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Percentual das pesquisas com sucesso, indica a qualidade da análise, quanto maior, melhor.

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https://fr.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9claration_des_droits_de_l'homme_et_du_citoyen_de_1789 48 0,55 %

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Texto analisado

O DISCURSO DE ÓDIO E A GARANTIA CONSTITUCIONAL DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO CONTEXTO DAS REDES


SOCIAIS HATE SPEECH AND THE CONSTITUTIONAL GUARANTEE OF FREEDOM OF EXPRESSION IN THE CONTEXT OF
SOCIAL NETWORKS
João Victor Alves da Silva 1 Marcelo Leandro Pereira Lopes 2

RESUMO O presente artigo busca analisar o discurso de ódio e o direito constitucional da liberdade de expressão no contexto
das redes sociais, buscando entender até onde se estende o direito e as garantias que regulamentam o uso e sociabilidade nos
meios sociais virtuais, dado que tem sido crescente o número de indivíduos a cometerem determinados crimes abusando
da liberdade expressão e livre manifestação de pensamento. Desta feita, o estudo busca identificar as causas que levam as
pessoas a adotarem esta postura frente aos outros usuários e quais as suas consequências. Por meio de uma abordagem
qualitativa, quer seja por livros, teses, monografias e artigos científicos, a qual enseja em uma pesquisa bibliográfica. Tendo
como impulso a rápida necessidade da compreensão dos limites da liberdade de expressão no palco das redes sociais.
Palavras-Chave: Discurso de Ódio. Garantia Constitucional. Liberdade de Expressão. Redes Sociais.

ABSTRACT This article seeks to analyze hate speech and the constitutional right to freedom of expression in the context of
social networks, seeking to understand how far the right and guarantees that regulate the use and sociability in virtual
social media extend, given that it has the number of individuals committing certain crimes abusing freedom of expression
and free expression of thought has been increasing. This time, the study seeks to identify the causes that lead people to
adopt this attitude towards other users and what are their consequences. Through a qualitative approach, whether
through books, theses, monographs and scientific articles, which leads to a bibliographic research. Having as impulse the
rapid need to understand the limits of freedom of expression on the stage of social networks.

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Graduando em Direito pelo Centro Universitário Uninassau, Teresina PI. E-mail: joaovic32174@gmail.com

Graduado em Direito pela Universidade Federal do Piauí (2002). Mestre em Direito pela Universidade Católica de Brasília (2011).
É diretor presidente da Fundação de Incentivo à Pesquisa, professor efetivo do Centro Universitário Uninassau Teresina, professor
do Centro Universitário Integral Diferencial Unifacid, professor da Faculdade Pitágoras ICF, além de professor de diversas pós-
graduações, escritor de artigos científicos e revisor de revistas científicas nacionais. Tem experiência na área de gestão
acadêmica e Direito, com ênfase em Direito Constitucional, atuando principalmente nos seguintes temas: direito digital, direitos
humanos, direito internacional, cidadania, proteção de dados e compliance.

Keywords: Hate Speech. Constitutional Guarantee. Freedom of expression. Social Networks.

1 INTRODUÇÃO Com o advento do avanço tecnológico, a humanidade tem o privilégio de se comunicar em tempo real
com qualquer pessoa do mundo, basta que ambos tenham acesso a uma rede social comum. A exemplo disso, há o
WhatsApp, Facebook, Twitter, Telegram, Instagram e muitos outros. No entanto, toda essa facilidade de comunicação e
exposição de pensamentos a longa distância, podendo ser inclusive anonimamente, trouxe a ideia de que a internet com
seus meios de comunicação fosse uma terra sem leis, na qual até o bom senso moral estivesse posto de lado. Partindo
deste pressuposto, surge a temática desta pesquisa que é: o discurso de ódio e a garantia constitucional da liberdade de
expressão no contexto das redes sociais. Uma vez que se faz necessário o entendimento das relações sociais no âmbito
virtual. Dentro deste contexto de excesso de liberdade nas redes sociais, tanto para exaltar quanto para prejudicar o outro,
surge a problemática que embasa esta pesquisa: até onde vai a liberdade de expressão garantida pela atual constituição
brasileira? Quando alguém faz comentários em redes sociais sendo positivo ou negativo se pressupõe que tenha
intencionalidade, a menos que esteja agindo por coação, pois são ações que necessitam de pensamento e execução

Essa é uma versão de demonstração do programa, o restante somente será exibido


com uma licença Basic ou Pro.

. Desse modo, caracteriza-se como hipótese que com o advento da internet, as pessoas passaram a exteriorizar aquilo
que já havia dentro de si, e de forma mais intensa pelo fato da sensação de proximidade para com o outro. Questão essa
que leva o indivíduo a erro, visto que há leis e princípios constitucionais que limitam a liberdade de expor os
pensamentos de maneira desregrada, pois a liberdade de expressão não é um direito absoluto. Portanto, o principal
objetivo desta pesquisa é entender até onde vai a liberdade de expressão garantida pela atual Constituição Federal no
âmbito das redes sociais, e tendo como objetivos específicos: pesquisar e expender a manifestação do discurso de ódio
em redes sociais; analisar a garantia constitucional da liberdade de expressão; estabelecer um paralelo entre discurso de
ódio e liberdade de expressão nas redes sociais.

