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ASSEGURAMENTO DA ENGENHARIA MILITAR

Engenharia Militar é uma arma das forças armadas de um exército, com específicas missões
de assegurar as condições básicas de realização de combate para as múltiplas unidades e
subunidades envolvidas.

A sua essência resume-se na criação de obras, consecutividade, coordenação e conjugação


de múltiplos esforços e tarefas de protecção das tropas em combate assim como fora de combate.

BREVE HISTORIAL

Na história global sobre as guerras armadas, com o desenvolvimento da técnica combativa, o


papel e o emprego da engenharia no asseguramento combativo evoluiu significativamente. Pois,
que nos anos 20 n.e. foi criado e empregue o termo “Asseguramento da Engenharia” que até
então, todas as missões associavam-se numa só ideia: “Arte da engenharia militar”, de forma
que:

- Até os nossos dias, o êxito do combate moderno resulta do esforço multi-lateral de todas as
forças durante as acções combativas. E dai, surge a necessidade do asseguramento
combativo. Deste modo, um dos importantes tipos de asseguramento combativo é o
asseguramento da engenharia militar que sobre o qual se levanta um complexo de
missões e actividades que se cumprem pelas tropas gerais e especializadas para o alcance do
êxito no combate.

II . As subespecialidades da engenharia militar.

A Engenharia Militar como uma arma de asseguramento de todas as manobras combativas, ela é
composta de várias subespecialidades com missões diferenciadas, que de entre as quais importa
conhecer as seguintes:

- Trabalho de Demolição;
- Obstáculos da Engenharia Militar;
- Obras de Fortificações;
- Travessias e pontes;
- Caminhos militares;
- Abastecimento da água;
- Camuflagem;
- Defesa Química;
- Técnicas de armamento engenheiro.

III . Objectivos do asseguramento engenheiro em diferentes tipos de combate.

O asseguramento engenheiro tem como objectivos seguintes:


- Criar condições favoráveis para o desenvolvimento do ataque;
- Criar condições para a travessia das tropas nos cursos de água e nos outros lugares
de difícil acesso para o trânsito;
- Aumentar a estabilidade das tropas na defesa;
- Criar condições para a defesa (é tarefa da engenharia ao construir qualquer tipo de
obra); o que significa serem tarefas imediatas.

IV . Principais missões do asseguramento engenheiro na defesa.

1. Reconhecimento do terreno e ao inimigo;


2. O equipamento engenheiro no terreno ocupado pelas nossas tropas;
3. A construção de postos para a direcção (Postos de Comando);
4. A construção de obras de camuflagem para o pessoal, material e técnica combativa;
5. A extracção ou captação e purificação da água;
6. O equipamento do posto de abastecimento da água;
7. Tomada de medidas destinadas a reconstrução depois do uso de armas nucleares;
8. A reparação de vias de avanço;
9. Criação de dificuldades ao inimigo no terreno e sua neutralização antes e durante o
combate.

V . Principais missões do asseguramento engenheiro na ofensiva.

1. Reconhecimento do terreno e ao inimigo.


2. Abertura de vias de acesso;
3. Abertura de campos de minas;
4. Criação de condições de superação de cursos de água;
5. Manutenção da camuflagem para o pessoal e a técnica combativa.

A sequência destas medidas depende do modo da ofensiva e defensiva do inimigo, do


carácter do terreno e o tempo (estado de tempo).

As medidas da engenharia devem assegurar o ritmo da ofensiva que é de 30 km/dia no terreno


montanhoso e 50 km/dia no terreno plano.
“CAMUFLAGEM TÁCTICA”

A camuflagem é um dos aspectos do asseguramento engenheiro, sobretudo nas missões


combativas, das tropas que deve ser levado a cabo diariamente, em qualquer tipo de acção
combativa a cumprir.

I . Objectivos da camuflagem.

A camuflagem tem como objectivo: Dificultar as actividades de reconhecimento inimigo


encaminhadas a descobrir as nossas posições e actividades das nossas tropas, assim como
dificultar a localização de diversos objectos vitais, enganando-o de acordo com o nosso interesse.

Na camuflagem militar, dependendo do seu emprego e o tipo de objecto a camuflar se divide em


camuflagem de tropas, camuflagem operativa e dos objectos de retaguarda do país
donde:

Camuflagem de tropas é um dos tipos de asseguramento combativo que se baseia nas


medidas tendentes a confundir o inimigo em relação as nossas forças, meios, acções e medidas
de preparação e realização do combate.

N.B: Camuflagem táctica é o mesmo que camuflagem de tropas.

Camuflagem operativa é um dos tipos de asseguramento que se baseia nas medidas tendentes
a confundir o inimigo durante a preparação e realização de um conjunto de planos para várias
operações.

Camuflagem dos objectos de retaguarda do país inclui as medidas para a camuflagem


das indústrias, sistemas hidráulicos, grandes pontes, linhas ferroviárias e outros pontos
estrategicamente económicos. Todos estes emascaramentos importantes são feitos desde o ponto
de vista técnico engenheiro.

Missões da camuflagem

- Ocultar as tropas e meios técnicos de modo que o inimigo não descubra;


- Iludir o inimigo construindo objectos (obras) isolados criando neles indícios falsos.
Exemplo: uma ponte sobre um rio em condições para o seu uso e sobre a mesma simula-
se como se estivesse destruída.
II . Exigências da camuflagem

A camuflagem deve ser cumprida em todas as acções combativas, tanto nas manobras, aulas
(instrução), nas unidades, posições, zonas de concentração, na marcha, em suma, na defesa e
ofensiva. A camuflagem deve ser cumprida pelos soldados de acordo com as seguintes
exigências:

- Ininterrupta; Variada; Activa; e Veraz.

