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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SAO PAULO


REITORIA / IFSP

PORTARIA NORMATIVA RET IFSP N. 6, DE 23 JUNHO DE 2021

Implementa a Política Interna de Gestão e Solução de


Conflitos Administrativos no âmbito do IFSP e cria o a
Núcleo Permanente de Gestão e Solução de Conflitos
Administrativos no âmbito do IFSP — NUSCA

0 REITOR DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO, no uso de suas
atribuições legais, conferidas pelo Decreto de 05 de abril de 2021, publicado no Diário Oficial da União,
de 06 de abril de 2021, seção 2, página 1, considerando o que consta no Processo Suap n°
00000.000000.0000-00, resolve:

CAPÍTULO I
DA NATUREZA E FINALIDADE
Art. 1° Fica implementada a Política Interna de Gestão e Solução de Conflitos
Administrativos no âmbito do IFSP tendente a assegurar a todos o direito autocomposigão por meios
adequados à sua natureza e peculiaridade, em especial pela mediação e conciliação e solução pacifica de
conflitos na persecução da perpetuação de uma cultura de paz.
Art. 29 A Política Interna de Gestão e Solução de Conflitos Administrativos no âmbito do
IFSP é uma iniciativa baseada nos modernos modelos de gestão pública, inspirada nos princípios
constitucionais da Administração Pública, em especial, no Principio da Eficiência; e ainda, no Princípio
Jurídico da Proteção pelo Estado da Solução pela Autocomposigão de Conflitos e no Principio do Interesse
Público.
Art. 32 Considera-se como base legal a Lei n. 13.140/2015, que dispõe sobre a mediação
entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposigão de conflitos no
âmbito da administração pública.
Parágrafo único. Aplicam-se de forma subsidiária e analógica os arts. 32, §39, art.149, art.
165 e art. 334 do Código de Processo Civil, Lei n. 13105/2015; bem como a Portaria 1.281 de 27 de
setembro de 2007.
Art. 42 Para efeitos deste Regulamento, considera-se:
I - Mediação, ato facultado 5 Administração para solução de conflitos, mediante atividade
técnica exercida por terceiro imparcial, sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as
auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia entre agentes
públicos em condutas tratados pela Lei n. 8.112/1990, Decreto n. 1.171/1995 e demais normas
administrativas na esfera da Administração Pública Federal.
II - Conciliação, ato voluntário às partes e facultado à Administração, é um meio alternativo
de resolução de conflitos em que as partes confiam ao Gestor do Núcleo Permanente d Gestão e Solução
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de Conflitos Administrativos no âmbito do IFSP — NUSCA — ou outrem por ele indicado, a função de
aproximá-las e orientá-las na construção de um acordo. Adotando uma posição mais ativa, influenciando
diretamente na decisão das partes por intermédio de uma intervenção mais direta e objetiva, porém,
adotando postura neutra e imparcial com relação ao conflito.
Art. 52 Poderá funcionar como mediador qualquer pessoa legalmente capaz que tenha a
confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer
tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se.
Art. 6° A mediação e a conciliação serão orientadas pelos seguintes princípios:
I - imparcialidade do mediador/conciliador;
II - isonomia entre as partes;
Ill - oralidade;
IV - informalidade;
V - Autonomia da vontade das partes;
VI - busca do consenso;
VII - confidencialidade;
VIII - boa-fé;
IX - pacificação social;
X - autocomposição dos conflitos.
§ 12 Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de conciliação.
§ 2° Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre
direitos indisponíveis que admitam transação.
§ 32 A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele.
§ 42 0 consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser
feita judicialmente.

CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES
Seção I
Do Núcleo Permanente de Gestão e Solução de Solução de Conflitos Administrativos - NUSCA

Art. 79 A Política Interna de Gestão e Solução de Conflitos Administrativos no âmbito do


IFSP será executada pelo Núcleo Permanente de Gestão e Solução de Solução de Conflitos Administrativos
do IFSP— NUSCA —, que terá as seguintes atribuições, entre outras:
I - desenvolver a Política Interna de Gestão e Solução de Conflitos Administrativos no
âmbito do IFSP e o tratamento adequado dos conflitos de interesses, estabelecida neste Regulamento;

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II - planejar, implementar, manter e aperfeiçoar as ações voltadas ao cumprimento da


política e suas metas;
Ill - atuar na interlocução com a Reitoria, Pró-reitorias e Câmpus para a execução e
facilitação da implementação da Política;
IV - criar o Núcleo de Gestão e Solução de Conflitos Administrativos no âmbito do IFSP —
NUSCA — onde concentrarão a realização das sessões de conciliação e mediação que estejam a cargo de
conciliadores e mediadores no âmbito do IFSP;
V - promover capacitação, treinamento e atualização permanente dos servidores,
prestadores terceirizados, conciliadores e mediadores nos métodos consensuais de solução de conflitos;
VI - implementar a cultura da pacificação de conflitos por meios alternativos como a
mediação e conciliação, estimulando o constante do diálogo como ferramenta democrática para a solução
de conflitos;
VI - incentivar a realização de cursos e seminários sobre mediação e conciliação e outros
métodos consensuais de solução de conflitos no âmbito do IFSP;
VIII - firmar, quando necessário, convênios e parcerias com entes públicos e privados para
atender aos fins desta Resolução;
IX - incentivar a expansão da prática da mediação e conciliação no âmbito da Administração
Pública, considerando o pioneirismo da prática pelo IFSP;
X - zelar pela imagem pública da instituição perante a comunidade evitando-se a
judicialização dos conflitos e penalidades desnecessárias;
XII - promover a capacitação de servidores e apoio nos Câmpus e na Reitoria das comissões
internas de Processo Administrativo Disciplinar, Sindicância e Comissão de Ética;
XII - disponibilizar suporte jurídico e legal aos Câmpus para a correta instrução dos
processos administrativos disciplinares e nas ações de mediação e conciliação.

Seção II
Da Composição
Art. 8° 0 Núcleo Permanente de Gestão e Solução de Conflitos Administrativos no âmbito
do IFSP — NUSCA — integrará a Diretoria de Apoio Jurídico que exercerá funções preventivas e ações
conjuntas com as instâncias de Processos Administrativos Disciplinares e a Comissão de Ética do IFSP.
§ 1° São agentes aptos a compor as seções de mediação e conciliação de conflitos:
I - o Diretor de Apoio Jurídico junto ao Gabinete da Reitoria;
II - Diretor-Geral do Câmpus ou Pró-reitor onde se originou o conflito;
III - o representante do Coordenação de Gestão de Pessoas ou o Diretor de Gestão de
Pessoas, no caso de conflitos na sede da Reitoria;

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Ill - convidados à critério dos agentes mencionados no inciso I e II, preferencialmente de


unidades administrativas distintas ao local do conflito em atendimento à imparcialidade.
§ 2° Os câmpus poderão criar comissões de mediação de conciliação no âmbito dos seus
Câmpus sob a orientação da Diretoria de Assuntos jurídicos na Reitoria.
§ 32 Os Câmpus que não optarem pela criação da comissão no âmbito de suas instituições
contarão com o apoio da Diretoria de Assuntos Jurídicos na Reitoria.
§ 49 A Ouvidoria atuará de forma complementar com o envio de possíveis demandas
recebidas no exercício de suas atribuições como "Reclamações" e/ou "Denúncias" ao Núcleo Permanente
de Gestão e Solução de Conflitos Administrativos no âmbito do IFSP — NUSCA.

