psicologia

da felicidade
e do bem-estar
curso de extensão
 Como citar este documento:
Guerra, V. M., Almeida, G. S. S. & Baumel, C. P. C. (2022). Emoções negativas vs
emoções positivas. Cartilha do Curso de Extensão Psicologia da Felicidade e do Bem-
estar. 3ª ed. Vitória, ES: Universidade Federal do Espírito Santo.

Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial
- Sem Derivações 4.0 Internacional. Para ver uma cópia desta licença,
visitehttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/.
 curso de extensão
psicologia da felicidade e do bem-estar
MÓDULO 4

EMOÇÕES NEGATIVAS
vs
EMOÇÕES POSITIVAS
Profa. Dra. Valeschka Martins Guerra

GEPPSI+
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

"Até mesmo uma vida feliz não pode existir sem um

pouco de escuridão, e a palavra felicidade perderia
seu sentido se não fosse
equilibrada pela tristeza."

Carl Jung
 SUMÁRIO

Apresentação do GEPPSI+ .............................................................................. 5

O Curso de Extensão ........................................................................................ 6
Neste Módulo
Professora Responsável ................................................................................ 7
Mapa do Módulo ............................................................................................... 8
Conceitos Básicos .............................................................................................. 9
Exercícios Sugeridos
Consciência Emocional .................................................................................. 14
A Visita da Gratidão ...................................................................................... 15
Bônus
Bônus 1 .............................................................................................................. 16
Bônus 2 ............................................................................................................. 16
Filmes, Séries e Livros ....................................................................................... 18
Leituras Sugeridas
Metade cheio ou metade vazio? .................................................................. 19
Como me tornei um guerreiro ...................................................................... 21
Referências ........................................................................................................ 22
Quem somos ....................................................................................................... 24
 Grupo de Estudos e Práticas em
Psicologia Positiva

O Grupo de Estudos e Práticas em Psicologia Positiva (GEPPsi+) foi

criado em 2016, na Universidade Federal do Espírito Santo, pela Profa. Dra.
Valeschka Martins Guerra, coordenadora geral, e pela Ma. Clarisse
Lourenço Cintra, coordenadora de educação e projetos, de forma a
agregar a produção e os eventos realizados pelo grupo no campo da
Psicologia Positiva.

Os principais objetivos do GEPPsi+ são: 1.Contribuir para a formação e

o aprimoramento no campo da Psicologia Positiva de alunos de graduação,
de pós-graduação e de profissionais da Psicologia e áreas afins. 2. Realizar
programas de extensão que efetivem intervenções com base na abordagem
da psicologia positiva, abertos tanto à comunidade interna como externa à
UFES; 3. Realização de pesquisas que abordem temáticas da Psicologia
Positiva, tais como educação positiva, forças de caráter, bem-estar,
autoestima, sentido de vida, atenção plena, entre outros.

O GEPPsi+ contribui para a construção do conhecimento no campo da

Psicologia Positiva, especialmente no âmbito nacional.

Saiba mais, siga-nos, curta, conecte-se conosco:

https://geppsipositiva.wixsite.com/geppsipositiva

@geppsipositiva

@geppsipositiva

GEPPSI+

5
 Curso de Extensão
- Psicologia da Felicidade e do Bem-estar -

O Curso de Extensão Psicologia da Felicidade e do Bem-estar tem

como objetivo apresentar, de forma acessível, o conhecimento construído
na área da Psicologia acerca de tais temas. Evidências científicas nos
mostram que compreender as próprias emoções, pensamentos e
comportamentos pode ser um passo importante para lidar melhor com os
possíveis desdobramentos de situações desafiadoras.

A proposta é composta por 13 módulos de conteúdo:

1. O que é a Psicologia Positiva e como ela pode ajudar?

2. Tipos de bem-estar
3. Emoções negativas x Emoções positivas
4. Regulação emocional
5. Otimismo x Positividade tóxica
6. Bem-estar financeiro
7. Saúde física - sono, alimentação e exercícios
8. Relacionamentos e sexualidade
9. Saúde mental da população LGBTQIA+ e Negra
10. Mindfulness e flow
11. Compaixão e autocompaixão
12. Espiritualidade e Sentido de vida
13. Resiliência

Teremos convidados e convidadas especialistas para conversar co-

nosco em alguns dos módulos. Além dos vídeos, você também receberá uma
cartilha como esta por módulo, com o conteúdo abordado, textos, sugestões
e entrevistas de pessoas de diversas áreas.

A cada semana, você terá sugestões de filmes, livros, séries, leituras e

outras mídias, além de atividades da Psicologia Positiva.

6
 Professora Responsável

Valeschka Martins Guerra é professora do

Departamento de Psicologia Social e do
Desenvolvimento e do Programa de Pós-Graduação
em Psicologia, onde coordena o Grupo de Estudos e
Práticas em Psicologia Positiva.
Psicóloga, especialista em Sexualidade Humana
(UFPB), mestre em Psicologia (UFPB) e doutora em
Psicologia Social (University of Kent), mora em Vitória
desde 2010.
Em seu tempo livre, gosta de brincar com os filhos
pequenos, seus cachorros, assistir filmes e séries com
o marido, montar quebra-cabeças e cantar no coral
da UFES.

