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FAVET-UFRGS
Prof. Marcos JP Gomes
2013
ATUALIDADES
Atualmente (2013), na “List of Prokaryotic names with Standing in Nomenclature”,
organizada pelo pesquisador J.P. Euzéby cita 32 espécies e de 13 subespécies. No momento
há 25 diferentes espécies no gênero Campylobacter spp.
TAXONOMIA
O gênero Campylobacter foi proposto, em 1963, por Sebald e Véron para um grupo
de espécies com características diferentes das bactérias conhecidas como do gênero Vibrio.
Em 1973, Véron e Chatelain incluíram no gênero Campylobacter novas espécies
tendo como base suas características fenotípicas e estas foram didaticamente classificadas
em três grupos: a) Campilos catalase positivos e H2S negativos (Campylobacter fetus
subsp. fetus e Campylobacter fetus subsp. venerealis); b) Campilos catalase positivos e H2S
positivos (Campylobacter coli e Campylobacter jejuni) e c) Campilos catalase negativos
(Campylobacter sputorum subsp. bubulus e Campylobacter sputorum subsp. sputorum).
Em 1980, essas diferentes espécies foram listadas no “Approved Lists of Bacterial
Names”. Depois disso, muitas mudanças ocorreram no gênero Campylobacter, incluindo: I)
Descrição de novas espécies; II) Evidenciaram-se semelhanças e III) Transferenci de
antigos campilos para outros gêneros Arcobacter ou Helicobacter.
O gênero Campylobacter constitui assim como os gêneros Arcobacter,
Dehalospirillum e Sulfurospirillum, a família da Campylobacteraceae colocada na classe
Epsilonproteobacteria (filo das "Proteobacteria", domínio ou império das "Bacteria" ou
das "Eubacteria").
Gênero Campylobacter spp
FAVET-UFRGS
Prof. Marcos JP Gomes
2013
Gênero Campylobacter spp
FAVET-UFRGS
Prof. Marcos JP Gomes
2013
CARACTERÍSTICAS GERAIS
O Gênero Campylobacter é constituído de bactérias Gram negativas, encurvadas ou
em forma de S; espiralada, não esporulada; possuem tamanho de 0,2 a 0,5 m de diâmetro
de largura e 0,5 a 5,0 m de comprimento; podem apresentar forma filamentosa ou cocóide
nos cultivos velhos; geralmente móveis (movimento de cambalhotas) graças a um flagelo
localizado em uma ou nas duas extremidades da célula; quimiorganotróficos; metabolismo
respiratório; incapazes de utilizar açúcares (nem oxidação nem fermentação); oxidase
positiva, catalase variáveis; não hidrolisam a gelatina nem a ureia (com exceção as
linhagens atípicas do C. lari e linhagens do C. sputorum biovar Paraureolyticus);
desprovidos de lipase.
No cultivo, não requerem nem soro nem sangue; pode crescer a 25°C; 37°C e 42°C,
mas não a 15°C. A maioria das espécies é microaerófila (necessitam de 3 a 15% de
oxigênio). O C. rectus e C. curvus são capazes de crescer na presença de 1 a 5% de
oxigênio, entretanto essas espécies devem ser cultivadas em anaerobiose.
Septicemias, gastrenterites,
C. fetus subsp. fetus Bovinos, ovinos Abortos em ovinos e bovinos
abortos, meningites
Periodontites, empiemas,
C. gracilis Homem ?
abscessos.
Gastrenterites, gastrites,
C. jejuni subsp. doylei Homem ?
septicemias.
C. lanienae Homem ? ?
C. sputorum biovar
Bovinos, homem Enterites ?
Paraureolyticus
Gastrenterites, septicemias,
C. upsaliensis Cães, gatos, homem. Gastrenterites nos cães e gatos
abscessos, abortos
FATORES DE VIRULÊNCIA
Estudos experimentais, em camundongos e pintos, indicaram que C. jejuni
localizam-se nas criptas, contendo muco e parecendo colonizar o muco, sem aderência às
células epiteliais das microvilosidades. A grande motilidade e a forma espiralada facilitam
a colonização do muco. O C. jejuni é atraído quimiotaxicamente pela mucina, podendo
utilizá-la como substrato para crescimento. Experimentalmente a colonização das criptas
cecais pelo C. jejuni é diminuída ou impedida pela colonização pela E. coli, K. pneumoniae
e Citrobacter diversus que ocupam os mesmo nichos ecológicos, produzindo metabólitos
antagonistas do C. jejuni.
Cepas com habilidade de colonização do trato intestinal de pintos foram
desenvolvidas. Um dos componentes, com 69 kDa, está presente na colonização de cepas,
mas não presentes em cepas não colonizantes, podendo estar envolvido na colonização. A
habilidade do C. jejuni em invadir as células epiteliais intestinais tem sido confirmada em
estudos em embriões de galinha, camundongos, hamster e linhagem celular de mamíferos.
