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POLÍCIA CIVIL DO CEARÁ

MANUAL PRÁTICO SOBRE


INVESTIGAÇÃO ENVOLVENDO
FURTOS E ROUBOS DE APARELHOS
CELULARES

2018
INTRODUÇÃO

Como cediço, os roubos e furtos de aparelhos celulares têm se tornado rotina nos últimos
anos, quer pela facilidade na compra e venda, quer pelo considerável valor que estes aparelhos
possuem no mercado, sendo que muitos aparelhos oriundos do crime têm como destino final as
mãos de criminosos, tanto nas ruas como nas penitenciárias.

Diante do crescente número de roubos e furtos, o presente Manual tem como objetivo apenas
difundir alguns métodos para se tentar descobrir o destino dos aparelhos subtraídos, de modo a
tentar descobrir os autores dos crimes, bem como se chegar aos receptadores, quer dolosos, quer
culposos, quer qualificados, uma vez que é crescente o número de pessoas que comercializam
telefones produtos de crime.

Por óbvio, este Manual não procura esgotar o assunto e está longe de ser completo, motivo
pelo qual sugestões e modificações sempre serão bem vindas para se aperfeiçoarem cada vez mais
as investigações.

1. A IMPORTÂNCIA DO BOLETIM DE OCORRÊNCIA

O Boletim de Ocorrência registrado nas Delegacias é o primeiro documento com o qual o


Delegado de Polícia se depara. É através do boletim que a vítima noticia o crime que sofreu, de
modo que o boletim de ocorrência deverá ser o mais completo possível, de modo que possibilite dar
início às investigações.

Assim, incumbe ao Delegado de Polícia orientar o escrivão para que sempre observe, na
confecção do boletim, o preenchimento obrigatório das seguintes informações:

a) Nome completo da vítima;


b) Endereço atualizado da vítima (há casos em que o escrivão não observa o endereço atual);
c) O dia e a hora em que a vítima teve o celular subtraído;
d) Número do telefone que foi subtraído da vítima (havendo dois números, colocar os dois);
e) A operadora do telefone (havendo duas operadoras, colocar as duas);
f) Modelo do Telefone (marca, modelo e características);
g) IMEI do telefone (se possível, sendo dual chip, o número dos dois IMEIs);
h) Um número de contato para falar com a vítima (para avisar no caso de recuperar o celular);
i) Se a vítima efetuou o bloqueio do IMEI (caso positivo, dificilmente será possível rastrear).

Caso não conste no boletim de ocorrência a operadora na qual o chip estava cadastrado,
poderá ser realizada consulta através do seguinte link, o qual pode ser acessado no computador da
delegacia:<http://consultanumero.abrtelecom.com.br/consultanumero/consulta/consultaSituacaoAtu
alCtg>. Clicando em “consulta histórico recente”, o usuário poderá selecionar a data que deseja
consultar e verificar, inclusive, se houve portabilidade do número telefônico para outra operadora.

Caso não conste no boletim de ocorrência se o IMEI se encontra bloqueado ou não, poderá ser
realizada consulta através do seguinte link, evitando-se desperdiçar tempo e recursos:
<https://www.consultaserialaparelho.com.br/public-web/homeSiga>.

a) Localização do telefone através do Google Maps

Caso a vítima possua o aplicativo Google Maps instalado no celular subtraído, poderá
consultar os locais por onde o celular passou através da ferramenta “sua linha do tempo”.
2. REQUISIÇÃO DOS DADOS CADASTRAIS

Após a análise do boletim de ocorrência, incumbirá ao Delegado de Polícia encaminhar às


operadoras de telefonia celular a requisição de dados cadastrais, que será diferente caso a vítima
forneça ou não o número do IMEI do aparelho celular.

a) Requisição caso a vítima não forneça o IMEI no boletim de ocorrência

Caso a vítima não forneça o número do IMEI do aparelho subtraído, a Autoridade Policial,
inicialmente, deverá encaminhar requisição à operadora solicitando o número do IMEI do celular da
vítima. No mesmo documento, o Delegado de Polícia poderá requisitar à operadora que informe se
algum usuário habilitou número no referido IMEI, de modo a otimizar o trabalho.

MODELO DE REQUISIÇÃO SEM O IMEI (Somente com o número do celular)

“URGENTÍSSIMO”
Requisição nº 013/2017 – 8º DP

Fortaleza, 21 de dezembro de 2017.