"A Psicologia Positiva me lembra de olhar para a frente.

Me ajuda a alimentar a esperança, traz leveza para os meus dias.
É minha dose diária de autocompaixão, por me lembrar
da minha (da nossa) humanidade".

7
 O que veremos neste módulo?

O que são emoções

A importância do contexto
para as emoções

Emoções Negativas

Qual o efeito das

emoções negativas?

Emoções Positivas

Qual o efeito das

emoções positivas?

Viés da negatividade e
compensação positva

Exercícios

8
 Conceitos Básicos
O que são emoções?
Em uma descrição simples e objetiva, Fredrickson define as emoções como
sendo tendências de resposta multicomponentes que se desenrolam por um
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

período relativamente curto de tempo.

Emoções são, portanto, fontes muito valiosas de informação sobre nós
mesmos e é nisso que reside a importância de entendê-las e procurar
compreender a função, o efeito e a importância que elas têm em nossas vidas. 11

A importância do contexto para as emoções

As emoções não acontecem de maneira aleatória, desconexas ou sem
controle. Elas acontecem dentro de um contexto e, por isso, terão diferentes
desdobramentos a cada situação em que estivermos inseridos. Esses
desdobramentos se multiplicam diante das distintas interpretações que são
dadas às sensações geradas e de acordo com as ações escolhidas para seguir
após sentida a emoção.
Como maneira de exemplificar, podemos utilizar o seguinte estímulo (si-
tuação): “um amigo se chateou com você”.
Se imaginarmos que, pouco antes do ocorrido se estava ouvindo músicas
tristes, esse estímulo, pode despertar a sensação de rejeição. O corpo pode
enfraquecer e surgir um “vazio”. Essas são reações físicas (enfraquecimento) e
psicológicas (sentimento de vazio) ao sentimento de tristeza. As reações
escolhidas diante disso podem ser destrutivas (ex. envergonhar-se pelo
ocorrido) ou construtivas (ex. ligar para alguém que você quer bem para
confortar-se). Outras reações podem também ocorrer a depender da ocasião
exata em que ocorreu a desavença que, por sua vez, podem ter
desdobramentos negativos ou positivos.
Imaginemos, no entanto, que o mesmo estímulo citado ocorre em uma
situação de privação de sono, portanto o corpo está em um estado diferenciado.
O estímulo, agora, poderá trazer uma lembrança de um momento em que se foi
alvo de chacota e de descaso, gerando tensão (físico) e um estado de alerta
(psicológico). O que se pode sentir é raiva. Uma reação destrutiva seria iniciar
uma discussão com a pessoa. Um exemplo de reação construtiva, porém, seria
afastar-se por alguns instantes, tempo suficiente para acalmar-se. Evitar a
6
pessoa seria uma reação ambígua, que, novamente, poderia ter efeitos 5
negativos ou positivos. 2

Embora nos exemplos tenha sido utilizado um modelo estímulo-sensação-

emoção-desdobramento, no mundo múltiplo, diverso e real em que vivemos as
situações não são tão sequenciais, nem tão “redondinhas” assim. As emoções,
portanto, emergem sem que tenhamos consciência delas.

9
 Emoções Negativas
As emoções negativas são uma parte inevitável da vida e, para se ter uma
vida rica, boa e significativa, precisam ser vivenciadas. São definidas como
respostas não-prazerosas evocadas para expressar um efeito negativo frente
a um evento ou a uma pessoa. Exemplos aqui seriam raiva, medo, tristeza,
solidão, nojo, irritação que, embora sejam desagradáveis, são emoções
necessárias, pois:
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

elas servem a um propósito evolutivo, nos levando a agir de forma

a aumentar nossas chances de sobrevivência;
elas servem como um ponto de equilíbrio para as emoções
positivas.
No estudo das expressões faciais e respostas do sistema nervoso autôno-
mo (respiração, circulação, temperatura, resposta muscular reflexa), a raiva, o
medo e a tristeza provocam respostas distintas, enquanto o mesmo não ocorre
com as emoções positivas. Isso significa dizer que, ao vivenciarmos emoções
negativas, as expressões faciais são mais definidas, enquanto nas positivas a
distinção entre as emoções expressas é mais difícil.
Além das expressões faciais, emoções negativas têm tendências à ação
mais definidas. Por exemplo, pela estimulação do sistema nervoso autônomo,
com a raiva, o sangue é redirecionado para determinadas partes do corpo,
colocando-nos em prontidão para um ataque/luta, despertando a força
necessária para enfrentar as adversidades/desafios. Já no medo, o sangue vai
para as pernas e há a liberação da adrenalina que, então, acelera os batimentos
cardíacos e prepara-nos para fugir e proteger-nos do perigo eminente. A
ansiedade/antecipação, reação natural do nosso organismo, que tem por
objetivo nos preparar para o inesperado, faz-nos olhar para o futuro e planejá-
3
lo. A tristeza, por sua vez, nos deixa quietos, aflorando a capacidade de análise 10
21
e até mesmo nos conectando com quem amamos.

Qual o efeito das emoções negativas?

