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AA5 Geopolítica

UD V: Áreas Internacionais de Interesse (América do Norte e Central)

possíveis questões (!!!): 2 critérios de subdivisão regional; características gerais; 3 motivos dos
focos de tensão na América Anglo-Saxônica (terrorismo, xenofobia, drogas); desconcentração
industrial; relação das intervenções militares dos EUA na América Latina com a Teoria do Poder
Marítimo; 6 fatores que diferem a imigração Mexicana das demais; hispanização de Miami x
Califórnia; Canal do Panamá;

 Há dois Critérios de Subdivisão Regional (!!!):


(1) Critério Físico ou Geográfico:
→ divide a região em:
- América do Norte; Ístmica ou Continental
- América Central, que se divide, ainda, em:

Insular Grandes Antilhas

Pequenas Antilhas
(2) Critério Socioeconômico:
→ divide a região em:
América Anglo-Saxônica (EUA e Canadá);
América Latina (México e América Central);

assunto 1: América Anglo-Saxônica (EUA e Canadá)

 Fator Fisiográfico:
→ países de grande extensão territorial e bioceânicos (limitação ao norte por conta do clima
inóspito e do permafrost);
→ controle das estratégicas rotas polares;
→ grande reservas energéticas (petróleo, gás natural, xisto, areias betuminosas e carvão mineral) e
de minerais metálicos (minério de ferro, alumínio, prata, zinco, estanho, ouro, cobre e chumbo);
→ solos de elevada fertilidade natural nas Grandes Planícies, aliado à especialização produtiva
(Belts), generosos subsídios, elevados investimentos em tecnologia e eficientes meios de
transporte multimodais permitem aos dois países exercerem o “Green Power”;
→ grande potencial hidrelétrico;
→ instabilidade tectônica (costa oeste dos EUA);

 Fator Psicossocial:
→ países com elevado IDH;
→ rede e hierarquia urbana plenamente desenvolvidas (Megalópoles de Bos-Wash, San-San e Chi-
Pitt);
→ principais “Cidades Mundiais” (Nova Iorque e Los Angeles), que concentram as sedes das
maiores empresas transnacionais e funcionam como CGT (Centro de Gestão do Território);
→ renomadas universidades e centros de pesquisa;
→ grande fluxo de imigrantes (latinos e asiáticos) = tensões sociais e xenofobia;
→ EUA é um dos países de maior atração de imigrantes no mundo (entre 1850 e 2008 receberam 72
milhões de pessoas);
→ retorno das questões raciais nos EUA;
→ sérios problemas relacionados ao tráfico internacional de drogas;
→ core (!!!): 3 motivos / focos de tensão = imigração, xenofobia (questões raciais, sociais) e
tráfico ilícito de drogas;

 Fator Político:
→ Canadá é membro do Commomwealth (Comunidade Britânica das Nações);
→ atritos crescentes EUA x México e América Central por conta da ampliação do muro (Gov
Trump), do endurecimento no controle da imigração e realização de deportações (Gov Trump e
Biden), além de críticas sistemáticas ao NAFTA e ao livre comércio;
→ EUA têm capacidade de influenciar e interferir nos assuntos internos de vários países
(Oriente Médio, América Latina);
→ guerra comercial EUA x China (diferença grande nos saldos das balanças comerciais);
→ a histórica reaproximação entre EUA e Cuba, iniciada no Gov Obama, sofreu retrocessos na
Adm Trump; nos 5 primeiros meses de Gov Biden, não foram suspensas nenhuma das 243 medidas
tomadas por Trump para intensificar o boicote contra Havana, tampouco a Ilha foi retirada da lista
americana de patrocinadores do terrorismo;

 Fator Econômico:
→ grande integração entre as economias do Canadá e EUA;
→ integrantes do G7;
→ EUA: forte concorrência com a China = persistentes déficits na balança comercial e
acusação de manipulação do câmbio por parte de Pequim = EUA acusam a China de modificar o
valor da moeda para os produtos ganharem mais valor de mercado e de espionagem;
→ tratativas no sentido de costurar um acordo comercial com a União Europeia (busca acordos
para minimixar essa diferença no saldo das balanças);
→ perfil das exportações brasileiras: EUA perdendo poder na América do Sul em relação à
China e UE = EUA foram o destino de exportações mais afetado entre os parceiros comerciais do
Brasil em 2020;
→ grande assimetria com o México e demais países centro-americanos, o que dificulta a
integração econômica; NAFTA e CAFTA-DR (República Dominicana) = trocas desiguais;
→ excelente infraestrutura de transportes permite baratear o preço do frete e concorrer em
condições extremamente vantajosas no mercado internacional;
→ desconcentração industrial (!!!): tecnopolos na Costa Oeste (Vale do Silício e estado de
Washington), no Golfo do México (Houston e San Antonio) e na Costa Leste (Boston) =
desconcentração aconteceu a partir de 1950, devido à Ameaça Soiética (Guerra Fria) = evitar
concentrar tudo em um mesmo local;
→ Costa Oesta favorecida pelo comércio com o Pacífico = comercializar com os países do outro
lado;

assunto 2: México e América Central

 Fator Fisiográfico:
→ México é o único país de grandes dimensões territoriais; os demais são relativamente pequenos;
→ na faixa continental, apenas El Salvador e Belize não são bioceânicos = grande vantagem
geopolítica;
→ região de ocorrência de eventos extremos, como vulcanismo e furacões;
→ expressivas reservas de petróleo, carvão mineral, cobre, zinco e bauxita;
→ clima tropical permite a cultura de frutas e café (áreas templadas);
→ proximidade com os países do NAFTA e da América do Sul, além de ser estratégica para a
ligação das costas norte-americanas (Canal do Panamá – Teoria do Poder Marítimo !!!);
 Fator Psicossocial:
→ elevada porcentagem de índios, mestiços e afrodescendentes;
→ os países centro-americanos apresentam indicadores sociais típicos do subdesenvolvimento:
analfabetismo, desnutrição, mortalidade infantil, baixa expectativa de vida, grandes desigualdades
sociais e regionais, deficiências no saneamento básico, coleta e tratamento de lixo, IDH baixo e
exploração do trabalho infantil;
→a América Central é caracterizada como uma região de emigração (EUA e o Canadá principais
destinos dos fluxos migratórios); êxodo rural é igualmente intenso;
→ maiores concentrações populacionais nos países ístmicos = porção central e na fachada do
Pacífico; nas Antilhas = portos e polos de turismo;

 Fator Político:
→ frágeis democracias em fase de consolidação (focos de permanente instabilidade);
→ incertezas quanto aos rumos da abertura que vem sendo implementada no sistema socialista em
Cuba;
→ interferência e forte influência norte-americana (boicote em desfavor de Cuba e intervenções
militares em diversos países: Granada, Panamá, Haiti, República Dominicana, El Salvador e
Nicarágua);