Isto posto, caracteriza-se a justificativa do presente estudo pela necessidade da sociedade de compreender até onde
pode se dispor da liberdade de expressão, questão esta fundamental para a harmonia da democracia no país, visto que
atualmente surgem várias discussões a respeito do direito da manifestação do pensamento amparado na constituição
brasileira de 1988. Além disso, é de suma importância também envolver a vertente do discurso de ódio, pauta esta que
deve ser analisada e difundida com o correto entendimento da legislação vigente, pois o não entendimento íntegro da
interpretação das leis a respeito do tema proposto pode acarretar em crimes. A pesquisa de análise que resultou neste
artigo contou como métodos empregados a abordagem qualitativa, classificando-se em pesquisa de natureza básica
exploratória. E para o desenvolvimento do mérito da pesquisa a revisão bibliográfica foi o procedimento técnico utilizado.
Tem-se como arcabouço legal a lei 12.965 de 2014, a qual estabelece os princípios e garantias com os direitos e deveres
para o uso da internet no Brasil. Catalogando também em seus primeiros artigos em suma 1º, 2º e 3º, as garantias da
liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento como princípios norteadores com base na
Constituição Federal de 1988. Dito isto, a própria Constituição Federal serviu como base de estudo fundamental, tendo
em vista que regulamenta a boa vivência em sociedade como um todo, e para tanto, relaciona em seu artigo 5º nos
incisos IV, VI, IX, XII..., a respeito da liberdade, em todos os seus modos. Como base teórica serão considerados os
resultados das pesquisas de Ommati (2021) que contempla as discussões mais atuais sobre a liberdade de expressão e o
discurso de ódio tal como estabelecidos na Constituição de 1988, Meyer Pflug (2009) que traz o conceito e explana as
liberdades sociais demostrando o avanço da liberdade de expressão no Brasil em paralelo com outros países e os limites
estabelecidos, Castells (2003) que discorre sobre a história do avanço da internet e o apoderamento da sociedade nesse
meio, bem como a aculturação e comportamento dos indivíduos. Esta pesquisa se desenvolve nas seções seguintes: na
primeira, discorre sobre a análise do processo de desenvolvimento da liberdade de expressão e o discurso de ódio frente
as diferenças étnicas e sociais, essencial para a compreensão do contexto em que demostra a diferença de

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comportamento nos meios, identificando sua origem e estabelecendo seu conceito e características. Na segunda seção,
apresentam-se as mais variadas formas de compreensão do fenômeno, com a finalidade de atribuir, ao debate, respaldo
teórico e, na última seção, discorre

sobre os principais desdobramentos, dentre os quais se destaca o confronto da liberdade de expressão e o discurso de
ódio nas redes sociais. Em tempos recentes a internet tem servido cada vez mais como palco, usada nas modalidades
sobretudo de redes sociais. A facilidade no acesso é tamanha que surge um mundo paralelo, mas totalmente regularizado
por princípios e leis que em alguns casos chegam ser mais severas do que fora do mundo virtual. A exemplo disto existe
a lei do Marco Civil da Internet, lei 12.965 de 2014, que tem inserido no seu artigo 1º a seguinte menção: Esta Lei
estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria.. Neste passo, analisa-se o discurso de
ódio e a garantia constitucional da liberdade de expressão nas redes sociais.

2 O DISCURSO DE ÓDIO Neste tópico será discutido acerca do discurso do ódio que está sob um equilíbrio em ter
direitos e princípios sendo fundamentais na liberdade de expressão, e principalmente quando se trata na defesa da
dignidade humana. Sendo comum hoje em dia em nossa sociedade, quando um individuo de maneira geral profere um
discurso a ser definido como manifestação que atacam ou incitam ódio contra determinados grupos de pessoas baseado
em raça, cor, gênero, etc.

2.1 Uma breve análise do discurso de ódio frente às diferenças sociais e étnicas

O discurso de ódio é uma representação da intolerância contra quem quer que seja não sujeito apenas a grupos, idade ou
sexo. Trata-se da exteriorização do fato de não aceitar as diferenças de cada ser, tendo, portanto, aversão a quem não se
sujeita às mesmas regras, crenças, perfil, e, a partir desta não aceitação passam a exteriorizar de forma verbal ou não o
seu ponto de vista ou posicionamento de forma grosseira, desrespeitosa e até mesmo criminosa, ignorando os
dispositivos universais e sobretudo os constitucionais dispostos principalmente no artigo 5º da Constituição Federal de
1988, o qual trata dos direitos e deveres individuais e coletivos, manifestando que Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade (BRASIL, 1988). Entretanto, no que tange a isto, a simples menção de dispositivos
constitucionais não faz efeito, ou pouco fazem no seio social, mesmo o acesso às leis sendo fácil, e por conseguinte,
continua-se a identidade do discurso de ódio de maneira impensada. O discurso de ódio para Brugger (2010) e Perrone e
Pfitsher (2017) são palavras que tendem a insultar, intimidar ou assediar pessoas em virtude de sua raça, cor, etnicidade,
nacionalidade, sexo ou religião, ou algo que tenha a capacidade de instigar à violência, ódio ou discriminação contra as
pessoas. Desta forma, sendo de certo modo desrespeitoso, o discurso torna-se evidentemente uma arma verbal, pois
afeta diretamente na ferida do outro. Neste sentido, relata Silva (2011) que quando uma pessoa dirige um discurso de ódio
a outra, a dignidade é vulnerada em sua dimensão intersubjetiva, no respeito que cada ser humano deve ao outro. Nessa
senda, salienta-se que embora seja o discurso direcionado diretamente a uma pessoa específica, quer seja comentário,
em suma no ambiente social real ou virtual, não se é afetada unicamente a pessoa pretendida e as consequências de tais
atitudes desencadeiam uma série de danos gravosos tanto a quem sofre, quem é alvo da ofensa, quanto para quem se
identifica como integrante de determinada causa ou classe atingida, dado que uma vez publicada ou propagada a
informação ou conteúdo, este pode ter alcance a nível mundial, sendo impossível precisar quem teve acesso ou não,
neste sentido discorre Roseane Silva, et. al:

[...] no caso do discurso odiento, vai-se além: é atacada a dignidade de todo um grupo social, não apenas a de um
indivíduo. Mesmo que este indivíduo tenha sido diretamente atingido, aqueles que compartilham a característica
ensejadora da discriminação, ao entrarem em contato com o discurso odiento, compartilham a situação de violação.
Produz-se o que se chama de vitimização difusa. Não se afigura possível distinguir quem, nominal e numericamente, são
as vítimas. Aquilo que se sabe é que há pessoas atingidas e que tal se dá por conta de seu pertencimento a um
determinado grupo social. (SILVA, et. al, 2011, v. 7, n. 2).

Observa-se mediante isto, que a propagação de qualquer informação no meio virtual, em destaque para as redes sociais
por serem uma comunidade de culturas, pode suscitar ações de outros grupos, podendo ser para praticar o bem ou o
mal. Deste pressuposto, fica claro que, a ocorrência destas ações problematiza ainda mais o discurso odiento
disseminado em redes sociais, dado que o alvo torna-se generalizado e assim não apenas um indivíduo pode se sentir
ofendido, mas também todo um grupo, classe ou raça de pessoas. Causando, portanto,

revoltas sociais e até mesmo doenças mentais, como a depressão em razão das ofensas e sentimentos de exclusão

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perante a sociedade, bem como também incitar as pessoas a cometerem crimes. Como exemplo de grupos e raças que
viveram e vivem uma luta diária contra o ódio, estão os LGBT+, os povos de determinadas regiões como no nordeste do
Brasil, ou até mesmo países como a China, em voga agora em razão da proveniência do vírus da Covid-19, e, ainda mais
evidente foi a questão nazista contra o povo judeu, a qual sofreu uma dizimação em massa, bem como também o regime
escravocrata, que dizimou e humilhou toda uma raça em razão do espírito de superioridade racial. Desta forma, percebe-
se que o discurso de ódio se constitui basicamente por dois meios, quer seja: segregação e exteriorização. Isto é, torna-
se uma manifestação segregacionista, fundamentada nos termos de superioridade, no caso um polo ativo e inferioridade
no polo passivo, quem é atingido. A manifestação passa a acontecer quando é dada a conhecer por outrem que não
necessariamente o próprio autor. Todavia, o discurso de ódio é um óbice intrínseco à discussão dos limites da liberdade
de expressão. Cifrando-se na exposição de palavras, gestos ou qualquer outra manifestação de sentido que intente ou
incentive a discriminação social, racial ou religiosa em relação a grupos específicos, no mais das vezes característico
dos grupos sociais pequenos, o discurso de ódio contribui para a limitação de direitos sobretudo pelo efeito emudecedor,
ou seja, de silenciar, podendo direcionar os grupos minoritários a deixarem de ocupar espaço de participação em
diversos meios sociais e culturais, contribuindo, com isso, para diminuir a autoridade e a própria atuação das vítimas nos
debates na sociedade civil.

2.1.1 O discurso de ódio e a livre manifestação do pensamento

Em um país democrático como o Brasil, é possibilitado a livre manifestação do pensamento, desde que haja harmonia e
razoabilidade, estabelecendo-se assim uma linha tênue entre a liberdade para exteriorizar o que se pensa e a forma como
se pensa, sem, no entanto, atingir o direito de outro indivíduo, pois o direito de um não pode violar o direito de outro, para
que não haja desarmonia. Sendo assim o discurso de ódio é uma forma de manifestação de intolerância, enquanto a livre
manifestação do pensamento, um fator de primordial importância para o bom funcionamento da democracia.

No entanto, verifica-se que corre uma distinção imperiosa entre a livre manifestação do pensamento e a liberdade de
pensamento. Natália Masson (2015), destaca que toda pessoa dotada com algum, ainda que mínimo, grau de
discernimento mental possui a liberdade de pensamento. E a concordância da proposição aufere forma na lógica, pois
ainda que o Estado estabeleça normas e regras que limitam o indivíduo acerca desta ou daquela ação, é impossível que
venha alcançar o íntimo de cada ser. O juízo particular ou pensamento de cada ser humano é livre e secreto de tal forma
que é impossível a quem quer que seja a eles ter acesso. Por outro ângulo, a liberdade que o indivíduo tem de manifestar
o pensamento resguardado no íntimo, este sim, é passível de ter restrições em Estados cuja organização política e social
mantenha apontamentos de autoritarismo. Como forma de manifestação do pensamento, o discurso de ódio envolve-se
no debate acerca da regulamentação, proibição ou proteção, por se tratar de um direito de liberdade do pensamento
elencado no rol de Direitos e Garantias Fundamentais estampados na Constituição Federal de 1988, especificamente no
capítulo que trata Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, em seu art.5º, inciso IV, que diz ser livre a manifestação
do pensamento, sendo vedado o anonimato, (BRASIL, 1988). Este trecho do texto constitucional denota de forma clara
que temos a ampla liberdade de exprimir nossas opiniões, ideias e crenças. Segundo com Zulmar Fachin, a liberdade de
manifestação de pensamento assegura o direito de dissentir (FACHIN, 2019, p. 249). Desta maneira, tem-se que o texto
constitucional garante a arbitrariedade de ideias de diversas formas concebíveis, quer seja essa manifestação efetuada
por meio da fala, de ilustrações, através de gestos, programas televisivos, peças de teatro, livros, dentre outras
possibilidades. Na mesma perspectiva de raciocínio, é cabível declarar, como bem lembrou Gilmar Mendes (2008), que a
liberdade atinge, até mesmo, o direito de não manifestar posição acerca de qualquer tema. No entanto, torna-se
interessante salientar que no próprio inciso IV do artigo 5º da aludida Constituição Federal de 1988 a vedação ao
anonimato, pois pode-se manifestar os pensamentos da maneira que quiser, podendo discordar de qualquer pessoa,
contanto que não fira os direitos alheios. Neste diapasão, nota-se o inciso supracitado do referido artigo, em que o
constituinte no texto expresso, finaliza o inciso com uma ressalva importante, ao afirmar que todo aquele que emite sua
opinião deverá se identificar, afastando a possibilidade do anonimato e evitando que possíveis excessos deixem de ser
punidos. Bernardo Gonçalves Fernandes