A ditadura da "vida perfeita" que está sendo imposta, pressiona as pesso-
as a demonstrar felicidade o tempo todo. Isso pode ser motivo de vergonha
para alguns, que se sentem pressionados a não sentir emoções negativas ou a
escondê-las. No lugar de reprimir as emoções negativas, porém, é preciso
aceitá-las, reconhecer como nos sentimos, sem tentar mudar rapidamente nosso
estado emocional.
Se lembrarmos que a abordagem eudaimônica do bem-estar (tema do
Módulo 2) enfatiza sentido de vida, crescimento pessoal e compreensão de si,
todos esses objetivos requerem que a gente confronte as adversidades da vida.
Sentimentos desagradáveis são tão importantes quanto os agradáveis para nos
ajudar a compreender os baixos e altos da vida. Uma das principais razões de
termos emoções é nos ajudar a avaliar nossas experiências.
As emoções negativas podem:

110
0
 facilitar o processamento de conflitos emocionais e cognitivos, dando
sentido a informações conflitantes;
reduzir a experiência de empatia, o que nos protege na medida em que
evita que nos envolvamos excessivamente com outras pessoas,
fazendo com que não esqueçamos dos nossos objetivos. 18
19
Assim, emoções negativas podem fornecer informações/sinais importan-
22
tes de que uma questão de saúde, um relacionamento ou outros aspectos da
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

27
vida necessitam de atenção para que se haja manutenção do equilíbrio. 34

Emoções Positivas
Emoções positivas são respostas prazerosas ou agradáveis que
sentimos em relação ao ambiente ou ao nosso diálogo interno, sendo
sensações mais complexas do que simples. Elas são menos diferenciadas em
termos de expressões faciais e tendências à ação, e mais difíceis de serem
identificadas e distinguidas uma das outras, até por quem sente. Como exemplo
podem ser citadas: amor, alegria, satisfação, contentamento, interesse,
serenidade, elevação.
Durante muito tempo, o estudo das emoções positivas foi visto como frívo-
lo pela psicologia, como desnecessário. A demora em reconhecer a importância
de estudá-las reside no singelo fato de que as emoções positivas aparecem
geralmente em momentos em que nos sentimos bem e dificilmente o atendimento
psicológico ou psiquiátrico é procurado por alguém em um estado bom de
satisfação e prazer.
Em um de seus primeiros artigos sobre o tema, Barbara Fredrickson suge-
riu que, em crianças, a alegria é uma emoção comum quando se está brincando.
As brincadeiras, além de proporcionarem o desenvolvimento de habilidades
físicas, intelectuais e sociais favorecem uma comunicação mais eficiente. E mais:
o brincar encoraja a exploração, que é a base para o conhecimento e
crescimento pessoal.
Utilizando como base essas informações, Fredrickson propõe A Teoria
das Funções de Ampliação e Construção das Emoções Positivas, que sugere
as funções das emoções positivas na nossa vida. De acordo com a teoria, as
emoções positivas não resolvem problemas de sobrevivência imediata, mas nem
por isso não diminui sua importância evolutiva, além disso elas resolvem
problemas de crescimento e desenvolvimento pessoal. Essas emoções têm,
então, duas funções:

1. Ampliar a forma do indivíduo ver a situação;

2. Contribuir na construção de recursos pessoais mais duradouros.
Esses recursos pessoais são:
Recursos intelectuais - desenvolvimento de habilidades de resolução
de problemas e aprendizado de novas informações, pois aprendemos
mais e melhor quando nos identificamos com o tema ou com quem o
está transmitindo.

11
 Recursos físicos - desenvolvimento de coordenação motora, força e
saúde cardiovascular, a partir dos quais podemos desenvolver
recursos importantes que podem nos auxiliar em diversos momentos.
Recursos sociais - desenvolvimento de novos relacionamentos e
solidificação dos relacionamentos pré-estabelecidos, uma vez que nos
aproximamos mais e gostamos mais de relações que são
fundamentadas em emoções positivas.
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

Recursos psicológicos - desenvolvimento da capacidade de se

recuperar após situações difíceis, otimismo, senso de identidade e
orientação a objetivos.
7
As emoções positivas são responsáveis por permitirem que descartemos o 10
“piloto automático”, ou seja, nossas reações automáticas aos acontecimentos do 11
16
dia a dia. Ao invés disso, quando assumimos o “timão”, as emoções positivas nos 23
27
permitem buscar formas criativas, flexíveis e imprevisíveis de pensar e agir.

Qual o efeito das emoções positivas?