Ininterrupta – Significa que deve se levar a cabo permanentemente desde o começo até ao fim
da missão.

- Deve renovar-se permanentemente de acordo com as mudanças ocorridas no


terreno;
Obs: Na camuflagem de objectos e obras, deve-se começar por emascarar os serviços de
munições e postos mais importantes de trabalho.

Variada – variar consoante a área circundante, arbustos, isto é, na côr, posição dos objectos,
nossas tropas, etc.

Activa – compreende-se por todas as medidas de camuflagem que estão encaminhadas a criar
condições para que o inimigo tenha uma opinião contraria a cerca das nossas tropas, isto é,
meios e acções combativas.

Veraz – consiste em que todos objectos e obras camufladas devem ser adaptados ou
assemelhados ao local ou devem possuir a mesma forma, cor, etc.

III . Índices descamuflantes


Os índices descamuflantes são a visibilidade e actividade.

Visibilidade
Na visibilidade pode encontrar alguns indícios descamuflantes tais como:
- O brilho e a tonalidade da cor na superfície dos objectos;
- A sobra projectada pelos objectos;
- Instalação de objectos militares;
- A existência de objectos militares ou locais salientes que o inimigo pode tomar
como pontos de referência.

Actividade
Na actividade podemos encontrar as seguintes indícios descamuflantes tais como:
- A dispersão das tropas;
- O fogo, (fumo), cheiro de combustível, luzes de carros, rádios transmissores;
- Caminhos depois de chover, trilhos de pneus, árvores recém-cortadas;
- Necessidades (desassimilação);
- Munições e objectos militares caídos no terreno;
- Existência de trilhos ou picadas de pé posto no mato.
AS FORTIFICAÇÕES DE CAMPANHA

INTRODUÇÃO

As fortificações surgiram ao longo das guerras que se operaram nos tempos passados, com o
fim de proteger as forças beligerantes (em confrontação), na luta de possessão de determinados
objectos importantes como económicos e militares.

Com o desenvolvimento da ciência e da arte militar, as fortificações foram acompanhando o


processo da evolução militar; sendo que actualmente as fortificações desempenham um papel
importante na protecção do pessoal, da técnica, do armamento, da realização de manobras e
fogo no campo de batalha.

I . Conceito
Fortificação é a ciência que estuda os métodos e formas para acondicionar ou preparar o
terreno para o combate desde o ponto de vista Engenheiro.

As fortificações se dividem em permanentes e de campanha.


A fortificação permanente estuda as questões relacionadas com a preparação do país
desde o ponto de vista engenheiro, a longo prazo e em tempo de paz.

A fortificação de campanha estuda as questões relacionadas com a preparação engenheira


do terreno e em curto prazo de tempo para futuros combates ou operações.

Obras de fortificações são as obras da engenharia que garantem e asseguram o cumprimento


de uma ou mais missões de combate, isto é, a realização de fogo, manobra e observação
de baixo do fogo inimigo.

II . Classificação das obras de fortificações

As obras de fortificações classificam-se em cinco grupos que são:


- Assentamentos de fogo;
- Trincheiras e vias de comunicação;
- Observatórios ou posto de observação (PO);
- Abrigos;
- Obstáculos.

III . Posição dos assentamentos segundo a direcção do tiro.

Segundo a direcção de tiro os assentamentos podem ser considerados de:


Fogo frontal – quando o fogo realiza-se para frente, perpendicularmente a 1ª linha de defesa,
com um desvio para direita ou esquerda sem ultrapassar 15 graus da direcção principal.
Fogo de flanco – Quando se realiza a frente com desvio não superior a 15º, isto é, possui a
mesma característica que o frontal.
Fogo oblíquo – quando não possui características do primeiro e nem do segundo, segue
apenas uma direcção intermediária.
Fogo circular – quando se realiza o fogo a 360º.
Fogo anti-aéreo – quando se pode abrir fogo contra objectos ou corpos aéreos.

IV . Generalidade sobre os abrigos


Abrigo, em geral, é todo o lugar do terreno ou obra que oferece protecção as tropas,
armamento, meios de transporte contra os meios inimigos de destruição.

Os abrigos para o pessoal, pela função que desempenham dividem-se em dois grupos que
são: - Abrigos de combate ou de prevenção e abrigos de repouso.
Abrigos de combate ou de prevenção – são aqueles que se situam na primeira linha de
fogo com objectivos de serem utilizados sem perca de tempo.
Abrigos de repouso – são os que se situam na retaguarda das posições e servem para o
descanso das tropas.

V. Exigências táctico-técnica e propriedades protectoras das


fortificações
Exigências táctico-técnica das fortificações
Todas as fortificações devem garantir as seguintes exigências tácticas e técnicas:
- Devem ser cómodas para o tiro, observação e manobra;
- Devem oferecer protecção contra os meios de destruição inimigos;
- Devem ser menos visíveis pela observação terrestre e aérea;
- O seu desenho/esquema deve ser simples;
- A sua construção não deve necessitar de muito material e mão-de-obra,
utilizando-se assim, o material local.

