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09/06/2020

Tarefa 8
Visionamento e reflexão do filme:

Diabo veste Prada

O filme tinha várias personagens sendo as principais: Miranda (dirigente de uma prestigiada
revista de moda) e Andrey (jovem que concorreu a uma vaga anunciada para secretária pessoal).

Posso dizer que em todo o filme Andrey teve poder de tomada de decisão. Mas, o meio (colegas
de trabalho, Miranda) exerceu pressão sobre ela com ideias de “emprego de sonho”, “outras
matavam por fazer o que fazes” e a ideia de que Miranda tinha de ser sempre servida e atendida
conforme o seu desejo, nem que isso implicasse estar sempre disponível…. fora dos horários de
trabalho e com prejuízo para si mesmo e contato social com outros.

Logo no início do filme isso fica bem evidente, com o stress de toda a equipa da empresa em
deixar tudo impecável aos gostos de Miranda. Também fica notório quando a colega tutora de
Andrey avisa que não se pode perder nenhuma chamada telefónica, por isso, ir à casa de banho,
está fora de questão (necessidade básica).

Fica então, notório que Andrey sentir-se-á na obrigação de abdicar dos seus direitos, para sentir
a tão desejada “aprovação” de Miranda e permanecer no trabalho.

Miranda tem uma postura manipuladora, agressiva, diminui todos à sua volta, motivo pelo qual
são tão servis, a ideia de “não se saber a sorte que se tem por estar a trabalhar para ela e para
a prestigiada revista” é um argumento que bloqueia qualquer desejo e necessidade própria.

Também surgem medos de retaliação futura.

Andrey muda de aparência, começa o serviço mais cedo e termina mais tarde, vive sempre em
correria e constante stress.

Até metade do filme o seu posto de trabalho e aptidão profissional são postos em causa, estando
Andrey sempre na obrigação imposta de provar que tem capacidades para tal. Tal deixa de
acontecer a partir do momento em que ela concretiza o desejo “impossível” do livro de Harry
Potter para as gêmeas de Miranda e supera as suas expetativas.

Mesmo assim, será intimidada, como que obrigada numa espécie de moldagem de Miranda, a
prescindir dos seus valores pessoais, quando tem de avisar a colega direta e sua tutora de que
irá substituí-la na ida a París, que era o seu sonho de sempre. Teria de escolher, mais uma
vez…ou isso, ou ficaria sem o trabalho.

Mais tarde, conforme Miranda vai abrindo intimidade e confiança, Andrey vai descobrindo que
a vida focada no trabalho tem um preço na vida pessoal e seus relacionamentos, até mesmo
para a “Diva”.
O filme termina com Miranda tendo uma conversa mais intima e reflexiva e comparando Andrey
consigo mesma na atitude de passar por cima de outros para salvar a própria pele. Nessa altura
Andrey cai em si e rejeita continuar. Depois disso Andrey volta aos seus sonhos e tentar reatar
as relações prejudicadas, nota-se no modo de vestir que Andrey volta a ser ela mesma, mas mais
cuidada ( efeito da sua passagem pela revista de moda).

Andrey sempre soube o que queria, apenas não acreditava nas suas capacidades. Isto para,
tentar primeiro a editora/ jornal. O trabalho com Miranda foi apenas para pagar as contas, se
sustentar e ganhar algum curriculum. Os próprios pais a deixaram à vontade com apoio
financeiro, quando viram que ela estava numa situação abusiva. A própria Miranda no inicio
quando a rebaixa acaba por lhe falar nas altas capacidades dela, mas lá está, os seus cometários
colocaram dúvida e distorceram a própria visão que Andrey tinha de si mesma deixando-a
insegura e presa de aprovação.

No fim do filme ela já está segura das suas capacidades e do que quer e apresenta-se para o
trabalho na Editora/jornal, mesmo sabendo que o seu percurso com Miranda a pode prejudicar
na entrevista como “não recomendação”, mesmo assim, a medo, enfrenta a situação.

Muitos jovens hoje não sabem o que querem e são levados pela multidão. Os que são como
Andrey que têm apoio familiar, foco e objetivo têm uma vida mais fácil só por isso. Todos
precisamos errar e ter as nossas experiências para nos conhecermos e nos identificarmos.

A assertividade é isso, uma compreensão pessoal, um refinamento, amadurecimento, uma


reafirmação, defesa do que se quer, uma relação connosco e a voz da nossa consciência, atar as
pontas soltas onde elas encaixam melhor.

Sara Oliveira

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