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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE HISTÓRIA

HISTÓRIA DO BRASIL 2
Profª. Raquel Campos

Literatura e imprensa no Brasil oitocentista


Ficha de avaliação dos vídeos

NOME: Carlos Nunes Camacho de França

AVALIE a apresentação de cada um dos grupos, utilizando um dos seguintes conceitos para
cada critério: MB (Muito bom), B (Bom), R (Regular), I (Insuficiente). Em seguida, responda as
questões colocadas.

GRUPO AVALIADO: 1. O Espelho: Revista semanal de Litteratura, Modas, Industria e Artes


(1859-1860)

Critério Conceito atribuído


1.a) Clareza Bom
1.b) Objetividade Bom
1.c) Respeito ao tempo de duração da Bom
apresentação (10-20 min)
1.e) Respeito à estratégia de apresentação Bom
solicitada (vídeo)
1.f) Domínio do conteúdo Muito bom
1.g) Apresentação da totalidade das Muito bom
informações solicitadas

2). Responda, sobre o periódico apresentado:


a). Nome: O Espelho: Revista semanal de Litteratura, Modas, Industria e Artes;
b). Período de publicação: de 4 de setembro de 1859 a 8 de janeiro de 1860;
c). Periodicidade (diário, quinzenal, mensal, etc.): Semanal;
d). Editor (quem era): Francisco Eleutério de Sousa;
e). Perfil da publicação (jornal de notícias, revista para mulheres, periódico literário,
etc.): Revista para mulheres (voltado para o sexo feminino);

3). Responda, sobre o lugar da literatura nesse periódico:


a). Quais eram os gêneros literários publicados (romance em folhetim, conto, crônica,
poesia, crítica teatral ou literária): romances, artigos, poesia, crônicas, críticas teatrais e
literárias;
b). Espaço de publicação no jornal (rodapé da primeira página, seção fixa, suplemento):
Era produzido em formato de jornal, contendo mais informações e características da
publicação em sua capa, foi publicado no formato de brochura com folhas in folio;

Local publicado: havia sessão fixa, como a revista “teatro” (temas centrais); as poesias,
poemas e crônicas, se diferenciavam a cada edição, assim como os artigos sobre a
literatura, indústria e críticas sobre o segundo reinado;

Os romances, geralmente, não eram finalizados em uma única edição, apareciam sempre
nas mesmas páginas da edição seguinte.

Nele poderia ser encontrado um panorama geral sobre o Segundo Reinado.

Havia sessões de poemas, de biografias, de notícias, informava publicações de livros,


comentava sobre teatro, sobre artigos de beleza e moda da época. Havia manchetes de
contos e lendas, romances e relatos sobre a hospitalidade em diversos lugares do país.

c). Autores publicados (escritores e escritoras? Nomes conhecidos?)


Bruno Henrique de Almeida Seabra, Casemiro José Marques de Abreu, Ernesto de
Kroger Sibrão, Francisco de Paula Brito, Francisco Joaquim Bitencourt da Silva,
Joaquim Maria Machado de Assis, Joaquim de Oliveira Catunda, Jose Joaquim Candido
de Macedo Junior, Justiniano José da Rocha, Casemiro de Abreu, Ladislau de Sousa
Melo e Neto, Laurindo José da Silva Rabelo, Manoel Duarte Moreira de Azevedo, entre
outros;

4). Convite à leitura:


a). Título do texto literário escolhido pelo grupo: Amor e fatalidade: O assassinato. Data
da publicação: 27 de novembro de 1859.
b). Autor: Manuel Duarte Moreira de Azevedo (Moreira de Azevedo);
c). Leia o texto e resuma seu tema/história/argumento:

Conta a história do autor principal da trama, de nome Júlio. Um menino que seria
abandonado ainda criança, mas foi encontrado por um nobre, Sr. Rodrigo, o qual o
acolheu e o criou como se fosse seu filho.
No que se parecia era que “uma estrela guiava” o destino deste moço, quando criança
fora abandonado nos bosques, e um braço protetor o amparara e vindo a ser criado em
um palácio, veio a encontrar ali ainda assim desgraças e tormentos.
Júlio se apaixona por Malvina, a filha do Sr. Rodrigo. Apesar de saber ser um amor
impossível por ser ele pobre e bastardo, era uma paixão bastante intensa. Malvina
também se apaixona por Júlio e inicia o romance.
Caso o Sr. Rodrigo soubesse desse amor, seria capaz de mandar degolar Júlio, ou julga-
lo por ser uma pessoa doente e o colocá-lo em um hospital. Júlio, querendo viver uma
paixão, decide então matar o Sr. Rodrigo, mas ao colocar seu plano em ação, uma
reviravolta acontece.
Ao entrar no quarto do Sr. Rodrigo, onde ele dormia, Júlio fechou os olhos, tirou uma
pistola do bolso, e apontou para o Sr. Rodrigo. Neste momento, a mão de alguém
suspendeu seu braço, fazendo com que Júlio saltasse por uma janela, porém a pistola foi
disparada, ferindo o Sr. Rodrigo.
Rodrigo então acorda ensanguentado, encara a sua filha, e recua apavorado. Então os
criados chegam, lançando-se sobre Malvina, dizendo que a culpada estava preza.
A ferida não era mortal, porem houve fratura na clavícula, o que fez com que o Sr.
Rodrigo demorasse algum tempo para se recuperar.
As autoridades da cidade souberam sobre o ocorrido, indo até o palácio e Malvina foi
imediatamente presa.
O Sr. Rodrigo, ao saber do amor que Malvina possuía por Júlio, ficou deveras furioso a
julgando culpada pela tentativa de assassinato contra a sua pessoa.
Malvina foi a júri, e todos os indícios e depoimentos do processo aconteceram em seu
desfavor. A justiça a condenou pela tentativa de homicídio. Sr. Rodrigo veio abraçar a
filha. Quando Malvina ia se retirando do tribunal, apareceu Júlio.
Júlio se declarou culpado, dizendo que Malvina na realidade era inocente. Júlio ainda
pede que Sr. Rodrigo o perdoe pela sua ação monstruosa.
Sr. Rodrigo então decide perdoar o pobre moço, porém Júlio é preso após ter confessado
todo o seu crime.
Júlio conviveu um tempo na prisão, pagando pelo seu crime. Nos dias de finados, data
em que as pessoas visitavam seus entes queridos já falecidos no cemitério, Malvina vem
ao encontro da sepultura de Júlio, que veio a falecer.

d). O que você achou desse texto?


Acredito que a trama da história revela bem ser um conto envolvente para a época.
Demonstrando personagens marcantes, mocinhas com características de serem bem
belas, inocentes, além de haver um romance avassalador, e um clímax de chamar a
atenção. Peculiaridades marcantes que cativavam a atenção do leitor naquela época,
como todas as histórias bem contadas.
Júlio, personagem principal, pôde vivenciar bons e maus momentos em sua vida, desde
passagens mais complicadas de sua infância ao ter sido abandonado, até ser adotado por
uma pessoa (Sr. Rodrigo) da alta classe social, que lhe propiciou todos os prazeres e
regalias de uma vida de luxo. Inclusive veio a se apaixonar pela sua filha Malvina.
Arrebatado talvez pelo medo, pela não aceitação social do relacionamento e pelo desejo
de continuar seu amor escondido (ao menos no início) por Malvina, decide então
cometer um crime. Porém se arrepende posteriormente, ao perceber que seu grande
amor iria responder pelo delito em seu lugar. Júlio ainda perde sua vida na prisão.
Malvina, a princípio, nunca deixa de amar Júlio, mesmo depois de sua morte.
Desta forma, a história mostra-se ser um belo conto escrito na época por Machado de
Assis.

GRUPO AVALIADO: 8. A Estação: Jornal Illustrado para a Familia (1879-1889)

Critério Conceito atribuído


1.a) Clareza Bom
1.b) Objetividade Bom
1.c) Respeito ao tempo de duração da Bom
apresentação (10-20 min)
1.e) Respeito à estratégia de apresentação Bom
solicitada (vídeo)
1.f) Domínio do conteúdo Bom
1.g) Apresentação da totalidade das Regular
informações solicitadas
2). Responda, sobre o periódico apresentado:
a). Nome: A Estação: Jornal Illustrado para a Familia;
b). Período de publicação: 15 de janeiro de 1879 a 15 de fevereiro de 1904;
c). Periodicidade (diário, quinzenal, mensal, etc.): quinzenal; sempre nos dias 15, 30 ou
31 de cada mês;
d). Editor (quem era): Era editada pela tipografia Lombaerts e Companhia, no Rio de
Janeiro;
e). Perfil da publicação (jornal de notícias, revista para mulheres, periódico literário,
etc.):
Direcionado ao público feminino era uma revista para mulheres.

3). Responda, sobre o lugar da literatura nesse periódico:


a). Quais eram os gêneros literários publicados (romance em folhetim, conto, crônica,
poesia, crítica teatral ou literária); crônicas, contos, novelas, romances em folhetim,
poemas, críticas literárias.
b). Espaço de publicação no jornal (rodapé da primeira página, seção fixa, suplemento);

Era considerado um jornal de modas, ou crônicas de modas femininas. Era parte


assumidamente importada e traduzida da revista alemã Die Modenwelt.

Era marcada por uma grande quantidade de figurinhas, gravuras, trabalhos manuais,
dicas e conselhos de economia e utilidades domésticas.

Além do Jornal de Moda, havia também na revista um suplemento, com páginas


próprias, chamadas de “Parte Literária”, que era composta especialmente para as partes
de edições brasileiras;

A revista era uma espécie de continuação brasileira da publicação francesa La Saison,


que havia circulado no Brasil de 1872 e 1878.

