unguentos são mais eficazes no fornecimento
de ingredientes activos à pele.

Os cremes, que são as preparações mais frequentemente utilizadas, são emulsões de óleo
em água. São fáceis de aplicar e dão a sensação de desaparecer ao friccioná-las sobre a
pele.

As loções são semelhantes aos cremes, mas contêm mais água. Na realidade, são
suspensões de substâncias em pó finamente disperso numa base de água ou de óleo e água.
As loções são de fácil aplicação e são particularmente benéficas para arrefecer ou secar a
pele. (…)”

http://www.manualmerck.net/?id=217&cn=1739

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À guisa de introdução
Perguntará a maioria das pessoas o porquê desta “mania” de pegar numas ervas, adicioná-
las a azeite e depois fazer umas “mistelas”, com as quais se “besuntam e untam”, quais
franguinhos para assar? Porquê se dar a esse trabalho, se existe uma parafernália de
pomadas, unguentos, cremes e afins, para tudo e mais alguma coisa em qualquer farmácia?

Porquê? Bem, primeiro porque é um tema interessantíssimo, com inúmeras possibilidades e


fins; porque se conseguem, conforme as formulações, produtos bastante potentes e
eficazes; porque é um produto natural e ecológico; porque conseguir idealizar e fazer pelas
suas próprias mãos, algo como um óleo macerado e daí uma pomada, um creme, é algo que
aumenta a força de viver e auto-estima e porque é muito giro!

Conseguir conhecer e utilizar os recursos naturais que a Natureza nos dá, respeitando-a,
sem a destruir, é um passo para viver em harmonia com o Todo, incluindo a nós próprios.

Antigamente as nossas ancestrais faziam unguentos e pomadas utilizando gorduras sólidas,


normalmente de origem animal como a banha, o sebo e a manteiga, dependendo do tipo de
gordura mais comum e disponível na zona onde habitavam.

Para se usar como base de uma pomada ou unguento pretendia-se que fosse uma gordura
estável que não rançasse facilmente, que pudesse alcançar altas temperaturas sem se
degradar, e que após arrefecer, fosse relativamente fácil de espalhar na pele.

Assim, o método mais básico e simples de fazer um unguento de ervas, era colocar num
tacho uns bons punhados de ervas frescas, escolhidas consoante o fim a que se destinavam,
que socavam ou não, conforme o uso; às quais se juntavam umas boas colheradas de
gorduras, que podia ser banha de porco, manteiga ou mesmo sebo (na época das guerras
em que o sebo escasseava, as mulheres compravam vela de sebo de carneiro e era com elas
que faziam tanto as pomadas como o sabão.); e levavam ao lume a fritar até que os sucos
das plantas se misturassem com a gordura. Depois deixavam esfriar um pouco e espremiam
as plantas, guardando o unguento em recipientes.

A gordura animal sendo sólida quando arrefecida, não necessitava de cera de abelha que
utilizamos quando fazemos pomadas ou unguentos com óleos vegetais (por ex.: com
azeite).

Actualmente preferimos, normalmente utilizar óleos vegetais com a adição de cera de abelha
ou uma cera vegetal como a cera de candelita, carnaúba, soja (se tiver mesmo que ser), de
arroz, para que apresente uma consistência mais ou menos sólida e estável.

As características dos óleos vegetais deverão no entanto ser as mesmas: uma gordura
estável que não rance nem se altere facilmente e que possa ser submetida a temperaturas
sem se degradar.

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Óleos e ceras utilizadas
Visto estarmos em Portugal vamos falar apenas dos mais comuns:

Azeite (olea europaea): Validade 1 a 2 anos. Pode-se usado na totalidade da percentagem de


óleos ou em menor percentagem, misturado com outros óleos; simples ou macerado com
plantas medicinais e aromáticas.

Óleo de girassol (helianthus annuus): Validade 6-12 meses: O óleo de girassol é considerado
o mais barato dos óleos multi usos.

Óleo de grainha de uva (vitis vinífera): Validade 6-12 meses. Um bom óleo multi-usos, rico
em nutrientes. Tem propriedades hipo alérgicas e é uma boa opção tanto para massagens
como para usar em óleos de bebé e para prevenção de estrias, simples ou macerado com
plantas.

Podem usar-se outros óleos, na verdade qualquer tipo de óleo vegetal, que seja estável e de
validade média a longa (que não se degrade em pouco mais de dois a três meses, de
preferência que tenha a validade acima dos 6 meses). Pode-se no entanto usar, querendo
aproveitar as propriedades de algum óleo em particular, tendo sempre em atenção que esse
produto se irá degradar em pouco tempo e ter em conta que uma maceração a frio só está
pronta, passados cerca de 30 dias. Caso seja uma maceração a quente, deve ser levando em
conta que, além do anteriormente citado, deve ser um óleo que não se degrade ao aquecer
(a temperatura atingida deve ser sempre baixa, mas mesmo assim nem todos os óleos
devem ser usados).

Outro óleo/gordura que é usado, normalmente na medicina ayurvedica é o óleo de sésamo e


o óleo de mostarda. A manteiga clarificada ou ghee também é utilizada como base para
pomadas, assim como o óleo de coco, embora este último apresente a inconveniência de se
tornar liquido no Verão e ficar muito duro no Inverno. A solução quase ideal é juntar um
pouco de cera no Verão e usa-lo sozinho no Inverno. Manteiga de karité também faz uma
boa base, mas é bastante cara. Óleo de dendê (ou seja óleo de palma cru, não refinado
usado na culinária africana), também pode ser usado. Em caso que necessidade e não
havendo alternativa, considerem o uso de óleos hidrogenados (margarinas e afins). Podem
sempre ser aromatizadas com as ervas aromáticas. (Antes uma pomada feita com margarina
para uma dor que nos aflige, do que não usar nada… será temporário, porque assim que se
iniciar nestas andanças, azeite e ceras não deverão faltar na sua dispensa!)

Para solidificar os óleos, usam-se ceras. A mais antiga, conhecida e comum é a cera de
abelha. Há também ceras vegetais, como a cera candelila, a cera de carnaúba, cera de soja,
cera de arroz, cera de amêndoas, cera de jojoba, cera de azeite, etc, com preços variados e
que se encontram em alguns fornecedores de matérias-primas especializados.

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Plantas medicinais: escolha/compra/colheita
Existem inúmeras plantas que podem ser maceradas em óleos e utilizadas em pomadas.
Apenas vou referir algumas, outras aparecerão nas receitas no fim do manual.

Uma regra que devem habituar-se a seguir, é conhecer a planta pelo seu nome científico.
Isto é importante porque os nomes populares divergem de zona para zona, mesmo no
mesmo país. Algumas plantas podem ter o mesmo nome popular, mas serem plantas
diferentes com propriedade e indicações completamente diversas, o que pode acarretar
riscos para a saúde e até para a vida das pessoas. Podem ocorrer agravamento de sintomas
de doenças já existentes, surgimento de graves problemas de saúde e envenenamentos. Ou
podem simplesmente não fazerem nada por não terem qualquer propriedade e indicação
terapêutica.

Atenção!!!
10g ervas secas são diferentes de 10 g de ervas frescas!!!

Caso use plantas frescas deverá utilizar o dobro da quantidade que usaria em caso de
utilização de ervas secas. Ou seja: imagine que a receita leva 50 g de planta seca; em caso
de ir utilizar planta fresca irá utilizar 100g. Se pelo contrário a receita pedir 50g de planta
fresca e for utilizar planta seca, deve pesar apenas 25 g de planta.

