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AVES DE PARATY
U M A C I DA DE OB SE RVA DOR A DE AV E S
Associação Cairuçu
A Associação Cairuçu é uma ONG. Nasceu em
2002, quando um grupo de pessoas do Condomínio
Laranjeiras resolveu trabalhar para superar alguns
2 desafios sociais e ambientais da região.
São pessoas encantadas pelas belezas de Paraty, que
sempre apostam na ideia de somar esforços com o poder
público, com os moradores e com outras ONGs, para fazer
da cidade um lugar ainda melhor para se viver.
Nesse movimento, a Associação Cairuçu cresceu e
hoje é uma importante organização social da região,
com projetos nas áreas de educação, de promoção
da saúde, do turismo sustentável e do esporte. Várias
atividades são oferecidas gratuitamente para moradores
de diferentes regiões que compõem o município.
Turismo Sustentável Os primeiros esforços
Depois que o trecho da BR-101, entre o litoral de São Um dos projetos de turismo sustentável de Paraty foi
Paulo e Rio de Janeiro foi concluído, nos anos 70, mais realizado pela Associação Cairuçu em 2003. A idéia foi
conhecido como Rodovia Rio-Santos, o número de pessoas auxiliar moradores da região a se capacitarem para receber
que procuraram conhecer Paraty aumentou. Ou seja, a turistas em passeios na natureza. Assim surgiu o primeiro
estrada facilitou a vinda das pessoas das capitais do Sudeste Curso Básico de Monitores Ambientais, realizado em
para o litoral paratyense e, como o lugar é bonito, muita parceria com o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera
gente decidiu fixar residência e morar ali. Em 20 anos, a da Mata Atlântica. O curso foi aberto para jovens de Paraty
população do município praticamente dobrou de tamanho. e apresentou muitos temas ambientais, educacionais e
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E no verão, curtir Paraty ganha um significado ainda mais profissionalizantes, todos com foco no turismo sustentável.
especial, com turistas vindos de todo o Brasil e do mundo. Entre 2003 e 2005, foram realizados outros encontros
Por melhor que sejam as intenções de todos de capacitação, o que resultou na formação de cerca de
(visitantes e moradores), esse volume de pessoas 50 monitores ambientais. Foi um projeto importante
atinge os ambientes naturais e urbano de Paraty, o que e inovador que até hoje rende frutos para a cidade.
acaba interferindo na harmonia local, impactando a Algum tempo depois, nos anos de 2010 a 2013, outro
natureza e a tranquila vida dos moradores da região. projeto para o município e para as Unidades de Conservação
E foi assim que a Associação Cairuçu se preocupou locais, como a APA do Cairuçu e o Parque Nacional da Serra
em trabalhar a ideia do turismo sustentável, isto é, da Bocaina, foi desenvolvido pela parceria técnica entre a
em pensar projetos que, junto com o poder público Fundação SOS Mata Atlântica e a Associação Cairuçu: o de
e com os moradores, ajudem Paraty a construir um Estudos de Capacidade de Suporte da Região Sul do Litoral
turismo de qualidade, para que todos possam usufruir de Paraty. Foram realizados mapeamentos e levantamentos
desse lugar da melhor forma possível, com segurança, para entender quantas pessoas um lugar pode receber, sem
respeito à cultura local e à preservação ambiental. que venha a ser degradado. Hoje, existem diversas iniciativas
de turismo sustentável na cidade, envolvendo universidades
e ONGs, como os projetos de Turismo de Base Comunitária
(realizados pelo Fórum de Comunidades Tradicionais e
Unidades de Conservação) e os Planos de Gestão Municipal
de Turismo (gerenciados pela Prefeitura, pelo Conselho
Municipal de Turismo e pelas Unidades de Conservação).
Projeto Aves de Paraty
E ntre tantos animais que vivem na Mata Atlântica, as
aves são ótimos exemplos para se compreender
a riqueza da biodiversidade que existe neste bioma.
