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çã
Notas de Aula de
a
Geometria Analítica
or
ab
El
o
a çã
1 Espaço Euclidiano 3
1.1 Produto Cartesiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2
1.3
or
Espaço Euclidiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
7
2 Vetores 9
2.1 Espaço vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
ab
2.2 Vetores no espaço euclidiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3 Norma de vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4 Produto Escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.5 Ângulo entre vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
El
o
a çã
1.1 Produto Cartesiano
or
Sejam A e B conjuntos quaisquer. O produto cartesiano dos conjuntos A e B, denotado por
A × B, é o conjunto dos pares ordenados (a, b) cujo o primeiro elemento a ∈ A e o segundo
elemento b ∈ B.
A × B = {(a, b); a ∈ A, b ∈ B}.
ab
Exemplo 1.1.1 Seja A = {a, b, c} e B = {µ, γ, ν}. O produto cartesiano de A por B é
conjunto
El
A × B = {(a, µ), (a, γ), (a, ν), (b, µ), (b, γ), (b, ν), (c, µ), (c, γ), (c, ν)}.
a b c
µ (a, µ) (b, µ) (c, µ)
γ (a, γ) (b, γ) (c, γ)
ν (a, ν) (b, ν) (c, ν)
O produto cartesiano de B por A é dado por
B × A = {(µ, a), (γ, a), (ν, a), (µ, b), (γ, b), (ν, b), (µ, c), (γ, c), (ν, c)}.
µ γ ν
a (µ, a) (γ, b) (ν, c)
b (µ, a) (γ, b) (ν, c)
c (µ, a) (γ, b) (ν, c)
4 1. Espaço Euclidiano
De maneira mais geral, podemos definir o produto cartesiano dos conjuntos A1 , A2 , A3 , ..., An
com sendo o conjunto das listas ordenadas (a1 , a2 , a3 , ..., an ), onde ai ∈ Ai .
A1 × A2 × · · · × An = {(a1 , a2 , ..., an ); ai ∈ Ai }.
o
Seja n um número natural. O espaço euclidiano Rn é o produto cartesiano do conjunto dos
números reais n−vezes. Um ponto de Rn é uma lista ordenada
çã
A = (x1 , ..., xn ),
cujos elementos xi são números reais. Dados pontos A = (x1 , ..., xn ) e B = (y1 , ..., yn ) em Rn
a
dizemos que A = B se, e somente se,
or x1 = y1 , ..., xn = yn .
Exemplo 1.2.1 Para n = 2 temos que os pontos de R2 são os pares ordenados A = (x1 , x2 )
ab
com x1 , x2 ∈ R. O espaço euclidiano R2 é representado geometricamente no plano cartesiano.
El
x2 A
x1
Em
Exemplo 1.2.2 O espaço R3 pode ser representado geometricamente por três retas x, y e z
perpendiculares entre si em um ponto em comum chamado origem do espaço.
1.2. Espaço Euclidiano 5
x2
o
O x
x1
çã
x3
a
z
Cada ponto de R3 é uma terna P = (x1 , x2 , x3 ) e a origem é o ponto O = (0, 0, 0). O número
real x1 é representado na reta x como sendo a distância do ponto P até o plano determinado
ab
pelas retas y, z. De maneira análoga, os números reais x2 e x3 representam, respectivamente,
as distâncias do ponto P até o plano determinado pelas retas x, z e o plano determinado pelas
retas x, y.
El
A distância entre pontos é um conceito fundamental, pois partir da noção de métrica é que
construímos a geometria em espaços até mais gerais que o espaço euclidiano. A métrica pos-
sibilita tanto no estudo da Topologia em espaços métricos quanto na Geometria Diferencial.
Desta forma, faz-se necessário definirmos, de uma maneira ideal, a distância entre dois pontos
no espaço euclidiano.
Em
Definição 1.2.1 Sejam A = (x1 , ..., xn ) e B = (y1 , ..., yn ) pontos em Rn definimos a distância
euclidiana entre A e B por
p
d(A, B) = (x1 − y1 )2 + ...(xn − yn )2 .
