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ECONOMIA – PADRÃO DE RESPOSTA

Questão no 1

preço do
algodão
R$
E Oferta brasieira
p2

p1
C D

Demanda brasieira

0 H A B G quantidade de
algodão

Quando o preço subir de p1 para p2 , a perda do consumidor brasileiro (devido ao menor excedente do
consumidor) corresponderá à área do trapézio p1 p2 E C. O ganho do produtor brasileiro (devido ao
aumento de seu excedente), corresponderá à área de p1 p2 F D.
As exportações brasileiras vão aumentar, em termos quantitativos, de C D para E F; e em termos de
receitas em Reais, da área A B D C para a área E F G H.
(valor: 10,0 pontos)

Questão no 2
A idéia dos institucionalistas modernos é de que a propriedade privada, devidamente estabelecida e
defendida pelas instituições, inclusive governamentais, e pelos valores ideológicos da população, reduz
a incerteza para o investidor sobre o retorno do que fizer e criar. E o investimento e a criação são
cruciais para o crescimento.
A dificuldade desta política decorre de se constatar que a propriedade privada muitas vezes perpetua
situações de ineficiência e de desigualdade social. A propriedade privada foi usada historicamente no
sentido de consolidar status, de perpetuar o poder de castas ou classes sociais, de excluir grupos, de
reduzir a competição e assim por diante. A propriedade privada não tem unicamente o sentido positivo
que os institucionalistas lhe atribuem; pode estar associada à desigualdade social.
(valor: 10,0 pontos)
ECONOMIA – PADRÃO DE RESPOSTA

Questão no 3
Para a economia crescer é necessário que haja investimentos em setores que vão produzir para o
mercado interno e/ou para o externo. O volume destes investimentos depende dos riscos e do custo
do capital.
A política de juros altos, embora reduza o risco inflacionário e as instabilidades conseqüentes, cria
problemas de custo de capital elevado, de mercado doméstico relativamente desaquecido. E, se o Real
se valorizar, devido ao ingresso de capitais financeiros atraídos pelo juro alto, para o produtor no Brasil
o mercado externo ficará menos acessível e o interno terá a concorrência de produtos importados.
Além do mais, os juros altos aumentam as despesas financeiras do setor público e privado e reduzem
sua capacidade de investir.
Estas dificuldades podem ser minoradas na medida em que a valorização cambial reduza o custo das
matérias-primas e de equipamentos importados.
Enfim, a absoluta segurança anti-inflacionária pode gerar inibição e inseguranças para o investimento e
o crescimento.
(valor: 10,0 pontos)

Questão no 4
No Brasil, em 1994, criou-se uma unidade de valor como indexador geral e único da economia – a URV
– de modo a coordenar, num único índice, as correções monetárias aplicadas aos preços e aos custos
quando expressos em moeda corrente. A URV variava diariamente de cotação em relação ao meio de
pagamento efetivamente usado nas transações, ou seja, aumentava seu valor no mesmo ritmo da
inflação neste meio de pagamento. Assim, os preços dos bens e serviços expressos em URV ficavam
estáveis e, naturalmente, não tinham correção monetária. No Brasil, os preços dos bens e serviços e os
custos passaram a ser expressos em URV, e os pagamentos correspondentes em moeda corrente
eram feitos, entre pessoas, após consultar a cotação da URV do dia.
Seis meses após a introdução na economia de uma unidade de valor estável e, portanto, desindexada,
criou-se o novo meio de pagamento a ela correspondente, uma nova moeda transacional
correspondente à URV e, em conseqüência, igualmente sem correção monetária. Foi o Real. Os
preços e custos expressos nesta moeda (que já não era apenas uma unidade de conta), ou seja, os
preços e os custos em Reais, eram estáveis (correspondiam aos preços estáveis em URV) e o processo
inflacionário foi absorvido.
(valor: 10,0 pontos)
ECONOMIA – PADRÃO DE RESPOSTA

Questão no 5
Uma pauta básica para a política industrial do país é no sentido de orientar os investimentos para os
setores de alto dinamismo da economia mundial, cuja demanda global esteja se expandindo
rapidamente e assim deva continuar, tanto quanto se possa prever. A demanda doméstica nestes
setores também crescerá bastante e é possível “reservar” o mercado interno para as empresas
produtoras do setor dentro do país, com políticas de proteção tarifária, de benefícios fiscais, creditícios,
de compras preferenciais, de fomento a inovação etc. Estas políticas terão que ser tanto mais intensas
(e socialmente mais caras) quanto menores forem as vantagens comparativas estáticas do país no
setor produtivo em questão.
Para a colocação do produto no mercado externo, também podem ser adotadas essencialmente as
mesmas políticas de apoio fiscal, creditício, etc., todas com seus custos, naturalmente. (É possível que,
no caso do mercado externo, haja uma reação maior dos produtores concorrentes no exterior,
localizados seja no país de destino do produto, seja em outros países).
Não obstante, a competitividade interna e externa da produção do setor no Brasil só pode ser mantida,
simultaneamente a uma paulatina redução dos custos de proteção e de incentivo, se condições
suficientes de escala de produção, de modernização e de contínua inovação puderem ser alcançadas,
esteja o setor vendendo para o mercado interno, para o externo ou para ambos. Este é o sentido
importante em que o dilema em questão é falso, não havendo oposição entre mercado interno e
externo.
Na verdade, é mesmo possível que, para manter a competitividade, a escala de produção tenha que ser
muito grande, e seja preciso produzir para os dois mercados, o interno e o externo. Haveria então
complementação e não oposição entre eles.
Enfim, o fundamental é alcançar as condições para que os custos de proteção e incentivo
governamental diminuam com o tempo, mantendo-se o nível de competitividade nos mercados interno
e/ou externo, não importa qual.
(valor: 10,0 pontos)

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