Seção III
Da Finalidade
Art. 92 Compete ao Núcleo Permanente de Gestão e Solução de Conflitos Administrativos
no âmbito do IFSP — NUSCA:
I - identificar os litígios entre servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de São Paulo e promover ações em conjunto ou individualmente com finalidade de saná-los,
minimizá-los ou direcionar para instâncias competentes para apuração dos fatos;
II - identificar as controvérsias entre colaboradores terceirizados, agentes públicos,
colaboradores eventuais, gestores dos Câmpus, Pró-reitorias e Reitoria, buscando promover a conciliação
entre eles;
Ill - promover a mediação e conciliação entre colaboradores eventuais, visitantes ou em
colaboração técnica que possam estar envolvidos em conflitos pessoais relativos à sua atividade no IFSP;
IV - manifestar-se quanto ao cabimento e ã possibilidade de mediação e/ou conciliação no
âmbito do IFSP;
V - encaminhar demandas para instauração de processos administrativos disciplinares e
Comissão de Ética, se for o caso, as controvérsias não solucionadas por mediação e conciliação;
VI - buscar a solução de conflitos submetidos a processo administrativo disciplinar;
VII - orientar e supervisionar as atividades conciliatórias no âmbito dos Câmpus, Pró-
reitorias e Reitoria do IFSP;
VIII - requisitar ás comissões, conselhos, núcleos, secretarias, aos câmpus, Pró-reitorias e
Reitoria informações para subsidiar sua atuação;
IX - promover, quando couber, a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta, nos
termos da Instrução Normativa CGU n. 04/2019 nos casos submetidos a procedimento conciliatório;
X - submeter à homologação do Reitor o Termo Final de Mediação e Conciliação, bem como
eventual termo de ajustamento de conduta — TAC.
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CAPÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS
Seção I
Disposições Comuns
Subseção I
Do Acesso ao NUSCA
Art. 10. Qualquer servidor, colaborador terceirizado, colaborador eventual ou visitante,
discente devidamente identificado como tal, poderá encaminhar ao NUSCA:
I - solicitação de mediação;
II - solicitação de conciliação;
Ill - denúncia;
IV- reclamação; e
V - Orientação jurídica.
Parágrafo único. As solicitações referidas no caput poderão ser encaminhadas via SUAP,
em status restrito, mediante protocolo presencial, e-mail institucional, ou outros meios legais, desde que
contenham:
I - a identificação das as partes envolvidas;
II - relato do conflito mencionando datas, eventuais testemunhas ou provas; e
Ill - pedido ou proposição de termos de acordo.

Subseção II
Da Admissibilidade
Art. 11. A admissibilidade da controvérsia existente será feita de plano pelo Gestor do
NUSCA, que, poderá propor mediação e conciliação em fatos com menor potencial ofensivo, que não
tenham causado prejuízo ao erário com previsão de penalidades de censura, advertência e suspensão,
mediante despacho, poderá:
I - Receber a solicitação de conciliação e estabelecer os procedimentos elencados no art.
12 e seguintes deste regulamento;
II - Receber a solicitação e solicitar informações complementares a quem de fato ou de
direito possa contribuir para a solução do conflito;
Ill - Receber e encaminhar a solicitação ao Poder Judiciário, considerando a gravidade dos
fatos narrado, quando notoriamente constituir crime, mediante despacho de homologação do Reitor.
IV - Celebrar Termo de Ajustamento de Conduta - TAC — com base na Instrução Normativa
CGU n. 4/2019;

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IV - Encaminhar o feito à DAPAD ou à Comissão de Ética após frustradas as tentativas


prévias de conciliação.
V - Arquivar a solicitação, após consulta ao Reitor, e comunicação da decisium ao
requerente por meios oficiais, incluindo nesses meios o e-mail institucional e despacho no SUAR.