→ core (!!!): as intervenções militares dos EUA na América Latina estão relacionadas com a
Teoria do Poder Marítimo de Mahan;
→ problemas de fronteira:
(1) Costa Rica x Nicarágua: direitos de navegação no Rio San Juan;
(2) Guatemala x Belize: não reconhecimento da independência belizenha;
(3) El Salvador x Honduras x Nicarágua: disputa em relação ao mar territorial no Golfo de Fonseca;
 Fator Econômico:
→ economia fortemente dependente da exportação de “commodities” agrícolas (frutas, cana-de-
açúcar, tabaco e café) e minerais (petróleo, gás natural e bauxita);
→ a remessa de dinheiro dos expatriados representa importante fonte de recursos para esses países;
→ as “maquilas” empregam boa parcela da PEA, com predomínio das têxteis na América Central e
as de maior valor agregado no México (eletroeletrônicos, automobilísticas e eletrodomésticos);
→ participantes do NAFTA/CAFTA-DR sofrem fortes impactos em suas estruturas produtivas;
→ existência de “plantations” e consequente concentração fundiária;
→ expressiva participação do turismo no PIB regional (Caribe);
→ paraísos Fiscais movimentam vultosas quantias (Ilhas Virgens Britânicas, Bahamas, Ilhas
Cayman, Aruba);
→ crescente presença chinesa na região;

Texto 1: O Desafio Hispânico

→ Hungtinton tem uma visão totalmente conservadora, de um americano convencional = branco,


anglo-saxão, protestante;
→ principal temor de Hungtinton: devido ao grande fluxo de imigrantes, os EUA serem
divididos em 2 culturas, 2 povos, 2 línguas, perdendo sua identidade e a cultura hispânica se
tornar dominante;
→ autor diz que atualmente a identidade dos Estados Unidos é definida em termos de cultura e
de credo; e que alguns dos principais elementos dessa cultura são a língua inglesa, o cristianismo, o
compromisso com a religião, os valores protestantes dissidentes do individualismo, da ética de
trabalho e da crença de que os humanos têm a capacidade e o dever de tentar criar um paraíso na
terra;
→ principais benefícios da interrupção do fluxo migratório de hispânicos pros EUA:
(1) aumentariam os salários dos cidadãos americanos de baixa renda;
(2) cessariam os debates acerca do uso do espanhol e de se o inglês deve ser a língua oficial dos
governos estaduais e federal;
(3) o nível médio de educação e de qualificação dos imigrantes que continuassem a chegar atingiria
seu ponto mais alto em toda a história dos Estados Unidos;
(4) o fluxo de imigrantes se tornaria mais uma vez altamente diversificado, criando um incentivo
maior para que todos os imigrantes aprendessem inglês e absorvessem a cultura dos Estados
Unidos;
(5) desapareceria a possibilidade de uma cisão de fato entre um Estados Unidos de língua
predominantemente espanhola e um Estados Unidos de língua inglesa, e, com ela,
desapareceria também uma enorme ameaça em potencial à integridade cultural e política do país;
→ a imigração mexicana difere das imigrações anteriores e da maior parte das outras
imigrações contemporâneas devido a uma combinação de 6 fatores (!!!): CONTIGUIDADE,
ESCALA, ILEGALIDADE, CONCENTRAÇÃO REGIONAL, PERSISTÊNCIA E
PRESENÇA HISTÓRICA (vai cair tanto na AA como na AC);
(1) CONTIGUIDADE: proximidade, vizinhança; ela permite que os imigrantes mexicanos
permaneçam em contato próximo com suas famílias, seus amigos e suas localidades de origem
no México, de uma forma que nenhum outro imigrante foi capaz de fazer; não existe outra região no
mundo em que haja uma faixa de fronteira tão extensa que separa 2 países tão diferentes;
(2) ESCALA: saldo gigantesco de imigrantes mexicanos nos EUA; a imigração mexicana vem
aumentando constantemente desde 1965; estima-se que os hispânicos possam vir a constituir até
25% da população americana até 2050;
(3) ILEGALIDADE: refere-se ao número absurdo (maioria) de imigrantes ilegais nos EUA,
principalmente mexicanos;
(4) CONCENTRAÇÃO REGIONAL: os hispânicos estão concentrados no Sudoeste dos EUA,
principalmente pelo fato da proximidade e consequente fácil acesso ao seu país de origem; o autor
relaciona a dispersão / concentração com a assimilação da cultura = quanto mais
concentrados, mais difícil a assimilação;
(5) PERSISTÊNCIA: o fluxo imigratório atual não mostra sinais de diminuição, e é provável
que perdurem as condições que criam a predominância mexicana nesse fluxo, a menos que haja
uma grande guerra ou recessão; a longo prazo, a imigração mexicana pode diminuir quando o
bem-estar econômico do México se aproximar ao dos EUA;
(6) PRESENÇA HISTÓRICA: devido a fatos históricos, os mexicanos acreditam que o
território americano pertence a eles também; acham que estão pisando em solo mexicano;
sentimento de pertencimento;

→ influência hispânica em Miami: Miami é a mais hispânica das grandes cidades; a invasão
cubana teve consequências enormes pra cidade = elite e classe empresarial cubana, fugindo da
ditadura de Fidel Castro, migraram pra Miami e deram início a um drástico desenvolvimento
econômico (impossibilitados de enviar dinheiro para casa, eles investiram na cidade); assim, Miami
se tornou uma cidade hispânica liderada pelos cubanos, que fizeram dela um enclave, com sua
própria cultura e sua própria economia, onde a assimilação e a americanização são
desnecessárias e, até certo ponto, indesejáveis; o espanhol passou a ser a língua falada na maior
parte dos lares, como também se tornou língua principal do comércio, dos negócios e da
política; “Em Miami não existe pressão para se tornar americano” = chegou ao ponto de os
próprios americanos se sentirem marginalizados e começarem a deixar a cidade;

→ hispanização em Miami x Sudoeste Americano (!!!):

Os processos são diferentes em diversos aspectos:


Califórnia Miami
Fluxo Contínuo Fluxo Intermitente
Classe baixa Classes média e alta
Mantêm os laços com o governo mexicano (até Repulsa ao seu governo de origem; não queria
mesmo porque muitos de seus parentes proximidade com o Governo de Fidel Castro
permanecem no México)
Lenta, ininterrupta e conduzida por fatores Rápida, explícita e conduzida por fatores
políticos econômicos

Texto 2: O Racista Mascarado

→ texto em oposição ao texto 1; apresenta o lado dos hispânicos;


→ diz os imigrantes hispânicos “mais dão do que recebem” dos EUA, e que desejam fazer parte da
nação norte americana, que trazem benefícios, geram riquezas, exercem a mão de obra mais
humilde que os americanos não querem exercer, etc;
→ enxerga o fato de um país ser bilíngue como positivo;

Texto 3: A febre dos canais na América Central

→ além do Canal, o Panamá dispõe de seis portos, uma ferrovia, uma via rápida e, com Colón,
da mais vasta zona de livre-comércio do mundo depois de Hong Kong, tornando o país
extremamente atraente do ponto de vista logístico (“mais do que um corredor, esse canal está se
tornando um grande cruzamento logístico”);
→ principais empreendimentos alternativos ao Canal do Panamá (todos financiados pela China):
(1) El Salvador, Honduras e Costa Rica evocaram em 2011 vias de passagem em seus territórios;
(2) Guatemala criou um órgão, o Corredor Interoceânico Guatemalteco (CIG), que prevê religar
dois portos a serem construídos;
(3) Colômbia: redes de transporte terrestres intensificadas; inconveniente: uma carga de 10 mil
contêineres equivale a dezoito trens ou 5,8 mil caminhões (seria preciso diversos quilômetros de
trens para descarregar um único cargueiro);
(4) Nicarágua: principal projeto; visa ultrapassar em capacidade o Canal do Panamá;
inconvenientes: consequências ecológicas, como a destruição de 400 mil hectares de terras úmidas
e a salinização do Lago Cocibolca, principal reserva de água doce da América Central;
→ por que a China é a maior interessada na construção de uma passagem alternativa? = sonho
chinês de controlar um corredor estratégico pelo qual passaria a maior parte das exportações do país
pras Américas = na teoria, os EUA “devolveram” o Canal do Panamá, mas na prática ainda o
controla = Estados Unidos dominam seu tráfego, e os navios que carregam a bandeira norte-
americana se beneficiam ali de uma prioridade de passagem, o que pode retardar sensivelmente
os outros cargueiros;
UDII – GEOPOLÍTICA