A(o) Senhor (a)


GERENTE/DIRETOR DA EMPRESA OI

Assunto: acesso a dados cadastrais de titular de linha telefônica


Referência: BO nº 108-8658/2017

1. Sobre o assunto, cumprimentando-o cordialmente, requisito a V. Sra. o fornecimento


dos dados cadastrais do titular da linha telefônica (85) 9 8831-XXXX, no período de 1º a 07 de dezembro
de 2017, devendo ser informado, também, o número do IMEI do telefone celular no qual o referido número
telefônico estava cadastrado no período mencionado.

2. Tal requisição tem em vista apurar crime objeto de investigação conforme Boletim de
Ocorrência constante no documento da referência. Por oportuno, requisito que sejam fornecidos os dados
cadastrais de todos os titulares de linhas telefônicas que habilitaram número (chip) no aparelho telefônico
cujo IMEI é objeto da presente representação, a partir de 07 de dezembro de 2017, haja vista que o referido
aparelho celular foi roubado da vítima XXXXXXXXXXXXXX na referida data, devendo constar na
resposta, caso possível, o dia e hora da primeira e última ligações realizadas.

3. Diante do exposto, solicito que tais informações sejam encaminhadas a esta Delegacia
de Polícia no prazo de 24h (vinte e quatro horas), sob pena de, descumprida a presente requisição, haver a
responsabilização penal pelos crimes de desobediência, previsto no artigos 330 do Código Penal Brasileiro,
sem prejuízo de eventual representação formal perante à ANATEL em relação à eventual conduta
administrativa ilícita por parte da pessoa jurídica operadora de telefonia móvel, podendo tais dados serem
encaminhados diretamente para o e-mail dp@policiacivil.ce.gov.br ou xxxxxxxxxx@policiacivil.ce.gov.br.

4. Aproveito a oportunidade para renovar os votos de estima e consideração.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Delegado de Polícia Civil
b) Requisição caso a vítima forneça o IMEI no boletim de ocorrência ou após resposta das
operadoras de celular

Caso a vítima forneça o número do IMEI do aparelho celular ou após a operadora ter
respondido a requisição do IMEI do telefone roubado, caberá ao Delegado de Polícia encaminhar
requisição a todas as operadoras (OI, VIVO, CLARO e TIM) solicitando os dados cadastrais
daqueles que habilitaram número telefônico no aparelho celular subtraído da vítima a partir da data
do crime.

MODELOS DE REQUISIÇÃO COM O IMEI

“URGENTÍSSIMO”
Requisição nº 047/2017 – CIRCULAR – 8º DP

Fortaleza, 21 de dezembro de 2017.

A(o) Senhor (a)


GERENTE/DIRETOR DA EMPRESA TIM, OI, CLARO E VIVO

Assunto: acesso a dados cadastrais de titular de linha telefônica


Referência: Boletim de Ocorrência nº 108-0000/2017.

1. Sobre o assunto, cumprimentando-o cordialmente, requisito a V. Sra. o fornecimento


dos dados cadastrais de todos os titulares de linhas telefônicas que habilitaram número (chip) no aparelho
telefônico cujos IMEIs são 352600087120748 e 352600087120748, a partir de 10 de outubro de 2017,
haja vista que o referido aparelho celular foi roubado da vítima XXXXXXXXXXXXXXXXX na referida
data, conforme Boletim de Ocorrência nº 108-0000/2017, devendo constar na resposta o dia e a hora em
que houve a habilitação do chip, a primeira e a última ligação realizada com o referido aparelho
celular, de modo a se identificar quais foram as pessoas que tiveram acesso ao celular roubado.

2. Tal requisição tem em vista apurar os crimes de roubo ou receptação, conforme o caso,
uma vez que tem aumentado demasiadamente o número de crimes envolvendo roubo de telefones celulares.

3. Diante do exposto, solicito que tais informações sejam encaminhadas a esta Delegacia
de Polícia no prazo de 48h (quarenta e oito horas), sob pena de, descumprida a presente requisição, haver a
responsabilização penal pelos crimes de desobediência, previsto no artigos 330 do Código Penal Brasileiro,
sem prejuízo de eventual representação formal perante à ANATEL em relação à eventual conduta
administrativa ilícita por parte da pessoa jurídica operadora de telefonia móvel, podendo tais dados serem
encaminhados diretamente para o e-mail 8dp@policiacivil.ce.gov.br ou
giovani.moraes@policiacivil.ce.gov.br.

