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Universidade Estadual da Paraíba

Aluno Arthur Monteiro Bazante


Professor: Sebastião Costa Andrade
Disciplina: Sociologia da comunicação

Atividade sobre visão crítica do episódio


Queda livre seriado Black Mirror

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Arthur Monteiro Bazante
Por Arthur Monteiro Bazante

A série mostra um cenário futurista de pessoas que julgam umas com as outras por estrelas.
Amigos, conhecidos e estranhos te avaliam pelo seu comportamento, seu humor, sua disposição,
suas emoções, tudo. Este cenário é doentio, pois leva a pessoa pensar muito nas mídias e redes
sociais. A busca incansável da perfeição, de querer agradar pessoas o tempo inteiro ao seu redor.
Nem sei que aplicativo é esse que as pessoas julgam as outras, mas parece ser como fosse uma
identidade, onde você vê o perfil das pessoas nele.

A nota que cada pessoa tem no universo da série é como um status, cada número tem um
privilégio diferente em ordem crescente, quanto maior sua nota, mais “poderoso” você é. Isso
atualmente tem no número de seguidores do Facebook, do Instagram, Twitter e também nos
aplicativos de serviço, por exemplo, o do Uber.

O aplicativo louco da série é meio que um livro aberto sobre você, às pessoas tem acesso a
informações suas e ficam te julgando pelo aplicativo. A ruiva protagonista neste episódio, ela da
noite pro dia foi do vinho para a água.

Forçando as pessoas a gostarem dela... Foi rejeitada, teve negativa nas notas e a consequência
lhe fez ficar impedida de ter privilégios dos “notas altas” ... Proibida de comprar passagem de
avião por causa de dois décimos Ela estava com 4.18 e precisava ter igual ou acima a 4.2. Não
tendo a nota ela foi impedida , reclamou , falou palavrão e recebeu multa de negativa dobrada.

Ela sempre dava cinco estrelas para todo mundo e só recebia nota baixa. Isso mexia com a
cabeça dela, lhe deixando surtar e sendo bastante negativada por amigos, conhecidos e
desconhecidos ao seu redor. As pessoas nem a conheciam, como julgar alguém que você nunca
viu antes? Ahh o aplicativo do demônio avisou que ela não presta... Deslike!

Há dependência da tecnologia nessas pessoas, um negrinho do trabalho da protagonista era


rejeitado por ter uma nota de 3.1, divorciado e tal, tal... Que hipocrisia da gota, ninguém é
perfeito não. Como o rei dos reis falou uma vez, atire a primeira pedra quem nunca pecou.

Lista do que eu percebi neste episódio do Black Mirror.


Formação de novas classes sociais – os “notas”: Dependendo da nota das pessoas você é bem
recebido ou não , as notas lhe dão poder tanto de aceitação como de rejeição na ordem
crescente , quanto maior a nota você está por cima , é popular , tem poder... No inverso você é
rejeitado, ninguém quer falar com você e ninguém quer te ouvir, você se sente invisível ali.

Falta de identidade das pessoas: As pessoas preocupadas com números acabam fingindo se
interessarem em pessoas e assuntos que elas não gostam por causa de números, elas fingem
serem outras pessoas para serem aceitas por pessoas que não gostam de você, perdendo sua
identidade completamente. As pessoas mais normais do episódio são: O irmão da protagonista, a
mulher do caminhão e o rapaz da prisão. São pessoas simples, humildes, fora do sistema doentio
de pessoas que vivem uma vida falsa.

Falta de humildade: O poder das notas é tão doentio neste universo que as pessoas não querem
te conhecer, não querem te ajudar, não querem se comunicar e você se sente um inútil, um
derrotado.

Ausência de valores éticos e morais: As pessoas ignoram os direitos humanos, os valores éticos
e morais. Um homem morrendo de câncer com nota 4,3 perdeu a vaga de ser operado por um
4,4. E uma moça com 4,18 proibida de pegar o avião por causa de dois décimos, mesmo tendo
dinheiro, não é levada a sério. O dinheiro não importa aqui neste universo, o que importa são
números apenas. A protagonista batalhou para chegar ao casamento de uma ex-amiga dela de
infância. Foi proibida depois por ter nota 2 . Um universo de loucos.

Pessoas presas num sistema como no filme Matrix (1999): Estão sempre no celular em mãos,
no aplicativo que julga as pessoas ao seu redor. “A ignorância é uma benção”, frase de Matrix
que aparece muito neste seriado do Netflix. A Matrix ai seria os números, você não é uma
pessoa, é um número. Você fica preso neste estereotipo fabricado por alguém num aplicativo. A
beleza é subjetiva, mas o aplicativo faz a seleção do que é ou não é para você, uma alienação
coletiva.

Felicidade falsa: A pessoa fingir adorar gostos e costumes para ser aceita para as outras pessoas,
a felicidade se torna falsa, estar vivendo um conto de fadas naquele aplicativo ali que te julga a
cada momento. Não poder se expressar como você quer você “irrita” as outras pessoas, e para
não se sentir “sozinho” você se torna um robô deste aplicativo e faz coisas que não gosta por
status e felicidade falsa, perda de identidade.

Tecnologia acima da capacidade humana: “Se ele sangra, pode ser destruída”, frase do filme
do Predador de 1987. Este aplicativo tem falhas de ignorar a historia das pessoas , e ela foi criada
por pessoas . Então só o criador pode destruir a criatura. O que foi criado ai foi um monstro que
seleciona pessoas, privilégios, promove novas classes sociais por números, e nada mais importa
do que números. As pessoas não pensam mais, não perguntam nada, apenas olham seu perfil e já
te julgam. Tem uma frase antiga que é assim “leia para não acreditar no que dizem para você”, as
pessoas perdem oportunidades por não quererem mais conversar entre elas, apenas olham seu
perfil e te julgam.

Guerra de números: O tempo todo, a preocupação da ruiva é a busca incansável por números,
querer privilégios, se humilhando para ser aceita por todos e o que acontece que o feitiço vai
contra o feiticeiro; nenhuma opinião define quem você é.

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