Propriedades protectoras das fortificações


Como é sabido, os meios inimigos de destruição são muito potentes, por isso, para a
protecção do pessoal, técnica e armamento contra esses meios são necessárias as construções de
obras de fortificações com poderosas capacidades de protecção, devendo resistir a toda a classe
de impacto inimigo. E para garantir a maior protecção as obras podem ser cobertas ou
descobertas.
Obras cobertas são aquelas obras que têm geralmente uma cobertura e porta de protecção.
Estas obras garantem melhores condições de segurança contra os meios modernos de destruição
(bombardeamento).
Obras descobertas são aquelas obras que proporcionam a resistência contra o fogo
rasante, em alguns casos contra o fogo de trajectória curva e contra o bombardeamento aéreo.
“TRINCHEIRAS”

Para as tropas levarem a cabo as suas missões de combate escolhem um terreno que facilita o
fogo e manobras, mas que dificulta as acções do inimigo.

Se formos a observar, nem sempre é possível encontrar um terreno ideal para realizar o
combate. Por isso, como regra, sempre se deve fazer o máximo possível para garantir as tropas
na realização do fogo com a criação de obras de fortificação, que se resumem na abertura de
vários tipos de trincheiras.

Trincheira é uma escavação estreita e alongada com terras em ambos os lados e uma
abertura em frente, que serve de sector para a realização de fogo e observação.

Elementos que constituem a trincheira

- Poço individual para o atirador;


- Parapeito;
- Espaldão;
- Berma;
- Vala de drenagem;
- Ninho para munições.

Durante a abertura de uma trincheira, esta deve assegurar uma boa observação do campo e da
realização do fogo. E o campo de observação não deve ser menor que 300 a 400 m (metros) de
distância.

II . Tipos de trincheiras

a) Trincheira individual;
b) Trincheiras colectivas (de duas ou mais pessoas).
c) Assentamentos de fogo;

III . Posto de comando e observação.

Posto de comando e observação é um recinto onde os comandantes e seus estados-


maiores dirigem as acções combativas das tropas.

No posto de comando, como regra, deve existir um posto de comando de observação,


refúgios anti-químicos trincheiras cobertas para o pessoal, abrigos para a técnica e o engenheiro
químico.

A construção de posto de observação deve:


- Proporcionar boa observação do campo de batalha;
- Criar condições para o trabalho com os mapas;
- Possuir protecção contra balas e estilhaços de projectes. Estes

abrigos geralmente podem ser cobertos ou descobertos.

A trincheira do posto de observação geralmente tem a profundidade de 150 – 180 cm, que a sua
construção é complexa de modo a permitir os homens das comunicações se instalarem com o seu
equipamento.

Exigências do local da construção do posto de comando.

Exige-se que o local da construção do posto de comando e observação tenha que assegurar o
seguinte:

a) Permitir a observação a frente, flancos e retaguarda nas distâncias requeridas.


b) Que tenha ou garanta boa protecção de todos os meios de observação.
c) Que permita a comunicação oculta entre o comando superior e a unidade subordinada.
d) Que não haja elementos locais destacados que o inimigo possa tomar como pontos
de referência.
e) Boa camuflagem.
OS OBSTÁCULOS DA ENGENHARIA MILITAR

INTRODUÇÃO

A partir dos processos mais remotos de conflitos inter-tribais e étnicos, os homens sempre
tiveram que enfrentar vários obstáculos desde os naturais até aos artificiais nos campos de
batalha. Desde então, surgiu a necessidade de saber aproveitar a “vantagem e
desvantagem” que estes proporcionavam ao homem nas várias acções (actividades). E os
obstáculos da engenharia militar surgem como uma necessidade para maximizar a protecção das
tropas em combate ofensivo ou defensivo.

Portanto, designa-se de obstáculos a todos os factores naturais ou artificiais, isolados


ou associados entre si, com a capacidade de dificultar, inviabilizar ou mesmo de tornar
impossível a todas as manifestações práticas do homem.

I . Conceito

Obstáculos da engenharia militar são as munições da engenharia, as destruições ou


construções de obras e instalações no terreno com o objectivo de causar baixas ao inimigo,
dificultar o seu avanço, a sua manobra, contribuindo assim para o aniquilamento fácil das
suas tropas e da técnica combativa. A todos elementos encontrados no terreno possuindo tais
características são chamados de obstáculos.

II . Classificação dos obstáculos da engenharia militar.

Os obstáculos da engenharia são classificados em três grupos principais sendo:

1º. Obstáculos não explosivos ou passivos são as valas anti-tanques, escarpas e


contra-escarpos, barrancos, barricadas, eriço de arame farpado, rede de arame, concertinas,
obstáculos eléctricos e obstáculos naturais (rios, valas, lagos, montanhas, etc.).

2º. Obstáculos explosivos ou activos São as minas, campos de minas, grupos de


minas e cargas explosivas.

3º. Obstáculos combinados ou mistos São a combinação de obstáculos explosivos


com os não explosivos.

Exigências dos obstáculos

Os obstáculos da engenharia devem satisfazer as seguintes exigências:


- Devem garantir boa efectividade e surpresa ao inimigo;
- Devem permitir uma rápida instalação;
- Devem possuir boa e grande resistência aos factores externos como descargas
atmosféricas;
- Não devem dificultar as manobras das nossas tropas.

III . Construção e transposição dos obstáculos passivos anti-pessoal e anti-


tanques.

Construção dos obstáculos passivos anti-pessoal

Estes obstáculos podem ser permanentes ou móveis, sendo:

Obstáculos permanentes ou fixos – são os que se constroem e se fixam no local do seu


uso;

Obstáculos móveis ou portáteis – são os que construídos num ponto, se pode transportar a
qualquer lugar para o seu uso. Estes devem ser simples na sua construção, na instalação e devem
permitir o transporte repetidas vezes.