Seguindo no caminho do Turismo Sustentável, as aves
chegaram voando na Associação Cairuçu, encontrando pessoas
Das 1.919 espécies registradas no Brasil, 891 que as receberam de braços e corações abertos. Em 2012, com
espécies vivem na Mata Atlântica, portanto, nesse o real desejo de realizar um projeto sobre as aves de Paraty que
ecossistema, estão aproximadamente 45% das reunisse a importância da beleza e diversidade desses animais
espécies do país. De todas as aves brasileiras, ao desenvolvimento social e ambiental da região, uma equipe
213 são exclusivas da Mata Atlântica - elas são as foi formada por profissionais e voluntários da ONG. Seria um
chamadas aves endêmicas. O resultado é que a Mata projeto inovador para todos os envolvidos, e fundamental para
Atlântica abriga uma das maiores concentrações o fortalecimento da observação de aves na Mata Atlântica.
de espécies de aves por quilômetro quadrado do Contando com Daniel Cywinski e Sylvia Junghähnel, foi
mundo e, por isso, é considerado um dos melhores possível a construção de um projeto singular sobre as aves da
biomas para a prática da observação de aves. região. Para isso, ambos foram em busca de referências e de
lugares que pudessem fortalecer as ideias sobre a observação
“A Mata Atlântica consegue a façanha de compactar de aves de forma séria e contextualizada. Visitaram programas
uma megabiodiversidade em um espaço pequeno.” das cidades de Ubatuba, de São Paulo e nos estados do
Ornitólogo Luciano Lima Mato Grosso, do Rio Grande do Sul e até mesmo fora do
Observatório de Aves do Instituto Butantan
país. Nessa última estada, pousaram em San Martín de Los
Andes, na Patagônia Argentina, onde acontecia a Feira de
4 Aves da América do Sul 2012 (Feria de Aves de Sudamérica).
Em contato com profissionais da Argentina, do Chile,
S egundo os novos estudos, existem
aproximadamente 18 mil espécies de aves no
mundo. O Brasil, com 1.919 espécies, é o segundo
da Colômbia e de alguns países da Europa, descobriram
objetivos comuns e informações essenciais para o projeto
país com maior número, atrás apenas da Colômbia. que nascia com o nome de Projeto Aves de Paraty. Não
A Bird Life International, que é a maior autoridade em havia dúvidas sobre os benefícios para a região, tanto para
aves do mundo, cria a chamada “lista vermelha”, isto a educação quanto para o desenvolvimento social e para o
é, a lista das aves ameaçadas de extinção. O Brasil meio ambiente e suas espécies, como para o fortalecimento
se mantém há muitos anos como o país com o maior de propostas para o turismo que preserva a vida.
número de espécies ameaçadas. São 174 espécies de Agregar valores ao patrimônio socioeducativo,
aves globalmente ameaçadas de extinção no Brasil, o cultural e ambiental da região paratyense via a prática
que representa 12% das aves ameaçadas do planeta! da observação das aves foi a base da missão do Projeto.
Colocar Paraty nos mapas nacional e internacional de
Referência: Save Brasil
birdwatching (observação de aves) foi o grande desafio.
Ficou claro que Paraty poderia se tornar um dos lugares mais
importantes do Brasil para essa prática de turismo e de estilo
de vida que já naquela época crescia muito em todo o mundo.
Mas, o melhor de tudo, foi descobrir que a floresta de
Paraty, a Mata Atlântica, é um dos melhores lugares do
Formigueiro-de-cabeça-negra (macho) mundo para o turismo de observação de aves e, ao mesmo
Formicivora erythronotos
Foto © Irmãos Mello
tempo, é um dos biomas que mais precisa de preservação.
Por tudo isso, o projeto se tornava tão importante e urgente.
A educação em uma cidade observadora de aves
Como a Associação Cairuçu tem experiência com
educação, naturalmente o Projeto Aves de Paraty começou
focado em encontrar maneiras de realizar ações educativas
com crianças, e entrar nas escolas com o tema das aves.
Além disso, era importante conversar com donos de
pousadas e agências de turismo sobre o potencial da
observação de aves como atividade turística. Os guias de
turismo, as pessoas da Prefeitura e os responsáveis pelas
reservas de floresta de Paraty, as Unidades de Conservação,
também precisavam participar do projeto. A tarefa parecia
enorme, mas a vontade em fazer e os pontos positivos
da região como celeiro de diversidade de aves foram
fundamentais para continuar. Iniciou-se, então, um projeto
único que, em poucos anos, conquistou resultados positivos.
