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ATITUDE MENTAL

Existe um único ponto de vital importância: é a forte vontade de crescer e expandir


custe o que custar. Esta atitude é fundamental. O pior pensamento a seu próprio
respeito é pensar “não tenho capacidade”. Pense assim: “eu também sou um ser
humano. Se aquela pessoa está fazendo, eu também serei capaz de fazer.”

Aquele que nunca desiste, com uma forte determinação para realizar o seu trabalho –
mesmo cometendo falhas ou sendo ridicularizado pelos outros – certamente crescerá
bastante. Eu próprio trabalho com essa atitude. Entretanto, aqueles que desistem após
o primeiro fracasso não servem, de fato, para o trabalho.

Há um provérbio que diz: “a resignação é importante.” Em algumas circunstâncias isso


é verdadeiro, mas, neste caso, a “não resignação” é fundamental. Em resumo, devemos
desistir quando a causa não for boa e, pelo contrário, ter força de vontade para as boas
causas.

Meishu-Sama em 1950

BONDADE E CORTESIA

Bondade e cortesia são as qualidades que mais faltam ao homem da atualidade.

Há um método que nos permite avaliar o nosso progresso na Fé e o nosso


aprimoramento espiritual. Primeiro, devemos evitar as desavenças; depois,
desenvolver a bondade; por fim, nos tornarmos mais corteses. Se conhecermos alguém
com tais atributos, veremos logo que é pessoa polida, que se aprimorou e que possui o
intrínseco valor da Fé. Essa pessoa será estimada e respeitada por todos; suas atitudes
valerão como uma silenciosa divulgação de Fé; servirá como exemplo de Fé
concretizada em atos.

Mas o mundo atual mostra-nos, a todo instante, como é carente dessa bondade e
cortesia. Por toda parte, o ser humano vive a esmiuçar os defeitos alheios, odiando e
recriminando a toda gente, salientando sempre os seus aspectos desagradáveis.
Podemos afirmar que quase não existe cortesia no homem moderno. Há, nele, um
requinte de egoísmo, grosseria, espírito calculista e constante desculpa para todos os
erros que comete. Não lhe importa ser desagradável aos outros.

Tal procedimento jamais foi liberdade democrática; é um exagero nocivo, um abuso de


egoísmo. Em tudo isso, o mais desprezível é que o homem se transforma em delator e
perseguidor de seu próprio irmão, porque escasseia o sentido de amor humano. O
aumento desse tipo de gente obscurece a sociedade, esfria o relacionamento entre os
homens e engrossa a fileira dos desiludidos. Por isso é que os suicídios aumentam cada
vez mais.

A verdadeira civilização resultará do crescente número de pessoas que agem conforme


o cavalheirismo inglês ou a filantropia americana. Ser fiel às regras morais permite a
formação de uma sociedade agradável, onde reina o conforto. Se tal sociedade puder
ser criada, o Paraíso será uma realidade para o homem.
No Japão, há um assunto que tem interessado a muitos: a necessidade econômica de
desenvolver o turismo. As instalações materiais são importantes; mais importante, no
entanto, é a boa impressão que possam ter aqueles que nos visitam. Bondade, higiene
e cortesia não custam dinheiro e são elementos essenciais, que atraem os turistas.

A formação desse homem bondoso e cortês depende unicamente da Fé e constitui a


diretriz de nossa Igreja, que, nesse sentido, vem se desenvolvendo cada vez mais.

25 de outubro de 1950

NÃO SEJA ODIADO

Já lhes falei que não devem odiar ninguém. Digo-lhes, também, que não devem ser
odiados. Isso porque os maus pensamentos, o ódio, o ciúme, o desejo de vingança e
outros sentimentos negativos chegam até nós através dos elos espirituais e nos
atrapalham completamente. Ficamos mal humorados, perturbados e não podemos
desempenhar corretamente nossas tarefas; nessas condições, o sucesso é impossível.
Tomem, pois, o máximo cuidado.

Neste mundo, há muitas pessoas que não se incomodam de torturar o próximo e


torná-lo infeliz. Apesar disso, são elogiadas pelo êxito que alcançam em suas
profissões. Aqueles que procuram imitá-las, julgando ser esse o método certo para o
sucesso, possuem vistas curtas.

Se o número dessas criaturas perversas aumentar, será difícil que o mundo melhore. O
tempo nos revela, porém, que toda semente ruim produz mau fruto; os perversos
serão infalivelmente destruídos.

Assim, para vivermos bem humorados, para os nossos trabalhos progredirem


normalmente e para evitarmos grandes aborrecimentos, é preciso alegrar os nossos
semelhantes, tornando-os felizes. Esse é um dos fundamentos da Religião. Quem age
assim, merece ser qualificado de "inteligente". Por isso costumo afirmar que os
perversos são ignorantes. Esta é uma verdade eterna.

18 de julho de 1951

BECO SEM SAÍDA

Tanto os descrentes como os religiosos vivem a falar em crise. Isso demonstra que eles
desconhecem a realidade das coisas.

Se é a crise que abre caminho para o progresso, ela deixa de ser crise. Podemos
compará-la à pausa para tomar fôlego, na corrida, ou aos nós do bambu. As varas do
bambu se mantêm firmes devido à formação de nós no curso de seu desenvolvimento;
se lhes faltassem nós, não apresentariam sua conhecida resistência. Quanto mais nós
tem o bambu, mais forte ele é.