Algumas fontes referem a preferência do uso de plantas frescas, pela qualidade e quantidade
dos seus compostos activos, enquanto as plantas secas podem apresentar uma diminuição
dos mesmos, ou mesmo degradação por um mau processo de secagem e armazenamento.
Outras afirmam que ervas frescas, por apresentarem maior quantidade de água, têm menor
quantidade de activos e maior concentração de compostos, alguns deles tóxicos, se
comparadas às ervas secas. Assim, pode ser preferível a utilização de ervas secas por
oferecerem menor risco de intoxicação e maior eficácia farmacológica, com uma dose
reduzida. No entanto algumas plantas só se encontram disponíveis frescas, nomeadamente
as plantas sazonais, enquanto outras apenas secas. O importante é que se conheça a planta
e os seus possíveis efeitos nefastos (Sim! A máxima “é natural, não faz mal” não é de todo
correcta!). É de extrema importância que ao comprar uma planta verifique se esta não
contém bolores, fungos ou se não está degradada, escura ou infestada de pequenos
insectos. Sendo fresca, deve ser respeitada a altura correcta para a colheita afim de esta
conter os valores correctos de activos. Há plantas que se devem colher antes da floração
(por ex. a erva cidreira, e a maioria em que se utilizam os troncos e folhas); outras na altura
da floração (ex.: alfazema, rosa, flores em geral, como é obvio); as sementes devem ser
colhidas plenamente maduras, nem em estado verde, nem demasiados secas ou comidas por
insectos (ex. sementes coentros, erva-doce); as raízes em geral devem ser colhidas quando
a planta “adormece” ou seja após o total desenvolvimento da planta, após todo o ciclo de
reprodução ter terminado, ou seja após libertação das sementes, em geral no fim do Verão,
princípios do Outono (ex: angélica). É também muito importante que quem faz a colheita
respeite a natureza e não aja como um “destruidor”! Infelizmente tem-se verificado que na
busca por plantas silvestres, há um desrespeito e também um desconhecimento da fisiologia
das plantas e o que em principio era para ser uma actividade ecológica e respeitadora da
natureza, acaba por ser um grave problema de desbaste da flora e até de desaparecimento
de espécies mais frágeis e em desequilíbrio. Se encontrar 3 plantas, faça a colecta em
apenas uma. Não recolha as flores todas, deixe algumas para que haja sementes que
germinem no próximo ano! Não arranque a planta, colha apenas o necessário, deixando a
planta de modo a que ela possa sobreviver e completar o seu ciclo de vida para que continue
a haver flora natural. Se recolher casca de um tronco de árvore, tenha especial cuidado com
a profundidade dos cortes/descasques para que não haja uma perca de seiva que
comprometa a vida da árvore. Evite retirar casca da mesma árvore nos próximos anos, para
que ela se restabeleça. Colha um número limitado de folhas, de ramos ou flores, lembre-se
que há animais que se alimentam delas. Não desenterre todas as raízes! Algumas plantas

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renascem no ano seguinte através do rebentamento dos bolbos e raízes, se as arrancar
todas, no próximo ano não encontrará a planta! Há também animais que se alimentam delas
no Inverno, estará a pôr em risco a continuidade de uma ou mais espécies animais.

As plantas utilizadas devem proceder de sítios afastados de agentes poluentes, sejam


instalações fabris, sejam estradas movimentadas ou rios poluídos. Não devem ser usados
agentes químicos como pesticidas ou fertilizantes químicos.

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Maceração / decocção

Significado de Maceração

s.f. Operação que consiste em empapar algo em um líquido para extrair os produtos

solúveis, ou um produto alimentício para temperá-lo ou conservá-lo.

In_http://www.dicio.com.br/maceracao/

“A maceração é o nome dado a uma operação física que consiste em retirar ou extrair de um
corpo, certas substâncias que são consideradas princípios activos. Esses princípios activos
podem ser posteriormente utilizados com certas finalidades, quer farmacológicas, quer
químicas. A maceração é normalmente feita, moendo previamente o corpo ou substância a
macerar, seguindo-se a utilização de um solvente para extracção do ou dos princípios activos. ”
(definição na wikipédia)

“A maceração é uma operação em que se utiliza um solvente apropriado em contacto


prolongado e a frio com o material a dissolver.
A maceração permite a obtenção de produtos aromáticos e essências vegetais a partir de
partes de plantas, principalmente flores, por extracção com óleos, gorduras ou solventes.
A maceração termina com uma filtração por compressão - expressão, seguida de uma
filtração por gravidade”._ in_http://www.infopedia.pt/$maceracao

Decocção

Decocção é uma técnica de laboratório para análise química, que consiste em manter um
material vegetal em contacto durante certo tempo com um solvente (normalmente água) em
ebulição. Existem semelhanças com o procedimento doméstico para preparo de alimentos. É
uma técnica de emprego restrito, pois muitas substâncias activas são alteradas por
aquecimento prolongado, costuma-se empregá-las com matérias vegetais duros e de
natureza lenhosa. O produto obtido chama-se decocto. ._in_Wikipédia

Após a leitura destas definições colocam-se algumas dúvidas e questões. Se a maceração é a


frio e a decocção a ferver, então qual o método para extracção dos princípios activos que
vamos utilizar? Bem, para já devo informar que estes métodos que vou ensinar são métodos
tradicionais e caseiros e que muitas vezes “fogem”, ou diferem das metodologias
farmacêuticas. São no entanto métodos usados desde há centenas de anos, senão milhares,
fáceis de fazer e de obter através deles bons resultados. É verdade que a extracção não será
tão eficiente como uma extracção em laboratório, em média apenas se consegue extrair
cerca de dois terços do total de princípios activos das plantas, variando os valores entre
apenas 30% a uns 80%, em geral, no entanto mesmo assim conseguem-se bons resultados
finais.

Os métodos ensinados serão uma miscelânea de vários métodos tradicionais e artesanais


Deve ter em atenção ao conteúdo de água/seiva da planta fresca no óleo e no produto final.
A maceração a quente será mais adequada para as plantas frescas, pois quando maceradas
a frio e dependendo do tipo de óleo e da quantidade de água contida na planta, a maceração
pode fermentar e estragar-se. Pelo mesmo motivo, um óleo macerado que seja para guardar
não deve conter resquícios de planta ou de água. Plantas frescas são a melhor opção para a
preparação de unguentos “À moda antiga”, conforme explicado mais adiante.

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Preparação das plantas
Preparação de plantas para fazer
infusão em azeite (ou outro óleo):

Costumo picar/moer as plantas para


ajudar a "soltar" os componentes
para o azeite. Eu uso a "1,2,3" , mas
ser preferir pode-se usar um
almofariz ou um moedor manual de
pedra ou algo assim.
O importante é que seja fresca ou
seca, se consiga reduzir em pedaços
o mais pequenos possíveis, inclusive
em pó, para que o liquido extractor
(seja ele qual for) consiga extrair o
maior percentagem possível de substâncias activas.

Alecrim antes de ser preparado

Martelando bardana

Raízes e partes duras como troncos devem ser


reduzidos a pedaços, por meio de moinho de
café (ou na falta deste, pelo menos dar umas
boas pancadas com um martelo de cozinha)

Maceração prévia em álcool

Caso se tratem de madeira, e raízes


elementos mais duros, pode-se fazer uma
maceração prévia em álcool por 24 horas
(neste caso de 96º para que se consiga
evaporar completamente durante as 3
horas de maceração a quente).

Plantas frescas sensíveis também


beneficiam com este método.

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Alecrim moído

 A proporção é de 100g de planta seca


para 500 g de azeite (que é um pouco
mais de 500 ml).