Na verdade existem outras maneiras de determinar distância entre dois pontos no espaço, pois
distância é um conceito mais geral.
6 1. Espaço Euclidiano
o
S[A, r] = {X ∈ Rn ; d(X, A) = r}
çã
Exemplo 1.2.4 Considere um ponto C = (x0 , y0 , z0 ) ∈ R3 . A esfera de centro em A e raio
a
r é o conjunto
or S[A, r] = {X ∈ Rn ; d(X, C) = r}.
Assim, todo para todo ponto P = (x, y, z) ∈ S[A, r] temos que
p
d(P, C) = (x − x0 )2 + (y − y0 )2 + (z − z0 )2 = r.
ab
Segue que
(x − x0 )2 + (y − y0 )2 + (z − z0 )2 = r2 (1.2.1)
A expressão 1.2.1 é equação da esfera de centro em C e raio r. Para saber se um ponto
P = (x, y, z) pertence à esfera basta substituir suas coordenadas na sua equação e verificar se
El
é solução.
z
Em
r
C
(x − x0 )2 + (y − y0 )2 = r2 . (1.2.2)
Para saber se um ponto P = (x, y) pertence à circunferência basta substituir suas coordenadas
na sua equação e verificar se é solução. (Exercício 1.3.2)
o
cuja distância até o ponto A é menor que r. Denotaremos por
B(A, r) = {X ∈ Rn ;
çã
d(A, X) < r}.
A noção de bola aberta no espaço euclidiano é muito utilizada no estudo de Cálculo de Funções
de Várias Variáves e é fundamental para a Topologia em espaços métricos.
a
or
Exemplo 1.2.6 A bola aberta de centro em A e raio r em R2 é o interior da círcunferência
S[A, r] ⊂ R2
ab
r
El
A
Em
1.3 Exercícios
1.3.1 Esboce os pontos A = (1, 0, 5), B = (1, −2, 2), C = (−1, −3, 3) e C = (−2, 1, −3) no espaço
euclidiano R3 .
1.3.2 Verifique se os pontos A = (1, 0), B = (2, 3), C = (−1, −1), D = (3, 4), E = (1, 4), F =
(1, 2), G = (2, −1) pertencem à circunferência
(x − 2)2 + (y − 1)2 = 4
e esboce o gráfico.
8 1. Espaço Euclidiano
1.3.3 Sejam A = (−1, 3) e B = (2, −1). Determine os pontos P = (x, y) de modo que, o triângulo
ABP seja um triângulo isósceles. Interprete geometricamente.
1.3.4 Dados os pontos A = (1, 4), B = (−3, 4) e C = (1, 5), determine o centro da circunfêrencia
no qual esses pontos pertencem e escreva sua equação.
1.3.5 Deduza a equação da circunferência de centro em C = (x0 , y0 ) e raio r mostrada no
Exemplo 1.2.5
1.3.6 Dados três pontos no espaço euclidiano R3 é possivel encontrar um esfera que tem esses
pontos? Se for possível, dê um exemplo.
1.3.7 Considere os pontos A = (1, 4, 3) e B√= (1, 4, 8). Determine o conjunto dos ponto P =
(x, y, z) de modo que d(A, P) = 5 e d(B, P) = 50. Interprete geometricamente.
o
1.3.8 Considere o ponto P = (x0 + r cos θ, y0 + r sen θ), 0 6 θ 6 2π, como mostra a figura
abaixo. Prove que P pertence à circunferência de centro em (x0 , y0 ) e raio r. Procure entender o
çã
que acontece quando θ varia entre 0 e 2π.
a
r
y0 θ
or
x0
ab
El
Em
2
Vetores
o
a çã
2.1 Espaço vetorial
or
Definição 2.1.1 Seja V um conjunto não vazio. Dizemos que V é um espaço vetorial sobre
R se estiverem definidas em V duas operações binárias soma + : V × V → V e multiplicação
ab
por um escalar · : R × V → V tais que para quaisquer u, v, w ∈ V e λ, γ ∈ R tem-se
1. u+v=v+u;
2. (u+v)+w=u+(v+w);
El
5. λ · (u + v) = λ · u + λ · v;
Em
6. (λ + γ) · u = λ · u + γ · u;
8. 1 · u = u.
