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ELETRICIDADE BÁSICA e

EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
SENAI - RJ
SENAI
PETROBRAS
CTGÁS-ER

ELETRICIDADE BÁSICA
e
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Rio de Janeiro / RJ
2010
Esta apostila é uma revisão/adaptação da obra EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS
ELÉTRICOS – Termoaçu, do autor Engº Hudson Antunes de Lima, para o Curso
de Formação de Operadores da UTE Jesus Soares Pereira, em Açu-RN.

Engº Luiz Antônio Pimentel da Costa


SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE .............................................. 5


1.1 - GRANDEZAS ELÉTRICAS ................................................................................. 6
1.2 - CIRCUITO ELÉTRICO ...................................................................................... 16
1.3 - LEI DE OHM ..................................................................................................... 21
1.4 - MAGNETISMO .................................................................................................. 23
1.5 - ELETROMAGNETISMO ................................................................................... 27
1.6 - CORRENTE CONTÍNUA E ALTERNADA......................................................... 31

CAPÍTULO 2 – MÁQUINAS ELÉTRICAS ................................................................ 36


2.1 - MOTOR ELÉTRICO .......................................................................................... 37
2.2 - TIPOS MAIS COMUNS DE MOTORES ELÉTRICOS:...................................... 41
2.3 – PRINCIPAIS TIPOS DE MOTORES DE INDUÇÃO ASSÍNCRONOS.............. 42
2.4 - TRANSFORMADORES .................................................................................... 58
2.5 – GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA E CORRENTE CONTÍNUA ..... 69

CAPÍTULO 3 - ELEMENTOS DE COMANDO E PROTEÇÃO ................................. 77


3.1 – SECCIONADORES .......................................................................................... 78
3.2 - DISJUNTORES ................................................................................................. 79
3.3 - FUSÍVEIS .......................................................................................................... 84
3.4 - BOTÃO DE IMPULSÃO OU PULSADOR ......................................................... 98
3.5 - SINALIZADORES ........................................................................................... 104
3.6 - CONTATOR .................................................................................................... 109
3.7 - RELÉ TÉRMICO DE SOBRECARGA ............................................................. 121
3.8 - TEMPORIZADORES....................................................................................... 125
3.9 - ACESSÓRIOS, ELEMENTOS E DISPOSITIVOS ELÉTRICOS...................... 133
3.10 - SENSORES .................................................................................................. 148

CAPÍTULO 4 - LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIAGRAMAS ELÉTRICOS .. 164


4.1 - NORMAS ........................................................................................................ 164
4.2 - PRINCIPAIS ÓRGÃOS NORMATIZADORES DO SETOR ELÉTRICO .......... 165
4.3 - SIMBOLOGIA ELÉTRICA APLICADA A ESQUEMAS ELÉTRICOS EM GERAL
................................................................................................................................ 167
4.4 - SÍMBOLOS LITERAIS..................................................................................... 176
4.5 - ESQUEMAS ELÉTRICOS APLICADOS A CIRCUITOS INDUSTRIAIS.......... 177
4.6 – SISTEMA DE PARTIDA DIRETA SIMPLES................................................... 186
4.7 – SISTEMA DE PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO .................................... 187

CAPÍTULO 5 - PAINÉIS ELÉTRICOS .................................................................... 195


5.1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................ 196
5.2 - PAINÉIS DE BAIXA TENSÃO ......................................................................... 196
5.3 - PAINÉIS DE MÉDIA TENSÃO ........................................................................ 209
5.4 – SEGURANÇA NA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PAINÉIS ................... 211

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 214


Equipamentos Industriais Elétricos

CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE

Fig. 01 – Modelo Atômico


Fonte: www.professorandreramos.blogspot.com

Objetivo
Ao estudar este capítulo você estará apto para: Identificar as principais
grandezas elétricas, diferenciar os tipos de circuitos elétricos, aplicar a Lei de Ohm e
diferenciar Magnetismo de Eletromagnetismo e Corrente Contínua de Corrente
Alternada.

Fig. 02 – Átomo
Fonte: www.hermes.ucs.br

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1.1 - Grandezas Elétricas

Chamaremos de grandezas elétricas básicas aquelas grandezas mais


utilizadas nos estudos da eletricidade: Corrente elétrica (Intensidade da corrente
elétrica), Tensão elétrica, Resistência elétrica e Potência elétrica.

1.1.1 Intensidade de Corrente Elétrica (I)

A Intensidade de Corrente Elétrica ou simplesmente


corrente elétrica (simbolizada por I) é o movimento de
cargas elétricas em um sentido predominante. Este
movimento sempre é devido à existência de uma
tensão elétrica e seu sentido depende do tipo de carga
Fig. 03 – Corrente Elétrica
elétrica que está em movimento.

A unidade de Intensidade de Corrente Elétrica é o Ampère (símbolo A)

Múltiplos:
 Quiloampère (kA) = 1000 A e
 Megampère (MA) = 1000000 A

Submúltiplos:
 miliampère (mA) = 0,001 A e
 microampère (A) = 0,000001 A

Então a corrente de 100 ampères pode ser escrita 100 A

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Sentido convencional da corrente elétrica

Os cientistas convencionaram que a corrente elétrica é um movimento


ordenado de cargas positivas que se deslocam em sentido contrário ao da
corrente real.

+ - +
+ + + +
-
Sentido + + + +
Sentido real convenciona
l

Fig. 04 - Corrente convencional, cargas positivas se deslocam em sentido contrário ao dos elétrons.

Medindo a Corrente Elétrica

O instrumento básico utilizado para medir a corrente elétrica é o


amperímetro analógico.
Este instrumento é ligado em série no trecho de circuito, cuja corrente
elétrica deseja-se medir. Observe o circuito abaixo e a medição da corrente.

A
5A

O amperímetro é ligado em série

Fig. 05 – Ligação de Amperímetro

Fig. 06 – Amperímetro Analógico


www.curto-circuito.com

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1.1.2 - Tensão Elétrica (diferença de potencial) (E, V ou U)

A tensão elétrica (simbolizada pelas letras E, U ou V) é


uma espécie de “pressão” que tende a deslocar as cargas
elétricas em um circuito fechado; portanto, a corrente elétrica
sempre é um resultado da aplicação de tensão entre dois
pontos em um circuito elétrico.

Diferença de potencial (d.d.p.), força eletromotriz (f.e.m.)


ou voltagem são outros termos usados para designar tensão.

A unidade de Tensão Elétrica é o Volt (símbolo V). Fig. 07 – Fonte de Tensão

Múltiplos:
 Megavolt (MV) = 1000000 V
 quilovolt (kV) = 1000 V

Submúltiplos:
 milivolt (mV) = 0,001 V
 microvolt (µV) = 0,000001 V
Fig. 08 – Voltímetro Analógico
www.curto-circuito.com

Medindo a tensão elétrica

O instrumento utilizado para medir a tensão elétrica é o voltímetro.


Este instrumento é ligado direta e paralelamente aos pontos em que se
deseja medir a tensão existente. Observe o circuito e a medição da tensão na fonte
e na carga.

V
Medindo a tensão na carga
12 V
Medindo a tensão na fonte

Fig. 09 – Ligação de Voltímetros


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1.1.3 Resistência Elétrica e Condutância

O conceito de resistência elétrica (R) é contrário ao da


condutância (G). Quando um determinado material oferece certa
dificuldade à passagem da corrente elétrica, diremos que ele
oferece resistência à corrente elétrica.
Fig. 10 – Resistores
www.planetamecanico.com.br

Observe que: nos isolantes, a resistência é extremamente alta;


nos resistores, é alta; e nos condutores, é baixa.

R G
R G R
G
ISOLANTE
RESISTOR CONDUTOR
 A condutância é o inverso da resistência.
 A condutância e a resistência elétrica se manifestam com maior ou menor
intensidade nos diversos tipos de materiais.

Exemplo: No cobre, a condutância é muito maior que a resistência. Já no plástico, a


resistência é muito maior que a condutância.

PLÁSTICO MAIOR resistência MENOR condutância


COBRE MENOR resistência MAIOR condutância.

Unidades Básicas de Medida

A unidade básica de medida da resistência elétrica ( R ) é o Ohm () .


A unidade básica de medida da condutância elétrica ( G ) é o Siemens (S)

Múltiplos:
 Megaohm (M) = 1000000 
 Quilohm (k) = 1000 

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Submúltiplos:
 miliohm (m) = 0,001 
 microhm (μ) = 0,000001 

Medindo a Resistência Elétrica

Para medir a resistência elétrica de um determinado componente/dispositivo


utiliza-se o ohmímetro. Vale salientar que esse componente/dispositivo precisa estar
desligado de qualquer fonte elétrica
(desenergizado). 
Veja a ilustração:
Fig. 11 – Ligação do Ohmímetro

Importante: Não utilizaremos instrumentos para medir a condutância. Calcularemos


a mesma pela sua função inversa; isto é, a resistência elétrica. Desta forma,
estabeleceremos a seguinte relação matemática:
condutância = 1 ou simplesmente: G= 1
resistência R

1.1.4 - Potência Elétrica ( P )

A potência é uma grandeza que revela como se comporta a energia associada a um


corpo em relação ao tempo, ou seja, é o trabalho elétrico realizado na unidade de
tempo. P = E / Δt. E = q.V, logo: P = (q / Δt).V = I . V

Assim: P=VxI

No Sistema Internacional, a unidade de potência é o Watt (símbolo W),

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Múltiplos:
 megawatt (MW) = 1000000W
 quilowatt (kW) = 1000 W

Submúltiplos:
 miliwatt (mW) = 0,001W.
 microwatt (mW) = 0,000001 W

Observe o circuito abaixo:

A
V 5A
Potência = tensão . corrente
12 V P=E.I
P = 12 . 5 => 60 W

Fig. 12 – Ligação de Amperímetro e Voltímetro

Medindo a Potência Elétrica

O instrumento de medida é o Wattímetro. A ligação do wattímetro e seus similares


deve ser feita de maneira tal que permita o instrumento atuar como voltímetro e
amperímetro ao mesmo tempo, observe o circuito abaixo:


A
V W
5A 60 W
12 V
12 V

Ligação do wattímetro

Fig. 13 – Ligação de Wattímetro

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No dia-a-dia, costuma-se usar também outras unidades tais como Cavalo-Vapor


(CV) e Horse-Power (HP). Portanto, vamos estudar, a seguir, a transformação de
cada uma dessas unidades.

Cavalo-Vapor (c.v.)
Se você ler uma dessas plaquetas que indicam as características de um motor,
ficará sabendo qual é a sua potência mecânica em c.v. A potência mecânica em c.v.,
nos motores elétricos, varia de 1/10 (0,1 c.v.) a 50.000 c.v. e, em certas usinas
elétricas, vai a mais de 100.000 c.v.
Para sua transformação, existe a seguinte relação de equivalência:

736 J/s ou W
736/746 HP
1 CV =
0,736 kW

Horse-Power (H.P.)
É a unidade inglesa de potência. Muitos motores apresentam, em suas plaquetas de
características, esta unidade inglesa. Para transformar essa unidade, devemos
também aplicar a regra de três simples.
A sua relação de equivalência com as outras unidades é:

746 J/s ou W

1 HP = 746 / 736 HP
0,746 kW

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1.1.5 - Resistividade

É definida como a resistência específica de cada material.


R = ρ. (L /S), então: ρ = (R.S)/L. Assim, [ρ]: Ω.m (ohms . metro – S.I.)
A resistência específica depende dos elementos químicos que compõem o
material, classificando-os como condutores, semi-condutores e isolantes.
Na prática, os valores desta resistência específica são conseguidos
laboratorialmente, considerando o material, em teste, com as seguintes dimensões:
1 metro de comprimento, 1 mm de seção transversal e estando a uma temperatura
de 20°C. Nesta situação, utilizando-se um miliohmímetro, foram encontrados
diversos valores de resistência para cada material analisado.
Logo abaixo, é apresentada uma tabela com as resistências específicas de alguns
dos materiais mais empregados em eletricidade.

MATERIAL RESISTIVIDADE (mΩ. mm)


Prata 0,016
Cobre 0,017
Alumínio 0,030
Tungstênio 0,050
Constantan 0,500
Carvão 1,500

Tabela 01 – Resistividade

Observe que para obter os valores de resistividade de cada material, os


cientistas estabeleceram padrões de comprimento, de seção transversal e de
temperatura e mediram a resistência nestas condições específicas. Daí a definição
de a resistividade ser igual à resistência específica de todo material.

1.1.5.1 - Fatores que Influenciam na resistência elétrica

São quatro os fatores que influenciam na resistência do material:

a. Comprimento do material.

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b. Seção transversal.
c. Temperatura.
d. Natureza do material (o que se reflete no valor de resistividade elétrica).

a. Comprimento do Material

Quanto maior o comprimento do material, maior a sua resistência (dificuldade a


passagem da corrente elétrica)

Fig. 14 – Resistência X Comprimento

b. Seção Transversal

Quanto maior a seção do material, menor a sua resistência. Um fio/cabo grosso


deixa passar mais corrente elétrica que um fio/cabo mais fino

Fig. 15 – Resistência X Seção Transversal

c. Temperatura

Quanto maior a temperatura, maior a resistência do material. Condutores


aquecidos conduzem a corrente elétrica com dificuldade.

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Fig. 16 – Resistência X Temperatura

d. Natureza do Material

Dependendo da estrutura do material, alguns podem se comportar como


isolantes, condutores, ou semi-condutores.

1.1.5.1.2 - Relação Matemática dos Fatores

Resistência é diretamente proporcional ao comprimento e a resistividade e


inversamente proporcional à seção transversal.
R=xL
Matematicamente teremos: S

Onde:
R – resistência do material ()
L – Comprimento do material (m)
S – seção transversal do material (mm2)
 - resistividade do material (.mm2 / m)
 - (letra grega rô)

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1.2 - Circuito Elétrico

Circuito - É todo percurso que representa um caminho fechado.

Exemplo: Circuito de Fórmula 1(Interlagos SP-BR)

Fig. 17 – Autódromo de Interlagos


Fonte: www.motorizado.wordpress.com

Circuito elétrico é o caminho fechado por onde circula a corrente elétrica.

É composto basicamente pelos seguintes Dispositivo de Manobra ou


acionamento
componentes:

Consumidor
 Fonte geradora;
 Dispositivo de manobra; Fonte
 Condutores
 Consumidor (carga). Condutores
Fig. 18 – Circuito elétrico Elementar

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Fonte Geradora de Energia – é a que gera ou produz energia elétrica, a partir de


outro tipo de energia.

Fig. 19 – Baterias Moura Fig. 20 – Gerador de Energia


Fonte: www.reinert.com.br Fonte: www.weg.net

Consumidor – é o componente que utiliza a energia elétrica para produzir força


motriz, calor ou iluminação.

Fig. 22 – Motobomba
Fig. 21 – Furadeira Elétrica
Fonte: www.bosch.com.br
www.weg.net

Condutor Elétrico – é o componente que realiza a interligação entre o consumidor e


a fonte geradora, permitindo a circulação de corrente.

Fig. 23 – Cabo elétrico isolado

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Dispositivo de Manobra – é o componente que realiza as operações de ligar e


desligar o circuito elétrico, permitindo a passagem da corrente
elétrica

Fig. 25 – Interruptor Liga-


Desliga
Fonte: www.pt.dreamstime.com

Fig. 24 – Interruptor Liga-Desliga


Fonte: www.spon.com.br

Algumas variações do circuito elétrico

Circuito aberto - É o que não tem continuidade.


Circuito fechado - É o circuito que tem continuidade.
Circuito radial- O percurso entre a fonte e a carga é direto.
Circuito em anel – O percurso entre a fonte e a carga pode ser realizado por dois
caminhos distintos.
Circuito malhado – É do tipo misto, com elementos em série e paralelo. O percurso
entre fonte e carga pode ser realizado por vários caminhos distintos.

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1.2.1 - Tipos de Circuitos Elétricos:

Existem basicamente três tipos de circuitos elétricos, quanto à forma de


ligação dos componentes:
1.2.1.1 - Circuito em Série
Neste circuito todos os componentes estão sujeitos ao mesmo valor da intensidade
da corrente elétrica, pois existe apenas um caminho (percurso) para a corrente.

Fig. 26 – Circuito Série Circuito fechado

Fig. 27 – Circuito Série


Fonte: www.eletronica24h.com.br

1.2.1.2 - Circuito paralelo


Neste circuito, todos os componentes recebem o mesmo valor de tensão,
para os pontos de alimentação da primeira carga são os mesmos das outras cargas
subsequentes. Dispositivo de Manobra

Fonte

Fig. 28 – Circuito Paralelo

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Fig. 29 – Circuito Paralelo


Fonte: www.eletronica24h.com.br

1.2.1.3 - Circuito Misto

É composto pela fusão, em um único circuito, dos circuitos anteriores. Para


analisá-lo basta decompô-lo nas duas formas anteriores de circuito.
Exemplo de circuito misto:

Fig. 30 – Circuito Misto

Fig. 31 – Circuito Misto


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Fonte: www.eletronica24h.com.br
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1.3 - Lei de Ohm

O físico e professor universitário alemão George Simon Ohm (1787-1854)


verificou experimentalmente que para alguns condutores o quociente entre a tensão
(E) e a corrente (I) era constante e que essa constante é a resistência (R) do
resistor. Ou seja:

“A intensidade de corrente elétrica é diretamente proporcional à tensão


elétrica e inversamente proporcional à resistência do circuito”

E E
R  I  E RI
I R

A esta relação matemática entre a tensão, a corrente e a resistência do


material é conhecida como Lei de Ohm.

Exemplo:

Dado um circuito elétrico em que a tensão de alimentação é de 60 Vcc (em corrente


contínua) e a resistência elétrica é de 12 ohms. Determinar a intensidade de corrente
elétrica.

R = 12 

A
V ?
I=?
60 V I=E/R
I = 60 / 12 => 5 A
Fig. 32 – Circuito Elétrico

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1.3.1 - Resumo da Lei de Ohm

As relações entre Corrente, Tensão, Resistência e Potência estão todas


descritas no diagrama abaixo. Guardando em mente apenas as duas principais I = E
/ R e P = E . I, chegaremos facilmente à qualquer de suas derivações:

Fig. 33 – Resumo de Fórmulas

Método prático para obtenção das fórmulas matemáticas da Lei de Ohm

Fig.34 – Lei de Ohm – Método Prático

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1.4 - Magnetismo

O magnetismo é um fenômeno de atração exercido por certos materiais sobre


outros, mais especificamente sobre o FERRO.

1.4.1 - ORIGEM DO MAGNETISMO

O magnetismo está presente nos ímãs naturais, magnetita (Fe3O4) e nos ímãs
artificiais. Tem origem na estrutura atômica da matéria, devido ao movimento dos
elétrons nos átomos, pois cargas elétricas em movimento relativo causam o
aparecimento de campos magnéticos.
Nestes átomos os últimos elétrons apresentam o mesmo sentido de rotação
produzindo um pequeno campo magnético que somada ao conjunto de átomos
formam os ímãs.
O ímã é o conjunto de pequenos átomos-ímãs

Ferradura Barra Bússola

Fig. 35 – Imãs

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1.4.2 - Ímã:

São considerados ímãs, todos os materiais que apresentam a propriedade do


magnetismo. Estes podem ser ímãs naturais ou ímãs artificiais.

Fig. 36 e 37 – Magnetita
Fonte: www. kalipedia.com

Os ímãs apresentam pólos de atração magnética, responsáveis pelo seu


poder de atração, são os pólos: NORTE e SUL. Estes pólos magnéticos são
inseparáveis, pólos iguais se repelem...

Fig. 38 – Imãs – Força de Repulsão

...e pólos diferentes se atraem.

Fig. 39 – Imãs – Força de Atração


magnético

A terra é um grande ímã natural e o giro dos ímãs em


direção ao norte é causado pelo magnetismo da terra.
O pólo norte geográfico da Terra corresponde
aproximadamente ao pólo sul magnético, e o pólo sul
geográfico corresponde aproximadamente ao pólo norte
magnético.
Esta é a razão pela qual o pólo norte da agulha de magnético

uma bússola aponta para o pólo norte geográfico.


Fig. 40 – Imã Natural

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1.4.3 - Imãs Artificiais

São aqueles confeccionados pelo homem. Quando se imanta uma peça de


aço temperado, seja pondo-a em contato com outro ímã ou pela influência de uma
corrente elétrica, observa-se que o aço adquiriu uma considerável quantidade de
magnetismo e é capaz de reter indefinidamente. Estes são chamados ímãs artificiais
permanentes. Este ímã oferece uma vantagem sobre os naturais, pois além de
possuir uma força de atração maior, pode ser feito de tamanho e formato de acordo
com as necessidades. As ligas de aço contendo níquel e cobalto constituem os
melhores ímãs.

41 –31
Fig. Fig. – Circuito
Imãs Artificial
Misto
Fonte: www.blog.br.inter.net
www.eletronica24h.com.br

1.4.4 - Inseparabilidade dos pólos

Se um ímã for quebrado em partes, cada uma destas partes constituirá um


novo ímã.

Fig. 42 – do
Centro de Tecnologias Inseparabilidade
Gás e Energiasdos Pólos
Renováveis 25
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1.4.5 - Campo Magnético:

É o espaço compreendido entre dois pólos magnéticos, onde atuam as linhas


de força magnética.

Fig. 43 – Campo magnético

1.4.6 – Os Materiais no Campo Magnético

Substâncias Ferromagnéticas: Imantam-se no mesmo sentido do campo


magnético, concentram as linhas de força.

Ex: Ferro, aço, níquel.

Substâncias Paramagnéticas: Imantam-se de forma pouco intensa, ou


praticamente não sofrem ação do campo magnético.

Ex: Alumínio, estanho e ar.

Substâncias Diamagnéticas: Enfraquecem o campo magnético, imantam-se em


sentido contrário ao do campo magnético, distorcendo as linhas de força.

Ex: Cobre, ouro, chumbo e zinco.

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1.5 - Eletromagnetismo

Ao verificarmos um condutor percorrido por uma corrente elétrica,


constatamos que nele existe um fluxo orientado de elétrons, que por sua vez
também produzirá um campo magnético.
Desta forma constatamos que: “A corrente elétrica produz
um campo.
O eletromagnetismo representa o magnetismo produzido
pela passagem da corrente elétrica em um condutor, ou circuito
elétrico:

Fig. 44 – Campo
1.5.1 – Campo Magnético em Condutores
magnético em Condutores

Sentido das linhas de força

As linhas de força situam-se em torno do condutor


num plano a 90º em relação ao seu comprimento. Como o
caminho da corrente é paralelo ao condutor, podemos
Fig. 45 – Campo magnético
concluir que:
em Condutores
As linhas de força magnética estão a 90º em relação
ao caminho da corrente.

No circuito constatamos o sentido das linhas de força


magnética nas posições indicadas pela bússola

Fig. 46 – Sentido das Linhas de Força


A bússola indica o sentido das linhas de força.

Quando invertemos o sentido da corrente.


O sentido das linhas de força também será
invertido.

Fig. 47 – Sentido das Linhas de Força

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1.5.2 - Regra do Saca-Rolha

Compare o sentido da corrente e das linhas de força com o sentido de


penetração e sentido de giro do saca-rolha.