As emoções positivas podem:
Aumentar nossa performance em tarefas cognitivas por nos deixar de
bom humor sem nos distrair como as negativas fazem;
Iniciar e disparar caminhos de recompensas no cérebro, contribuindo
para níveis mais baixos de cortisol, um hormônio do estresse, e para um
maior bem-estar;
Ampliar nossos horizontes e nosso foco.
Os efeitos decorrentes das emoções positivas se estendem do nível físico
ao psicológico, do individual ao social. Em relação às reações físicas, nosso
sistema cardiovascular (pressão arterial e batimentos cardíacos) demora mais a
se restabelecer após emoções negativas; pessoas que se sentem bem e têm
mais relacionamentos positivos vivem mais; o exercício das três bençãos
(proposto no Módulo 1) proporciona um aumento na nossa capacidade
psicológica de se reerguer após momentos difíceis; vivenciar sentimentos de
orgulho, gratidão e elevação tem o poder de ajudar a criar uma cadeia de 8
9
eventos positivos, que chamamos de "corrente do bem"; pessoas que 10
aumentam o número de emoções positivas vivenciadas em seu dia a dia 17
conseguem mais facilmente encontrar sentido em circunstâncias negativas. 24

Viés da negatividade e compensação da

positividade
O viés da negatividade é a tendência do nosso cérebro de prestar mais
atenção a estímulos negativos, que indicam perigo e danos em potencial para
nós. As notícias negativas difundidas pela mídia alimentam isso, colocando
nosso corpo em constante reconhecimento de “perigo iminente”, aumentando
assim os níveis de hormônios de estresse que geram uma série de efeitos
fisiológicos e psicológicos. Por outro lado, a compensação da positividade nos

12
 indica que ocorrem mais eventos neutros ou positivos em nossas vidas do que
negativos, porém prestamos pouca atenção a eles.
Por prestarmos mais atenção aos estímulos que geram sentimentos nega-
tivos, perdemos oportunidade de sentir emoções positivas. Dado o impacto que
emoções positivas e negativas têm em nossos pensamentos e comportamentos,
é muito importante que aprendamos a nos adaptar às emoções negativas para
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

lidar com elas de forma eficaz - afinal, as emoções negativas nos ajudaram a
sobreviver enquanto espécie - bem como aprendamos a aumentar nossas
emoções positivas.
A Psicóloga Susan David, Doutora em Psicologia das Emoções, estuda a
respeito de como podemos usar nossas emoções para despertar o melhor de
nós, em todos os aspectos: na forma como amamos, vivemos, educamos nossos
filhos e até como lideramos. Em sua conferência TED de 2017, ela questiona a
valorização da positividade em detrimento da verdade emocional, explorando e
explicando algumas estratégias da agilidade emocional.

TEDWomen, 2017

Clique no ícone ao lado para assistir o vídeo

Quando formos capazes de aceitar, abraçar e compreender nossas emo-

ções, negativas ou positivas, estaremos nos dando uma chance de viver uma 4
vida mais equilibrada e significativa. 10

13
 Exercício 1
Consciência Emocional
Você já parou para prestar atenção em como está se sentindo?
Como visto nesse módulo, as emoções são de grande importância em nossa
vida, pois influenciam desde a maneira como interpretamos as situações até a
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

forma como lidamos com as pessoas. Desenvolver uma consciência dos nossos
estados emocionais é fundamental para que possamos agir de maneira mais
atenta e presente, e não apenas reagirmos aos impulsos despertados pelas
emoções.
A atividade proposta consiste em três passos:
1. Sentimentos: o que estou sentindo nesse momento? Se tiver dificuldades
em nomear suas emoções, utilize a roda apresentada abaixo para auxiliá-
lo(a).
2. Sensações: em que lugar no meu corpo percebo essa emoção?
3. Pensamentos: que tipos de pensamentos passam pela minha mente nesse
momento?
Dica bônus: caso se depare com uma emoção mais difícil de lidar, você
pode aproveitar essa oportunidade para se perguntar: “como posso cuidar melhor
de mim nesse momento?”.
Tudo bem se não conseguir realizar os três passos de primeira! A ideia é
que possa aprender, aos poucos, a identificar suas emoções e, assim, desenvolver
melhores maneiras de lidar com elas. 33

14
 Exercício 2
A Visita da Gratidão

"Gratidão vai muito além de dizer 'obrigado'.

{ Quando somos gratos, estamos afirmando a existência

de uma fonte de bondade em nossas vidas." }
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

(Robert A. Emmons)
Enquanto lê este exercício, procura trazer à mente
o rosto de alguém ainda vivo que anos atrás fez ou
disse algo que mudou sua vida para melhor. Alguém a
quem você nunca tenha agradecido adequadamente;
alguém que você ainda poderia encontrar
pessoalmente. Pensou nessa pessoa?
Antes de continuar, feche os olhos por um instante.
E respire.
Quando sentimos gratidão, nos beneficiamos da lembrança agradável de
um acontecimento positivo em nossa vida. Igualmente, quando expressamos nossa
gra-tidão aos outros, fortalecemos nosso relacionamento com eles. Ocorre, porém,
que, às vezes, expressamos nossa gratidão de uma forma tão casual e rápida que
ela se torna quase sem sentido. Neste exercício, você terá a oportunidade de
experimentar como é expressar sua gratidão de uma forma atenciosa e
intencional.
Sua tarefa é escrever uma carta de gratidão a esta pessoa. A carta deve
ser concreta e ter cerca de trezentas palavras: seja específico sobre o que ela fez
por você e como isso afetou sua vida. Informe-a sobre o que você está fazendo
agora e mencione que se lembra do que ela fez.
Ao concluir a carta, ligue para a pessoa. Caso seja possível encontrá-la
pessoalmente, seja vago sobre o propósito do encontro, pois a surpresa é mais
divertida. Caso não seja possível encontrá-la pessoalmente, converse no telefone
ou no Skype. Leia a carta sem pressa, observando as reações dela e as suas. Se
ela interromper enquanto você está lendo, diga que realmente gostaria que ela
ouvisse até o final. Depois de terminar a leitura (cada palavra dela), converse com
ela sobre o conteúdo da carta e sobre seus sentimentos um pelo outro. 29

15
 Bônus 1

{ Qual a diferença entre Afeto, Sentimento e Emoção?