O azeite e a planta pesam-se em


gramas; 1:5

Proporções:
Óleo: planta

Encontrei várias fórmulas com


proporções variadas. Em geral utilizo
a proporção de 1 parte de planta
para 5 partes de azeite.  (ou seja: se
por exemplo usar 20 g de planta
seca, usar 100 g de óleo). No
entanto encontrei alguma dificuldade
quando a planta em causa é uma planta leve que tem muito volume, o óleo na proporção 5
vezes, não consegue cumprir toda a planta, pelo que costumo aumentar até um máximo de
10 vezes. Deve ser essa a razão por que se encontra em alguma literatura as proporções de
1:7, e 1:8.
Também pode fazer a maceração por duas vezes dividindo a quantidade de planta necessária
por 2 e macerar metade da quantidade de planta durante o tempo requerido; depois coar e
retirar a planta e adicionar a outra metade da planta no mesmo óleo. Ex: das 20 g
mencionadas anteriormente, divide por 2, ficará com 2 porções com 10 g cada. Macera 10 g
em 100g de óleo (se a frio, por 30 dias); após esse período, coa o óleo para retirar as
plantas e coloca no mesmo óleo as outras 10g e deixa macerar por mais 30 dias. Coa e filtra
o óleo findo esse temo.

Fazer Óleos Macerados a Quente

Infundir/macerar uma erva em óleo permite extrair-lhes os ingredientes oleosos e solúveis


para os óleos infundidos/macerados a quente, as ervas levam um aquecimento e podem-se
conservar 1 ano – embora sejam mais potentes quando utilizados nos primeiros 6 meses.
Tantos os óleos infundidos/macerados a quente como a frio são usados para massagem, ou
acrescentados a pomadas e unguentos, pode-se acrescentar um óleo essencial a um óleo
infundido/macerado, antes de o enfrascar, para lhe aumentar a eficiência. Muitas plantas dão

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bons óleos infundidos a quente, hipericão, harpago, salgueiro, calêndula, alecrim, alfazema,
etc.
Se usar plantas frescas use o dobro da quantidade de plantas secas. No caso de precisar de
macerar caules duros, troncos ou raízes, depois de reduzir o tamanho o mais q puder
(através e moinho de café ou de uma martelo), coloque os bocadinhos (a porção que
pretende macerar) dentro de um frasco com álcool por 24 horas. Após esse tempo deite todo
o conteúdo dentro da panela com o óleo já medido. Ao longo da maceração o álcool irá
evaporar.

1 – Aquecer as Ervas em Óleos


– Misture 250 g de ervas secas,
(ou 500 g de frescas,) picadas,
750 ml de azeite, ou óleo de
girassol, ou óleo de grainha de
uva, (ou na proporção de 1parte
de planta seca/5partes de óleo),
numa tigela de vidro ou
panela/tacho esmaltado, em
banho-maria. Deixe durante 2,5
a 3 horas. (Há quem diga para
tapar, eu não tapo para que não
fique água dentro do óleo)
É usual utilizar-se a proporção
de 1:5 (que seria neste caso de
250 g de erva seca (ou 500g
fresca) para 1250g de azeite ou

óleo.

2 – Coar o Óleo – Quando a mistura


esfriar, deite-a numa prensa, onde
montou um saco de rede. Apare o óleo
num jarro, extraindo-lhe todo o líquido.
Se não tiver uma prensa pode-se usar um
espremedor de batatas ou não tendo
nenhum desses utensílios, use um coador
de pano ou um pano e esprema o mais
possível para que a maior quantidade de
sumo/óleos seja extraído das plantas.
3 – Engarrafar e Guardar – Com um funil
coloque o óleo infundindo em frascos
limpos, de vidro escuro. Tape-os com
rolhas de cortiça, ou tampas de enroscar,
e rotule-os. Pode adicionar vitamina E
(entre 0,5 a 2%)
Duram 1 ano, mas obtêm-se melhores resultados se só utilizados nos primeiros 6 meses.
Quando arrefecerem serão coados e filtrados por um pano de algodão, tipo fralda ou um
tecido mais fino como a musselina. Seguidamente, enfrascados.

Podem ser usados assim puros ou entrar na composição de inúmeros óleos de massagem
juntamente com outros óleos vegetais, com ou sem óleos essenciais. Pode-se adicionar cera
de abelha ou uma manteiga vegetal dura como a manteiga de cacau ou a de karité por
exemplo, para fazer uma pomada ou um creme, conforme a proporção óleos vegetais/ceras
e ou manteigas vegetais. Pode-se potenciar o seu efeito adicionando óleos essenciais (de 0,5
% a 2%)

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O azeite de calêndula por exemplo, pode ser utilizado para óleos de massagem e pomadas
para vários fins entre eles: rabinhos de bebés, prevenção de estrias na gravidez, pernas com
varizes, hidratante de rosto, pequena ferida e arranhões...O azeite de alfazema têm
praticamente os mesmos destinos...etc, etc..

Outros métodos a quente:


Há quem tenha outros procedimentos no método a quente. Um deles é o método ayurvédico,
outro o que eu chamo de “método semanal”.

Método semanal: com os mesmos ingredientes e utensílios do método a quente


anteriormente referido, há quem prefira, levar a lume brando em banho-maria, durante 1
hora, todos os dias durante uma semana, ou seja: durante 7 dias, por uma hora, o
óleo/planta é aquecido. Após esse período, o procedimento de expressão e filtragem é igual.
Outro ainda, e isto só o li uma vez, é levar a banho –maria por 3 horas por dia, durante 7
dias.

Método ayurvédico: Prepare 1 parte de planta para 16 partes de água e 4 partes de óleo (em
geral óleo de sésamo ou de mostarda) (ex.: 10 g de planta, 160 g de água, 40g de óleo); Fazer
uma decocção (ferver) até que poda agua se evapore (deverá levar pelo menos umas 5 horas,
depende, prepare-se para esperar!) Depois coe/filtre.
OU
Faça primeiro a decocção com a planta e a água sozinhas, depois coe e só então junte o óleo,
continuando com a decocção até que reste apenas o óleo e toda a agua tenha evaporado (esta
operação da decocção prévia com agua pretende “quebrar/abrir” as fibras para
facilitar/potenciar a operação seguinte. Obtém assim o chamado “óleo medicado”.
Uma variação do método, mas que eu saiba não tem relação nenhuma com a ayurvédica,
pode-se fazer macerando previamente, por 24 a 48 horas, a planta em álcool, como foi já
explicado neste manual.

Estes óleos/azeites guardam-se durante 1 ano, embora se obtenha melhores resultados se


utilizarem nos primeiros 6 meses. Devem guardar-se em local fresco e seco, longe de fontes
de luz directa e fontes de calor.

Fazer Óleos a Frio

A infusão a frio é o melhor método para partes


aéreas mais delicadas, como as flores. Este é o
método mais usual, mais simples e mais “intuitivo”.
A maior parte das vezes não é usada uma proporção
certa entre planta e óleo, quase sempre coloca-se
uma porção de planta num boião, e cobre-se com
óleo. Mas querendo ser mais preciso, utiliza-se a
proporção entre planta e óleo vegetal que é utilizada
na maceração a quente. O azeite é particularmente
bom para este método, visto ser raro rançar, mas
pode fazer com outros óleos como o girassol, grainha
de uva e até amêndoas doces. Estes óleos/azeites
guardam-se durante 1 ano, embora se obtenha melhores
resultados se utilizarem nos primeiros 6 meses. Devem
guardar-se em local fresco e seco, longe de fontes de luz directa
e fontes de calor.

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1 – Infundir Ervas em Óleo – coloque 250 g de ervas
secas, num boião de vidro. Despeje-lhes por cima
750 ml de azeite, (ou na proporção de 1 parte de
planta seca/5 partes de óleo), para cobrir, tape o
jarro e agite-o bem. Coloque-o num local que bata
sol, como um peitoril, e deixe-o por aí por 2 a 6
semanas. (em oposição outro método é guardar em
local sem luz directa, no escuro, um armário de
cozinha por exemplo).
2 – Coar e Engarrafar – coloque a mistura num saco de
pano fino, preso à borda dum jarro, e deixe o óleo filtrar-se. Esprema o resto do óleo, no
fim.