Exemplo 2.1.1 O conjunto M2×2 (R) da matrizes quadradas de ordem 2 com as operações
usuais de soma e multiplicação por um número real é um espaço vetorial, pois essas operações
possuem as propriedades das operações para espaço vetorial. Verifique!
10 2. Vetores
Exemplo 2.1.2 Considere P2 (R) o conjunto de todos os polinômios de grau menor que ou
igual a 2. Para quaisquer p(x) = a0 + a1 x + a2 x2 e q(x) = b0 + b1 x + b2 x2 em P2 (R) e para
todo λ ∈ R, definimos as operações
o
çã
2.2 Vetores no espaço euclidiano
−→
Os pontos A = (x1 , ..., xn ) e B = (y1 , ..., yn ) em Rn definem um vetor AB em Rn dado por
a
−→
AB = (y1 − x1 , ..., yn − xn ).
or −→ −→
Os elementos yi − xi , onde i = 1, ..., n são chamados coordenadas do vetor AB. O vetor AB é
representado por um segmento orientado de origem em A e extremidade em B.
ab
−→
Exemplo 2.2.1 No espaço R3 o vetor AB é representado como mostra a figura:
z
El
A
Em
Exemplo 2.2.2 Sejam A = (1, 2), B = (3, 4), C = (3, 1) e D = (5, 3). Assim, temos que
−→ −→
AB = (2, 2) e CD = (2, 2).
2.2. Vetores no espaço euclidiano 11
o
x
çã
Figura 2.2.2: Vetores equivalentes
−→ −→
a
Podemos observar do Exemplo 2.2.2 que cada um dos vetores AB e CD possuem uma represen-
tação geométrica diferente, porém têm as mesmas coordenadas e são, portanto, equivalentes.
or
O que acontece é que a equivalência de vetores no espaço euclidiano Rn não depende de sua
representação geométrica, mas apenas de suas coordenadas. Assim, dizemos que dois vetores
no espaço euclidiano são iguais se, e somente se, suas coordenadas são iguas.
ab
−→ −→
Exemplo 2.2.3 O vetores AB e CD do Exemplo 2.2.2 podem ser representados geometri-
camente no plano cartesiano por um segmento orientado de origem no ponto O = (0, 0) e
El
y
Em
Uma lista ordenada v = (x1 , ..., xn ) ∈ Rn é um vetor que pode ser representado geometricamente
por um segmento orientado com origem no ponto O = (0, ..., 0) e extremidade no ponto P =
12 2. Vetores
−→ →
−
(x1 , ..., xn ) e assim temos v = OP. O vetor 0 = (0, 0, ..., 0) ∈ Rn , de origem e extremidade no
ponto O = (0, 0, ..., 0), é chamado de vetor nulo.
Observação 2.2.1 Dois segmentos orientados paralelos, de mesmo sentido e mesmo compri-
−→
mento são equivalentes. Assim, um segmento orientado AB, pode representar o conjunto de
−→
todos os segmentos orientados paralelos, de mesmo sentido e mesmo comprimento que AB ob-
tendo assim uma classe de equivalência. Existe outra maneira de definir vetores utilizando essa
ideia de classes de equivalência a partir de uma relação de equivalência. Para mais detalhes o
o
leitor deve consultar (citar as referencias).
çã
Operações com vetores
Sejam u = (x1 , ..., xn ) e v = (y1 , ..., yn ) ∈ Rn e t ∈ R. As operações de soma de e a multilicação
a
por um escalar no espaço euclidiano são definidas, respectivamente por
or
u + v = (x1 + y1 , x2 + y2 , ..., xn + yn );
Exemplo 2.2.4 A soma dos vetores u = (3, −4, 5) e v = (4, −3, 0) é o vetor
o
x
1 3 4
çã
Figura 2.2.4: u + v = (4, 3)
Seja V um espaço vetorial. Dizemos que um vetor v ∈ V é uma combinação linear dos vetores
a
v1 , v2 , ..., vs ∈ V se exsitem λ1 , ..., λs ∈ R tais que
or v = λ1 · v 1 + λ2 · v 2 + · · · + λs · v s .
ab
Exemplo 2.2.6 Seja v = (1, −2, 1) ∈ R3 . Temos que
então v é uma combinação linear dos vetores e1 = (1, 0, 0), e2 = (0, 1, 0) e e3 = (0, 0, 1).