Os campilos são ativamente móveis por um único flagelo polar em uma ou nas duas
extremidades da célula, parecendo que a motilidade, tem importância fundamental na
colonização. Variantes do C. jejuni, imóveis, com flagelo incompleto ou com ausência de
flagelo não conseguem colonizar ou requerem grandes quantidades de inoculo, em relação
às cepas móveis (flagelo completo). Algumas cepas de C. jejuni possuem uma transição
bidirecional chamada variação de fase, entre fenótipos flagelados e não flagelados. Quando
as variantes não flageladas são utilizadas para infectar coelhos, somente células flageladas
são recuperadas de amostras fecais. Outras cepas de campilo expressam reversivelmente
dois tipos de flagelos, podendo ser diferenciados antigenicamente por sua mobilidade
relativa (Mr), (subunidades de flagelina) na eletroforese em SDS (Sodium dodecyl Sulfate)
de poliacrilamida. O C. coli produz uma fase antigênica 1 (P1) de flagelina com 61,5 kDa e
uma fase dois (P2) de flagelina de 59,5 k Da. Coelhos infectados, experimentalmente com a
P2 eliminam predominantemente P2 durante toda infecção, enquanto que em coelhos
infectados com P1, inicialmente eliminam P1, mais tarde, (no 7º dia) eliminam,
exclusivamente P2 (Logan et al., 1989).
A variação flagelar antigênica do C. coli é acompanhado pelo rearranjo reversível
do DNA, envolvendo dois genes de flagelina (Guerry et al., 1991). Dois genes de flagelina
(flaA e flaB) estão também presentes nas cepas do C. jejuni e, organizados, de maneira
semelhante, ao C. coli (Nuijten et al., 1992).
Lipopolissacarídio (LPS)
Todas as cepas-padrão do C. coli, segundo o esquema de sorotipagem baseado nos
antígenos termoestáveis, têm o tipo liso de LPS, com alta Mr da cadeia lateral O, além de
componentes com baixa Mr. Em contrate, aproximadamente 2/3 das amostras de referência
do C. jejuni, possuem somente componentes com baixa Mr, enquanto que 1/3, possui o tipo
liso de LPS. Uma porção do lipídio A do LPS é semelhante quimicamente e
antigenicamente aos de outras bactérias Gram negativas. Mudanças nas especificidades
antigênicas do LPS foram observadas, em 2 cepas de C. coli, após contínuos subcultivos
em laboratório e, atribuído ao rearranjo genômico (Mills et al., 1991). O LPS, de algumas
cepas do C. jejuni, possuem ácido N-acetilneuramina (AcNeu), um componente, raramente
encontrado em células procarióticas, mas comum em glicolipídios e glicoproteínas de
mamíferos. LPS que possui AcNeu pode ser pouco ou não imunogênico para o hospedeiro,
mas sua presença, pode conferir soro-resistência.
Toxinas
O C. jejuni, C. coli e C. lari produz fator citotônico, o qual é semelhante às
enterotoxinas ativadoras da adenilatociclase e, termolábeis do Vibrio cholerae (toxina
cólera, CT) e da E. coli (enterotoxina termolábil, LT) (Ruiz-Palacios et al., 1983). Tem
massa molecular entre 60-70 kDa, sendo completamente inativada, no pH 2 e 8. Há
divergências, entre as condições necessárias, para produzir inativação, pelo calor desta
toxina. A toxina produz resposta citotônica, nas células de tumor adrenal de camundongo
(Y-1) e nas células de ovário de hamster chinês (CHO), aumentando os níveis de AMP c
nas CHO e Vero, produzindo secreção fluida em ligadura de alça intestinal de coelhos e
ratos, aumentando a permeabilidade, no teste dérmico em coelhos. O nível de produção de
enterotoxinas nas cepas de campilo está, entre 20 e 2000 vezes, mais baixo do que para a
LT ou CT (Johnson & Lior, 1986).
A enterotoxina é parcialmente neutralizada, pelo anticorpo para CT ou LT e, a pre-
incubação com antissoro para CT, suspende o efeito citotônico, em cultura de tecidos e alça
intestinal de ratos. Como a subunidade B da CT e LT, as enterotoxinas se aderem ao GM1,
receptor tecidual ao gangliosídio, reage ao ELISA com GM1 na fase sólida, podendo ser
purificado por métodos baseados na afinidade aos componentes de galactose do
gangliosídio GM1; pre-incubação com GM1 inibe a resposta citotônica, no ensaio celular
(cultivo).