Deite-o em frascos de vidro escuro, rotule-os


e guarde-os. Pode adicionar vitamina E (entre
0,5 a 2%).
Quaisquer destes óleos podem ser depois
utilizados na realização de unguentos ou
pomadas além de poderem ser adicionados
em diferentes percentagens a óleos de
massagem, ou simplesmente usados puros.

Outros métodos a frio:

Ao longo deste tempo a que me dedico a estas


Artes, tenho partilhado conhecimentos com outras pessoas e aprendido bastante. Uns dos
que me deliciaram mais foram os métodos simples e intuitivos, mágicos das macerações a
frio de plantas em óleos vegetais.

Método “flor-a-flor”: quando se tem acesso a fores sazonais verificamos que não é num dia
que se consegue a “quantidade certa” para fazer uma maceração. Ou porque há poucas
flores, ou porque as plantas então espaçados em tempos de floração e por vezes em
distantes umas das outras, este é um método adequado que tanto pode ser feito com as
flores do hipericão colectadas no campo, como com as violetas no jardim.
Dependendo do fim a que se destina, pode ser feito em azeite (o azeite de hipericão é um
remédio tradicional) ou em óleo de amêndoas doces, querendo preservar o aroma da flor
(por exemplo no caso das violetas). Coloque o óleo num frasco de vidro com tampa. Ao
longo dos dias conforme as flores forem abrindo e as for colhendo, vá colocando-as dentro
do frasco com o óleo. Normalmente o tempo necessário para a maceração é de 30 dias, mas
neste caso os 30 dias serão contados a partir do dia em que colocar as ultimas flores.
Decorrido esse tempo, deverá espremer e filtrar. Este método tanto serve para ser usado em
óleos medicinais (e em pomadas e cremes), como fazer um espectacular óleo perfumado.
Estes óleos/azeites guardam-se durante 1 ano, embora se obtenha melhores resultados se
utilizarem nos primeiros 6 meses. Devem guardar-se em local fresco e seco, longe de fontes
de luz directa e fontes de calor.

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Fazer Unguentos

(acima : esq. Unguento de hipericão e mel; dta. Unguento de morugem, tanchagem e calêndula )

Os unguentos são feitos com óleos ou gorduras, aquecidos com ervas. Ou podem ser feitos
de ervas trituradas em gordura vegetal.

Ao contrário das pomadas, não contêm água e formam uma camada independente á
superfície da pele. Protegem-nos de feridas ou inflamações e concedem á zona afectada,
constituintes medicinais – como óleos essenciais. São úteis em problemas como as
hemorróidas ou quando se precisa de hidratação – lábios gretados.
Podem-se fazer partindo de dezenas de bases, antigamente usava-se a banha de porco, ou
azeite e cera de abelha, mistura à qual se untavam as plantas frescas que se aqueciam ao
lume por um determinado temo, até q os sucos das plantas se soltassem e se misturassem
nas gorduras, após o que eram espremidas e a pasta resultante guardada em recipientes
tapados. Quando se pretendia usar, retirava-se um bocadinho que se colocava sobre a pele e
se enrolava a parte afectada com um pano ou ligadura. A temperatura do corpo fazia a pasta
derreter, ou caso fosse muito duro, se derretia em lume brando. Depois começou-se a usar a
vaselina e a parafina. Actualmente tenta-se voltar às matérias-primas naturais e voltar a
usar os óleos vegetais e a cera de abelha. Assim podem-se fazer unguentos utilizando os
óleos vegetais previamente macerados com plantas, que se aquecem com a cera, em banho-
maria, até esta derreter. Os óleos essenciais adicionam-se quando a mistura já não está
muito quente, para que não evaporem de imediato, numa proporção de 0,5 a 2%. Guarda-se
o unguento em potes de vidro escuro durante 3 meses – no máximo. Aplicar um pouco, na
área lesionada, 3 vezes por dia, é uma dose padrão.

Método tradicional (antigo)

1 – Ferver e Coar – Derreta 500 g de banha numa tigela de vidro, metida numa caçarola de
água a ferver. Acrescente-lhes 60 g de ervas secas, ou 150 de frescas, picadinhas, e deixe
fervilhar 15 minutos, sempre a mexer.

2 – Espremer – Deite para dentro dum saco de pano fino, preso a um jarro. Deixe o líquido
filtrar-se através de do saco e, com luvas de borracha, esprema do saco para o jarro o mais
que puder do unguento.

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(Imagem: unguento para aftas feito com óleo de coco e plantas segundo o método antigo)

3 – Envasilhar e Guardar – Rapidamente, coloque o unguento derretido em frascos


esterilizados, antes que solidifique no jarro. Ponha as tampas nos frascos, sem apertar.
Quando esfriar, aperte então as tampas, rotule e guarde.

Método tradicional 2:

1 – Ferver e Coar – Derreta 450 g de azeite e 50 g de cera de abelha numa tigela de vidro,
metida numa caçarola de água a ferver. Acrescente-lhes 60 g de ervas secas, ou 150 de
frescas, picadinhas, e deixe fervilhar 15 minutos, sempre a mexer.
2 – Espremer – Deite para dentro dum saco de pano fino, preso a um jarro. Deixe o líquido
filtrar-se através de do saco e, com luvas de borracha, esprema do saco para o jarro o mais
que puder do unguento.

3 – Envasilhar e Guardar – Rapidamente, coloque o unguento derretido em frascos


esterilizados, antes que solidifique no jarro. Ponha as tampas nos frascos, sem apertar.
Quando esfriar, aperte então as tampas, rotule e guarde.

Método actual:

1 – Ferver e Coar – Leve a macerar azeite e


planta numa proporção de 1 parte de planta para
5 partes de azeite, por 3 horas me banho-maria.
Após arrefecer, coe, filtre e reserve. Quando for
fazer o unguento, pese o líquido obtido e junte-
lhe de 5 a 10% de cera de abelha. Leve a banho
– maria até derreter.

3 – Envasilhar e Guardar – Rapidamente, coloque


o unguento derretido em frascos esterilizados,
antes que solidifique. Ponha as tampas nos
frascos, sem apertar. Quando esfriar, aperte
então as tampas, rotule e guarde.
(imagem: azeite macerado com morugem, tanchagem
e calêndula, com a cera de abelha (em placa) a derreter
em banho-maria)

17
Fazer pomadas
Trata-se de um processo em que se
combina óleo e gordura, e água,
numa emulsão. Mas, se acelerar o
processo, os ingredientes são
capazes de se separar. Ao contrário
dos unguentos, as pomadas
penetram e têm a vantagem de
serem refrescantes e calmantes
permitindo, contudo, que a pele
respire e transpire naturalmente. No
entanto, as pomadas podem-se
deteriorar depressa e é melhor
guardá-las em potes estanques e

(acima: Pomada de morugem)

escuros, no frigorífico – duram 3 meses. Pode-se adicionar a uma pomada pequenas


quantidades de outros ingredientes – tinturas, pós, óleos essenciais – antes ou depois de
colocar nos frascos. É também possível fazer pomadas com infusões, hidrolatos, e utilizando
óleos infundidos com plantas.

Método com óleos/azeite infuso: levar ao lume em banho-maria o azeite infuso (pode ser um
só ou uma mistura de vários óleos com varias plantas), na proporção de 70% de azeite
infuso, 20% de água destilada (ou algum liquido que seja benéfico para o fim da pomada,
p.ex. sumo de aloé para o caso de problemas de pele) e 10% de cera e abelha. No caso de
utilizar tinturas usar de 10 a 20% a ser deduzido da quantidade de liquido a usar.

