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possíveis questões (!!!): 2 critérios de subdivisão regional; características gerais; 3 motivos dos
focos de tensão na América Anglo-Saxônica (terrorismo, xenofobia, drogas); desconcentração
industrial; relação das intervenções militares dos EUA na América Latina com a Teoria do Poder
Marítimo; 6 fatores que diferem a imigração Mexicana das demais; hispanização de Miami x
Califórnia; Canal do Panamá;
Pequenas Antilhas
(2) Critério Socioeconômico:
→ divide a região em:
América Anglo-Saxônica (EUA e Canadá);
América Latina (México e América Central);
Fator Fisiográfico:
→ países de grande extensão territorial e bioceânicos (limitação ao norte por conta do clima
inóspito e do permafrost);
→ controle das estratégicas rotas polares;
→ grande reservas energéticas (petróleo, gás natural, xisto, areias betuminosas e carvão mineral) e
de minerais metálicos (minério de ferro, alumínio, prata, zinco, estanho, ouro, cobre e chumbo);
→ solos de elevada fertilidade natural nas Grandes Planícies, aliado à especialização produtiva
(Belts), generosos subsídios, elevados investimentos em tecnologia e eficientes meios de
transporte multimodais permitem aos dois países exercerem o “Green Power”;
→ grande potencial hidrelétrico;
→ instabilidade tectônica (costa oeste dos EUA);
Fator Psicossocial:
→ países com elevado IDH;
→ rede e hierarquia urbana plenamente desenvolvidas (Megalópoles de Bos-Wash, San-San e Chi-
Pitt);
→ principais “Cidades Mundiais” (Nova Iorque e Los Angeles), que concentram as sedes das
maiores empresas transnacionais e funcionam como CGT (Centro de Gestão do Território);
→ renomadas universidades e centros de pesquisa;
→ grande fluxo de imigrantes (latinos e asiáticos) = tensões sociais e xenofobia;
→ EUA é um dos países de maior atração de imigrantes no mundo (entre 1850 e 2008 receberam 72
milhões de pessoas);
→ retorno das questões raciais nos EUA;
→ sérios problemas relacionados ao tráfico internacional de drogas;
→ core (!!!): 3 motivos / focos de tensão = imigração, xenofobia (questões raciais, sociais) e
tráfico ilícito de drogas;
Fator Político:
→ Canadá é membro do Commomwealth (Comunidade Britânica das Nações);
→ atritos crescentes EUA x México e América Central por conta da ampliação do muro (Gov
Trump), do endurecimento no controle da imigração e realização de deportações (Gov Trump e
Biden), além de críticas sistemáticas ao NAFTA e ao livre comércio;
→ EUA têm capacidade de influenciar e interferir nos assuntos internos de vários países
(Oriente Médio, América Latina);
→ guerra comercial EUA x China (diferença grande nos saldos das balanças comerciais);
→ a histórica reaproximação entre EUA e Cuba, iniciada no Gov Obama, sofreu retrocessos na
Adm Trump; nos 5 primeiros meses de Gov Biden, não foram suspensas nenhuma das 243 medidas
tomadas por Trump para intensificar o boicote contra Havana, tampouco a Ilha foi retirada da lista
americana de patrocinadores do terrorismo;
Fator Econômico:
→ grande integração entre as economias do Canadá e EUA;
→ integrantes do G7;
→ EUA: forte concorrência com a China = persistentes déficits na balança comercial e
acusação de manipulação do câmbio por parte de Pequim = EUA acusam a China de modificar o
valor da moeda para os produtos ganharem mais valor de mercado e de espionagem;
→ tratativas no sentido de costurar um acordo comercial com a União Europeia (busca acordos
para minimixar essa diferença no saldo das balanças);
→ perfil das exportações brasileiras: EUA perdendo poder na América do Sul em relação à
China e UE = EUA foram o destino de exportações mais afetado entre os parceiros comerciais do
Brasil em 2020;
→ grande assimetria com o México e demais países centro-americanos, o que dificulta a
integração econômica; NAFTA e CAFTA-DR (República Dominicana) = trocas desiguais;
→ excelente infraestrutura de transportes permite baratear o preço do frete e concorrer em
condições extremamente vantajosas no mercado internacional;
→ desconcentração industrial (!!!): tecnopolos na Costa Oeste (Vale do Silício e estado de