C. jejuni, C. coli, e C. lari também produzem citotoxina, sensível à tripsina, e tóxica
para células de rim bovino, Vero, HeLa. A citotoxina é lábil a 70ºC, por 30 min; estável a
60ºC, por 30 min e não é neutralizada pelo antissoro para Shiga toxin (Shigella
dysenteriae), Clostridium difficile toxina ou verotoxina (E. coli). Tanto enterotoxina ou
citotoxina é produzida por estes campilos termofílicos. Alem das enterotoxinas e
citotoxinas, outra toxina termolábil, sensível à tripsina, não dialisável, chamada “Cytolethal
distending toxin” (CLDT), com massa molecular acima de 30 kDa está presente em
filtrados de cultura de muitas cepas do C. jejuni, C. coli e C. lari. Ela (CLDT) é citoletal
para células CHO, Vero, HeLa e Hep-2 e negativa em células Y-1. Ela é negativa na
ligadura de alça intestinal (íleo) de coelho adulto, camundongos lactentes e, no teste
intradérmico, em coelhos. A CLDT é neutralizada pela antitoxina produzida em coelho.
Uma quantidade de ferro utilizável pode ser importante na expressão dessas toxinas.
PERSPECTIVAS
Apesar de um grande número de fatores potenciais de virulência ter sido
identificado nos campilos termofílicos, o seu papel na patogenia da doença, não está
suficientemente compreendido. Enterotoxinas não têm sido demonstradas nas amostras
isoladas do homem com diarreia e há discrepância na identificação de cepas
enterotoxigênicas. Estudos futuros serão necessários, no estabelecimento da importância
das enterotoxinas, citotoxinas, adesinas, invasinas e outros fatores importantes na biologia
destes organismos para definir a imunidade ao C. jejuni. Tais estudos estarão associados,
certamente à genética molecular dos campilos.
C. mucosalis, C. hyointestinalis
C. mucosalis e o C. hyointestinalis têm sido isolados de suínos com enterite
proliferativa, doença complexa, do intestino delgado e, ocasionalmente do ceco e colo.
C. sputorum e C. upsaliensis
Os três biovares do C. sputorum tem sido implicado nas infecções humanas e
animais. O biovar sputorum tem sido isolado da cavidade oral humana. O biovar fecalis é
considerado como não patogênico, embora experimentalmente, possa causar infecções
INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
A produtividade do rebanho leiteiro ou o rebanho de corte está associado a 5
variáveis principais: alimentação, manejo, genética, controle sanitário e administração. A
produção de leite e de carne exige efetivamente altos níveis de fertilidade de fêmeas e de
machos. Gameta fértil e ambiente livre de doenças são pré-requisitos para um produto
saudável. A adoção de tecnologias na área reprodutiva, a globalização dos mercados
(Mercado Econômico Europeu, Mercosul), o aumento de competitividade produtiva dos
produtos de origem animal, atrelados à crescente alta dos custos (alimentação, genética,
manejo), todos juntos, justificam a aplicação de medidas sanitárias preventivas, tomadas
Definição
Campilobacteriose bovina é o termo genérico utilizado para designar doenças
causadas por espécies do gênero Campylobacter spp, incluindo o C. fetus subsp fetus e o C.
fetus subsp venerealis.
O C. fetus subespécie fetus tem como habitat o tubo gastrintestinal, podendo causar
abortamentos esporádicos, em bovinos. Entretanto, uma cepa intermediária, desta
subespécie, pode causar infertilidade e persistência, no trato genital de novilhas,
experimentalmente inoculadas, conforme Maclaren & Agumbah (1988). No homem, o C.
fetus subsp fetus pode causar infecções intestinais e sistêmicas.
A ocorrência de infecções, no homem, pelo C. fetus subsp fetus, é rara e até,
recentemente não havia sido registrada.
Em 1987, na Suécia, foi relatado o isolamento de amostras semelhantes ao C. fetus
subsp venerealis por Holst e colaboradores. Na Austrália, foi relatado em homossexuais
com diarreia. As amostras suecas foram confirmadas como C. fetus subsp venerealis,
através de testes bioquímicos e experimentais realizados em novilhas.
As duas subespécies do C. fetus são geneticamente muito semelhantes, embora, com
manifestações clínicas, bem distintas. A subespécie venerealis e seu biovar intermedius são
responsáveis pela campilobacteriose genital bovina (CGB), caracterizada por infertilidade e
abortamentos. Estas duas subespécies desenvolveram uma relação parasitária com o trato
reprodutor bovino. O biovar intermedius pode ocorrer no trato intestinal.