Ex: pomada para dores reumáticas /100g total

70g de azeite de hipérico (ou harpago ou 35 g de hipérico mais 35 g de harpago) = 70%

20g de tintura de arnica= 20%

10g de cera de abelha= 10%

Derreter em banho-maria a cera com os azeites. Retirar do lume e mexendo, deitar a


tintura. Ir mexendo até arrefecer. Deitar ainda líquido ou semi sólido nos recipientes. Fechar
apenas depois de bem frio.

Exemplo prático

Pomada para dores reumáticas

1º parte:

Fazer as macerações em azeite das diversas plantas

Ingredientes:

a) Alfazema; camomila; alecrim; hipericão (erva de s. João): Álcool 96º e Azeite (ou
óleo de grainha de uva ou girassol) para os óleos macerados.
b) Outras plantas possíveis: arnica, casca de salgueiro,

Modo de fazer a maceração de azeite e plantas: 1 parte de plantas (secas) / 5 partes de


óleo/azeite

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Separe partes iguais de alfazema, camomila, alecrim e hipericão (erva de s. João). Pese o
total das plantas. Pese 5 vezes o peso das plantas em óleo de grainha de uva ou azeite,
reserve. Pique as plantas o mais que puder, pode usar a 123… (os ramos do hipericão são
duros e podem ser preciso martelar com um martelo de carne por exemplo). Coloque as
plantas moídas/esmagadas, num boião e deite álcool 96º até cobrir. Tampe e deixe ficar em
maceração por cerca de 24 horas. O álcool vai extrair alguns constituintes que não são
extraíveis com o óleo/azeite, e ao mesmo tempo “abrir” as paredes das células vegetais e
facilitar a extracção através do óleo/azeite.

Decorrido esse tempo, coloque numa panela ao azeite que reservou, deite as plantas com o
álcool lá dentro e leve a banho – maria muito brando, por 3 horas. O álcool evaporará (vai
ver “bolhinhas” e o azeite parece estar a “ferver”).

Atenção que a água do banho-maria não pode ferver, porque senão o azeite aquece demais!

Passadas as 3 foras, apague o lume, deixe arrefecer e depois coe/filtre utilizado coadores de
tecido (ou um pano de algodão). Deite o azeite macerado num frasco de vidro e guarde bem
tapado, num local fresco e abrigado da luz. Use conforme for precisando. Tem validade de 1
ano, sendo que as propriedades das ervas estão mais activas nos primeiros 6 meses.

Se preferir pode macerar cada erva em separado, sendo a proporção planta/azeite a mesma:

(planta seca): 1 parte de planta / 5 azeite

(planta fresca): 1 parte de planta / 2 a 3 partes de azeite

Pode usar apenas um tipo de óleo, ou mais do que um: azeite, grainha de uva, girassol,
sésamo (ou gergelim), são os mais utilizados.

O óleo de coco também pode ser usado mas não esqueça que abaixo dos 22ºC ele mantem-
se sólido, mas que acima dessa temperatura ele liquefaz-se. De resto tem uma série de
propriedades interessantes, o toque e a permanência na pele é suave e validade média
razoável, maior do que alguns dos óleos referidos anteriormente.

Ex.:

10g de cada planta (10+10+10+10= 40g)

40gX 5 = 250g de azeite

2ª parte: fazer a pomada

(Para um total de 100g de pomada)

Ex. 1:

Percentagens dos ingredientes:

Azeite macerado com plantas: de 85 a 90%

Cera de abelha: 10 a 15%

Óleos essenciais: até 2% do peso total de gordura/óleo

alfazema (L. officinalis ou L. angustifolia) e alecrim (Rosmarinus officinalis) em partes iguais


(50/50): (faça a mistura à parte num frasquinho de vidro e meça depois a quantia
necessária (2% do peso total de gordura/óleo), reservando o restante para posteriores
utilizações).

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Numa panela de inox ou esmaltada ou ainda pirex, colocada em banho-maria brando,
coloque:

90g do azeite macerado

10g de cera de abelha

Deixe derreter tudo. Quando estiver derretido, retire do lume Mexa para emulsionar bem.
Quando a temperatura baixar e começar a engrossar, deite os óleos essenciais, ( 2g de óleos
essenciais). Continue a mexer até engrossar mais. Deite em boiões esterilizados. Deixe
arrefecer bem antes de tapar. Etiquete para identificar e guarde longe de fontes de calor e
de luz.

Ex. nº2:

Caso tenha feito o azeite de hipericão à parte (separado das outras plantas); ou tenha
comprado feito (por ex. óleo de arnica, que também é bom para usar em pomadas para as
dores)

Numa panela de inox ou esmaltada ou ainda pirex, colocada em banho-maria brando,


coloque:

70 g do azeite macerado com camomila, alfazema e alecrim

20 g do azeite macerado com hipericão erva de s. João (ou óleo de arnica)

10g de cera de abelha

Deixe derreter tudo. Quando estiver derretido, retire do lume. Mexa para emulsionar bem.
Quando a temperatura baixar e começar a engrossar, deite os óleos essenciais (2g de óleos
essenciais). Continue a mexer até engrossar mais. Deite em boiões esterilizados. Deixe
arrefecer bem antes de tapar. Etiquete para identificar e guarde longe de fontes de calor e
de luz.

Ex.3:

Os exemplos acima, não têm fase aquosa (liquido como água, tintura ou similar), apenas
têm fase oleosa (gorduras e ceras); mas, como referido na oficina, podem adicionar até
cerca de 15 % de por ex. tintura de arnica, ou álcool canforado. Nos casos acima poderiam
acrescentar 10% ou seja 10g de tintura sem que a textura da pomada fique demasiado
alterada.

Ingredientes:

90g do azeite macerado

10g de cera de abelha

10g tintura de arnica

2g de óleos essenciais

Numa panela de inox ou esmaltada ou ainda pirex, colocada em banho-maria brando,


coloque:

Deixe derreter tudo. Quando estiver derretido, retire do lume e adicione 10g de tintura de
arnica. Mexa para emulsionar bem. Quando a temperatura baixar e começar a engrossar,
deite os óleos essenciais. Continue a mexer até engrossar mais. Deite em boiões

20
esterilizados. Deixe arrefecer bem antes de tapar. Etiquete para identificar e guarde longe de
fontes de calor e de luz.

Conservantes e anti-oxidantes:

“Conservantes são substâncias químicas também conhecidas como preservantes (tradução


adaptada do inglês), cuja função é inibir o crescimento de microorganismos no produto,
conservando-o livre de deteriorações causadas por bactérias, fungos e leveduras. Eles podem
ter atividade bacteriostática e/ou fungistática. Não é função do conservante compensar más
práticas de fabricação. Isto pode, inclusive, gerar microorganismos resistentes, porém mesmo
que o fabricante possa oferecer um produto isento de contaminações, o próprio consumidor
inadvertidamente pode adicionar uma certa carga microbiana durante o seu uso, tornando-se
necessário prover o produto de algum sistema eficiente de conservação” in… CONSERVANTES
UTILIZADOS EM COSMÉTICOS http://www.alvarinanunes.com/44.pdf

https://www.quimica.com.br/cosmeticos-formuladores-se-dividem-entre-antioxidantes-
naturais-ou-sinteticos/3/

http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/3290/Isabel_fontes.pdf?
sequence=1

https://www.aroma-zone.com/tous-nos-produits/ingredients-cosmetiques/conservateurs-et-anti-
oxydants.html?limit=48&mode=grid&q=home

https://www.aroma-zone.com/cms/sites/default/files/PDF/Comparatifs/
comparatif_conservateurs_aromazone.pdf

Conservação e armazenamento:

As pomadas e os unguentos sem adição de fase aquosa têm uma validade maior (a mesma
depende da própria validade dos restantes ingredientes, nomeadamente dos óleos/azeite)
que devem ser o mais novos possível para evitar uma degradação rápida do produto final),
assim como das condições de acondicionamento (material de embalagem e local de
armazenamento).
Devem ser embaladas em recipientes de vidro com tampa e mantidos longe de luz directa e
fontes de calor. O armazenamento deve ser feito em local seco e fresco sem luz solar directa
e longe de fontes de calor. Em geral não necessitam de frigorífico a não ser que as condições
do local não sejam as desejadas com muita exposição solar e temperaturas elevadas. Este
tipo de pomadas pode durar cerca de 6 meses, embora existam casos de maior durabilidade
(depende da qualidade dos ingredientes, das praticas de higiene e fabricação e das condições
de armazenamento).
Pode-se utilizar um pouco de Vitamina E como anti-oxidante do óleo/azeite, vai prevenir por
algum tempo a oxidação desse óleo, embora eventualmente ela aconteça.