Washington), no Golfo do México (Houston e San Antonio) e na Costa Leste (Boston) =
desconcentração aconteceu a partir de 1950, devido à Ameaça Soiética (Guerra Fria) = evitar
concentrar tudo em um mesmo local;
→ Costa Oesta favorecida pelo comércio com o Pacífico = comercializar com os países do outro
lado;
Fator Fisiográfico:
→ México é o único país de grandes dimensões territoriais; os demais são relativamente pequenos;
→ na faixa continental, apenas El Salvador e Belize não são bioceânicos = grande vantagem
geopolítica;
→ região de ocorrência de eventos extremos, como vulcanismo e furacões;
→ expressivas reservas de petróleo, carvão mineral, cobre, zinco e bauxita;
→ clima tropical permite a cultura de frutas e café (áreas templadas);
→ proximidade com os países do NAFTA e da América do Sul, além de ser estratégica para a
ligação das costas norte-americanas (Canal do Panamá – Teoria do Poder Marítimo !!!);
Fator Psicossocial:
→ elevada porcentagem de índios, mestiços e afrodescendentes;
→ os países centro-americanos apresentam indicadores sociais típicos do subdesenvolvimento:
analfabetismo, desnutrição, mortalidade infantil, baixa expectativa de vida, grandes desigualdades
sociais e regionais, deficiências no saneamento básico, coleta e tratamento de lixo, IDH baixo e
exploração do trabalho infantil;
→a América Central é caracterizada como uma região de emigração (EUA e o Canadá principais
destinos dos fluxos migratórios); êxodo rural é igualmente intenso;
→ maiores concentrações populacionais nos países ístmicos = porção central e na fachada do
Pacífico; nas Antilhas = portos e polos de turismo;
Fator Político:
→ frágeis democracias em fase de consolidação (focos de permanente instabilidade);
→ incertezas quanto aos rumos da abertura que vem sendo implementada no sistema socialista em
Cuba;
→ interferência e forte influência norte-americana (boicote em desfavor de Cuba e intervenções
militares em diversos países: Granada, Panamá, Haiti, República Dominicana, El Salvador e
Nicarágua);
→ core (!!!): as intervenções militares dos EUA na América Latina estão relacionadas com a
Teoria do Poder Marítimo de Mahan;
→ problemas de fronteira:
(1) Costa Rica x Nicarágua: direitos de navegação no Rio San Juan;
(2) Guatemala x Belize: não reconhecimento da independência belizenha;
(3) El Salvador x Honduras x Nicarágua: disputa em relação ao mar territorial no Golfo de Fonseca;
Fator Econômico:
→ economia fortemente dependente da exportação de “commodities” agrícolas (frutas, cana-de-
açúcar, tabaco e café) e minerais (petróleo, gás natural e bauxita);
→ a remessa de dinheiro dos expatriados representa importante fonte de recursos para esses países;
→ as “maquilas” empregam boa parcela da PEA, com predomínio das têxteis na América Central e
as de maior valor agregado no México (eletroeletrônicos, automobilísticas e eletrodomésticos);
→ participantes do NAFTA/CAFTA-DR sofrem fortes impactos em suas estruturas produtivas;
→ existência de “plantations” e consequente concentração fundiária;
→ expressiva participação do turismo no PIB regional (Caribe);
→ paraísos Fiscais movimentam vultosas quantias (Ilhas Virgens Britânicas, Bahamas, Ilhas
Cayman, Aruba);
→ crescente presença chinesa na região;
→ influência hispânica em Miami: Miami é a mais hispânica das grandes cidades; a invasão
cubana teve consequências enormes pra cidade = elite e classe empresarial cubana, fugindo da
ditadura de Fidel Castro, migraram pra Miami e deram início a um drástico desenvolvimento
econômico (impossibilitados de enviar dinheiro para casa, eles investiram na cidade); assim, Miami
se tornou uma cidade hispânica liderada pelos cubanos, que fizeram dela um enclave, com sua
própria cultura e sua própria economia, onde a assimilação e a americanização são
desnecessárias e, até certo ponto, indesejáveis; o espanhol passou a ser a língua falada na maior
parte dos lares, como também se tornou língua principal do comércio, dos negócios e da
política; “Em Miami não existe pressão para se tornar americano” = chegou ao ponto de os
próprios americanos se sentirem marginalizados e começarem a deixar a cidade;