(2011), afirma que o texto constitucional consagra a liberdade de pensamento, mas veda o anonimato, uma vez que é por
meio do conhecimento da autoria que se faz possível a utilização do direito de resposta, que deve ser proporcional ao
agravo. Ademais, se a Constituição assegura a liberdade para exteriorizar o quanto subjetivamente se pensa, ela mesma
prevê, com vistas a assegurar a execução de outros direitos fundamentais de mesma importância (como a honra objetiva
e subjetiva), a proibição do anonimato. Assim,
O que a Constituição não resguarda é o anonimato da manifestação. Isso porque, eventualmente, no exercício dessa
faculdade, o sujeito pode agir abusivamente e ferir direitos de outrem (honra ou imagem, por exemplo), ou até mesmo
cometer um ilícito penal, casos em que sua identidade será imprescindível para viabilizar a responsabilização aplicável à
hipótese. (MASSON; 2015, p. 239).

Deste modo, percebe-se a regulamentação do direito de liberdade, dado que se deve ter responsabilidade nos atos
cometidos, não sendo, portanto, todos livres no conteúdo ou forma de proferir palavras no meio social. Silva et al (2011) e

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Meyer-Plufg (2009) relatam, embora seja um direito individual que cada cidadão possui de expressar suas ideias, sejam
elas quais forem, sem sofrer qualquer restrição ou ameaça por parte do Estado ou da sociedade, liberdade de expressão
não é um direito absoluto. Neste sentido, há restrições ou regulamentações para o convívio no ambiente virtual, não
podendo utilizar-se do discurso de ódio como forma de liberdade de expressão. Todavia, deste contexto se extrai a
importância da liberdade de pensamento para a busca do avanço e progresso do pensamento coletivo e, em especial, a
vedação à censura prévia. É necessário que determinadas correntes de pensamento, ainda que postas de forma dúbia,
venham a público, seja para corroborar a noção de que são de fato equivocadas, seja para levar ao exame social as
partes positivas de um dado pensamento. É alegar ser possível estarmos todos certos o tempo todo, sobre tudo, da
mesma forma que é impossível que alguém esteja errado, o tempo todo, sobre tudo, a fim de que não se torne a
sociedade unicamente intimidada pela lei, resultando no que seria um acovardamento de se posicionar publicamente por
medo de punição. Contudo, deve-se observar o respeito e a empatia, tendo ciência que se estabelece como
regulamentação a manifestação de pensamento por meio de discurso de ódio, os direitos e garantias constitucionais com
princípios basilares que protegem os cidadãos, como exemplo é observado o direito à intimidade e a dignidade da pessoa
humana que não podem ser violados.

Descaracterizando assim o pensamento popular do ambiente socio virtual ser uma terra sem leis.

3 LIBERDADE EM UM CONCEITO MAIS AMPLO

Atualmente, a difusão de ideias, pensamentos, crenças, opiniões, juízos de valor, fatos ou notícias na sociedade tem tido,
e tem, várias denominações na doutrina, na jurisprudência e na legislação, tais como: a liberdade de pensamento,
liberdade de palavra, liberdade de opinião, liberdade de consciência, liberdade de expressão, liberdade de imprensa,
liberdade de expressão e informação, direito à informação, liberdade de informação jornalística, direito de comunicação,
liberdade de manifestação do pensamento e da informação, dentre muitas outras. Porém, muitas teorias definem a
liberdade como resistência à opressão ou à coação do poder. Pois, trata-se de uma concepção de liberdade no sentido
negativo, porque nega a autoridade. Outra teoria, no entanto, procura dar-lhe sentido positivo: é livre quem participa do
poder. Ambas têm o defeito de definir a liberdade em função da autoridade. Liberdade opõe-se ao autoritarismo, à
deformação da autoridade; não, porém, à autoridade legítima. Desse modo, o termo liberdade pressupõe limites claros,
mas passíveis de críticas construtivas. Pois, a própria liberdade pode ser reavaliada e readequada a qualquer tempo e
momento. No entanto, a sensação de liberdade está sempre vinculada ao contexto social, político, econômico e cultural.
No que corresponde ao processo político, a liberdade civil ou individual é o exercício de sua cidadania dentro dos limites
da lei e respeitando os direitos dos outros. Já, abordando para um sentido ético, liberdade trata-se do direito de escolha
pelo indivíduo de seu modo de agir, independentemente de qualquer determinação externa. Segundo Laski (1958) isso
ocorre porque a autoridade é tão indispensável à ordem social - condição mesma da liberdade - como esta é necessária à
expansão individual. Já que o problema está em estabelecer, entre a liberdade e a autoridade, um equilíbrio tal que o
cidadão médio possa sentir que dispõe de campo necessário à perfeita expressão de sua personalidade. Entretanto, não
é correta a definição de liberdade como ausência de coação. Assim, Laski (1958) define a liberdade como ausência de
coação sobre a existência daquelas condições sociais que, na civilização moderna, são as garantias necessárias da
felicidade individual. É uma boa definição, mas a expressão ausência de coação indica certo sentido negativo. Ora, o
conceito de liberdade deve ser expresso no sentido de um poder de