Fig. 48 – Regra do saca-rolha

O sentido de penetração corresponde ao sentido da corrente elétrica.


O sentido de giro corresponde ao sentido das linhas de força.

1.5.3 - Campo Magnético em Bobinas

O que ocorrerá, se enrolarmos um condutor, formando uma volta ou espira?


Vejamos:

Fig. 49 – Campo Magnético em bobinas

As linhas de força magnética formam um circuito magnético passando pelo


interior da espira.
As linhas de força passam por dentro da espira e retornam por fora.
Observe que as linhas de força se unem e formam um único campo
magnético.

1.5.4 - SOLENÓIDE é o conjunto de espiras com uma só camada.

Fig. 50 – Solenóide

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No solenóide continua ocorrendo o fenômeno da formação de um único


campo magnético. Cada espira contribui com uma parcela para a composição do
campo magnético.

Assim, as linhas de força atuarão, no solenóide, da mesma maneira que agem


nos ímãs.

1.5.4 - Bobinas

Nas bobinas o campo magnético é maior que o formado no solenóide.

S N

Fig. 51 – Bobina

Pois a bobina é constituída de diversos solenóides, sobrepostos em camadas


sucessivas. Ela tem maior número de espiras.

Se no solenóide formar-se um único campo magnético, também na bobina


existirá um só campo magnético.

Porém, na bobina se somam os campos das diversas camadas, constituindo


um campo magnético de maior intensidade que a do solenóide.

1.5.5 - Os pólos magnéticos numa bobina

Nos aparelhos elétricos, muitas vezes torna-se necessário saber qual o


sentido do campo magnético, isto é, onde ficam os pólos Norte e Sul.
Outras vezes é preciso saber qual o sentido da corrente.

Por isso precisamos saber:

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Como determinar os pólos Norte e Sul pelo sentido da corrente


elétrica no solenóide ou bobina.

Para determinar os pólos N e S, aplicamos a:


Fig. 52 – Polaridade de uma Bobina

1.5.5 - Regra da Mão Direita

Para aplicar a regra da mão direita é fundamental que se observe dois fatores:
1º Fator : O sentido das espiras no solenóide ou bobina
2º Fator : O sentido da corrente, ou a entrada e a saída da corrente.
Vamos ver agora como é a regra da mão direita, observe as figuras abaixo:

Fig. 53 – Regra da Mão direita

Note que há corrente circulando na bobina: portanto, há campo magnético.


Perceba que:
1. As pontas dos dedos indicam o sentido da corrente.
2. Dedo polegar indica o pólo Norte.

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1.5.6 - Aplicações do eletromagnetismo:

Fig. 54, 55 e 56 – Aplicações de eletroimãs


Pólos

1.6 - Corrente Contínua e Alternada

Em função do sentido de movimentação das cargas elétricas (corrente


elétrica), podemos dividir a eletricidade dinâmica de duas maneiras.

A corrente elétrica pode se apresentar de duas maneiras:

1.6.1 - Contínua

Quando o fluxo de elétrons mantém constante o seu sentido ao longo do


tempo. É o tipo de energia elétrica muito utilizada pelos circuitos dos equipamentos
eletroeletrônicos. Os terminais das fontes geradoras de corrente contínua são
chamados de pólos, denominados pólo positivo (+) e pólo negativo (-).

Fig. 57– Gráfico Corrente Contínua

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1.6.2 - Alternada

Quando a corrente elétrica apresenta uma variação de sentido no tempo


(período). Esta variação denominaremos de ciclo completo da corrente alternada,
composto por dois semi-ciclos (semi-ciclo positivo e semi-ciclo negativo). A
quantidade de variações (ciclos) por
segundo irá determinar a freqüência da
corrente, esta é dada em hertz (Hz).
Saber a freqüência da corrente alternada
que estamos utilizando é muito
importante para a correta utilização dos
equipamentos. No Brasil esta freqüência
Fig. 58 – Gráfico Corrente Alternada
é padronizada em 60 Hz. Os terminais
das fontes de corrente alternada são denominadas de fase.

1.6.2.1 - Valor Instantâneo

O valor da corrente alternada varia continuamente de amplitude. Contudo, é


possível determinar matematicamente o seu valor, num dado instante de tempo. A
esse valor dá-se o nome de: Valor Instantâneo da Corrente Alternada.

Fig. 58a – Valor Instantâneo de uma CA

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1.6.2.2 - Valor Máximo

É o valor instantâneo que corresponde á


máxima amplitude da corrente. Também
chamado Valor de Pico.

Fig. 58b – Valor Máximo de uma CA

1.6.2.3 - Valor de Pico a Pico

É o valor instantâneo que corresponde á máxima amplitude da corrente no


semi-ciclo positivo e no semi-ciclo negativo simultaneamente.

Valor de
Pico a Pico

Fig. 58b – Valor Pico a Pico de uma CA

1.6.2.4 - Valor Eficaz

É o valor de uma corrente alternada que produz um efeito calorífico


equivalente ao de uma corrente contínua.
O valor eficaz ou efetivo é aquele medido pelos instrumentos de bobina móvel e
pode ser calculado pela expressão:

Im ax
Ief  = 0,707 I máx
2

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Valor de Pico
169,7 V

Fig. 58c – Valor Eficaz de uma CA

1.6.2.5 - Valor Médio

Muitas vezes precisamos conhecer o valor médio da corrente alternada para a


metade de um ciclo.
Este valor tem um certo número de empregos limitados, como por exemplo,
nos aparelhos retificadores de corrente e nas cargas de baterias.
Seu valor pode ser calculado pela expressão:

Imed = 0,637 x Imax

Fig. 59 – Gráfico Valores da Corrente Altenada

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1.6.3 - Corrente Alternada e Tensão Trifásica

Quando uma linha é formada por três condutores com as tensões entre
um e outro igual, porém defasadas de 120º, temos uma rede trifásica.
A representação da corrente alternada ou tensão trifásica é a que se vê nas
figuras abaixo.

Fig.60 – forma de senóides de mesma amplitude e deslocadas de 120°


www.mspc.eng.br

Quando ligamos a uma linha trifásica três fontes receptoras, ou três


elementos de uma fonte receptora, temos um circuito trifásico.

Conforme a maneira de efetuarmos as ligações teremos um circuito estrela ou


triângulo.

Fig. 62 – Ligação em Triângulo


Fig. 61 – Ligação em Estrela

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CAPÍTULO 2 – MÁQUINAS ELÉTRICAS

Fig. 63 – Motores Elétricos Industriais


Fonte: www.weg.br

Objetivo

Ao estudar este capítulo você estará apto para: Identificar os principais tipos;
entender o princípio de funcionamento e identificar a forma correta de realizar a
ligação dos motores elétricos Industriais.

Fig. 64 – Motores Elétricos Industriais


Fonte: www.weg.br

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2.1 - Motor Elétrico

Motor elétrico é uma máquina elétrica giratória destinada a transformar


energia elétrica em energia mecânica.
O motor de indução é o mais utilizado de todos os tipos de motores elétricos,
pois combina as vantagens de utilização da energia elétrica (baixo custo, facilidade
de transporte, limpeza e facilidade de comando) com sua construção simples, custo
reduzido e grande versatilidade de adaptação ás cargas dos mais diversos tipos e
melhores rendimentos.

2.1.1 – Composição de um Motor Elétrico

O motor de indução é composto fundamentalmente de duas partes: estator e rotor

2.1.1.1 – Estator

O estator é a parte estacionária do motor, se subdividido em:

 Carcaça - é a estrutura suporte do conjunto; de construção robusta em ferro


fundido, aço ou alumínio injetado, resistente à corrosão e com aletas.

Fig. 65 – Carcaças de Motores Elétricos Industriais


Fonte: www.weg.br

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 Núcleo de chapas - as chapas são de aço magnético, tratadas termicamente


para reduzir ao mínimo as perdas no ferro.

Fig. 66 – Núcleo de chapas


Fonte: www.weg.br

 Enrolamento trifásico – também conhecido como bobinado, é formado por


três conjuntos iguais de bobinas, uma para cada fase, constituindo um
sistema trifásico ligado à rede trifásica de alimentação.

Fig. 67 – Enrolamento Trifásico


Fonte: www.weg.br

2.1.1.2 – Rotor

O rotor é a parte motriz do motor elétrico. O rotor mais comumente utilizado é o rotor
“Gaiola de Esquilo”. A construção básica deste rotor é dois anéis de alumínio que
curto-circuitam várias barras condutoras inseridas no núcleo do rotor. O rotor se
subdivide em:

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 Eixo - transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. É tratado


termicamente para evitar problemas como empenamento e fadiga.
 Núcleo de chapas - as chapas possuem as mesmas características das
chapas do estator.
 Barras e anéis de curto-circuito - são de alumínio injetado sob pressão
numa única peça.

Fig. 68 – Rotor de
um Motor Elétrico
Fonte: www.weg.br

A corrente elétrica que circula nas barras condutoras de alumínio do rotor é


induzida pelo campo magnético produzido pelas bobinas do estator que estão
ligadas na rede de alimentação CA. Devido à existência desta corrente induzida, não
é necessário alimentar o rotor com tensão da rede, evitando assim, o uso de
escovas e de anéis coletores.

2.1.1.3 - Outras partes do motor de indução trifásico:

 Tampa
 Ventilador
 Tampa defletora
 Caixa de ligação
 Terminais

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 Rolamentos

Fig. 69 – Motores Elétricos CA – Vista Explodida


Fonte: www.weg.br

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2.2 - Tipos mais comuns de motores elétricos:

2.2.1 - Motores de Corrente Contínua


São motores de custo mais elevado e, além disso, precisam de uma fonte de
corrente contínua, ou de um dispositivo que converta a corrente alternada em
contínua. Podem funcionar com velocidade ajustável entre amplos limites e se
prestam a controles de grande flexibilidade e preciso. Por isso, seu uso é restrito a
casos especiais em que estas exigências compensam o custo muito mais alto da
instalação.

Fig. 70 – Motores Elétricos CC


Fonte: www.weg.br

2.2.2 - Motores de corrente alternada

São os mais utilizados, porque a distribuição


de energia elétrica é feita normalmente em corrente
alternada. Os principais tipos são:

a) Motor de Indução Síncrono:

Funciona com velocidade fixa; utilizado Fig. 71 – Motor de indução Assíncrono


Fonte: www.weg.br
somente para grandes potências (devido ao seu
alto custo em tamanhos menores) ou quando se necessita de velocidade invariável.

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b) Motor de indução Assíncrono:

Funciona normalmente com uma velocidade constante, que varia ligeiramente


com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade, robustez
e baixo custo, é o motor mais utilizado de todos, sendo adequado para quase todos
os tipos de máquinas acionadas, encontradas na prática.
Atualmente é possível controlarmos a velocidade dos motores de indução
com o auxilio de inversores de freqüência.

2.3 – Principais tipos de Motores de Indução Assíncronos

2.3.1- Motores Elétricos Monofásicos

Alimentado através de uma fonte de CA monofásica. Compreende diversos


modelos, dentre os quais se destacam: Motor de Pólos Salientes, Motor Monofásico
de Arranque Capacitivo (fase auxiliar) e Motor
Universal (motor série).
Desses o mais usual é o motor Monofásico
de Arranque Capacitivo (fase auxiliar).
Este motor possui no seu estator dois
bobinados distintos: O Bobinado de trabalho e o
Bobinado de Arranque ou Partida. Estes dois
bobinados têm a função de provocar um campo
magnético girante e com isso proporcionar a
Fig. 72 – Motor de indução Monofásico
indução magnética no Rotor e forçá-lo a
Fonte: www.weg.br
acompanhar a rotação deste campo.
A defasagem existente entre o bobinado de trabalho (indutivo) e o bobinado
de arranque (indutivo = capacitivo) é de aproximadamente 90.
É esta defasagem entre os bobinados que produzem campos
eletromagnéticos também defasados, possibilitando o funcionamento do motor.

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2.3.2 – Motores Elétricos Trifásicos:

Alimentado através de uma fonte de CA trifásica. No seu estator, possui três


grupos de bobinas cada um ligado a sua respectiva FASE.
Quando em funcionamento o estator produz um campo magnético girante,
uma vez que seus grupos de bobinas, alimentados por fases diferentes, se
encontram defasados 120 elétricos uns dos outros. Este campo magnético
produzirá a indução magnética do rotor e consequentemente força-o a acompanhar
a rotação deste campo.

Fig. 73 – Motor de indução em Corte


Fonte: www.weg.br

A grande maioria dos motores elétricos são


fornecidos com terminais de enrolamento do tipo
religáveis, de modo a poderem funcionar em redes de
pelo menos duas tensões diferentes.

Fig. 74 – Caixa de Ligação


Fonte: www.weg.br

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Um motor elétrico é acompanhado de uma placa de identificação onde são


informadas suas principais características. Outras características precisam ser
verificadas junto aos fabricantes através de catálogos ou consultas diretas.

2.3.2.1 - Características dos motores elétricos trifásicos:

As principais características nominais de um motor elétrico está contida em sua


placa de identificação:

a. ~ 3 : se refere a característica de ser um motor trifásico de corrente alternada

b. 250 S/M : o número “250” se refere a carcaça do motor, e é a distância em


milímetros medida entre o meio do furo de centro do eixo e a base sobre a
qual o motor está afixado; a notação “S e M” deriva do inglês Short = Curto e
Medium = Médio, e se refere a distância entre os furos presentes nos pés do
motor. Nos demais modelos pode existir também L de Large = Grande.

c. 11/01 : está relacionada com mês e ano de fabricação do motor, neste caso o
motor foi fabricado em novembro de 2001.

d. AY53872 : esta codificação é o número de série do motor composto de 2


letras e cinco algarismos. Esta notação está presente na placa de
identificação de todos os motores trifásicos e monofásicos, IP55 fabricados a
partir de Janeiro de 1995.

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e. 60Hz : freqüência da rede de alimentação para o qual o motor foi projetado.

f. CAT. N : categoria do motor, ou seja, características de conjugado em relação


a velocidade . Existem três categorias definidas em norma (NBR 7094), que
são:

- CAT. N: se destinam ao acionamento de cargas normais como bombas,


máquinas operatrizes e ventiladores.
- CAT. H: Usados para cargas que exigem maior conjugado na partida, como
peneiras britadores, etc.
- CAT. D: Usado em prensas excêntricas, elevadores, etc.

g. kW(HP-cv) 75 (100): indica o valor de potência em kW e em CV do motor.

h. 1775 RPM : este valor é chamado de Rotação Nominal (rotações por minuto)
ou rotação a plena carga.

i. FS 1.00: se refere a um fator que, aplicado a potência nominal, indica a carga


permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor sob condições
específicas, ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor uma
capacidade de suportar melhor o funcionamento em condições desfavoráveis.

j. ISOL.F : indica o tipo de isolante que foi usado neste motor.


As classes de isolamento utilizadas em máquinas elétricas e os respectivos
limites de temperatura conforme NBR 7094, são as seguintes:
· Classe A (105ºC);
· Classe E (120ºC);
· Classe B (130ºC);
· Classe F (155ºC);
· Classe H (180ºC).

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k. IP/IN 8.8: é a relação entre a corrente de partida (IP) e a corrente nominal


(IN). Em outras palavras, podemos dizer que a corrente de partida equivale a
8.8 vezes a corrente nominal.

l. IP 55: indica o índice de proteção conforme norma NBR-6146. O primeiro


algarismo se refere a proteção contra a entrada de corpos sólidos e o
segundo algarismo contra a entrada de corpos líquidos no interior do motor.

m. 220/380/440 V: são as tensões de alimentação deste motor. Possui 12 cabos


de saída e pode ser ligado em rede cuja tensão seja 220V (triângulo paralelo),
380V (estrela paralelo) e 440V (triângulo série). A indicação na placa de “Y”
se refere na verdade a tensão de 760V, usada somente durante a partida
estrela-triângulo cuja tensão da rede é 440V.

n. 245/142/123 A : estes são os valores de corrente referentes respectivamente


às tensões de 220/380/440V.

o. REG. S1: se refere ao regime de serviço a que o motor será submetido. Para
este caso a carga deverá ser constante e o funcionamento contínuo.

p. Max.amb.: é o valor máximo de temperatura ambiente para o qual o motor foi


projetado. Quando este valor não está expresso na placa de identificação
devemos entender que este valor é de 40ºC.

q. ALT.: indica o valor máximo de altitude para o qual o motor foi projetado.
Quando este valor não estiver expresso na placa de identificação devemos
entender que este valor é de 1000 metros.

r. REND.% = 92,5% : indica o valor de rendimento. Seu valor é influenciado pela


parcela de energia elétrica transformada em energia mecânica. O rendimento
varia com a carga a que o motor está submetido.

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s. COS  = 0.87 : indica o valor de fator de potência do motor, ou seja, a relação


entre a potência ativa (kW) e a potência aparente(kVA). O motor elétrico
absorve energia ativa (que produz potência útil) e energia reativa (necessária
para a magnetização do bobinado).

2.3.2.1.1 - Tensão de Funcionamento

A grande maioria dos motores elétricos são fornecidos com os terminais


religáveis, de modo que possam funcionar ao menos em dois tipos de tensões.

A seguir os principais tipos de religações são:

 Ligação estrela-triângulo

Este tipo de ligação exige seis terminais do motor, e serve para quaisquer
tensões
nominais duplas, desde que a segunda seja igual à primeira multiplicada por 3
.(Exemplos: 220/380 V - 380/660 V - 440/760 V)

Nota:. Nos exemplos 380/660 V e 440/760 V a tensão maior declarada serve


somente para indicar que o motor pode ser ligado em estrela-triângulo, pois não
existem redes de alimentação nesses valores.

Fig. 75 – Bobinas e ligações de um motor trifásico de seis


terminais

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Fig. 76 – Placa de Ligação

Ligação série-paralelo

Os motores de doze terminais não possuem ligações internas entre bobinas,


o que possibilita os quatro tipos de religação externamente no motor. As possíveis
são 220, 380, 440 e 760*V (*somente para partida).

Fig. 77 – Bobinas e ligações de um motor trifásico de doze


terminais

Fig. 78 – Placa de Ligação

2.3.2.1.2 - Correntes no Motor Trifásico

O motor trifásico é um consumidor de carga elétrica equilibrada. Isto significa


que todas as suas bobinas são iguais, ou seja, têm a mesma potência, são para

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mesma tensão e, conseqüentemente, consomem a mesma corrente. Logo, as


correntes medidas nas três fases sempre terão o mesmo valor.
Internamente as correntes nas bobinas de um mesmo motor sempre serão
iguais, independentemente para qual tensão este for conectado. Já na rede
(externamente, nos terminais de alimentação) os valores serão diferentes para cada
tensão.

Fig. 79 – Comportamento da corrente nas ligações estrela e triângulo

2.3.2.1.2.1 - Corrente nominal (In)

A corrente nominal é lida na placa de identificação do motor, ou seja, aquela


que o motor absorve da rede quando funcionando à potência nominal, sob tensão e
freqüência nominais.
Quando houver mais de um valor na placa de identificação, cada um refere-se
a tensão ou a velocidade diferente.

2.3.2.1.2.2 - Corrente de partida (Ip/In)

Os motores elétricos solicitam da rede de alimentação, durante a partida, uma


corrente de valor elevado, da ordem de 6 a 10 vezes a corrente nominal. Este valor
depende das características construtivas do motor e não da carga acionada. A carga
influencia apenas no tempo durante o qual a corrente de acionamento circula no
motor e na rede de alimentação (tempo de aceleração do motor).
A corrente é representada na placa de identificação pela sigla Ip/In (corrente
de partida / corrente nominal).

Atenção: Não se deve confundir com a sigla IP, que significa grau de proteção.

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2.3.2.1.3 - Rotação do Motor Trifásico

2.3.2.1.3.1 - Invertendo a rotação

Em qualquer motor trifásico, a inversão do sentido de rotação é feita trocando-


se na alimentação” duas fases quaisquer entre si (uma permanece inalterada).

2.3.2.1.3.2 - Determinando a rotação (rpm)

A rotação de um motor elétrico trifásico (rotor tipo gaiola) é determinada pelo


número de pólos do motor e pela freqüência da rede elétrica. A tensão elétrica não
influencia na rotação (a menos que se aplique tensão muito inferior à nominal, o que
refletirá na potência e no torque do motor, neste caso podendo até queimá-lo).

Atenção: A quantidade de pólos de um motor é por fase.

2.3.2.1.3.3 - Velocidade síncrona (ns)

É a velocidade do campo magnético girante formado internamente no motor.


Através dela pode-se saber o valor da rotação do motor.

A equação que determina a rpm (rotações por minuto) é:

ns = 2 · 60 ·
f
Onde:
2p
ns = velocidade síncrona em rpm
f = freqüência da rede em Hz
2p = número de pólos.

2.3.2.1.3.4 - Velocidade assíncrona (n)

Um pouco inferior à velocidade síncrona, a velocidade assíncrona é a rotação


medida no eixo do motor. Em síntese, é a verdadeira rotação do motor, descontado-

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se as perdas; daí o nome de motor assíncrono (em português assíncrono significa


fora de sincronismo, no caso entre a velocidade do campo magnético e a do eixo do
motor). O valor lido na placa dos motores, portanto valor nominal, é o valor da
velocidade assíncrona.

2.3.2.1.4 - Escorregamento (s)

É a diferença entre a velocidade do campo magnético (velocidade síncrona) e


a rotação do motor, sendo também chamado de deslizamento.
O escorregamento de um motor normalmente varia em função da carga:
quando a carga for zero (motor em vazio) o escorregamento será praticamente nulo;
quando for a nominal, o escorregamento também será o nominal.
O escorregamento pode ser dado em rpm ou em %.

Na placa de identificação geralmente é informada a rpm nominal (a plena


carga) e não o escorregamento do motor, havendo necessidade de calculá-lo caso
interesse.

S(rpm) = ns - n S(%) = ns - n x 100


ns ns

2.3.2.1.5 - Rendimento (η)

A energia elétrica absorvida da rede por um motor elétrico é transformada em


energia mecânica disponível no eixo. A potência ativa fornecida pela rede não será
cedida na totalidade como sendo potência mecânica no eixo do motor.
A potência cedida sofre uma diminuição relativa as perdas que ocorrem no
motor. O rendimento define a eficiência desta transformação sendo expresso por um
número (<1) ou em percentagem.

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2.3.2.1.6 - Potência elétrica em circuito em corrente alternada monofásicos


Obs.: U: Tensão fase-neutro.
2.3.2.1.6.1 - Potência Aparente (S)

É a potência que aparentemente realiza trabalho elétrico em circuitos de


corrente alternada. Ela é obtida através do produto da tensão pela corrente, indicada
em volt-ampère (VA).

S=U.I (VA)
Para consumidores indutivos e capacitivos. Resultado em Volt-Ampère
Para consumidores resistivos o resultado deve ser em Watts

2.3.2.1.6.2 - Potência Ativa ou Efetiva (P)

É a potência que realiza em trabalho elétrico real, parte da potência aparente que o
componente consome e transforma em outra forma de energia. É indicada em watts
(W).

