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DICCIONARIO BIOGRAPHICO
DE
PERNAMBUCANOS CELEBRES
POR
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189 /
RECIFE
TYPOGRAPHIA UNIVERSAL
Rua do Imperador n . 50
1882
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INDICE
A
PAGS .
429749
6
II INDICE
PAGS .
Bв
PAGS .
PAGS
L
PAGS .
N
Nicoláo Paes Sarmento 727
PAGS .
S
Sebastião Pinheiro Camarão . 772
Sebastião do Rego Barros . 774
Simão de Figueiredo 776
Simplicio Antonio Mavignier 778 .
T
Tabyra . 780
Thomaz da Cunha Lima Caniuaria : 783
V
Venancio Henrique de Rezende. 788
Victorino José Carneiro Monteiro 792
Virginio Rodrigues Campello . . 795
Visconde de Albuquerque --V. Antonio F. de P. H.C. deAlbuquerque
(
de Azurara . - v João Antonio Salter de Mendonça.
de Camaragibe --V . Pedro F. de P. C. de Albuquerque.
de Goyanna. -V. Bernardo José da Gama .
de Mamanguape . - V. ( aetano Maria Lopes Gama.
de Suassuna. -V. Francisco de P. C de Albuquerque. 797
D. Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira .
Z
Zenobio Accioli de Vasconcellos . 802
DUAS PALAVRAS
cias que lhe são relativas, são bem conhecidos e não precisamos fazer a
sua longa enumeração .
No parlamento brazileiro e na assemblea constituinte portugueza de
1821, Muniz Tavares, Araujo Lima, Ferreira da Silva , Maciel Monteiro,
Nunes Machado, Urbano Sabino , Mendes da Cunha, Paula Baptista, Fei
tosa , Ferreira Barreto , Lopes Gama, Venancio de Rezende, Sá e Albu
querque, Buarque de Macedo e tantos outros, conquistaram explendidos
triumphos pela eloquencia e inspiração da sua palavra, verdadeiros e con
sumados oradores parlamentares. A tribuna sagrada, exaltam-na Barreto ,
Caneca, Lopes Gama, Jaboatão, João Baptista da Fonseca, Ferreira Por
tugal , Abreu e Lima, Frei João do Rozario , Frei João Baptista da Purifi
cação, Frei Luiz Botelho do Rozario , Frei Manoel de Macedo e outros que
não só conquistaram applausos e renome no Brazil, como lambem em
Portugal e na Hespanha.
E' pois a memoração dos feitos de tantos heroes, a perpetuação de tan
tos nomes illustres e legendarios, o acrysolado patriotismo e as glorias de
tantos benemeritus pernambucanos, o que deu incentivo a grandiosa em
preza a que mettemos hombros, empreza sem duvida superior ás nossas
forças , -a publicação do Diccionario Biographico de Pernambucanos Ce
lebres .
Incompleto como é o nosso trabalho, incorrecto mesmo , sem as elegan
cias da forma e preceitos litterarios, encerra elle todavia um cabedal bem va
lioso de notas e apontamentos, que legamos aos futuros biographos que
d'estarte aqui encontrarão reunido o que andava esparso pelos nossos ar
chivos e jornaes , como tambem pelas diversas obras relativas as nossas
cousas, e por documenlos e informações particulares, tendentes a per
derem - se .
São, pois , fidedignas e authenticas as fontes em que fomos buscar as
informações do nosso trabalho. As pesquizas, o colleccionamento , a forma
imperfeita e incorrecta que tem , trabalhos de longas fadigas, vigilias e sacri
ficios, eis o que nos pertence, eis unicamente o que é nosso . E hoje , que
após sete longos annos de incessantes trabalhos, damos á luz da publici
dade o nosso Diccionario Biographico , é-nos grato render os nossos sinceros
agradecime: s ,e significar a nossa gratidão a todos os amigos que nos faci
litaram os meios da sua confecção , prestando -nos valiosos subsidios e in
formações, e sua constante animação na empreza que tomamos sobre
nossos hombros, e tambem a illustre e patriotica Assemblea Legislativa
Provincial pela värlosa coadjuvação que votou para a sua publicação.
A’ todos , pois , a significação da nossa mais sincera e immorredcra
gratidão .
Recife, Janeiro de 1882 .
А.
cia até onde podia chegar o odio no caracter que lhe fize
ram estes autores. »
Em outro logar, diz ainda esse escriptor o seguinte,
tratando de Antonio Cavalcante :
« Foi um homem de grande juizo , e aos seus pruden
tes conselhos deveu João Fernandes Vieira a resolução de
restaurar Pernambuco, supposto que por particulares ra
zões, se desuniram , e em obsequio deste , fizeram os criti
cos da nossa terra menos gloriosa a sua memoria .)