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atuação do homem em busca da expansão de sua personalidade no mais alto grau possível, o que, em resumo, significa
a busca de sua felicidade. Desse modo, entende-se que o conceito de liberdade consiste na possibilidade de
coordenação consciente dos meios necessários à realização da felicidade pessoal. Nessa noção, encontra-se todos os
elementos objetivos e subjetivos necessários à ideia de liberdade; é poder de atuação sem deixar de ser resistência à
opressão; não se dirige contra, mas em busca, em perseguição de alguma coisa, que é a felicidade pessoal, que é
subjetiva e circunstancial, pondo a liberdade, pelo seu fim, em harmonia com a consciência de cada um, com o interesse
do agente. De acordo com Rawls (1997):

O assinalado aspecto histórico denota que a liberdade consiste, em suma, num processo dinâmico de liberação do
homem de vários obstáculos que se antepõem à realização de sua personalidade: obstáculos naturais, econômicos,
sociais e políticos. Entre os obstáculos ao gozo da liberdade, conta-se a incapacidade de tirar proveito das possibilidades
oferecidas que resulta da pobreza, da ignorância e, de um modo geral, da falta de meios. (RAWLS, 1997, p. 240).

Assim, torna-se hoje função do Estado promover a liberação do homem de todos esses obstáculos, e é aqui que
autoridade (poder) e liberdade se ligam. García-Pelayo o disse bem, ao escrever que "a experiência histórica tem
mostrado que não é o Estado o único que oprime o desenvolvimento da personalidade; que não é a única entidade que
impõe relações coativas de convivência, e que as mesmas liberdades liberais estão condicionadas em sua realização a
situações e poderes extra estatais. Magalhães (2008) destaca que, mais do que um direito, a liberdade de expressão pode
ser entendida como um conjunto de direitos relacionados às liberdades de comunicação. Onde existem diversas as
formas de expressão humana, o direito de expressar-se livremente reúne diferentes liberdades fundamentais que devem

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ser asseguradas conjuntamente para se garantir a liberdade de expressão no seu sentido total. No entendimento de Silva
(2000, p. 247) o mesmo expressa liberdade como:

A liberdade de comunicação consiste num conjunto de direitos, formas, processos e veículos, que possibilitam a
coordenação desembaraçada da criação, expressão e difusão do pensamento e da informação. É o que se extrai dos
incisos IV, V, IX, XII, e XIV do art. 5o combinados com os arts. 220 a 224 da Constituição. Compreende ela as forma de
criação, expressão e manifestação do pensamento e de informação, e a organização dos meios de comunicação, está
sujeita a regime jurídico especial.

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Desse modo, compreende-se que conexos e intrínsecos à liberdade de expressão, encontram-se também outros direitos,
como o direito de informar e de ser informado, o direito de resposta, o direito de réplica política, a liberdade de reunião, a
liberdade religiosa etc. nessa relação, a concepção de liberdade de expressão deve ser a mais ampla possível, desde que
resguardada a operacionalidade do direito. Destaca-se também as ideias de Fernandes (2011) sobre o direito fundamental
de liberdade de expressão:
Nesses termos, para a doutrina dominante, falar em direito de expressão ou de pensamento não é falar em direito
absoluto de dizer tudo aquilo ou fazer tudo aquilo que se quer. De modo lógico-implícito a proteção constitucional não se
estende à ação violenta. Nesse sentido, para a corrente majoritária de viés axiológico, a liberdade de manifestação é
limitada por outros direitos e garantias fundamentais como a vida, a integridade física, a liberdade de locomoção. Assim
sendo, embora haja liberdade de manifestação, essa não pode ser usada para manifestação que venham a desenvolver
atividades ou práticas ilícitas (antissemitismo, apologia ao crime etc...) (FERNANDES, 2011, p. 279).

Portanto, a liberdade é um princípio, já que mesmo sua proteção sendo fundamental para a emancipação social e
individual, sua garantia não impõe de forma absoluta aos demais direitos, que são também imprescindíveis. E, conforme
já mencionado, a liberdade de expressão, assim como os demais direitos fundamentais, pode sofrer restrições coerentes
com sua amplitude constitucional, derivadas da colisão com outros direitos também reconhecidos como essenciais.
Assim, é importante para que se tenha o reconhecimento de limites ao direito de liberdade de expressão entender,
primeiramente, na coesão do sistema jurídico, o seu propósito de viabilizar a coexistência de direitos aparentemente
estabelecidos. Em consequência, presume-se, que a proteção constitucional de um direito não pode estabelecer a
impossibilidade de sua restrição quando o abuso em seu exercício implicar a violação de outros direitos fundamentais.