A natureza é sempre um bom exemplo. Observá-la minuciosamente facilita a


compreensão da maioria das coisas.

Falávamos em crises que surgem naturalmente. Entretanto, existem muitas pessoas


que entram em crise por falta de sabedoria e de capacidade para prever o futuro. Elas
criam para si mesmas crises artificiais; ficam desnorteadas quando entram num beco
sem saída. Aconselho que todos atentem bem para este assunto, porque terão nele
boas inspirações nos momentos críticos. Basta descobrir a falha que motivou a crise.
O homem precisa polir constantemente a sua inteligência. É por isso que os
Ensinamentos devem ser lidos tantas vezes quanto possível.

29 de outubro de 1952

EGOÍSMO E APEGO

Notamos que todas as pessoas manifestam em seu caráter dois traços irmãos -
egoísmo e apego - e que nos problemas complicados há sempre interferência desses
sentimentos.

Temos casos de políticos que acabaram na miséria porque o apego às posições os fez
perder a melhor oportunidade de se afastarem da vida pública. Eis um bom exemplo
da inconveniência do egoísmo e do apego.

Há industriais que, devido ao apego que têm ao dinheiro e ao lucro, irritam seus
fornecedores, prejudicando as transações comerciais. Momentaneamente, o negócio
se lhes afigura vantajoso, mas, com o tempo, mostra-se contraproducente.

Na vida sentimental, quem muito se apega geralmente é desprezado; muitas vezes os


problemas nesse terreno surgem do excesso de egoísmo.

O passado nos revela como os egoístas provocam conflitos e se atormentam, pelos


sofrimentos causados ao próximo.

Já dissemos que o principal objetivo da Fé é erradicar o egoísmo e o apego. Tão logo


me conscientizei disto, empenhei-me em exterminá-los. Como resultado, meus
sofrimentos se amenizaram e tudo corre normalmente em minha vida. Há um
ensinamento que diz: "Não sofra antecipadamente pelo que ainda não ocorreu, nem
pelo que já passou". São palavras de grande sabedoria.

A finalidade do aperfeiçoamento no Mundo Espiritual é a extinção do apego. A posição


do nosso espírito se eleva à medida que o apego se reduz.

No Mundo Espiritual, é raro que marido e mulher permaneçam juntos. A razão do fato
está na diferença da posição que o espírito de cada um alcançou. O convívio dos dois
só lhes será possível quando estiverem nivelados, como habitantes do Reino do Céu.
Entretanto, aqueles que alcançarem certo grau de aperfeiçoamento, terão licença de se
encontrar, embora estejam em camadas espirituais inferiores. Mas o encontro durará
apenas um instante, e a licença lhes será concedida pelas divindades que
superintendem os níveis em que eles estão situados. Não haverá permissão para que,
levados pela saudade, os cônjuges se abracem; à mínima intenção de teor mundano,
seus corpos ficarão rijos e perderão o movimento. Isso demonstra como o apego é
condenável.

A posição do espírito vai se elevando de acordo com a redução do apego, mediante o


aprimoramento no Mundo Espiritual. Sendo assim, o encontro de marido e mulher irá
sendo facilitado conforme eles forem subindo de nível.
Creio que, com o que acabamos de dizer, demos ao leitor uma clara noção da diferença
entre o Mundo Material e o Mundo Espiritual.

Outro aspecto negativo do apego refere-se às pessoas que se mostram insistentes


quando convidam outras a participarem de sua crença, dando a impressão de serem
muito dedicadas. Isso não dá bom resultado. Impingir a Fé é um sacrilégio aos olhos de
Deus. Quem prega uma religião, só deve insistir se observar que o outro está
interessado. Se a pessoa não demonstra interesse, é melhor desistir e esperar o tempo
oportuno.

25 de janeiro de 1949

ENTREGUE-SE A DEUS

Frequentemente aconselho às pessoas: "Entreguem-se a Deus".

Entregar-se inteiramente a Deus é jamais se preocupar com o que possa acontecer. Isso
parece fácil, mas na realidade não o é. Eu mesmo faço um grande esforço para agir
assim; entretanto, as preocupações surgem-me involuntariamente. Neste mundo cheio
de perversidade, é quase impossível viver sem preocupações. Mas o homem de fé
torna-se diferente dos demais: tão logo lhe surge um problema, lembra-se de entregá-
lo a Deus. Sente-se, pois, aliviado.

Gostaria de salientar um ponto que a maioria das pessoas desconhece. Se


interpretarmos espiritualmente o ato de preocupar-se, verificaremos que ele
representa uma forma de apego. É o apego à preocupação. Isso constitui um grave
problema, porque influi maleficamente sobre todas as coisas.

O apego apresenta-se como desejo de fama, dinheiro e satisfação de todas as


vontades. Entretanto, ainda há outros apegos de caráter maligno. Por exemplo, referir-
se a alguém dizendo: "Fulano não merece perdão, é um insolente. Eu o detesto, vou
dar-lhe uma lição". Esse pensamento expressa o desejo obstinado de que aconteça
algo mau à pessoa.