Subseção Ill
Dos procedimentos
Art. 12. Poderão ser objeto de mediação e conciliação os conflitos que possam ser
enquadrados como condutas elencadas no Decreto 1.171/1994, Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal, bem como no art. 116 e incisos I ao VIII e XVI do Art. 117 da Lei
8.112/1990.
Art. 13. Das seções de mediação e conciliação de conflitos poderá ser requerido às partes:
I - retratação ao ofendido;
II - Celebração de Termo de Ajustamento de Conduta - TAC - Instrução Normativa CGU n.
4/2019;
§ 12 Frustradas as primeiras tentativas de conciliação e mediação de conflitos, as
autoridades a que se refere o art. 8° poderão deliberar para nova sessão de mediação em prazo
determinado.
§ 2° Frustradas todas as tentativas de mediação e conciliação amigavelmente, caberá
autoridade máxima decidir sobre abertura de processo administrativo disciplinar, abertura de
investigação preliminar sumária, celebração compulsória de Termo de Ajustamento de conduta ou
arquivamento do feito.

Subseção IV
Das Reuniões de Mediação e Conciliação
Art. 14. No inicio da primeira seção de mediação/conciliação, e sempre que julgar
necessário, o mediador/conciliador deverá alertar às partes acerca das regras de confidencialidade
aplicáveis ao procedimento.
Art. 15. A requerimento das partes, do gestor do NUSCA ou do conciliador/mediador, e
com anuência daquelas, poderão ser admitidos outros mediadores para funcionarem no mesmo
procedimento, quando isso for recomendável em razão da natureza e da complexidade do conflito.
Art. 16. Ainda que haja processo administrativo disciplinar em curso, as partes poderão
submeter-se à mediação, hipótese em que requerer-se-6 ao Reitor a suspensão do processo por prazo
suficiente para a solução consensual do litígio, não superior a 30 dias.
§ 1° É irrecorrivel a decisão que suspende o processo nos termos requeridos de comum
acordo pelas partes.

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§ 22 A suspensão do processo não obsta a concessão de medidas de urgência pelo Reitor


ou Gestor do NUSCA.
Art. 17. Considera-se instituída a mediação/conciliação na data para a qual for marcada a
primeira seção.
Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimento de mediação/conciliação, ficará
suspenso o prazo prescricional.
Art. 18. Iniciada a mediação, as reuniões posteriores com a presença das partes somente
poderão ser marcadas com a sua anuência.
Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes, em
conjunto ou separadamente, bem como solicitar as partes as informações que entender necessárias para
facilitar o entendimento entre essas.
Art. 20. 0 procedimento de mediação sera encerrado com a lavratura do seu termo final,
quando for celebrado acordo ou quando não se justificarem novos esforços para a obtenção de consenso,
seja por declaração do mediador nesse sentido ou por manifestação de qualquer das partes.
Art. 21. 0 registro da medição e da conciliação deverá ser feito por meio de:
I - Atas de registro das sessões intermediárias e finais de mediação e/ou conciliação,
contendo os termos de eventual acordo, agendamentos, solicitações de diligências, encaminhamentos e
providências tomadas pelos envolvidos.
II - Termos de Ajustamento de condutas — onde serão descritas as obrigações de fazer ou
de não-fazer dos envolvidos, podendo prever tomadas de providências no caso de descunnprimento das
obrigações avençadas.
Parágrafo único. 0 termo final de mediação, deverá ser homologado pelo Reitor e
produzirá todos os efeitos de acordo extrajudicial no mundo jurídico.

Seção II
Da Mediação
Art. 22. 0 convite para iniciar o procedimento de mediação sera feito pelo NUSCA, as
partes identificadas os procedimentos descriminados no Art. 10 desta Portaria, por qualquer meio oficial
documentável.
Art. 23. 0 convite sera encaminhado aos envolvidos no conflito e poderá ser feito por
qualquer meio de comunicação oficial e deverá estipular o assunto, a data e o local da primeira reunião.
Parágrafo único. O convite para conciliação formulado por uma parte a outra considerar-
se-á rejeitado se não for respondido em até trinta dias da data de seu recebimento.
Art. 24. 0 Convite para a mediação deverá conter, no mínimo:
I - prazo mil-limo e máximo para a realização da primeira reunião de mediação, edntado a
partir da data de recebimento do convite;

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II - local da primeira reunião de mediação;