A morte de Antonio Cavalcante, envolve- se em um in
sondavel mysterio ; a sua memoria amesquinhada, o
nome de traidor que lhe dá Frei Raphael de Jesus no seu
Castrioto Lusitano, obra escripta sob as inspirações de
Vieira, na qual é endeosado, tudo isto é expressivo, é sig
nificativo mesmo, digno de um estudo serio e escrupu
loso .
Fique pois registrado o nome desse pernambucano
illustre, cujas glorias usurpadas lhe serão um dia restitui
das pelos rectos juizes do tribunal da posteridade, procla
mando -o - v heroico iniciador da generosa e magnanima
idéa da restauração de Pernambuco do dominio hollandez .
Antonio Cavalcante de Albuquerque morreu obscura
mente ém Agosto de 1645, sem ver raiar a almejada aurora
da liberdade no horisonte de sua patria . Os historiadores
que escreveram apaixonada e parcialmente sob as inspi
rações de Fernandes Vieira, nem ao menos uma palavra
de sentimento dispensaram a memoria desse patriota e
distincto cidadão, que pelos seus serviços mereceu o fôro
de fidalgo da casa real; pelo contrario, Frei Raphael de Je
sus, tratando de sua morte , ainda que sem mencionar o seu
nome, diz que — « uma pontada The tirou a vida, porque
morresse da malignidade de que a traição se alimentava
em seu peito , successo que adiantamos ao tempo, por não
deixarnos a ponta deste fio sem nó . )
Sim , o tempo reivindicará as glorias e o renome desse
illustre pernambucano, tão vilmente usurpadas!
Antonio Coelho de Sá e Albuquerque . Filho legi
timo do commendador Lourenço de Sá é Albuquerque e
D. Marianna de Sá e Albuquerque, nasceu na freguezia de
Muribera, no engenho Guararapes propriedade de seus
paes, aos 18 de Outubro de 1821 .
Recebendo dos mesmos esmerada educação, fazendo
com aproveitamento e vantagem o curso preparatorio , Sii
DICCIONARIO BIOGRAPHICO 03
possivel
salvar-se ; assim começa o autor dos Martyres Pernam
bucanos o artigo consagrado a Antonio José Victoriano de
Almeida e Albuquerque. Nobilissimo pernambucano de
1817 , continua o mesmo escriptor, consocio dos patriarchas
da liberdade, adepto profundissimo e membro distincto
das duas Academias - Paraiso , e Suassunas, era capitão
do regimento de artilharia , alma das juntas preparatorias
da liberdade, excedendo a todos em prudencia antes da
explosão,
livre
e em magnanimidade, em pugnar pela patria
.
Recebendo ordem do brigadeiro Manoel Joaquim Bar
bosa de Castro, quando fòra denunciada a conspiração ,
afim de prender e conduzir á fortaleza das Cinco Pontas o
seu collega capitão Domingos Theolonio Jorge cumpriu as
ordens do superior ; mas apenas soube da morte do bri
gadeiro , e da proclamação da revolta, foi reunir -se aos
seus companheiros, e nessa tarde e dias seguintes prestou
immensa coadjuvação, « sabendo admiravelmente alliar o
homem , o cidadão e o soldado .
Antonio José Victoriano, por suas virtudes sociaes , e
por seus conhecimentos na sciencia militar, havia-se con
stituido na phrase de um escriptor contemporaneo o idolo
do governo, do povo e dos soldados. Convertido o seu
regimento em batalhão, no dominio da revolução, quando
se deu uma nova organisação ao exercito , foi elle elevado
ao posto de major, merecendo esse acto do governo una
nime applauso. Nos dias criticos da republica, quando as
tropas reaes já transpunham os limites de Pernambuco
em demanda da capital , os patriotas marcham ao seu en
contro a embargar -lhe os passos e a sustentar a causa da
proclamada liberdade.
Antonio José Victoriano recebe então a patente de co
ronel e o commando de uma pequena força de cem homens,
tirados de todos os corpos , inclusive escravos alistados.
A vista de similhante tropa, diz um historiador, seria pre
ciso ser Victoriano para não esmorecer ! Porem com ella
marchou intrepido à encorporar-se as tropas do general
Suassuna, e sob suas ordens foi encontrar os realistas já
postados em linha de batalha no engenho Utinga ,no dia 2
de Maio de 1817. Trava - se então renhida peleja ; Antonio José
Victoriano dirige a artilharia, ostentando durante a acção
muita coragem e intrepidez, desenvolvendo toda a pericia
de habilissimo artilheiro; mas a sorte das armas foi adversa
DICCIONARIO BIOGRAPHICO 127
18
130 DICCIONARIO BIOGRAPHICO
UM SONHO
SONETO
Jesuitismo e catholicismo.
1873 .
Recife, Typ . Mercantil,
Jesuitismo em Pernambuco . Penambuco , Typ . Com
mercial, 1873.
Nunes Machado . Ensaio Dramatico . Recife , Typ .
Commercial, 1874 .