Constituem obstáculos passivos anti-pessoal o eriço, as concertinas, rede de arame


baixa, rede de arame farpado, a projecção do desmoronamento de pedras das montanhas, os fios
eléctricos pendurados nas árvores baixas, etc. Devendo ser construído e instalados na direcção
provável do aparecimento da infantaria inimiga.

Transposição (superação) dos obstáculos passivos anti-pessoal

Os obstáculos passivos anti-pessoal são transpostos:

1. Pelo método de explosão (usando cargas explosivas para abrir passagens).


2. Abrindo passagens por meio de Tanques
3. Por meio de corte do arame usando alicates, tesouras, baionetas punhais, etc.
4. Utilizando escadas previamente preparadas e colocadas sobre o arame.

Obstáculos passivos anti-tanques

Destinam-se para deter a marcha dos tanques inimigos e obriga-los a marchar em direcção a
faixa de fácil aniquilamento e sua destruição com tiros directos da artilharia anti-tanque.

Em combates contemporâneos, onde se empregam massivamente os tanques, o reforço as


posições defensivas com obstáculos anti-tanques é uma medida necessária, obrigatória e de
grande importância para as forças vivas.
É também importante, ao escolher um sector para as posições de defesa, aproveitar
correctamente a existência ou presença de obstáculos naturais.

Os obstáculos anti-tanques dividem-se em (4) quatro grupos seguintes:

1. Obstáculos de terra, de pedra e de madeira;


2. Obstáculos metálicos;
3. Obstáculos de betão e betão armado;
4. Obstáculos de abatises.

1.a. Obstáculos de terra são as escarpas, valas anti-tanques que pela sua natureza
devem ter 3 m (metros) de largura e 2 m (metros) de profundidade.
1.b. Obstáculos de pedra e de madeira são barreiras e barricadas que a sua
constituição (construção) deve ser forte e resistente aos golpes e pressão do corpo do tanque “em
movimento”.
2. Obstáculos metálicos são os eriços que se usam para fechar com rapidez os
caminhos, vias de acesso às povoações, cidades, etc. A distância entre eles quando instalados
deve ser de 2 m em várias filas. A sua construção é feita de vigas metálicas ou linhas férreas.

3. Obstáculos de betão e betão armado são constituídos de blocos tetraedro. São


construídos e fixos em lugares determinados.

4. Abatises são construídos em vias de acesso e no mato.


A densidade da mata no local da construção dos abatises, a distância entre as árvores deve ser no
mínimo de 6 m com um diâmetro maior e o diâmetro dos troncos não deve ser menor que 20 cm.

O corte das árvores não deve ser completo para que tenham ligação com os seus Cepos, devendo
ser de 90 à 100 cm de altura.

As árvores são cortadas com serrote, machados ou com o uso de cargas explosiva. Nas
praias, para impedir os meios de desembarque do inimigo, pode-se instalar pilares ou eriço de
betão armado, barras ou vigas de ferro.

A transposição dos obstáculos passivos anti-tanques

Devem ser realizadas por Tanques ou por meio de abertura de passagens, destruindo os
elementos dos obstáculos mediante cargas explosivas.
OBSTÁCULOS DA ENGENHARIA MILITAR
“MINAS ANTI-CARROS OU ANTI-TANQUES”

Minas anti-tanques, suas espoletas e princípio de funcionamento.

Mina é uma carga explosiva concentrada, revestida de certo material e provido de um ou vários
dispositivos de reforçador, que submetidos a determinadas acções externas podem detonar
(explodir).

Exemplo de algumas acções externas: Pressão, golpe, fricção e a percussão.

Pelo seu destino as minas podem ser:


- Anti-tanques;
- Anti-pessoal;
- Anti ou contra desembarque;
- Teleguiadas; e
- Minas especiais.

DESTINO DAS MINAS ANTI-TANQUES

Minas anti-tanques são destinadas para deter ou dificultar o avanço dos meios
blindados do inimigo, pôr fora do combate e causar maior perca de tempo, destruir as forças
vivas e os trens dos veículos.
II . Características das minas anti-tanques
Mina anti-tanque TMD-B
- É de fabrico Soviético com peso total de 9,97 kg;
- Peso da carga explosiva é de 4,8 a 6,7 kg;
- Disparador (espoleta) que usa é MV-5;
- Detonador que usa é MD-2 ou MD-5M;
- Pressão mínima para accionamento da mina é de 180 a 400 kg;

Construção geral:
- Corpo de madeira com a respectiva tampa de pressão;
- Tampa de pressão integrada ao corpo da mina;
- Carga explosiva no interior TNT;
- Asa ou correia de transporte.

Mina anti-tanque TMD-44


- É de fabrico Soviético;
- Peso da carga explosiva é de 4,8 a 6,7 kg;
- Disparador que usa MD-5M;
- Pressão mínima para o accionamento é de 180 a 400 kg;
Construção geral:
- Corpo de madeira com a respectiva tampa de pressão;
- Tampa de pressão separada do corpo da mina;
- Tem a mesma construção que a TMD-B

Mina anti-tanque TM-46


- É uma mina de fabrico Soviético;
- Peso da mina é de 8,6 kg;
- Peso da carga explosiva é de 5,7 kg;
- Tipo de espoleta que usa é MVM, MVSH-46 e MUV;
- Detonador que usa é MD-6 e MD-6N;
- Para detonar são precisos no mínimo 180 a 400 kg.
Dimensões da mina:
- Diâmetro é de 30 cm;
- Altura é de 10,8 cm.
Construção geral:
- Corpo metálico e o respectivo prato de pressão;
- Carga explosiva é TNT;
- Explosivo reforçador na espoleta é Trotil;
- Orifício do reforçador;
- Asa ou correia de transporte.