El
Qualquer vetor de R3 é uma combinação linear dos vetores ~i = (1, 0, 0), ~j = (0, 1, 0) e ~k =
(0, 0, 1). Podemos dizer que os vetores ~i, ~j e ~k são geradores do espaço R3 . O vetor v pode,
também, ser escrito na forma
v = x~i + y~j + z~k.
Dado o vetor v = (2, −3, −4), escrevemos
Vimos neste capítulo que a noção de vetores como elementos de um espaço vetorial é bem mais
geral, pois existem espaços vetoriais em que fica difícil ter uma representação geométrica de
seus vetores e acabam se tornando em objetos abstratos. Tais espaços são objetos de estudo
em Álgebra Linear e outras áreas da matemática pura.
14 2. Vetores
Definição 2.2.1 Seja V um espaço vetorial real. Dizemos que os vetores v, w ∈ V são
paralelos se existe um t ∈ R tal que
w = t · v.
o
3
Exemplo 2.2.8 Os vetores u = 6, , 3 e v = (4, 1, 2) são paralelos, pois
2
çã
3
u= · v.
2
a
z
or
ab
y
El
−−→ −→
Exemplo 2.2.9 Considere os vetores OA = (a1 , a2 ) e OC = (c1 , c2 ) no plano. O vetor
−−→ −→
OA + OC = (a1 + c1 , a2 + c2 )
a2 A
c2 C
o
x
O a1 c1
çã
Figura 2.2.6: Paralelogramo determinado por OA e OC
−−→ −→ −→ −→
a
Os vetores OA e OC determinam um paralelogramo OABC cujas diagonais são OB e CA.
or
Dados vetores u e v no espaço euclidiano, representados com a mesma origem no ponto O,
o vetor u + v é representado geometricamente como sendo uma das diagonais paralelogramo
determinado pelos vetores u e v. Observe que esta diagonal é a que sai da origem O.
ab
u+v
El
v
O
Em
u−v
u
v
O
o
Exemplo 2.3.1 Considere o vetor v = (2, −3, −1). Então o seu comprimento é dado por
√
çã
p
kvk = 22 + (−3)2 + (−1)2 = 14.
a
Exemplo 2.3.2 Se v = (x1 , x2 , ..., xn ) ∈ Rn e t ∈ R temos que
or q
(tx1 )2 + (tx2 )2 + · · · + (txn )2 = |t| x21 + x22 + · · · + x2n .
p
kt · vk =
kvk = 0 ⇔ v = ~0
Considere os vetores u = (x1 , ..., xn ) e v = (y1 , ..., yn ) em Rn . A norma do vetor u + v é dada por
p
ku + vk = (x1 + y1 )2 + (x2 + y2 )2 + ... + (xn + yn )2 .
Da Equação 2.3.3 podemos perceber que ao calcular a norma da soma dos vetores u e v
obtivemos na terceira parcela a expressão x1 y1 + · · · xn yn . Esta expressão aparece em outras
situações, como por exemplo no cálculo de ângulo entre vetores, e é chamada de produto
escalar entre os vetores u e v. É indispensável, portanto, que dediquemos um pouco de tempo
no estudo desta expressão, como será feito na proxima seção.
o
2.4 Produto Escalar
çã
Sejam u = (x1 , ..., xn ) v = (y1 , ..., yn ) vetores em Rn . Definimos o produto interno entre os
vetores u e v por
< u, v >= x1 y1 + ... + xn yn .
a
or
Proposição 2.4.1. Sejam u, v e w vetores em Rn e λ ∈ R.
Demonstração: Exercício
Proposição 2.4.2 (Desiguldade de Cauchy-Schwarz). Sejam u, v vetores em Rn . Então
| < u, v > | 6 kukkvk.