Recentemente, a análise sequencial da região hipervariável do 16S rRNA das duas
subespécies, indicaram uma homologia de 99,9% e, somente uma única base diferente entre
1400 bases sequenciadas. Há relatos ocasionais em que o C. fetus subsp fetus foi isolado e
associado com infertilidade bovina, colocando em questão, a confiança dos testes atuais,
especialmente os testes de tolerância à glicina e apresentação doença.
LOCALIZAÇÃO
O C. fetus subsp venerealis e o seu biótipo intermedius são os agentes responsáveis
pela campilobacteriose genital bovina (CGB); doença venérea, exclusivamente dos
bovinos, relacionada com infecção assintomática, no touro e, inflamação aguda ou crônica
do aparelho genital feminino.
O habitat natural deste organismo é o trato reprodutor bovino, não se multiplicando
no trato intestinal. Cepas intermediárias pertencentes ao biótipo intermedius podem causar
a mesma infecção tanto do trato reprodutor quanto do trato intestinal, conforme Elazhary
(1968). No touro, o agente está confinado à mucosa da glande peniana, prepúcio e porção
distal da uretra. Em novilhas e vacas, os locais de infecção são: lúmen vaginal, cérvice,
útero e oviduto.
IMPACTO ECONÔMICO
O impacto econômico está direta e indiretamente associado à doença na fêmea, e
infecção assintomática, no macho portador.
As fêmeas apresentam uma taxa de concepção mais tardia, ciclos estrais irregulares,
aumento no número de coberturas por concepção; diminuição no número de terneiros;
mortes embrionárias; abortos; diminuição na produção de leite e carne. Indiretamente,
temos despesas com serviços veterinários, medicamentos e na reposição precoce de animais
improdutivos.
Nos machos, os prejuízos com a CGB estão associados, principalmente pelo fator de
risco que provocam frente à população de fêmeas, sexualmente maturas e produtivas.
Somam-se ainda os custos na identificação do agente, no tratamento com antimicrobianos e
no descarte de touros, geneticamente superiores e nos custos com a reposição dos machos.
EPIDEMIOLOGIA
A CGB é, sem dúvida, causa de infertilidade de bovinos, especialmente onde não há
plano sanitário ou ele é negligenciado.
Em países, como o nosso, a CGB é uma das principais causas de problemas
reprodutivos. Na Argentina, Villar & Spina (1982), em um estudo de 15 anos
compreendendo os anos de 1966 a 1981, detectaram a prevalência da infecção em 22%,
onde foram testados 11.300 touros, através da técnica de imunofluorescência. Akhtar et al.
(1990), nos Estados Unidos, em estudo, compreendendo 400 fêmeas detectaram uma
prevalência de 47% para o C. fetus, através da sorologia pela técnica de ELISA.
Os primeiros estudos sobre a CGB foram direcionados para o isolamento e
identificação do agente, o qual comprometia seriamente a fertilidade de bovinos leiteiros.
Atualmente, o problema direcionou-se, especialmente para a pecuária de corte pelas
dificuldades na aplicação de técnicas eficazes, na identificação, cultivo e produção de
imunobiológicos que possam ser aplicados no combate da doença ou infecção.
HISTÓRICO NO BRASIL
Em 1956, D'Apice, em SP, isolou pela primeira vez, o C. fetus do abomaso de um
feto bovino abortado.
Em 1963, Pestana de Castro e colaboradores, isolaram o agente da CGB de um
touro e de um feto bovino abortado.
Em 1967, Pestana de Castro e colaboradores, isolaram novas amostras do C. fetus e
testaram amostras de muco vaginal, através do teste de muco aglutinação, estimando em
8%, o percentual de amostras reagentes.
Em 1971, Pestana de Castro e colaboradores detectaram aglutininas contra o C.
fetus, no muco vaginal de bovinos, no Estado de São Paulo, Minas Gerais e Paraná,
detectando reagentes em 14,4% das 1.068 amostras testadas.
Em 1971, Giorgi e colaboradores, tipificaram 10 amostras isoladas de bovinos,
utilizando testes bioquímicos clássicos na diferenciação entre as variedades: intestinais,
venerealis e a intermedius, do gênero Campylobacter spp. Das 10 amostras tipificadas,
cinco amostras foram consideradas variante intermediária (subsp intermedius); três cepas
foram consideradas como a variante intestinais (subsp fetus) e duas foram típicas da
variedade venerealis (subsp venerealis). Os autores encontraram dificuldade em classificar
as amostras isoladas do trato genital, considerando não existir diferenças significativas
entre estas amostras e os sinais clínicos.