Ill - critérios de escolha do mediador ou opção pela escolha do Gestor do NUSCA;
Art. 25. Não havendo especificação completa no convite, deverão ser observados os
seguintes critérios para a realização da primeira seção de mediação e/ou conciliação:
I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de sessenta dias, contados a partir do
recebimento do convite;
II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais, onde haja
clima leve e descontração;
Ill - lista de até cinco nomes, informações de contato e referências profissionais de
mediadores; a parte convidada poderá escolher, expressamente, qualquer um dos cinco mediadores e,
caso a parte convidada não se manifeste, considerar-se-á aceito o primeiro nome da lista.
Art. 26. Se as partes se comprometerem a não iniciar procedimento de mediação durante
certo prazo, tais como férias docentes, ou suspensão do calendário acadêmico por força maior, ou até o
implemento de determinada condição.
Parágrafo único: o gestor do NUSCA ou o Reitor poderão suspender o curso da mediação
ou da Ka() pelo prazo previamente acordado ou até o implemento dessa condição.

Seção III
Da Conciliação
Art. 27. A conciliação poderá ser proposta por qualquer agente público lotado no IFSP,
envolvido ou não no conflito objeto de conciliação, ou ainda por qualquer membro pertencente 5
comunidade acadêmica desde que envolva atividade administrativa, docente ou operacional.
Parágrafo Único: Os conflitos advindos da atividade docente clever-5o seguir os
procedimentos próprios da atividade acadêmica e seus regulamentos.
Art. 28. A Comunicação de existência de conflito será encaminhado Gestor do NUSCA e
poderá ser feito por qualquer meio de comunicação oficial conforme estipulado no art. 10.
Art. 29. 0 Convite para a conciliação deverá conter, no mínimo:
I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de mediação, contado a
partir da data de recebimento do convite;
II - local da primeira reunião de mediação;
III - critérios de escolha do mediador ou opção pela escolha do Gestor do NUSCA.
Art. 30. Não havendo especificação completa no convite, deverão ser observados os
seguintes critérios para a realização da primeira reunião de mediação:
I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de 60 dias, contados/i 1:3rtir do
recebimento do convite; r`

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II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais, onde haja
clima leve e descontração.
Art. 31. Se as partes se comprometerem a não iniciar procedimento conciliatório durante
certo prazo, tais como férias docentes, ou suspensão do calendário acadêmico por força maior, ou até o
implemento de determinada condição.
Parágrafo único. o gestor do NUSCA ou o Reitor poderão suspender o curso da mediação
ou da ação pelo prazo previamente acordado ou até o implemento dessa condição.

Seção IV
Das Condutas nas Reuniões de Mediação e Conciliação
Art. 32. As regras que regem o procedimento da conciliação/mediação são normas de
conduta a serem observadas pelos conciliadores para seu bom desenvolvimento, permitindo que haja o
engajamento dos envolvidos, com vistas à sua pacificação e ao comprometimento com eventual acordo
obtido, sendo elas:
§ 12 Informação - Dever de esclarecer os envolvidos sobre o método de trabalho a ser
empregado, apresentando-o de forma completa, clara e precisa, informando sobre os princípios
deontológicos referidos no Anexo II, as regras de conduta e as etapas do processo.
§ 22 Autonomia da vontade — Dever de respeitar os diferentes pontos de vista dos
envolvidos, assegurando-lhes que cheguem a uma decisão voluntária e não coercitiva, com liberdade para
tomar as próprias decisões durante ou ao final do processo, podendo inclusive interrompê-lo a qualquer
momento.
§ 32 Ausência de obrigação de resultado — Dever de não forçar um acordo e de não tomar
decisões pelos envolvidos, podendo, quando muito, no caso da conciliação, criar opções, que podem ou
não ser acolhidas por eles.
§ 42 Desvinculação da profissão de origem — Dever de esclarecer aos envolvidos que atua
desvinculado de sua profissão de origem, informando que, caso seja necessária orientação ou
aconselhamento afetos a qualquer área do conhecimento poderá ser convocado para a sessão o
profissional respectivo, desde que com o consentimento de todos.
§ 52 Teste de realidade — Dever de assegurar que os envolvidos, ao chegarem a um acordo,
compreendam perfeitamente suas disposições, que devem ser exequíveis, gerando o comprometimento
com seu cumprimento.