4. Aproveito a oportunidade para renovar os votos de estima e consideração.

Atenciosamente,

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Delegado de Polícia Civil
3. RESPOSTA DAS OPERADORAS DE TELEFONIA

Com o recebimento da resposta das operadoras, inicia-se uma nova fase, qual seja, a coleta
dos dados do IMEI do telefone, quando não fornecido pela vítima, e das pessoas que habilitaram
chip nos aparelhos subtraídos.

a. Resposta informando apenas o número do IMEI

Caso não tenha sido habilitado chip no aparelho subtraído após o crime, a operadora
informará apenas o número do IMEI do aparelho celular e os dados do titular que teve o telefone
subtraído, conforme exemplo abaixo:
Nesse caso, conforme resposta obtida, nenhum usuário habilitou número telefônico no
aparelho celular da vítima, de modo que a Autoridade Policial, de posse do número do IMEI
(35330508619794) fornecido pela companhia telefônica, deverá proceder conforme a requisição
constante no modelo da letra b do número 2.

Para se certificar que o telefone da vítima corresponde ao aparelho cujo IMEI foi fornecido
pela operadora, o Delegado de Polícia deverá consultar o site www.imei.info, o qual permite
verificar o modelo do telefone a partir do IMEI. Para isso, basta o delegado entrar na referida
página e clicar em “calculator” (http://www.imei.info/calc), colocando o número do IMEI no local
determinado, clicando posteriormente em Check. Imediatamente aparecerá o modelo do telefone.
Interessante observar que algumas operadoras, como a Oi, não fornecem o IMEI completo, sendo
que a Tim, geralmente, sempre informa o “0” como último dígito, motivo pelo qual é importante
realizar a consulta no referido site. Para ter acesso ilimitado às consultas, aconselha-se realizar o
cadastramento gratuito no site.

Pode ocorrer, também, de o número da vítima ter sido habilitado, antes do crime, em mais de
um aparelho celular, motivo pelo qual é necessário acessar o site www.imei.info para verificar qual
é o IMEI que corresponde ao aparelho subtraído.

Somente através de consulta ao site www.imei.info foi possível comprovar que o telefone
cujo IMEI era 35413307585867 correspondia ao aparelho Lenovo Vibe K5 Plus A6020a46, sendo
que o outro IMEI correspondia a outro aparelho celular que não possuía relação com o crime.
b. Resposta informando o número do IMEI e o nome da pessoa que habilitou número
telefônico após a subtração do celular da vítima.

Após o crime, havendo a habilitação de número (chip) no aparelho subtraído, a operadora


informará o número do IMEI do aparelho celular e os dados cadastrais de quem habilitou o número,
conforme modelo abaixo:
4. ANALISE DAS RESPONSTAS DAS OPERADORAS DE TELEFONIA MOVEL

Após a resposta das operadoras, inicia-se o procedimento de analisar o que consta na referida
resposta, de modo que a se chegar na pessoa que está com o aparelho celular da vítima. Para isso,
são observadas as seguintes informações:

a) o primeiro campo corresponde aos dados da vítima, cuja última chamada realizou no dia 07
dez 17, às 06h57min

b) o segundo campo corresponde aos dados de quem habilitou número telefônico no aparelho
subtraído da vítima, o qual realizou a primeira chamada no dia 13 dez 17, às 17h52min, e a a última
chamada no dia 21 dez 17, às 19h07min.

c) o usuário do segundo campo foi quem habilitou número no aparelho da vítima. O telefone
provavelmente está com o referido usuário pois ele utilizou o celular até o dia em que a operadora
recebeu a requisição, ou seja, 21 dez 17, conforme data da última chamada.

d) a data de ativação corresponde à data em que o chip foi cadastrado pelo titular junto a
operadora e não à data em que o usuário colocou o chip no aparelho celular da vítima, não havendo
relação com a data em quem o titular habilitou o chip no aparelho. Data de ativação significa o dia
em que o número foi designado para o titular do número telefônico.

5. NOTIFICAÇÃO DA PESSOA QUE ESTÁ COM O TELEFONE CELULAR

De posse dos dados cadastrais do usuário que habilitou o chip no aparelho celular da vítima,
incumbe à Autoridade Policial expedir notificação solicitando o comparecimento da pessoa na
Delegacia de Polícia. Em razão de muitos endereços estarem desatualizados, pode-se efetuar ligação
telefônica para o número da pessoa, de modo a agilizar o trabalho.