Mas não me prenderei a essas conhecidas formas de apego; pretendo analisar aquelas
que nem todos percebem, tal como a preocupação em relação ao futuro e o
sofrimento pelo que já passou. Quando se trata de um religioso, embora Deus queira
protegê-lo, o apego forma espiritualmente um obstáculo. Quanto mais forte o apego,
mais fraca é a proteção Divina; daí nem sempre as coisas correrem como gostaríamos.
Vejamos.

É difícil conseguir de imediato aquilo que se deseja intensamente, mas todos sabemos,
por experiência própria, que é comum esse desejo se concretizar a partir do momento
em que, considerando-o inviável, a pessoa se resigna.

Às vezes, querendo obter algo, tudo nos parece fácil, mas nada conseguimos. E, mais
uma vez, o desejo se concretiza repentinamente, quando já o tivermos esquecido.

Na prática do Johrei acontece o mesmo. Se houver intensa vontade de curar alguém


"de qualquer maneira", a recuperação torna-se mais difícil. Entretanto, quando o
ministramos com desprendimento, ou quando a pessoa o recebe com certa
desconfiança, inesperadamente sobrevêm bons resultados. Frequentemente, apesar
do esforço de toda a família, o doente em estado grave acaba morrendo. Observa-se
que é relativamente mais fácil a cura de um enfermo, quando este e sua família se
preocupam menos, ficando um tanto indiferentes ante a ideia da morte.

Temos, ainda, o caso de o doente e seus familiares, ansiosos pela cura, verem a doença
ir se agravando sempre, até chegar ao ponto em que, ante a perspectiva do inevitável
desenlace, todos se resignam. É então que sobrevêm melhoras rápidas, e firma-se a
cura. Aquele que reage, confiando somente no poder de sua força de vontade, certo de
que vai se curar, quase sempre morre. É um fato curioso. A causa principal está no
apego à vida.

Esses exemplos mostram a perigosa influência do apego.

Ao nos depararmos com um doente desenganado, é bom insinuar-lhe, bem como à sua
família, que, diante da improbabilidade da cura, vamos pedir a Deus pela sua infalível
salvação no Mundo Espiritual. A partir daí, com a ministração do Johrei, muitas vezes a
doença começa a ceder.

O mesmo se aplica no relacionamento entre pessoas de sexos opostos. O demasiado


interesse de uma afasta a outra. Pode parecer irônico, mas é o apego que esfria o
coração. Aliás, a maioria dos acontecimentos tem, realmente, caráter irônico. Por isso,
são complicados e curiosos.

Considerando que quase sempre o apego é a causa do insucesso, tenho por hábito
aconselhar às pessoas que provoquem o efeito contrário. É a ironia das ironias, mas é a
pura verdade.

28 de novembro de 1951

CONHEÇA A VONTADE DIVINA

Volto a ventilar o assunto de que o homem foi criado para construir o Mundo Ideal
planejado por Deus. E ele só trabalhará com saúde, sem desgraças, em ambiente
satisfatório, se conseguir identificar-se com este objetivo Divino. Eis a Verdade Eterna.

O ser humano carrega não só as suas próprias máculas, como as de sua raiz familiar.
Além disso, mesmo sem saber, ele absorve substâncias tóxicas, aumentando,
inevitavelmente, o número de suas enfermidades. Ora, a existência de pessoas doentes
e, consequentemente, inúteis para a Obra Divina, constitui um prejuízo para Deus. Por
isso, é lógico que Ele deseje curá-las; nem precisaríamos preocupar-nos com o assunto.
No entanto, os que ignoram esse aspecto, julgam que os remédios sejam o único
recurso contra as doenças, e nada mais fazem que reprimi-las. Assim, desconhecendo a
Lei de Identidade Espírito-Matéria, jamais poderão obter a cura integral.

Os males que decorrem da ignorância humana, não se restringem às questões de


saúde. Todas as desgraças têm o mesmo caráter e destinam-se à purificação do
homem. O processo purificador, no entanto, muda seu tipo de ação de acordo com a
causa do mal.

Os pecados de furto, peculato, prejuízo ao próximo, luxo excessivo e outros, são


redimidos com perda de dinheiro e de bens materiais. O farrista que esbanja a herança
familiar está redimindo as máculas de seus pais e de seus antepassados. O espírito de
um antepassado escolheu um descendente para que, por seu intermédio, se processe a
purificação e a preservação do sangue da família, a fim de que ela venha a progredir no
futuro. Nessas circunstâncias, não há conselho que surta efeito. Pode ocorrer o caso de
dois irmãos com índoles diferentes: um é incorrigível e malvado; o outro é leal e
honesto. Aparentemente, o primeiro é mau e desonra o nome da família. Mas, à luz da
Verdade, purificando a família e eliminando as máculas dos antepassados, sua missão
assume maior importância que a do outro. Por essa razão, é dificílimo definir o bem e o
mal usando critérios humanos.

Incêndios, roubos, falsidade, perdas na Bolsa, falências comerciais, apostas inúteis,


gastos com doenças, etc., são formas materiais de redenção de máculas também
adquiridas materialmente. Portanto, embora possa fugir às sanções das leis humanas,
ninguém escapa das leis eternas.

O pecado de enganar ou ludibriar os olhos humanos será redimido,


consequentemente, pelos males da vista; aquele que se comete através da palavra,
provocará doença dos ouvidos ou da língua; torturar a mente do próximo causará
dores de cabeça; o uso dos braços apenas para benefício próprio, será fonte de
padecimento nos braços. A purificação ocorre de acordo com o princípio da
concordância.