I. Levantamento Geográfico de Área (LGA): Método que tem como objetivo


realizar a avaliação do poder nacional de um país ou do poder de determinada região, por
meio de seus principais indicadores (expressão, fatores ou também campo do poder):
A. Fisiográfico: relacionado a geografia do território. Ex.: condições
meteorológicas e do terreno, vegetação, acesso ao mar.
B. Psicossocial: peculiaridades da população da área. Ex.: IDH, saúde,
educação, saneamento básico.
C. Político: constituição e estrutura do Estado, governo e instituições
daquela sociedade. Ex.: divisão dos estados, constituição das FA.
D. Econômico: dados essenciais referentes à administração e à economia da
área estudada. Ex.: PIB, atividade industrial, rede de transporte.

II. Poder Nacional: capacidade dos homens e meios da nação, em conformidade


com a vontade nacional de alcançar e manter os objetivos nacionais:
A. Objetivos permanentes: representam os interesses vitais da nação, que
perduram ao longo do tempo:
1. Democracia
2. Integração nacional
3. Integridade do patrimônio nacional
4. Paz social
5. Progresso
6. Soberania
B. Objetivos atuais: objetivos intermediários na busca dos objetivos
permanentes, considerando a capacidade do poder nacional. Atendem a situações
conjunturais e perduram por mais de um governo. Ex.: Combate à corrupção.

III. Fases do LGA:

1ª Fase - Determinação da área: delimitação da área de interesse a ser estudada.

2ª Fase - Análise dos fatores: pesquisa e seleção dos dados (aspectos) disponíveis
referentes a cada fator que tenha influência sobre a área estudada.
3ª Fase - Apreciação: se divide em duas subfases.
1ª Subfase - Determinação da influência dos aspectos: influência que
cada um dos aspectos considerados na análise dos fatores tem sobre o
poder nacional da área em estudo (se são favoráveis ou desfavoráveis ao
poder nacional).
2ª Subfase - Conclusão parcial: elaboração de uma conclusão parcial
sobre cada fator, indicando os seus aspectos favoráveis e desfavoráveis ao
desenvolvimento do Poder da área.

OBS.: A 1ª Subfase vai avaliar cada aspecto separadamente, classificando como


favorável ou desfavorável. A 2ª Subfase vai avaliar o fator em si, dizendo se ele é
favorável ao poder nacional, indicando, dentro dessa conclusão, os aspectos que foram
considerados favoráveis e os que foram considerados desfavoráveis.

4ª Fase - Conclusão: conclusão final a respeito do poder nacional da área


estudada, sintetizando e integrando as apreciações relativas aos fatores
pesquisados. Ou seja, é a conclusão sobre o todo, considerando a conclusão
parcial de cada fator feita na apreciação, chegando a um resultado sobre o poder
nacional.
AA1 Geopolítica

Fundamentos Iniciais:

 Friedrich Ratzel (alemão):


→ primeiro a definir os princípios da geopolítica; porém não chegou a apresentar um conceito
que a definisse;
→ suas ideias foram base para a criação da ciência geopolítica = precursor;
→ “o crescimento do estado é caracterizado pelo crescimento de seu espaço físico em relação
ao território original”;
→ o Estado é um organismo vivo;
→ espaço é poder;

 Rudolf Kjëlén (sueco):


→ inspirado por Ratzel, criou o termo “geopolítica”;
→ analisou o fenômeno do estado por meio de processo científico = fez a geopolítica passar à
categoria de ciência aplicada;
→ sistematizou o estudo do estado sob perspectiva global;
→ Estado é um ser vivo, organicamente unido ao solo e em luta constante por maior espaço;
→ a posse de um grande território era o maior símbolo de poder;
→ 3 postulados:
1) ESTADOS FORTES: dilatar seus territórios (colonização, união ou conquista);
2) ESTADOS PEQUENOS: periferia, áreas marginais ou desaparecimento;
3) quanto mais o mundo se organiza, mais os estados grandes fazem sentir sua influência;
quanto mais se desenvolvem, menor a importância dos pequenos;

 Conceito de Geopolítica: há muitos conceitos; ideia principal = arte de aplicar a política


nos espaços geográficos;

Conceitos Geográficos Fundamentais


(ler apêndice A da nota de aula = página 40):

 Espaço Geográfico:
→ principal conceito = é dele que surgem os demais conceitos (território, rede, região..);
→ substrato físico (e virtual) natural ou artificial, onde se dá a relação homem-meio;
→ nele ocorrem as relações sociais e a interação da socidade com a natureza;

 Território:
→ é um espaço definido e delimitado a partir de relações de poder, dominação e apropriação
que nele se instalam;

 Rede:
→ conjunto de locais da superfície terrestre conectados ou interligados entre si;
→ essas conexões podem ser materiais, digitais e culturais, além de envolver o fluxo de
informações, mercadorias, conhecimentos, valores culturais, morais, etc;
→ a rede viabiliza as estratégias de comunicação e circulação = muito importante pro mundo
atual;
→ são capazes de gerar ordem e desordem no sistema;
→ sua articulação se dá por meio de nós;
→ é dependente da tecnologia;
→ exemplos: rede mundial de computadores, redes de transporte, digitais, urbanas;
 Região:
→ parte do espaço que apresente uma ou um conjunto de características comuns =
características próprias e particulares que a diferenciam das demais;
→ conjuntos ou parcelas do território que possuem alguma identidade (física, política, cultural,
econômica);

 Escala:
→ estratégia de apreensão da realidade (cartografia) = dá visibilidade ao objeto da pesquisa;
→ lembrar que quando o tamanho muda, a representação também muda;

Escolas de Pensamento Geopolítico

 Determinista (influência do meio na natureza humana):


→ alemã;
→ Ratzel e Kjëllèn;
→ conhecida como Escola do Fatalismo Geográfico;
→ diz que o ambiente físico exerce grande influência na vida humana e dos estados;
→ “o homem é produto do meio”;
→ as características, as atividades e o destino dos homens e dos estados estariam vinculados à
localização, extensão, altitude, fronteiras e outros aspectos geográficos dos territórios = países
pequenos nunca seriam potências;

 Possibilista:
→ francesa;
→ Paul Vidal De La Blache;
→ não aceita a visão do fatalismo geográfico (escola determinista):
→ diz que o ambiente físico é um fornecedor de possibilidades = o meio tem sim influência
porém o homem tem capacidade de escolher, mudar;
→ homem é o principal agente demográfico = ele escolhe seu destino e o estado estabelece as
ações a serem adotadas;
→ “a natureza propõe e o homem dispões”;
→ não aceita que a existência de um estado se baseie na luta por território = pequenos estados
têm sobrevivido ao longo da história;