Podem ocorrer diversas situações envolvendo a pessoa que está com o telefone celular
subtraído da vítima, conforme rol apenas exemplificativo:

a) O notificado ter roubado/furtado o aparelho: É o caso mais improvável, mas havendo


desconfiança, é aconselhável tirar foto e notificar a vítima para fazer o reconhecimento, com futura
instauração de inquérito policial e indiciamento.

b) O notificado ter comprado o aparelho por preço desproporcional e de pessoa desconhecida:


nesse caso, aconselha-se a lavratura de TCO pelo crime de receptação culposa, prevista no artigo
180, §3º do Código Penal.

c) O notificado ter comprado o telefone sabendo ser produto de crime: nesse caso, aconselha-
se a lavratura do Auto de prisão em flagrante pelo crime de receptação dolosa, previsto no caput do
artigo 180 do Código Penal;

d) O notificado ter achado o telefone celular: nesse caso, caso alegue ter achado a mais de 15
dias, aconselha-se a lavratura de TCO pelo crime de apropriação de coisa achada, previsto no artigo
169, parágrafo único, inciso II do Código Penal

e) O notificado ter comprado o aparelho celular pelo preço de mercado em uma loja de
celulares ou de quem venda telefone pela internet: nesse caso, ouvir o noticiado como testemunha e
representar por busca e apreensão no comércio/residência de quem vendeu o telefone, o qual
responderá pelo crime de receptação qualificada.
6. TELEFONES E EMAIL DAS OPERADORAS DE TELEFONIA CELULAR

Operadora E-mail Telefone


CLARO oficios.doc@claro.com.br TEL (11) 3579-6700 e (19) 2101-1489
FAX (11) 3579-6780
OI 08000317053
TIM/ INTELIG graop_oficios@timbrasil.com.br TEL (11) 2113-6633 e (11) 4251-6633
FAX (11) 2113-6634
VIVO TEL/FAX: 08007708486

As operadoras Claro e Tim aceitam as requisições através dos seus respectivos e-mail.
Já as operadoras Oi e Vivo somente aceitam as requisições através de Fax.

7. PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS

Dentre os problemas encontrados na localização dos telefones subtraídos, um dos principais é


a ausência de habilitação de linha telefônica no referido telefone, motivo pelo qual não se consegue
chegar ao receptador ou pessoa que praticou o crime. Em alguns casos, isso decorre do fato de o
aparelho celular ter sido vendido para alguém que trabalha vendendo, comercialmente, aparelhos,
de modo que nenhum usuário adquiriu, ainda, o telefone.

Outro problema encontrado é o endereço desatualizado do titular da linha telefônica. Por tal
motivo, sempre que possível, o ideal é que a Autoridade Policial realize uma ligação para o titular
do número telefônico habilitado no celular da vítima e se certifique de sua qualificação, perguntado
seu nome e endereço atual.

Além disso, há inúmeros casos de telefones cadastrados em nome de terceiros. Da mesma


maneira, é ideal que o delegado de polícia ligue para o número e pergunte o nome da pessoa que
está com o telefone. Havendo divergência entre o nome e o cadastro do titular informado pela
operadora, é aconselhável perguntar se a pessoa conhece o titular da linha telefônica. Nesse caso,
poderão surgir duas situações:

a) A pessoa que está com o telefone conhece o titular que consta no cadastro da
operadora

Nessa situação, solicitar o endereço atualizado da pessoa e solicitar a possibilidade desta


comparecer na delegacia de polícia trazendo o telefone da vítima;

b) A pessoa que está com o telefone não conhece o titular que consta no cadastro da
operadora e, possivelmente, o número está habilitado no nome de terceiro de boa-fé.

Essa é uma situação corriqueira. Diante da facilidade em se habilitar um chip e adquirir uma
nova linha telefônica, criminosos utilizam o nome de terceiros para não serem descobertos e
continuarem praticando crimes. Tal prática é evidenciada nos crimes de estelionato, bem como no
uso de aparelhos telefônicos por presidiários, os quais, quase sempre, nunca possuem número
telefônico habilitado em seu nome.

Nesse caso, aconselha-se encaminhar um ofício à operadora solicitando o bloqueio do celular


através do IMEI, bem como o bloqueio do número telefônico.
MODELO DE OFÍCIO SOLICITANDO O BLOQUEIO DO CELULAR E NÚMERO

“URGENTÍSSIMO”
Ofício nº 052/2018 – 8º DP

Fortaleza, 17 de janeiro de 2018.

A(o) Senhor (a)


GERENTE/DIRETOR DA EMPRESA CLARO

Assunto: bloqueio de IMEI e linha telefônica


Referência: BO nº 102-17351/2017

1. Sobre o assunto, cumprimentando-o cordialmente, solicito a V. Sra. que seja


realizado o bloqueio aparelho telefônico cujo IMEI é 353801080171279, haja vista que o referido
aparelho celular foi roubado da vítima XXXXXXXXXXXXXXXXX no dia 25 de novembro de
2017, conforme Boletim de Ocorrência nº 102-17351/2017.