Os objetivos principais do Projeto Aves de Paraty
- atuar no turismo, na educação e na preservação -
eram ousados e, para alcançá-los, sabíamos que seria
necessário um bom tempo para semear e, então, colher.
A colheita seria criar uma “cidade observadora de 5
aves”, um lugar onde todos os moradores valorizassem
as aves livres na natureza, reconhecessem esses animais
e a floresta onde vivem como um rico e exclusivo
patrimônio natural, cuja proteção e preservação
dependem de muito carinho e dedicação.
Festival Aves de Paraty
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Vinculado ao Projeto Aves de Paraty nasce um
evento. E que evento! O Festival Aves de Paraty.
Com foco em dar visibilidade ao tema na cidade, a
Associação Cairuçu convidou especialistas em observação
de aves, promovendo uma espécie de congresso
científico com formato descontraído, aberto a todos os
moradores e visitantes. E, acreditando que seu maior
público de divulgação seriam os alunos e professores das
escolas locais, buscou promover, durante o encontro,
atividades de educação ambiental e conscientização
sobre a biodiversidade das aves na região. Foi notável a
mobilização de parceiros para a realização do primeiro
Festival Aves de Paraty, o FAP, como se tornou conhecido.
Curso Infraestrutura para Observação de aves com Tietta Pivatto, em 2014
A Fundação SOS Mata Atlântica foi uma das primeiras
parceiras, juntamente com a Avistar, que há anos realiza
eventos similares em São Paulo e Rio de Janeiro, bem como
o Instituto Butantan do Estado de São Paulo, as Unidades
de Conservação governamentais e a Prefeitura de Paraty.
Foram muitas adesões voluntárias, muitas pessoas que se
tornaram amigas do FAP e que até hoje apoiam o projeto.
Durante o Festival Aves de Paraty de 2013 foi realizado
o primeiro curso de Infraestrutura para Observação 7
de Aves, ministrado pela professora Tietta Pivatto,
especialista do município de Bonito (Mato Grosso do Sul),
cidade referência em turismo ordenado e sustentável.
Foram cerca de 15 participantes, alguns guias de
turismo local e monitores ambientais que haviam
participado das formações anteriores da Associação Saída para observação de aves na estrada da Pedra Branca
Cairuçu. Naquele ano de 2013, o FAP foi realizado
no Morro do Forte de Paraty, numa parceria com
o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
O primeiro FAP contou com mais de 700 crianças e
professores de diversas escolas de Paraty, que participaram
do circuito de atividades educativas, como palestras,
oficinas e saídas de observação guiadas por especialistas.
Considerado um sucesso, o primeiro FAP teve a
participação de observadores de aves e de ornitólogos
de todo o Brasil, como Luciano Lima, Guto Carvalho,
Martha Argel, Juan Pablo Culasso (Uruguai), entre outros.
O reconhecimento do FAP para o município de
Paraty veio através da Secretaria de Turismo, cuja
decisão foi incorporar o Festival Aves de Paraty
no Calendário Anual Cultural da cidade. Primeira saída para Observação de Aves do COA Paraty
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Festival Internacional na estrada Paraty-Cunha
Nos anos de 2014 e 2015, o Festival Aves de Paraty Horácio Matarasso, da Argentina, que propôs que
foi realizado em um local de eventos na Estrada o evento, no ano seguinte, acontecesse em Paraty.
Paraty-Cunha, no bairro da Ponte Branca. Foi uma E assim, em 2015, o Festival Aves de Paraty teve
experiência inovadora realizar o evento distante do caráter sul-americano, recebendo observadores de aves
Centro Histórico. A proposta foi ousada, pois não de todo o continente, participantes que se encantaram
seguia o costume da cidade em concentrar os eventos com toda a região e, claro, com a imensa diversidade de
na região central e histórica. O segundo FAP foi, então, aves. Foi marcante o reconhecimento desses incríveis
o evento pioneiro do Calendário Cultural da cidade observadores sobre a quantidade, diversidade e cores
a acontecer num bairro afastado, na região das matas das aves da Mata Atlântica, bem como a facilidade de
e cachoeiras. Foi no ano de 2014 que o FAP recebeu observá-las na região das praias, na preamar, além de
a visita do presidente da Feria de Aves de Sudamérica, constatarem aves de média e de grande altitude.