}
O primeiro passo para aprendermos a regular nossas emoções - discussão
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

que será feita no próximo módulo - é saber identificá-las. A distinção entre esses
três elementos é bastante útil e pode nos ajudar a compreender que sentimento
está presente em nós. Veja como eles são diferenciados:
Afeto
Afeto (positivo e negativo) seria a nossa resposta instintiva e
transitória a determinado estímulo. Algo nos acontece, temos uma
'sensação'. Essa sensação é considerada o elemento mais básico do
sentimento. E a ela chamamos de afeto.
Sentimento
O sentimento, por sua vez, é o afeto que já foi avaliado com base em
nossas experiências anteriores. São pessoais e subjetivos. Ele é a
nossa interpretação, é o nome que damos àquilo que estamos sentindo.
Emoção
A emoção seria a projeção ou expressão do sentimento. Ela é
corporificada, ou seja, ela divulga para as outras pessoas em volta qual
o nosso estado interno. E nós podemos ter muitas reações derivadas
delas com base no mesmo sentimento.

Embora essas definições sejam utilizadas em pesquisas e sejam relativamente

simples de explicar, no nosso dia a dia não vivemos de forma didática. Afetos,
sentimentos e emoções estão intrinsecamente interligados. Nós sentimos e
agimos de acordo com o sentimento. Quando somos capazes de externalizar esse
sentimento, estamos expondo nossa emoção. Essa expressão é de uma emoção
primária que, ao interagir com nossos filtros e interpretações internas, com os
nossos gatilhos, com o contexto à nossa volta, com todos os estímulos gerados,
30
produzirão emoções secundárias.

Bônus 2
As dez emoções positivas mais pesquisadas

Apesar de muito importante, a alegria não pode ser interpretada como a

única emoção positiva necessária e definidora da felicidade. Ela é
originada por circunstâncias de segurança, por situações
RIA
ALEG confortáveis/familiares e por um indicativo de progresso, seja na
comunicação, na brincadeira, no desenvolvimento; essa emoção traz
consigo a tendência a brincar e buscar aumentar o número de
sentimentos felizes; como resultado dela ocorre aprendizado de novas
habilidades.

16
 Essa é uma das emoções MAIS importantes e mais estudadas da
Psicologia Positiva.
- Originada por: receber algo dado de forma altruísta. T IDÃO
- Tendência: retribuir, de forma criativa. GRA
- Resultado: criar fortes laços sociais e habilidades para o desenvolvi-
mento do amor.

- Originada por: segurança, calmaria, certeza, pouco esforço.

psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

AD E - Tendência: saborear o momento, integrar-se ao contexto.

SER ENID - Resultado: modifica a visão de si e do mundo.

- Originada por: algo novo e misterioso, mas seguro;

- Tendência: explorar; RE SSE
- Resultado: ganho de conhecimento e de energia. INTE

- Originada por: temer o pior, mas esperar o melhor. É uma das

A emoções positivas que surge em momentos de estímulos negativos.
R ANÇ - Tendência: ser criativo, inventivo, pensar de forma não esperada.
ESPE - Resultado: aumento na nossa flexibilidade psicológica e na nossa
capacidade de nos recuperarmos após momentos difíceis.

- Originada por: alcançar algo valorizado socialmente

O
- Tendência: sonhar alto, continuar tentando ULH
- Resultado: novas conquistas ORG

- Originada por: divertimento com incongruências sociais não importan-

NTO tes;
AME
TENT - Tendência: compartilhar risos, ter insights;
CON - Resultado: construir amizades, criatividade.

- Originada por: observar a excelência humana em ação

- Tendência: aspirar a excelência. Você vê alguém
agindo de forma correta, de forma bonita, de forma a demonstrar AÇ ÃO
excelência em sua área de atuação, você quer agir da mesma forma IN SPIR
também.
- Resultado: ganho de habilidades e de moralidade.

- Originada por: sentir-se completamente dominado pela

A ÇÃO grandeza de algo;
ELEV - Tendência: acomodação do novo;
- Resultado: perceber a si mesmo como parte de algo maior.

- Originada por: várias emoções positivas em conexão;

- Tendência: todas as tendências anteriores – brincar, 12
R
AMO
13
explorar, saborear, esperar o melhor, sonhar... 14
- Resultado: aumento na confiança, intimidade, sentimento de 15
comunida-de, aumento na saúde física, mental 25
26

17
 Filmes, Séries e Livros #GEPPsi+Indica

Lie to Me
Essa série americana acompanha o trabalho do Dr. Cal
Lightman, especialista em detectar fraudes e mentiras a
partir da observação da linguagem corporal e das
microexpressões faciais. Esse personagem é baseado no
psicologia da felicidade e do bem-estar - MÓDULO 4

psicólogo Paul Ekman, um estudioso das emoções, citado

neste módulo.

