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O Que é Cidade. Raquel Rolnik.

Leitura e análise do livro

Sintetizar o sentido de cidade.


Comparação entre as cidades da antiguidade, medieval e contemporânea, buscando no conjunto
de todas as cidades alguns sentidos básicos.

Livro dividido duas partes:

1) A definição de cidade: busca entre cidade de vários períodos e estilos sentidos e


configurações comuns a todas. São quatro, os sentidos do pensamento urbano:
● A cidade como um imã
● A cidade como escrita
● A cidade da política
● A cidade do mercado

2) A cidade do capital: como a cidade se transformou para viver o capitalismo, órgãos


criados, organização social, e todo o tipo de organização política.

Definição de Cidade. P. 09
A autora busca definir a cidade, comparando as cidades em tempos distintos, suas organizações
espaciais e seus poderes político, econômico e civil.

“Na busca de algum sinal que pudesse apontar alguma característica essencial da cidade de
qualquer tempo e lugar, a imagem que me veio foi a de um imã, um campo magnético que atrai,
reúne e concentra os homens” (p.12).

A cidade como um centro onde os homens artificialmente criaram a partir da natureza e onde eles
se reúnem e se organizam como sociedade. – A cidade como Imã. P. 13-15

Como as aglomerações humanas começaram, quais tecnologias permitiram isso (como a do tijolo
cozido e a irrigação) e o porquê da sociedade passa a ser sedentária.

P. 15 – 18.
A cidade como escrita, evidencia a organização social da cidade e dimensão da vida, das
sociabilidades.
“É por isso que as formas e tipologias arquitetônicas, desde quando se definiram enquanto hábitat
permanente podem ser lidas e decifradas, como se lê e decifra um texto”(p. 17)

As causas de uma organização social são evidenciadas, como o excedente agrícola e as


técnicas agrícolas. Especialização do trabalho e registro da vida e dos acontecimentos. O
processo de migração para a vida urbana apresenta uma nova forma de separação na cidade,
separação de classes, com as construções de nobres, construções comuns e construções
precárias, que evidenciam uma nova forma de poder social.
Questões de segregação urbana – definido claramente na cidade industrial.
P. 19 – 25.
A cidade política, a organização dos espaços e da arquitetura da cidade se define pelas
imposições do poder - a forma política. As cidades tiveram organizações diferentes: Antiguidade –
Moderno - poder divino, poder dos reis, na dominação militar sobre a cidade, na dominação do
estado.

E hoje? Qual o poder?

Nas polis gregas e nas civitas romanas, o poder é menos centralizado, discutido entre os
cidadãos em lugares específicos, como o fórum romano e a ágora grega. Um poder mais
acessível, mas com suas regras próprias.

P. 25 – 29.
A cidade como mercado, o processo de florescimento mercantil, onde se inicia a cidades em
impérios e nações. As trocas foram essenciais para a abertura das cidades e sua comunicação, já
que a cidade não trabalhava mais fechada, para suprir as necessidades internas, deveriam suprir
necessidade de outras cidades, outros povos.
“Deste modo, cerâmica manufaturada na Itália foi encontrada no sul da Rússia ou no norte da
África”- abertura econômica das cidades e de como a divisão do trabalho iniciou-se no mundo.

Hoje a cidade vive para o mercado. Quais foram os grandes gestores e construtores das cidades?

P. 30
A Cidade do Capital
As cidades a partir do ponto de vista econômico capitalista. O que mudou nas
antigas cidades medievais a partir da formação do mercantilismo capitalista, e o que acontece na
cidade contemporânea hoje em relação ao capitalismo?

Quais as mudanças de poder do Estado?

Como se procedem a organização espacial do trabalho, a organização da moradia e da


circulação de bens e pessoas, a divisão de poder e a diferenciação de classes.
A cidade moderna tem essa clareza e essa configuração de cidade do capital estabelecida.

1) O ar da cidade liberta.
Cidade feudal – Cidade industrial
O trabalho servil e o controle senhorial, o controle do poder pela igreja, a cidade desorganizada,
vivendo para sim mesma e para os seus vizinhos. Cidade era o próprio feudo, caracterizando o
poder de organização dessa sociedade. Sistema baseado na imobilidade social, e com o
aparecimento do mercantilismo, o servo abandonou o campo e passou a tentar a vida na cidade,
que oferecia possibilidades de trabalho assalariado e até uma ascensão social.
Questões relacionadas as conquistas de cidades, formando monarquias, reinos ou estados
centralizados, militarizados e despó
ticos.
2) Separar e reinar – a questão da segregação urbana. P. 40
Local de trabalho e Local de moradia
A nobreza e a população comum
Papel do Estado?
Produção do espaço urbano - edifícios públicos e de poder X segregação social.

3) Estado, cidade, cidadania. P.53


A evolução do Estado como instituição reguladora da organização social e espacial, e como o
Estado contribuiu para a segregação social e urbana. A segregação espacial também é uma
forma de se obter uma segregação social.
O Estado se firma como instituição forte após a unificação das cidades sob o domínio de um
poder central.

4) Cidade e indústria. P.71


A evolução das antigas corporações de ofício medievais, que acumularam lucros, começou a
praticar regras tipicamente capitalistas (baixar custos, aumentar os lucros e eliminar pessoal) –
evolução fabril.
A indústria gerou novas incógnitas na vida da cidade: A grande massa populacional vinda de
outras cidades e países para trabalhar nas fábricas, a deterioração do ambiente por conta das
práticas vorazes das indústrias.
Explicação comparativa e cronológica da evolução das cidades: ponto de vista estrutural, de
infraestrutura, das forças sociais e políticas, demonstrando que os movimentos gerados no
passado ainda continuam a influenciar cidades modernas e atuais.

Referência
ROLNIK, Raquel. O Que é Cidade. 3ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
Currículo
Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1978), mestrado
em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1981) e doutorado em Graduate
School Of Arts And Science History Department - New York University (1995). Desde 1979 é
professora universitária no campo da arquitetura e urbanismo, sendo atualmente professora da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Urbanista, foi Diretora de Planejamento da cidade
de São Paulo e consultora de cidades brasileiras e latinoamericanas em politica urbana e
habitacional. Foi também Secretária Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades
entre 2003 e 2007. É autora de livros e artigos sobre a questão urbana e foi Relatora
Internacional do Direito à Moradia Adequada do Conselho de Direitos Humanos da ONU
(2008-2014). Desde 2011, é bolsista de produtividade de pesquisa do CNPq.

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