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Diferenças de altitude
Em 2018, a cidade de Porto Seguro (Bahia) fez seu cercadas pelo bioma Mata Atlântica. Apesar de possuírem
primeiro festival de aves. O evento nasceu pela participação características biológicas peculiares às suas regiões, há
de integrantes da cidade de Porto Seguro no FAP 2017. pontos semelhantes entre as aves das florestas da costa da
O Festival de Aves de Porto Seguro procurou seguir o cidade de Porto Seguro e as aves encontradas nas matas
modelo de Paraty, organizando um circuito de atividades de Paraty, tais como diversidade de espécimes e cores.
para crianças das escolas da cidade, contando com Além das semelhanças das aves em suas regiões, deve-
palestras, oficinas e saídas para observação. As duas cidades se destacar que as duas cidades históricas brasileiras
possuem características semelhantes. Ambas possuem possuem ainda mais convergências, como a presença
patrimônios históricos seculares e são cidades à beira mar, de populações tradicionais (indígenas e caiçaras) nas
proximidades de suas unidades de conservação. E os
desafios são os mesmos: equilibrar o desenvolvimento
humano, o turismo e a preservação da natureza.
Os organizadores dos dois eventos uniram
esforços e conhecimento, o que é fundamental para
a consolidação da irmandade entre os eventos de
observação de aves em Porto Seguro e Paraty.
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O Festival de Aves
ocupa o Centro
Histórico
Em 2018, o Festival Aves de Paraty desceu a montanha
do Morro do Forte para ocupar o Centro Histórico de
Paraty, sendo montado no Largo de Santa Rita, uma linda
14 praça que é um dos cartões postais da cidade histórica.
Em parceria com o Sesc e a Prefeitura de Paraty, o evento
ganhou um novo formato e outra dimensão. E mais uma vez
contou com uma exposição fotográfica. O convidado foi o
fotógrafo de natureza João Quental. Suas fotos retrataram as
Aves da Mata Atlântica, espécies existentes no trecho sudeste
deste bioma. Neste ano, o festival escolheu o manguezal
Terra Nova do Centro Histórico, como o local para as
atividades educativas. Nesse espaço, rico para a observação
de aves, as crianças vivenciaram experiências utilizando
binóculos, acompanhadas por educadores especializados.
Uma das novidades em 2018 foi o Passaporte FAP, um
livreto que as crianças receberam na chegada do evento
como apoio e roteiro para as suas atividades. O passaporte
permitiu o registro dos desafios vencidos por cada uma das
crianças participantes. Às atividades educativas somaram-
se palestras, saídas para observação, espetáculos de teatro,
música e dança, e as presenças de convidados especiais,
como as cobras do Instituto Butantan, trazidas de São Paulo
para o reconhecimento de sua importância na natureza.
Festival Aves de Paraty
sai do ninho da Cairuçu
Desde 2018, a Associação Cairuçu vem
procurando refletir sobre uma decisão muito
importante, a de ampliar o FAP no mundo.
Para isso seria necessária a transferência de coordenação
do evento. Uma das ideias seria passá-lo oficialmente
para a cidade, num reconhecimento de que o festival
pertence a Paraty. Além disso, o FAP deveria alcançar sua
sustentabilidade, nova gestão, novos parceiros e identidade
autônoma. Esse caminho não parecia fácil e, como um
pássaro que aprende a voar, havia incertezas. Mas, era
o momento de saltar, de forma segura e confiante.
Assim, a coordenação do Festival Aves de Paraty
iniciou diálogos com o Sesc Paraty - que em 2018 já
havia acolhido o evento com o Clube de Observadores
de Aves de Paraty e outros amigos e parceiros. O
interesse de todos os envolvidos resultou em uma
nova etapa de vida para o Festival Aves de Paraty. 15
Aves da Minha Escola
O Projeto Aves da Minha Escola (AME) surgiu em
2015, como uma ação integrada ao FAP. A ideia foi
levar para dentro das escolas municipais de Paraty uma
ação de educação sobre o tema das aves, que aconteceria
durante os oito meses do ano letivo. Ao surgir, a meta do
projeto era que em alguns anos o Aves da Minha Escola
pudesse percorrer toda a rede municipal de educação,
marcando presença em todas as 34 escolas municipais.