As pomadas com adição de fase aquosa, precisam da adição de um conservante para evitar
o desenvolvimento de fungos e o aparecimento de bactérias. Por vezes, se se adicionam
tinturas e óleos essenciais, estes podem agir como conservantes, no entanto a validade é
sempre mais reduzida do que se se utilizar um conservante e, no caso de uso deste, a sua
actuação pode ser mais ou menos eficaz dependendo do tipo de conservante, sendo que os
conservantes naturais como o extracto de semente de toranja é muito menor do que a
eficácia de um conservante sintético. Podem optar pelo uso de um conservante sintético,
mas com certificação ecocert como o Cosgard, sendo que mesmo assim a sua actuação é
limitada.

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Algumas receitas e outros métodos tradicionais:

Óleos macerados com plantas que podem ser usados assim, ou em


cataplasma ou como ingredientes para pomadas e unguentos

plantas :
25g de tomilho
25g de alecrim
15 g de malva-flor
25g de casca de laranja seca
10g de hortelã-pimenta
 2 estrelas de anis
 = 150g de plantas secas
Pique as plantas.
Leve a lume muito brando e em banho -maria um recipiente com 750g de algum óleo (de
coco, ou amêndoas doces, ou azeite). Eu prefiro azeite, mas nem todas as pessoas apreciam
o seu aroma característico.
Mexa frequentemente com um colher de pau e deixe macerar ao lume por 2/3 horas.
Cuidado para não fritar!! !O lume tem que estar mesmo baixinho e verifique o nível da água
do Banho-Maria. Deixe repousar durante cerca de 12 horas antes de filtrar. Para filtrar use
um passador fino e um pano de algodão (tipo fralda de bebé em tecido, claro!)
Meça o óleo e junte quantidade igual de água de cal  (ver a receita anterior). Agite bem, os
dois líquidos vão misturar-se e emulsionar-se, ficando com a  aparência de uma loção.
Acondicione em garrafa ou frasco de vidro escuro e guarde em local seco e fresco.
Utilize de manha e/ou à noite após a sua higiene, massajando os pés.

Querendo pode adicionar óleos essenciais (na proporção de 1%,)


ex: de blend
1p de hortelã-pimenta
2p de limão
1p de alfazema
1p de manjericão
1p de tea tree
coloque os óleos essenciais num frasco de vidro de cor âmbar. Use conforme for precisando.

Azeite de Calêndula (Calendula oficinalis) –


Para a pele avermelhada e em queimaduras (inclusive solares) para acalmar as irritações das
crianças e para atenuar as rugas precoces.
Para fazer um unguento, adiciona-se de 5 a 10% de cera de abelha.

Calêndula (flores) -100 gramas


azeite-1 litro (1 l de azeite pesa cerca de 900g)
Tempo de maceração minimo:10 dias; preferência até 30 dias)

Óleo de Cenoura (Dancus carota)


Cenoura (raiz esmiuçada e desidratada) - 200 gramas
azeite-1 litro
Tempo de maceração:8 dias (até 30dias)
Uso: calmante, emoliente, para erupções da pele e queimaduras.

(é importante que a cenoura esteja desidratada, pois a presença de altos níveis de agua
farão com que fermente no azeite. Para a desidratar, corte-a em tiras ou rodelas e coloque-
as no desidratador de fruta. Não tendo o aparelho, coloque ao sol de 12 a 24 horas. Em
alternativa pode desidratar no forno em temperatura muito baixa e com a porta ligeiramente
aberta.)

Azeite de hipericão - erva de s. João (hypericum perforatum)


Mezinha tradicional utilizada para pequenas feridas e queimaduras (escaldões) e em
massagens para dores reumáticas.
Coloca-se num frasco de vidro de boca larga 100g de pontas de ramos floridos frescos em

22
250 g de azeite e deixa-se em maceração por 30 dias, agitando diariamente.
Filtre, espremendo bem as plantas e coloque em pequenos frascos de vidro, rolhados.
Querendo pode acrescentar entre 5-10% de cera de abelha. O método é o seguinte: pese a
quantidade de azeite de hipericão. Pese entre 5% do peso do azeite, de cera de abelha (se
quiser um unguento mais liquido de fácil aplicação) ou 10% caso prefira um unguento mais
grosso. Leve ao lume em banho-maria até derreter a cera, e depois junte o azeite, mexendo.
Retire do lume e continue a mexer até incorporar e arrefecer. Coloque em boião. Tape depois
de frio. Para uso externo. Analgésico local, anti-séptico e anti-inflamatório.

Fricções com óleo de camomila.


O óleo de camomila prepara-se aquecendo em banho-maria, durante 3 horas,
100g de capítulos em meio litro de azeite. Filtra-se o azeite e conserva-se numa garrafa.
Para fricções no lumbago, torcicolos, contusões e dores reumáticas. Também pode ser usada
na crosta láctea dos lactentes.
Se preferir pode fazer o método a frio e deixar dentro de um frasco por 30 dias, ao fim dos
quais filtra e engarrafa.

Óleo Medicinal à base de Arnica


100g. de flores secas de Arnica montana;
500g de azeite
Faça uma mistura com os dois ingredientes, coloque numa vasilha e leve ao fogo
em banho-maria, por 3 horas. Depois disso, coe e esprema bem o resíduo para
retirar todo o extracto. Recomenda-se usar o óleo ainda morno, nos casos de dores
reumáticas e musculares.

Outras pomadas e unguentos

Creme para assaduras

10g flores de camomila


20g Flores de alfazema
20g Flores de calêndula

250g óleo de grainha de uva ou azeite

de 5% a 10% do peso do óleo infuso obtido, de cera de abelha

Deverá macerar as plantas e o óleo de amêndoas ou azeite, deixando a macerar por 3 a 4


semanas, num recipiente de vidro com Tampa, em local escuro e seco. Mas pode acelerar
esse processo colocando em lume muito brando o óleo (azeite) com as plantas, por 2 a 3
horas.
Depois de macerado, filtrar a mistura por um passador fino ou um pano de algodão,
espremendo as plantas para extrair bem o óleo macerado.
Para fazer o creme:
Derreter a cera e aquecer o azeite e misturar bem. Adicionar 4 gotas de vit E e 4 gotas de
óleo essencial de alfazema.

Óleo de plantas para pele


20g de flores de calêndula
20g de folhas de plantago (tachagem)
Azeite para cobrir (ou na proporção de 1:5, usar 200g de azeite)
Cera de abelha: entre 5% a 10% do peso do óleo infuso obtido

Levar ao lume muito brando, em banho- maria as plantas com o azeite por 2 ou 3 horas.
Depois retire as plantas espremendo bem. Volte a colocar no lume e deite a cera para
derreter e mexa para misturar a cera.