→ além do Canal, o Panamá dispõe de seis portos, uma ferrovia, uma via rápida e, com Colón,
da mais vasta zona de livre-comércio do mundo depois de Hong Kong, tornando o país
extremamente atraente do ponto de vista logístico (“mais do que um corredor, esse canal está se
tornando um grande cruzamento logístico”);
→ principais empreendimentos alternativos ao Canal do Panamá (todos financiados pela China):
(1) El Salvador, Honduras e Costa Rica evocaram em 2011 vias de passagem em seus territórios;
(2) Guatemala criou um órgão, o Corredor Interoceânico Guatemalteco (CIG), que prevê religar
dois portos a serem construídos;
(3) Colômbia: redes de transporte terrestres intensificadas; inconveniente: uma carga de 10 mil
contêineres equivale a dezoito trens ou 5,8 mil caminhões (seria preciso diversos quilômetros de
trens para descarregar um único cargueiro);
(4) Nicarágua: principal projeto; visa ultrapassar em capacidade o Canal do Panamá;
inconvenientes: consequências ecológicas, como a destruição de 400 mil hectares de terras úmidas
e a salinização do Lago Cocibolca, principal reserva de água doce da América Central;
→ por que a China é a maior interessada na construção de uma passagem alternativa? = sonho
chinês de controlar um corredor estratégico pelo qual passaria a maior parte das exportações do país
pras Américas = na teoria, os EUA “devolveram” o Canal do Panamá, mas na prática ainda o
controla = Estados Unidos dominam seu tráfego, e os navios que carregam a bandeira norte-
americana se beneficiam ali de uma prioridade de passagem, o que pode retardar sensivelmente
os outros cargueiros;
UDII – GEOPOLÍTICA
2ª Fase - Análise dos fatores: pesquisa e seleção dos dados (aspectos) disponíveis
referentes a cada fator que tenha influência sobre a área estudada.
3ª Fase - Apreciação: se divide em duas subfases.
1ª Subfase - Determinação da influência dos aspectos: influência que
cada um dos aspectos considerados na análise dos fatores tem sobre o
poder nacional da área em estudo (se são favoráveis ou desfavoráveis ao
poder nacional).
2ª Subfase - Conclusão parcial: elaboração de uma conclusão parcial
sobre cada fator, indicando os seus aspectos favoráveis e desfavoráveis ao
desenvolvimento do Poder da área.
Fundamentos Iniciais:
Espaço Geográfico:
→ principal conceito = é dele que surgem os demais conceitos (território, rede, região..);
→ substrato físico (e virtual) natural ou artificial, onde se dá a relação homem-meio;
→ nele ocorrem as relações sociais e a interação da socidade com a natureza;
Território:
→ é um espaço definido e delimitado a partir de relações de poder, dominação e apropriação
que nele se instalam;
Rede:
→ conjunto de locais da superfície terrestre conectados ou interligados entre si;
→ essas conexões podem ser materiais, digitais e culturais, além de envolver o fluxo de
informações, mercadorias, conhecimentos, valores culturais, morais, etc;
→ a rede viabiliza as estratégias de comunicação e circulação = muito importante pro mundo
atual;
→ são capazes de gerar ordem e desordem no sistema;
→ sua articulação se dá por meio de nós;
→ é dependente da tecnologia;
→ exemplos: rede mundial de computadores, redes de transporte, digitais, urbanas;
Região:
→ parte do espaço que apresente uma ou um conjunto de características comuns =
características próprias e particulares que a diferenciam das demais;
→ conjuntos ou parcelas do território que possuem alguma identidade (física, política, cultural,
econômica);
Escala:
→ estratégia de apreensão da realidade (cartografia) = dá visibilidade ao objeto da pesquisa;
→ lembrar que quando o tamanho muda, a representação também muda;
Possibilista:
→ francesa;
→ Paul Vidal De La Blache;
→ não aceita a visão do fatalismo geográfico (escola determinista):
→ diz que o ambiente físico é um fornecedor de possibilidades = o meio tem sim influência
porém o homem tem capacidade de escolher, mudar;
→ homem é o principal agente demográfico = ele escolhe seu destino e o estado estabelece as
ações a serem adotadas;
→ “a natureza propõe e o homem dispões”;