 Integralizada:
→ mais recente;
→ John Spykman e Alexander Seversky;
→ posição intermediária entre as escolas determinista e possibilista;
→ a geopolítica deve levar em conta não só o homem, o território e as águas, mas também o
espaço aéreo e o progresso científico tecnológico, pois possuem capacidade de interferir na
equação do poder;
→ “o possibilismo age, mas não raro, em função de um determinismo”;
→ “a natureza impõe e o homem dispõe”;

Teorias Geopolíticas – Clássicas (lembrar que teoria NÃO é escola de pensamento):

 Teoria do Poder Marítimo (1890):


→ Almirante Mahan (americano):
→ concebeu um poder mundial baseado no domínio dos mares;
→ poder marítimo ≠ poder naval, pois inclui não só o potenciam militar, mas também o
comércio e a navegação pacífica;
→ poder marítimo = dividido em poder naval (poder de guerra, capacidade de estar em combate
no mar) e poder mercantil (poder, capacidade de comércio marítimo);
→ essa teoria inspirou a construção de um cenário desejável para os EUA: formação de um
respeitável Poder Marítimo, presente em todos os mares do mundo, com pontos de apoio em todos
os continentes para comércio e bases para sua Armada e para explorar as riquezas do mundo;
→ poder marítimo é o todo = quem detiver o poder maritimo é que vai controlar o mundo;

 Teoria do Poder Terrestre (1904):


→ Mackinder (inglês);
→ ao analisar o Mapa Mundi, constatou que 2/3 das terras emersas do Planeta correspondiam aos
continentes da Europa, Ásia e África = estes formavam um único e grande continente, no qual
constatou que estavam concentrados cerca de 85% da população mundial = chamou esse conjunto
de “Ilha do Mundo”;
→ no interior da “Ilha do Mundo”, numa área central (Europa Oriental e uma porção contígua da
Ásia), destacou o que de início chamou de “Área Pivô” e que depois recebeu o nome de
“Heartland” = ali, supostamente, estaria instalado o Poder Terrestre;
→ dedução de Mackinder =
- quem governar a Europa Oriental comandará o “Heartland”
- quem governar o “Heartland” comandará a “Ilha do Mundo”;
- quem governar a “Ilha do Mundo” comandará o Mundo;
→ segundo Mackinder, o Poder Terrestre, no “Heartland”, teria a facilidade de se expandir na
direção dos países posicionados nas extremidades costeiras, região denominada “Crescente
Interior ou Marginal” (extremidades costeiras da Eurásia);
→ o Poder Terrestre, associado às extremidades do Crescente Interior, que possui grande
potencial de Poder Marítimo, estaria assegurando o domínio do mundo, já que, a partir daí,
poderia partir para a conquista do que chamou de “Crescente Exterior ou Insular” (Américas, a
Austrália e demais partes restantes do mundo);

 Teoria do Poder Aéreo (1921 e 1942):


→ Douhet (italiano) e Seversky (russo);
→ Douhet = em 1921 passou a a difundir a ideia do emprego do avião como uma arma
estratégica e independente, e não somente como uma arma tática para auxiliar o Exército e a
Marinha;
→ previu a importância que o domínio do ar passaria a ter no campo de batalha = viu que uma
linha de frente fortificada já não era mais capaz de proteger o interior, tornando-o vulnerável à arma
aérea (“bombardeio estratégico”);
→ Seversky = em sua obra “A Vitória pela Força Aérea”, destacou o Poder Aéreo como um
poderoso instrumento da Política de Segurança Nacional norte-americana;
→ “a guerra aérea transoceânica, inter-hemisférica é não somente possível, mas inevitável”;
→ dividiu o mundo em duas grandes áreas de domínio aéreo:
- Área de domínio aéreo americano: continente americano (exceto pequena porção ao sul),
Europa, porção norte da África e grande parte da Ásia;
- Área de domínio aéreo russo: Europa, Ásia, quase totalidade da África e América do
Norte;
- e uma Área de Decisão: praticamente todo o hemisfério norte (Seversky dizia que para
manter-se a segurança dos EUA, era necessário manter o predomínio aéreo dessa área);
 Teoria das Fímbrias ou do Rimland (1942):
→ Spykman = pensou mas não pôs em prática;
→ surge a partir do poder terrestre;
→ objetivo: limitar a expansão do poder de quem controla o “Heartland”;
→ Spykman visualizou que a única defesa possível contra aquele que dominasse o “Heartland”
seria a ocupação das bordas da “Eurásia”, ou seja, as “fímbrias” (bordas da area pivô), que ele
batizou de “Rimland”;
→ Geoestratégia da Contenção (ATENÇÃO: não é uma teoria = é a forma pratica que Kennan
achou pra executar a teoria de Spykman): George Kennan – 1947;
→ a fim de por em prática a ocupação das “fímbrias”, Kennan desenvolveu a chamada
“Geoestratégia da Contenção”, que foi utilizada pelo Ocidente durante todo o período da “Guerra
Fria”, com o objetivo de impedir a expansão do comunismo;
→a Geoestratégia da Contenção se materializa efetivamente por meio do estabelecimento dos
seguintes tratados:
OTAN: ocupando as fímbrias do W europeu (Bélgica);
OTCEN: ocupando as fímbrias do Centro-Sul da Eurásia (Irã);
OTASE: ocupando as fímbrias do SE da Ásia (Tailândia);
 Teoria do Poder Perceptível (1975):
→ Ray Cline (americano);
→ “Poder Perceptível” = capacidade de um Estado de fazer a guerra e/ou de impor sua vontade
no contexto político e econômico mundial;
→ nessa época havia uma preocupação de prever com a devida antecedência o surgimento de
possíveis potências no séc. XXI, isto é, Estados dispostos a participar da disputa pelo poder
mundial;
→ olhar especial às Nações Emergentes;
→ Ray Cline pretendeu mensurar a “quantidade de poder” de um Estado, por meio de valores
objetivos e subjetivos, conforme uma fórmula (considera fatores como população, território,
capacidade econômica, capacidade militar, vontade da política nacional, objetivo estratégico);

Teorias Geopolíticas Novas

 Surgimento de novas teorias:


→ queda do Muro de Berlim (1989);
→ desagregação da URSS (1991);
→ esses eventos históricos, que materializaram uma grande derrota para o expansionismo
comunista, provocaram um intenso debate especulativo a respeito das consequências político-
econômicas para o mundo;
→ unipolaridade ou multipolaridade?
→ nações emergentes;
→ com o fim do conflito “Leste–Oeste”, surgem os mais variados cenários sobre o futuro no
mundo;

 Teoria dos Limes (1991):


→ Rufin (francês);
→ divide o mundo em norte e sul;
→ opositora da “Teoria das Pan-Regiões”;
→ o fim da Bipolaridade traria um aumento no enfrentamento Norte-Sul = os Estados ricos do
Norte não mais necessitam ajudar os Estados pobres do Sul, priorizando tratar dos seus próprios
problemas e desenvolvimento;
→ essa “nova ordem mundial”, fundamentada na “multipolaridade”, caracteriza-se pelo
fechamento do Norte numa espécie de fortaleza, que vem concorrendo para a instalação
crescente de zonas de instabilidade;
→ essas zonas cruciais estão localizadas ao longo da chamada periferia da região norte mais
desenvolvida, formando uma linha imaginária de confinamento dos “novos bárbaros” = estas
zonas de contato, também conhecidas como “dobradiças”, são utilizadas para a criação de Estados
tampões, objetivando barrar o acesso dos “novos bárbaros à “fortaleza” e a seus satélites
imediatos;