Mina anti-tanque TM-57


- É de fabrico Soviético;
- Peso total é de 9,5 kg;
- Peso da carga explosiva é de 6,5 kg;
- Espoleta que usa é MV-57, MVZ-57 e MVSH-57;
- Detonador que usa é MD-10;
- Pressão necessária para a detonação é de 180 a 400 kg;

Dimensões da mina:
- Diâmetro é de 32 cm;
- Altura é de 11 cm.

Construção geral:
- Corpo metálico e o respectivo prato de pressão;
- Carga explosiva é TNT;
- Explosivo reforçador é Tretil;
- Orifício do reforçador;
- Asa ou correia de transporte.

III . Características das minas anti-pessoal


Mina anti-pessoal, suas espoletas, construção e princípio de funcionamento.

Nas minas anti-pessoal são notáveis duas características fundamentais sobre a acção de
iniciação a explosão ou accionamento da mina, sendo as seguintes:

1ª – Minas de pressão (de acção por pressão) - são todas as minas que possuem
tampa ou prato de pressão e explodem por pressão.

2ª – Minas de tracção (de acção por tracção ou percussão) - são todas as que
levam arame ou cabo de aço e explodem por tracção ou tropeço.

É de notar que do quadro a baixo ilustrado, as minas POMZ-2 e OZM-4, para além de serem
consideradas de tracção são também conhecidas como minas de fragmentação.

QUADRO ILUSTRATIVO DE ALGUMAS MINAS ANTI-PESSOAL

MINAS ANTI-PESSOAIS MINAS DE PRESSÃO MINAS de TRACÇÃO


DADOS PRINCIPAIS
PMD – 6 PMN POMZ – 2M OZM – 4

Peso total/ Peso da mina 400 – 490 g 500 – 550 g 1 800 g 5 000 g
Peso da substância
200 gs 200 g 75 g 170 g
explosiva
Método de accionamento Pressão Pressão Tracção Tracção
Pressão mínima para
6 – 20 kg 8 – 20 kg 0,5 – 1,5 kg 0,5 – 1 Kg
accionar
Raio de acção LOCAL LOCAL 4m 13 m
Ferro
Material do corpo da mina Madeira Plástico Ferro fundido
fundido
Espoleta /disparador que
MUV – 2 MUV - 2 MUV - 2
usa
Detonador que usa MD – 5 MD - 9 MD - 10 MD - 5
Castanha /
Cor da mina Verde Verde Verde
Verde
Fabrico da mina URSS URSS URSS URSS

Dimensões Altura 50 mm 53 mm 107 mm 167 mm


da mina
Diâmetro – 110 mm 60 mm 90 mm
Comprimento/ 200 x 90
– – –
Largura mm

O campo de minas
- Trata-se de uma determinada área do terreno, com uma determinada quantidade de
minas anti-pessoal ou anti-tanques obedecendo uma certa ordem e fins definidos.
TRABALHO DE DEMOLIÇÃO

I . INTRODUÇÃO

As condições das guerras modernas, o êxito no combate dependem da cooperação


multilateral de todos os ramos das forças envolvidas no cumprimento das missões combativas.
Neste contexto, o asseguramento da engenharia militar, durante as acções combativas, com o
emprego de substâncias explosivas (s/e) contribui largamente para o aniquilamento das
forças vivas do inimigo bem como o seu material bélico.
Considerando a sua importância, as substâncias explosivas (s/e) nas FADM constituem uma
das munições mais valiosa da arma da engenharia militar.

Breve Historial
Os agentes explosivos já se empregam desde os tempos remotos, na realização de trabalhos
de demolição com fins militares assim como fins económicos.
Como podemos notar, os agentes explosivos do tipo pólvora foram descobertos na
Europa, no século XIII, tendo sido utilizados pela primeira vez nos fins do mesmo século,
concretamente na Itália, na construção de minas subterrâneas e túneis. A pólvora, também foi
empregue massivamente nas batalhas militares do século XVI, na destruição de murros de
fortalezas e na construção de túneis.
II . Conceito e classificação das substâncias explosivas.
Substância explosiva (s/e) é uma combinação de determinados agentes químicos que
quando submetidos a certos factores externos decompõe-se espontaneamente, criando inúmero
gases, que possuem alta temperatura e pressão capazes de realizar um trabalho mecânico de
destruição dos objectos em contacto ou em seu redor.
Classificação das substâncias explosivas
As substâncias explosivas classificam-se em três grupos principais que são:

- Substâncias explosivas iniciadoras ou violentas;


- Substâncias explosivas frisantes ou rompedoras;
- Substâncias explosivas deflagrantes ou lentas.
III . Características principais das substâncias explosivas e regras do
seu manejo

Características principais das substâncias


explosivas Características gerais:
- Sensibilidade aos efeitos exteriores;
- Energia;
- Calor de transformação explosivo;
- Velocidade de detonação;
- Efeitos de demolição;
- Alta capacidade de trabalho.

Características particulares (isoladas ou singulares):


1. As substâncias explosivas iniciadoras ou violentas são violentas e muito
sensíveis a acção ou factores exteriores.
2. As substâncias explosivas frisantes ou rompedoras, estas são potentes e com
sensibilidade reduzida. Como regra, para a sua detonação precisam de uma iniciação
através de um outro explosivo (iniciador).
3. As substâncias explosivas deflagrantes ou lentas, estas últimas, como o próprio
nome diz, elas são de combustão.