Clique no ícone ao lado para assistir o trailer legendado

A Corrente do Bem
Quando você percebe que uma pessoa não pode fazer si
aquilo que realmente precisa ser feito, que tal prestar um
favor a ela e fazer apenas um pedido: passe adiante. O
filme de 2000 é tão sensível quanto a tradução dada ao seu
título para o português brasileiro. A vida dos personagens
irá mudar completamente ao ser semeada apenas uma
simples ideia: pense em algo capaz de mudar o mundo - e
coloque-o em ação.

Clique no ícone ao lado para assistir o trailer (ative a legenda)

Mulher Maravilha
A heroína desse filme é Diana, uma guerreira imbatível que
deixa seu lar para interromper uma guerra sem
precedentes que está se espalhando pelo mundo.
Acompanhamos sua jornada fora da ilha paradisíaca onde
cresceu, na qual a aprende a conviver com adversidades e
percebe sua verdadeira missão na Terra.

Clique no ícone ao lado para assistir o trailer legendado

Cadê a felicidade que deveria estar aqui?

Gabi, ao explorar suas emoções, descobrirá que para
encontrar a felicidade genuína é necessário plantar em seu
coração a melhor amiga da felicidade: a gratidão. Cultivá-
la todos os dias, ela também descobrirá, é a maneira de
trazer a felicidade cada vez mais para perto e acomodá-la
em si. Um livro para todas as idades. A autora, Miriam
Rodrigues, é nossa próxima convidada.
Amor 2.0
Em Amor 2.0, Barbara Fredrickson fala sobre como
precisamos compreender que o amor são momentos de
microconexões que são estabelecidas com qualquer pessoa
e que o cultivo desses momentos faz com que nosso mundo
mude completamente. Por meio de um texto leve e exemplos
do cotidiano, será possível descobrir como alterar padrões
de comportamento e transformar seus relacionamentos
íntimos para melhor.
Visite: Atlas das emoções
18
 Metade vazio ou
metade cheio?
" Pense positivo!"
Gostaria sinceramente de dizer que
apenas pensar positivo é a chave
para abrir todas as portas para as
emoções positivas (EP) guardadinhas
em nós. Bem, sinto dizer: não é bem
assim. A princípio, um importante
passo para reconhecer as EP é
identificar as negativas (EN), aceitá-
las e procurar um caminho que seja
confortável para cada um de nós e
ressignificá-las.
Neste Módulo vimos que as EN foram
amplamente estudas por atenderem
a um propósito evolutivo da espécie
humana. Na realidade, as EN podem
ser reconhecidas não apenas na
cultura humana, mas em todo o reino
animal (Atkinson, Atkinson, Smith,
Bem, & Nolen-Hoeksema, 2002) e
são associadas com a tendência a
uma ação específica: a raiva
associa-se ao ataque, o medo à fuga
e o nojo a expectorar (expelir algo
prejudicial; Fredrickson, 2003).
Essas emoções não simplesmente
“existem em nossa mente” como
também causam reações fisiológicas,
preparando o organismo para a
produção de energia. Durante uma
excitação emocional intensa, o setor
simpático do sistema nervoso
autônomo, será responsável por uma
mudança conjunta de reações:
elevação da pressão arterial e
frequência cardíaca, aceleração da
respiração, dilatação das pupilas,
aumento da transpiração, diminuição
da salivação e da produção de
muco, aumento do nível de açúcar
no sangue, rápida coagulação
sanguínea em caso de ferimentos,
concentração sanguínea redirecio-
nada do estômago e intestinos para
o cérebro e músculos esqueléticos,
eriçamento dos pelos da pele. Assim
19
Gabriella Almeida*
que a experiência vivida
passa, isto é, à medida que a
emoção diminui, o sistema
parassimpático irá restituir o
organismo ao seu estado
normal, conservando energia
(Atkinson et al., 2002).
Uma(um) mãe(pai) que vê
seu(sua) filho(a) numa situação
de risco, caminhar num local
ermo à noite, experimentar uma
comida que há dias estava na
geladeira. Paralelamente, a-
prender com erros oriundos de
se aprender uma matéria nova
(raiva); não atravessar a rua
em uma avenida movimentada
(medo); observar a validade
dos produtos que irá consumir
(nojo). Ainda que não precise-
mos mais fugir de ou lutar
contra um predador, vê como
isso é importante e indispensá-
vel em nosso dia a dia? Nas
palavras de Clore (em Atkinson
et al., 2002, p. 437), “sentir-se
mal tem muitos aspectos
positivos”, pois os sentimentos
negativos nos motivam, nos
auxiliam a aprender e nos
informam; enquanto os senti-
mentos positivos atuam como
um acelerador, os negativos
agem como freios, dando-nos
tempo suficiente para perceber
o problema, expor suposições
erradas e desencadear um
processo de aprendizagem de
algo novo (Clore, 2002 em
Atkinson et al., 2002).
Enquanto os sentimentos positivos
atuam como um acelerador, os
negativos agem como freios,
dando-nos tempo suficiente para
perceber o problema.
Ao longa da história, a hipótese de
que as gratificações, como alegria e
contentamento, iam além dos valores
hedonistas (baseados no prazer) foi
pouco explorada (Snyder & Lopez,
2009). Além de ser incomum o estudo
daquilo que é inofensivo ao bem-
estar humano, a falta de interesse
em estudar EP pode também ter
relação com a sutil distinção
observável entre emoções como
alegria, contentamento e serenidade
se comparadas à raiva, medo e
tristeza. Em outras palavras, as EN
manifestam reações mais evidentes e
diferenciáveis umas das outras,
expressões faciais e corporais bem
definidas, bem como alteração
perceptível da temperatura corpórea
(Atkinson et al.,2002; Fredrick-
son,2003). Embora as expressões
produzidas pelas EP não sejam
óbvias, tampouco sua utilidade
evolutiva esteja tão clara (Fredrick-
son,2003), à medida que os
psicólogos refinaram as diferenças
entre os lados negativo (experiência