3.1 Garantia constitucional da liberdade de expressão A ideia de liberdade tem se difundido há muito tempo na história do
mundo, em razão de fazer parte do que se é: seres pensantes e capazes de realizar diversos procedimentos com a
simples vontade. Nesta toada, discorre Descartes: a liberdade consiste unicamente em que,

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ao afirmar ou negar, realizar ou enviar o que o entendimento nos prescreve, agimos de modo a sentir que, em nenhum
momento, qualquer outra força exterior nos constrange. (Apud JAPIASSÚ e MARCONDES ,1991, p. 163).

Historicamente, pode-se compreender que a liberdade de expressão é um dos direitos mais preciosos do homem, tendo
se tornado tema recorrente no constitucionalismo desde o século XVIII. Embora originalmente prevista no Bill of Rights
inglês, o principal marco de seu estabelecimento no discurso dos direitos foi a Declaração de Direitos do Homem e do
Cidadão, editada na França no princípio da revolução francesa em 1789. Os artigos 10 e 11 da declaração dizem o
seguinte:

Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não
perturbe a ordem pública estabelecida pela lei; Art. 11.º A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais
preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia,
pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei. (FRANÇA, 1789).

Ser livre nos remete ao entendimento de fazer o que bem entender a bel-prazer. No entanto, com a necessidade de ser
livre que é intrínseca à qualidade de ser humano, houve a necessidade da construção de princípios fundamentais para a
regulamentação e disponibilidade deste direito. Neste diapasão, e, como pontapé para a regulamentação contra
restrições à liberdade, sobretudo a de expressão, dispôs a ONU na Declaração Universal dos Direitos Humanos: Artigo
19. Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência,
ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de
fronteiras. (ONU, 1948). Seguindo este modelo, a Constituição Federal Brasileira de 1988, adotou o artigo supracitado e
dispôs em seu artigo 5º nos incisos IV, VI, IX, XII..., sobre o direito fundamental da liberdade, quer seja de crença,
consciência, pensamento ou associação. Desta forma, pode-se evidenciar que o constituinte em todo o tempo se
preocupou com a liberdade individual e coletiva do ser, no entanto, viu-se na obrigação de regular a liberdade do ser
humano, pois nesta senda ponderava Meyer-Pflug: [...] o grande desafio que se apresenta para o Estado e para a própria
sociedade é permitir a liberdade de expressão sem que isso possa gerar um estado de intolerância, ou acarrete prejuízos
irreparáveis para a dignidade da pessoa humana e também para a igualdade. (MEYER-PFLUG, 2009, p. 99). Sendo assim,

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houve a necessidade da imposição de regulamentação nas leis, a fim de impedir ou ao menos reduzir a sensação de
liberdade sem responsabilidade social, pois

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mesmo que a liberdade de expressão se qualifique como um direito garantido, nossa Constituição aborda o não ferimento
ao limite da liberdade do outro, elencando em seu inciso x do art. 5º, as determinações, dentre elas se vê a inviolabilidade
à intimidade, privacidade, honra e imagem de outrem, sendo assim dispõe, não se pode usar o argumento da liberdade de
expressão para ferir outros direitos garantidos (CARVALHO; 2019). A importância da regulamentação da liberdade de
expressão, não sendo mais possível ser a grosso modo gratuita, trouxe uma ideia mais respeitável ao convívio social.
Todavia, sucedeu-se o advento da internet com os meios de comunicações difusores de ideias e pensamentos, as
conhecidas redes sociais sendo, portanto, um meio de comunicação que permite, pela primeira vez, a comunicação de
muitos com muitos, num momento escolhido, em escala global (CASTELLS; 2003, p. 8). Segundo Fernandes (2017) o
direito à liberdade de expressão inclui inclusive a liberdade de nos manifestarmos, de mantermo-nos inertes e silentes
quanto ao que pensamos sobre determinado assunto. Corrobora essa ideia Bernardo Gonçalves Fernandes, que sustenta
que não podemos olvidar que o direito de expressa o livre traz ainda a figura do direito ao silêncio, não podendo seu
titular ser forçado quer por particulares quer pelo Estado a se manifestar ou exprimir opinião es sem sua vontade. Nesse
sentido, fica claro que a proteção ao direito à liberdade de expressão é pedra angular de qualquer estado constitucional
de direito, sendo que o grau de esforços despendidos para garantir a efetividade desse direito fundamental serve de
indicativo para a medida da qualidade de uma democracia. O direito penal de um país democrático, por exemplo, tenderia
a se abster de criminalizar crimes de opinião e criminalizar. Partindo deste princípio, surge o ambiente virtual como uma
terra sem leis, novamente trazendo a discussão do princípio da liberdade de expressão outrora discutido.