P = U . I cos  ( W)

2.3.2.1.6.3 - Potência Reativa (Q)

É a potência alternada necessária para produzir campos eletromagnéticos,


em motores elétricos, transformadores, etc. Ela é indispensável para o
funcionamento de todos os equipamentos consumidores indutivos, mas não pode,
como a potência ativa, ser transformada em qualquer energia útil. Podemos indicar a
potência reativa em volt-ampère-reativo (var).

Q = U . I sen  (var)

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2.3.2.1.6.4 - Potência em circuitos trifásicos

A potência nos circuitos trifásicos é calculada de forma similar ao circuito


monofásico, acrescentando-se o fator do sistema trifásico 3 = 1,732
Ou seja:

Potência aparente Pa ou S = UFF . I . 3 (VA)

Potência efetiva Pe ou P = UFF . I . cos  3 (W)

Potência reativa Pr ou Q = UFF . I . sen  3 (var)

2.3.2.1.7 - Fator de Serviço

Fator de serviço é um multiplicador que, quando aplicado à potência nominal


do motor elétrico, indica a carga que pode ser acionada continuamente sob tensão e
freqüência nominais e com limite de elevação de temperatura do enrolamento.
Os valores de rendimento (η), fator de potência (FP) e velocidade podem
diferir dos valores nominais, mas o conjugado, a corrente de rotor bloqueado e o
conjugado máximo (Cmáx) permanecem inalterados.
A utilização do fator de serviço implica uma vida útil inferior àquela do motor
com carga nominal. O fator de serviço não deve ser confundido com a capacidade
de sobrecarga momentânea que o motor pode suportar.

2.3.2.1.7 - Regime de Serviço

Cada tipo de máquina exige uma condição de carga diferente do motor. Um


ventilador ou uma bomba centrífuga, por exemplo, solicita carga contínua, enquanto
uma prensa puncionadora, um guindaste ou uma ponte rolante solicita carga
alternada (intermitente).
O regime de serviço define a regularidade da carga a que o motor é
submetido. A escolha do tipo do motor deve ser feita pelo fabricante da máquina a
ser acionada, comprando o motor mais adequado a seu caso. Quando os regimes

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padrões não se enquadram exatamente com o perfil da máquina, deve escolher um


motor para condições no mínimo mais exigentes que a necessária.

Os regimes padronizados estão definidos a seguir:

 Regime contínuo (S1)


 Regime de tempo limitado (S2)
 Regime intermitente periódico (S3)
 Regime intermitente periódico com partidas (S4)
 Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5);
 Regime de funcionamento contínuo com carga intermitente (S6)
 Regime de funcionamento contínuo com frenagem elétrica (S7);
 Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação
 Carga/velocidade de rotação (S8);
 Regimes especiais.

Nas placas dos motores consta seu tipo de regime (Sx). Alguns regimes são
acompanhados de dados suplementares (Exemplo: S2 60 minutos).

2.3.2.1.8 - Classe de Isolamento

É a determinação da temperatura máxima de trabalho que o motor pode


suportar continuamente sem ter prejuízos em sua vida útil.
A classe de cada motor é em função de suas características construtivas. As
classes de isolamento padronizadas para máquinas elétricas são:
Classe A - 105°C;
Classe E - 120°C;
Classe B - 130°C;
Classe F - 155°C;
Classe H - 180°C.

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2.3.2.1.9 - Grau de Proteção (IP)

É a indicação das características física dos equipamentos elétricos,


referenciando-se a permissão da entrada de corpos estranhos para seu interior.

A NBR 6146 define o grau de proteção dos equipamentos elétricos por meio
das letras características IP seguidas por dois algarismos que representam:

Tabela Nº 02 – 1º Algarismo – Indica o Grau de Proteção contra penetração de


corpos sólidos estranho e contatos acidentais.

Tabela Nº 03 – 2º Algarismo – Indica o Grau de Proteção contra penetração de água


no interior do motor

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Tabela Nº 04 – Graus de Proteção

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2.3.2.1.10 - Categoria

Um motor elétrico não apresenta o mesmo conjugado para diferentes


rotações. À medida que vai acelerando, o valor do conjugado altera, adquirindo
valores que vão depender das características de construção do motor (normalmente
do formato do rotor). A variação do conjugado não é linear e não existe relação de
proporcionalidade com a rotação.
Existem três categorias de conjugados definidos por norma que determinam a
relação do conjugado com a velocidade e a corrente de partida dos motores
trifásicos, sendo cada uma adequada a um tipo de carga.

Categoria N - conjugado de partida normal, corrente de partida normal, baixo


escorregamento. A maior parte dos motores encontrados no mercado pertencem a
esta categoria, e são indicados para o acionamento de cargas normais como
bombas e máquinas operatrizes.
Categoria H - conjugado de partida alto, corrente de partida normal, baixo
escorregamento. Empregado em máquinas que exigem maior conjugado na partida
como peneiras, transportadores carregadores, cargas de alta inércia e outros.
Categoria D - conjugado de partida alto, corrente de partida normal, alto
escorregamento (superior a 5%). Usado em prensas concêntricas e máquinas
semelhantes, onde a carga apresenta picos periódicos, em elevadores e cargas que
necessitem de conjugados de partida muito altos e corrente de partida limitada.

Velocidade (%)

Fig. 80 – Curvas de Conjugado


www.weg.br

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2.4 - Transformadores

O transformador é uma máquina elétrica estática que transfere energia de um


circuito elétrico a outro, o transformador toma parte nos sistemas de potência para
ajustar a tensão de saída de um estágio do sistema à tensão da entrada do
seguinte.
O transformador, nos sistemas elétricos e eletromecânicos, poderá assumir
outras funções tais como isolar eletricamente os circuitos entre si, ajustar a
impedância do estágio seguinte a do anterior, ou, simplesmente, todas estas
finalidades citadas.
A transformação da tensão (e da corrente) é obtida graças a um fenômeno
chamado “indução eletromagnética”.

Fig. 81 – Transformador de Distribuição


Fonte: www.weg.br

2.4.1 - Divisão dos Transformadores quanto à Finalidade

a) Transformadores de corrente
b) Transformadores de potencial
c) Transformadores de distribuição
d) Transformadores de força

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2.4.2 - Divisão dos Transformadores quanto aos Enrolamentos

a) Transformadores de dois ou mais enrolamentos


b) Autotransformadores

2.4.3 - Divisão dos Transformadores quanto aos Tipos Construtivos

a) Quanto ao material do núcleo:


 com núcleo ferromagnético;
 com núcleo de ar.

b) Quanto ao número de fases:


 monofásico;
 polifásico (principalmente o trifásico).

c) Quanto à maneira de dissipação de calor:


 parte ativa imersa em líquido isolante (transformador imerso);
 parte ativa envolta pelo ar ambiente (transformador a seco).

2.4.4 - Como Funciona o Transformador

O fenômeno da transformação é baseado no efeito da indução mútua.

U1 U2

N1 N2

Primário Secundário
U2

N2

Secundário

Fig. 82 – Transformador elementar

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onde:
U1 = tensão aplicada na entrada (primária)
N1 = número de espiras do primário
N2 = número de espiras do secundário
U2 = tensão de saída (secundário)

Se aplicarmos uma tensão U1 alternada ao primário, circulará por este


enrolamento uma corrente I1 alternada que por sua vez dará condições ao
surgimento de um fluxo magnético também alternado.
A maior parte deste fluxo ficará confinada ao núcleo, uma vez que é este o
caminho de menor relutância. Este fluxo originará uma força eletromotriz (f.e.m.) E1
no primário e E2 no secundário, proporcionais ao número de espiras dos respectivos
enrolamentos, segundo a relação:

onde:
a = razão de transformação ou relação entre espiras.
1800 espiras
900 espiras

secundário
Primário

FONTE CARGA

Fig. 82.1 – Transformador elementar

As tensões de entrada e saída U1 e U 2 diferem muito pouco das f.e.m.


induzidas E1 e E2 e para fins práticos podemos considerar:

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Podemos também provar que as correntes obedecem à seguinte relação:

ou
onde:
l1 = corrente no primário
l2= corrente no secundário
Quando a tensão do primário U1 é superior a do secundário U2, temos um
transformador abaixador (step down). Caso contrário, terá um transformador
elevador de tensão (step up).
Para o transformador abaixador, a > 1 e para o elevador de tensão, a < 1.
Cabe ainda fazer notar que sendo o fluxo magnético proveniente de corrente
alternada, este também será alternado, tornando-se um fenômeno reversível, ou
seja, podemos aplicar uma tensão em qualquer um dos enrolamentos que teremos a
f.e.m. no outro.
Baseando-se neste princípio, qualquer dos enrolamentos poderá ser o
primário ou secundário. Chama-se de primário o enrolamento que recebe a energia
e secundário o enrolamento que alimenta a carga.

2.4.5 - Potência Nominal de um Transformador

Entende-se por potência nominal de um transformador, o valor convencional


de potência aparente. Serve de base ao projeto, aos ensaios e às garantias do
fabricante e determina o valor da corrente nominal que circula, sob tensão nominal,
nas condições especificadas na respectiva norma.

2.4.5.1- Transformadores Trifásicos

A potência nominal de um transformador trifásico é a potência aparente


definida pela expressão:

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2.4.5.2- Transformadores Monofásicos

A potência nominal de um transformador monofásico é a potência aparente


definida
pela expressão:

2.4.5.3- Potências Nominais Normalizadas

As potências nominais em kVA, normalizadas pela ABNT (NBR 5440), dos


transformadores de distribuição para instalação em postes e plataformas, são as
seguintes:
a) transformadores monofásicos para instalação em postes: 5, 10, 15, 25,
37.5, 50, 75 e 100kVA;
b) transformadores trifásicos para instalação em postes 15, 30, 45, 75, 112.5
e 150kVA;
c) transformadores trifásicos para instalação em postes ou plataformas: 225 e
300kVA.

As potências nominais em kVA, normalizadas pela ABNT (NBR 12454 e NBR


9369), para transformadores de potência, são as seguintes: 225, 300, 500, 750,
1.000, 1.500, 2.000, 2.500, 3.000, 3.750, 5.000, 7.500, 10.000, 15.000, 25.000,
30.000.
Os transformadores com potências superiores a 40MVA não são
normalizados, e dependem da solicitação do cliente.

2.4.6 - Transformador para uso industrial

Em uma indústria poderemos ter três ou até quatro níveis de tensão:

a) Subestações de entrada:
 Primário - 72,5kV - 138kV ou 230kV;

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 Secundário - 36,2kV - 24,2kV ou 13,8kV.


b) Subestações de distribuição:
 Primário - 36,2kV - 24,2kV ou 13,8kV;
 Secundário - 440/254V, 380/220V ou 220/127V.

Quando a potência dos transformadores for superior a 3MVA não se


recomenda baixar a tensão diretamente para tensão de uso, pois os mesmos
tornam-se muito caros devido às altas correntes. Recomenda-se baixar para uma
média tensão, ou seja, 6,9kV, 4,16kV ou 2,4kV e, próximo aos centros de carga
rebaixar novamente para as tensões de uso.
A escolha da tensão do secundário depende de vários fatores. Dentre eles
destacamos:
a) econômicos, a tensão de 380/220V requer seções menores dos condutores
para uma mesma potência;
b) segurança, a tensão de 220/127V é mais segura com relação a contatos
acidentais.

De uma forma geral, podemos dizer que para


instalações onde equipamentos como motores,
bombas, máquinas de solda e outras máquinas
constituem a maioria da carga, deve-se usar
380/220 V e para instalações de iluminação e força
de residências deve-se adotar 220/127 V. Na NBR
5440 da ABNT encontramos a padronização das
tensões primárias e secundárias

2.4.6.1- Identificação dos Terminais

Junto aos terminais (buchas) encontramos


uma identificação, pintada, ou marcada em baixo
relevo na chapa do tanque, constituída de uma letra Fig. 83a – Transformador Trifásico
e um algarismo. As letras poderão ser duas, H ou X. (identificação)
Fonte: www.weg.com.br
Os terminais marcados em H são os de alta

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tensão e os marcados com X são de baixa tensão. Os algarismos poderão ser 0, 1, 2


e 3 correspondendo, respectivamente, ao terminal de neutro e ao das fases, 1, 2 e 3.
Portanto, as combinações possíveis são H0, H1, H2, H3 e X0, X1, X2 X3.
A disposição dos terminais no tanque é normalizada, de tal forma, que se
olharmos o transformador pelo lado de baixa tensão, encontraremos mais a
esquerda um terminal X acompanhado de menor algarismo daqueles que identificam
este enrolamento (por exemplo: X0 ou X1). Consequentemente, ao olharmos o
transformador pelo lado da alta tensão, encontraremos o terminal H1 mais a direita.

Fig. 83b – Transformador Trifásico


(identificação)
Fonte: www.weg.com.br

2.4.6.2 – Formas Construtivas

2.4.6.2.1– Quanto ao número de fases

Somente os transformadores de força e de distribuição podem ser construídos


quanto ao número de fases. De acordo com a característica da carga que irá
alimentá-lo, temos os seguintes tipos.

a) Transformadores Monobuchas

São aqueles construídos para serem


instalados em sistemas de distribuição rural
caracterizados por monofilar com retorno por terra –
MRT. São transformadores com somente uma bucha
no primário e uma bucha no secundário. Apresentam
baixo custo e tem potência nominal, geralmente, não
superior a 15 kVA. Operam com o terminal primário Fig. 83c – Transformador monobucha
Fonte: www.eletropaulotransformadores.com.br
ligado a fase e o outro ligado a terra.

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b) Transformadores Bifásicos

São aqueles construídos para operam


individualmente em redes de distribuição rural, ou em
formação de bancos de transformação, em poste ou em
cabines.
Fig. 83d – Transformador Bifásico

b) Transformadores Trifásicos

São os mais empregados, tanto nos sistemas de


distribuição e transmissão de energia elétrica das
concessionárias como no atendimento a cargas
industriais.

Fig. 83e – Transformador Trifásico


2.4.6.2.2 – Quanto ao meio isolante
Fonte: www.nei.com.br

Os transformadores são classificados quanto ao meio isolante em dois


grandes grupos: transformadores em liquido isolante e transformadores a seco.

a) Transformadores em liquido isolante

São de emprego generalizado em sistemas de


distribuição e força e em plantas industriais comuns.
Fig. 83e – Transformador a óleo
Fonte: www.comtrafo.com.br
Os tipos de líquidos utilizados em transformadores são:
 Óleo mineral
 Silicone

b) Transformadores a seco

São de emprego bastante especifico por tratar- Fig. 83e – Transformador a seco
Fonte: www.portuguese.alibaba.com
se de um equipamento de custo bastante elevado, comparativamente aos
transformadores em liquido isolante.

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São empregados mais especificamente em instalações onde os perigos de


incêndio são iminentes, tais como: refinaria de petróleo, indústrias petroquímicas,
grandes centros comerciais, em que a norma da concessionária local proíbe o uso
de transformadores a óleo mineral, etc.

2.4.7 – Transformadores de Corrente

Os transformadores de corrente são equipamentos que permitem aos


instrumentos de medição e proteção funcionarem adequadamente sem que seja
necessário possuírem correntes nominais de acordo com a corrente de carga do
circuito ao qual estão ligados.

Fig. 84a – Transformador de corrente


Fonte: www.crenergia.com.br

Na sua forma mais simples eles possuem um primário, geralmente de poucas


espiras, e um secundário, no qual a corrente nominal transformada é, na maioria dos
casos, igual a 5 A.

Os transformadores de corrente (TC’s) são utilizados para suprir aparelhos que


apresentam baixa resistência elétrica, tais como: Amperímetros, relés, medidores de
energia, de potência, etc.

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A corrente primária a ser medida, circulando nos enrolamentos primários, cria


um fluxo magnético alternado que faz induzir as forças eletromotizes EP e ES,
respectivamente, no enrolamento primário e secundário.

Desta forma, se nos terminais primários de um TC, cuja relação de


transformação nominal é de 20, circular uma corrente de 100 A, obtém-se no
secundário a corrente de 5 A, ou seja: 10/20 = 5 A.

2.4.7.1 – Características construtivas de um TC

Os transformadores de corrente (TC’s) podem ser construídos de diferentes


formas e para diferentes usos, ou seja:

a) Transformadores de corrente tipo Barra

É aquele cujo enrolamento primário é constituído por uma barra fixada através
do núcleo do transformador.

Fig. 84b – TC tipo Barra Fig. 84b – TC tipo Barra


Fonte: www.nei.com.br Fonte: www.nei.com.br

b) Transformadores de corrente tipo Enrolado

É aquele cujo enrolamento primário é


constituído por uma ou mais espiras envolvendo o
núcleo do transformador.
Fig. 84c – TC tipo Enrolado
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c) Transformadores de corrente tipo Janela

É aquele que não possui um enrolamento


primário fixo no transformador e é
constituído de uma abertura através do
núcleo, por onde passa o condutor que
forma o circuito primário. Fig. 84d – TC tipo Janela
Fonte: www.nei.com.br-www.irmaosabage.com.br

2.4.8 – Transformadores de Potencial

Os transformadores de potencial são


equipamentos que permitem aos instrumentos de
medição e proteção funcionarem adequadamente sem
que seja necessário possuir tensão de isolamento de
acordo com a da rede a qual estão ligados.

Os transformadores de potencial são


Fig. 84e – Transformador de Potencial
equipamentos utilizados para suprir aparelhos que Fonte: www.crenergia.com.br

apresentam impedância, tais como voltímetros, relés


de tensão, bobinas de tensão de medidores de energia, etc. São empregos
indistintamente nos sistemas de proteção e medição de energia elétrica.

2.4.9 - Autotransformador

É um equipamento destinado a elevar ou reduzir a


tensão, de modo semelhante a um transformador de
potência, e que possui parte dos enrolamentos primários
Fig. 84f – Autotransformador
comuns aos enrolamentos secundários
Fonte: www.unicrom.com.br

Os autotransformadores podem ser monofásicos ou trifásicos. O


autotransformador trifásico é formado pela composição de três autotransformadores
monofásicos.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Nos autotransformadores, parte da potência é transferida do primário para o


secundário por condução e a outra por ação de transformação eletromagnética.

2.5 – Geradores de Corrente Alternada e Corrente Contínua

2.5.1 – Gerador Elementar

2.5.1.1 - Histórico

O gerador elementar foi inventado na Inglaterra em 1831 por MICHAEL


FARADAY, e nos Estados Unidos, mais ou menos na mesma época, por JOSEPH
HENRY.

Este gerador consistia basicamente de um imã que se movimentava dentro de


uma espira, ou vice-versa, provocando o aparecimento de uma f.e.m. registrado num
galvanômetro.

Anéis
Fig. 85 – Gerador Elementar

Arma-
dura

Escova Pólos
s Carga

O gerador elementar consiste de uma espira de fio disposta de tal modo que
pode ser girada em um campo magnético estacionário. Este movimento causa a
indução de corrente na espira. Para ligar a espira a um circuito externo que aproveite
a f.e.m. induzida, são usados contatos deslizantes. Os pólos norte e sul do imã que
proprociona o campo magnético são peças polares. A espira de fio que gira dentro
do campo é chamada de armadura ou induzido. As extremidades da espira são
ligadas aos anéis coletores, que giram com a armadura. As escovas fazem contato

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com os anéis coletores e transferem para o circuito externo a eletricidade gerada na


armadura. A medida que os lados da espira cortam as linhas de força do campo,
eles geram uma f.e.m. que produz uma corrente através da espira, anéis coletores,
escovas e resistor de carga. A f.e.m. induzida que é gerada na espira, e, portanto a
corrente produzida, depende da posição da espira em relação ao campo magnético

2.5.2 - Definições

Geradores são máquinas destinadas a transformar energia mecânica em


energia elétrica.
Toda a energia consumida nas indústrias, residências, cidades, etc., são
proveniente de geradores.

Fig. 85a – Gerador


Fonte: www.fafe-braga.olx.pt

2.5.3 - Tipos de acionamentos

A - Grupos Diesel ou Gás


São geradores acionados por Motores Diesel ou a Gas.
Potencia: 12.5 a 4000 kVA

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Rotação: 1800 rpm (IV pólos), 1200rpm (VI pólos) ou 900rpm (VIII pólos)
Tensão: 220 a 13800V - 50 e 60Hz.

B - Hidrogeradores
São geradores acionados por Turbinas Hidráulicas.
Potência: 500 a 200.000 kVA
Rotação: 1800 rpm ou abaixo (IV ou mais pólos)
Tensão: 220 a 13.800 V – 50 e 60Hz
C - Turbogeradores
São geradores acionados por Turbinas a Vapor.
Potência: 500 a 60.000 kVA
Rotação: 1800rpm (IV pólos)
Tensão: 220 a 13.800 V – 50 e 60 Hz

D – Eólicos
São geradores acionados por turbinas a vento.
Potência: até 1.500 kVA
Rotação, tensão e frequência sob consulta

2.5.4 - Geração de uma Corrente Alternada

Os alternadores, fontes geradores de CA são máquinas rotativas; por


analogia a elas, o ciclo é dividido em 360º, representando uma circunferência
retificadora.

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Os valores instantâneos da corrente, ou da tensão, durante um ciclo, podem


ser representados pelas projeções do raio de um circulo, em suas diversas posições.

Posição 0°

Posição 90°

Posição 180°

Posição 270°

Posição 360°

Fig. 85b, 85c, 85d, 85e e 85f – Gerador Elementar


Formação de uma Corrente Alternada

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Os valores máximos da corrente e da tensão durante um ciclo podem ou não


coincidir. Quando coincidem diz-se que ambas estão em fase.
Se não coincidem, estão defasadas. A diferença em graus, entre os instantes
em que ocorrem os valores máximos da corrente e da tensão chama-se ângulo de
fase.
A corrente alternada, passando através de um resistor estará em fase com a
tensão, isto é, o ângulo da fase é nulo ( = 0º). A este fato dá-se o nome de efeito
resistivo ou ôhmico puro.

Fig. 86 – Circuito resistivo

Quando se tem um circuito indutivo ligado a rede de corrente alternada, a


indutância provoca um atraso de 90º no inicio do ciclo da corrente elétrica (I). Com
relação ao inicio do ciclo da tensão (E).

Tensão
Corrente

Fig. 86a – Circuito Indutivo

Quando se tem um circuito capacitivo ligado a rede de corrente alternada, a


capacitância faz com que a corrente elétrica (I). Adiante o inicio do seu ciclo em 90º
em relação ao inicio do ciclo da tensão (E).

Tensão

Corrente

Fig. 86b – Circuito Capacitivo

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2.5.5 – Partes de um Gerador

Fig. 86d – Partes integrantes do gerador WEG Linha G (modelo GTA250).


Fonte: www.weg.com.br

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2.5.6 – Principais Aplicações de Geradores

Devido a sua simplicidade na instalação e manutenção, os geradores são


muito utilizados como pequenos centros de geração de energia, principalmente no
interior, onde as redes de distribuição de energia elétrica ainda não estão presentes
ou tem pouca confiabilidade, por exemplo, em fazendas, vilarejos, unidades
repetidoras de telecomunicações, etc.
São utilizados também como No-Break (fornecimento sem interrupção ou de
emergência) em hospitais, centrais de computação, centros de comandos de
sistemas, telecomunicações, aeroportos, etc.
Muito utilizados em aplicações industriais para geração de emergência, co-
geracão, horário de ponta e também em embarcações, para suprimento de toda a
energia elétrica necessária aos equipamentos.
Outra aplicação típica e o uso de geradores agrupados a motores elétricos
para a transformação e freqüência ou tensão em conversores rotativos.
Como se pode ver, o campo para aplicação dos geradores é bastante amplo.