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Um óleo/uma pomada de ervas hidratantes e tonificantes. (pés e pernas)
Leve a lume muito brando e em banho -maria um recipiente de vidro inquebrável 1/4 de litro
(250ml) de óleo de coco, ou amêndoas doces, ou azeite. Eu prefiro azeite, mas nem todas as
pessoas apreciam o seu aroma característico.
Junte as seguintes ervas secas e picadas:
15g de folhas de hamamélis
15g de folhas de calêndula
10g de folhas de hortelã-pimenta
10g de flores de alfazema

Mexa frequentemente com um colher de pau e deixe macerar ao lume por 2/3 horas.
Cuidado para não fritar!! !O lume tem que estar mesmo baixinho e verifique o nível da água
do Banho-Maria. Deixe repousar durante cerca de 12 horas antes de filtrar. Para filtrar use
um passador fino e um pano de algodão (tipo fralda de bebé em tecido, claro!)

Acondicione em garrafa ou frasco de vidro escuro e guarde em local seco e fresco.


Massaje as pernas sempre que necessário.

Se não quiser utilizar o lume e não tiver pressa, pode fazer este óleo de forma mais
"natural":

Com os mesmos ingredientes e quantidades, deite tudo num recipiente com tampa
hermética (os frascos para compotas são óptimos para isso) de preferência de vidro escuro e
guarde em local seco, fresco e escuro por 30 dias. Filtre ao fim desse tempo. Se não tiver
vidro escuro, enrole o recipiente em folha de alumínio ou papel.

Outras pessoas preferem recorrer aos elementos naturais e expõem o recipiente ao Sol, à
Lua, por 40 dias e 40 noites.

O acondicionamento e armazenamento são iguais ao primeiro método.

Se preferir pode adicionar cera de abelha (ou outra cera vegetal) e fazer um unguento, e
ainda acrescentar uma tintura de castanha da índia e fazer uma pomada.

Assim:

80% de óleo macerado

10% de cera

10% de tintura

Leve o óleo e a cera ao lume em banho-maria até a cera derreter. Retire do lume e vá
mexendo. Junte a tintura mexendo, até começar a solidificar. Deite em boião esterilizado
com álcool. Deixe arrefecer e tape. Use sempre que necessário.

Se quiser e isto é opcional, pode acrescentar algum óleo essencial com propriedades,
tonificantes e que activem a circulação sanguínea, na proporção de 1 a 2% do peso total das
gorduras usadas (cera incluída).

Ex: de alfazema: limão; cipreste; gerânio; menta

24
(Tenha atenção que os óleos essenciais dos citrinos são foto sensibilizantes e não deve
expor a pele ao sol nas próximas 24 horas; que os óleos essenciais das mentas e hortelãs
não são compatíveis com tratamentos de homeopatia)

Pomada SOS

Azeite macerado com morugem, tanchagem, camomila e calêndula (escolha o


método que preferir)

Cera de abelha

Óleos essenciais(0,5%), vitamina E ( de o,5 a 1%)

Duas versões/opções:

# 1: alfazema, tea tree, (partes iguais)

Numa panela de inox ou esmaltada ou ainda pirex, colocada em banho-maria brando,


coloque:

180g do azeite macerado

20g de cera de abelha

20g tintura de própolis

Deixe derreter tudo. Quando estiver derretido, retire do lume e adicione a vitmina E e a
tintura de própolis. Mexa para emulsionar bem. Quando a temperatura baixar e começar a
engrossar, deite os óleos essenciais (1g de óleos essenciais (alfazema e tea tree em partes
iguais). Continue a mexer até engrossar mais. Deite em boiões

#2: alfazema, semente de cenoura, palmarosa (2p alfazema, 1 parte semente


cenoura, 1 p palmarosa)

Numa panela de inox ou esmaltada ou ainda pirex, colocada em banho-maria brando,


coloque:

180g do azeite macerado

20g de cera de abelha

20g sumo de aloé

Deixe derreter tudo. Quando estiver derretido, retire do lume e adicione a vitamina E e o
sumo de aloé. Mexa para emulsionar bem. Quando a temperatura baixar e começar a
engrossar, deite os óleos essenciais1g de óleos essenciais (alfazema, semente de
cenoura, palmarosa (2p alfazema, 1 parte semente cenoura, 1 p palmarosa).
Continue a mexer até engrossar mais. Deite em boiões

Pomada de calêndula:

Pode usar azeite ou óleo de grainha de uva para macerar a calêndula, sendo que
com o óleo de grainha de uva, a pomada fica mais leve e semelhante a um bálsamo
(é um bálsamo!) e é mais suave e agradável de usar no rosto.

As proporções dos ingredientes são as básicas:

25
De 5 a 15% de cera de abelha (ou outra da sua preferência)

De 5 a 20% de um liquido (pode ser agua destilada, sumo de aloé ou uma água
flora (hidrolato) como a água de rosas (hidrolato de rosas), alfazema ou outro)

Óleos essenciais (opcional): de 0,5% a 1%

O resto será de óleo macerado e de conservantes e anti-oxidades se optar por usar

Pomada 1

80g do óleo de grainha de uva/ azeite macerado

10g de cera de abelha

Pomada 2

80g do óleo de grainha de uva/ azeite macerado

10g de cera de abelha

10g hidrolato de rosas (ou sumo de aloé)

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Anexos:
Algumas plantas medicinais em uso externo

Camomila (Matricaria chamomilla): É adstringente, anti-inflamatório, antialérgica, irritações


na gengiva, lavagem vaginal, tonifica a pele, clareia os cabelos. Usam-se as flores.

Trata-se aqui da Matricaria recutita, existem diversas outras espécies de plantas também
chamadas camomila que não devem ser confundidas.

Bardana (Articum lappa): É adstringente, anti-inflamatória, anti-microbiana, anti-séptica,


bactericida, calmante, cicatrizante, fungicida, abscessos, artrite. No tratamento do couro
cabeludo, caspa, seborreia, queda de cabelo. Cura feridas, auxilia várias doenças de pele,
hemorróidas e psoríase. Usa-se a raiz.

Milefólio ou milfólio (Achillea millefolium): É adstringente, analgésica, antibiótica, anti-


inflamatória, anti-microbiana, anti-séptica. Trata a acne e outras afecções da pele, é
cicatrizante. Quando utilizado como uma tintura de limpeza, o milefólio ajuda no tratamento
de eczemas. Gestantes e lactantes devem evitar o consumo. Evitar contacto com o sol se
passar na pele. Usam-se as flores e folhas.

Alecrim (Rosmarinus officinalis): É anti-séptico, contusões, dores reumáticas, tendinite e


dores e cãibras musculares, cicatrização de feridas. Usam-se folhas e flores.

Arnica (Arnica montana): Só uso externo! É analgésica, anti-inflamatória, trata as


contusões, distensões musculares, dores provenientes de várias causas (musculares,
articulares, reumáticas, de entorse, de contusões), entorse, hematoma, inflamações,
reumatismo, traumatismos. Não utilizar em feridas expostas, sem pele.Usam-se as flores.

Salgueiro branco (Salix Alba): anti-inflamatório para dores reumáticas e febre.É


antipirética, anti-inflamatório, analgésica, anti-reumática, anti-agregante, estimulante,
sudorífera. Precauções: Gestantes devem evitar o uso não utilizar na gravidez; Também não
deve ser consumido por pessoas que estejam sendo medicadas com antiagregante ou alergia
a aspirina. Usa-se a casca

Harpago ou Garra do Diabo (Harpagophytum procumbens) Como anti-inflamatório e


analgésico, Artrites e artroses; Reumatismo e todas as manifestações articulares dolorosas;
Entroses; Dores musculares. Usa-se a raiz

Alfazema (Lavandula officinalis/ angustifolia) Analgésica, anti-inflamatória, anti-séptica,


sedativa, antidepressiva, anti-microbiana, anti-reumática, cicatrizante, diurética,
hipotensiva, insecticida (repele insectos e cura picadas) sedativa, emenagogo tónico,
vermífugo e além de todas é calmante e equilibrante do sistema nervoso. Tem propriedades
aromáticas, desodorantes, refrescantes. Funciona como tônico capilar, limpa e amacia a pele
e auxilia na acne.