Em 1978, No Rio de Janeiro, Auvanir Ramos e Hélio Gustavo Guida, testaram
4.092 amostras de muco vaginal, através da mucoaglutinação de fêmeas provenientes de
SUSCEPTIBILIDADE E TRANSMISSÃO
Fêmeas não expostas à infecção são suscetíveis, mas as novilhas imaturas são
refratárias. Os machos são suscetíveis, parecendo que alguns, possuem um grau
diferenciado de suscetibilidade. A infecção pelo C. fetus subsp venerealis é geralmente
venérea. Desse modo, a infecção pode propagar-se, tanto da vaca infectada para o touro
suscetível, quanto do touro infectado para a vaca suscetível. O touro infectado possui maior
importância, especialmente pela forma de transmissão da enfermidade. A utilização de
touros infectados, pelo sistema de empréstimo entre as pequenas propriedades rurais
representa um risco à difusão da doença. A infecção pode propaga-se, através da
inseminação artificial, tanto com o sêmen infectado refrigerado quanto pelo sêmen
infectado e congelado. A transmissão de fêmea para fêmeas é rara, entretanto entre machos,
ela é mais bem mais frequente, especialmente quando criados em grandes lotes onde os
animais podem apresentar sodomia. A infecção pode ocorrer nos centros de I.A., pela
manipulação incorreta de material contaminado. O touro infectado pelo C. fetus subsp
venerealis, permanece infectado por um longo período de tempo, muito embora seja
possível, às vezes, ocorrer o restabelecimento espontâneo.
A transmissão pelo touro infectado pode alcançar 100% das fêmeas servidas. A
infecção no trato feminino pode causar lesões que vão desde uma inflamação catarral leve,
até abortamentos. A infertilidade está associada à repetição de cios (superiores a 20 - 21
dias), especialmente em novilhas e abortamentos (10%) nas vacas infectadas.
No começo da doença podem ocorrer casos de vaginite catarral. Alguns animais
prenhes podem abortar especialmente as primíparas. Abortamentos, geralmente ocorrem
durante o 5º e 6º mês de gestação. Outros sinais podem incluir: endometrites, salpingites e
aumento dos ciclos estrais (acima de um mês). As fêmeas (novilhas e vacas) doentes,
geralmente não permanecem inférteis, retornando a vida reprodutiva normal em 180 dias (6
meses). Algumas vezes, o campilo pode sobreviver, na cérvice e fundo de saco vaginal,
durante todo o período de gestação e, infectar, touros susceptíveis, no período de monta
subsequente.
Os touros infectados são assintomáticos, existindo uma ocorrência maior, de touros
portadores com mais de 5 anos. O aumento e profundidade das criptas epiteliais do pênis
favorecem as condições de persistência do C. fetus subsp venerealis.
O C. fetus subsp fetus causa aborto esporádico, em bovinos e aborto epizoótico em
ovinos, alem de infecções entéricas e sistêmicas no homem. A infecção pode ser adquirida
pela ingestão de material contaminado. Durante a gestação pode ocorrer uma bacteremia
em que o organismo se difunde do intestino para o fígado e, deste, para o útero, placenta e
feto; raramente encontrado no útero não grávido. O organismo se localiza nos placentomas,
induzindo placentite necrótica e aborto, geralmente entre os dias 100º - 150º de gestação.
Nos ovinos, o abortamento, geralmente acontece à época dos partos.
FATORES DE VIRULÊNCIA
Proteínas de superfície (Camada S ou “S layer” )
As amostras de “campo” do C. fetus possuem subunidades proteicas, em arranjos
regulares, como componente externo de seus envelopes celulares. A localização superficial
dessas proteínas sugere fortemente que esta camada tem papel importante, nas interações
entre agente-hospedeiro. A camada S representa menos de 10% do total das proteínas
celulares, podendo ocorrer como formas múltiplas e de peso molecular entre 90 a 149 kDa.
Estas proteínas cristalinas são autoarranjáveis, podendo assumir padrões hexagonais,
tetragonais ou padrões oblíquos. Estas formas específicas podem estar relacionadas ao
tamanho molecular e antigenicidade.
Determinantes compartilhados podem estar presentes entre diferentes formas,
sugerindo que essas cepas de C. fetus produzem uma família de proteínas de Camada S “S-
layer”, com características estruturais e antigênicas comuns. Formas múltiplas de proteína
S podem ser expressas, por uma única célula com uma forma predominante. Inicialmente,
relatada com microcápsula de glicoproteina e, posteriormente como proteínas hidrofóbicas
e, altamente ácidas com uma sequencia terminal de aminoácidos único para a espécie.
Alem do mais, não há evidências que confirmam a glicosilação ou presença de açúcares na
camada S, do C. fetus. A ligação não covalente da camada S aos componentes da
membrana externa subjacente facilita a extração de proteínas em estado quase puro. Isto
implica que as proteínas da camada S podem ser facilmente perdidas ou rearranjadas aos
componentes celulares específicos.
