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Grupo: Carine Braga, Gabriela Schneider, Érica Antunes, Luiza Nabuco e Victor
Marques
Niterói, 2019
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Índice
No Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva cumpria seu segundo mandato presidencial.
Eleito novamente em 2006, trazia em seu plano de governo temas dominantes em sua
primeira eleição. Tratavam-se da base mantenedora da força política Lulista que
reverberaram nos anos seguintes. Percebe-se a força motriz do discurso populista de
bases socialistas, como a garantia de trabalho e emprego e a manutenção de políticas
sociais, como por exemplo o fome zero e o bolsa família:
(...)
Inicialmente, vale destacar que no século XIX, a região ficou marcada por duas
grandes ideologias, o Bolivarianismo- que buscou preservar a unidade continental sul-
americana- e a Doutrina Monroe- que através da expressão “América para os
americanos”, buscou afastar a presença europeia no referido continente.
Ademais, o Pacto Andino fundado em 1969, que mais tarde viria a se tornar a
Comunidade Andina das Nações (CAN), também se baseou nos estudos da CEPAL,
pois, a fim de restringir a entrada de capital estrangeiro, foi criada uma União Aduaneira
e Econômica.
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A fim de que se entenda o atual panorama político e econômico dos países que
compõe a região sul do continente americano é necessário traçar um breve histórico que
se inicia na década de 1990 com o Consenso de Washington: recomendação em âmbito
internacional à adoção de políticas neoliberais para fins de desenvolvimento e combate
à crise nos países subdesenvolvidos, condicionando a implantação de medidas como
reforma fiscal, abertura de mercado e privatizações à facilitação do fornecimento de
crédito no FMI. Medidas essas que alteraram significativamente as políticas adotas nos
países da América Latina, inaugurando o chamado neoliberalismo nos países
subdesenvolvidos.
exemplo mais expressivo o Peru, que determinou inclusive a prisão por nove meses de
Ollanta Humala, chefe de estado no período de 2011 a 2016. As acusações referiam-se à
recebimento de recursos ilícitos da "Odebrecht" para financiamento de campanha. Na
Argentina, inquérito semelhante foi aberto contra a também ex-presidente, Cristina
Kirchner.
A Unasul encontra-se sem secretário geral desde 2017, o último foi o Ernesto
Samper, o mandato acabou em janeiro de 2017. Em seguida, quem assumiu as funções
de secretário geral foi o colombiano Yuri Chillian, mas ele ocupava o cargo de chefe de
gabinete. O colombiano renunciou no dia 31-07-2018 e hoje a Unasul encontra-se sem
secretário geral e sem chefe de gabinete.
Ele foi desenvolvido pelo presidente da Venezuela Hugo Chávez. A intenção do banco é
emprestar dinheiro às nações da América Latina para a construção de programas sociais
e de infraestrutura.
Além disso, existem conselhos que atuam como órgãos como o Conselho de
Chefes de Estado e de Governo, que é o corpo mais alto da UNASUL, ficando
responsável por estabelecer as diretrizes políticas, planos de ação, projetos e programas,
assim como detalhes de suas implementações no processo de integração Sul-Americana.
As reuniões oficiais ocorrem uma vez ao ano, sendo que reuniões extras podem ser
solicitadas. O Conselho de Ministros de Relações Exteriores, que é o segundo corpo da
UNASUL e realiza reuniões regulares a cada seis meses, podendo também convocar
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foi duramente criticado uma vez que não apresentou medidas eficazes para contornar a
situação. A inércia se deu principalmente pelos investimentos maciços feitos na Bolívia
para a construção do gasoduto. Deixar o país resultaria na perda dos direitos de
exploração sem indenização.
Por fim, outro fator de grande magnitude que contribuiu para a ineficácia da
premissa de integração e cooperação dos Estados membros da UNASUL se deu no
fulcro dos conflitos fronteiriços com a invasão de terras protagonizada pela Colômbia, o
Equador e a Venezuela. As fronteiras dos referidos países andinos possibilitam trocas
econômicas, culturais e populacionais, mas, em contrapartida, sofrem com atividades
ilegais de narcotraficantes e guerrilheiros, bem como com o trânsito de refugiados,
gerando instabilidade nas relações diplomáticas firmadas entre estes países.
Nos últimos dois anos, a UNASUL vem passando por crise institucional muito
forte, que, como veremos no próximo tópico, aparentemente acarretou o fim da atuação
do organismo. Tal contexto, sem precedentes em seus 10 (dez) anos de operação foi
desencadeada principalmente pelo aumento da ofensiva conservadora no subcontinente
(JAEGER, 2019). Esta virada ideológica que por vezes rechaça os ideais formadores da
UNASUL, especialmente levando-se em consideração seu contexto de criação, tendo
sido iniciativa dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Hugo Chávez, da
Venezuela e Néstor Kirchner, da Argentina, todos eles símbolos do nacionalismo
progressista que vigorou na América Latina nos anos 2000.
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Com a crise econômica que vem atingindo o subcontinente nos últimos 4 anos, o
déficit orçamentário atingiu também os cofres da UNASUL. O Brasil, por exemplo, já
possui dívida de 12,5 milhões de dólares com a organização (FOLHA, 2018), que por
sua vez não vem pagando seus funcionários, já tendo reduzido sua mão de obra de 48
para 27 empregados efetivos , além de contar apenas com 2 de 5 diretores previstos.
global, tendo vital importância para as mudanças na integração regional nos últimos três
anos. Como forma de protesto ao ocorrido e prevendo ruptura democrática na república
brasileira, o então Secretário Geral da UNASUL e ex presidente colombiano, Ernesto
Samper, se afastou do cargo, o que gerou um vácuo ainda não sanado na liderança do
bloco (FOLHA, 2018).
experimentado na América do Sul nos anos 1990, seguidos pela ascensão do Welfare
State no início do século XXI, com o Lulismo no Brasil e de Kirschnerismo na
Argentina. Na atualidade, este padrão se repete e hoje vivemos uma América Latina
cujas eleições presidenciais acusam uma nova retomada da direita política, com
alinhamento direto aos EUA. (Exemplifica-se aqui com as eleições de Jair Bolsonaro no
Brasil, Maurício Macri na Argentina e Sebastián Piñera no Chile)
Por fim, é necessário ressaltar que não há, por hora, confirmação de que o
PROSUL vá se enquadrar na categoria de Organização Internacional, uma vez que a
declaração de Santiago, assinado pelos presidentes dos países que concordaram com a
iniciativa, apenas aponta a Presidência Chilena como responsável pelo próximo ano do
órgão, devendo a Presidência Colombiana o suceder. Entretanto, não sabemos ainda se a
organização possuirá todos os requisitos a fim de ser considerada Organização
Internacional stricto sensu, quais sejam: Sede própria, funcionários próprios, orçamento
próprio e, principalmente, tratado constitutivo, uma vez que, até agora, o que há é
apenas uma declaração conjunta, sem status de tratado internacional.
7- Referências:
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ITAMARATY. BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 2018. Disponível em:
<http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/mecanismos-inter-regionais/3672-
brics> Acesso em 01 de junho de 2019.
SOUZA, Lucas Eduardo Silveira de. A integração que buscamos: olhar do Brasil
sobre a América do Sul. Espirales, v.1, n.1, Dez.2017.