desagradável) e positivo (experiên-
cia agradável), questões sobre as
potências e potencialidades das EP
passaram a ser mais investigadas.
(Snyder & Lopez, 2009)
Para nossos ancestrais, EP teriam
sido suficientes para indicar
“ausência de perigo” (Fredrickson,
2003). Hoje, embora sua importância
para o bem-estar psicológico seja
reconhecida (Mauss et al., 2011 em
Santos et al., 2013), as repercussões
que têm não se restringem ao
“sentir-se bem” (Fredrickson, 1998
em Atkinson et al., 2002). Ser capaz
de pensar de forma positiva e
otimista funciona como uma proteção
contra a depressão e indica
felicidade em adultos (Mak, Ng, &
Wong, 2011 em Santos et al., 2013).
Em adolescentes, o mesmo é obser-
 -vado quando possuem estratégias
positivas para lidar com as situações
(Sawyer, Pfeiffer, & Spence, 2009
em Santos et al., 2013). Assim, é
válida a perspectiva de que
enquanto as EN estreitam o elo
pensamento-ação (raiva-ataque, me-
do-fuga, ter nojo-cuspir), as EP o
complementam, ampliando nossos
pensamentos e ações: a alegria gera
a vontade de brincar, o interesse
gera o anseio pela exploração, a
satisfação o desejo de usufruir do
amor (Fredrickson, 2002 em Atkinson
et al., 2002).
As EP possibilitam um pensamento
mais criativo, integrativo, flexível e
aberto a novas informações (Isen et
al., 1987 em Fredrickson, 2003).
Embora tenham curta duração, seus
efeitos são duradouros: promovem a
descoberta de ideias, ações e laços
sociais originais e criativos, constro-
em nosso estoque de recursos para
momentos de dificuldade, desde
recursos físicos (saúde cardiovascu-
lar) e intelectuais (resolução de
problemas) aos sociais (fortalecimen-
to e criação de laços) e psicológicos
(resiliência e otimismo), podendo
fazer mais por nós do que
normalmente admitimos (Fredrickson,
2002 em Atkinson et al., 2002;
Fredrickson, 2003). A carta da
gratidão proposta neste Módulo, por
exemplo, foi capaz de indicar
diminuição nos níveis de depressão e
aumento nos níveis de felicidade,
bem-estar, satisfação com a vida e,
claro, gratidão (Toepfer, Cichy, &
Peters, 2012). Gratidão está asso-
ciada a aprendizagem em situações
de crise e aumento dos níveis de
otimismo (Fredrickson, 2003).
Como mudar de perspectiva quando
as EN parecem perdurar mais do que
as EP? Embora isso possa ocorrer, a
compensação da positividade apre-
senta que somos mais constante-
mente expostos a EP ou neutras do
que a EN (Fredrickson, 2003).
Ledgerwood (2013), que estuda a
20
maneira como as pessoas
pensam e como podem pensar
melhor, recentemente procurou
responder ao ocorrido quando
tentamos mudar de uma
maneira de pensar para outra
(da negativa para a positiva) e
se uma delas persiste mais. Dois
grupos, montados alea-
toriamente, foram informados
sobre um novo procedimento
cirúrgico: o primeiro, em termos
de ganhos (o índice de sucesso
do procedimento é de 70%); o
segundo, em termos de perdas
(o índice de fracasso do
procedimento é de 30%). As
pessoas gostaram mais do
procedimento quando foi des-
crito em termos de ganhos
(sucesso) do que de perdas
(fracasso). Então, ao primeiro
grupo foi adicionada a infor-
mação “Você poderia pensar
nisso como um índice de fra-
casso de 30%”, o que fez com
que mudasse de ideia e não
gostasse mais do procedimen-
to. Ao segundo, foi dito “Você
poderia pensar nisso como um
índice de sucesso de 70%”, mas
as pessoas mantiveram sua
opinião inicial. Isso seria expli-
cado pelo fato de que ao
pensarmos em algo em termos
de perda (30% de fracasso),
isso tende a persistir e resistir
às nossas tentativas de mudan-
ça.
“Todos nós vivemos sob o mesmo
céu, mas nem todos veem
o mesmo horizonte.”
(Konrad Adenauer)
Como pessoas provenientes de
contextos diferentes, desde
cultura até experiências
pessoais, não é de se admirar
que pensemos de maneiras
também diferentes. Duas pes-
soas que avistam o mesmo mar, no
mesmo dia, no mesmo instante
estarão observando dois horizontes,
duas maneiras distintas de
interpretar e absorver a mesma
informação. Se pensarmos no copo
que está metade cheio [ou seria
metade vazio?] a mesma analogia é
válida: o estímulo é igual, mas a
maneira de elaborar aquilo que se vê
é diferente. Pensar negativamente
parece ser uma tendência natural,
como se alternar de um pensamento
positivo para um negativo fosse
simples, mas o inverso (negativo para
o positivo) exigisse muito mais
esforço (Ledgerwood, 2013). Por isso
que disse anteriormente que “pensar
positivo” não é suficiente para mudar
as formas como as emoções são
sentidas: é necessário um aprimora-
mento constante.
Amadurecer nossos sentimentos e
emoções é como cuidar de um jardim
secreto em nós mesmos: devemos
encontrar as chaves certas,
destrancar portas (e todas as que
vêm depois da primeira); vivenciemos
os dias de chuva com a mesma
intensidade que os dias de sol e
saibamos aproveitar aqueles outros
dias em que arco-íris enfeitam os
dias chuvosos-ensolarados; explore-
mos os arredores do terreno e
arranquemos as ervas daninhas que
cobrem nosso solo; daí, então,
encontraremos o solo fértil que ali se
esconde e poderemos plantar, regar,
ver crescer e colher os frutos do
cultivo. Eis aqui a primeira semente:
Pense positivo!
*Gabriella é Psicóloga e mestre em Psicologia. Canta,
dança e escreve nas horas vagas. Livros, filmes e
séries com certeza estão em seu repertório de
passatempos prediletos. A Psicologia Positiva a
auxilia todos os dias a encontrar em si seu próprio
elemento de felicidade e satisfação. A gratidão tem
sido sua fonte de firmeza e dedicação.
 Como me tornei um guerreiro
Jeff Foster*