Morugem (Stellaria media): também conhecida como morugem-branca, morugem-


verdadeira, esparguta e morugem vulgar, erva-estrela
Adstringente, antibacteriano, anti-inflamatório, emoliente, vulnerário, anti-prurido
Refrescante e calmante para a pele.
Entre outras utilizações de uso interno, em uso externo é usado para alívio de todo o tipo de
irritação como eczema, feridas na boca e da pele em geral, picadas de urtigas, picadas de
insectos, psoríase, queimadura, úlceras, varizes, acne. Usa-se a planta toda

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Hipericão: Erva-de-são-joão (tb milfurada) (Hypericum perforatum) Usado para dores
reumáticas e artroses. Usado para problemas de pele e queimaduras ligeiras. Usam-se as
flores. Esta erva é também usada para neuralgia, fibroses, ciática, dores reumáticas e dor
muscular. É fototoxico, não deve expor à luz solar e UV (incluindo solários).

Calêndula ou maravilhas (calendula officinalis): É adstringente, analgésica, antialérgica,


antiespasmódica, anti-inflamatória, anti-séptica, anti-seborreico, antiviral, bactericida,
vulnerário, calmante, cicatrizante, regeneradora celular, emoliente, tonificante da pele. Trata
a acne, alergia, assaduras, eczema seborreico do couro cabeludo, herpes, aftas, gengivite,
fissuras nos seios, varizes, hemorróidas, Indicada para avermelhamento de pele,
queimaduras suaves de sol, dermatite, feridas, foliculite, frieiras, fungo, psoríase, clareia
manchas. Uso corrente em produtos para bebés e peles sensíveis Usam-se as flores.

Tanchagem (Platango major) Antibacteriana, adstringente, redutora da irritação, analgésica,


anti-inflamatória, cicatrizante, descongestionante, combate inflamações nos olhos, nas
gengivas, na garganta, nas amígdalas, na faringe. Auxilia no tratamento das hemorróidas,
acne, furúnculo, varizes, queimaduras, terçol. Infecções de pele, irritação na pele após
exposição solar prolongada e picadas de insecto. Cura feridas. O polén pode causar alergia.
Usam-se as folhas e o pedúnculo.

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Alguns óleos essenciais mais utilizados:
Alecrim – Rosmarinus officinalis L. – folhas e flores
Advertências: Evitar durante a gravidez, pressão alta
e epilepsia.
Emoções e mente: revigorante e estimulante. Massagem do corpo e rosto
Corpo: estimula a circulação, alivia as dores reumáticas e musculares, alivia
sintomas de constipações e gripes, diminui a congestão nasal, melhora a digestão, anti-
séptico, antifúngico e antibacteriano, acne, cabelos oleosos, diminui a caspa

Alfazema – Lavanda angustifolia/ Lavanda officinalis. – flores


Emoções e mente: sedativo e calmante, combate a insônia
Corpo: analgésico, antiespasmódico, dores musculares, dor de cabeça
(massaje delicadamente as têmporas), gripes e constipações, bronquite,
amigdalite, cortes, ferimentos, queimaduras leves, acne, eczema, picadas de
insectos

Camomila Romana – Chamaemelum nobile – flores


Camomila Alemã – Matricaria recutita - flores
Camomila Romana tem concentração maior de éster, Camomila Alemã
tem maior concentração de azuleno.
Emoções e mente: ansiedade, insónia, dores de cabeça, TPM
Corpo: alivia dores musculares, articulações inflamadas, cólicas intestinais,
digestão difícil, acne, eczema, psoríase, alergias, assaduras

Laranja – Citrus auranthium. – casca


Emoções e mente: Tónico geral, revigorante, ansiedade.
Corpo: antiespasmódica (alivia cólicas), indigestão, prisão de ventre,
adstringente suave, melhora a vitalidade da pele

Bergamota – Citrus bergamia – cascas


Emoções e mente: calmante, antidepressivo, diminui ansiedade e aflições
Corpo: cistite (banho com óleo diluído a 1%), acne, ferimentos, abcessos,

Hortelã pimenta – Mentha piperita – folhas


Advertências: use em diluições a 1%, incompatível com medicamentos homeopáticos. Uso
prolongado perturba o sono.
Emoções e mente: melhora atenção e alivia dores de cabeça
Corpo: descongestionante em resfriados (massagem ou inalação), digestivo, gases
intestinais, cólicas intestinais.

Eucalipto – Eucalyptus globulus. – folha


Advertências: usar em baixas diluições, não usar com medicamentos homeopáticos.

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Corpo: anti-séptico das vias respiratórias, expectorante

Tea Tree – Melaluca alternifolia. – folha


Advertências: em peles sensíveis usar baixas dosagens.
Composição química principal: terpineno, cineol, cimeno, pineno.
Corpo: amigdalite, tosse, congestão (inalação), cistite (banho de assento), Candida albicans
(banho de assento), acne (1 gota na espinha)

Manjerona – Origamum majorana. – folha


Advertências: usar em baixa diluição, não usar com medicamentos homeopáticos, não usar
na gravidez.
Composição química principal: metilcavicol, terpineol, eugenol, linalol
Emoções e mente: insónias, desgaste mental
Corpo: dores reumáticas, músculos tensos, fadiga muscular, resfriados, dor de cabeça,
bronquite, sinusite, cólicas menstruais

Gerânio – Pelargoium graveolens. – partes aéreas


Advertências: usar em baixa diluição
Composição química principal: geraniol, linalol, citronelol
Emoções e mente: antidepressivo, relaxante
Corpo: Candida albicans (banho de assento), acne

Rosa – Rosa centifolia / Rosa damascena. – flor


Emoções e mente: antidepressivo, melhora a atenção, bons sonhos
Corpo: ressaca, TPM, alergias na pele, anti-séptico, dor de cabeça, inflamação

Problemas vs óleos essenciais

· Varizes: hortelã-pimenta, alfazema, cipreste, gerânio


· Artrite, reumatismo, tendões inflamados: alfazema, alecrim, gengibre
· Dor muscular: eucalipto, camomila alemã, gengibre, manjerona, alecrim
· Verrugas e calosidades: cravo-da-índia
· Alergias de pele: camomila, alfazema, palmarosa
· Acne: bergamota, camomila romana, alfazema, cedro, tea tree, gerânio
· Cicatrização e queimaduras: alfazema, camomila
· Micoses e cândida: tea tree, cravo-da-índia, tomilho vermelho
· Cortes, pequenos fermentos, furúnculos: gerânio, alfazema, camomila, tea tree, cravo-da-
índia, alecrim
· Queimaduras pequenas: gerânio, camomila, alfazema, tea tree
· Picadas de insectos: camomila, alfazema, tea tree

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Links e informação

http://www.plantasecia.com.br/

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Plantas-Ervas-Medicinais-Nomes-
Populares.html

https://essentialoils.co.za/

https://www.aromaweb.com/
https://www.aroma-zone.com/info/guide-des-huiles-essentielles/tous
https://www.aroma-zone.com/info/precautions-dutilisation
https://www.aroma-zone.com/cms/sites/default/files/PDF/Comparatifs/
comparatif_conservateurs_aromazone.pdf

https://www.cantinhodasaromaticas.pt/
http://plena-natura.pt/
http://www.ervanariarosil.pt/
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