Em 1992, Yang e colaboradores demonstraram que a ligação da camada S envolve a
metade da ligação N terminal à cadeia O do LPS que é sorotipo específico. Esta ligação é
mediada por cátions bivalentes tais como Ca++ que age como uma ponte, entre os grupos
carregados negativamente, das cadeias laterais do LPS, produzindo um dímero e
alinhamento da cadeia lateral em orientação própria e necessária a ligação à proteína da
Camada S.
Lipopolissacarídio (LPS)
O aborto provocado pelo campilos pode ser admitido como uma resposta alérgica às
endotoxinas termoestáveis. Choque anafilático tem sido demonstrado, quando animais são
inoculados, com amostras de C. fetus subsp venerealis, recentemente isoladas ou inativadas
pelo calor (fervidas).
A estrutura do LPS possui determinante antigênico comum, entretanto há
diferenças, entre as especificidades antigênicas da cadeia lateral O do LPS, sendo a base
para a sorotipagem (Perez-Perez et al. 1986).
durar semanas a poucos meses. O animal permanece infértil durante este período, tanto pela
falha na implantação ou por causa do aborto precoce. Em raras ocasiões a gestação pode
continuar até 5-7 meses antes de a lesão placentária causar a morte fetal e expulsão
(aborto).
O agente na infecção natural, geralmente é introduzido no trato genital feminino,
durante a fase ovulatória do ciclo estral, quando neutrófilos estão abundantemente
presentes, nas secreções. Os campilos que escapam da fagocitose são capazes de
multiplicar-se e invadir o útero, durante a fase lutea, quando a resposta de neutrófilos é
menor. Este fato, permite a produção de anticorpos IgG no útero e, IgA na vagina.
A IgG possui atividade opsonizante na fagocitose do agente pelos neutrófilos e
células mononucleares, mas não mediada pelo complemento.
A IgA (que não é muito opsonizante) imobiliza o microrganismo nas superfícies
cérvico-vaginais, limitando sua entrada no útero e mucosas. Deste modo, facilitando o
controle do C. fetus, especialmente no estro, ou, permitindo o estado de portador
assintomático.
As imunoglobulinas contra o C. fetus, nos touros portadores, estão em baixos níveis,
provavelmente pela localização superficial do agente no prepúcio e o pequeníssimo
estímulo ao sistema imune do hospedeiro ou ainda pelo tratamento com antimicrobianos e
vacinação.
A vacinação de novilhas está recomendada em propriedades onde a prevalência da
CGB é alta, existindo boa correlação entre os títulos de anticorpos sorológicos e a proteção
contra a CGB.
As alterações fisiológicas nos animais infectados são geralmente discretas ou
inexistentes, permitindo que a infecção possa estar presente numa propriedade ou região,
por meses ou mesmo anos, antes de ser reconhecida ou detectada.
O C. fetus subsp venerealis é transmitido pelo macho à fêmea, geralmente pela
monta natural ou monta orientada.
com idade superior a cinco anos, geralmente permanecem, cronicamente infectados, mesmo
quando tratados. O touro parece não desenvolver imunidade permanente, nem de longa
duração. A infecção tende a se cronificar, à medida que o touro torna-se mais velho, pela
associação entre número, tamanho das criptas prepuciais e a idade.
DIAGNÓSTICO
No laboratório
Na CGB o isolamento do C. fetus continua sendo o “gold standard” e o
procedimento mais indicado no diagnóstico. Podemos utilizar ainda, na ausência de
isolamento bacteriano, outros testes por meio de reações imunológicas, especialmente
muco-aglutinação ou pelo teste de ELISA no lavado prepucial e muco vaginal, utilizando
anticorpo monoclonal ao LPS do C. fetus pela IF, ELISA e PCR.
Exame direto
O exame direto (conteúdo do abomaso, muco e fluidos amnióticos) pode ser
realizado por três caminhos: o exame microscópico direto, imunofluorescência e / ou
cultivo. Estes procedimentos devem ser realizados, concomitantemente, auxiliando o
laboratorista ou pesquisador, no diagnóstico presuntivo da doença. Uma gota do fluido
recém-colhido é colocada, entre lâmina e lamínula, e, examinada (aumento de 400 X) em
microscópio de contraste de fase ou campo escuro.
A presença de bactérias com grande motilidade e, em especial, com movimento de
saca-rolhas é indicativa do gênero Campylobacter.
Identificação bacteriana
As colônias com 1-3 mm de diâmetro; lisas, redondas, inteiras, elevadas,
translúcidas, butirosas e não hemolíticas são suspeitas, devendo ser submetidas às provas
tintoriais, através da coloração de Gram.
Motilidade
A motilidade pode ser checada, através da coloração de Bryner e Frank (1955)
conforme composição abaixo.