2.5.7 - Alternativas de Geração

Fig. 87 – Alternativas de Geração


www.weg.com.br

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2.5.8 - Princípio de Funcionamento de um Gerador

A auto-excitação inicia-se pela tensão residual no estator e bobina auxiliar do


gerador que é garantida pelos imãs permanentes inseridos nos pólos do estator da
excitatriz principal.
O valor da tensão residual varia de gerador para gerador. A bobina auxiliar é
responsável pelo fornecimento de potência para o regulador de tensão,
independentemente da tensão dos bornes do gerador ou de variações de carga que
possam ocorrer.
O regulador de tensão, alimentado pela bobina auxiliar, fornece potência para
a excitatriz principal da máquina. Faz a comparação entre um valor teórico e a
tensão de referência, com isso controla a excitação do gerador mantendo a tensão
no valor desejado.

Fig. 88 – Gerador Modelo GTA com Bobina Auxiliar (Padrão)


Fonte: www.weg.com.br

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CAPÍTULO 3 - ELEMENTOS DE COMANDO E PROTEÇÃO

Objetivo

Ao estudar este capítulo você estará apto para: Identificar e utilizar os


principais componentes de acionamento, sinalização e proteção de um
Sistema de acionamento de máquinas elétricas.

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3.1 – Seccionadores

Fig. 90 – Botões
Fonte: www.weg.com.br

São dispositivos de manobra, destinados a estabelecer ou interromper os


circuitos elétricos. Os seccionadores podem, dependendo do tipo, ser manobrados
com ou sem carga em funcionamento.

Fig. 91 – Chaves Seccionadoras


Fonte: www.schneider-electric.com.br

3.1.1 - Dados Construtivos

As seccionadoras possuem características técnicas alinhadas aos requisitos da


norma NBR IEC 60947:98 – (Dispositivos de manobra e comando de baixa tensão).
Estas seccionadoras são principalmente utilizadas como liga-desliga para motores e
painéis industriais, chaves de transferência, chaves de segurança e chaves gerais,

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de segurança e emergência em sistemas de distribuição com excelente capacidade


de comutação.
Algumas seccionadoras possuem um alto grau de proteção em todos os sentidos
nos terminais, durante sua manobra (abertura ou fechamento) e mesmo com a
tampa frontal aberta ou removida ainda mantêm um
grau de proteção IP20. Já no caso da seccionadora
estar fechada (condição energizada) o grau de
proteção em todos os casos é IP30, mesmo quando é
realizado o teste de tensão nos orifícios da tampa da
seccionadora.
Os seccionadores-fusíveis sob carga são utilizados
para manobra e proteção de circuitos tripolares,
permitindo um seccionamento seguro mesmo quando a Fig. 92 – Chave Seccionadora
Fonte: www.schneider-electric.com.br
carga estiver conectada

3.2 - Disjuntores

Denominam-se disjuntores os
dispositivos de manobra e proteção, capazes
de estabelecer, conduzir e interromper
correntes em condições normais do circuito,
assim como estabelecer, conduzir por tempo
especificado e interromper correntes em
condições anormais especificadas do circuito,
tais como as de curto-circuito e/ou sobrecarga.
Os disjuntores denominados térmicos
possuem um dispositivo de interrupção da
corrente constituído por lâminas de metais de
coeficientes de dilatação térmica diferentes
(latão e aço), soldados. A dilatação desigual Fig. 93 – Disjuntor_aberto_ABW_G
Fonte: www.weg.com.br
das lâminas, por efeito do aquecimento,

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Equipamentos Industriais Elétricos

provocado por uma corrente de sobrecarga moderada de longa duração, faz


interromper a passagem da corrente no circuito, porque a dilatação desigual das
lâminas determina que as mesmas se curvem e desliguem o dispositivo.
Esses dispositivos bimetálicos são relés térmicos e, em certos tipos de
disjuntores, são ajustáveis em função da temperatura ambiente.

Fig. 94 – Lâminas Bimetálicas

Além dos relés bimetálicos, muitos disjuntores são providos de relés


eletromagnéticos (bobinas de abertura), que atuam mecanicamente, desligando o
disjuntor quando a corrente é intensa e de curta duração (relés de máxima).
Desarmam, também, quando ocorre um curto-circuito em uma ou nas três fases.

Os tipos que possuem


“bobina de mínima” desarmam
quando falta tensão em uma das
fases. A figura mostra como atua
o elemento térmico bimetálico.
Fig. 95 –
Quando ocorre um aumento de
intensidade da corrente, o elemento bimetálico (1) se desloca, provocando o
desarmamento da peça (2), a qual recebe a ação de uma mola. Este tipo de
disjuntor é ideal para proteção contra sobrecarga.
O disjuntor representado esquematicamente a seguir é do tipo eletromagnético.

Fig. 96 –

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Disjuntor com proteção eletromagnética apenas Quando uma corrente de


determinada intensidade percorre a bobina (1), a haste (2) é atraída; a peça (3)
destrava a alavanca (4), que, pela ação de uma mola, desliga o contato (5).
Este tipo de disjuntor é ideal para proteção contra curto-circuito.
A figura seguinte representa um disjuntor com proteção térmica e eletromagnética.

Fig. 97–

Este tipo de disjuntor é ideal para proteção contra sobrecarga e curto-circuito.

Os tipos de disjuntor usados na proteção de


circuitos de baixa tensão são os disjuntores em caixa
moldada (caixa suporte de material isolante). Para a
proteção de circuitos de iluminação e tomadas são
usados os disjuntores em caixa moldada monofásicos.

Fig. 98 - Disjuntor em caixa Moldada


Fonte: www.schneider-electric.com.br

A combinação da bobina magnética, arco guia e a


câmara de extinção de arco garantem rapidez no desarme, alta capacidade de
ruptura, alta seletividade e durabilidade do disjuntor.

3.2.1 - Disjuntor Motor (Disjuntor Industrial)

Dispositivo de manobra mecânico utilizado para comandar motores elétricos.


Com características comuns aos disjuntores residenciais, apresenta a
particularidade de possuir valor de corrente ajustável à carga a ser protegida.
Outro fator de diferenciação é a capacidade de suportar transientes de carga, mais
especificamente os picos de corrente ocasionados pelas partidas dos motores
elétricos.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Fig. 99 – Disjuntor Motor - Fonte: www.schneider-electric.com.br

3.2.2 - Relés de Subtensão e Sobrecorrente

Muitos disjuntores, além dos


elementos térmicos e
eletromagnéticos, podem ter como
acessórios bobina de mínima tensão
(também chamada, relé de
subtensão), que numa falta ou queda
Fig. 100 - Relé de mínima tensão
de tensão interrompe a passagem de
corrente, não danificando os equipamentos (no caso um motor trifásico ligado à rede
de alimentação) quando há uma queda de energia na linha ou até mesmo a falta. O
relé (eletroímã) (1) mantém a peça (2) travando a peça (3), fechando o circuito. A
mola (4) não tem condições de fazer baixar a peça (2). Faltando tensão, o eletroímã
(1) não funciona, e amola (4) desloca a peça (2). Com isto, a barra (3) é destravada
e, acionada pela mola (5), desarmando as três fases da chave, e esta só poderá ser
rearmada manualmente. Assim, há certeza de que o motor não voltará a funcionar
quando a tensão se restabelecer.

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3.2.3 - Disjuntor Motor monitorado por Relé de Subtensão:

3.2.3.1 - Relé de Subtensão

O relé de Subtensão funciona pelo princípio do eletromagnetismo, isto é, ao


utilizarmos o relé de subtensão enquanto o mesmo permanecer energizado e com
tensão mínima dentro da faixa definida pelo fabricante, manterá travada a retenção
mecânica dos contatos.Quando cortada a alimentação, por meio de um elemento
interruptor ou tensão inferior a mínima definida pelo fabricante, haverá o
destravamento dos contatos dos disjuntor e, conseqüentemente, a abertura do

Fig. 101 - Relé de subtensão

circuito entre a rede e a carga.

3.2.4 - Disjuntor Motor monitorado por Relé de Impulso:

3.2.4.1 - Relé de Impulso

Em condições normais de funcionamento o relé de Impulso permanece


desenergizado, isto é, manterá destravada a retenção mecânica dos contatos.
Quando a alimentação for estabelecida, por meio de um elemento pulsador (botão
de impulsão), haverá o destravamento dos contatos dos disjuntor e,
conseqüentemente, a abertura do circuito entre a rede e a carga.

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Fig. 102 - Relé de Impulso

3.3 - Fusíveis

3.3.1 - Definição

São dispositivos constituídos por um material


condutor, chamado de elo de fusão envolto por um corpo de
material isolante e, ligado a dois contatos, que facilitam sua
conexão com os componentes das instalações elétricas. A
função dos fusíveis é proteger as instalações elétricas
contra os efeitos dos curtos-circuitos ou sobrecargas de
longa duração.
Basicamente, os fusíveis são compostos dos seguintes
Fig. 103 – Fusível
elementos: Fonte: www.schneider-electric.com.br

1. CONTATOS
2. CORPO ISOLANTE
3. ELO DE FUSÃO (ou Elo Fusível)

3.3.2 - Características dos Fusíveis

3.3.2.1- Fusíveis de ação Rápida ou Normal

Nos fusíveis de ação rápida ou normal a fusão do elo ocorre após alguns
segundos, quando estes recebem uma sobrecarga de curta ou longa duração.
São próprios para protegerem circuitos com cargas resistivas (lâmpadas
incandescentes e resistores em geral).
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Exemplo:
Na instalação de um forno elétrico (carga resistivas) a corrente elétrica se
mantém constante após o início de seu funcionamento. Em caso de uma sobrecarga
qualquer (de curta ou longa duração) provocará a queima do elo fusível, após alguns
segundos. Por isso, as cargas resistivas exigem fusíveis de ação rápida ou normal.
Estes fusíveis podem ser de elos de fios com seção constante ou de lâminas com
seção reduzidas por janelas.

3.3.2.2 - Fusíveis de ação Ultra-Rápida

Nos fusíveis de ação ultra-rápida a fusão do elo é imediata, quando recebem


uma sobrecarga, mesmo sendo de curta duração.
São próprios para protegerem circuitos com cargas eletrônicas, quando os
dispositivos são a semicondutores.
Exemplo:
Na instalação de uma máquina elétrica que tenha algum dispositivo eletrônico
com semicondutores (Tiristores, Diodos e etc.), a corrente também se mantém
constante após o início de seu funcionamento; mas estes dispositivos eletrônicos
são tão delicados, que qualquer sobrecarga por menor que seja, pode provocar a
sua queima. Por isso, tipo de circuito com carga eletrônica exige para sua proteção,
fusíveis de ação muito mais rápida, ou seja, fusíveis de ação ultra-rápida.

Os fusíveis de ação ultra-rápida, também podem ser de elos de fios com


seção constante ou de lâminas, com seção reduzida por janelas.

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3.3.2.3 - Fusíveis de ação Retardada

A ação retardada ocorre onde a sobrecarga de curta duração não deve


provocar a fusão do elo. A fusão do elo, na ação retardada só acontece, quando
houver sobrecargas de longa duração ou curto-circuito.
São próprios para protegerem circuitos com cargas indutivas e/ou capacitivas
(motores, transformadores, capacitores e indutores em geral).

Fig. 104 – Fusíveis de ação retardada


Fonte: www.weg.com.br
Exemplo
Na instalação de motores, transformadores e capacitores, a corrente elétrica
não se mantém constante no início do seu funcionamento, ou seja, a corrente
ultrapassa seu valor nominal por alguns segundos, dando a impressão de uma
sobrecarga de curta duração e, (isto não deve provocar a queima do elo fusível) logo
em seguida, a corrente diminui até seu valor nominal.
Em caso de uma sobrecarga de longa duração, provocará a queima do elo fusível.
Por isso, as cargas indutivas e/ou capacitivas exigem fusíveis de ação mais lenta, ou
seja, fusíveis de ação retardada.
Os fusíveis de ação retardada têm seus elos de lâmina com seção reduzida
por janelas e com acréscimo de massa no centro.

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3.3.3 - Características Elétricas

3.3.3.1 - Corrente Nominal

A corrente nominal é uma característica relacionada com o elo do fusível e,


especifica o maior valor da corrente que o fusível suporta, continuamente, sem se
aquecer em excesso e sem se queimar.

A corrente nominal de um fusível é de acordo com a corrente de carga.

A corrente nominal dos fusíveis, geralmente, vem escrita no corpo isolante. Como
símbolo da corrente nominal usamos In.

Fig. 105 – Fusíveis – Corrente


Fonte: www.frol.com.br

3.3.3.2 - Tensão Nominal

A tensão nominal é uma característica relacionada com o


corpo isolante e especificamente o valor da máxima tensão de
isolamento do fusível.

Um fusível, com tensão nominal de 500V, pode ser instalado


em um circuito, cuja tensão não seja superior a este valor,
Fig. 106 – Fusível Diazed
pois o corpo isolante deste fusível pode deixar de ser isolante,
Fonte: www.siemens.com.br
para valores acima de 500V.

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A tensão nominal dos fusíveis também vem escrita, sempre no corpo isolante e o
símbolo que representa a tensão nominal é Un.

3.3.3.3 - Capacidade de Ruptura

A capacidade de ruptura de um fusível é uma característica


que mostra a segurança para a instalação, quando há um curto-
circuito, ou podemos ainda dizer, que é a capacidade que um
fusível possui, em se deixar queimar apenas em seu elo fusível,
não permitindo que a corrente elétrica continue a circular.
A capacidade de ruptura de um fusível é representada por
um valor numérico acompanhado das letras KA, que significa
Quiloampère.
Um fusível de ação retardada, com capacidade de ruptura
Fig. 107 – Fusível NH
de 100KA (ou seja, 100.000 A) é capaz de interromper uma
Fonte: www.weg.com.br
corrente de curto-circuito até este limite.
Alguns fabricantes de fusíveis escrevem no corpo isolante dos fusíveis, a sua
capacidade de ruptura.

3.3.4 - Simbologia dos Fusíveis

Cada dispositivo elétrico tem um símbolo característico, para facilitar a


esquematização dos circuitos elétricos.

Para os fusíveis, o símbolo usado nas diversas normas é o


seguinte: Fig. 108 - Fusível (símbolo)

O símbolo dos fusíveis tanto em esquema multifilar como unifilar tem a


mesma representação.

Em todos os esquemas você encontrará a letra “e” (minúscula),


acompanhada de um ou mais algarismos, ao lado do símbolo do fusível, para
identificação do tipo de circuito que ele protege.

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A corrente nominal dos fusíveis, normalmente é registrada


16 A
próxima ao símbolo. e21

Fig. 109 - Fusível


A leitura é feita da seguinte forma:
- Fusível de proteção para circuito de comando ou auxiliar, com corrente nominal
de 16 Ampères.

Esta maneira de representar os fusíveis com letras e números, facilita a sua


identificação nos casos de esquema, onde existem fusíveis com várias funções. Esta
identificação é denominada de literal.
Nota:
As letras F e S, também podem aparecer em esquemas antigos, ao lado do símbolo
dos fusíveis, de acordo com as seguintes normas:

ANSI (americana) F1 – F2 ... S1 – S2 DIN (alemã)

Fig. 110 - Fusível Fig. 111 - Fusível

3.3.5 – Conjunto Segurança Tipo “D” (Diametral)

O conjunto “Segurança tipo D” é um conjunto de


peças utilizadas para alojar um tipo especial de fusível,
largamente utilizado na proteção dos equipamentos
industriais.

Este conjunto de segurança deve ser utilizado em locais


arejados e de fácil acesso, facilitando desta forma, os Fig. 112 - Segurança tipo “D”
Fonte: www.weg.com.br
serviços de inspeção e manutenção do mesmo.

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Os conjuntos de segurança tipo D compõem-se dos seguintes elementos:

Fig. 113 - Segurança tipo “D”


Fonte: www.weg.com.br

3.3.5.1 - Base

A base é a peça que permite a montagem do


fusível e de todos os acessórios. Existe, na base, um
borne de entrada (mais baixo) e um borne de saída
(mais alto).

O borne de entrada não é ligado à rosca da base. Caso


haja inversão na ligação, a rosca da base ficará sob
tensão, mesmo sem o fusível no lugar. Fig. 114 - Base tipo “D”
Fonte: www.siemens.com.br

Fixação Rápida em Trilho

Fig. 115 - Base tipo “D”


Fixação rápida em trilho

3.3.5.2 - Parafuso de Ajuste


O parafuso de ajuste é colocado na base e enroscado no borne de entrada por meio
de uma chave especial.

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A função do parafuso de ajuste é a de impedir a colocação de fusível com corrente


nominal, maior do que a prevista.

Fig. 116 - Parafuso de ajuste


Fig. 117 - Chave saca parafuso de ajuste
Fonte: www.siemens.com.br
Fonte: www.weg.com.br

3.3.5.3 - Anel de Proteção


O anel de proteção é encaixado na rosca de metal da
base, para evitar contatos acidentais.

3.3.5.4 - Tampa Fig. 118 – anel de proteção


Fonte: www.weg.com.br
É o acessório que prende o fusível à base,
estabelecendo o contato do fusível, parafuso de ajuste e os
bornes.
Tem um visor que possibilita ao eletricista ver a espoleta do
fusível. Quando o elo se queima, a espoleta solta e cai no visor
da tampa. Fig. 119 - tampa tipo “D”
Fonte: www.siemens.com.br

3.3.5.5 - Fusível Tipo “D”


Os fusíveis tipo “D” têm seu elo de fusão, envolto por um
corpo isolante de cerâmica com formas cilíndrica e cônica,
preenchido de areia isolante de fina granulação e os contatos em
forma de virola, sendo que uma das virolas tem uma espoleta
indicadora de queima, com a cor que representa a sua corrente
nominal (conforme a tabela de cores)

Fig. 120 - fusível tipo “D”


Fonte: www.siemens.com.br

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Nestes tipos de fusíveis há um fio (finíssimo), chamado de elo indicador de queima


,ligado em paralelo com o elo que prende a espoleta. Quando o elo se funde, este fio
também se funde desprendendo a espoleta, para indicar a queima do elo.

Fig. 121 - Segurança tipo “D”

Ao conjunto - fusível, base, parafuso de ajuste, anel de proteção ou cobertura e


tampa denominamos de segurança tipo “D”.

Tabela Nº 05 – Tamanho x Corrente Nominal x Cores (Weg )

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Curva tempo x corrente (Weg)

Fig. 123 – Fusível NH


Fonte:
www.siemens.com.br

Fig. 122 - Curva tempo x corrente - fusível tipo “D”


Fonte: www.weg.com.br

3.3.6 - Fusível NH

Os fusíveis NH têm seu elo de fusão envolto por um corpo isolante de


cerâmica com formas retangular ou quadrada, preenchido de areia isolante de fina
granulação e os contatos em forma de faca. Têm também indicador de queima, com
a cor que representa a sua corrente nominal.

Fig. 124 - fusível NH

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*NH são iniciais de duas palavras de origem alemã (N é de Niederspannung, que


quer dizer – Baixa tensão e H é de Hochleistung = alta capacidade), portanto NH =
Baixa tensão e Alta capacidade de ruptura.

3.3.7 - Base para Fusível NH

A base é feita de esteatite (silicato hidrato de magnésia,


também denominada pedra-do-sabão).
Os contatos são feitos em forma em forma de mandíbulas
com molas.
Os bornes são com parafusos e porcas sextavadas, arruelas
Fig. 125 - Base NH
lisas e de pressão. Fonte: www.weg.com.br

Para colocar ou retirar os fusíveis NH da base, utiliza-se um dispositivo,


próprio chamado saca fusível.

Fig. 126 - Punho Saca Fusível


Fonte: www.weg.com.br

Tabela Nº 06 - Tamanho 00 X Corrente Nominal ( Weg )

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Tabela Nº 07 - Tamanho 1 X Corrente Nominal ( Weg )

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Tabela Nº 08 - Tamanho 2 X Corrente Nominal ( Weg )

Tabela Nº 09 -Tamanho 3 X Corrente Nominal ( Weg )

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Curva tempo x corrente (Weg)

Fig. 127 - Curva tempo x corrente - fusível NH


Fonte: www.weg.com.br

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3.4 - Botão de Impulsão ou Pulsador

É um elemento utilizado nos circuitos de comandos


elétricos, cuja finalidade é ligar ou desligar os elementos de
comando, tais como contatores.

Fig. 128 - Botão Pulsador


3.4.1 - Blocos de Contato Fonte: www.weg.com.br

Os blocos de contatos podem ser:

 Blocos de contato Normalmente Aberto ou Fechador (NA)

 Blocos de contato Normalmente Fechado ou Abridor (NF)

 Blocos de contato fechador (NA) Possuem um jogo de contatos que, quando


em repouso, estão abertos. Por esta razão são conhecidos por blocos de contato
“NA”, que é a abreviação de Normalmente Aberto

b1

Fig. 129 - Bloco de Contato (NA) Fig. 130 - Bloco de Contato (NA)
Fonte: www.weg.com.br (simbologia)

Quando este bloco de contato for pressionado através do botão, fecha o


contato e permanece ligado enquanto permanecer pressionado. Por esta razão é
chamado de fechador.
Este bloco de contato é utilizado para ligar a chave magnética.

 Bloco de contato abridor (NF). O bloco de contato abridor funciona de maneira


inversa ao bloco de contato fechador. Possui um jogo de contatos que, quando em
repouso, estão fechados. Por esta razão são conhecidos por bloco de contato “NF”
que a abreviação de Normalmente Fechado .

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b0

Fig. 132 - Bloco de Contato (NF)


Fig. 131 - Bloco de Contato (NF)
Simbologia
Fonte: www.schneider-electric.com.br

Quando o bloco de contato abridor for pressionado através do botão, o


contato abre-se e permanece aberto, enquanto permanecer pressionado. Por esta
razão é chamado de abridor. Este bloco de contato é utilizado para desligar a chave
magnética.

3.4.2 - Simbologia

O símbolo básico para a representação dos elementos que compõem os


botões de comando elétrico é:

Fig. 133 - Simbologia Detalhada

Fig. 133a - Bloco de contatos de um botão


Fonte: www.weg.com.br

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Os botões de comando elétrico são especificados pela letra b minúscula e um


índice numeral que especifica o número de botões existentes nos circuitos de
comando elétrico.
Exemplo: o botão DESLIGA a especificação é bo ( b índice zero).

O símbolo dos botões é também representado com os contatos


separadamente.
Você vai encontrar esquemas com identificação dos bornes com os números 11-12,
21-22 ou 31-32 para os contatos NF e, 13-14, 23-24 ou 33-34 para os contatos NA.
Desta forma, temos a representação de um botão - b1 , com um contato
normalmente fechado (abridor) e dois contatos normalmente abertos (fechadores).

3.4.3 - Tipos de Botões

Para atender a enorme faixa de aplicação os botões, são fabricados com


diversos formatos.
Os botões mais comumente utilizados são os seguintes;

3.4.3.1 - Botão Saliente: Torna mais rápido o acionamento, porém oferece a


possibilidade de manobra acidental.