→ não aceita que a existência de um estado se baseie na luta por território = pequenos estados
têm sobrevivido ao longo da história;
Integralizada:
→ mais recente;
→ John Spykman e Alexander Seversky;
→ posição intermediária entre as escolas determinista e possibilista;
→ a geopolítica deve levar em conta não só o homem, o território e as águas, mas também o
espaço aéreo e o progresso científico tecnológico, pois possuem capacidade de interferir na
equação do poder;
→ “o possibilismo age, mas não raro, em função de um determinismo”;
→ “a natureza impõe e o homem dispõe”;
FATOR FISIOGRÁFICO:
→ aspectos analisados: superfície, forma, posição, fronteiras, geologia, orografia, clima e
vegetação, hidrografia, litoral;
→ superfície: 5º país em extensão territorial do mundo;
→ preocupações quanto à posição do Brasil na América do Sul: limites, tensões, vizinhos, projetos
de integração, obstáculos naturais, projeção geopolítica, distribuição das OM;
→ litoral: Brasil apresentou à ONU o Levantamento da Plataforma Continental Brasileira =
objetivo é estender seu limite para além do limite da Zona Econômica Exclusiva (ZEE);
FATOR PSICOSSOCIAL:
→ Bônus Demografico ou “Janela de Oportunidade”: quando a parte média da piramide
etária esta maior (mais larga) = mais pessoas com capacidade laboral e menor contingente da
base e do ápice; é melhor fase do país pra poder investir (aumento do mercado consumidor e
recolhimento de impostos) = tenho força de trabalho, vou gerar riquezas;
→ Índices da Educação:
(1) Apagão Laboral: consequências da educação = fuga de cérebros = profissionais bons vão pra
fora do país porque aqui no BR não têm oportunidades ou um bom mercado de trabalho; falta de
profissionais qualificados em inúmeros setores; em pleno século XXI o Brasil ainda apresenta
um percentual elevado de analfabetos, incluídos os funcionais;
(2) Indicadores Sociais: taxa de analfabetismo, nível de escolaridade da população; IDH (combina
indicadores de saúde, educação e renda); por que nosso IDH é ruim? = principalmente pela
desigualdade social;
FATOR POLÍTICO:
→ Brasil precisa de uma reforma política;
→ gastos excessivos com propagandas partidárias;
→ reforma partidária = quantidade de partidos x ideologias;
→ sistema eleitoral = no Brasil, executivo é majoritário e legislativo é proporcional;
→ questões de representatividade no congresso;
→ voto = deve ser facultativo ou obrigatório?
→ como o sistema polítco favorece a corrupção?
→ repesentatividade: total de deputados federais por estado, número de eleitores por deputados;
FATOR ECONÔMICO
→ Custo-Brasil: são dificuldades estruturais, burocráticas, econômicas e sociais que encarecem
o investimento no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional, aumentando o desemprego, o
trabalho informal, a sonegação de impostos e a evasão de dividas; compromete a
competitividade dos produtos nacionais no comercio global e prejudica a inserção do Brasil na
DIT (Divisão Internacional do Trabalho), enfraquecendo nossa imagem no exterior;
→ exemplos do Custo-Brasil: corrupção elevada, déficit público elevado, burocracia excessiva pra
criar/manter uma empresa, altos custos do sistema previdenciário, legislação fiscal complexa e
ineficiente, segurança juridica, alto custo de energia eletrica;
→ matriz energética: principalmente petróleo e derivados, derivados da cana e hidráulica;
→ matriz de transportes: Brasil tem muito mais rodovias (foco), porém o mais viável, se
possível, seria o uso de ferrovias;
→ Plano Nacional de Logística: aumento de ferrovias e diminuição de rodovias;
→ força do Agronegócio Nacional: Brasil é 1º do mundo em produção de muitos produtos
(cana, café, erva mate, feijao, laranja, sisal, caju);
→ condições favoráveis pro agronegócio no Brasil: disponibilidade de terras agricultáveis,
abundância de agua, tecnologia de ponta, luminosidade, clima favorável, solo;
→ desafios a serem vencidos: infraestrutura e logística, legislação tributária complexa, recursos
financeiros inadequados, gestao empresarial, mão de obra, concentração em grandes empresas;