Também o ingresso na Fé produz sofrimento, e este será tanto mais profundo, quanto
maior for a dedicação. O motivo é que Deus quer beneficiar a pessoa como
recompensa pela sua dedicação, e para isso é necessário eliminar suas máculas
espirituais, a fim de que ela possa receber Suas Graças. Suportando as purificações sem
vacilar, a pessoa receberá benefícios inesperados. Entretanto, quem não possui firmeza
de fé, vacila nesses momentos decisivos.

Vou lhes falar de minha experiência sobre o assunto. Durante vinte anos sofri em
virtude de dívidas aparentemente insolúveis. Finalmente consegui saldá-las em 1941.
Foi um alívio! No ano seguinte, começaram a chegar-me riquezas inesperadas, e assim
me surpreendi com a profundidade da Vontade Divina.

É habitual ouvirmos comentários como este: "Fulano ficou rico após o incêndio". Isso
nada mais é que uma consequência da purificação. Podemos dizer o mesmo em
relação ao incêndio de Atami. Se compararmos a atual cidade com o que ela era antes
da catástrofe, veremos que a diferença é surpreendente.

Concluímos que, se os bons acontecimentos são apreciáveis, os maus também nos


trazem benefícios, pois são purificadores, e que haverá verdadeira paz sempre que
soubermos agradecer, tanto na saúde como na enfermidade. Mas isto se limita aos que
têm fé. Com os descrentes ocorre o contrário: o sofrimento gera o sofrimento, a
ansiedade piora a situação, e tudo caminha para o abismo.

O segredo da felicidade humana consiste em aceitar esta verdade.

2 de dezembro de 1953

O SUSSURRO DE SATANÁS

“O Sussurro de Satanás”: parece até título de filme. Acho que todos já devem
Ter passado por esta experiência. A maioria das pessoas, quando ingressaram na fé
messiânica, geralmente experimentaram uma alegria especial, até então nunca
sentida. Tais pessoas haviam praticado fervorosamente algum tipo de fé mas, apesar
disso, dificilmente recebiam graças, não encontravam a Verdade e acabavam perdendo
todas as esperanças. Por isso, num momento de angústia, ao encontrarem a Igreja
Messiânica Mundial, é natural que ficassem alegres pois é como se tivessem
encontrado o tão poderoso tesouro, procurado há tanto tempo pelo caminho da vida.

Entretanto, existe um grande perigo: Satanás sempre está à espreita, procurando uma
oportunidade para abalar a fé de tais pessoas.

Desde épocas remotas, vem ocorrendo uma grande luta - invisível aos nossos olhos
entre Deus e Satanás. Esta luta se apresenta sob diversas formas. De uma escala maior
para uma menor, temos as guerras entre países, as divergências entre partidos
políticos, os conflitos entre classes sociais, as desavenças entre as pessoas e, por fim,
em sua menor forma, a luta que existe no interior de cada indivíduo: a luta entre o
Bem e o Mal. Resumindo, numa abrangências maior temos a guerra entre os países e,
na menor escala, temos a luta incessante dentro de cada indivíduo. O resultado é que a
maioria das pessoas, até os dias de hoje, vem apresentando uma forte tendência para
se ligar ao Mal, aumentando, cada vez mais. o número dos súditos de Satanás.
Contudo. é lógico que muitas pessoas não têm nenhuma consciência disso, pois, se o
soubessem, imediatamente procurariam afastar-se dele.

Dentre os que são salvos por Deus existem muitos que estão trabalhando para o Mal,
inconscientemente, pois eles têm a possibilidade de abrir seus olhos. Essa não
consciência consiste em acreditar que estão fazendo um bem, enquanto que, na
verdade, não passa de um mal; veneram um deus achando que é do Bem mas que, na
verdade, faz parte da falange do mal; o que acreditam ser a Verdade, na realidade não
o é e assim por diante. Portanto, basta apresentar-lhes a Luz da Salvação para
mostrarmos a verdadeira face dos erros cometidos.

O que falei até agora foi sobre as pessoas que ainda podem ser salvas, mas existem as
que não têm a mínima chance.: “Elas são poucas e veneram e praticam o mal
conscientemente. Estas raramente são salvas, o que é motivo de misericórdia, pois, na
ocasião do Juízo Final, suas almas serão extintas.

Voltemos ao assunto ao qual me referi no inicio. Quando a pessoa compreende o que é


a verdadeira fé, despertando para os erros cometidos no passado e não consegue
esconder a alegria nos momentos de emoção, provoca em Satanás um forte rancor por
perder mais um súdito. Assim, ele começa a agir a fim de recuperá-lo de qualquer
maneira.

Aqueles que não percebem o plano de Satanás, acabam vacilando na fé pelo mais
simples motivo. Geralmente, ele procura confundi-los, utilizando de forma ardilosa os
conselhos de um amigo ou as palavras amáveis dos familiares. Ou seja, as palavras
amáveis, na verdade, não passam de uma máscara utilizada por Satanás para destrui-
los. Se, neste momento, não tivermos uma fé bem solidificada, acabaremos nos
deixando levar pela conversa, pensando: "Ei Ele tem razão..." Neste ponto, uma parte
da fé já foi destruída pela artimanha de Satanás, permitindo, assim, a livre atuação da
falange dos demônios. E como se fosse uma guerra medieval: basta uma parte da
muralha ser destruída, para que todo o exército inimigo invada o castelo por essa
brecha, apossando-se dele completamente.