Fig. 134 - Botão Duplo Fig. 135 - Botão Simples


Fonte: www.weg.com.br Fonte: www.schneider-electric.com.br

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3.4.3.2 - Botão Normal: Poderá ser utilizado nos comandos elétricos em geral, pois
o botão é de longo curso e praticamente inexiste a possibilidade de manobra
acidental .

Fig. 136 e 137 - Botões de Acionamento Normal


Fonte: www.schneider-electric.com.br

3.4.3.3 - Botão Soco: Próprio para situações que requeiram desligamento de


emergência .

Fig. 138 e 139 - Botão tipo Soco


Fonte: www.schneider-electric.com.br

3.4.3.4 - Comutador de Posições: Poderão ser usados com manopla curta ou com
manopla longa, dependendo da aplicação. Estes botões mantém-se na posição
“desligado” e na posição “ligadas”.

Fig. 140 - Comutador de Posições


Fonte: www.schneider-electric.com.br

3.4.3.5 – Comutador de Posições com Chave: Indicado para comando de circuitos


onde a manobra deva ser executada somente pela pessoa responsável.

Fig. 141 - Comutador de Posições com Chave


Fonte: www.schneider-electric.com.br

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3.4.3.6 - Pedais de Comando: Pedais de comando com manobra positiva de


abertura.
Para utilizar cada vez que o comando de partida possa apresentar perigo para as
pessoas

Fig. 142 - Pedais de Comando


Fonte: www.schneider-electric.com.br

3.4.3.7 - Botoeiras Pendentes: Botoeiras pendentes para movimentação-


levantamento (2 movimentos). Caixas com dupla isolação, em poliamida, para
circuitos auxiliares, fornecidas completas.

Fig. 143 - Botoeiras pendentes


Fonte: www.schneider-electric.com.br

3.4.3.8 - Botões Luminosos

Os botões luminosos são botões conjugados, em um só corpo, botão +


sinalizador. São utilizados em equipamentos/painéis que possuam pouco espaço
e/ou limitação de componentes.
As cores deverão ser relacionadas segundo as normas e prevalecendo a
segurança. A dificuldade está na atribuição da cor apropriada, para tal função
devendo-se observar a filosofia empregada na operação da máquina ou
equipamento, bem como um acordo entre consumidor e fornecedor para estabelecer
padrões comuns de utilização.
A cor Vermelha para atuador de Parada de Emergência não deverá depender
da luminosidade da sua própria cor.

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Fig. 144 - Botão conjugado com Sinalizador


Fonte: www.weg.com.br

3.4.3.8 - Código de Cores para Botões

Existe um código de cores para os botões. Esse código serve para identificar
as funções de comando e são definidos pela Norma IEC 60073 - Specification for
coding of indicating devices and actuators by colours and supplementary means
(Especificação para classificação de dispositivos indicadores e atuadores por cores e
meios complementares)

Tabela Nº 10 - Código de Cores para Botões segundo a Norma IEC 60073 (Extraída
do Módulo Nº 5 – Montagens de Painéis – WEG)

Além da identificação por cores, há também a indicação de símbolos no cabeçote de


comando dos botões de comando elétrico por impulsão (pressores) ou botoeiras

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Equipamentos Industriais Elétricos

Fig. 145 - Botoeira Pendente e Simbologia


Fonte: www.schneider-electric.com.br

3.5 - Sinalizadores

São elementos empregados para indicar as condições de funcionamento de


uma máquina elétrica ou de um sistema.

Os sinalizadores podem ser: SONOROS ou LUMINOSOS

3.5.1 - Sinalizadores Sonoros

São empregados para sinalizarem condições de funcionamento de máquinas


distantes e isoladas, ou ainda para indicar o funcionamento de máquinas que
ofereçam certa periculosidade ou que apresentem anomalias. Normalmente são
utilizados sirenes, buzinas ou campainhas.

Fig. 146 - Sinalizadores Sonoros

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3.5.2 - Sinalizadores Luminosos

São empregados para sinalizarem painéis ou tampas de cofres, devendo


propiciar, quando ligados, uma luminosidade suficiente para uma perfeita
visualização da indicação e, quando desligados, apresentarem-se completamente
opacos em
relação a luz
ambiente.

Fig. 147 - Sinalizadores


Fonte: www.weg.com.br

Os sinalizadores Luminosos são constituídos basicamente de:

Fig. 148 - Sinalizador (Vista Explodida)

a) Visor – Material translúcido (plástico ou vidro) em cores padronizadas de acordo


com o seu emprego.

Fig. 149 - Sinalizador (Visor)


ExplodVisorida)

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b) Corpo – Provido de elemento de fixação (rosca ou parafuso) e de bornes de


ligação

Fig. 150 - Sinalizador (Corpo)


Fonte: www.schneider-electric.com.br

c) Suporte – Local de fixação da Lâmpada, podendo ter seu encaixe com rosca ou
baioneta

Fig. 151 - Sinalizador (Suporte)


Fonte: www.schneider-electric.com.br

d) Lâmpada – Incandescente ou néon (gás), escolhidas em função da potência,


tensão e tipo de base (baioneta ou rosca).

Fig. 152 - Sinalizador (Lâmpada)

3.5.2.1 - Colunas de Sinalização

As colunas tipo XVD são elementos de sinalização ótica ou sonora, utilizados


especialmente para sinalizar em 360° e a distância, os diferentes estados ou
seqüências de uma máquina ou de uma instalação.

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Exemplos: partida, parada da máquina, ausência de material, chamada de pessoal,


sinalização de defeitos.

Fig. 153 - Coluna Luminosa


Fonte: www.schneider-electric.com.br

3.5.2.2 - Formas de Ligação

a) Conectados em serie a um contato auxiliar do relé térmico

Tipo de ligação, muito empregado para sinalizar o disparo de um dispositivo


de proteção, caso ocorra alguma anormal idade no circuito.

Fig. 154 - Sinalização de Sobrecarga

b) Conectados em Serie a um Contato Fechador (NA).

Tipo de Iigação, muito empregado para sinalizar-se a operação de um


contator. pois com esta, evita-se a queima da lâmpada, ocasionada pela elevação
da tensão produzida pela auto-indução na bobina.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Fig. 155 - Sinalização de advetência

3.5.3 - Código de Cores para Sinalizadores

Existe um código de cores para os Sinalizadores. Esse código serve para


identificar a função da sinalização em relação ao comando e são definidos pela
Norma IEC 60073 - Specification for coding of indicating devices and actuators by
colours and supplementary means (Especificação para classificação de dispositivos
indicadores e atuadores por cores e meios complementares)

Tabela Nº 11 - Código de Cores para Sinalizadores segundo a Norma IEC 60073


(Extraída do Módulo Nº 5 – Montagens de Painéis – WEG)

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3.6 - Contator

3.6.1 - Definiçao:

Contador é um dispositivo de manobra mecânico, acionado magneticamente,


que permite comandar grande intensidade de corrente, através de um circuito
auxiliar de baixa intensidade de corrente.
Estes contatores são dimensionados mecânica e eletricamente para
suportarem a intensidade de corrente requerida pela carga, com uma elevada
freqüência de operação.

Fig. 156 e 157 - Contatores de Potência


Fonte: www.schneider-electric.com.br

Dentre as muitas vantagens, podemos destacar as seguintes:

a) Possibilita o comando a distância.


b) Possibilita comandar um motor elétrico de diversos locais diferentes.
c) Possibilita montar os mais variados tipos de comandos elétricos
solicitados pelos equipamentos em geral.
d) Possibilita o acoplamento de uma série de dispositivos de segurança.
e) No caso de faltar energia elétrica o motor desliga-se e não volta a ligar-
se sem a intervenção do operador.
f) Possui câmara para extinção do arco elétrico.
g) Exige pequenos espaços para montagem.
h) Resiste a elevado número de manobras (de 10 a 30 milhões).

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3.6.2 - Elementos básicos de um Contator

Fig. 157a - Contator de Potência em corte


Fonte: www.siemens.com.br

a) Carcaça ou Corpo Isolante

É a parte que aloja todos os componentes do contador. É feita de material isolante


que oferece alta resistência elétrica e mecânica.

Fig. 158, 159 e 160 - Contatores de Potência


Fonte: www.schneider-electric.com.br

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,b) Bobina

É o elemento responsável pela criação de um campo


magnético que faz movimentar eletromecanicamente o
sistema móvel do contador.
È constituído por várias espiras de fio esmaltado,
enrolado em um carretel isolante. Tais espiras, quando
percorridas por uma corrente elétrica, produzem um campo
magnético.
Fig. 161 - Bobinas de um Contator
Fonte: www.cimm.com.br

c) Núcleo Magnético

É o elemento responsável pela


concentração das linhas de força do
campo magnético criado pela bobina,
Fig. 163 - Núcleo Magnético
evitando que elas se dispersem.
É constituído de duas partes magnéticas, uma fixa e
Fig. 162 - Núcleo Magnético
outra móvel: núcleo fixo e núcleo móvel. É feito de lâminas
sobrepostas, isoladas entre si, que diminuem as perdas no ferro. No núcleo fixo
encontramos um anel metálico do pólo magnético e denominado de anel de
defasagem.
Esse anel fica sob a ação do campo
magnético, proveniente de uma corrente alternada,
para evitar os efeitos de variação de campo e
conseqüentemente, da força de atração exercida
sobre armadura do imã. Serve também para evitar
ruídos mais fortes resultantes do equipamento. Fig. 164 - Anel de Defasagem

d) Contatos

São partes de um dispositivo de manobra, através do qual um circuito é


estabelecido ou interrompido. Há os contatos fixos e os móveis e, de acordo com a
utilização, contatos principais e auxiliares.

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Equipamentos Industriais Elétricos

O material dos contatos móveis e fixos é a prata e suas ligas, sendo mais
utilizado o óxido de cádmio – prata.

e) Contatos Fixos

Parte de um elemento de contato fixada à


carcaça do dispositivo de manobra. Sobre os
contatos fixos são pressionados, quando acionados,
os contatos móveis. Peça de contato praticamente
Fig. 165 - Contatos de um contator
imóvel.

Na extremidade oposta ao corpo onde estão montados os contatos fixos, são


colocados os bornes para conexões, destinados a interligação do contator com o
circuito a ser controlado.

f) Contatos Móveis

É uma peça de cobre com dois pontos de contato


de prata, movidos quando do acionamento do comando Fig. 166 - Contatos de um contator
do dispositivo de manobra.

g) Suporte dos Contatos Móveis

Sustenta mecanicamente os contatos móveis e é preso ao núcleo móvel. É


feito de material isolante de alta resistência mecânica.

Fig. 167 - Contatores de Potência

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h) Mola(s) Interruptora(s)

Também conhecida como de chamada ou disparo. É responsável pela


velocidade de abertura dos contatos móveis. O material usado para sua fabricação é
o aço.

Fig. 168 - Molas de Contatores

i) Câmara de Extinção do Arco Elétrico


Compartilhamento de um dispositivo de manobra, que envolve os contatos

Fig. 169 - Câmara de Extinção do Arco Elétrico


principais.

Destinado a assimilar e extinguir o arco e capaz de resistir à sobre pressão devida à


formação do arco.

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3.6.3 - Princípio de Funcionamento


Quando a corrente elétrica percorre
a bobina do contator, cria no seu eixo de
abertura central um campo magnético.
Este campo é capaz de atrair o
núcleo magnético móvel, estando este sob
a tensão da mola de interrupção, fazendo
com que esta seja comprimida, até o
núcleo fixo.
Neste ponto os contatos principais
estarão fechados e os contatos auxiliares,
Fig. 170 - Contator – Partes Principais
normalmente abertos, se fecharão do
mesmo modo que os normalmente fechados se abrirão, dando assim, condições de
funcionamento do circuito onde estão instalados.

Fig. 171 - Contator – Identificação de Contatos

3.6.4 – Nomenclatura de Contatos em Contatores

Segundo a IEC 947-4, a identificação de terminais de contatores e relés


associados é para fornecer informações a respeito da função de cada terminal ou
sua localização com respeito a outros terminais ou para outras A1
aplicações.

Bobinas : A identificação dos terminais da bobina é feita de forma


A2
alfanumérica através das letras e números A1 e A2.
Fig. 172 - Símbolo (Bobina)

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Equipamentos Industriais Elétricos

A tensão em que será energizada a bobina do contator vem impressa junto à


ela.
Existem, para acionamento em CA 60 Hz, desde 24 até 600 V; para
acionamento em CC desde 12 até 440 V. Estes limites podem variar conforme o
fabricante e/ou modelo.

3.6.5 - Identificação dos Contatos de um Contator

Os contatores possuem contatos para procederem ao fechamento e/ou


abertura das cargas, esses contatos podem ser:

 Normalmente Abertos (NA) ou Fechadores


 Normalmente Fechados (NF) ou Abridores

 Os contatos principais são fechadores, pois estão normalmente abertos (NA).

A identificação é feita por algarismos sendo os ímpares para Entrada 1L1, 3L2
e 5L3 ( ligação à rede) e os pares para Saída 2T1, 4T2 e 6T3 (ligação à carga).

Fig. 173 - Símbolo (Contatos Principais)


Fonte: www.weg.com.br

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3.6.6 - Identificação dos Contatos Auxiliares

Os contatos auxiliares são identificados por dois dígitos composto pelo


algarismo de origem de localização e, pelo algarismo sequencial
de função.

 Os contatos auxiliares poderão ser abridores ou fechadores.

Os algarismos de identificacão da função são assim


identificados: Fig. 174- Símbolo
Contato NF = Normalmente Fechado, NC = normally (Contato Abridor)
Fonte: www.weg.com.br
closed ou abridor.

Contato NA = Normalmente Aberto,


Fig. 175 - Símbolo
NO = normally open ou Fechador.
(Contato Fechador)
Fonte: www.weg.com.br

Desta forma a identificação dos contatos auxiliares NA e NF em um contator é


feita da seguinte maneira

Fig. 176 - Símbolo (Contatos Auxiliares)


Fonte: www.weg.com.br

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O primeiro algarismo determina o número de ordem ( 1o, 2o, 3o, 4o, etc.)

Número de ordem
13 23 31 41

14 24 32 42
Fig. 177 – Contator (Contatos Auxiliares 2)

O segundo algarismo determina o estado do contato NA ou NF

Estado do contato
13 23 31 41 Final – 1 NF

Final – 3 NA

14 24 32 42

Fig. 178 – Contator (Contatos Auxiliares 3)

Identificação das entradas e Saídas

Números Impares = Entrada

13 23 31 41

14 24 32 42

Números Pares = Saída


Fig. 179 – Contator (Contatos Auxiliares 4)

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Equipamentos Industriais Elétricos

Um contator poderá ter 2, 3 ou 4 contatos principais (embora o mais comum


sejam 3), onde serão chamados de contatores bipolares, tripolares ou tetrapolares.
Já a quantidade de contatos auxiliares, bem como a condição NA – NF, varia muito.
Alguns modelos de contatores trazem inclusive a possibilidade de
acrescentar-se através de blocos aditivos frontais e/ou laterais, outros contatos

Fig. 180 - Contator – Bloco de contatos auxiliares frontais


Fonte: www.weg.com.br

auxiliares. www.weg.com.br

Fig. 182 - Contator – Bloco de contatos auxiliares laterais


Fonte: www.weg.com.br
www.weg.com.br

Fig. 181 - Contator – Bloco de contatos auxiliares Frontais


Fonte: www.weg.com.br
www.weg.com.br

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.6.6 - Categoria de Emprego

É a normalização que determina o tipo de contator a ser empregado para


cada tipo de carga ou regime de trabalho.

As categorias de emprego devem ser da ordem "AC” para cargas com


alimentação em corrente alternada ou da ordem “DC”, para cargas com alimentação
em corrente contínua, pois estas determinam a robustez dos contatos para cada tipo
de carga.

3.6.6.1 - Categoria AC 1

Os contatores desta categoria são utilizados como elementos de manobras de


todos os circuitos resistivos ou pouco Indutivos, ou seja, circuitos que apresentam
um fator de potência Igual ou maior que 0,95 (Cos  = 0,95).

Fig. 183 – Contator (Categoria de Emprego AC1)

3.6.6.1 - Categoria AC 2

Os contatores desta categoria são utilizados como elementos de manobras de


circuitos com manobras leves; comando de motores com anéis coletores (guinchos,
bombas, compressores) e desligamento em regime.

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.6.6.2 - Categoria AC 3

Os contatores desta
categoria,são utilizados como.
elementos de manobra de circuitos
de motores de rotor em curto-
circuito, onde a corrente de partida,
Fig. 184 – Contator (Categoria de Emprego AC3)
atinge até sete vezes a corrente
nominal do motor.

3.6.6.3 - Categoria AC 4

Os contatores desta categoria são empregados Como elementos de manobra


de circuitos de motores de rotor em curto-circuito, com funcionamento totalmente
intermitente, ou seja, que estejam, constantemente, sendo ligados e desligados.

Fig. 185 – Contator (Categoria de Emprego AC4)

Os contatores da categoria AC 2 e AC 3, são os mais empregados na


indústria, uma vez que suas características atendem as necessidades operacionais
mais comuns.
Estes contatores, pelo seu largo emprego, são facilmente encontrados no
comércio.
Já os contatores das outras categorias, devido ao seu menor emprego, são
obtidos normalmente sob encomenda.

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3.7 - Relé Térmico de Sobrecarga

O relé de proteção contra sobrecarga ou relé


bimetálico ou ainda relé térmico é indicado para
proteção de motores contra sobrecarga.
A sobrecarga pode ser causada por: rotor
bloqueado, freqüência elevada de manobra, partida
prolongada, sobrecarga em regime de operação, falta
de fase e variação da tensão e freqüência.
A função do relé de proteção contra sobrecarga é
desligar a alimentação do equipamento antes que Fig. 186 – Relé Térmico
Fonte: www.schneider-electric.com.br
sejam atingidos valores de corrente e de tempo que
causam deterioração da isolação.
Seu princípio de funcionamento é baseado num dispositivo bimetálico, onde
duas lâminas de metais de coeficientes de dilatação diferentes são afixadas
geralmente por um processo de soldagem. Essas são isoladas e por sobre as
mesmas montado um resistor que aquece ao ser percorrido pela corrente elétrica,
que é a mesma que aciona o motor.
Pelo efeito do aquecimento e devido a dilatação ser diferente, uma lâmina fica
com o comprimento maior que a outra e há uma deformação (o conjunto se curva).
Essa deformação serve então para empurrar uma haste chamada de piloto, que por
sua vez aciona um contato elétrico.
Quando o sistema é trifásico existem três conjuntos desse montados num
mesmo invólucro e atuam sobre um único piloto de forma que qualquer das três
fases que apresentar sobre-corrente, pode fazer acionar o contato elétrico de
comando, que é único, embora possam haver dois conjuntos de contatos(comum,
normal aberto e normal fechado).

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Equipamentos Industriais Elétricos

Fig. 187 – Funcionamento do Elemento Bimetálico


Relé Térmico

Existem muitos fabricantes no mercado e várias faixas de ajuste de corrente.


Além disso, os relés térmicos possuem curvas características que relacionam
os múltiplos da corrente de ajuste e o tempo de desarme, alem de ter curvas a frio,
tendo a temperatura ambiente sem carga como referencia e curvas a quente, com as
lâminas aquecidas com a corrente de ajuste.

Fig. 188 – Relé Térmico – Aberto Fig. 189 – Relé Térmico


Fonte: www.schneider-electric.com.br Fonte: www.schneider-electric.com.br

Fig. 190 – Relé Térmico


(Contatos Auxiliares) Fig. 191 – Relé Térmico
Fonte: www.schneider-electric.com.br
(Contatos Auxiliares)
Fonte: www.schneider-electric.com.br

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.7.1 - Relé Térmico – Curvas Características

Fig. 192 – Relé Térmico (Curvas Características)


Fonte: www.weg.com.br

A norma IEC 947-4-1 especifica os tempos de desarme no caso de


sobrecarga conforma a tabela abaixo:

Tabela Nº 12 – Tempos de desarme conforme a Norma IEC 947-4-1 (Extraída do


Módulo Nº 1 – Comando e Proteção – WEG)

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.7.2 - Identificação dos Contatos dos Relés Térmicos

a) Contatos Principais

Os elementos térmicos têm seus bornes numerados por algarismos, do


mesmo modo que os contatores de potência.
A identificação é feita por algarismos sendo os ímpares para Entrada 1L1, 3L2
e 5L3 ( ligação à rede) e os pares para Saída 2T1, 4T2 e 6T3 (ligação à carga).

Fig. 193 – Relé Térmico (Contatos Principais)


Fonte: www.weg.com.br

b) Contatos Auxiliares

Os terminais dos circuitos auxiliares dos relés térmicos devem ser


marcados da mesma forma que os contatores, com funções específicas.
O número de sequência deve ser o 9 e, se uma segunda sequência existir
identificados com o zero.

Fig. 194 – Relé Térmico (Contatos Auxiliares)


Fonte: www.weg.com.br

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Equipamentos Industriais Elétricos

Podem ser:

1- de contatos reversíveis, 95 – 96 NF e 95 – 98 NA.

Fig. 195 – Relé Térmico (Contatos Auxiliares)


Fonte: www.weg.com.br

2- de contatos independentes, 95 – 96 NF e 97 – 98 NA.

Fig. 196 – Relé Térmico (Contatos Auxiliares)


Fonte: www.weg.com.br

Nota: Os números dos contatos podem variar de acordo com o fabricante.

3.8 - Temporizadores

3.8.1 - Relé de Tempo Eletrônico Microcontrolado (TEM)

É um dispositivo para acionamento/desacionamento


elétrico de processos em função de tempos pré-
selecionados. Por ser um equipamento microcontrolado,
possui excelente precisão e repetibilidade de operação.

Fig. 194 – Relé de tempo - TEM


Fonte: www.tron-ce.com.br
3.8.1.1 - Aplicações
Automação e sincronismo industrial, utilizados em chaves compensadoras,
quadros de comando, câmaras frigoríficas, fornos industriais, máquinas injetoras,

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Equipamentos Industriais Elétricos

equipamentos para refrigeração, entre outras diversas aplicações que necessitem de


controle de tempo e espaço físico reduzido.

3.8.1.2 - Modo de Funcionamento

Seleciona-se previamente no knob central o intervalo a ser temporizado. Ao


ser energizado, inicia-se a contagem de tempo.
O ciclo RE (retardo na energização) e o ciclo RI (retardo na desenergização),
tem o funcionamento semelhante às funções RE e RI respectivamente,
diferenciando apenas por se repetir ciclos até que o aparelho esteja desenergizado.

3.8.1.3 - Diagrama de Funcionamento

a) Retardo na Energização
Na função RE a temporização ocorre com os contatos abertos, fechando-os
no final da temporização.

Fig. 195 – Diagrama Temporal


Fonte: www.tron-ce.com.br

b) Retardo na desenergização

Ao ser energizado, o relé arma seus contatos. Ao ser desenergizado inicia-se a


contagem do tempo pré-selecionado na escala, após expirado o tempo o relé desarma

Fig. 195a – Diagrama Temporal


Fonte: www.tron-ce.com.br

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3.8.2 - Relé Temporizador para Chave Estrela-Trângulo (RYD)

É um relé especialmente desenvolvido para automação do


controle das chaves de partida estrela-triângulo, utilizadas em
motores trifásicos.

