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Os maus hábitos
Para amar verdadeiramente um bem é necessá rio ter ó dio pelo mal, opor-se
violentamente ao estado que se opõ e a bondade. E nã o falamos do ó dio das baixas paixõ es, mas
do ó dio como o afastamento necessá rio para se encontrar a verdadeira perfeiçã o. Se nã o se
passa a detestar os vícios que sã o contrá rios a constâ ncia, pelo menos intelectualmente (pode-
se até sentir o prazer, mas entender que é mal e evita-lo a qualquer custo), nã o há como vence-
los e abraçar verdadeiramente esta virtude. É preciso elimina-los, pois nã o se pode ser
presunçoso ao ponto de achar que nã o se está sujeito à s quedas mantendo-os por perto.
A vaidade
Vaidade é uma gló ria vazia, busca insensata de alguém por receber aplausos, atençõ es e
merecimentos. E se opõ e à constâ ncia porque comumente o mais importante é realizado no
escondimento, sem espectadores e fã s. O que solidifica a nossa personalidade é feito,
geralmente, no silêncio, sem gló ria externa e aplausos. Se a motivaçã o bá sica é a vaidade, a
constâ ncia nã o subsistirá .
O orgulho
O orgulho nã o é apenas a necessidade de receber a gló ria, mas o desejo de recebê-la por
já se achar grande. Orgulhoso é aquele que se considera maior do que realmente é.
O problema disso está em este gigantismo é uma ilusã o, mas nó s acreditamos nele e
queremos nos colocar dentro desta fantasia, desta sensaçã o de que podemos mais, somos os
mais inteligentes, os mais sá bios, os mais ponderados, os mais bonitos. Mas como ninguém
consegue viver para sempre dentro de uma mentira, esta ilusã o de desfaz gerando frustraçã o,
abandono e tédio.
O orgulho gera também impaciência, pois sendo tã o superiores nã o suportaremos as
dificuldades e as lentidõ es das situaçõ es e pessoas que consideramos inferiores.
Gera também a presunçã o, acreditando que aquelas palavras, aqueles conselhos, avisos
e alertas podem até ser ú teis para a grande maioria das pessoas, mas nã o para nó s e para
aqueles que, à nossa semelhança, possuem uma capacidade superior.
Hoje se oferecem muitas técnicas e métodos de aumentar a eficá cia e a produtividade.
Desenvolver uma rotina pró pria, por exemplo, já é uma destas técnicas. E muitas vezes
falhamos e pensamos que o problema está na técnica. Infelizmente o problema nã o é o método:
o problema é o espírito, ferido pelo orgulho.
O apego à sensibilidade
Nã o há como ser constante se permanecemos no mundo das sensaçõ es. Chegará um
momento em que a constâ ncia nos pedirá o esquecimento de nó s mesmos e do gosto ou
desgosto, das sensaçõ es que tal gesto causa em nó s, e isto em nome de um ideal de excelência
(ir rezar com gosto, sem gosto e até com desgosto, por exemplo).
A constâ ncia é uma grande marca na vida daqueles que realizaram grandes obras.
Pensemos nos santos, como perseveraram até o fim nos trabalhos que lhes foram confiados por
Deus. Basta-nos o exemplo de Santa Clara de Assis, que soube viver mais de quarenta anos em
fidelidade absoluta ao ideal confiado por Deus. Ela alcançou o má ximo do que poderia ser.
Pensemos no Cristo e nos seus 30 anos de vida escondida, vivendo em plenitude cada momento
e colocando o má ximo de amor em atitudes repetidas tantas vezes, tã o comuns e rotineiras.
E nó s, queremos também atingir a excelência nas nossas vidas, sermos os melhores
consagrados que podemos ser dentro dos nossos deveres de estado?