Quando os demônios invadem o coração da pessoa, imediatamente eles procuram um


meio de afastá-la da fé, enchendo sua cabeça com ardis pretextos. Ou seja, este é o
sussurro de Satanás, que vive procurando alguma falha na fé. Por exemplo: ele começa
a deturpar as coisas, fazendo a pessoa considerar pequeninas coisas como enormes
erros da fé e a reprovar constantemente a fé praticada, confundindo-a através de
brilhantes argumentos. Tais argumentos são tão engenhosos que as pessoas comuns
não têm condição nenhuma de perceber o erro que estão cometendo.

Uma das artimanhas utilizadas é a de não deixar a pessoa se aproximar da Igreja.


Quando ela pensa em ir à Igreja para alguma atividade, Satanás arranja sempre algum
empecilho, algum contratempo, ou seja, algum pretexto para não deixá-la ir. Isto
porque Satanás tem um grande pavor da forte Luz emanada em nossa Igreja. Para ele,
não existe nada mais aterrorizante do que a Luz Divina. Ao entrar em contato com ela,
Satanás tem sua força maléfica enfraquecida.

Suponhamos uma pessoa que sofra de uma doença incurável e, de repente, seja salva
pela Força de Kannon (Johrei). Nesta hora, é natural que nasça dentro dela uma
fervorosa fé, que a faz entregar sua própria vida a Deus, já que foi recuperada pela Sua
Luz. E difícil acreditar mas, ás vezes com o passar do tempo, existem aquelas que são
meio distraídas" e acabam esquecendo o sentimento inicial, o que é muito desolador
Essas pessoas "distraídas", mesmo tendo sido salvas por Deus uma vez, caem
facilmente nas engenhosas armadilhas de Satanás e, infelizmente, acabam se tornando
prisioneiras do Mal.

Uma vez se afastando da fé quase todas as pessoas acabam se tornando infelizes, o


que é um fato inegável, pois não são poucos os casos vistos até hoje Entretanto,
aquelas que percebem a tempo o erro cometido, voltam a procurar a salvação o mais
rápido possível e ainda conseguem encontrar a felicidade. Todavia, o mesmo, já não
acontece com aquelas que não percebem seus erros e, certamente, cairão na
infelicidade. É como se alguém as salvasse, puxando-as para dentro da Arca de Noé e,
logo depois, elas mesmas se jogassem no mar e morressem afogadas.

Chamo a atenção das pessoas que já receberam graças: tomem o máximo de cuidado
no assunto citado acima.

19 de abril de 1936

NÓS É QUE TRAÇAMOS O NOSSO DESTINO

Ao falar em destino, devo esclarecer primeiramente que as pessoas confundem


predestinação com destino. A diferença, no entanto, é radical. Devemos entender por
predestinação certas condições a que estamos sujeitos antes mesmo do nascimento,
ao passo que o destino depende inteiramente do homem.

A não-realização de diversos desejos deve-se à predestinação, da qual estamos


impossibilitados de nos livrar. O importante é conhecer o seu limite, o que é difícil, ou
seja, quase impossível. O desconhecimento desse limite faz o homem traçar planos
superiores à sua capacidade e ter esperanças descabidas, que o levam ao fracasso. Se,
consciente do seu erro, ele voltasse imediatamente ao ponto de partida, certamente
sofreria menos, mas a ignorância da predestinação o impele a prosseguir, aumentando
sua desgraça.

Isto decorre também do fato de subestimar-se o rigor do mundo. Como resultado, a


maioria das pessoas só toma consciência da realidade após amargas experiências,
falhando nas tentativas de recuperação ou vendo-se impedidas de recomeçar suas
atividades, por causa das pedras lançadas em seu caminho. Felizes os que reconhecem
o erro em tempo, ao tomarem conhecimento da realidade.

Referi-me ao destino dos descrentes. Com os crentes é diferente.

Devo abordar a questão pelo aspecto espiritual e dizer, numa palavra, que todos os
sofrimentos são ações purificadoras. Ser vítima de chantagem, incêndio, acidente,
roubo, desgraça familiar, prejuízo, fracasso comercial, necessidade monetária, conflito
conjugal, desavença entre pais e filhos ou entre irmãos, contenda com parentes e
amigos, tudo isso faz parte da ação purificadora. Nessas circunstâncias, só há um
recurso: eliminar as máculas espirituais por meio do sofrimento. Enquanto houver
máculas no espírito, a ação purificadora persistirá; diminuí-las, é condição essencial
para melhorar o destino. O ato purificador é dispensado quando atingimos certo grau
de purificação; então a desgraça se transforma em felicidade. Sendo esta a verdade, a
boa sorte não se espera de braços cruzados, mas purificando.

Se a Fé é o meio para purificarmos sem sofrimentos, é natural que não haja felicidade
para os descrentes. Existem diversas espécies de crenças, mas para se obter a
verdadeira felicidade é preciso seguir uma fé verdadeira e de poder elevado. Daí a
necessidade de se reconhecer a Igreja Messiânica Mundial como uma religião que
corresponde a essa condição.

25 de outubro de 1952

O SEGREDO DA BOA SORTE

Já escrevi a respeito em outras oportunidades, mas insisto sobre o assunto porque,


quanto mais observo o mundo atual, mais vejo pessoas infelizes.

