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as Transformações da linguagem e advento da cultura modernista no Brasil,

também encontrado na Revista Estudos Históricos, escrita pelo autor Nicolau Sevcenko
(Os anos 20; v.6, nº 11, 1993). Sobre o trabalho, Sevcenko aborda o contexto das
transformações de linguagem e sobre como esta ferramenta se projeta sobre a
disseminação ao advento da cultura modernista no Brasil, em especial na cidade de São
Paulo, em meados da década de 1920. A linguagem aqui consiste em um sistema de
produção de significados e de interação comunicativa, que se amplia ao discurso da fala,
em uma cultura que se apoia sobretudo no que é simbolicamente transferido à ação
pura.
Neste escopo, Sevcenko, articula suas ideias ao apresentar fragmentos de uma
documentação afim de atribuir e reconduzir a experiência da cultura como modo de
manifestação do processo de mudança social. Tal documento refere-se a Semana de
Arte Moderna, momento ao qual marcava a irrupção da cultura modernista do Brasil, se
referindo a duas das mais destacadas personalidades da época. Uma delas era Monteiro
Lobato, escritor e empresário, responsável pela revolução no mercado editorial que
inaugurou a moderna indústria de livros no Brasil. A outra figura de destaque era Paulo
Prado, escritor e historiador, filho de Conselheiro Antônio Prado, patrocinador da
Semana de Arte Moderna.
O artigo de Sevcenko, também destaca a participação de Fernando de Azevedo,
pessoa idealizadora da reforma educacional em todo o estado de São Paulo, trabalho
realizado sob o governo do presidente do estado Washington Luís ( do Partido
Republicano Paulista). Com o sucesso do programa Washington Luís decidiu expandi-
lo para ao restante do país, obtendo o controle do governo federal. Porém, não
obtiveram êxito devido a crise do café de 1929 que destruiu o domínio paulista. Ainda
assim, o presidente Getúlio Vargas, após o golpe de Estado de 1930, utilizaria os
princípios e a experiência do professor Fernando de Azevedo.
A iniciativa dessas personalidades não eram, contudo, totalmente originais, pois
procuravam acompanhar, no seu próprio interesse, as mudanças que haviam
desencadeado com o advento da chamada Segunda Revolução Industrial, ou Revolução
Científico-Tecnológica, a partir da década de 1870. Processo este que se apoiavam em
avanços tecnológicos levando a utilização de novas fontes de energia, de petróleo, gás e
eletricidade, resultando uma imensa escala de investimentos capitalistas, aos quais
permitiria a implementação de modernos e complexos modelos industriais baseados na
administração científica e em sua linha de montagem. Esse princípio de produção em
massa se expandiu até assumir proporções globais, alcançando as mais remotas regiões,
sob a ânsia por matérias primas e por novos mercados, dando origem às megalópoles do
século XX. São Paulo, foi um exemplo de um subproduto das lavouras de café, como
consequência, houve diversos movimentos de migração para o estado. Porém havia o
óbice de que as autoridades deveriam fornecer a essas pessoas infraestrutura básica,
para se obter o mínimo de dignidade de vida possível.
No que concerne à coordenada dos fluxos urbanos, deveriam impor planos de
zoneamento baseado nas funções das áreas (criação do código de trânsito,
estabelecimento de regulamento de obras de segurança e higiene e fixar escalas de
atividades), objetivando tornar a vida social na cidade estável, produtiva e acelerada.

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