 Teoria do Choque de Civilizações (1993 – 1996):


→ Huntington (norte-americano);
→ segundo ele, os conflitos e guerras no mundo apresentam as seguintes características:
- até a Revolução Francesa, os conflitos ocorreram entre os reis;
- da criação dos Estados-Nação até a 1ª GM, os conflitos e guerras ocorreram entre
nações;
- da 1ª GM até o término da “Guerra Fria”, eles ocorreram entre ideologias;
- após a Guerra Fria = prevê que as guerras ocorrerão entre as civilizações (dividiu em 9
civilizações = ocidental, islâmica, budista, etc);
 Teoria do Quaterno (1996):
→ Mafra (brasileiro);
→ sua base é a não aceitação por parte do Brasil, e demais países latino-americanos, da
condição de inferiorização imposta à região pelas lideranças mundiais;
→ divide o mundo em 4 grandes blocos:
- Bloco Norte-Americano: EUA, Canadá e México;
- Bloco Sul-Americano: inicialmente integrado pelos países da América do Sul;
posteriormente, seria acrescido dos demais países latino-americanos da América Central, do
Norte (México) e do Caribe;
- Bloco Europeu: países da Europa Ocidental e Oriental, Rússia e países do norte da África;
- Bloco Asiático: países do sudoeste da Ásia;
AA3 Geopolítica
UD III: Projeção Geopolítica Brasileira

1) O pensamento geopolítico brasileiro

 EVERALDO BACKHEUSER (1879-1951):


→ precursor dos estudos geopoíticos no brasil;
→ influenciado por ratzel e haushoffer;
→ principais propostas: transferir a capital federal pro centro do país,; nova divisão
territorial (28 estados e 36 territórios); “branqueamento” da população;
→ temas centrais: centraliazação política, coesão territorial e anulação dos regionalismos;

 MARECHAL MARIO TRAVASSOS (década de 1930):


→ sua obra “projeção continental do brasil” é considerada um marco nos estudos geopolíticos
nacionais;
→ 2 grandes objetivos: manutenção da nossa unidade geográfica e projeção politica do país
no subcontinente;
→ idealizou os “corredores de exportação” = ligação entre as duas costas, através da cordilheira
dos andes;
→ visualizou o antagonismo entre as bacias amazônica e platina e entre as costas do atlântico e
do pacífico;
→ propôs atrair a Bolívia (heartland sul americano) para a esfera de influência brasileira;

 GENERAL MEIRA MATTOS (décadas de 1960 a 2000):


→ vastidão territorial, posicionamento estratégico privilegiado e uma grande diversidade de
recursos naturais = atributos já disponíveis e que permiriam a realização do projeto de
“Brasil Potência”;
→ crescimento econômico era condição indispensável para a consecução do objetivo de “Brasil
Potência”;
→ principais ideias: foco no desenvolvimento da Amazônia, ocupação das fronteiras
setentrionais, integração amazônica: vontade política de todos os países condominos que
compartilham a bacia (OTCA), desenvolvimento e segurança nacionais;
→ principal resultado prático: projeto Calha Norte;

 GENERAL GOLBERY DO COUTO E SILVA (casa civil – 1974 e 1985):


→ foi um dos principais formuladores da “politica de distensão” durante os governos militares,
pavimentando o caminho para a abertura, pluripartidalismo e a transição para os governos civis;
→ um dos principais teóricos da doutrina de segurança nacional;
→ ajudou a criar o serviço nacional de informações;
→ viu como vulnerabilidade as vastas regioes de baixa densidade demográfica do interior do
CO, NE e Amazônia = não só pela ausência do estado como pela falta de desenvolvimento
econômico;
→ defendia o alinhamento com os EUA = Brasil seria uma peça importante no sistema de defesa
coletiva do ocidente, inserindo-se na estratégia da contenção adotada por Washington;

 PROFESSORA THEREZINHA DE CASTRO (décadas de 1970, 1980 1990):


→ referência na geopolitica da Amazônia;
→ defendeu maior presença do Brasil no Atlântico Sul (reconhecimento da independência de
Angola e presença do país na Antártica);
→ sustentou a ideia da distensão com a Argentina, deixando de lado as rivalidades históricas, em
prol de uma visão de conjunto = favoreceu o surgimento do Mercosul;
→ foco: na integração do território, desenvolvendo com muita força o objetivo de prestigio no
ambito do subcontinente;
→ resultados práticos: estabelecimento da estação Comandante Ferraz, na Antártica, em 1983;
criação do Mercosul em 1991;

 PROFESSORA BERTHA BECKER (década de 1970 a 2010):


→ notabilizou-se pelos estudos referentes à Amazônia;
→ foco: na dinâmica socioeconômica e espacial da expansao da fronteira móvel da
agropecuária e nos impactos decorrentes da irradiação dessa atividade do centro oeste para a
Amazônia;
→ conhecida como “a cientista da Amazônia”;
→ alvos de pesquisas e formulações teóricas = processo de urbanização e criação de polos
regionais de desenvolvimento na Amazônia;

 SÍNTESE (EIXO) DO PENSAMENTO GEOPOLÍTICO BRASILEIRO (IDEIAS


FORÇA):
→ visao estadocêntrica;
→ integração do território e coesão nacionais;
→ defesa da integridade do territorio nacional;
→ projeção de poder e ampliação do prestígio no subcontinente sul americano e no entorno
estratégico;
→ estreito relacionamento com os países do subcontinente, principalmente com os do cone sul;
2) LGA: Potencialidades e Vulnerabilidades

 FATOR FISIOGRÁFICO:
→ aspectos analisados: superfície, forma, posição, fronteiras, geologia, orografia, clima e
vegetação, hidrografia, litoral;
→ superfície: 5º país em extensão territorial do mundo;
→ preocupações quanto à posição do Brasil na América do Sul: limites, tensões, vizinhos, projetos
de integração, obstáculos naturais, projeção geopolítica, distribuição das OM;
→ litoral: Brasil apresentou à ONU o Levantamento da Plataforma Continental Brasileira =
objetivo é estender seu limite para além do limite da Zona Econômica Exclusiva (ZEE);

 FATOR PSICOSSOCIAL:
→ Bônus Demografico ou “Janela de Oportunidade”: quando a parte média da piramide
etária esta maior (mais larga) = mais pessoas com capacidade laboral e menor contingente da
base e do ápice; é melhor fase do país pra poder investir (aumento do mercado consumidor e
recolhimento de impostos) = tenho força de trabalho, vou gerar riquezas;

→ Questão Previdenciária: aumento da longevidade (maior expectativa de vida) torna urgente


repensar o sistema, pra não correr o risco de entrar em colapso; a dinâmica demográfica exige
Reformas Previdenciárias constantes;