Regras de manejo das substâncias explosivas


1. Para o trabalho com o explosivo é necessário considerar:
- O seu estado de conservação, e
- O prazo de validade do material.
2. Conhecer profundamente todas as suas acções de funcionamento (reacção).
3. É preciso conhecer o tipo, qualidade e quantidade de explosivos existentes.
4. Deve ter em conta os seguintes pormenores:
- Que todos os explosivos estão bem armazenados;
- Que todos os explosivos estão em condições para o seu uso nos trabalhos.
5. De acordo com a classificação das substâncias explosivas, é pela mesma ordem que se
faz o seu armazenamento, sendo:
- Iniciadoras – na profundidade do armazém;
- Frisantes – no meio ou faixa intermediária;
- Deflagrantes – na faixa inicial (próxima a entrada do armazém);
6. Para trabalhar com as substâncias explosivas deve designar-se sempre a pessoa que
conhece e domina perfeitamente.
7. Para toda a classe de substâncias explosivas, é proibido a sua execução nas áreas
residenciais ou perto de objectos económicos;
8. Não se deve usar explosivos deteriorados ou de má qualidade, pois estes devem ser
destruídos ou neutralizados.
9. Na execução de trabalhos com as substâncias explosivas, os especialistas da
engenharia são os encarregados pela direcção e orientação das operações.
QUADRO RESUMO DA CLASSIFICAÇÃO DE
SUBSTÂNCIAS EXPLOSIVAS
Substâncias explosivas
 Fulminante de mercúrio
iniciadoras
 Ácido de chumbo
ou
Violentas  TNRS

ALTA  PETN
POTÊNCIA  Tetril
 Exógeno
Substâncias
Explosivas  TNT
FRISANTES MÉDIA  Acido Pícrico
Ou POTÊNCIA
 Explosivo plástico nº 4
ROMPEDORAS (normal)
 Dinamite

 Rock-amonita
BAIXA
 Amonite
POTÊNCIA
 Amonal

Substâncias  Pólvora negra (com fumo)


Explosivas  Pólvora sem fumo
DEFLAGRANTES
TRABALHO DE DEMOLIÇÃO
“Rebentamento”

Rebentamento é o processo de libertação rápida de grandes quantidades de energia, em


volume limitado e a sua transformação em trabalho mecânico, que pode ser de movimento ou
de destruição do meio em seu contacto e dos arredores.

II . O rebentamento e o seu efeito sobre o meio circundante

O efeito essencial do rebentamento é representado pelo aumento brusco e súbito da tensão


no meio ambiente circundante e do local da explosão. Essa tensão, produto da explosão, dá um
motivo imediato para o efeito destrutivo. E como podemos notar, o início externo da explosão é
o efeito sonoro da mesma.

O efeito destrutivo do rebentamento depende da energia separada durante a explosão e a


distância do local do rebentamento em relação a referenciais mais ou menos próximos do ponto
da explosão.

O rebentamento pode ser provocado por motivos físicos e químicos.


Exemplo de rebentamento ou explosão por motivos físicos:
- Rebentamento das caldeiras a vapor;
- Rebentamento de botijas de gás ou de ar comprimido.
Exemplo de explosão por motivos químicos:
- Rebentamento da pólvora de fumo, TNT, etc.

III . Factores que caracterizam o rebentamento


O rebentamento é caracterizado por três factores, que na ausência de um destes factores, o
tal fenómeno não pode acontecer. E os tais factores são:
1. Velocidade considerável de transformação do explosivo;
2. Separação de grandes quantidades de gases;
3. Separação da energia térmica.

Ao explodir uma carga no solo, o efeito do rebentamento é caracterizado por três zonas
principais que são:
1. Zona de suplantação; a)-
Ponto de explosão; b)-
Cavidade.
c)- Ponto de inclinação ou cavidade.
2. Zona de destruição;
3. Zona de estremecimento:

1 . Zona de suplantação é o lugar onde se coloca o engenho explosivo. Esta área incluí
os pontos de explosão ou cavidade.
2 . Zona de destruição é o espaço em que a tensão dos gases transmite-se pelas camadas do
solo, que produzem a interrupção dos laços entre as suas partículas e o lançamento.

3 . Zona de estremecimento aparece em consequência de se estender a onda de choque que


faz oscilar o solo do centro do rebentamento. Este fenómeno acontece quando a potência não é
suficiente para que os laços entre as partículas do solo estejam interrompidos; estas partículas
entram em movimento oscilante.

IV . Substâncias explosivas empregadas na economia nacional


As experiências seculares demonstraram que os explosivos podem ser usados não só para fins
militares, mas também para o desenvolvimento da economia nacional.
Neste contexto, os explosivos utilizados na economia nacional são:

- Substâncias explosivas frisantes ou rompedoras de potência normal (média potência).

Importância das substâncias explosivas na economia nacional


Os explosivos têm grande importância na economia nacional pois são usados:
- Nas minas – na perfuração para extracção de minérios.
- Nas pedreiras – no rompimento de pedras para construção;
- Nas construtoras de estradas – remoção de terras e montanhas;
- Na destruição de árvores;
- Na abertura de túneis e mais.
Meios de explosão
Meios de explosão são explosivos iniciadores que funcionam por um simples impulso inicial
e servem para detonar os explosivos rompedores ou inflamar qualquer pólvora.
V . Carga explosiva

Carga explosiva é uma quantidade de substâncias explosivas preparada para ser aplicada
no trabalho de destruição dos objectos.