Em
ku + vk 6 kuk + kvk.
o
< u, v >6 kukkvk,
çã
consequentemente
a
Logo
ku + vk 6 kuk + kvk.
2.5
or
Ângulo entre vetores
Considere os vetores u, v no plano e considere θ o ângulo entre esses vetores. A intersecão da
ab
reta perpendicular ao vetor v que contem a extremidade de u com a reta paralela ao vetor v
define o vetor λv. Suponhamos que 0 < θ < π2 e então temos que λ > 0.
u
El
λv v
Em
Observe que
|λ|kvk kvk
cos θ = =λ (2.5.1)
kuk kuk
Seja w = u − λv e assim obtemos
ku − λvk
sen θ =
kuk
Utilizando a relação fundamental tem-se
< u, v >
λ= . (2.5.3)
kvk2
Segue que
< u, v >
cos θ = . (2.5.4)
kukkvk
o
π
No caso em que 2
< θ < π temos que λ < 0.
a çã
θ
α
or λv
|λ|kvk kvk
cos θ = − cos α = − =λ
kuk kuk
El
Exemplo 2.5.1 (Vetores ortogonais) Através da expressão (2.5.4) concluímos que dois
vetores u e v são ortogonais se, e somente se, < u, v >= 0.
Exemplo 2.5.2 (Projeção de Vetores) O vetor λv como mostra na Figura 2.5.1 é chamado
projeção de u sobre v denotado por Pvu . Segue da expressão (2.5.3) que
< u, v >
Pvu = v.
kvk2
20 2. Vetores
o
çã
u−v
u
a
v
or Figura 2.5.3: Lei dos cossenos
ab
→
− → −
Exemplo 2.5.4 (Força resultante) Sejam F1 , F2 duas forças exercidas num objeto que
→
− →
− →
−
formam um ângulo θ e considere R = F1 + F2 a força resultante. Essas forças são vetores
num plano, então para obtermos o módulo da força resultante fazemos
El
→
− →
− → − → − → −
k R k2 =< F1 + F2 , F1 + F2 > .
Assim, obtemos
→
− →
− →
− →
− → −
k R k2 = k F1 k2 + k F2 k2 + 2k F1 kk F2 k cos θ. (2.5.6)
Em
→
−
R
→
−
F2
→
−
F1
θ
→
−
Observação 2.5.1 É comum denotar o módulo de uma força F por F. Não confunda o
→
−
número F com o vetor F . Assim, a expressão (2.5.6) é escrita como
→
−
Exemplo 2.5.5 (Trabalho) Se F é uma força exercida sobre um objeto realizando um des-
o
→
−
locamento d o trabalho realizado é dado pelo produto escalar entre a força e o deslocamento,
isto é,
çã
→
− →−
W =< F , d > .
→
−
Utilizando a expressão 2.5.4, podemos calcular o trabalho realizado pela força F por
a
W = F · d cos θ,
u
h
v
Em
Pvu
A = kvk · h.
portanto
A2 = kvk2 kuk2 − kvk2 kPvu k2 .
Como
< u, v >
Pvu = v
kvk2
então
< u, v >2
kPvu k2 = .
kvk2
Assim, obtemos a expressão da área do paralelogramo dada por
o
O Exercício 2.7.4 nos dá um método prático para o cálculo de área de paralelogramo.
a çã
Exemplo 2.5.7 (Equação do plano) Dado um vetor não nulo v = (a, b, c) ∈ R3 e um
or
ponto A = (x0 , y0 , z0 ). Existe um único plano α que contém o ponto A e é perpendicular ao
vetor v. Este plano é o conjunto de todos os pontos P = (x, y, z) ∈ R3 tal que
−→
< AP, v > 0.
ab
−→
Como AP = (x − x0 , y − y0 , z − z0 ), obtemos
Fazendo d = ax0 + bx0 + cz0 , obtemos a equação do plano perpendicular ao vetor v = (a, b, c)
El
dada por
ax + by + cz = d (2.5.8)
Em
Exemplo 2.5.8 Para determinar a equação de um plano α que contém o ponto A = (3, 0, 1)
perpendicular ao vetor v = (2, 1, 2) consideramos
−→
< AP, v >= 0
−→
para todo ponto P = (x, y, z) ∈ α. Como AP = (x − 3, y, z − 1) segue que
2(x − 3) + y + 2(z − 1) = 0,
2x + y + 2z = 8.