CAPÍTULO V
DA INCOMPETÊNCIA, SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENOS
Art. 33. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar por
escrito.

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§ 12 A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição


e deve ser declarada de oficio.
§ 22 Após manifestação da parte contrária, o Reitor decidirá imediatamente a alegação de
incompetência, suspeigão ou impedimento.
§ 32 Caso a alegação de incompetência, suspeigão ou impedimento seja acolhida, os autos
serão remetidos ao mediador ou conciliador competente, nomeado pelo Reitor, podendo ou não ser
indicado pelas partes.
§ 42 Salvo decisão do Reitor em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo conciliador ou mediador incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo
conciliador ou mediador competente.
Art. 34. Não poderá participar das sessões de mediação ou conciliação cônjuge,
companheiro ou parente dos envolvidos, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau.
Art. 35. E impedido de atuar em ato de mediação ou conciliação servidor que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
ll - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo
cônjuge ou companheiro.
Art. 36. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo Calico. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave,
para efeitos disciplinares.
Art. 37. Pode ser arguida a suspeigão de agente público que tenha amizade intima ou
inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.
Art. 38. 0 indeferimento de alegação de suspeigão poderá ser objeto de recurso ao Reitor,
sendo esse objeto da conciliação ou mediação, reputa-se a competência ao Conselho Superior - Consup.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 39. 0 Núcleo Permanente de Gestão e Solução de Conflitos Administrativos do IFSP
poderá criar banco de dados sobre boas práticas em mediação, bem como manter relação de mediadores
para atuar em conflitos como convidados.
Art. 40. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por legrópria,
aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos deste Regulamento.

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Art. 41. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos


administrativos em que figure como parte ou interessado:
I - pessoa com idade igual ou superior a 60(sessenta) anos;
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
Ill - agente público ou a ele equiparado prestes a se aposentar ou na iminência de
afastamento para capacitação;
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de
Paget (osteite deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou
outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido
contraída após o inicio do processo;
§ 1° A pessoa interessada na obtenção do beneficio, juntando prova de sua condição,
deverá requerê-lo â autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem
cumpridas.
§ 2° Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime
de tramitação prioritária.
no as complementares para o desempenho das
Art. 42. 0 Reitor poderá expedir 74rT)
atividades conciliatórias no âmbito do IFSP.
Art. 43. Esta Portaria entra em vigor , m ° de julho de 2021.