Procedimento:
Uso: Colocar uma gota do corante a colônia de campilo misturar bem e olhar em entre
lâmina/lamínula em imersão (campo escuro ou contraste de fase).
As bactérias móveis, Gram negativas, com forma de "S" ou de vírgula; com 0,3 m
de diâmetro e 2-10 m de comprimento devem ser identificados, conforme as
características culturais, bioquímicas e imunológicas, contidas no Manual Bergey, 1984;
Carter & Cole, 1990; On et al.,1998). Entretanto, a identificação mais precisa e completa do
agente envolve análises fenotípicas (bioquímico, tolerância, etc.) e as análises genotípicas
(hibridização DNA-DNA, amplificação pelo PCR, sequenciamento e análise do 16S
rDNA).
Objetivo:
Adicionar 50 µL de uma solução de 10% de acetato de indoxil em acetona a um
disco de papel absorvente com 6 mm de diâmetro e deixe secar ao ar
Uso: Aplicar colônias de Campylobacter diretamente ao(s) disco (s) e logo em seguida
coloque gota de água destilada estéril sobre o disco.
O aparecimento de cor verde-azulada em 5-10 minutos indica um resultado positivo.
Nota: Os discos secos são estáveis por pelo menos 12 meses se estocados a 4 °C em
garrafa com vidro escuro com silica gel.
Controle positivo: - Campylobacter jejuni
Controle negativo: - Campylobacter fetus
As bactérias móveis, Gram negativas, com forma de "S" ou de vírgula; com 0,3 m
de diâmetro e 2-10 m de comprimento devem ser identificados, conforme as
características culturais, bioquímicas e imunológicas, contidas no Manual Bergey, 1984;
Carter & Cole, 1990; On et al.,1998). Entretanto, a identificação mais precisa e completa do
agente envolve análises fenotípicas (bioquímico, tolerância, etc.) e as análises genotípicas
(hibridização DNA-DNA, amplificação pelo PCR, sequenciamento e análise do 16S
rDNA).
CONTROLE E PREVENÇÃO
Inúmeras medidas que podem ser aplicadas no controle da CGB. Estas medidas
podem incluir:
1) O tratamento dos touros infectados;
2) O tratamento do sêmen contaminado;
3) Tratamento das vacas com antimicrobianos;
4) A separação de rebanhos infectados e não infectados;
5) O uso da IA;
6) O uso de touros livres da infecção e
7) Imunização com bacterina.
A maioria dessas medidas, exceto a vacinação, não são práticas, são caras e não
podem ser aplicadas às populações de bovinos de quase todo mundo e, especialmente na
nossa região ou mesmo no nosso país.
A vacinação de bovinos é o método mais prático e rápido, no controle da CGB. O
controle da CGB, no passado, foi direcionado para a produção de imunidade através da
inoculação de C. fetus vivos ou bacterinas, as quais não obtiveram sucesso, ou ele foi
pequeno.
A vacinação de fêmeas com bacterina teve início na década de 50, com o trabalho
pioneiro, de Amell & Stockton, em 1956, e, citado, por Leite (1977). Hoerlein & Kramer,
vacina com a aplicação dupla, os resultados evidenciaram que das 42 novilhas vacinadas
com uma aplicação, 73,8% tornaram-se prenhes, enquanto que das 36 novilhas vacinadas
com duas aplicações, 91,6% tornaram-se prenhes. A eficácia de uma aplicação foi de 54,9
% enquanto que a eficácia de duas aplicações foi de 85,6%.
O tempo transcorrido, entre as vacinações e o início da época reprodutiva, também é
importante. Berg & Firehammer (1978), observaram que as fêmeas imunizadas e agredidas,
após 10 semanas da revacinação, possuíam uma taxa de concepção de 54%, enquanto que
os animais desafiados após 10 dias da revacinação possuíam uma taxa de concepção média
de 92%. A imunização com bacterina, com um ou dois intervalos, produz um bom nível de
imunidade em novilhas virgens, mesmo quando servidas, por touros infectados. A
vacinação de novilhas, 10 a 14 dias antes da época de reprodução é recomendada. A
imunidade vacinal ou adquirida decresce entre 1 a 4 anos pós-vacinação ou pós-exposição.
Há, portanto indicação na vacinação anual de todas as fêmeas, especialmente, durante o
período de 30 a 120 dias, antes do início do período de monta, em propriedades infectadas.
No Brasil, o uso de bacterinas no combate da CGB, segundo Pitombo (1993) foi,
pioneiramente realizado, por Leite (1977), em Minas Gerais; Gomes (1984), no Rio Grande
do Sul, e, por Ramos et al. (1986), no Rio de Janeiro. Esses autores produziram bacterinas,
utilizando culturas autóctones de Campylobacter fetus subsp venerealis e seu subtipo
intermedius e o C. fetus subsp fetus, em adjuvante oleoso. Estes trabalhos são os primeiros
relatos brasileiros, objetivando o controle da doença através de imunobiológicos.