2.6. Produto Vetorial 23
o
resolvermos este tipo de problema utilizamos a noção de produto vetorial em R3 .
a çã
or
ab
El
Figura 2.6.1
x1 a + y1 b + z1 c = 0
(2.6.1)
x2 a + y2 b + y2 c = 0.
w1 = (y1 z2 − y2 z1 , x2 z1 − x1 z2 , x1 y2 − x2 y1 ) (2.6.2)
Exemplo 2.6.1 Considere os vetores u = (1, −2, 0) e v = (−3, 1, −2). O produto vetorial de
u por v é o vetor
w1 = (4, 2, −7).
Note que w1 é, simultaneamente, perpendicular a a u e v.
w2 = (y2 z1 − y1 z2 , x1 z2 − x2 z1 , x2 y1 − x1 y2 ) (2.6.3)
o
é, também, uma solução para o sistema e é chamado produto vetorial de v por u.
çã
Exemplo 2.6.2 Dados os vetores u = (2, −5, 1) e v = (2, 3, −3) temos que w1 = (12, 8, 16)
a
e w2 = (−12, −8, −16) são vetores perpendiculares a u e v simultaneamente.
or
O produto vetorial de u por v será indicado por u × v e o produto vetorial de v por u será
indicado por v × u. Tais vetores tem sentidos opostos, isto é, v × u = −u × v.
ab
u×v
v
El
v×u
Em
i j k
M = x1 y1 z1
x2 y2 z2
e por meio de seu determinante dado por
Para obter o vetor v × u basta permutar as linhas 2 e 3 da matriz M e fazer o mesmo processo.
Exemplo 2.6.3 Dados os vetores u = (2, −2, 2), v = (−5, 0, 2) e calculando o determinante
o
i j k
çã
2 −2 2 = −4i − 14j − 10k,
−5 0 2
temos que
u × v = (−4, −14, −10).
a
Ao permutarmos as linhas 2 e 3 o determinante muda de sinal e, consequentemente, teremos
or v × u = (4, 14, 10).
ab
Exemplo 2.6.4 (Momento de uma força) Uma estrutura tubular está sujeita a uma
força de 80 N como mostra a figura abaixo. Determine a direção do eixo de momento dessa
força em relaçao ao ponto C.
El
Em
Fonte: HIBBELER
O momento da força ~F em relação ao ponto C é o vetor ~r×~F, e suas componentes são calculados
a partir do determinante
i j k
0.55 0.4 −0.2 = −5.47i + 13.132j + 11.2215k,
44.34 52.65 −40
o
e obtemos, portanto,
~r × ~F = (−5.47, 13.132, 11.2215)
çã
A intensidade do momento é dada por k~r × ~Fk = 18.12 N· m.
a
or
Exemplo 2.6.5 Determine a intensidade do momento da força ~F em relação ao ponto A,
onde θ = 30o .
ab
El
Fonte: HIBBELER
Em
obtemos, portanto, √
~r × ~F = (0, 0, 600 + 400 3)
A intensidade do momento é k~r × ~Fk = 1292, 8 N·m.
o
ku × vk2 = kuk2 kvk2 − < u, v >2 .
çã
Ver exercício ??
a
i j k
or
2 3
−1 0 −2
3 = −6i + 1j + 3k,
e, portanto,
ab
u × v = (−6, 1, 3).
√
A área do paralelogramo é A = 46.
El
u×v
θ h
o
u
çã
Temos, então, que
h = kwk| cos θ|.
Por outro lado, como θ é o ângulo entres os vetores u × v e w temos, também, que
a
< u × v, w >
cos θ = .
or ku × vkkwk
V = | < u × v, w > |.