Hoje, pode-se afirmar que Paraty é a primeira cidade
brasileira a ter um projeto de educação ambiental com o
tema das “aves livres” em todas as escolas municipais.
Entre os anos de 2015 e 2019, o projeto percorreu
19 escolas com ações semanais, mantidas ao longo do
ano letivo de maneira transversal ao currículo escolar,
envolvendo alunos, professores e gestores escolares.
O Aves da Minha Escola é uma atividade lúdica, que
trabalha com o tema da riqueza da diversidade de aves
da Mata Atlântica e, mais que tudo, estimula a percepção
16 da beleza e do valor das aves livres na natureza.
É, sem dúvida, uma ação pioneira de educação, no
gênero, apoiada pela Secretaria Municipal de Educação
de Paraty e patrocinada pelo Instituto Humanize. Ao
longo dos oito meses de trabalho na escola, os estudantes
participam de oficinas de desenho e de pintura de aves
e, ao final, fazem a pintura coletiva de um grande painel
nos muros e paredes da escola, e em suportes de madeira
e tecido que, finalmente, formam uma exposição de arte
montada em escolas e outros espaços públicos da cidade.
Principais objetivos do Aves da Minha Escola
}} Gerar conhecimentos sobre as aves
de Paraty e da Mata Atlântica
}} Comunicar, por meio da arte, a diversidade de
aves dentro e no entorno das escolas, tanto
para a comunidade escolar quanto para os
moradores dos bairros onde estão as escolas
}} Sensibilizar estudantes e professores,
através de vivências de educação
ambiental, sobre a importância de se
conhecer e proteger as aves livres
}} A partir do conhecimento das aves,
trabalhar os conceitos de conservação
dos ambientes em que elas vivem
}} Contribuir positivamente na formação de
uma cidade observadora de aves
PATROCÍNIO
Clube de Jovens de Paraty na
Observadores de Aves observação de aves
A partir do Festival Aves de Paraty 2013 foi formado Uma das consequências significativas do Projeto Aves
o Clube de Observadores de Aves Paraty (COA Paraty). de Paraty foi o surgimento de jovens observadores de
O grupo passou a fazer saídas mensais para a prática da aves, uma garotada que se engajou de forma muito ativa
observação de aves e hoje reúne 68 pessoas que se organizam e que se formou espontaneamente ao longo dos anos
através de um grupo de rede social. Esse grupo fotografa e de projeto. Eles se conectam com outros jovens em
monitora as aves de Paraty diariamente e tem feito registros todo o mundo e se denominam Young Birders, formando
inusitados de aves pouco ou nunca registradas em Paraty. uma rede jovem de observação e de construção de
O COA Paraty vai muito além da fotografia. O fato de conhecimento. Muito orgulho dessa garotada!
contar com tantas pessoas observando as aves e realizando
documentações sonoras e fotográficas sistemáticas é um
exemplo de como pessoas comuns (não ornitólogos)
podem colaborar com a ciência, acrescentando diariamente
informações e registros sobre a avifauna de um território.
Isso é conhecido no meio científico como Ciência
Cidadã e representa, nos dias de hoje, um importante
movimento que tem colaborado muito com os cientistas,
18 agregando informações para o conhecimento das aves.
Uma derivação importante do COA Paraty foi um
grupo que passou a monitorar a presença do Socó-
boi-escuro (Tigrisoma fasciatum) nos rios de Paraty.
A ave estava desaparecida há mais de um século no
Estado do Rio de Janeiro. Sua identificação ocorreu
durante o Festival Aves de Paraty de 2015, por dois
observadores da cidade do Rio de Janeiro que estavam
no evento e hospedados justamente na principal área de
ocorrência da ave. Este registro, de enorme importância,
criou uma atenção especial à presença da ave em Paraty
que, desde então, passou a ser monitorada e estudada
por ornitólogos e observadores de aves num processo
participativo e integrado pioneiro no Brasil.
As observações são registradas em um grupo de rede social
e organizadas cientificamente pelo ornitólogo Luciano Lima,
do Observatório de Aves do Butantan e da Fazenda Bananal.
Paraty conquista título de Patrimônio Mundial
Ações Educativas Festival Aves de Paraty Promoção do tema da observação de aves nos
4.200 crianças participantes em seis anos de evento. fóruns e conselhos regionais de meio ambiente.