Border: é o limite entre nações; a fronteira típica; a delimitação, seja física, natural, seja,
imaginária, que divide um país de outro; limite de um território exclusivo sobre o qual um
Estado ou Nação exerce sua soberania;
Frontier: região ou local onde não há essa delimitação border, ou seja, não há uma linha
que limite; espaço difuso e de transição entre culturas ou civilizações adjacentes = regiões
pouco habitáveis, as quais carecem de presença do estado;
2 pensadores militares considerados expoentes no pensamento geopolítico: Meira Mattos e
Mário Travassos;
→ Meira Mattos: se preocupava com as questões tanto de border como de frontier; risco de
internacionalização da Amazônia (considerava uma das principais ameaças a soberania); levar
meios para desevolver comunidades isoladas; preocupação com a fronteira física, OTCA
(Organização do Tratado de Cooperação);
→ Mário Travassos: se preocupava com as questões de border; como a Argentina era o principal
rival, o Brasil demandava sua atenção e recursos para essa área e o arco sul da fronteira,
negligenciando a influência estadunidense no canto noroeste do continente (Venezuela, Colômbia
e Equador), que ficava vulnerável a influências internacionais = assim, desejava estabelecer um
corredor de exportação iniciando na Bolívia, para que fosse possível exercer maior influência
sobre esse país; também se preocupava com a ameaça norte-americana;
Áreas Marrons: espaços em que atores não-estatais, vinculados a práticas e redes ilegais
locais e internacionais, acumulam tantos recursos e influências que se sobrepõem às
instituições do Estado = áreas acabam se configurando como “territorialidades
armadas”, nas quais o poder institucional não é soberano e onde setores sociais
manifestam abertamente o desejo de não se submeter à ordem estatal, resistindo ao seu
controle, deixando latente a possibilidade de enfrentá-lo com armas;
Problemas NA fronteira x Problemas DE fronteira:
→ problemas NA fronteira: frontier = garimpos, guerrilhas;
→ problemas DE fronteira: border = ameaças externas;
→ hoje, não há no Brasil ameaça clara de algum país vizinho que queira invadir nosso território,
porém tem crescido problemas devido a baixa presença do Estado nas fronteiras, o que provoca
uma crescente entrada de ilícitos por tais lugares, além do aumento de garimpo ilegal e ações de
grupos de guerrilha em regiões próximas aos limites territoriais brasileiros; dessa forma, a
preocupação com essas ameaças têm se tornado de maior prioridade, visto que são as mais
evidentes no momento;
→ um problema de frontier (interno) pode ser levado a um problema de border; exemplo:
outro país pode dizer que o Brasil não está “tomando conta” da Amazônia (que está havendo muito
desmatamento, por exemplo) e pode dar isso como justificativa para querer intervir,
internacionalizar a área);
OTCA: criada em 1998; une Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru,
Suriname e Venezuela, a fim de coibir a "manobra da internacionalização", mantendo a
gestão da área sob responsabilidade das chamadas nações amazônicas;
AA4 Geopolítica
UD IV: América do Sul
Caracterização geral:
→ possui 12 países e 2 possessões (Guiana Francesa e Falklands);
→ tem 6 entre os maiores países mineiros do mundo (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru,
Venezuela);
→ possui 4 dos 10 países com maior biodiversidade (Brasil, Colômbia, Equador e Peru);
→ tem grande estoque de terras cultiváveis;
→ população: aproximadamente 400 milhões (mais da metade brasileira);
→ vazios demográficos (desertos e florestas) e concentrações populacionais (regiões
metropolitanas);
→ crônicos problemas educacionais = anafalbetismo, deficiências e carências em cursos técnicos
superiores;
→ inchaço urbano e hipertrofia do setor terciário (informalidade e subemprego);
→ grandes produtores e exportadores de commodities (soja, trigo, minério de ferro, petróleo e
gás natural), além de outros produtos primários de baixo valor agregado (carnes, frutas, café, flores,
esmeraldas, açúcar, couros, madeiras, laticínios);
→ forte dependência tecnológica e de investimentos e externos;
→ setor público inchado;