Classificação das cargas explosivas segundo a sua forma


As cargas explosivas são classificadas em 4 (quatro) principais grupos, em função do aspecto
do objecto a ser destruído, sendo:
- Carga concentrada;
- Carga alargada ou alongada;
- Carga ajustada de acção de ruptura;
- Carga acumulativa.

Classificação das cargas explosivas segundo o objecto a ser destruído


Para este caso, as cargas explosivas são classificadas em 2 grupos, sendo: Cargas
explosivas Interior e cargas explosivas exteriores.

a) Carga explosiva interior – trata-se da carga que depois de ser preparada, é


colocada no interior do objecto a ser destruído.
b) Carga explosiva exterior – trata-se da carga que depois de ser preparada, é
colocada na superfície externa do objecto a ser destruído.

QUADRO RESUMO DA CLASSIFICAÇÃO


DAS
CARGAS EXPLOSIVAS EM FUNÇÃO A SUA FORMA

 Carga concentrada
Pela forma  Carga alargada ou alongada
as  Carga ajustada de acção de ruptura
Cargas podem
ser:  Concentrada
 Carga acumulativa
 Alargada ou alongada

Segundo o objecto  Carga interior  Endossada


a ser destruído  Carga exterior  Montada
TRABALHO DE DEMOLIÇÃO
“Métodos de explosão”

Para a realização dos trabalhos de explosão, geralmente utilizam-se vários métodos e entre os
quais importa-nos conhecer dois, que são os mais usados e considerados como os principais,
designadamente o pirotécnico e o eléctrico.

I . Método pirotécnico de explosão


Método pirotécnico de explosão emprega-se para realização de explosões de uma ou
várias cargas em tempos diferentes sem que a detonação de uma prejudique as outras cargas.
Para a execução destes trabalhos é preciso existir certos meios acessórios tais como:
- Cápsula detonante;
- Mecha lenta;
- Mecha rápida;
- Cordão de estopim ou encendedor mecânico;
- Cordão detonante;
- Faca de sapador bem afiada e limpa;
- Alicates estranguladores;
- Fitas isoladoras;
- Fósforo especial ou corrente;

Mecha lenta é utilizada para inflamar cápsulas detonantes e cargas de pólvora. Esta arde
normalmente, com a velocidade de 1 cm/s. Na água a uma profundidade de 5 m arde com muita
facilidade podendo adquirir uma velocidade maior que 1Cm/s.

Características da Mecha lenta:


- Corpo ou envoltura de plástico;
- Cor do invólucro: branca; cinzenta, vermelha e preta;
- Consta de um orifício com alma de pólvora negra com diâmetro de 5 a 6 mm.

Cordão de estopim emprega-se para dar fogo a mecha lenta.


Características do Cordão de estopim:
- Consta de uma envoltura prensada de lona;
- O seu diâmetro varia de 6 à 8 mm;
- Arde com a velocidade de 1 Cm/1-3s (1 Cm por cada 1 a 3 segundos);
- Independentemente do ar une-se a mecha lenta.

Encendedor mecânico este até pode ser considerado como “tubo incendiário” completo’
pois ele consta de:
- Encendedor por espoleta mecânica, que é accionada por tracção ou fricção;
- Mecha lenta e cápsula detonante;
- Possui uma banda de anel branco com um número que indica o tempo que demora até
provocar a explosão da cápsula.
Cordão detonante é utilizado fundamentalmente para realizar explosões
simultâneas entre várias cargas isoladas.

Características do Cordão detonante:


- Pertence a classe dos explosivos violentos e de alta potência;
- Cor do invólucro: branca; vermelha e verde;
- Consta de um orifício com alma de explosivo em pó de cor branca.
- Velocidade de detonação é de 6500 – 9000 m/s.

II . Medidas de segurança

Durante a realização dos trabalhos de explosão através do método pirotécnico é sempre preciso
que o pessoal conheça as seguintes medidas de segurança:
1. Para o trabalho de explosão admite-se somente ao pessoal que estudou e conhece as
medidas de segurança;
2. Durante os trabalhos dever-se-á manter disciplina aguda;
3. No local de trabalhos só devem estar presentes as pessoas envolvidas na preparação do
fogo;
4. No trabalho só devem ser obedecidas as ordens de comando (comando da aula);
5. Para a conservação de explosivos no local do trabalho ou das aulas deve-se organizar um
armazém de campanha e este deve ser guarnecido por dois instruendos;
6. É muito proibido a presença de pessoas estranhas no local de fogo;
7. A guarnição do armazém tem a missão de controlar as saídas e entradas de cada
instrumento (movimento material na área dos trabalhos);
8. A saída do material é efectuada mediante uma ordem do dirigente do trabalho;
9. A ordem de execução do fogo deve ser conhecida por todos os presentes no trabalho;
10. Durante os trabalhos deve-se estabelecer uma distância de 5 m de separação entre os que
preparam o fogo ( a explosão);
11. Deve-se observar no material as seguintes medidas:
- É proibido a utilização de meios de explosão com defeitos;
- É proibido o transportar cápsulas fora do seu estógio;
- É proibido a realização de explosão com mecha lenta menor que 50
Cm;
- É proibido que uma pessoa incendeie 5 trampas de mecha lenta de uma
só vez;
- O comando de realização do fogo e a ordem devem ser conhecida por todos,
dado na voz única do dirigente dos trabalhos ou professor;
- A ordem de fogo é a seguinte:
- Atenção (preparem-se);
- Fogo;
- Retirem-se (em marcha corrida);
- Alto.