REDES

SOCIAIS

COMO

PLATAFORMA

DE

MANIFESTAÇÃO

DE

PENSAMENTO. Na sociedade atual, moderna na qual estamos vivendo o direito de as pessoas manifestarem seus
pensamentos assim como suas opiniões é um dos valores mais importante para o Direito. Significando assim a opção de
o indivíduo escolher as alternativas e a forma como deve se manifestar a determinada coisa ou objeto. Em síntese, hoje
em dia existem inúmeros meios de comunicação onde as pessoas podem está de forma direta ou indiretamente se
comunicando o tempo todo. Assim, no campo

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jurídico entende-se que a liberdade de expressão representa o poder que o indivíduo tem para manifestar seus
pensamentos de forma que, não venha prejudicar a imagem do outro. Assim, quando o indivíduo tem essas facilidades
para poder expressar sua opinião, contribui para o processo de desenvolvimento do ser humano e um dos meios de
comunicação que vem se desenvolvendo dia após dia são as tecnologias fornecendo um novo panaroma para o
desenrolar da liberdade contratual. Desta forma, a internet é uma ferramenta tecnológica onde a sociedade podem
expressar seus sentimentos, angústias, medos assim como suas opiniões construtivistas ou não. Faz-se necessário
destacar que a internet tem contribuído com a nova forma de comportamento do ser humano, pois hoje em dia inúmeros
fatos são compactuados através da mesma, ou seja, contratações a distância, conduzidas por meio eletrônicos e sem a
presença física dos contratantes no mesmo local. Nesse prisma, no Brasil, a quantidade de imagens e informações dentre
outras coisas que são espalhadas mediante à utilização da internet, vem provocando mudanças no desenvolvimento da
sociedade até mesmo a forma como se comportar, pois, a manifestação do pensamento está exposta no artigo 5, IV da
CRFB/88, e garante que é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato, Às vezes isso faz com que as
pessoas ajam como se pudessem falar tudo o que pensam ou acham que devem falar. Diante disso, ao garantir a
liberdade de expressão e assegurar o direito de resposta, nem sempre é uma tarefa fácil, tendo em vista a abrangência da
internet, assim como a não existência de fronteiras no mundo cibernético. Ou seja, pode se falar que a internet não está
regida apenas por uma única jurisdição, mas por diversas. Vale destacar que segundo Gabriel Dias Marques da Cruz
(2017, p. 110):
A liberdade de expressão não representa um direito fundamental absoluto. Deve ceder em casos de prevalência de outros

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direitos fundamentais, especialmente quando o Estado incorporar a proteção normativa de garantias que podem ser
atingidas pelo exercício irresponsável da liberdade de expressão. São exemplos de limites ao exercício da liberdade de
expressão os crimes contra a honra, por exemplo. Não se pode invocar o direito de dizer qualquer conteúdo, já que há
conteúdos que podem atingir a dimensão moral das pessoas e propagar uma imagem equivocada a seu respeito.

No entanto, a liberdade de expressão é fundamental, tendo em vista que o ser humano tende a se comunicar e trocar
ideias a todo tempo como forma de evolução pessoal, profissional, intelectual e emocional, levando ao indivíduo
desenvolver raciocínio e senso próprio em determinados assuntos. Vale ressaltar também que o direito à manifestação
possui

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algumas limitações como bem são tratadas na Constituição Federal, sendo assim Pedro Lenza (2018, p. 1116-1117)
enfatiza que:
A Constituição assegurou a liberdade de manifestação do pensamento, vedando o anonimato. Caso durante a
manifestação do pensamento se cause dano material, moral ou à imagem, assegura-se o direito de resposta, proporcional
ao agravo, além da indenização.

Assim, quando o indivíduo ultrapassa o chamado de liberdade de expressão em alguns casos podem gerar os crimes
contra a honra, ou seja, a calúnia, injúria e difamação gerando responsabilidade para ele. Com a crescente inovação das
tecnologias, o mundo tecnológico se encontra a todo momento em transformação, cada dia surgindo novas formas das
pessoas se comunicarem e expressar suas opiniões, ou seja, integralização social. De acordo com o sociólogo John B.
Thompson (1998, p.77):
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação, a interação se dissocia do ambiente físico, de tal maneira que os
indivíduos podem interagir uns com os outros ainda que não partilhem do mesmo ambiente espaço-temporal. O uso dos
meios de comunicação proporciona assim novas formas de interação que se estendem no espaço (e talvez também no
tempo), e que oferecem um leque de características que as diferenciam das interações face a face. O uso dos meios de
comunicação proporciona também novas formas de "ação à 6 distância" que permitem que indivíduos dirijam suas ações
para outros, dispersos no espaço e no tempo, como também responderem ações e acontecimentos ocorridos em
ambientes distantes.

Observa-se que diante desse cenário virtual, as facilidades de acesso e a possibilidade de uma comunicação mais rápida,
implicam na necessidade de estar conectado. No qual as pessoas se relacionam e se comunicam com outras pessoas,
sem ao menos se conhecerem fisicamente. A internet também permite o maior número de informação em um pequeno
período de tempo. É importante destacar também que o uso das redes socias tem gerado grandes desafios em relação à
liberdade de expressão, visto que a internet tem sido o principal meio de comunicação que é propagado o meio de
informações e comunicação assim como discursos de ódio sobre outras pessoas. Portanto, vale destacar que o uso da
internet quando usado de forma correta pode ser um ótimo instrumento tecnológico para facilitar a relação interpessoais
das pessoas assim como a troca de informação como também quando é usado de forma incorreta pode levar o indivíduo
a se prejudicar.