Produto misto
O produto misto entre os vetores u = (x1 , y1 , z1 ), v = (x2 , y2 , z2 ) e w = (x3 , y3 , z3 ) pode ser
calculado a partir do determinate da matrz cujo suas linhas são as corrdenadas dos vetores u, v
e w.
Em
x1 y1 z1
< u × v, w >= x2 y2 z2
x3 y3 z3
Exemplo 2.6.8 O Produto misto entre os vetores u = (1, 0, 1), v = (2, 1, 1) e w = (0, −2−1)
é
1 0 1
< u × v, w >= 2
1 1 = −4.
0 −2 −2
2.7. Exercícios 29
V = | < u × v, w > | = 4
2.7 Exercícios
2.7.1 Determine as coordenadas do vetor v ∈ R2 de comprimento igual a 5 e faz um ângulo de
60◦ com a horizontal e esboce o gráfico.
o
2.7.2 Um bloco
√
está sendo puxado por um fio sobre um superfície lisa, com uma força consatante
~F intensidade 3 N. Supondo que o ângulo da força em relação a superfície é de 30◦ determine as
çã
3
coordenadas da força ~F e esboce num sistema de coordenadas.
2.7.3 Suponha que um objeto está sob ação de forças como mostra o diagrama abaixo. Determine
as coordenadas da forças F~1 , F~2 , F~3 e as coordenadas da força resultante e a sua intensidade.
a
F2 = 2 N
or 60o
F1 =
√
5N
135o
ab
165o
√
F3 = 8N
El
x2 y2
2.7.6 Determine a equação do plano α que contém o ponto A = (−1, 3, 2) perpendicular ao vetor
v = (2, 3, 1).
2.7.7 Determine a equação do plano que contém o conjunto dos pontos A = (3, 1, 2), B = (5, 2, 3)
e C = (−1, 3 − 1).
2.7.8 O método de levantamento topográfico por irradiação baseia-se em estabelecer uma estação
central O, de onde todos os vértices que definem a poligonal possam ser vistos. A partir da estação
central medem-se as distâncias aos vértices A, B e C da poligonal e os ângulos horizontais entre a
direção norte sul com a linhas que possuem a estação central e o vértice, medido a partir do norte
para direita, chamado azimute à direita.
30 2. Vetores
NM
A
o
çã
B
a
or
Considerando os valores na tabela abaixo calcule as coordenadas dos vértices e a área do terreno.
o
a çã
3.1 Equações Paramétricas da Reta
or
Faremos o estudo de equações paramétricas de retas no espaço euclidiano cujas coordenadas
de seus pontos são dadas por expressões do primeiro grau em função de um parâmetro real.
x1 = a1 + v1 t
r: .. , t ∈ R. (3.1.3)
.
x =a +v t
n n n
Observe que da Equação 3.1.2 cada coordenada xi , i = 1, ..., n, do ponto P ∈ r é uma função
real dependendo do parâmetro t ∈ R, dada por
xi (t) = a1 + vi t,
1
além disso, a reta “passa” pelo ponto A em t = 0. Podemos definir a função
α(t) = (a1 + tv1 , ..., an + tvn ), t ∈ R,
chamada parametrização da reta que é paralela ao vetor v = (v1 , ..., vn ) que contém o ponto
A = (a1 , ..., an ). Note que α(0) = A.
1
Passar não é no sentido de que a reta se movimenta, mas no sentido de que a reta é a trajetória de uma
partícula que passa por um ponto P num instante t0 ∈ R
32 3. Retas no Espaço Euclidiano
x = −1 + t (3.1.4)
y = 3 + 2t, (3.1.5)
o
Multiplicando a Equação 3.1.4 por -2 e somando com a Equação 3.1.5 obtemos a equação da
çã
reta na forma
y = 2x + 5.
a
or A
v
ab
x = 1 − 1t
r: y= 4+t , t ∈ R. (3.1.7)
z = 2 + 2t
Observe que na parametrização 3.1.6 a reta passa pelos pontos A e B em t = 0 e t = 1,
respectivamente. Na parametrização 3.1.7 a reta passa pelos pontos A e B respectivamente
em t = −1 e t = 0.