3.8.2.1 - Aplicações
Fig. 196 – Relé Y- RYD
Fonte: www.tron-ce.com.br
É específico para uso em controle de partida de motores
trifásicos que utilizam chaves estrela-triângulo.

3.8.2.2 - Modo de Funcionamento

Ao ser energizado o relé Y arma instantaneamente iniciando a temporização


ajustada na escala, depois de expirado o tempo, o relé desarma e 50 ms depois o
relé  arma, permanecendo neste estado até que seja desenergizado.

3.8.2.3 - Diagrama de Funcionamento

Fig. 196a – Diagrama Temporal


Fonte: www.tron-ce.com.br

Fig. 196b – Diagrama de Funcionamento


Fonte: www.weg.com.br

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Equipamentos Industriais Elétricos

a - Instante de comutação;
b - retorno ao repouso;
T1 – Tempo ajustável para conexão em Estrela;
T2 – Tempo fixo para conexão Triângulo.

3.8.3 - Relé Temporizador Eletrônico Cíclico (TCS)

São temporizadores que ao ser energizado o relé


de saída é ciclicamente acionado durante os tempos
selecionados nas escalas (tempos independentes).

3.8.3.1 - Modo de Funcionamento

a) Relé Cíclico (RPP)


Fig. 197 – Relé Ciclico - TCS
Fonte: www.tron-ce.com.br

Ao ser energizado o relé de saída é ciclicamente


acionado de acordo com o tempo selecionado no frontal (frequência de impuilso de
20 a 120 impulso/minuto).

b) Relé Cíclico Percentual (RPE)

Ao ser energizado o relé de saída é ciclicamente acionado de acordo com o


tempo selecionado durante um percentual do tempo de ciclo. Exemplo: 70% do
tempo de ciclo ligado e 30% desligado).

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.8.3.2 - Diagrama de Funcionamento

Fig. 197a – Diagrama Temporal


Fonte: www.tron-ce.com.br

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3.8.4 - Temporizador Pneumático

É um dispositivo de tempo de ação pneumática,


utilizado em comando de chaves magnéticas.

3.8.4.1 - Vantagens:
Fig. 198 – Temporizador Pneumático
 Custo reduzido Fonte: www.schneider-electric.com.br

 Funcionamento simplificado
 Ampla gama de variação de tempo
 Economia de espaço (acoplamento direto
no contator)

Os temporizadores pneumáticos se apresentam


em dois tipos com relação a operação do circuito.
a) Temporizado ao Trabalho
b) Temporizado ao Repouso
Fig. 198a – Temporizador Pneumático
Fonte: www.weg.com.br
A utilização de cada um destes tipos será de
acordo com a necessidade de operação do circuito.

Os temporizadores pneumáticos possuem uma ampla gama de regulagem de


tempo, que varia desde alguns décimos de segundos até 180 segundos.
Ex. 0,1 à 30 segundos
30 à 180 segundos

O temporizador pneumático é constituído basicamente por:


1. Alavanca de armamento do temporizador que liga a sanfona ao bloco de
contatos elétricos.
2. Balancim
3. Mola superior
4. Válvula
5. Sanfona
6. Contatos abridores e fechadores

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Equipamentos Industriais Elétricos

7. Dispositivo de acionamento da regulagem do temporizador

Fig. 198 – Temporizador Pneumático


(Vista explodida)

3.8.4.2 – Principio de Funcionamento:

Estando o temporizador pneumático acoplado ao contator e sendo o contator


alimentado, o núcleo móvel atrairá consigo o balancim do temporizador, assim o
balancim liberará a sanfona, que irá encher-se de ar, deslocando-se em direção ao
balancim.
Terminado o tempo, regulado previamente, a sanfona estará cheia de ar e
pressionará uma pequena alavanca que liberará o balancim, ocasionando o seu
deslocamento e provocando a abertura do contato NF e o fechamento do contato
NA, permanecendo assim enquanto o contator estiver alimentado.
Quando cortamos a alimentação do contator, o seu núcleo deslocará o
balancim em direção à sanfona, expulsando o ar nela contido. Com isto, os contatos
voltarão à posição original de repouso, deixando o temporizador pneumático apto
para um novo ciclo de operação.

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.8.4.3 – Sequência de Funcionamento do Temporizador Pneumático ao


Trabalho

 O contator está desalimentado


 A sanfona está vazia
 Os contatos
permanecem na
Fig. 199 posição inicial

 O contator está alimentado


 A sanfona começa a encher-se de ar e a
Fig. 200
deslocar-se em direção ao balancim
 Os contatos permanecem na posição inicial

 O contator permanece alimentado


 A sanfona está cheia de ar e deslocou-se
totalmente em direção ao balancim
 Os contatos operam invertendo a posição

Fig. 201

 O contator está desalimentado


 A sanfona começa a se esvazia e o balancim
volta a posição inicial
 Os contatos voltam para a posição inicial
Fig. 202

Fig. 199, 200, 201 e 202 – Relé Pneumático


(Funcionamento ao Trabalho)
www.weg.com.br

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.9 - Acessórios, Elementos e Dispositivos Elétricos

Vejamos a seguir alguns acessórios, elementos e dispositivos elétricos, que


são utilizados na montagem de circuitos de chaves magnéticas.

3.9.1 - Caixa Metálica (Cofre, Armário ou Painel)

A caixa e/ou cofre


metálico serve para alojar e
proteger o circuito elétrico
montado no chassi.

Fig. 203 – Painéis Elétricos

3.9.2 - Chassi de Montagem

Conhecido também como chapa de montagem. É


uma placa metálica, quadrada ou retangular, que serve
como base para fixação dos componentes do circuito.

3.9.3 – Trilho para Conectores (Perfil) Fig. 204 – Chassi de Montagem

O trilho e/ou perfil é o elemento suporte onde serão fixados os conectores e os


dispositivos que possuam mecanismo de engate rápido.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Trilho Din ( 32 mm)

É o elemento suporte, onde serão fixados os conectores unipolares.


É fornecido em barras de 2 m, devendo ser cortado no tamanho necessário.

Trilho

Fig. 205 – Trilho Perfil Din 32 mm

Trilho Din (Ômega - 35 mm)

É o elemento suporte, onde serão fixados os componentes/equipamentos, tais como


relés, contatores, CLP’s, Disjuntores, fusíveis, etc.
É fornecido em barras de 2 m, devendo ser cortado no tamanho necessário
(Conforme Layout).

Fig. 206 – Trilho Perfil Din 35 mm

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.9.4 - Bornes para Conexões (Conectores)

Bornes para conexões, conectores SAK ou conectores


unipolares, são dispositivos de uso nas instalações elétricas
destinados para a interligação de circuitos de comando e
automação, bem como de circuitos de alimentação, teste e
medição. Proporcionam, para tais circuitos, a possibilidade de Fig. 207 – Conector Unipolar
(Fonte:www.senai.br)

derivações, emendas nos condutores , continuidade,


ligações, saídas, seccionamentos e etc. Além de grande
flexibilidade para a disposição dos terminais de diversos
tamanhos, os bornes Zpara conexões são elementos que
proporcionam facilidade de fixação, ligação, precisão e boa
aparência das instalações.
Os bornes para conexões foram projetados e
construídos, para o emprego em cabines de força, caixas de
ligação de motores de máquinas, quadros de comando, etc.
Seu emprego é muito grande nas instalações residenciais, Fig. 208 – Bornes para Conexão
(Fonte:www.senai.br)
comerciais e industriais.

Basicamente, os bornes ou conectores são compostos dos seguintes


elementos:
 Corpo isolante
 Contatos
 Elementos de fixação dos condutores
 Base de fixação dos bornes ou conectores

3.9.4.1 - Bitola dos Condutores

Sabemos que bitola é a seção transversal dos condutores. Se os bornes são


usados para conectar condutores, estes devem suportar os mesmos valores para a
bitola dos condutores do circuito a ser instalado. Os bornes possuem uma faixa para
Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis 135
Equipamentos Industriais Elétricos

os valores de bitola, que estabelece os limites máximo e mínimo das bitolas dos
condutores adequados a cada tipo de borne
Existem dois tipos de conexões :A CONEXÃO TEMPORÁRIA
(APARAFUSADA) e a CONEXÃO PERMANENTE (SOLDADA).
Para estas conexões , a ABNT recomenda que os símbolos sejam
representados da seguinte forma:

3.9.4.2 - Borneira

Conjunto de bornes agrupados através de um trilho de fixação rápida.

Para montar a borneira , existe uma placa denominada SEPARADOR que


tem a função de isolar o borne. O primeiro borne e o último na borneira são
ajustados através de uma peça de acabamento denominado POSTE.

Fig. 209 – Borneiras


(Fonte: www.senai.br)

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Equipamentos Industriais Elétricos

Fig. 209 A – Borneiras


(Fonte: www.conexel.com.br)

3.9.4.3 - Placa de Bornes para Motores

A placa de bornes para motores tem a


finalidade de facilitar a instalação dos condutores de
fases, que irão fornecer energia elétrica aos
bobinados do motor.

Fig. 210 – Borneira para Caixa de


Ligação de Motores Elétricos
3.9.5 - Canaletas de PVC (Fonte:www.senai.br)

São dutos de formato quadrado ou retangular lisa ou


com rasgos laterais e tampa removível, para alojar e proteger
condutores

O processo de interligação dos componentes elétricos


no chassi ou painel das chaves magnéticas, poderá ser
Fig. 211 – Canaletas de PVC
Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis 137
Equipamentos Industriais Elétricos

executado com condutores flexíveis, alojados dentro das canaletas.


Existem canaletas de P.V.C. com diversos formatos, para atenderem as
necessidades dos mais variados tipos de montagens, sendo os mais comuns:

CANALETA LISA

CANALETA COM RECORTE ABERTO

CANALETA COM RECORTE FECHADO

CANALETA SEMI-RECORTADA

Fig. 212 – Canaletas de PVC

As canaletas de P.V.C. são constituídas pela base e pela tampa. A furação


existente nos lados destina-se a saída dos condutores.

Estas canaletas são fornecidas em barras de dois metros de comprimento e


nas medidas de largura e altura:

Tabela 13 – Tamanhos comerciais de canaletas (Fonte: SENAI-DN)

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.9.5.1 - Aplicações:

São utilizadas em montagens de quadros e painéis de Comandos Elétricos.


A versatilidade do Sistema permite:
 Cablagem Rápida
 Separação dos Circuitos
 Tampas de fácil colocação e remoção
 Ampla variedade de tamanhos
 Material auto-extingüível

Fig. 212a – Canaletas de PVC

3.9.6 - Abraçadeiras de Nylon (Cinta de Nylon)

Dispositivo utilizado no arremate dos condutores em painéis de Comandos


Elétricos.
São produzidas com Nylon de alto padrão. Seu perfeito fechamento auto-
travante sem retorno, garante seu uso mesmo em condições de vibração. Sua
praticidade e versatilidade possibilitam uma ampla gama de utilização nas mais
variadas aplicações. Construídas totalmente em plástico, sem insertos metálicos,
proporcionam maior segurança e melhor isolação elétrica em amarração de fios,
cabos e chicotes.

Fig. 213 – Cintas de Nylon


Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis 139
Equipamentos Industriais Elétricos

Fig. 213a – Cintas de Nylon

3.9.7 - Marcadores Tipo Anilha (Identificafores para Fios)


Dispositivo utilizado para identificação de condutores em painéis de comandos
elétricos possuindo vantagens tais como:
 Grande flexibilidade de medidas garantindo menor número de medidas para
uma gama maior de cabos;
 Seção do marcador alinhada entre caracteres;
 Instalação sem utilização de ferramentas

Fig. 214 – Marcadores tipo anilha

3.9.8 – Terminais Elétricos

São acessórios utilizados nos extremos dos condutores, tendo por finalidade
facilitar e melhorar as conexões elétricas.

Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis 140


Equipamentos Industriais Elétricos

Existe uma grande variedade de terminais para possibilitarem as mais


diversas conexões elétricas. Os terminais variam quanto ao tipo e quanto ao
tamanho.

Fig. 215 – Terminais Elétricos


(Fonte: www.senai.br)

TIPO OLHAL (ANEL): estes terminais estabelecem ótima conexão elétrica, por
apresentarem uma grande superfície de contato. Por outro lado, apresentam o
inconveniente de que para serem conectados, é necessária a remoção do parafuso
de conexão.

Fig. 216 – Terminais Elétricos Tipo Olhal


(Fonte: www.senai.br)

Tabela 14 – Terminais Elétricos tipo Olhal

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Equipamentos Industriais Elétricos

 TIPO FORQUILHA (GARFO): são aplicados nos mesmos casos em que se


aplica o terminal anel, possuindo no entanto, menor superfície de contato,
com vantagem de que para serem conectados, basta folgar o parafuso de
conexão.

Fig. 217 – Terminais Elétricos Tipo Forquilha


(Fonte: www.senai.br)

Tabela 15 – Terminais Elétricos tipo Forquilha

Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis 142


Equipamentos Industriais Elétricos

 Terminal Elétrico TIPO PINO: estes terminais são aplicados, quando o borne
a ser conectado, possuir orifício para o encaixe do mesmo ou quando a
arruela do parafuso apresentar formato côncavo.

Fig. 218 – Terminais Elétricos Tipo Pino


(Fonte: www.senai.br)

Tabela 16 – Terminais Elétricos tipo Pino

 Terminal Elétrico TIPO BALA: os terminais tipo bala dividem-se em macho


(plugue) e fêmea (receptáculo). O macho encaixa na fêmea, propiciando a
conexão rápida de dois condutores entre si. O conjunto é utilizado em
circuitos de baixa intensidade de corrente, nos casos em que se deseja
rapidez na
manutençã
o elétrica.

Fig. 219 – Terminais Elétricos Tipo Bala (encaixe)


(Fonte:www.senai.br)

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Equipamentos Industriais Elétricos

Tabela 17 – Terminais Elétricos tipo Bala


FÊMEA

MACHO

 Terminal Elétrico TIPO LUVA DE EMENDA: os terminais tipo luva são


utilizados para realizar o prolongamento de condutores

Tabela 18 – Terminais Elétricos tipo Emenda

 TIPO TUBULAR ILHÓS: os terminais tipo tubular ilhós são similares ao tipo
pino, porém sua conexão é realizada através de um alicate específico pra
terminais

Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis 144


Equipamentos Industriais Elétricos

Tabela 19 – Terminais Elétricos tipo Tubular simples

Tabela 20 – Terminais Elétricos tipo Tubular Duplo

Todos estes modelos de terminais são fornecidos nos modelos pré-isolados


ou sem
isolação.

Fig. 220 – Terminais Elétricos Tipo Olhal Pré-isolado e Sem Isolação


(Fonte: www.senai.br)

Os terminais pré-isolados possuem as isolações nas cores vermelha, azul e


amarela para facilitar a identificação das três fases do circuito.
A montagem dos terminais nos condutores pode ser executada por meio de
SOLDA ou por meio de COMPRESSAO.

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Na montagem de chaves magnéticas, é mais empregado o processo por


compressão, por ser mais rápido e de menor custo operacional, sendo necessário o
uso de alicates apropriados.

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3.9.9 – Prensa Cabos

São componentes utilizados para dar


completa impermeabilidade na entrada de cabos
elétricos, protegendo os mesmos contra possíveis
cortes, evitando o risco de curto-circuito. Possuem
aplicação rápida (manual ou através de alicate).
São usados extensivamente para proteção e
fixação de cabos em equipamentos e painéis de
controle. Fig. 221 – Prensa cabos

Fig. 221a – Prensa cabos


‘ Fig. 221b – Prensa cabos

Fig. 221c – Prensa cabos (Vista Explodida)


Porca de Arruela Corpo Garra Vedação Porca
Bloqueio

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3.10 - Sensores

São dispositivos capazes de monitorar a variável de uma grandeza física e


transmitir esta informação a um sistema de indicação que seja inteligível para o
elemento de controle do sistema.

Fig. 222 – Sensores Eletrônicos


www.b2babimaq.com.br

O termômetro é um sistema de indicação que tem como


elemento sensor o mercúrio. A grandeza física a ser medida é a
temperatura e a grandeza física do elemento sensor, que varia
proporcionalmente com a variável da temperatura, é o seu
volume, pois o mercúrio se dilata com o aumento da Fig. 223 – Termômetro
www.instrumentacao.net
temperatura.
A maior parte dos sensores são transdutores elétricos,
pois convertem a grandeza de entrada para uma grandeza
elétrica, que pode ser medida e indicada por um circuito
eletroeletrônico denominado medidor.

Transdutor: é todo dispositivo que recebe um sinal de


Fig. 224 – Transdutores
entrada em forma de uma grandeza física e fornece uma
resposta de saída, da mesma espécie ou diferente, que reproduz certas
características do sinal de entrada, a partir de uma relação definida.

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3.10.1 - Tipos de sensores

A variedade de sensores é muito grande. O mercado tem sensores


especificados para cada aplicação.

Na forma de substituir as chaves mecânicas utilizadas em sofisticados


comandos de processos de automação e robotização de máquinas industriais e
sistemas foram, criados os Sensores Eletrônicos, que oferecem maior confiabilidade,
não se desgastam com o passar dos tempos (pois operam por proximidade sem
contato físico) e possuem maior durabilidade e precisão.

Fig. 225 e 226 – micro switch

3.10.1.1- Sensores Ultrasônicos

São elementos capazes de perceber a variação de um determinado fluido


contido em um recipiente e definir o nível e/ou volume.

Fig. 227 – Sensor de nível ultrasônico


www.flowlineoptions.com

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3.10.1.2 - Princípio de Funcionamento

O transmissor emite uma onda ultrasônica e determina o tempo de


propagação do sinal refletido em uma superfície. Baseado neste intervado, o
dispositivo calcula a distância entre a borda inferior do sensor e a superfície. A
influência do tipo de atmosfera presente na velocidade do som é automaticamente
compensada pela consideração de valores específicos e medidas da temperatura
ambiente pelo transmissor. Se a distância entre a borda inferior do sensor e o fundo
do tanque for conhecida o dispositivo consegue calcular o nível de enchimento ou se
a geometria do tanque for conhecida, o volume dentro do tanque pode ser indicado.
Vários filtros de ecos indesejáveis capacitam o uso em containers mesmo que
contenham acessórios que gerem ecos indesejáveis

Fig. 228 – Sensor de nível ultrasônico


www.flowlineoptions.com

3.10.1.3 - Aplicação do Sensor Ultrasônico

Tem larga aplicação em processos com produtos condutivos ou isolantes,


limpos ou sujos, parados ou com vazão, não sendo aplicável na medição de gás e
tanques com alta pressão.

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3.10.2- Sensores de Proximidade

São elementos capazes de perceber a presença de um corpo de material


metálico ou não, através de face ativa.

3.10.2.1 - Sensor de Proximidade Indutivo

São sensores que efetuam somente a detecção de materiais metálicos.


A detecção ocorre sem que haja contato físico entre o acionador (um objeto
metálico) e o sensor, permitindo um elevado número de atuações.
São utilizados onde existem condições extremas de trabalho, tais como óleos
lubrificantes, óleos solúveis, óleos de corte, vibrações, presenças de líquidos, pós e
onde são exigidos altos níveis de vedação e robustez, podendo realizar a detecção
de proximidade de peças, componentes, elementos de máquinas, etc, em
substituição às chaves de fim de curso ou micro interruptor, pois sua durabilidade,
precisão, confiabilidade e velocidade de resposta são totalmente adequadas aos
atuais circuitos de comando e controle.

Fig. 230 – sensor indutivo


www.nei.com.br
Fig. 229 – sensor indutivo
www.schneider-electric.com.br

3.10.2.1.1 - Princípio de Funcionamento

Baseia-se na geração de um campo eletromagnético de alta freqüência que é


desenvolvido por uma bobina ressonante instalada na face sensora.
A bobina faz parte de um circuito oscilador, que em condição normal
(desacionada), gera um sinal senoidal. Quando um metal aproxima-se do campo,

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Equipamentos Industriais Elétricos

este por correntes de superfície (Foulcault), absorve a energia do campo, diminuindo


a amplitude do sinal gerado no oscilador.
A variação de amplitude deste sinal é convertida em uma variação contínua,
que comparada com um valor padrão, passa a atuar no estágio de saída.

Fig. 231 – sensor indutivo


www.sense.com.br Fig. 232 – sensor indutivo
www.ifm-electronic.com

3.10.2.1.2 - Distância de Acionamento

A distância de acionamento é em função do


Fig. 233 – Distância de acionamento
tamanho da bobina. Assim, não podemos especificar www.sense.com.br

a distância sensora e o tamanho do sensor


simultaneamente.

3.10.2.1.3 - Aplicação do Sensor Indutivo

Permite que se detectem materiais ferrosos, como por exemplo: chapas,


tubos, latas, transportadores e esteiras (indústria automobilística), etc.

Fig. 234 – Indústria de Bebidas


www.sabereletronica.com.br Fig. 235 – Indústria Automobilística
www.ifm-electronic.com

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3.10.2.2 - Sensor de Proximidade Capacitivo

Os sensores de proximidade capacitivos são


equipamentos eletrônicos capazes de detectar a presença
ou aproximação de materiais orgânicos, plásticos, pós,
líquidos, madeiras, papéis, metais, etc.

3.10.2.2.1 - Princípio de Funcionamento:

Fig. 236 – Sensor capacitivo


www.mepa.com.br
O princípio de funcionamento baseia-se na geração
de um campo elétrico, desenvolvido por um oscilador controlado por capacitor.
O capacitor é formado por duas placas metálicas, carregadas com cargas
elétricas opostas, montadas na face sensora, de forma a projetar o campo elétrico
para fora do senso r, formando assim um capacitor que possui como dielétrico o ar.
Quando um material aproxima-se da face sensora, ou seja, do campo elétrico,
o dielétrico do meio se altera, alterando também o dielétrico do capacitor frontal do
sensor. Como o oscilador do sensor é controlado pelo capacitor frontal, quando
aproximamos um material, a capacitância também se altera, provocando uma
mudança no circuito oscilador. Esta variação é convertida em um sinal contínuo, que
comparado com um valor padrão, passa a atuar no estágio de saída.

Fig. 237 – Sensor Capacitivo


(Principio de funcionamento)

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.10.2.2.2 - Ajuste de Sensibilidade:

O ajuste de sensibilidade dos sensores capacitivos é protegido por um


parafuso, que impede a penetração de líquidos e vapores no sensor.

O ajuste de sensibilidade presta-se principalmente para diminuir a influência


do acionamento lateral no sensor, diminuindo-se à distância sensora.

Fig. 238 – Sensor Capacitivo Fig. 239 – Sensor Capacitivo


(www.asksistemas.com.br) (Ajuste de Sensibilidade)

3.10.2.2.3 - Aplicação do Sensor Capacitivo:

Permite que se detectem alguns materiais dentro de outros, como por


exemplo: líquidos dentro de garrafas ou reservatórios com visares de vidro, pós
dentro de embalagens, ou fluidos em canos ou mangueiras plásticas.