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5 LIBERDADE DE EXPRESSÃO NAS REDES SOCIAIS EM CONFRONTO AO DISCURSO DE ÓDIO Discutido anteriormente
em outros tópicos, pode-se observar a evolução da internet em todos os seus departamentos, sobretudo na criação de
redes sociais como facilitação de comunicação e, não tão somente disto, mas também como meios alternativos de
trabalhos. Nesta celeuma, observa-se a criação de um novo mundo, atribui-se a esse fenômeno o nome de liberdade
informática, a ela está ligado o desenvolvimento democrático das sociedades contemporâneas (apud, ROCHA, 2016.
PAESANI, 2000, p. 23). Sendo, portanto, interessante analisar o desenvolvimento social e modernização da sociedade em
qualquer meio que for inserida. Pois, o discurso de ódio, seja ele perpetrado em redes sociais, seja lançado através de
outros meios, guarda íntima conexão com um dos temas mais centrais do novo contexto jurídico alçado pela
Constituição Federal de 1988. Cuida-se do princípio da dignidade da pessoa humana, ao redor do qual gravitam toda a
gama de direitos e garantias individuais e sociais lançadas no texto constitucional. Cabe examinar, que as redes sociais
em si existem desde sempre se pensar nela como um agrupamento de pessoas ou organizações com finalidade comum
de estabelecer relacionamentos e discutir assuntos de interesse (apud, ROCHA 2016, TEIXEIRA, 2013, p. 16), o que se vê
agora é o produto da evolução social e readaptação aos meios. Acontece que, com o tempo passou-se a surgir o conforto
com o meio utilizado e uma percepção de novo mundo, sem leis ou regras, na qual grande número de pessoas utilizamse
de meios desrespeitosos e até mesmo criminosos por anonimato, pois segundo Marco Aurélio Moura dos Santos (2016),
a sensação de impunidade acompanhada da possibilidade de anonimato, são condições as quais servem de fomento às
ações desse tipo. Em razão disso, a internet com todas as redes sociais se tornou palanque, não tão somente para os
anônimos, como também para os mais retraídos, no qual, perdem o pudor e a sensatez nas relações sociais, mediante
isto,
[...] criam um ambiente que reforça o preconceito, mesmo entre indivíduos equilibrados que provavelmente nunca
chegariam ao ponto de expressaremse de forma violenta contra minorias. A repetição de afirmações como a de que os
judeus são traiçoeiros, os índios são preguiçosos ou de que os homossexuais masculinos são fúteis e devassos, acaba

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afetando a percepção que a maioria das pessoas têm dos integrantes destes grupos, reforçando estigmas e estereótipos
negativos e estimulando discriminações. (SARMENTO, 2006, p. 42)

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Com ações deste tipo, além de praticarem crimes na esfera civil ou penal, também surge um mundo doente, no qual se
busca desrespeitar e injuriar alguém ou grupo de pessoas de forma vil, impelindo a mais violência, em razão da
desqualificação das pessoas por não aceitarem suas diferenças, tanto físicas como ideológicas. Sendo assim, torna-se
claro a importância e precisão da regulamentação dos meios comunicativos no ambiente virtual, a fim de que se possa
reduzir os desrespeitos e crimes nas redes sociais, além de servir de parâmetro para se saber até onde pode se utilizar de
palavras e postagens para não ofender o direito de outrem.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho pretendeu analisar o discurso de ódio e a garantia constitucional da liberdade
de expressão no contexto das redes sociais para compreender até onde pode se dispor desta liberdade no ambiente
virtual sem que se atinja os direitos de outrem por meio do discurso de ódio, e, para tanto foi utilizada abordagem
qualitativa, classificando-a em pesquisa de natureza básica exploratória. E para o desenvolvimento do mérito da pesquisa
a revisão bibliográfica foi o procedimento técnico utilizado. Para se atingir uma compreensão dos limites da liberdade de
expressão garantida pela atual Constituição Federal no âmbito das redes sociais, definiu-se três objetivos específicos. O
primeiro visualizou-se em pesquisar e expender a manifestação do discurso de ódio em redes sociais. Neste quesito,
verificou-se que as pessoas tomam por entendimento que o ambiente virtual não tem regulamentação, ou se tem, não tem
muita importância. O segundo buscou analisar a garantia constitucional da liberdade de expressão, e, neste objetivo
específico ficou claro que há leis e regulamentações constitucionais que regulamentam a liberdade de expressão, a
desqualificando como um direito absoluto, demostrando assim que o ambiente virtual não é uma terra sem leis. Já o
terceiro se fez um paralelo entre discurso de ódio e liberdade de expressão nas redes sociais, vindo a reiterar que as
pessoas tem mais facilidade de exteriorizar seus pensamentos positivos ou negativos no ambiente virtual, causando, no
entanto, uma problematização em massa devido ao alto alcance da rede global de internet. Com isso, a hipótese do
trabalho de que com o advento da internet, as pessoas passaram a exteriorizar aquilo que já havia dentro de si, e de
forma mais intensa pelo fato da sensação de proximidade para com o outro se confirmou, razão esta estabelecida pela
rapidez

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de comunicação e capacidade de conexão com qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, necessitando apenas de
uma conexão wi-fi. Sendo assim, chega-se à conclusão de que a liberdade de expressão tem regulamentações
necessárias para o bom funcionamento da harmonia em sociedade, delineando assim os limites de até onde se pode
utilizar dela como forma de manifestação de pensamento. Sendo, por tanto, até onde não se fira os direitos de outrem, os
quais estão estabelecidos no nosso ordenamento pátrio e seus respectivos códigos.

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Muitas ocorrências na internet
Contém ocorrência confirmada
Ocorrências na base local

Configurações da análise:
Limite mínimo e máximo de palavras por frase pesquisada: 8 a 13
Nível da Análise (quantas vezes o documento foi analisado): 3

Analisado por Plagius - Detector de Plágio 2.8.5


domingo, 19 de junho de 2022 19:19

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