−→
Podemos também considerar o vetor paralelo a reta r como sendo o vetor u = BA e então
3.1. Equações Paramétricas da Reta 33
temos
x =2+t
r: y =3−t , t ∈ R. (3.1.8)
z = −2t
x = 1 + 1t
r: y= 4−t , t ∈ R. (3.1.9)
z = 2 − 2t
Neste caso, temos que em 3.1.8 a reta passa pelo ponto B em t = −1, e passa pelo ponto A
em t = 0. Na parametrização 3.1.9 a reta passa pelos ponto B e A respectivamente em t = 0
o
e t = 1.
çã
Uma reta r no espaço euclidiano não tem uma única parametrização, pois podemos observar do
exemplo Exemplo 3.1.2 que a escolha do vetor paralelo à reta pode mudar a orientação.
a
or
Exemplo 3.1.3 Considerando a reta r do Exemplo 3.1.2, vamos determinar uma parame-
trização de tal maneira que a reta passe pelo ponto A em t = 0 e no ponto B em t = 3.
Na parametrização 3.1.6 a escolha do vetor v = (−1, 1, 2) nos dá que a reta passa pelo ponto
ab
B em t = 1. Sendo assim, precisamos de um vetor, w = (a, b, c), paralelo a reta r. Seja
P = (x, y, z) ∈ r, então temos que
x = 2 + at
El
r: y = 3 + bt , t ∈ R. (3.1.10)
z = ct
Para t = 3 temos que
Em
1 = 2 + 3a
4 = 3 + 3b (3.1.11)
2 = 3c
Temos então que a = − 13 , b = 31 , c = 23 e, portanto
x = 2 − 13 t
r: y = 3 + 13 t , t ∈ R. (3.1.12)
z = 23 t
Observe que v = 3 · w.
34 3. Retas no Espaço Euclidiano
Exemplo 3.1.4 Vamos determinar a equação da reta s que passa pelo ponto A = (−1, 0, −1)
em t = 2 e passa pelo ponto B = (−5, 2, −7) em t = 4. Sejam d = (a, b, c) o vetor paralelo à
reta e O = (x0 , y0 , z0 ) o ponto em que a reta passa quando t = 0. Temos então que para todo
o
a çã
or
ab
El
Em
3.2. Equação Cartesiana da Reta no Plano 35
ponto P = (x, y, z) em s
x = x0 + at
s: y = y0 + bt , t ∈ R. (3.1.13)
z = z0 + ct
Para t = 2 tem-se
−1 = x0 + 2a
0 = y0 + 2b , (3.1.14)
−1 = z0 + 2c
e para t = 4 tem-se que
−5 = x0 + 4a
o
2 = y0 + 4b (3.1.15)
−7 = z0 + 4c
çã
Das equações 3.1.14 e 3.1.15 obtemos d = (−2, 1, −3) e O = (3, −2, 5). Portanto,
x = 3 − 2t
s: y = −2 + t , t ∈ R. (3.1.16)
a
z = 5 − 3t
or
Para parametrizarmos uma reta no espaço euclidiano, vimos que basta conhecermos pelo menos
um de seus pontos e um vetor v que dá sua direção. Dos Exemplo 3.1.2 e Exemplo 3.1.3
temos que embora os vetores v e w são paralelos e dão a mesma orientação para a reta r as
ab
parametrizações obtidas são diferentes. O que acontece é que o vetor dá também a velocidade
de deslocamento entre dois pontos da reta além da direção e a orientação. Tal vetor é chamado
de vetor velocidade e sua norma é a velocidade de deslocamento.
El
y = mx + k.
Temos que
−→
< AP, v >= 0 ⇐⇒ ax + by = ax0 + by0 .
o
Considerando a constante c = ax0 + by0 , obtemos a equação da reta na forma
çã
ax + by = c. (3.3.1)
A Equação 3.3.1 é chamada equação geral da reta perpendicular ao vetor u = (a, b).
a
Exemplo 3.3.1 A equação or 2x − 1y = −1
é de uma reta perpendicular ao vetor u = (2, −1).
ab
El
−1
u
Em