→ Índices da Educação:
(1) Apagão Laboral: consequências da educação = fuga de cérebros = profissionais bons vão pra
fora do país porque aqui no BR não têm oportunidades ou um bom mercado de trabalho; falta de
profissionais qualificados em inúmeros setores; em pleno século XXI o Brasil ainda apresenta
um percentual elevado de analfabetos, incluídos os funcionais;
(2) Indicadores Sociais: taxa de analfabetismo, nível de escolaridade da população; IDH (combina
indicadores de saúde, educação e renda); por que nosso IDH é ruim? = principalmente pela
desigualdade social;

 FATOR POLÍTICO:
→ Brasil precisa de uma reforma política;
→ gastos excessivos com propagandas partidárias;
→ reforma partidária = quantidade de partidos x ideologias;
→ sistema eleitoral = no Brasil, executivo é majoritário e legislativo é proporcional;
→ questões de representatividade no congresso;
→ voto = deve ser facultativo ou obrigatório?
→ como o sistema polítco favorece a corrupção?
→ repesentatividade: total de deputados federais por estado, número de eleitores por deputados;

 FATOR ECONÔMICO
→ Custo-Brasil: são dificuldades estruturais, burocráticas, econômicas e sociais que encarecem
o investimento no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional, aumentando o desemprego, o
trabalho informal, a sonegação de impostos e a evasão de dividas; compromete a
competitividade dos produtos nacionais no comercio global e prejudica a inserção do Brasil na
DIT (Divisão Internacional do Trabalho), enfraquecendo nossa imagem no exterior;
→ exemplos do Custo-Brasil: corrupção elevada, déficit público elevado, burocracia excessiva pra
criar/manter uma empresa, altos custos do sistema previdenciário, legislação fiscal complexa e
ineficiente, segurança juridica, alto custo de energia eletrica;
→ matriz energética: principalmente petróleo e derivados, derivados da cana e hidráulica;
→ matriz de transportes: Brasil tem muito mais rodovias (foco), porém o mais viável, se
possível, seria o uso de ferrovias;
→ Plano Nacional de Logística: aumento de ferrovias e diminuição de rodovias;
→ força do Agronegócio Nacional: Brasil é 1º do mundo em produção de muitos produtos
(cana, café, erva mate, feijao, laranja, sisal, caju);
→ condições favoráveis pro agronegócio no Brasil: disponibilidade de terras agricultáveis,
abundância de agua, tecnologia de ponta, luminosidade, clima favorável, solo;
→ desafios a serem vencidos: infraestrutura e logística, legislação tributária complexa, recursos
financeiros inadequados, gestao empresarial, mão de obra, concentração em grandes empresas;

 Conclusão LGA do Brasil:


→ poder nacional se encontra vulnerável;
→ os 4 fatores estão em desequilibrio;
→ Brasil tem potencial pra se equilibrar e buscar seus objetivos nacionais, mas precisa reorganizar
suas prioridades e iniciar a execução de um planejamento sério;
→ dar ênfase à saúde e educação (psicossocial), reforma politica (politico) e ao crescimento da
economia (econômico) = ter escolas publicas de qualidade, vai fazer a economia alencar;
3) Artigo Geopolítica no Brasil

 Border: é o limite entre nações; a fronteira típica; a delimitação, seja física, natural, seja,
imaginária, que divide um país de outro; limite de um território exclusivo sobre o qual um
Estado ou Nação exerce sua soberania;
 Frontier: região ou local onde não há essa delimitação border, ou seja, não há uma linha
que limite; espaço difuso e de transição entre culturas ou civilizações adjacentes = regiões
pouco habitáveis, as quais carecem de presença do estado;
 2 pensadores militares considerados expoentes no pensamento geopolítico: Meira Mattos e
Mário Travassos;
→ Meira Mattos: se preocupava com as questões tanto de border como de frontier; risco de
internacionalização da Amazônia (considerava uma das principais ameaças a soberania); levar
meios para desevolver comunidades isoladas; preocupação com a fronteira física, OTCA
(Organização do Tratado de Cooperação);
→ Mário Travassos: se preocupava com as questões de border; como a Argentina era o principal
rival, o Brasil demandava sua atenção e recursos para essa área e o arco sul da fronteira,
negligenciando a influência estadunidense no canto noroeste do continente (Venezuela, Colômbia
e Equador), que ficava vulnerável a influências internacionais = assim, desejava estabelecer um
corredor de exportação iniciando na Bolívia, para que fosse possível exercer maior influência
sobre esse país; também se preocupava com a ameaça norte-americana;
 Áreas Marrons: espaços em que atores não-estatais, vinculados a práticas e redes ilegais
locais e internacionais, acumulam tantos recursos e influências que se sobrepõem às
instituições do Estado = áreas acabam se configurando como “territorialidades
armadas”, nas quais o poder institucional não é soberano e onde setores sociais
manifestam abertamente o desejo de não se submeter à ordem estatal, resistindo ao seu
controle, deixando latente a possibilidade de enfrentá-lo com armas;
 Problemas NA fronteira x Problemas DE fronteira:
→ problemas NA fronteira: frontier = garimpos, guerrilhas;
→ problemas DE fronteira: border = ameaças externas;
→ hoje, não há no Brasil ameaça clara de algum país vizinho que queira invadir nosso território,
porém tem crescido problemas devido a baixa presença do Estado nas fronteiras, o que provoca
uma crescente entrada de ilícitos por tais lugares, além do aumento de garimpo ilegal e ações de
grupos de guerrilha em regiões próximas aos limites territoriais brasileiros; dessa forma, a
preocupação com essas ameaças têm se tornado de maior prioridade, visto que são as mais
evidentes no momento;
→ um problema de frontier (interno) pode ser levado a um problema de border; exemplo:
outro país pode dizer que o Brasil não está “tomando conta” da Amazônia (que está havendo muito
desmatamento, por exemplo) e pode dar isso como justificativa para querer intervir,
internacionalizar a área);
 OTCA: criada em 1998; une Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru,
Suriname e Venezuela, a fim de coibir a "manobra da internacionalização", mantendo a
gestão da área sob responsabilidade das chamadas nações amazônicas;
AA4 Geopolítica
UD IV: América do Sul

 Caracterização geral:
→ possui 12 países e 2 possessões (Guiana Francesa e Falklands);
→ tem 6 entre os maiores países mineiros do mundo (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru,
Venezuela);
→ possui 4 dos 10 países com maior biodiversidade (Brasil, Colômbia, Equador e Peru);
→ tem grande estoque de terras cultiváveis;
→ população: aproximadamente 400 milhões (mais da metade brasileira);
→ vazios demográficos (desertos e florestas) e concentrações populacionais (regiões
metropolitanas);
→ crônicos problemas educacionais = anafalbetismo, deficiências e carências em cursos técnicos
superiores;
→ inchaço urbano e hipertrofia do setor terciário (informalidade e subemprego);
→ grandes produtores e exportadores de commodities (soja, trigo, minério de ferro, petróleo e
gás natural), além de outros produtos primários de baixo valor agregado (carnes, frutas, café, flores,
esmeraldas, açúcar, couros, madeiras, laticínios);
→ forte dependência tecnológica e de investimentos e externos;
→ setor público inchado;
→ elevada carga tributária;
→ crescente presença chinesa (investimentos e comércio);
→ espaço de disputa entre EUA x UE x China x Japão;

 Paradoxo Sul-Americano:
→ alto grau de violência social x ausência de guerras formais = região que não possui guerras
declaradas, mas em contrapartida a violência é muito grande;

 Subdivisão Regional Tradicional:


→ América do Sul é tradicionalmente dividida nessas regiões:
(1) Caribenha (países banhados pelo mar do Caribe);
(2) Andina (países que estão dentro da Cordilheira dos Andes);
(3) Amazônica (países que possuem o bioma amazônico em seu território);
(4) Platina (Bacia do Prata);
→ a partir daqui, surgem também outros pensadores / geopolíticos que propõem uma nova
subdivisão pro continente sul americano

 Diversidades Subregionais:
→ uma proposta de divisão (Medeiros Filhos):
(1) Amazônia: países da OTCA (cobiça internacional);
(2) Cone-Sul: espaço do Mercosul (espaço mais desenvolvido, países membros do bloco);
(3) Andes: integração mais difícil = diversos pontos de fricção (dificuldades de acesso, altitude);
(4) Guianas: difícil integração (dificuldades de acesso por meio terrestre);
(5) Brasil;
→ Arco da Estabilidade: corresponde à faixa Atlântica; região mais desenvolvida a América do
Sul; países membros do Mercosul; região de mais fácil acesso, desenvolvimento econômico;
→ Arco da Instabilidade: porção onde persistem zonas potenciais de conflito (Amazônia e
Andes); focos de tensão históricos e atuais; menos desenvolvimento econômico;

→ os níveis de integração geopolítica na América do Sul parecem obedecer a uma linha de


gradação crescente, vindo da vertente do Pacífico (instabilidade) para a vertente do Atlântico
(estabilidade);

 Espaço estratégico dentro da América do Sul:


→ Travassos: Heartland Sul Americano;
→ Golbery: preocupado com a segurança, divide o continente em 5 pontos, e no centro estava a
Área Continental de Soldadura, que seria a principal área de defesa (área mais importante) dentro
da América do Sul;
(1) Área Amazônica;
(2) Área do Nordeste Brasileiro;
(3) Área de Reserva Geral ou Plataforma Central de Manobra;
(4) Área Continental de Soldadura;
(5) Área Platino-Patagônica;
→ relação entre Área Continental de Soldadura e Heartland Sul-Americano = praticamente a
mesma área; porém a diferença é que Travassos, quando demarcou o Heartland Sul-Americano,
pensava em uma área de projeção do Brasil dentro do continente, queria que o Brasil se
aproximasse da Bolívia porque ali era um local de projeção da influência; já Golbery estava
preocupado apenas com a segurança;

 Processos de Integração Regional:


(1) Pacto Andino (1969) / Comunidade Andina de Nações (1997):
→ zona de livre comércio = zona de facilitação comercial entre países membros (exemplo: isento
de tarifa, isento de imposto);
→ países dos Andes com exceção do Chile;

(2) OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica);


→ criado a partir do Tratado de Cooperação Amazônica (1978);
→ bloco socioambiental voltado para a região amazônica;
→ países membros: todos aqueles países da região amazônica com exceção da Guiana Francesa;

(3) Mercosul (1991);


→ união aduaneira = tem facilitação de comércio entre países membros e exerce uma tarifa
externa comum;
→ Venezuela: suspensa de 2017 (infringiu normas);
→ Bolívia: em processo de adesão;

(4) Aliança do Pacífico (2012);


→ zona de livre comércio;
→ países do Pacífico (México, Peru, Colômbia, Chile);

(5) Unasul (União Sul-Americana das Nações) – 2008;


→ não é bloco econômico:
→ foro de discussão entre os países membros com alguns conselhos internos (Conselho de Defesa
Sul-Americano – CDS e Conselho de Infraestrutura e Planejamento – Cosiplan);
→ Cosiplan: possuía grande relação com a Iniciativa de Integração Regional Sul-Americana
(IIRSA);
→ objetiva discutir problemas e tentar resolvê-los; e promover integração entre os membros;
→ foi deixada de lado por conto de viés político = em 2008 (quando foi criada) até 2014, o
cenário político do continente era de ideologia de centro esquerda, em maioria; a partir de
2014/2016, ocorre a mudança desse cenário = deixa de ser de maioria esquerda e passa a ser de
maioria centro direita = Unasul deixada de lado e é criado o Prosul;

(6) Foro para o Progresso e Desenvolvimento da Ámerica do Sul (2019):


→ foro de discussão (também não é bloco econômico);
→ Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru e Uruguai, que saíram da
Unasul;
→ Venezuela não foi convidada;
→ Bolívia não aceitou participar;
→ Uruguai foi o mais recente país a aderir;

(7) Iniciativa para Integração Regional Sul-Americana (IIRSA):


→ desenvolver uma visão estratégica de infraestrutura regional = desenvolver a região por meio
de construção de estradas, ferrovias, telecomunicações;
→ consolidar eixos regionais existentes;
→ promover uma visão integrada nas áreas de energia, transportes e telecomunicações =
logística regional (discutir e realizar projetos dentro dessa áreas) = por questões financeiras,
econômicas e sociais, acontece que muitos projetos nem saem do papel;
→ fomentar joint ventures para o desenvolvimento da infraestrutura física da América do Sul;

→ Obs.: saber relacionar a imagem com seu eixo (!!!);

 Principais focos de tensão:


(1) Guerra das Malvinas:
→ Argentina x Inglaterra;
→ 1982;

(2) Perdas territoriais da Bolívia:


→ rosa: perdas pro Brasil;
→ laranja: perdas para o Paraguai (Guerra do Chaco);
→ verde claro: ao sul, perdas para a Argentina;
→ verde mais escuro: noroeste, território anexado pelo Peru;
→ lilás: perda de aproximadamente 400km de litoral (guerra do pacífico, contra o Chile);

(3) Guiana x Suriname:


→ litígios (conflitos de interesse) fronteiriços na região das Guianas;

(4) Venezuela x Guiana:


→ questões fronteiriças;

(5) Chile x Peru:


→ questões fronteiriças;
(6) Venezuela x Colômbia:
→ questões fronteiriças;

 Texto 1:
→ paradoxo sul-americano: ausência de guerras formais mas um alto número de mortes
decorrentes de violência = região isenta de guerras mas morre tanta gente quanto em regiões
com guerras formais declaradas;
→OTCA: bloco voltado para resolver os problemas internos da Amazônia (desmatamento,
garimpo ilegal) e desenvolver essa área;
→ cobiça internacional pela região Amazônica: aspecto comum que pode contribuir para uma
cooperação regional dos países sulamericanos amazônicos e para a formação de uma identidade
regional;
→ fases de integração regional da América do Sul;
(1) contenção (década de 1970) = instabilidades políticas entre países do continente (Brasil x
Argentina e Chile x Argentina); ameaças de contenciosos fronteiriços e de conflitos territoriais; um
país desconfiando do outro; não havia políticas de aproximação nem blocos econômicos ligados a
esses países = problema de BORDER;

(2) inflexão (início da década de 1980) = nessa época, esse cenário começa a mudar, tomar outro
rumo, e entra essa nova fase; os motivos que geraram essa mudança = OTCA, primeiro acordo que
surge entre os países sul americanos; questão da hidrelétrica de Itaipu (Paraguai assina um acordo
com a Argentina, marco início da parceria estratégica que dá início ao Mercosul); o fato de a
Argentina ter perdido a Guerra das Malvinas, que o tonou um “exército perdedor” e fez com
que o Brasil parasse de ver o país como uma ameaça; a parceria Brasil-Argentina se aprofunda em
novembro de 1985 com a assinatura da Declaração de Iguaçu, tratando de temas nucleares; em 1991
é assinado o Tratado de Assunção, criando o Mercosul;

