batalha, mas a missão ainda não tinha sido concluída. Elias, incansável, destruiu todos os profetas de baal, livrando o povo se suas influências pagãs. Mas somente isto não bastaria para por fim ao sofrimento de Israel. Andavam por aquelas terras, sobreviventes, animais magros, crianças que choravam o leite que suas mães não tinham mais para as alimentar. Os poços estavam já quase que totalmente secos, caminhava-se bastante por um cântaro de água. Muitos não resistiram à fome e a escassez, milhares faleceram. Terra árida, seca, nada crescia. Pois é assim, o pecado tem suas amargas consequências, e a tudo secava e consumia. Podia-se ouvir um lamento em Israel, um pedido, um clamor pelo antigo refrigério que descia do céu, no passado. As pessoas constantemente olhavam para o céu em busca de um sinal de esperança, e se perguntavam, será que é hoje? Será que ela vem? Chuva era sinal de benção, de prosperidade, mas a idolatria levou o povo de Deus à ruína e a miséria.
Há ruído de abundante chuva
E amanheceu aquele dia como os demais, céu azul, sol escaldante, solo
seco, sem vida. Enquanto muitos se desesperavam na sua dificuldade, Elias, profeta do Senhor, avisa ao rei Acabe, “já ouço um ruído de muita chuva”. Era a fé que o fazia crer no impossível. “Então disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque há ruído de uma abundante chuva.” 1 Reis 18:41 O profeta ainda não tinha parado, continuava na luta contra as forças do mal. Ele conhecia a necessidade do povo, e volta a subir ao cume do Carmelo para falar com Deus. Logo à frente do monte Carmelo estava o mar mediterrâneo, e Elias servo obediente, que havia passado por tantas intempéries da vida, fugindo e se escondendo, contando com o livramento de Deus para não ser morto. Agora ele chega até aquele ponto, com seu coração quebrantado, vindo do ápice de uma batalha que durava já quase quatro anos. Porém ele tinha fé, e sabia que o Senhor estava prestes a acabar com aquele sofrimento, e que o basta de Deus estava determinado. Ainda que o sol e céu não dessem a mínima aparência de que algo iria mudar, ainda que as circunstâncias daquele dia em nada indicassem melhora. Ainda assim, Elias creu no Senhor e nas suas palavras. E ele em sua humildade, se inclina sobre si mesmo e ora ao eterno e único Deus. “mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e pôs o seu rosto entre os seus joelhos.” 1 Reis 18:42 Eu vejo uma pequena nuvem O profeta chama a seu servo, e o manda ir mais adiante, de onde pudesse ver o mediterrâneo. E ele foi, e ao longe, contemplava o horizonte, onde céu e mar pareciam se unir em um contínuo e límpido azul. Nenhuma nuvem, nenhum sinal de chuva. Mas Elias sabia que tudo aconteceria no tempo de Deus, era necessário fé e insistência. Por isso ele volta a orar e ordena que seu servo retornasse a olhar o céu por sete vezes. “E disse ao seu servo: Sobe agora, e olha para o lado do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então disse ele: Volta lá sete vezes.” 1 Reis 18:43 A notícia que Elias recebe de seu servo demanda fé. A nuvem avistada subindo do mar era pequena, “como a mão de um homem”, mas este era o sinal do início da manifestação de Deus à oração do seu profeta. Pela meteorologia, uma nuvem do tamanho da mão de um homem nada podia representar em termos de mudança climática. Porém Elias já enxergava uma grande e abundante chuva, que encheria os poços, e regaria toda terra, trazendo alívio, crescimento das sementes e fartura e prosperidade ao povo de Deus. E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça. 1 Reis 18:44 Gradualmente aquela pequena nuvem se fortaleceu, se multiplicou e encheu o céu. A chuva de bençãos voltava a se derramar sobre Israel. Quanta alegria, muitos ajoelhados choravam e agradeciam! Deus não havia abandonado o seu povo. Nasce um novo cântico de louvor na boca dos israelitas, a vida voltava a brotar na terra prometida, era a chuva do Senhor, a chuva de bençãos finalmente chegou! Multidões saem as ruas pulando e salmodiando em meio ao aguaceiro e chuvarada de Deus! “E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro, e foi para Jizreel.” 1 Reis 18:45 Muitas vezes queremos ver uma manifestação imediata de Deus na nossa vida, mas até com o profeta Elias o milagre aconteceu de forma gradual. Ele teve que orar e insistir, e quando foi atendido, viu apenas um sinal, uma nuvem com a mão de um homem. A fé de Elias é que o fazia já sentir que o temporal, a chuvarada de Deus se aproximava.