É desnecessário dizer que, desde a antiguidade, a boa ou má sorte do homem constitui


a questão mais difícil que existe. Talvez o ser humano esteja fadado, desde o momento
em que nasce até o momento em que morre, a nunca se libertar do desejo de obter a
boa sorte. Isso porque geralmente não conseguimos compreender aquilo que mais
desejamos. Seria maravilhoso se o conseguíssemos, mesmo que fosse um pouco.
Felizmente, eu adquiri clara compreensão dos fundamentos para se alcançar a boa
sorte. Além disso, pelas minhas próprias experiências, verifiquei que eles não contêm o
mínimo erro, de modo que os exponho com toda a convicção.

Conforme todos podem observar, não existe nada mais vago, abstrato e difícil de ser
obtido que a boa sorte, algo tão simples. Não estando ela ao nosso alcance, a única
alternativa que temos, naturalmente, é esperar por ela. Daí, talvez, o nome sorte.
Concordo com as palavras: "A vida é uma grande aposta", pois até as pessoas
consideradas sábias continuam a perseguir a boa sorte, embora pareçam ter perdido as
esperanças de alcançá-la. Talvez esta seja a predestinação dos homens.

É unicamente pela vontade de alcançar a boa sorte que conseguimos fazer diversas
coisas, seja qual for o sacrifício. Por esse motivo, também, é que "fazemos das tripas
coração" e chegamos ao fim da vida sacrificando-nos para realizar nossos desejos.
Assim, talvez, seja a vida. Não existe nada mais irônico que a sorte: quanto mais
tentamos agarrá-la, mais ela foge. No Ocidente, existe um ditado que diz: "A
oportunidade de obter a boa sorte só aparece uma vez na vida. Se a perdermos, não
encontraremos outra". É exatamente assim.
Pela minha longa experiência, sinto que sou constantemente ludibriado pela sorte. Às
vezes parece que vou consegui-la facilmente, mas tal não acontece. Quando a vejo
bem diante de meus olhos e estendo as mãos para alcançá-la, ela acaba escapando.
Quanto mais a perseguimos, mais rápido ela foge. É realmente difícil lidar com ela. Mas
eu consegui agarrar de fato aquilo que se chama sorte. Entretanto, o que complica sua
explicação é a existência de pontos desconhecidos que as pessoas dificilmente
compreendem, salvo as que têm fé. Isto porque elas olham somente o lado superficial
das coisas e não o seu interior; ou melhor, não o enxergam. E no caso da sorte, sua
causa está justamente no interior; sem compreender isso, é impossível alcançá-la.
Quando o homem movimenta o corpo, não é o corpo em si que se move; quem o faz
mover-se é o espírito, que está dentro dele. Da mesma forma, o fator essencial da
sorte está no interior do homem. Vou explicar melhor.

Em primeiro lugar, ampliemos a teoria acima. A parte superficial do mundo


corresponde ao Mundo Material, e a parte interior, ao Mundo Espiritual, ou seja, o
espaço invisível aos nossos olhos. Esta é a estrutura do mundo; assim o fez o Criador.
Por isso, da mesma forma que o espírito move o corpo, o Mundo Espiritual move o
Mundo Material. Em tudo, o Mundo Espiritual é soberano, e o Mundo Material, súdito.
Portanto, o mesmo acontece com a sorte; basta que ela advenha ao nosso espírito, que
se encontra no Mundo Espiritual, para que, refletindo igualmente na matéria, nos
tornemos pessoas afortunadas.

Darei explicações mais detalhadas sobre o Mundo Espiritual. Ele possui uma hierarquia
muito mais justa e rigorosa que a do Mundo Material. É constituído de cento e oitenta
camadas, distribuídas em três planos – Superior, Intermediário e Inferior – cada um
composto de sessenta camadas. Naturalmente, o Plano Superior é o Céu; o Inferior é o
Inferno; o Intermediário corresponde ao Mundo Material. Talvez o homem
contemporâneo não acredite nisso de imediato; entretanto, como Deus me mostrou
minuciosamente a relação entre o Mundo Espiritual e o Mundo Material, e, através de
minha longa experiência, adquiri o mais profundo conhecimento sobre o assunto, não
há o menor erro no que estou afirmando. Como prova disso, existem inúmeras pessoas
que, acreditando nesse princípio e colocando-o em prática, conseguiram alcançar a boa
sorte. Eu me incluo entre elas. Para se certificarem do que estou dizendo, basta que me
analisem imparcialmente: constatarão o estado de felicidade em que eu me encontro.

Ampliando um pouco mais o assunto, falarei sobre as camadas espirituais mencionadas


acima. Se, conforme expus, o corpo físico do homem está no Mundo Material, e o
espírito, no Mundo Espiritual, este deve situar-se numa das cento e oitenta camadas, a
qual seria uma espécie de "residência" do espírito. Esta "residência" não é fixa; flutua
constantemente para cima ou para baixo. Uma vez que o destino acompanha essa
flutuação, o homem deve esforçar-se ao máximo para elevar-se às camadas superiores.