Houve um tempo em que fugia do medo, Escutei, finalmente.

então o medo me controlava.
Até que aprendi a segurar o medo como um recém-
nascido.
Ouví-lo, mas não ceder.
Honrá-lo, mas não o adorar.
O medo não podia mais me impedir.
Eu entrei com coragem na tempestade.
Ainda tenho medo,
mas ele não me tem.
E ela gritou: “Respeite-se ferozmente agora!”.
“Fale a sua verdade com paixão!”
“Diga não quando você quer dizer não!”
“Ande o seu caminho com coragem!”
“Que ninguém fale por você!”
A raiva se tornou uma amiga sincera.
Um guia sincero.
Uma linda criança selvagem.

Houve um tempo em que a solidão cortou

Houve um tempo em que
eu tinha vergonha de quem eu era.
Eu convidei a vergonha para o meu coração.
Eu a deixei queimar.
Ela me disse: “Estou apenas tentando
proteger sua vulnerabilidade “.
Eu agradeci à vergonha
e entrei na vida de qualquer maneira,
sem vergonha, com a vergonha como minha
amante.
Houve um tempo em que tive muita tristeza
enterrada bem no fundo.
Eu a convidei para sair e brincar.
Eu chorei oceanos.
Os meus canais lacrimais estavam secos.
E eu encontrei a alegria ali mesmo.
Bem no centro da minha tristeza.
Foi o desgosto que me ensinou a amar.
Houve um tempo em que tinha ansiedade.
Uma mente que não parava.
Pensamentos que não silenciavam.
Então parei de tentar silenciá-los.
E eu larguei da mente
fui para a terra,
para a lama.
Onde fui abraçado fortemente
como uma árvore, inabalável, segura.
profundamente.
Eu tentei me distrair e me entorpecer.
Corri para pessoas, lugares e coisas.
Até fingi que estava “feliz”.
Mas logo eu não pude correr mais.
E eu caí no coração da solidão.
E eu morri e renasci em uma
requintada solitude e quietude.
Isso me conectou a todas as coisas.
Então eu não estava em solidão, mas sozinho com
toda a vida.
Meu coração Um com todos os outros corações.
Nas profundezas das minhas feridas,
no que eu tinha chamado de “escuridão”.
Eu encontrei uma luz ardente.
Isso me guia agora em batalha.
Eu me tornei um guerreiro
quando me virei para mim mesmo.
E comecei a ouvir.
*Jeff Foster é escritor e fala, entre outras coisas,
sobre o despertar emocional.

Houve um tempo em que a raiva queimou nas

profundezas.
Eu chamei a raiva para a luz de mim mesmo.
Eu senti seu poder chocante.
Eu deixei meu coração bater e meu sangue ferver.

21
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23
 Quem somos:
Valeschka Guerra
Psicóloga
Coordenadora do GEPPSI+
Doutora em Psicologia Social

Cynthia Perovano
Psicóloga na DAS/Progep
Doutora em Psicologia

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Doutora em Psicologia

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Psicóloga Mestre em Psicologia

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Graduanda em Psicologia
Mestranda em Psicologia

Mylena Bortolozzo
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Júlia Duarte
Graduanda em Psicologia

Giulia Santos
Graduanda em Psicologia

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