(3) cooperação (acentuada na década de 1990): a partir de meados da década de 1980, tem início
um novo momento nas relações entre os países sul-americanos, fortemente marcado pela
perspectiva cooperativa no campo econômico e pela defesa da democracia no campo político =
essa tendência cooperativa acabará por resultar na criação da UNASUL = o que marca essa fase é a
assinatura do Tratado de Assunção;

(4) institucionalização/fragmentação (década atual);

→ Conselho de Defesa Sul-Americano:


(1) objetivos gerais:
a) Consolidação da América do Sul como uma zona de paz, base para a estabilidade democrática;
b) Construção de uma identidade sul-americana em matéria de defesa;
c) Criação de consensos para fortalecer a cooperação regional em matéria de defesa;
(2) objetivos específicos:
a) a construção de visão conjunta em matéria de defesa;
b) o intercâmbio de informação para identificar os fatores de risco e ameaça que possam afetar a
paz regional e mundial;
c) a cooperação no âmbito da indústria de defesa;
d) o intercâmbio em matéria de formação e capacitação militar;
e) o compartilhamento de experiências em operações de manutenção de paz das Nações Unidas;
→ a formação de blocos regionais de defesa sugerem 2 tipos: um modelo de segurança cooperativa
e um de segurança coletiva; o Conselho de Defesa Sul-Americano representava um órgão do
tipo segurança cooperativa;
→ modelo de segurança cooperativa: se restringe à construção de confiança entre os membros
pra alcançar um ambiente de paz e estabilidade; notificação de manobras militares, troca de
informações sobre gastos com defesa, intercâmbio entre estabelecimentos de formação militar;
→ modelo de segurança coletiva: maior grau de integração; a noção de ameaça comum constitui
elemento motivacional pra formação de identidade regional; se um país é atacado, todos se unem
pra combater juntos (na cooperativa não);

 Texto 2:
→ texto compara Mackinder com Travassos: Mackinder projetou a área pivô da eurásia com uma
escala mundial (quem a comandasse, comandaria o mundo) e Travassos o heartland sul-americano
com uma escala regional (quem o comandasse, comandaria o continente);
→ heartland sul-americano (!!!): área localizada entre 3 cidades = Cochabamba, Santa Cruz de La
Sierra e Sucre; é uma região que eu tenho passagem com facilidade pro Pacífico e pro Atlântico
pelas Bacias Platina e Amazônica;
→ Projeção Continental do Brasil, de Travassos: defende políticas de desenvolvimento nos
setores de transporte, minérios, energia, para garantir ao país a exploração de recursos minerais e
energéticos; numa visão ampliada do conceito de heartland sul-americano, o Paraguai também
seria colocado ao lado da Bolívia como Estados-chave para o controle geopolítico da “área pivô”
sul-americana;
→ Hidrovia Sul-Americana e hidrelétricas Santo Antônio e Jirau: transformar toda esse trecho
navegável e assim ligar o Brasil até o Pacífico e facilitar o comércio de soja do Brasil pra Ásia e pra
costa dos EUA;
→ condição de isolamento mediterrâneo: os dois países da América do Sul que são mediterrâneos
são o Paraguai e Bolívia; se tornam dependentes de países que têm acesso ao mar; afeta seu campo
de poder econômico;
→ Andes e Hileia Amazônica: contribuíram com a questão da defesa sul-americana = Cordilheira
dos Andes formando uma barreira natural e a floresta amazônica como uma área de difícil
acesso (não é possível, por exemplo, uma tropa pesada, blindada sair do Pacífico e atacar essa área
– lembrar da área de soldadura de Golbery – com facilidade);

 Texto 3:
→ objetivo da IIRSA (!!!): discutir e elaborar projetos voltados para a infraestrutura, porém,
além disso, é a formaçao de um bloco único dos países da América do Sul pra facilitar o
comércio no cenário internacional (muito mais fácil eu impor vontades quando tenho um bloco
coeso do que se eu realizo trocar comerciais sozinho);
→ 2 principais conceitos principais do IIRSA (!!!): no texto há 6 conceitos, porém fala que esses
6 podem ser sintetizados em 2 = regionalismo aberto e Eixo de Integração e Desenvolvimento
(EID);
→ regionalismo aberto: criação de um bloco para facilidar a economia e o comércio (diminuir a
burocracia, facilitar trocas, facilitar a imposição de suas vontades no comércio mundial);
→ EID (ver foto do início do resumo): projetos do iirsa são os projetos voltados para os eixos de
integração (capricórnio, guianês, do amazonas, interoceânico, Peru-Brasil-Bolívia, Mercosul-Chile,
hidrovia Paraguai-Paraná);
→ relação de projetos da IIRSA com o pensamento geopolítico brasileiro: Terezinha de Castro –
Eixo Mercosul-Chile;
→ eixo interoceânico e eixo Peru-Brasil-Bolívia = relacionados ao pensamento de heartland
sul-americano, de Travassos (!!!);
 Texto 4:
→ lítio vem ganhando atenção a partir do início do século XXI devido à alta demanda da
indústria de tecnologia para fazer baterias iônicas de litio (não é só usado para baterias = pode
ser usado em outras coisas, até medicamentos);
→ países no âmbito mundial que possuem maior interesse em lítio = Coreia do Sul, China e
Japão: devido justamente à indústria de alta teconologia = precisam do lítio para produzir
principalmente baterias;
→ distribuição mundial do lítio: 71% do lítio mundial está concentrado na América do Sul; há
outros países no mundo que têm minerio de litio, por exemplo a Austrália = porém o lítio da
América do Sul é de maior pureza (lítio da Austrália é retirado em pedra maciça = mais difícil de
extrair, fica mais caro e de menor pureza do que o sul-americano, que é retirado do deserto;
→ onde está concentrada a maior quantidade de lítio no continente sul-americano = ABC =
Argentina, Bolívia e Chile (!!!);
→ Argentina e Chile usam capital estrangeiro para extrair lítio; já a Bolívia não, por questões
características do próprio governo; na Bolívia, as próprias empresas estatais que realizam a
extração = no que isso resulta?= empresas privadas extraem em grande escala, o que torna
mais barato do que a extração por empresas estatais, que é feita em menor escala = assim, a
Bolívia, embora tenha grande concentração de reserva de lítio, tem pouca exploração e,
consequentemente, vende pouco lítio pra fora do continente (Argetina e Chile exploram e
vendem bem mais);
→ texto defende a criação um bloco regional em torno desse minério: um acordo entre os 3 países
visando vender o lítio com mais facilidade, impor suas vontades, valorizar o produto;
→ maldição dos recursos naturais = você é visto como uma eterna colônia de exploração /
mero exportador de matéria-prima / exporta commodities de baixo custo e importa produtos
de alto valor agregado = vende o minério (lítio) bruto, mais barato, e importa alta teconologia mais
cara, porque não têm indústrias aqui = texto defende que o ABC poderiam criar indústrias pra
poder tratar o lítio e já vender, por exemplo, a bateria, com valor mais agregado = ou seja,
ainda se vê a maldição dos recursos naturais e a DIT (Divisão Internacional do Trabalho) ainda
se mantém do jeito que sempre foi;

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