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01.

REGISTRO: ANEXO A
UNIVERSIDADE VILA VELHA
(para uso do PPGSP) PROPOSTA DE PESQUISA

      PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA POLÍTICA

02. NOME DO CANDIDATO:


     Carlos Eduardo Correia

0.3 CURRICULUM LATTES (link)


     http://lattes.cnpq.br/7333039100738784

04. TÍTULO DA PROPOSTA:

  Estado em rede: Perspectivas para a criação de contratos inteligentes e públicos através da tecnologia de
blockchain.

05. PALAVRAS-CHAVE: 06. LINHA DE PESQUISA DO PROGRAMA:


01. Contratos inteligentes 02. Blockchain 03. Estado
em rede Estado e Sociedade
07. INDICAÇÃO DE ORIENTADOR:

08. PROBLEMA DE PESQUISA:


(até 4.000 caracteres, incluindo os espaços)

Na sociedade em rede do século XXI, a relação entre os poderes civis transpassam a lógica da autoridade
comum estamental e da burocracia instalada como elementos chaves da democracia representativa do século
XX, incluindo o capital financeiro concentrado em bancos, ou então com as redes sociais como motor da
discussão política no lugar das discussões físicas.

Para além das novas formas de negócio, a tecnologia de blockchain vem como um marco na era informacional,
promovendo novas formas de comunicação e métodos de organização da tecnologia da informação pela
sociedade civil, através da internet com sua mineração de dados e contratos inteligentes (smart contracts)

Esta nova tecnologia trás consigo direitos e práticas financeiras que podem ainda no momento não estarem
totalmente exploradas, ou mesmo, mensuradas com legislação adequada, pelas antigas formas de gerir os bens
públicos, já que estas baseiam-se, por via de regra, num antagonismo entre a criptografia privada e altiva, e na
defesa incondicional da propriedade privada contra os interesses do Estado.

Sendo assim, em suma, utilizadas pelo cidadão como uma nova forma de investimento, e proteção dos seus
bens, impedindo o avanço da economia pública e planejada, e até mesmo, protegendo-o da taxação de
impostos. Pelo menos, sob um olhar distante, como no caso brasileiro, e nas economias menos desenvolvidas
que ainda não se adaptaram as essas novas tecnologias. E tratam o caso como sonegação de impostos (1)
(impedindo até mesmo projetos de taxação das grandes riquezas).

Alguns países diante do fato das suas economias digitais estarem ganhando força já avançam no
prosseguimento de suas agendas na criação de novas moedas criptografadas e públicas, até mesmo estáveis na
conversão com o dólar ou outras moedas fiduciárias, como o Franco Suíço, lastreadas em metais nobres ou
não, chamadas stablecoins. Contudo até mesmo empresas privadas como a Tesla Motors e o Facebook (2)
demonstram interesse criando na perspectiva das stablecoins um modelo de negócios. Oferecendo novas
formas de diálogo, e até mesmo pagamento pela internet, com canais ultraprotegidos e rápidos. Com o objetivo
de criar moedas estáveis e adaptadas as garantias da coisa pública e do erário, como pouca variação do valor
nominal do poder de compra.

Nota-se que neste sentido, muitos dos programas de radicalização da democracia pelos movimentos de
vanguarda da internet atual, caminham no sentido de assegurar as garantias civis conquistadas pelo Estado, ou
até mesmo, contrárias ao avanço da monetização das criptomoedas, que em suma, podem ser classificados
como uma forma de anarco-capitalismo, pelos teóricos do anarquismo, ou então pela radicalização financeira
evidente. Neste sentido, abrindo possibilidade para uma nova forma de gestão democrática baseada em
plataformas como o Ethereum, ou de tecnologias semelhantes, sem a intervenção do estado nas mecânicas do
plataforma, com a utilização de contratos inteligentes (5).

Portanto ter a compreensão da mecânica de blockchain, pode significar compreender sua nova utilidade nas
políticas públicas (3) e algoritmos de governamentalidade do SÉC XXI. Tendo em vista a privacidade do seu
funcionamento, para além dos contratos inteligentes que podem ser desenvolvidos atualizando o Estado da
Arte das políticas públicas, onde até mesmo a problemática da democracia direta através da internet pode ser
discutida dialogando com conceitos do Estado em Rede.

09. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PROPOSTA:


(até 1.000 caracteres, incluindo espaços)

O Blockchain segue uma tendência tecnológica que existe desde 1950, com a inovação da Tecnologia da
Informação (TI). Nesse período foram introduzidos conceitos como: mainframes, banco de dados, redes,
servidores, softwares, sistemas operacionais e linguagens de programação. (MOUGAYAR, 2017).

As redes de blockchain com seus nós, são uma tecnologia de registro distribuído por via de um documento
digital público, que visa a descentralização como medida de segurança, tendo seus dados distribuídos e
registrados. Composta de blocos para mineração, sendo que a cada novo bloco a rede é atualizada através dos
“nós” e do seu registro central.

Mougayar (2017): introduzindo-a tecnologia de blockchain, a contextualiza como não somente uma revolução,
mas mais que isso: um fenômeno em curso que, como um tsunami, que avança gradualmente envolvendo tudo
em seu caminho (4). Sua previsão é de que isso trará uma mudança que atinge a governança, o modo de vida,
modelos corporativos tradicionais, sociedades e instituições globais.

