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AO SENHOR ENCARREGADO DE FATD DO 5° GACAP DO EXÉRCITO


BRASILEIRO.

Nº de Autos: 112

CARLOS XXXXXXXXXX Brasileiro, solteiro, soldado EV, inscrito no


RG 11111111, CPF 111111111222, domiciliado na Rua Santa Cruz, 322, bairro
Cachoeira, CEP 83.181-000, São José dos Pinhais, estado do Paraná, vem
Respeitosamente perante vossa senhoria, com fulcro no artigo 5º, LIV e LV da
CRFB/88 que dispõe sobre o devido processo legal e o exercício da ampla
defesa e do contraditório e com riste no art. 35 §1º do Regulamento disciplinar
do Exército, Apresentar:

DEFESA PRÉVIA

1. SÍNTESE ACUSATÓRIA

Em apertada síntese, imputa-se a este militar a suposta prática de


infração disciplinar sob a narrativa fática de ter tentado abrir o cadeado do
armário do 1º Sgt. Lotufo e por estar onde não deveria estar.

Dessa análise sintética, conclui-se pela inveracidade da acusação,


uma vez que este militar de maneira alguma tentou romper ou abrir o cadeado
do referido sargento, ou qualquer outro.

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Outrossim, este militar se encontrava naquele local a pedido do Sd Ev


414 Diego da Bateria BCAP, este estava de permanência na bateria, realizando
a higienização do ambiente, quando solicitou ajuda para fazer a limpeza, posto
que o Sd Diego encontrava-se debilitado em com dores na perna, então quando
o Sd Ev Stevesa movido de sentimento de solidariedade e camaradagem, aceitou
ajudar e passou a também a faxinar a bateria.

No que toca à acusação de que estava tentando abrir o cadeado do


1º Sgt Londano, esta é de total improcedência, pois o Sd Ev 488 Stevesa estava
apenas conferindo todos os cadeados a fim de se certificar que todos os
armários estavam devidamente fechados, garantindo assim a segurança dos
pertences pessoais dos militares.

Esta versão defensiva é a mais pura verdade e pode ser confirmada


pelo Sd Ev 414 Diego e também pela conduta integra e honrosa do militar
acusado, que guarda consigo os princípios da honestidade e respeito ao direito
alheio, sendo inverídica a acusação que ora se apura.

2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS.

o regulamento disciplinar do exercito em seu art. 35, parágrafo


1°dispõe que nenhuma punição disciplinar será aplicada ao militar sem estarem
os fatos devidamente apurados, in verbis::

Art. 35. O julgamento e a aplicação da punição disciplinar devem ser feitos


com justiça, serenidade e imparcialidade, para que o punido fique consciente
e convicto de que ela se inspira no cumprimento exclusivo do dever, na
preservação da disciplina e que tem em vista o benefício educativo do
punido e da coletividade.
§ 1o Nenhuma punição disciplinar será imposta sem que ao transgressor
sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, inclusive o direito de
ser ouvido pela autoridade competente para aplicá-la, e sem estarem os
fatos devidamente apurados.

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Nesse diapasão, não foi disponibilizado para a defesa qualquer indício,


elementos ou prova de que o acusado estava a tentar abrir um cadeado, sendo
que nesses casos, conforme determina o artr. 35, §1º do RDE, não se pode
punir o militar sem a devida apuração.

O caso em tela, deveria ser tratado por meio de sindicância e não


FATD.

O comandante do Exército brasileiro regulamentou a sindicância no


âmbito do EB por meio da Portaria nº 107, de 13 de fevereiro de 2012. Que em
seu artigo 2º dispõe o seguinte:

Art. 2º A sindicância é o procedimento formal, apresentado por escrito, que


tem por objetivo a apuração de fatos de interesse da administração militar,
quando julgado necessário pela autoridade competente, ou de situações que
envolvam direitos.

Como se percebe, se ventilada a possibilidade de uma transgressão a


direitos, deveria ser determinada a abertura de sindicância, conforme
determinação do comando do Exército, encartada pela Portaria nº 107, de 13
de fevereiro de 2012, sendo que o procedimento de FATD é inadequado ao caso
concreto.

3. DOS PEDIDOS

Diante da explanação fática e jurídica passa a se requerer:

a. Conforme preceito do art. 35º §1º, inciso I do RDE, requer-se cópia


da parte informando o fato e cópia de todos os documentos que fazem parte
deste FATD;

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b. O arquivamento deste FATD pelo fato de ser obrigatória a instauração


de sindicância, nos termos do art. 2º da Portaria nº 107, de 13 de fevereiro de
2012, do Comando do Exército e não caso de FATD;
c. Visando resguardar os direitos de defesa e de produzir provas, nos
termos do art. 35, § 2º, inciso III do RDE requer-se que seja determinada na
instrução:
c.1) a Oitiva do Sd Ev 408 Rocha para que apresente o seu depoimento
pessoal dos fatos;
c. 2) sejam feitas as seguintes inquirições ao 1° Sgt. xxxxx:

Pergunta 01: Há quanto tempo o senhor conhece o Sd Ev Stevesa?

Pergunta 02: O senhor já viu ele tentando abrir armários alheios em outra
ocasião?

Pergunta 03: O senhor viu ele tentando abrir seu armário? Caso sim,
descreva como foi:

Pergunta 03: O senhor afirma que ele iria furtar seus pertences pessoais
e porquê razão não o fez?

Pergunta 04: O senhor tem motivos para não gostar do soldado Ev Rocha?

C.3) requer-se a oitiva do Sd Ev 414 Diego, para tanto, consigna-se as


seguintes perguntas:

1. No dia dos fatos, você pediu ajuda ao Sd Ev 408 Stevesa na faxina da


BCAP?
2. o Sd Ev Stevesa aceitou e ajudou na faxina?
3. Sabe que o Sd Ev. Stevesa está sendo acusado de tentar abrir o
cadeado do armário do 1º Sgt xxxxxx?
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4. O Sd, ev Stevesa Estava tentando abrir o referido cadeado?


5. o Sd Ev Stevesa possui conduta desonesta? E você desconfia dele? Ou
afirma que foi um mal entendido e que ele é um excelente militar?

D. após a instrução, requer-se desde logo que seja determinado o


arquivamento deste FATD pela sua insubsistência e invalidade legal, caso v.
senhoria assim não entenda, requer-se que seja oportunizada ao acusado cópia
da instrução com as respostas das testemunhas, para que apresente as
alegações finais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Curitiba, 14 de novembro de 2022

Nome do militar requerente


Sd Ev.

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