Fig. 240 – Sensor Capacitivo


(Detecção de objetos plásticos)

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3.10.3 -Sensores Fotoelétricos

Também chamados de ópticos, estes sensores são fabricados com a


finalidade de emitir e receber a irradiação de luz infravermelho modulada com função
de alterar seu estado de saída inicial na interrupção ou presença de acionador.
Podem ou não atuar em conjunto com um espelho emissor.

Fig. 241 e241a – Sensor Fotoelétrico


(www.nei.com.br / www.seeka.com.br)

3.10.3.1- Principio de Funcionamento

Baseiam-se na transmissão e recepção de luz infravermelha (invisível ao ser


humano), que pode ser refletida ou interrompida por um objeto a ser detectado.
Os fotoelétricos são compostos por dois circuitos básicos: um responsável
pela emissão do feixe de luz, denominado transmissor, e outro responsável pela
recepção do feixe de luz, denominado receptor.

Fig. 242 – Sensor Fotoelétrico


(Principio de Funcionamento)

O transmissor envia o feixe de luz através de um fotodiodo, que emite flashes,


com alta potência e curta duração, para evitar que o receptor confunda a luz emitida
pelo transmissor com a iluminação ambiente.

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O receptor é composto por um fototransistor sensível a luz, que em conjunto


com um filtro sintonizado na mesma freqüência de pulsação dos flashes do
transmissor, faz com que o receptor compreenda somente a luz vinda do
transmissor.

3.10.3.2 - Sistema por Barreira: O transmissor e o receptor estão em unidades


distintas e devem ser dispostos um frente ao outro, de modo que o receptor possa
constantemente receber a luz do transmissor. O acionamento da saída ocorrerá
quando o objeto a ser detectado interromper o feixe de luz.

Fig. 243 – Sensor Fotoelétrico Fig. 243a – Sensor Fotoelétrico


(www.eletricmasther.com.br) (www.schneider-eletric.com.br)

3.10.3.3 - Distância Sensora Nominal (Sn)

A distância sensora nominal (Sn) para o sistema por barreira é especificada


como sendo a máxima distância entre o transmissor e o receptor, o que não impede
o conjunto de operar com distâncias menores. Disponível para distâncias de até
150m.

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3.10.3.4 - Sistema Refletivo

Este sistema apresenta o transmissor e o receptor em uma única unidade. O


feixe de luz chega ao receptor somente após ser refletido por um espelho prismático,
e o acionamento da saída ocorrerá quando o objeto a ser detectado interromper este
feixe.

Fig. 244 – Sensor Fotoelétrico Fig. 244a – Sensor Fotoelétrico


(www.eletricmasther.com.br) (www.schneider-eletric.com.br)

3.10.3.4.1 - Espelho Prismático

O espelho permite que o feixe de luz refletido para o receptor seja paralelo ao
feixe transmitido pelo transmissor, devido as superfícies inclinadas a 45°, o que não
acontece quando a luz é refletida direta- mente por um objeto, onde a luz se espalha
em vários ângulos.
A distância sensora para os modelos refletivos é em função do tamanho (área
de reflexão) e, o tipo de espelho prismático utilizado.

Fig. 245 e 245a – Espelho Prismático


(www.eletropecas.com)

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.10.3.5 - Aplicação dos Sensores Fotoelétricos

Detecção de nível de fluidos em Polimento de Carros Detecção de Líquidos em


reservatórios ampolas

Detecção da passagem de
garrafas Detecção de tampa plástica Detecção de filme
plástico
Fig. 246, 246a, 246b, 246c, 246d, 246e – Sensor Fotoelétrico
(www.schneider-eletric.com.br)

Nota: Grande parte do assunto relativo a sensores foi transcrito do material didático da SENSE - Sensores e
Instrumentos (http://www.sense.com.br)

3.10.4 - Sensores de Temperatura

A maioria das indústrias de grande porte utilizam fornos, estufas ou caldeiras.


Estas fontes geradoras de calor são de larga aplicação industrial, principalmente nos
casos em que se necessita de secagem, tratamento térmico,fusão de materiais e
destilação de produtos.
Para medir e controlar a temperatura nos diversos processos industriais, é
muito utilizado o sistema de medição termoelétrico.

3.10.4.1 - Sistema de Medição Termoelétrico

Método de medição de temperatura,em que um instrumento de medida


elétrica, com escala graduada em graus Celsius, indica o valor de temperatura de
uma fonte de calor, através dos efeitos de geração de força eletromotriz (fem) ou da
variação da resistência elétrica pelo aquecimento.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Um sistema de medição termoelétrico, basicamente, é constituído de:

Fig. 247 – Sistema de Medição Termoelétrico


(Fonte: www.senai.br)

Cada um destes componentes, desempenha uma função específica dentro do


sistema de medição da temperatura. Dependendo do princípio de funcionamento, os
termoelementos dividem-se em:
 Termopares
 Termômetros de Resistência (Termoresistências)

Fig. 248 – Termoelementos


(www.senai.br)

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3.10.4.1 – Termopar

É um sensor de temperatura constituído basicamente de dois fios metálicos,


de ligas diferentes, com uma das extremidades unidas e soldadas. Quando for
aquecido, o termopar gera uma f.e.m. (tensão) de baixo valor.

Fig. 249 – Termopar


(www.senai.br)

Os Termopares são sensores de maior uso industrial para medição de


temperatura. Eles cobrem uma faixa bastante extensa de temperatura que vai de -
200 a 2300ºC aproximadamente, com uma boa precisão e repetibilidade aceitável,
tudo isto a um custo que se comparado com outros tipos de sensores de
temperatura são mais econômicos.

Os fios metálicos são isolados com isoladores de porcelana. chamados de


missangas.

Fig. 250 – misangas


(www.senai.br)

Um tubo de proteção, chamado de poço termométrico, protege os fios metálicos e,


suas extremidades livres, estão conectadas num bloco de conexão.

Fig. 251 – Tubo de Proteção


(www.senai.br)

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Equipamentos Industriais Elétricos

3.10.4.2 - Termoresistências
As termoresistências são sensores de temperatura muito usados nos processos
industriais e em laboratórios, por suas condições de alta estabilidade, retibilidade,
resistência e a contaminação, em relação ao tempo, menor influência de ruídos e
altíssima precisão de leitura.
Por estas características, este sensor é padrão internacional para medição de
temperatura na faixa de -259,3465ºC a 961,78ºC, segundo a ITS-90.

Fig. 252 – Termoresistência


(www.senai.br)

3.10.4.3 - Termístores

Termístores são resistores sensíveis à temperatura. Os elementos resistivos são


óxidos de metais como manganês, níquel, cobalto, cobre, ferro, titânio. Existem duas
variedades básicas de termístores: os de coeficiente positivo de temperatura (PTC) e
os de coeficiente negativo de temperatura (NTC). Nos primeiros a resistência
aumenta com a temperatura e o contrário nos segundos.

3.10.4.3.1 - Termístor NTC

Na maioria dos tipos comuns de termístores a resistência


diminui à medida que a temperatura aumenta. Eles são
denominados termístores de coeficiente negativo de
temperatura e indicados como NTC.
Um termístor NTC típico é feito de material semicondutor à
base de um óxido metálico

Fig. 253 – Termistor NTC

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3.10.4.3.2 - Termístor PTC


Embora não seja de uso freqüente, fabricam-se
também os termístores com coeficiente positivo de
temperatura, os PTC. São confeccionados com
outros materiais e exibem um aumento de
resistência com a temperatura.
Fig. 254 – Termistor PTC
Termo-Sensor: São dispositivos que detectam a
temperatura de uma máquina, proporcionando
condições para desligamento do circuito elétrico em caso de anormalidades.

Os termo-sensores mais encontrados no comércio são:


 por ação bimetálica
 por variação de resistência

Os termo-sensores por ação bimetálica


e por variação de resistência são
acoplados diretamente a máquina. Fig. 255 – Termo sensor
(Fonte: www.senai.br)

Características dos Termo-Sensores - Os termo-sensores podem operar


diretamente o sistema de comando, ou operarem um contator auxiliar ou o circuito
de um relé que comandará o circuito de comando.

3.10.4.4 - Termo-Sensor por ação bimetálica: é


composto por uma lâmina bimetálica envolvida por
um bulbo metálico, geralmente de cobre. Acoplado
a lâmina bimetálica existe um contato abridor (NF)
que tem seus bornes conectados a dois condutores,
Fig. 256 – Termo sensor
permitindo a sua conexão ao circuito de comando. (Fonte: www.senai.br)

O termo-sensor por ação bimetálica pode ser incorporado no interior da máquina ou


ser acoplado à sua carcaça.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Normalmente este sensor atua diretamente na abertura do circuito, de comando


quando a máquina atinge a temperatura limite.

3.10.4.4.1 - Funcionamento: Estando o termo-sensor


acoplado à máquina e esta em funcionamento, quando
a máquina atingir uma temperatura perigosa, próxima a
sua classe de isolação, a lâmina bimetálica, já
aquecida, provocará a abertura do contato NF do Fig. 257 – Termo sensor
(Fonte: www.senai.br)
sensor e este cortará a alimentação do circuito de
comando, desligando o circuito de força que alimenta a máquina que ocasionou o
sobreaquecimento. Quando a máquina resfriar, a lâmina bimetálica voltará a posição
normal, colocando o circuito novamente em condições de funcionamento.

Fig. 258 – Termo sensor – aplicação


(Fonte: www.senai.br)

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CAPÍTULO 4 - LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIAGRAMAS ELÉTRICOS

Fig. 259– Chave Compensadora Manual


(Fonte: www.senai.br)

Objetivo

Ao estudar este capítulo você estará apto para:


Identificar os principais símbolos gráficos utilizados em
Sistemas de acionamento de motores Elétricos.

4.1 - Normas

Norma é um instrumento que estabelece, em relação a


Fig. 240– Diagrama Y/
processos existentes, prescrições destinadas à utilização com (Fonte:www.senai.br)
vistas à obtenção de um grau mínimo de aceitação de um
produto ou serviço.

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Equipamentos Industriais Elétricos

4.1.1 - Objetivos das Normas:


• Proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e
procedimentos;
• Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante
e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de
serviços.
• Proteger a vida humana e o meio ambiente;
• Prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos;
• Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços
em diferentes países, facilitando assim, o intercâmbio comercial.

Na prática, as Normas estão presentes na fabricação dos produtos e


fornecimento de serviços, propiciando melhoria da qualidade de vida, da segurança
e da preservação do meio ambiente.

A seguir relação de entidades de normas regionais e internacionais utilizadas


para o projeto e execução de painéis elétricos como conjuntos de manobra e
comando de baixa tensão:

4.2 - Principais Órgãos Normatizadores do Setor Elétrico

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: atua em todas as áreas


técnicas do país. Os textos das normas são adotados pelos órgãos governamentais
(federais, estaduais e municipais) e pelas firmas. Compõe-se de normas: NB, TB
(terminologia), SB (simbologia), EB (especificação), MB (método de ensaio) e PB
(padronização);

ANSI – American National Standards Institute: instituto de normas dos Estados


Unidos que publica recomendações e normas em praticamente todas as áreas
técnicas. Na área dos dispositivos de comando de baixa tensão, tem adotado
freqüentemente especificações da UL e da NEMA;

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Equipamentos Industriais Elétricos

BS – Britsh Standard: normas técnicas da Grã Bretanha, já em grande parte


adaptadas a IEC;

CEE – International Comission on Rules of the Approval of Electrical


Equipment:
especificações internacionais destinadas sobretudo ao material de instalação;

CEMA – Canadian Electric Manufactures Association: associação canadense


dos fabricantes de material elétrico;

CSA – Canadian Standards Association: Entidade canadense de normas técnicas


que publica as normas e concede certificado de conformidade;

DEMKO – Denmarks Elektriske Materielkontrol: Autoridade Dinamarquesa de


controle dos materiais elétricos e que publica normas e concede certificados de
conformidade.

DIN – Deutsche Industrie Normen: Associação de normas industriais alemãs. Suas


publicações são devidamente coordenadas com as da VDE;

IEC – International Eletrotechical Comission: Comissão formada por


representantes de todos os paises industrializados. As recomendações do IEC,
publicadas por esta comissão, são normalmente adotadas na íntegra pelos diversos
paises ou, em outros casos, está se processando uma aproximação das normas
nacionais ao texto destas internacionais;

KEMA – Kenring van Elektrotechnische Materialen: Associação holandesa de


ensaio de materiais elétricos;

NEMA – National Electrical Manufactures Association: Associação americana


dos fabricantes de materiais elétricos;

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Equipamentos Industriais Elétricos

ÖVE – Österreichischer Verband für Elektrotechnik: associação austriaca de


normas técnicas, cujas determinações geralmente coincidem com as do IEC e VDE;
SEM – Svensk Standard: Associação sueca de normas técnicas;

UL – Underwriters’ Laboratories Inc.: Entidade nacional de ensaio da área de


proteção contra incêndio, nos Estados Unidos, que entre outras coisas, realiza
ensaios de equipamentos elétricos e publica as suas prescrições;

UTE – Union Tecnique de l’electricite: Associação francesa de normas técnicas;

VDE – Verband Deutscher Elektrotechniker: Associação de normas alemãs que


publica
normas e recomendações da área de eletricidade.

4.3 - Simbologia Elétrica Aplicada a Esquemas Elétricos em Geral

NBR 5280 - Símbolos literais de identificação de elementos de circuito

Tabela 21 – Grandezas elétricas fundamentais

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Tabela 22 – Condutores, fios, cabos e linhas interligadas.

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Tabela 23 – Símbolos de uso geral

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Tabela 24 - Elementos de comando

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Tabela 25 - Bobinas de comando e relés

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Tabela 26 - Contatos e peças de contatos, com comandos diversos

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Tabela 27 - Dispositivos de comando e de proteção

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Tabela 28 - Componentes de circuitos

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4.4 - Símbolos literais

Para identificação de componentes em esquemas elétricos conforme IEC 113.2 e


NBR 5280

Tabela 29 – Símbolos Literais

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4.5 - Esquemas Elétricos Aplicados a Circuitos Industriais

4.5.1 Introdução

Nos esquemas elétricos aplicados a máquinas e equipamentos ou processos


industriais, como de um CCM, o esquema das chaves de partida podem ser
representadas tanto no modo multifilar como no modo unifilar.

Os esquemas de comando sempre são representados no modo multifilar e


funcional devido serem de extrema importância para a manutenção, não apenas
quando da intervenção para manutenção do equipamento, mas também por
questões de segurança. Por esses motivos a representação do esquema de
comando deve ser fiel ao modo como está montado no painel e aos seus comandos,
seja local ou remoto.

Nos esquemas de força e comando de uma máquina, equipamento ou


processo, os formatos das pranchas do projeto são divididos em filas (normalmente
ordenadas por letras) e colunas (ordenadas por números), formando assim um
sistema de coordenadas alfa - numérico.

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Equipamentos Industriais Elétricos

4.5.2 - Exemplos de Esquemas Elétricos Industriais.

4.5.2.1 - Diagrama de Força

Fig. 241– Diagrama de Força – Projeto Olimpíada do Conhecimento


(Fonte: SENAI-DN)

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4.5.2.2 - Diagrama de Comando

Fig. 242 – Diagrama de Comando – Projeto Olimpíada do Conhecimento


(Fonte: SENAI-DN)

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4.5.3 - Representação gráfica de conexões elétrica da parte de Força da Chave


de Partida Estrela-Triângulo

Fig. 243 –Representação Gráfica– Chave Estrela-Triângulo


(Fonte: SENAI-DN)

4.5.3 - Diagramas Simples

4.5.3.1 - Motobomba Acionada Por Chave De Nível Tipo Bóia

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4.5.3.1.1 - Conjunto de duas Motobombas Trifásicas acionadas alternadamente


por uma chave magnética - DIAGRAMA DE FORÇA

Legenda:

a1 – Chave Secccionadora
Tripolar (Liga/Desliga)
e1 – Fusíveis do circuito
principal
c1 – Contator 01
e2 – Relé Térmico de
Sobrecarga (Contatos
Principais)
a2 – Chave comutadora manual
m1 – Motor 01 (Motobomba
Trifásica)
m2 – Motor 02 (Motobomba
Trifásica)

a2
Fig. 244 – Diagrama de Força
(Fonte: www.senai.br)

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Equipamentos Industriais Elétricos

4.5.3.1.2 - Conjunto de uma Motobomba Monofásica acionada por uma chave


magnética DIAGRAMA DE FORÇA

Fig. 245 – Diagrama de Força


(Fonte: www.senai.br)

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Equipamentos Industriais Elétricos

Legenda:

a1 – Chave Secccionadora Monofásica (Liga/Desliga)


e1 – Fusível do circuito principal
c1 – Contator 01
e2 – Relé Térmico de Sobrecarga (Contatos Principais)
m1 – Motor 01 (Motobomba Monofásica)

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4.5.3.1.3 - Motobomba Trifásica acionada por chave magnética e comando por


chave bóia (automático e Manual) DIAGRAMA DE COMANDO

Ch1

h1 h2

Fig. 246 – Diagrama de Comando


(Fonte: www.senai.br)
Legenda:

e21 – Fusíveis do circuito auxiliar


e2 – Relé Térmico de Sobrecarga (contato auxiliar)
ch1 – Chave Seletora (Comutadora de posições M e A)
BS – Chave de Bóia Superior
BI – Chave de Bóia Inferior
C1 – Contator 01 (Bobina e contatos auxiliares)
h1 – Sinalizador Incolor (operando)
h2 – Sinalizador Verde (Pronto para operar)

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4.5.3.1.4 - Motobomba Monofásica acionada por chave magnética e comando


por chave bóia (automático e Manual) DIAGRAMA DE COMANDO

Ch1

h1 h2

Fig. 247 – Diagrama de Comando


Legenda: (Fonte: www.senai.br)

e21 – Fusíveis do circuito auxiliar


e2 – Relé Térmico de Sobrecarga (contato auxiliar)
ch1 – Chave Seletora (Comutadora de posições M e A)
BS – Chave de Bóia Superior
BI – Chave de Bóia Inferior
C1 – Contator 01 (Bobina e contatos auxiliares)
h1 – Sinalizador Incolor (operando)
h2 – Sinalizador Verde (Pronto para operar)

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4.6 – SISTEMA DE PARTIDA DIRETA SIMPLES

A partida de um motor trifásico tipo gaiola, deve ser direta, por meio de
contatores. Deve-se ter em conta que para um determinado motor, as curvas de
conjugado e corrente são fixas, independente da carga, para uma tensão constante.
No caso em que a corrente de partida do motor ser elevada podem ocorrer as
seguintes conseqüências prejudiciais:

a) Elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede. Em função disto,


provoca a interferência em equipamentos instalados no sistema;

b) O sistema de proteção (cabos, contatores) dever ser superdimensionado,


ocasionando um custo elevado;

c) A imposição das concessionárias de energia elétrica que limitam a queda de


tensão da rede.

Diagrama de Força Diagrama de Comando

Fig. 248 – Diagrama de Força e Comando


(Fonte: www.senai.br)

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4.7 – Sistema de Partida direta com Reversão

4.7.1 - Definição

É o conjunto de dispositivos que possibilita a reversão em plena marcha do sentido


de rotação de um motor trifásico, através da troca da troca de duas fases. É dotado
de dois contatores, sendo que no primeiro são conectados os cabos com a
seqüência de fase normal e no segundo, dois cabos trocados, havendo
intertravamento dos contatores para evitar curto circuito fase-fase.

IMPORTANTE  Intertravamento é processo de ligação entre os contatos


auxiliares de vários dispositivos, pelo qual as posições de operação desses
dispositivos são dependentes umas das outras.

4.7.2 - Contator com Intertravamento Mecânico

Para evitar que os contatores responsáveis pela


reversão sejam ligados acidentalmente ao mesmo
tempo, utiliza-se um sistema elétrico ou mecânico ao
qual, damos o nome de ”Intertravamento de Contatores”. Fig. 249 – Contator conjugado
(Fonte: www.schneider-electric.com.br)

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Fig. 250 – Intertravamento Mecânico


(Fonte: www.senai.br)

intertravamento mecânico por meio de balancim, é composto por um apoio e uma


régua (balancim) que faz o intertravamento. Quando um dos contatores é acionado,
ele atua sobre um extremo do balancim, fazendo com que a outra extremidade
impeça o acionamento do outro contator. Quando são utilizados contatores para
reversão de um circuito, com o sistema de intertravamento mecânico, os contatores
são montados lado a lado formando um conjunto compacto, como se fosse uma
única peça.
O sistema mecânico de bloqueio fica incorporado a um elemento que mantém o
sistema de acoplamento.

O intertravamento elétrico é efetuado inserindo-se um contato auxiliar abridor


de um contator no circuito de comando que alimenta a bobina do outro contator e
vice-versa, fazendo-se desta forma, com que o funcionamento de um dependa do
outro .

Fig. 251 – Intertravamento Elétrico


(Fonte: www.senai.br)

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4.7.3 – Chave de Partida Direta com Reversão - Diagrama de Força

Fig. 252 – Reversora


(Fonte: www.senai.br)

4.7.4 – Chave de Partida Direta com Reversão - Diagrama de Comando


(Reversão Instantânea)

Fig. 253 – Reversora c/


reversão Instantânea
(Fonte: www.senai.br)

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Equipamentos Industriais Elétricos

4.7.5 – Chave de Partida Direta com Reversão - Diagrama de Comando (Reversão


com chave fim de Curso)

Fig. 254 – Reversora c/


Fim de Curso
(Fonte: www.senai.br)

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4.7.6 – Chave de Partida Estrela – Triângulo (Y - ) - Diagrama de Força

C3
C2

Fig. 255 – Estrela-


Triangulo - Força
(Fonte: www.senai.br)

4.7.6 – Chave de Partida Estrela – Triângulo (Y - ) - Diagrama de Comando


(7PU60 SIEMENS)

Fig. 256 – Estrela-


Triangulo - Comando
(Fonte: www.senai.br)

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Equipamentos Industriais Elétricos

4.7.7 - Chave de Partida Estrela – Triângulo (Y - ) - Diagrama de Comando


(RE8YA – Telemecanique)

Fig. 257 – Estrela-Triangulo - Comando


(Fonte: www.senai.br)

4.7.8 - Programação de Contatos

A programação de contatos é a utilizada para que nos diagramas se


identifiquem rapidamente os contatos que são acionados por um contator, e onde se
encontram localizados no diagrama funcional.

4.7.8.1 - Programação por Linhas

De igual maneira se pode saber onde se encontra representado o contator no


diagrama, partindo-se da indicação sob o contato. Para tanto o diagrama é dividido
em linhas, veja a figura a seguir.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Fig. 258 – Programação por Linhas


(Fonte: www.senai.br)

4.7.8.1.1 - Interpretação

Os números sob o neutro (1, 2, 3 ... 8) indicam as linhas. Embaixo do


esquema funcional e, respectivamente, em cada linha, estão desenhadas as
cruzetas:
Na cruzeta, a letra A indica contato abridor e F contato fechador. A cruzeta
correspondente à linha 1 indica que temos um abridor na linha 3, um fechador na
linha 2 e um fechador na linha .5.
Exemplo:

C 1 - Contator em questão
- um abridor na linha 3
- um fechador na linha 2
- um fechador na linha 5

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Equipamentos Industriais Elétricos

4.7.8.2 - Programação por Colunas

Quando o diagrama utilizar mais de uma folha, além dos números que
identificam as colunas, são colocados os números das folhas em que se encontra o
contato, como o exemplo das figuras abaixo

Fig. 259 – Programação por Colunas


(Fonte: www.senai.br)
Onde:

C2 - contator em questão
a) contato abridor localizado na coluna 2
b) contato abridor localizado na coluna 5
c) contato fechador localizado na coluna 4
d) contato fechador disponível no contator
e) contato fechador localizado na coluna 1 da folha 2.