10. OBJETIVOS:
(gerais e específicos - até 1.000 caracteres, incluindo espaços)
     
GERAL:
Este estudo busca a compreensão do blockchain sob a ótica das instituições brasileiras dentro da literatura
existente a partir de uma análise do discurso de entrevistas realizadas com usuários de moedas digitais.

Específicos:
*Listar as criptomoedas mais conhecidas, sejam elas altcoins, stablecoins, ou outras.
*Analisar as moedas mais populares no aplicativo (binance (1)). Citando suas cateterísticas.

(1)- Aplicativo que realiza as maiores transações no mercado de criptomoedas. Conceito denominado por
“exchange”.

11. MÉTODOS:
(até 1.000 caracteres, incluindo espaços)
     como você pretende desenvolver a pesquisa. Quais referenciais teóricos você pretende utilizar. Geralmente trabalho com pós-estruturalismo como Foucault,
Deleuze e Guattari, do ponto de vista analítico, e com Goffman e demais interacionistas, do ponto de vista metodológico, já que geralmente faço pesquisas
etnográficas

acho o estruturalismo muito conveniente com esta pesquisa.


12. REFERENCIAL TEÓRICO / REVISÃO DA LITERATURA:
(até 2.000 caracteres, incluindo espaços)

<https://www.activism.net/cypherpunk/manifesto.html>. Acesso em 16 de julho de 2020.


ANTONOPOULOS, Andreas M. Mastering bitcoin: unlocking digital cryptocurrencies. Sebastopol: O’Reilly,
2014. 282 p.
BOBBIO, Norberto, Dicionário de política I e II Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino;
trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev.geral João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto
Cacais. - Brasília : Editora Universidade de Brasília, 11a ed., 1998.
CARVALHO, Leonardo Rodrigues. “Tecnologia Blockchain e as suas possíveis aplicações no processo de
comunicação científica”. Disponível em
<https://bdm.unb.br/bitstream/10483/20896/1/2018_LeonardoRodriguesCarvalho_tcc.pdf>. Acesso em 20 de
julho de 2020.
CORREIA, Carlos E. “PLATAFORMA DE GESTÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL.
ATRAVÉS DO MARCO CIVIL DA INTERNET, TECNOLOGIAS EM REDE E LEIS DE PARTICIPAÇÃO
SOCIAL, INTERNET DAS COISAS, BLOCKCHAIN E AFINS ®”. Sem editora. 2020.
__________. “O discurso do Homem só, ou o discurso de todos os homens: Por que a democracia direta é um
regime de governo melhor que a democracia indireta ou representativa, e como ela pode ser aplicada de forma
digital?”. Edição livre. 2020.
DINIZ, E. Emerge uma nova tecnologia disruptiva. GV Executivo, v. 16, n. 2, 2017.
FERREIRA, F. L. Blockchain e Ethereum: Aplicações e Vulnerabilidades. Trabalho de Formatura
Supervisionado (MAC0499) – Instituto de Matemática e Estatística, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2017.
MOUGAYAR, William. Blockchain para negócios: promessa, prática e aplicações da nova tecnologia da
internet. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017.
PROUDHON, Pierre-Joseph. O que é a propriedade? Pesquisa sobre o Principio do Direito e do Governo.
1840.
KAMIENSKI, Carlos. et al. Colaboração na Internet e a Tecnologia Peer-to-Peer. In: XXV Congresso da
Sociedade Brasileira de Computação, 25, 2005. São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Anais... São Leopoldo, 22 a
29 de julho de 2005.
VIEIRA, Juliana Aparecida Pinto A representação social do blockchain no Brasil / Juliana Aparecida Pinto
Vieira. – 2018.

13. REFERÊNCIAS:
(até 1.000 caracteres, incluindo espaços)
(1)<https://www.forbes.com/sites/leeorshimron/2020/06/30/bitcoin-is-the-separation-of-money-and-state/
#1f62c4ed56db>. Acesso em 16 de julho de 2020.
(2)<https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/18/tecnologia/1560851467_183722.html#:~:text=O%20Facebook
%20lan%C3%A7ar%C3%A1%20em%202020%20sua%20pr%C3%B3pria%20moeda%3A%20a
%20Libra.&text=A%20Libra%20pretende%20chegar%20a,custo%20ou%20a%20baixo%20custo%22.>.
Acesso em 16 de julho de 2020.
(3)<https://blockchainacademy.com.br/governo-estado-de-sao-paulo-explora-blockchain-em-parceria-com-
blockchain-academy/>. Acesso em 16 de julho de 2020.

(4) INSTITUTE OF INTERNATIONAL FINANCE. Banking on the Blockchain: reengineering the


Financial Architecture. 2015.
(5) GATES, Mark. Blockchain: Ultimate Guide to Understanding Blockchain, Bitcoin, Cryptocurrencies,
Smart Contracts and the Future of Money. Breinigsville, Pensilvânia: Createspace Independent Publishing
Platform. 2017. 126 p.
GUPTA, M. Blockchain for dummies. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons, 2017.

14. CRONOGRAMA DE PESQUISA:


(até 1.000 caracteres, incluindo espaços)
     Como usará o tempo, 24 meses de pesquisa, em relação a tua pesquisa
i
isto depende da metodologia

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