Naturalmente, o Plano Inferior é o Inferno; um mundo de trevas, repleto de doença,


pobreza, conflito e figuras horrendas, assombrosas, monstruosas, com todos os tipos
de sofrimentos possíveis. Em contraposição, quanto mais alta for a camada, melhor a
sua condição. O Plano Superior é o Céu, local puro, de paz, luz, saúde e riqueza. O
Plano Intermediário é mais ou menos a média entre os dois extremos.
Consequentemente, se a "residência" do Mundo Espiritual reflete-se na matéria e
transforma-se em destino, é claro que o princípio fundamental da boa sorte está na
elevação do nível espiritual.
Como nos mostra a realidade, existem muitas pessoas que, tornando-se importantes e
invejadas por terceiros, ficam orgulhosas e pensam que continuarão assim
eternamente. Um dia, porém, de forma inesperada, veem-se decaídas, arruinadas,
regredindo ao estado anterior. Isto acontece porque, desconhecendo o fundamento da
boa sorte, elas se baseiam quase que somente na força humana. Além disso,
maltratam os outros e forçam situações. Assim, mesmo que, aparentemente,
obtenham êxito, seu espírito está decaído no Inferno. Em consequência, pela Lei do
Espírito Precede a Matéria, essas pessoas passam a ter o mesmo destino. Da mesma
forma que a matéria, o espírito tem peso, de modo que, se ele for pesado, cai no
Inferno, e se for leve, sobe ao Céu. A conhecida expressão "peso na consciência"
refere-se exatamente a isso.

Ao contrário das más ações, que maculam o espírito e o tornam pesado, as boas ações
o tornam leve, fazendo-o elevar-se. Por conseguinte, o segredo da boa sorte é
evitarmos o mal, não cometermos pecados e praticarmos o bem o máximo possível,
tornando leve o nosso espírito. Por se tratar da Verdade, afirmo que não há outra
maneira para alcançarmos a boa sorte.

Explicada dessa forma, a teoria é realmente fácil de ser compreendida; entretanto,


quando vamos colocá-la em prática, torna-se muito difícil. Existe, porém, um método
facílimo para conseguirmos isso. Esse método não é outro senão a Fé. Portanto, as
pessoas que realmente desejam obter a boa sorte, antes de tudo e mais do que tudo,
devem se converter.

3 de fevereiro de 1954

FELICIDADE

Em todos os tempos, o ser humano aspirou à felicidade, primeiro e último objetivo do


homem e meta de todo preparo, esforço e aperfeiçoamento. Mas quando poderão as
criaturas consegui-la de fato? A maioria, não obstante ansiar pela felicidade,
permanece vítima das desgraças e deixa este mundo antes de desfrutar a alegria de vê-
la concretizada.

Será, então, a felicidade algo tão difícil de se conseguir? Devo dizer que não. A
felicidade baseia-se na eliminação de três fatores principais: doença, pobreza e
conflito. Como essa eliminação não é fácil, a maior parte das pessoas submete-se a
uma forçada resignação.

Tudo se enquadra dentro da Lei de Causa e Efeito, e a felicidade não foge a essa lei.
Descobrir sua causa será, pois, descobrir a chave do problema. A solução da incógnita
está na compreensão do amor altruísta. Lutar pelo bem-estar do próximo é a condição
essencial para nos tornarmos felizes. O mundo, entretanto, está repleto de pessoas que
buscam a felicidade apenas para si, indiferentes à desgraça alheia.

É uma tolice almejar a felicidade semeando a infelicidade. É como a água de um


recipiente: se a empurramos, ela volta; se a puxamos, ela se afasta. A necessidade da
Religião reside nesse ponto. O amor pregado pelo cristianismo e a caridade búdica têm
por propósito infundir a fraternidade no coração humano. Contudo, essa verdade tão
simples é difícil de ser reconhecida pelo homem.

Deus, por meio de Seus representantes, criou as religiões, que por sua vez
estabeleceram doutrinas, através das quais são indicadas as bases do viver. São as
religiões que nos ensinam a existência de um Ser Invisível, para, com a mais pura
intenção, conduzir-nos ao caminho da Fé. Não é pequeno o empenho requerido para
salvar uma pessoa. A vida realmente não tem sentido para a maioria, que, não sendo
ensinada a crer no invisível, parte para o Além indiferente aos ensinamentos,
ludibriada e perdida nas trevas. Todavia, para os que souberem desfrutar da alegria de
viver, extasiar-se com as verdades, conseguir vida longa e o meio de serem
verdadeiramente felizes, o mundo será, sem dúvida, um paraíso digno de ser vivido.
Nós afirmamos que, para nos tornarmos felizes, há um caminho cujo rumo está
indicado neste livro, apresentado com tal propósito.

1º de dezembro de 1948

SEGREDO DA FELICIDADE

Quando falo em "segredo da felicidade", parece que me refiro a algo mágico e


misterioso. Nada disso, porém. O "segredo da felicidade" é muito simples. Tão simples,
que poucos conseguem descobri-lo.

Quantas pessoas felizes conhecemos? Talvez nenhuma. Isso mostra que o mundo está
cheio de sofrimento. Todos vivem sob o risco de fracasso, dúvida, desespero,
desemprego, doença, pobreza e conflito, acorrentados pelas dificuldades, como se
estivessem numa prisão.

Creio que todo ser humano, algum dia, perguntou a si mesmo: "Se Deus criou o
homem, por que o faz sofrer tanto, ao invés de determinar que no mundo reine a
felicidade?" Como essa interrogação permanece sem uma resposta, vamos tecer
considerações a respeito.