→ elevada carga tributária;
→ crescente presença chinesa (investimentos e comércio);
→ espaço de disputa entre EUA x UE x China x Japão;
Paradoxo Sul-Americano:
→ alto grau de violência social x ausência de guerras formais = região que não possui guerras
declaradas, mas em contrapartida a violência é muito grande;
Diversidades Subregionais:
→ uma proposta de divisão (Medeiros Filhos):
(1) Amazônia: países da OTCA (cobiça internacional);
(2) Cone-Sul: espaço do Mercosul (espaço mais desenvolvido, países membros do bloco);
(3) Andes: integração mais difícil = diversos pontos de fricção (dificuldades de acesso, altitude);
(4) Guianas: difícil integração (dificuldades de acesso por meio terrestre);
(5) Brasil;
→ Arco da Estabilidade: corresponde à faixa Atlântica; região mais desenvolvida a América do
Sul; países membros do Mercosul; região de mais fácil acesso, desenvolvimento econômico;
→ Arco da Instabilidade: porção onde persistem zonas potenciais de conflito (Amazônia e
Andes); focos de tensão históricos e atuais; menos desenvolvimento econômico;
Texto 1:
→ paradoxo sul-americano: ausência de guerras formais mas um alto número de mortes
decorrentes de violência = região isenta de guerras mas morre tanta gente quanto em regiões
com guerras formais declaradas;
→OTCA: bloco voltado para resolver os problemas internos da Amazônia (desmatamento,
garimpo ilegal) e desenvolver essa área;
→ cobiça internacional pela região Amazônica: aspecto comum que pode contribuir para uma
cooperação regional dos países sulamericanos amazônicos e para a formação de uma identidade
regional;
→ fases de integração regional da América do Sul;
(1) contenção (década de 1970) = instabilidades políticas entre países do continente (Brasil x
Argentina e Chile x Argentina); ameaças de contenciosos fronteiriços e de conflitos territoriais; um
país desconfiando do outro; não havia políticas de aproximação nem blocos econômicos ligados a
esses países = problema de BORDER;
(2) inflexão (início da década de 1980) = nessa época, esse cenário começa a mudar, tomar outro
rumo, e entra essa nova fase; os motivos que geraram essa mudança = OTCA, primeiro acordo que
surge entre os países sul americanos; questão da hidrelétrica de Itaipu (Paraguai assina um acordo
com a Argentina, marco início da parceria estratégica que dá início ao Mercosul); o fato de a
Argentina ter perdido a Guerra das Malvinas, que o tonou um “exército perdedor” e fez com
que o Brasil parasse de ver o país como uma ameaça; a parceria Brasil-Argentina se aprofunda em
novembro de 1985 com a assinatura da Declaração de Iguaçu, tratando de temas nucleares; em 1991
é assinado o Tratado de Assunção, criando o Mercosul;
(3) cooperação (acentuada na década de 1990): a partir de meados da década de 1980, tem início
um novo momento nas relações entre os países sul-americanos, fortemente marcado pela
perspectiva cooperativa no campo econômico e pela defesa da democracia no campo político =
essa tendência cooperativa acabará por resultar na criação da UNASUL = o que marca essa fase é a
assinatura do Tratado de Assunção;
Texto 2:
→ texto compara Mackinder com Travassos: Mackinder projetou a área pivô da eurásia com uma
escala mundial (quem a comandasse, comandaria o mundo) e Travassos o heartland sul-americano
com uma escala regional (quem o comandasse, comandaria o continente);
→ heartland sul-americano (!!!): área localizada entre 3 cidades = Cochabamba, Santa Cruz de La
Sierra e Sucre; é uma região que eu tenho passagem com facilidade pro Pacífico e pro Atlântico
pelas Bacias Platina e Amazônica;
→ Projeção Continental do Brasil, de Travassos: defende políticas de desenvolvimento nos
setores de transporte, minérios, energia, para garantir ao país a exploração de recursos minerais e
energéticos; numa visão ampliada do conceito de heartland sul-americano, o Paraguai também
seria colocado ao lado da Bolívia como Estados-chave para o controle geopolítico da “área pivô”
sul-americana;
→ Hidrovia Sul-Americana e hidrelétricas Santo Antônio e Jirau: transformar toda esse trecho