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CAPÍTULO 5 - PAINÉIS ELÉTRICOS

Fig. 260 - Painéis Elétricos


(Fonte: www.servitech.com.br)

Objetivo

Ao estudar este capítulo você estará apto para:


Identificar os principais PAÍNÉIS utilizados nas indústrias.

Fig. 261 - Painel Elétrico


(Fonte: www.acequipamentos.ind.br)

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Equipamentos Industriais Elétricos

5.1 - Introdução

Os painéis elétricos de uso industrial são destinados à conexão com a


geração, a transmissão, a distribuição e a conversão de energia elétrica, para o
acionamento, proteção e controle de equipamentos que consomem energia elétrica.

Também se aplica a conjuntos que incorporam equipamentos de controles


e/ou de potência, cujas freqüências são elevadas (como por exemplo, inversores de
freqüência).

5.2 - Painéis de Baixa Tensão

As Normas estão presentes na fabricação dos produtos e fornecimento de


serviços, propiciando melhoria da qualidade de vida, da segurança e da preservação
do meio ambiente.

As normas pertinentes a painéis de baixa tensão são:

 NBR IEC 60439-1 - Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão - Parte


1: Conjuntos com ensaio de tipo totalmente testados (TTA) e conjuntos com
ensaio de tipo parcialmente testados (PTTA).

 IEC 62208 ou EN 50298: Requisitos Gerais para Invólucros Vazios.

5.2.1 - Conceito de TTA e PTTA

5.2.1.1 - TTA ( Type Tested Assembly ) - Conjunto de manobra e comando de


baixa tensão com ensaios de tipo totalmente testados.

“Conjunto de manobra e comando de baixa tensão em conformidade com um tipo ou


sistema estabelecidos,sem desvios que influenciem significativamente o
desempenho em relação àquele conjunto típico verificado que está em conformidade
com os ensaios prescritos nas normas” – NBR IEC 60439-1

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Equipamentos Industriais Elétricos

São conjuntos construídos de acordo com um projeto elétrico e mecânico


padrões, onde a performance do mesmo é assegurada por ensaios de tipo
realizados individualmente nos diversos componentes (barramentos, entradas,
saídas, alimentadores, partidas, etc) ou nos conjuntos completos. Geralmente os
ensaios são realizados levando-se em conta o pior caso e reproduzindo-se a
influência de componentes adjacentes.

Os ensaios têm a finalidade de assegurar a performance do conjunto e


minimizar possíveis perigos decorrentes de erros de projeto. Exemplos de possíveis
riscos de se utilizar conjuntos não ensaiados:

1 - Se os limites de temperatura interna do conjunto ultrapassam os limites


estabelecidos temos:
- Envelhecimento acelerado de componentes;
- Redução da vida útil de componentes;
- Falhas prematuras de componentes;
- Risco de incêndio.

2 - Se os requisitos de correntes de Curto-Circuito são insuficientes temos


- Risco de danos à estrutura dos conjuntos;
- Risco de danos aos componentes elétricos;
- Arcos elétricos acidentais.

A norma NBR IEC 60439-1 define que os seguintes tópicos devem ser objeto de
análise :

a) verificação dos limites de elevação da temperatura;


b) verificação das propriedades dielétricas;
c) verificação da corrente suportável de curto-circuito;
d) verificação da eficácia do circuito de proteção;
e) verificação das distâncias de escoamento e de isolação;
f) verificação do funcionamento mecânico;
g) verificação do grau de proteção.

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Equipamentos Industriais Elétricos

5.2.1.2 - PTTA ( Partially Type Tested Assembly) - Conjunto de manobra e


comando de baixa tensão com ensaios de tipo parcialmente testados

“Conjunto de manobra e comando de baixa tensão contendo disposições de tipo


ensaiado e disposições de tipo não ensaiado, contanto que o último é derivado (por
exemplo, por meio de cálculo) de disposições de tipo ensaiado que satisfizeram os
ensaios pertinentes. (conjunto parcialmente testado)” - NBRIEC 60439-1

São conjuntos construídos de acordo com um projeto elétrico e mecânico


padrões, onde a performance do mesmo é garantida através de testes, cálculo ou
inferência, a partir de resultados dos testes de componentes ou conjuntos similares.
Os conjuntos PTTA são definidos devido à dificuldade de se testar todas as
variações possíveis que podem ser implementadas nos conjuntos. Estas variações
são necessárias devido às necessidades das diversas aplicações, onde muitas
vezes a mesma aplicação apresenta requisitos distintos para diferentes usuários.

5.2.2 - Aplicações dos Conjuntos

A norma NBR IEC 60439-1 traz a seguinte definição:

“Conjunto de manobra e comando de baixa tensão : Combinação de


equipamentos de manobra, controle,medição, sinalização, proteção, regulação, etc.,
em baixa tensão, completamente montados, com todas as interconexões internas
elétricas e estrutura mecânica.”

Desta forma, com base na definição, podemos encontrar os painéis de baixa


tensão ( conjuntos ) em uma série de aplicações :
 Distribuição para Circuitos de Iluminação e Potência;
 Distribuição em Residências;
 Sistemas de Controle;
 Bancos de Capacitores;
 Centros de Controle de Motores;
 Distribuição;

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Equipamentos Industriais Elétricos

 Sub-Distribuição;
 Derivação;
 Acionamentos com Inversores de Freqüência para processos de variação de
velocidade.

5.2.3. Tipos de Conjuntos

Os conjuntos podem ser encontrados em diversos formatos, lay-outs e


designs, dependendo da aplicação. Os tipos mais comuns são:

5.2.3.1 - Conjunto do tipo armário

Uma coluna fechada, em princípio assentada no piso (auto-portante), que


pode incluir várias seções, subseções ou compartimentos.

Fig. 268 - Conjuntos do tipo armário com um único compartimento


(Fonte: www.siemens.com..br / www.lavill.com.br)

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5.2.3.2 - Conjunto do tipo multi-colunas

Combinação de várias colunas ou armários, mecanicamente unidas.

Fig. 269 - Conjuntos do tipo


multi-colunas
(Fonte: www.lavill.com..br)

Fig. 270 - Vista externa de conjunto do tipo multi-colunas


(Fonte: www.siemens.com..br)

5.2.3.3 - Conjunto do
tipo modular (caixa)

Conjunto fechado
em forma de caixa, em
princípio para ser
montado em um plano
vertical.

Fig. 271 – Conjuntos do tipo


Caixa
(Fonte: www.siemens.com.br

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Equipamentos Industriais Elétricos

5.2.3.4 - Conjunto do tipo multi-modular

Combinação de caixas unidas mecanicamente, com ou sem estrutura de


apoio comum, com as conexões elétricas passando entre duas caixas adjacentes
por aberturas
nas faces.

Fig. 272 – Conjuntos do tipo multi-modular


(Fonte: www.siemens.com.br

5.2.3.5 - Conjuntos com montagens fixas e extraíveis.

Os conjuntos podem apresentar características de se poder extrair


componentes de uma forma segura e muitas vezes sem a necessidade de uma
ferramenta. Esta funcionalidade facilita os trabalhos de manutenção, pois reduz os
tempos de parada quando se tem de substituir ou reparar partes dos conjuntos.
Na maioria das vezes, as operações de extração e inserção destes
componentes se dá com o conjunto energizado, limitando a desconexão de energia
à apenas aquele ramal que necessita de uma intervenção.
A funcionalidade ”Extraível” pode ser obtida tanto pelo projeto da estrutura do
conjunto (utilização de compartimentos com gavetas extraíveis, onde componentes
elétricos convencionais são montados dentro da gaveta), ou pela utilização de
equipamentos elétricos com características extraíveis (utilização de disjuntores ou

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Equipamentos Industriais Elétricos

partidas de motores que podem ser removidos e substituídos sem a utilização de


ferramentas especiais)

Fig. 273 – Montagens fixas e Extraíveis

5.2.4 - Painéis de Distribuição e Sub-Distribuição

Em uma instalação elétrica de grande porte é comum encontrarmos vários


níveis de painéis de distribuição, desde o transformador até as cargas. Muitas vezes
existe um painel de distribuição principal conectado diretamente ao transformador,
com o objetivo de alimentar vários outros painéis de distribuição (Sub-Distribuição), e
estes alimentar painéis sucessivos até o nível das cargas.

Fig. 274- Vista interna de um painel de distribuição - SIEMENS


(Fonte: www.simens.com.br)

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Equipamentos Industriais Elétricos

A complexidade e o projeto dos sistema de distribuição estão diretamente


relacionados com as necessidades inerentes a cada aplicação ou instalação,
industrial ou comercial.
Nos painéis de distribuição é comum encontrar diversas funções montadas na
mesma estrutura, mas também podemos encontrar colunas com funções específicas
como: Entrada, Interligação e Saída.
Estas funções em colunas poderão ser montadas em um único painel ou em
painéis separados fisicamente, porem interligados eletricamente.
O painel ou a coluna que recebe os cabos ou duto de barras para alimentação
de todo o conjunto é normalmente conhecido como ENTRADA. Esta coluna
geralmente abriga um disjuntor (disjuntor geral), ou uma chave seccionadora com
fusíveis (chave geral).
O painel ou a coluna onde são alocados equipamentos para conexão de dois
conjuntos de barramentos independentes é conhecida como INTERLIGAÇÃO.
Dependendo do circuito de distribuição de energia, os barramentos podem trabalhar
permanentemente conectados, serem conectados em situações de emergência e
manutenção ou selecionando a fonte alimentadora. Geralmente são utilizados
disjuntores ou chaves seccionadoras como os dispositivos de manobra. Quando a
coluna tem a função de conectar o sistema de alimentação de emergência (gerador),
também pode ser denominada de PAINÉL DE TRANSFERÊNCIA.
Os painéis de SAÍDA são as colunas é a qual a energia elétrica é fornecida a
um ou mais circuitos de saída.

5.2.5 - CCM . Centro de Controle de Motores

CCM.s são painéis completos (montados) que acomodam equipamentos para


Proteção, Seccionamento e Manobra de Cargas. Tem uma função específica nos
sistemas de distribuição de energia elétrica em unidades comerciais e industriais.
São os painéis onde estão conectados os cabos provenientes das cargas.
Apesar de aproximadamente 85 % das cargas industriais serem motores
(motivo do nome .Centro de Controle de Motores.), o termo .cargas. é abrangente,
podendo significar qualquer equipamento que consuma energia elétrica, como
estufas, resistores, etc.

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5.2.5.1 - CCM Compartimentado / Não compartimentado / Fixo / Extraível

Dependendo do grau de separação interno encontrado em um CCM, o


mesmo pode receber diferentes denominações comerciais.

O CCM NÃO COMPARTIMENTADO apresenta uma placa de montagem


única, onde os conjuntos de proteção e manobra de cada carga individual estão
montados todos juntos nesta mesma placa.

Um CCM COMPARTIMENTADO é aquele onde os equipamentos de


proteção, e manobra de cada carga estão montados em compartimentos separados
dentro do painel. Este CCM pode ser FIXO ou EXTRAÍVEL .

No CCM EXTRAÍVEL dentro de cada compartimento é montada uma gaveta


que pode ser removida do painel sem o auxílio de ferramenta. Os equipamentos
para proteção e manobra da partida são montados dentro das gavetas, minimizando
os tempos de parada, pois se pode substituir as gavetas rapidamente.

Fig. 275 - Compartimento Extraível - SIEMENS


(Fonte: www.simens.com.br)

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Fig. 276 - Gaveta extraível para saída motor 30 kW


(Fonte: www.schneider-electric.com.br)

Fig. 277 - Compartimento Extraível -


(Fonte: www.lavill.com.br)

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No CCM FIXO dentro de cada compartimento é montada uma placa de


montagem fixa não removível onde são que alocados os equipamentos para
proteção e manobra da partida

Fig. 278 - Vista externa de um CCM- SIEMENS


(Fonte: www.simens.com.br)

5.2.5.2 - CCM Inteligente

Atualmente, é cada vez mais freqüente a utilização de redes de comunicação


industrial ( Profibus, ASInterface, DeviceNet, etc) para conectar diversos
equipamentos aos sistemas de automação industrial. No caso de acionamentos de
cargas, estes equipamentos podem ser inversores de freqüência, chaves estáticade
partida e parada suaves (soft-starter), relês eletrônicos, chaves de partida etc, tendo
seus dados e parâmetros disponibilizados aos sistemas de controle através de redes
de comunicação. Aos CCM.s que incorporam equipamentos com estas
características recebem o nome de CCM´s inteligentes.
A grande vantagem é que através das redes de comunicação é possível ter
acesso à total potencialidade de diagnóstico, parametrização e medições que os
equipamentos com comunicação oferecem. Desta forma é possível receber
antecipadamente um alarme de problemas potenciais, eliminar desligamentos
desnecessários, isolar falhas de modo a reduzir o tempo de parada e distribuir ou

Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis 206


Equipamentos Industriais Elétricos

equalizar as cargas enquanto o problema está sendo solucionado, além de poder


reduzir os trabalhos de fiação, necessidades de espaço e tempo de instalação.
Nos CCM.s EXTRAÍVEIS, os equipamentos com capacidade de comunicação
em rede são instalados dentro das gavetas, possibilitando que o comando e
sinalização das partidas sejam conectados ao sistema de controle através de
tomadas de comando.
Utilizada em conjunto com a fiação de comando, facilmente pode se fr
implementar estratégias de acionamento do tipo LOCAL / REMOTO.
Os CCM´s são conjuntos essenciais para a produção, e com o avanço da
tecnologia e a necessidade de monitoramento e controle da produção, a utilização
de redes é uma solução que possibilita reduzir tempo de parada de horas para
minutos, com melhores e mais completos diagnósticos que localizam com precisão
os pontos problemáticos durante o processo de produção, de modo que se possa
saber o que e onde interferir e corrigir.

Fig. 279 - Vista interna de uma gaveta com escravo para rede Profibus.
(Fonte: www.simens.com.br)

5.2.5.3 - Painéis de Controle

Painéis de controle são conjuntos montados com equipamentos de controle


digital (ex: Controladores Lógicos Programáveis - CLPs) ou, simplesmente com
contatores e relés com a função de controlar e intertravar um determinado processo
ou aplicação.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Os painéis de controle geralmente têm a função específica de alocar este tipo


de equipamento. Em grandes aplicações, os painéis de controle são encontrados
como uma ou mais colunas de conjuntos fechados, podendo estar ou não
fisicamente conectados às colunas dos painéis que contém equipamentos de
potência.

Fig. 280 - Vista interna de painel de controle com CLP

Os equipamentos de controle também podem ser instalados em


compartimentos de painéis de distribuição e CCM.s, por exemplo. Devido aos efeitos
da compatibilidade eletromagnética (EMC) e perturbações nas redes de
alimentação, não é recomendável que se tenha equipamentos de controle e potência
instalados dentro de um mesmo compartimento em um conjunto. Entretanto, em
sistemas pequenos, é comum encontrarmos este fato, tornando-se necessário neste
caso, um cuidado redobrado no projeto de alocação de componentes e de cabos de
potência e controle dos mesmos. Existem vários requisitos técnicos que precisam
ser observados de modo a minimizarmos as influências por parte de ruídos e EMC,
tanto aos equipamentos do próprio conjunto quanto aos equipamentos instalados
próximos ao mesmo.

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Equipamentos Industriais Elétricos

5.3 - Painéis de média tensão

O mundo industrializado atual é caracterizado pelo aumento na demanda de


energia e pela crescente conscientização ambiental e, simultaneamente, por uma
pressão de aumento de preços cada vez maior. Ao mesmo tempo os usuários estão
exigindo naturalmente máxima confiabilidade, proteção pessoal e produtividade
relacionadas a operação do painel de distribuição.

Alguns painéis de distribuição isolados a ar possuem ensaio de tipo para


instalações abrigadas de acordo com a norma IEC 62271-200 (e nos aspectos
principais também com a norma ANSI/IEEE C37.20.2).

Fig. 281 - Painel de Média Tensão


(Fonte: www.siemens.com.br)

Os painéis isolados a SF6 devem atender, com a mais elevada confiabilidade,


as exigências operacionais das instalações de média tensão:

 Segurança pessoal
 Segurança operacional
 Confiabilidade
 Excelente resistência às condições ambientais

Os sistemas devem ser testados em ensaios de tipo, fornecidos prontos para


entrar em operação.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Todas as exigências encontradas em instalações de rede devem ser


atendidas, em virtude das seguintes características:

a) Máxima segurança pessoal:


 Invólucro do SF6 e compartimento de cabos testados contra arco elétrico
interno
 Intertravamento lógico
 Sequência de operação para evitar erros de manobra
 Verificação segura do aterramento
 Compartimento de cabos e fusíveis com tampas travadas e aterradas.

b) Segurança, confiabilidade, ausência de manutenção


 Invólucro do SF6 feito de aço de alta resistência, à prova de corrosão, sem
vedações e resistente a ciclos de pressão
 Gás isolante retém suas propriedades dielétricas e de extinção por toda a vida
útil
 Clara indicação de “pronto para serviço”, não afetada por variações
climáticas, altitude ou temperatura
 Proteção do conjunto seccionadora-fusível, mesmo no evento de uma
sobrecarga térmica no fusível (função de proteção térmica)
 Dispositivos de manobra confiáveis e livres de manutenção

c) Excelente resistência às condições ambientais:


 Mecanismos de operação robustos, resistentes à corrosão e livres de
manutenção
 Terminações de cabos com segurança ao toque e livres de manutenção
 Não produção de descargas parciais
 Compartimento segregado dos fusíveis com segurança ao toque e livres de
manutenção

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d) Não agressivo ao meio ambiente


 Acondicionamento do gás SF6 simples e livre de problemas
 Materiais do invólucro podendo ser reciclados pelos métodos normais

Fig. 282 - Painel de MT a SF6


(Fonte: www.siemens.com.br)

Fig. 283 - Painel de MT a SF6


(Fonte: www.fockink.ind.br)

5.4 – Segurança na Operação e Manutenção de Painéis

As normas técnicas internacionais e brasileiras de equipamentos elétricos


prescrevem que os equipamentos devem ser dimensionados e construídos para
suportar os esforços mecânicos e térmicos em casos de curto circuito.

Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis 211


Equipamentos Industriais Elétricos

No caso de painel elétrico de média tensão (1 kV a 36,2 kV), denominados


Conjunto de Manobra e Controle, e mais conhecido na prática como painel de média
tensão, CCM de média, Painéis ou quadros de Distribuição, tanto a norma ABNT -
NBR 6979, como o IEC 298 (1990), prescreve o tipo de ensaio de arco elétrico
criado pelas falhas internas, e que o resultado do ensaio deve atender a 6 critérios
em condição normal de operação do equipamento:

1- As portas, tampas etc. não se abrirem.


2- Partes ou componentes internos não serem arremessadas.
3- O arco não provocar perfurações no invólucro
4- Os indicadores verticais colocados externamente não inflamarem
5- Os indicadores horizontais colocados externamente não inflamarem.
6- Todas as conexões á Terra permanecerem eficazes.

No caso de baixa tensão, a norma brasileira NBR- 6808 (1993) ainda não foi
revisada com inclusão deste item, porém o IEC 1641 (1996) já prescreve o mesmo
tipo de proteção contra arcos, o que esperamos que em breve fosse adotado
também no Brasil.
Os dispositivos de proteção, como fusíveis e disjuntores também têm as suas
características normalizadas quanto ao tempo de abertura ou interrupção e limitação
de correntes de curto circuito, entre outras, para permitir que os usuários possam
selecionar adequadamente estes dispositivo para proteger os equipamentos ou a
instalação contra os efeitos destrutivos em caso de uma falha.
A Engenharia de projetos tem utilizados ferramentas computacionais para
melhor calcular as correntes de falhas, e adequadamente dimensionar os
equipamentos, a instalação e ajustar as curvas dos dispositivos de proteção para
isolar o equipamento ou área com falha e assim permitindo a continuidade de
operação das áreas não envolvida na falha.
Apesar de todos estes requisitos de segurança exigidas por normas e boas
práticas e engenharia, as condições de risco aos trabalhadores continuam e sempre
continuarão existindo, principalmente por que numa industria, ao longo da vida do
equipamento, terá a intervenção humana para operação, manutenção preditiva,
preventiva ou corretiva destes equipamentos.

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Equipamentos Industriais Elétricos

Vale ressaltar que a maioria dos incidentes e acidentes ocorrido, apesar de


não ser admitidos pela maioria, tem como causa raiz o erro humano, seja ela
gerencial (supervisão) ou operacional (funcionários).
Operação de liga-desliga com a porta mal travada, ou de inserção e remoção
de partes ou componentes extraíveis com barramentos energizados, ou mesmo a
simples tarefa de medição de tensão ou inspeção e a própria operação de teste com
as portas abertas, altera as condições de segurança original do equipamento
previsto na norma, assim expondo os trabalhadores aos riscos de arcos elétricos.
Outro aspecto que deve ser considerado são as alterações e mudanças
introduzidas nos equipamentos após a sua instalação pela necessidade de
substituição de componentes danificados, mudanças e ampliações e em alguns
casos alterações construtivas do equipamento para facilitar a operação e
manutenção alteram as características de segurança original.
Todos estes fatores contribuem para o aparecimento dos riscos de arcos
elétricos. Devo insistir que a segurança das pessoas não se consegue somente com
o EPI, mas sim através do gerenciamento e controle dessas mudanças, do completo
conhecimento dos requisitos de segurança, a correta manutenção e operação
destes equipamentos.

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Equipamentos Industriais Elétricos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Schneider Electric Brasil S.A. (www.schneider-electric.com.br)


2. Allen Bradley (www.ab.com)
3. WEG Acionamentos Ltda (www.weg.com.br)
4. WEG Motores Ltda (www.weg.com.br)
5. WEG Máquinas Ltda. (www.weg.com.br)
6. SENAI – Departamento Nacional (Módulos Instrucionais – Eletricista
Instalador Industrial Nos 1 a 22 Rio de Janeiro –1981). (www.senai.br)
7. SENAI – Departamento Nacional (Módulos Instrucionais – Eletricista de
Manutenção Nos 1 a 22 Rio de Janeiro -1983). (www.senai.br)
8. SENAI – Departamento Nacional (CBS - Coleção Básica SENAI Eletricista
Reparador e Mantenedor de Comandos Elétricos). (www.senai.br)
9. Hellermann Tyton Ltda (www.hellermanntyton.com.br)
10. Siemens Brasil (www.siemens.com.br)
11. SENSE - Sensores e Instrumentos (www.sense.com.br)
12. Conexel (www.conexel.com.br)
13. www.siemens.com/energy

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