Tratava-se de moda e etiquetas femininas próprias das classes mais abastardas. Sendo
também direcionadas a mulheres que necessitavam reduzir despesas, enquanto
pretendiam manter certo grau de elegância.

Eram abordados temas como: tendencia de moda, tipicamente parisiense,


comportamentos, etiquetas e costumes tipicamente europeus.

c). Autores publicados (escritores e escritoras? Nomes conhecidos?)


Autores Europeus: Aurélien Scholl, Arsene Houssaye, Alphonse Karr;
Mulheres publicadas na Revista Estação: Adelina Lopes Vieira, Presciliana Duarte de
Almeida e Maria Clara Vilhena da Cunha;
Autores renomados: Arthur Azevedo, Afonso Celso, Luís Guimarães Júnior e Alberto
de Oliveira.
Além de: Teófilo Dias; Machado de Assis.

4). Convite à leitura:


a). Título do texto literário escolhido pelo grupo: A chave;
b). Autor: Machado de Assis
c). Leia o texto e resuma seu tema/história/argumento:
Foi publicado em quatro capítulos entre as edições de 15 de dezembro de 1879 e de 15
de fevereiro de 1880;
Narra os encontros e desencontros de um casal: Marcellina e Luís Bastinhos.
O autor se utiliza da metalinguagem, se dirigindo diretamente a leitora (no feminino),
demonstrando a consciência do autor de que o público-alvo do periódico são as
mulheres;
Faz digressões quanto ao caráter “piegas” de alguns elementos da própria narrativa dele
(narrativa romântica). Faz analogia a uma típica novela.

O enredo é narrado em terceira pessoa, principalmente do ponto de vista de Luís


Bastinhos, que expõe o impasse da insegurança do jovem quanto a correspondência de
seu amor por parte de Marcellina, e aparente indiferença dela aos avanços do rapaz.

Os dois se conhecem na praia do Flamengo, ocasião em que Marcellina, que era uma
boa nadadora, quase se afoga no mar, mas é salva pelo então desconhecido Luís
Bastinhos;
O pai da jovem que era calvo (tanto de cabeleira, quanto de espírito), Major Caldas,
logo vê em Luís Bastinhos, um ideal pretendente para a sua filha.
Porém, Marcellina permanece indiferente ao amor por Luís Bastinhos. Para ela, nem a
aprovação de salvação das ondas do mar, nem o apoio de seu pai e nem o os avanços
apaixonados de Luís Bastinhos, fazem com que ela possa mudar de opinião quanto aos
seus sentimentos em relação a seu pretendente.

Com indagações sobre abrir e fechar o coração de Marcellina, justificando o título do


conto (A Chave);

Posteriormente ocorre uma grande festa de aniversário do Major Caldas promovida por
ele, comunicada a Luís Bastinhos e sonhada por sua filha.

Luís Bastinhos, resolve presentear Major Caldas com um novo membro da família,
pedindo Marcellina em noivado.
Marcellina porém, quando fica sabendo das intenções do rapaz por meio de seu pai,
decide negar o pedido.
A chave do coração de Marcellina é colocada em evidência, devido a uma atitude
feminina de outra mulher, quando sua prima convida Luís Bastinhos para dançar
(atitude pouco convencional para o período);
O talento de Luís Bastinhos surpreende a todos da festa, inclusive a Marcellina, que
também ousadamente o convida para dançar.

O conto é finalizado com o casal principal (Marcellina e Luís Bastinhos) se casando.

d). O que você achou desse texto?

O foco de análise das narrativas tende a incidir sobre a psicologia feminina, analisando
sentimentos inconfessáveis, vaidades e pretensões de classe.
Exige certa cautela da parte da leitora, já que as referências aliciadoras e lisonjeiras que
lhe são destinadas estão quase sempre carregadas de malícia e ironia.
O conto machadiano descreve a fantasia feminina por meio de Marcellina. O narrador
conversa com o leitor (às vezes, apenas com as leitoras) o tempo todo sobre as
personagens, procurando com que ele veja o que ele, narrador, também está vendo e daí
tire conclusões. O ciúme também aparece no conto, ainda que de maneira moderada e
logo contornado pelo “final feliz”.
Se considerarmos a obra toda de Machado de Assis, veremos que seus temas são sempre
retomados, sem que sofram propriamente uma evolução ou uma ruptura;
Durante o baile, Luís Bastinhos se destaca como impecável dançarino e atrai os olhares
de todos, menos o de Marcelina que parecia não o enxergar.
Apenas após um episódio de ciúmes Marcellina percebe seus verdadeiros sentimentos
pelo rapaz, tendo o desfecho do conto pela união do casal.
O conto tem pretextos básicos de uma novela. Passa-se a impressão sobre as descrição
dos costumes na época, é descrito a boa e velha trama de uma história que cativa o
leitor, possuindo o seu clímax, e proporcionando sempre o final feliz que todos esperam
que aconteça.

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