O Nunes Machado levado a scena em 11 de Abril de
1874, pela primeira vez, foi uma festa brilhante, patriotica
e litteraria , co seu autor o alvo das mais explendidas
ovações. Em 1877 o Dr. Aprigio escreveu um outro drama
- Joảo de Souto Maior ou o delirio do Patriota , e o leu
perante uma concorredissima assemblea , no Club Po
pular.
Homem incansavel no trabalho, as suas funcções de
lente e de advogado, não o impediam do cultivo das lettras ,
das justas jornalisticas e politicas, e prestou em todas as
manifestações da sua vida, os maiores serviços, e foi de
uma probidade e desinteresse proverbiaes. O Dr. Aprigio
Guimarães nada teve dos poderes publicos que o distin
guisse como homem de merito e de talento superiores, como
um dos mais zelosos e prestimosos cidadãos, alem
daquillo que elle pelo seu merecimento e esforços indivi
duaes poderia conquistar ! A minha unica distincção , e
a garantia do parco pão de meus filhos , diz elle proprio
em um dos seus escriptos, é o lugar de lente, depois de tres
annos de uma luta infernal, em que ficou por uma vez com
promettida a minha saude, depois de uma quasi repro
vação na defesa de theses, depois de quatro concursos por
entre um cento de sacrificios, que não devem sahir da
arca das tradições do meu pobre lar .
Em um outro escripto, diz ainda esse martyr do indif
ferentismo : Só tenho uma ambição, e aliás outra não é
licita á minha fraquesa : que um dia , quando me lançarem
a ultima pá de terra, possão todos dizer : Foi soldado da
Liberdade, a quem faltou o braço, mas nunca o animo ....
Foi um hohican que nada fez, desejando sempre fazer muito
pelo. homem e pela patria ....
Agora algumas palavras sobre a sna vida politica, e
sobre o papel que representou na phase da questão reli
giosa , palavras estas que se fizeram ouvir da mesma tri
buna e no mesmo dia em que tantas vezes fallára o Dr.
Aprigio : é um trecho do interessante discurso pronun
ciado pelo Sr. Dr. João de Oliveira, na sessão magna e an
DICCIONARIO BIOGRAPHICO 197
НГ
Moura,
guer
com a dignidade de capitão da armada, e general
da ra. « Jeronymo de Albuquerque, diz um historia
dor, á vista de tão notavel injustiça , ferido o seu amor
proprio, esquecidos os seus longos serviços, desprezada
à sua tão notavel experiencia, mostrou -se superior a todos
os desgostos , e usando de toda a grandeza de sua alma tão
nobre, resignou-se, sugeitou - se aos revezes da fortuna e
obedeceu . Em 30 de outubro, já sob o commando de Ale
xandre de Moura, aquartelou junto a Fonte das Pedras,
para perseguir o inimigo acastellado no Forte do Bularte :
edos
em francezes
2 de Novembro foi a capitania arrebatada do poder
. >>
No dia 31 de Outubro de 1615 , Jeronymo de Albuquer
que moveu as suas tropas sobre a fortaleza de S. Luiz, c
no dia 1 de Novembro entrou naquella Bahia a armada de
Alexandre de Moura , e a 2 foi lavrada e assignada a capi
tutação, pela qual Ravardicre obrigava -se a entregar o
forte e toda a ilha , e a retirar - se com os seus compatriotas.
Comparando-se estas datas, vê -se claramente, que Ale
xandre de Moura nenhuma peleja teve, nenhuma acção di
rigiu, e nem um só tiro disparou. Cabe, pois, exclusiva
mente a Jeronymo de Albuquerque, a gloria do grandioso
resultado dessa arriscada empreza, cujas palmas do trium
pho e hymnos de victoria, fizeram lhe esquecer as priva
ções, os incommodos, os perigos e tantas outras difficul
dades que hieroica e resolutamente affrontou este illustre e
venerando ancião .
Jeronymo de Albuquerque foi constituido por Alexan
dre de Moura, em virtude dos seus plenos poderes, capitão
mór da capitania do Maranhão, premio condigno ao muito
que nella havia trabalhado, e começou a governar todo
o Estado , que então comprehendia o Pará e Amazonas.
Desse dia por diante, Jeronymo de Albuquerque addiccio
nou ao seu nome o de Maranhão, em commemoração do
termo da sua gloriosa empreza .
Eis como o Sr. Vadhagem aprecia este facto em uma
Memoria lida no Instituto Historico Brazileiro :
« Asseguro - vos, Senhores, que estremeci de alegria e
de enthusiasmo quando pela primeira vez attentei na nobre
audacia que o heróe pernambucano, com uma sem cere
monia quasi selvagem , e bem natural a um chefe de in
dios, lavrou para assim dizer por si mesmo alvará, intitu
lando -se, pela primeira vez, Maranhão ao sellar com a sua
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PР
102
802 DICCIONARIO BIOGRAPHUCO
PERNAMBUCANOS CELEBRES
POR
RECIFE
1882
çocuCUEDE
2
H , L , L. Br. June 24, 1892.