Muitos já me perguntaram: "Se Deus é Amor e Piedade, como deixou que o homem
errasse, para depois levá-lo ao Juízo Final?" E mais: "Se, desde o início, Ele não criasse o
homem como um ser malvado, não haveria necessidade de castigo ou Juízo Final..."
Parecem-me observações bem lógicas. Falando a verdade, eu também penso assim. Se
estivesse no lugar de Deus, poderia explicar tudo a respeito do problema. Como sou
apenas uma existência criada, não consigo dar a resposta que Ele daria. Entretanto,
esforço-me para compreender e imagino que a resposta da questão é a que vai a
seguir.

O bem e o mal se digladiam desde as eras mais remotas; jamais um predominou


definitivamente sobre o outro. Refletindo bem, foi em consequência do atrito entre
ambos que a civilização atingiu tão grande desenvolvimento.

Mas, como obter a felicidade neste mundo em que se empreende tal batalha?
Deixando de lado todas as suposições com que temos tentado compreender a vontade
de Deus, procuremos descobrir o meio de sermos felizes.

Como venho afirmando há muito tempo, nossa felicidade depende de fazermos os


outros felizes. Esse é o meio mais seguro para alcançá-la, e eu o venho aplicando há
muitos anos com resultados maravilhosos. Foi por isso que escrevi este ensinamento.
Simplificando o conselho, pratiquemos o maior número possível de boas ações,
pensemos em dar alegria às outras pessoas.
Que a esposa estimule o marido a trabalhar para o bem-estar da sociedade e que o
marido lhe dê alegria, mostrando-se gentil com ela e inspirando-lhe confiança.
É natural que os pais amem os filhos. Mas devem fazer mais do que isso: devem cuidar
do seu futuro com a máxima inteligência e eliminar atitudes autoritárias no trato com
eles.
Que na vida cotidiana suscitemos esperança no coração das pessoas com quem
lidamos, tendo por lema proceder com amor e gentileza em relação a chefes e
subalternos, bem como seguir as normas da honestidade.

Aos políticos, cabe esquecerem a si próprios, pondo a felicidade do povo acima de tudo
e erigindo-se como exemplos de boa conduta. O povo também deve praticar boas
ações e esforçar-se constantemente para desenvolver sua inteligência.

Sabemos que serão mais felizes aqueles que praticarem maior número de ações
louváveis. Já imaginaram que povo e que nação surgiriam, se todas as pessoas se
unissem para praticar o bem? Um país assim seria alvo de respeito universal. Poderia
ser considerado como uma parcela do Paraíso Terrestre, pois, com o tempo,
desapareceriam todos os problemas de ordem moral, toda doença, toda pobreza e
todo conflito. Seria como "bater com o martelo no chão" – a pancada não poderia
falhar.

Por toda parte existem homens praticando o mal, mentindo, enganando, buscando
atender às exigências de seu próprio egoísmo. É uma sociedade de seres maldosos.
Assim, a felicidade mantém-se muito distante. E o pior é que há quem julgue ser
natural um mundo tão perverso, achando inútil tentar reformá-lo. Temos até
encontrado quem procure impedir nossas tentativas de transformar em paraíso este
inferno terrestre. Essas pessoas, pelo mal que intentam, cavam sua própria desgraça,
criando para si próprias o pior de todos os infernos. São merecedoras de piedade e
oramos constantemente para que sejam salvas.

Tenho certeza de que, meditando sobre este ensinamento, todos perceberão que não é
difícil ser feliz.

1º de outubro de 1949

VENÇA SEU PRÓPRIO MAL

Já escrevi a respeito da necessidade de vencer o mal, dando à expressão o sentido de


não ser vencido pelo homem perverso. Agora falarei da vitória sobre o mal que existe
em nosso íntimo.

Dentro de cada ser humano há uma batalha constante entre o bem e o mal. É a luta
para subjugar as paixões do mundo, conforme a interpretação budista.

A ambição humana é ilimitada. Embora o homem viva tentando refrear-se em relação


ao dinheiro, ao sexo, ao poder, à fama e ao egoísmo, vê-se constantemente tentado
por eles. A consciência lhe adverte que seja prudente, que evite isto e aquilo que será
castigado se for a determinado lugar, etc. O campo de batalha desta luta sem trégua
encontra-se no interior de cada indivíduo.

A vitória do mal resulta em pecado e infelicidade; a vitória do bem cria felicidade. É


tudo tão simples e nítido quando examinamos a questão, que parece fácil de praticar.
Entretanto, mesmo com uma clara noção do assunto, os homens não são capazes de
triunfar na luta contra o mal, principalmente quando não têm fé. Eis por que os fiéis
mais esclarecidos pecam menos que os outros. Mas, para isso, é necessário que eles
façam um grande esforço.

Naturalmente, a força que nos arrasta à prática do mal pertence ao Espírito


Secundário, e a que nos conduz pelo caminho do bem, ao Espírito Guardião. Como,
além destes, temos o Espírito Primordial, que determina o Absoluto Bem, precisamos
fazer algo para aumentar-lhe o poder de atuação, porque essa é a força que domina o
mal pela raiz. Sendo assim, o único recurso é adorar a Deus e solidificar a fé. Não existe
outro meio para se obter a felicidade.

20 de junho de 1951

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