III . Método eléctrico de explosão

O método eléctrico de explosão emprega-se para a detonação de várias cargas em


simultâneo, na hora e distância precisa.
Para realizar a explosão através deste método são necessários os seguintes meios
acessórios:
- Detonador eléctrico;
- Cabos ou condutores eléctricos;
- Fonte de energia eléctrica;
- Dispositivos de controlo ou de medição.

VANTAGENS DESTE MÉTODO:


 Facilita a explosão simultânea;
 Facilita a explosão em diferentes tempos e determinados;
 Facilita a explosão a distância segura ou à distância requerida.

DESVANTAGENS:
 Requer preparação em tempo longo para a destruição de determinados objectos;
 Oferece uma complexidade na prevenção da explosão indevida, provocada por
correntes e descargas atmosféricas.
 Quando postas nas principais linhas de fogo, na defesa, tornam vulneráveis ao fogo do
inimigo.

Na realização de trabalhos de explosão através do método eléctrico é preciso levar a cabo as


seguintes tarefas preliminares e obrigatórias:

1. Para realizar a detonação de cargas explosivas, faz-se primeiro a selecção dos


detonadores de acordo com a sua resistência;

2. Para apurar a resistência dos detonadores, faz-se com ajuda de aparelho de


medição denominado Ohmímetro.
3. Em princípio, cada grupo classificado de detonadores é levado para se achar a
diferença entre a resistência máxima e mínima. E a resistência mínima não deve
ser maior que 0,3 Ω (Ohm).

4. Se formos a utilizar fontes de energia com uma capacidade superior a 1000 Volts,
em particular as máquinas explosoras KPM-1ª condensadora, não se faz a
selecção de detonadores segundo a resistência.

5. Quando a união dos detonadores é feita em paralelo, a quantidade da corrente


eléctrica que se pretende nos bornes da fonte de energia deve ser igual a
intensidade da corrente necessária.
AS MÁQUINAS E ARMAMENTO DA ENGENHARIA

MÁQUINAS DA ENGENHARIA
I . Classificação das máquinas da engenharia militar
As máquinas da Engenharia militar classificam-se em vários grupos de acordo com a seguinte
ordem:
1. Máquinas de movimento de terra.
2. Máquinas de levantamento de carga.
3. Máquinas de alimentação pneumática.
4. Máquinas de superação de obstáculos aquáticos.
5. Máquinas de instalação e superação de obstáculos.
6. Máquinas de elaboração de madeira.
7. Grupos eléctricos.

MÁQUINAS DE MOVIMENTO DE TERRA


Neste primeiro grupo de estudo, podemos conhecer as seguintes máquinas:
1. Niveladora de caminhos militares---------------------------------BAT-M.
2. Moto niveladora MN
3. Trincheiradora rápida BTM-3
4. Escavadora universal E-305
5. Carregador neumático de esteira Bulldozers Tanque------------BTU

MÁQUINAS DE LEVANTAMENTO DE CARGAS


1. Auto grua..................................AG
2. Laz............................................690
3. K...............................................64

MÁQUINAS DE ALIMENTAÇÃO PNEUMÁTICA


1. Compressores de ar PK – 10 e PK – 9.

MÁQUINAS DE SUPERAÇÃO DE OBSTÁCULOS AQUÁTICOS


1. Pontes mecanizadas K, MTU – 20, MTU, TMM.
2. Transportadores anfíbios ou auto propulsados PTS, GSP, K – 61.
3. Lanchas
4. Pontes DMD; KMI – 5 – 4.
5. Parque móvel de pontes PMP.

MÁQUINAS DE INSTALAÇÃO E SUPERAÇÃO DE OBSTÁCULOS


1. PMZ – 4 Máquina colocadora de minas.
2. KMT – 5 Draga-minas.
3. DIM – detector de minas por indução magnética
MÁQUINAS DE ELABORAÇÃO DE MADEIRA
1. Serras manuais.
2. Motosserras (serras a motor).
3. Serras eléctricas.

GRUPOS ELÉCTRICOS
1. Geradores eléctricos.

CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS DA ENGENHARIA SEGUNDO A NECESSIDADE


DA SUA EXPLORAÇÃO

Para sua exploração, as máquinas da Engenharia Militar classificam-se em três grupos que são:
1. Máquinas ou técnica de guerra.
2. Máquinas ou técnica de instrução.
3. Máquinas ou técnicas especiais.

II . Importância da mecanização dos trabalhos da engenharia militar

No combate moderno que se destaca por sua grande manobrabilidade e rapidez, exige que ao
realizar ou executar qualquer tipo de combate haja um bom asseguramento e cooperação das
forças meios, utilizados no aniquilamento das forças vivas do inimigo. Nesta fase em que o
progresso científico e técnico vai desenvolvendo também, desenvolve constantemente a técnica
de guerra; Uma técnica moderna e complexa, com melhores propriedades combativas.
O domínio da técnica militar, particularmente da Engenharia militar, constitui um aspecto
decisivo para a disposição combativa da nossa técnica.

De que se reveste a importância da mecanização dos trabalhos da Engenharia?

A mecanização dos trabalhos da Engenharia reveste-se duma grande importância, uma vez que
permite assegurar, com eficiência o ritmo ininterrupto da ofensiva, na superação de obstáculos
naturais e artificiais, na construção das obras das fortificações de campanha, na transposição de
cursos de água, etc.
Tudo isso só é possível quando a subunidade de asseguramento Engenheiro está dotada de meios
técnicos necessários para a mecanização dos trabalhos. Daí que, a mecanização dos
trabalhos da Engenharia se reveste de grande importância no combate moderno.

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