Silmari Batista dos Santos


Reitor

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ANEXO I
CÓDIGO DE ÉTICA DE DO NÚCLEO PERMANENTE DE GESTÃO E SOLUÇÃO DE CONFLITOS NO
ÂMBITO DO IFSP
Art. 1° São princípios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e mediadores
no âmbito do IFSP: decisão informada, competência, imparcialidade, independência e autonomia,
respeito á ordem pública e ás leis vigentes, empoderamento e validação, assim definidos:
I - Decisão informada - dever de manter o jurisdicionado plenamente informado quanto
aos seus direitos e ao contexto fático no qual está inserido;
II - Competência - dever de possuir qualificação que o habilite à atuação judicial, com
capacitação na forma desta Resolução, observada a reciclagem periódica obrigatória para formação
continuada;
III - Imparcialidade - dever de agir com ausência de favoritismo, preferência ou preconceito,
assegurando que valores e conceitos pessoais não interfiram no resultado do trabalho, compreendendo
a realidade dos envolvidos na disputa e jamais aceitando qualquer espécie de favor ou presente;
IV - Independência e autonomia - dever de atuar com liberdade, sem sofrer qualquer
pressão interna ou externa, sendo permitido recusar, suspender ou interromper a sessão se ausentes as
condições necessárias para seu bom desenvolvimento, tampouco havendo dever de redigir acordo ilegal
ou inexequível;
V - Respeito à ordem pública e ás leis vigentes - dever de velar para que eventual acordo
entre os envolvidos não viole a ordem pública, nem contrarie as leis vigentes;
VI - Empoderamento - dever de estimular os interessados a aprenderem a melhor
resolverem seus conflitos futuros em função da experiência de justiça vivenciada na autocomposigão; e
VII - Validação - dever de estimular os interessados perceberem-se reciprocamente como
serem humanos merecedores de atenção e respeito.
Art. 2° As regras que regem o procedimento da conciliação/mediação são normas de
conduta a serem observadas pelos conciliadores/mediadores para o bom desenvolvimento daquele,
permitindo que haja o engajamento dos envolvidos, com vistas á sua pacificação e ao comprometimento
com eventual acordo obtido, sendo elas:
I - Informação - dever de esclarecer os envolvidos sobre o método de trabalho a ser
empregado, apresentando-o de forma completa, clara e precisa, informando sobre os princípios
deontológicos referidos no Capitulo I, as regras de conduta e as etapas do processo;
II - Autonomia da vontade - dever de respeitar os diferentes pontos de vista dos envolvidos,
assegurando-lhes que cheguem a uma decisão voluntária e não coercitiva, com liberdade para tomar as
próprias decisões durante ou ao final do processo e de interrompê-lo a qualquer momento;
III - Ausência de obrigação de resultado - dever de não forçar um acordo e de não tomar
decisões pelos envolvidos, podendo, quando muito, no caso da conciliação, criar opções, que podem ou
não ser acolhidas por eles;

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IV - Desvinculação da profissão de origem - dever de esclarecer aos envolvidos que atuam


desvinculados de sua profissão de origem, informando que, caso seja necessária orientação ou
aconselhamento afetos a qualquer área do conhecimento poderá ser convocada para a sessão o
profissional respectivo, desde que com o consentimento de todos; e
V - Compreensão quanto à conciliação e à mediação - clever de assegurar que os envolvidos,
ao chegarem a um acordo, compreendam perfeitamente suas disposições, que devem ser exequíveis,
gerando o comprometimento com seu cumprimento.
Art. 32 Apenas poderão exercer suas funções perante Núcleo Permanente de Gestão e
Solução de Conflitos do IFSP conciliadores e mediadores devidamente capacitados e pertencentes ao
quadro de servidores do IFSP.
Art. 42 0 conciliador/mediador deve exercer sua função com lisura, respeitar os princípios
e regras deste Código, assinar, para tanto, no inicio do exercício, termo de compromisso e submeter-se
às orientações do Reitor do IFSP.
Art. 52 Aplicam-se aos conciliadores/mediadores os motivos de impedimento e suspeigão
dos artigos 149,§ 22 da Lei n. 8.112/1990 e art. 18 a 21 da Lei n2 9.784/99, devendo, quando constatados,
serem informados aos envolvidos, com a interrupção da sessão e a substituição daqueles.
Art. 62 No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou
mediador deverá informar com antecedência ao responsável para que seja providenciada sua
substituição.
Art. 72 0 conciliador ou mediador fica absolutamente impedido de prestar serviços
profissionais, de qualquer natureza, aos envolvidos em processo de conciliação/mediação sob sua
condução.
Art. 82 0 descumprimento dos princípios e regras estabelecidos neste Código, bem como
a condenação definitiva em processo criminal, resultará na exclusão do conciliador/mediador do
respectivo cadastro.
Parágrafo único. Qualquer pessoa que venha a ter conhecimento de conduta inadequada
por parte do conciliador/mediador poderá representar ao Juiz Coordenador a fim de que sejam adotadas
as providências cabíveis.

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