Leite (1977) produziu uma bacterina oleosa composta de três amostras de C. fetus.
Das três amostras, 2 eram do tipo A biótipo 1 (C. fetus subsp venerealis) e a outra era do
Tipo A biótipo 2 (C. fetus subsp intermedius). A eficiência da vacina foi testada,
comparando os seus resultados com uma vacina comercial aplicada em dois rebanhos,
comprovadamente positiva. A eficiência das bacterinas oleosas foi avaliada pela
diminuição no número de repetições de cio. Antes da aplicação da vacina, houve 136
repetições de cio, na propriedade A e, 47 na B. Após, a primeira vacinação, houve uma
Allan (1972) e Clark et al. (1974) sugeriram que os touros vacinados poderiam
transferir mecanicamente a infecção para uma fêmea suscetível, após a cobertura por um
touro infectado. Clark et al. (1975), confirmaram a contaminação temporária do pênis e
prepúcio pelo C. fetus subsp venerealis e biótipo intermedius em machos vacinados.
Entretanto em 2 experimentos delineados para determinar a freqüência com que novilhas
poderiam ser, passivamente infectadas concluíram que, sob condições de campo, a
transmissão passiva da infecção, por machos vacinados, não seria um fator importante na
difusão da CGB. Esses dados foram contestados por Fivaz et al. (1978), na Rodésia, que
sugeriram e demonstraram que a transmissão da infecção, pelo touro imunizado, sob
condições de intensa atividade sexual.
TRATAMENTO
Em 1966, Seger e colaboradores recomendaram o tratamento de touros infectados
com a aplicação local e parenteral de di-hidroestreptomicina.
O tratamento, utilizando antimicrobianos em fêmeas, machos e sêmen contaminado
foi relatado por Lein et al. (1968). A estreptomicina é a substância mais utilizada no
controle das infecções causadas por amostras do C. fetus.
Atualmente, o tratamento de machos infectados de corte está desaconselhado, pois
os resultados são insatisfatórios. Dificilmente, os locais de permanência do agente (criptas
prepuciais) são modificados pelos antimicrobianos, além de ser antieconômico. O valor do
tratamento nas fêmeas está limitado, especialmente pela resposta montada pelo hospedeiro.
Autores canadenses recomendaram tratamentos combinados; vacinação e di-
hidroestreptomicina, tendo como objetivo de suprimir ou eliminar portadores do C. fetus
em centrais de (I.A.). Essa aplicação é amplamente rejeitada por grande parte dos
veterinários especialistas nesse assunto.
Outro tratamento sugere a administração diária de 5 gramas de estreptomicina,
associada à massagem vigorosa, com o orifício prepucial fechado, durante 5 minutos, por 5
PESPECTIVAS
Embora já se tenha produzido conhecimento sobre a imunologia da CGB, ainda há,
pouca informação sobre o mecanismo que envolve a relação entre o agente e o hospedeiro,
especialmente no tropismo tecidual, quimiotaxia, ambiente venéreo ou presença de
receptores à célula do hospedeiro. A possível função dos flagelos do C. fetus, na
colonização do muco não tem sido explorada. Outra área pouco explorada, segundo Garcia
e Brooks (1993) é a função dos hormônios, na persistência do C. fetus e, de outras
infecções venéreas, no trato reprodutor.
O desenvolvimento de vacinas e novos meios para diagnóstico das infecções
causadas pelo C. fetus deverão ter como base, a regulação genética dos fatores de
virulência, e os estudos sobre variação antigênica das infecções.
O LABACVET-UFRGS tem trabalhado com o agente da CBG, no RS, há mais de
40 anos dos quais alguns dados são mostrados na Tabela 1 abaixo.
Tabela 1. Número de amostras suspeitas ou positivas do C. fetus (C. fetus subsp. fetus e venerealis)
processadas no LABACVET-UFRGS entre 1995 a 2012.
______________________________________________________________________
Ano Nº Amostras Amostras +/susp %
________________________________________________________________________________
1995 326 26 7,9
1996 550 42 7,6
1997 ? ? ?
1998 233 2+15 5,58
1999 120 10+27 22,5
2000 076 0 00
2001 101 0 00
2002 033 0 00
2003 023 4 17,3
2004 032 4 14,8
2005 100 5 9,43
2006 071 2 2,8
2007 204 1 0,4
2008 036 2 5,5
2009 056 0 00
2010 017 1 5,8
2011 0 0 0
2012 0 0 0
________________________________________________________________________________
Total 1978 141 7,12
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