navegável e assim ligar o Brasil até o Pacífico e facilitar o comércio de soja do Brasil pra Ásia e pra
costa dos EUA;
→ condição de isolamento mediterrâneo: os dois países da América do Sul que são mediterrâneos
são o Paraguai e Bolívia; se tornam dependentes de países que têm acesso ao mar; afeta seu campo
de poder econômico;
→ Andes e Hileia Amazônica: contribuíram com a questão da defesa sul-americana = Cordilheira
dos Andes formando uma barreira natural e a floresta amazônica como uma área de difícil
acesso (não é possível, por exemplo, uma tropa pesada, blindada sair do Pacífico e atacar essa área
– lembrar da área de soldadura de Golbery – com facilidade);
Texto 3:
→ objetivo da IIRSA (!!!): discutir e elaborar projetos voltados para a infraestrutura, porém,
além disso, é a formaçao de um bloco único dos países da América do Sul pra facilitar o
comércio no cenário internacional (muito mais fácil eu impor vontades quando tenho um bloco
coeso do que se eu realizo trocar comerciais sozinho);
→ 2 principais conceitos principais do IIRSA (!!!): no texto há 6 conceitos, porém fala que esses
6 podem ser sintetizados em 2 = regionalismo aberto e Eixo de Integração e Desenvolvimento
(EID);
→ regionalismo aberto: criação de um bloco para facilidar a economia e o comércio (diminuir a
burocracia, facilitar trocas, facilitar a imposição de suas vontades no comércio mundial);
→ EID (ver foto do início do resumo): projetos do iirsa são os projetos voltados para os eixos de
integração (capricórnio, guianês, do amazonas, interoceânico, Peru-Brasil-Bolívia, Mercosul-Chile,
hidrovia Paraguai-Paraná);
→ relação de projetos da IIRSA com o pensamento geopolítico brasileiro: Terezinha de Castro –
Eixo Mercosul-Chile;
→ eixo interoceânico e eixo Peru-Brasil-Bolívia = relacionados ao pensamento de heartland
sul-americano, de Travassos (!!!);
Texto 4:
→ lítio vem ganhando atenção a partir do início do século XXI devido à alta demanda da
indústria de tecnologia para fazer baterias iônicas de litio (não é só usado para baterias = pode
ser usado em outras coisas, até medicamentos);
→ países no âmbito mundial que possuem maior interesse em lítio = Coreia do Sul, China e
Japão: devido justamente à indústria de alta teconologia = precisam do lítio para produzir
principalmente baterias;
→ distribuição mundial do lítio: 71% do lítio mundial está concentrado na América do Sul; há
outros países no mundo que têm minerio de litio, por exemplo a Austrália = porém o lítio da
América do Sul é de maior pureza (lítio da Austrália é retirado em pedra maciça = mais difícil de
extrair, fica mais caro e de menor pureza do que o sul-americano, que é retirado do deserto;
→ onde está concentrada a maior quantidade de lítio no continente sul-americano = ABC =
Argentina, Bolívia e Chile (!!!);
→ Argentina e Chile usam capital estrangeiro para extrair lítio; já a Bolívia não, por questões
características do próprio governo; na Bolívia, as próprias empresas estatais que realizam a
extração = no que isso resulta?= empresas privadas extraem em grande escala, o que torna
mais barato do que a extração por empresas estatais, que é feita em menor escala = assim, a
Bolívia, embora tenha grande concentração de reserva de lítio, tem pouca exploração e,
consequentemente, vende pouco lítio pra fora do continente (Argetina e Chile exploram e
vendem bem mais);
→ texto defende a criação um bloco regional em torno desse minério: um acordo entre os 3 países
visando vender o lítio com mais facilidade, impor suas vontades, valorizar o produto;
→ maldição dos recursos naturais = você é visto como uma eterna colônia de exploração /
mero exportador de matéria-prima / exporta commodities de baixo custo e importa produtos
de alto valor agregado = vende o minério (lítio) bruto, mais barato, e importa alta teconologia mais
cara, porque não têm indústrias aqui = texto defende que o ABC poderiam criar indústrias pra
poder tratar o lítio e já vender, por exemplo, a bateria, com valor mais agregado = ou seja,
ainda se vê a maldição dos recursos naturais e a DIT (Divisão Internacional do Trabalho) ainda
se mantém do jeito que sempre foi;