2. Após requisições a essa Operadora de telefonia móvel, constatou-se que o


número (85) 99183-XXXX tem como titular XXXXXXXXXXXXXX, CPF XXXXXXXXXX, cuja
conta se encontra ativa desde 14 dez 17.

3. Todavia, a referida pessoa não é a pessoa que efetivamente está utilizando o


telefone celular, havendo indícios de que a linha telefônica foi cadastrada em nome de terceiros que,
provavelmente, desconheçam a existência do número, motivo pelo qual esta Autoridade Policial
solicita, caso possível, que essa operadora realize contatos com o referido número e execute o
cancelamento do número telefônico, caso se comprove a utilização por outra pessoa que não a
titular da linha telefônica, inclusive para evitar prejuízos a terceiros de boa fé.

4. Por oportuno, solicito a possibilidade de informar, também, se o telefone cujo


IMEI é 353801080171279 foi habilitado em nome de outra pessoa após 2 de janeiro de 2018, sendo
que a resposta poderá ser encaminhada para o e-mail dp@policiacivil.ce.gov.br e
xxxxxxxxxx@policiacivil.ce.gov.br.

5. Aproveito a oportunidade para renovar os votos de estima e consideração.

Atenciosamente,

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Delegado de Polícia Civil
8. APREENSÃO DO APARELHO CELULAR APRESENTADO

Com a apresentação da pessoa na delegacia, trazendo o aparelho celular da vítima, deverá ser
realizada a apreensão do aparelho celular no SIP3W. Todavia, antes de realizar a apreensão, o
delegado deverá se certificar que o aparelho apresentado corresponde ao aparelho subtraído da
vítima. Para isso, deverá verificar o IMEI, quer retirando a bateria e visualizando o IMEI gravado
no aparelho, quer digitando *#06#. Confirmando que se trata do mesmo aparelho celular, realizar a
apreensão e entregar cópia do termo de apreensão e arrecadação para o apresentador.

Posteriormente, poderá a autoridade policial proceder a oitiva da pessoa que apresentou o


aparelho celular, conforme situações constantes no número 5.

9. DEVOLUÇÃO DO APARELHO CELULAR DA VÍTIMA

Após o aparelho celular ter sido entregue e apreendido na Delegacia de Polícia, deverá ser
realizada a notificação da vítima para comparecer à delegacia para reconhecer o telefone e,
confirmando-se ser seu, realizar a restituição através do SIP3W. Recomenda-se realizar uma ligação
para o número telefônico da vítima ou de algum familiar.

Caso seja retirada fotografia da pessoa que apresentou o aparelho celular da vítima, realizar o
reconhecimento fotográfico para verificar se há participação do apresentador no crime de roubo ou
furto.
10. MODELOS DE RELATÓRIOS SINTÉTICOS DE TCO

a) Apropriação de coisa achada

Trata-se de procedimento instaurado para apurar infração, em tese, ao artigo 169, parágrafo único,
inciso II do Código Penal, uma vez que LINCOLN THOMAS CASSIANO FONTENELE teria se
apropriado de um telefone Samsung J5 encontrado na Arena Castelão, aparelho que fora roubado da
vítima Gerardo de Abreu Vasconcelos em 24 de outubro de 2017.

DOS FATOS:

Instaurou-se Termo Circunstanciado de Ocorrência para apurar, em tese, o crime de receptação culposa previsto no
artigo 180, §3º do Código Penal Brasileiro.

A Autoridade Policial XXXXXXXXXXXXXXX declarou que, ao analisar o Boletim de Ocorrência nº 108-7524/2017,


em que a vítima XXXXXXXXXXXX noticiou o roubo de seu aparelho celular Samsung J5, expediu requisição às
operadoras de telefonia celular para que estas encaminhassem a esta Delegacia de Polícia os dados cadastrais de
eventuais pessoas que teriam habilitado chip no aparelho roubado, tendo a operadoras OI informado que o aparelho
havia sido cadastrado por XXXXXXXXXX, informando, inclusive, o endereço e o número do telefone da referida
pessoa. Por tal motivo, notifiquei o investigado para comparecer ao 8º Distrito Policial, o qual, após intimado,
compareceu e apresentou o seu telefone, o qual correspondia ao telefone roubado da vítima. Ao ser questionado sobre a
procedência do aparelho celular, declarou que o encontrou na Arena Castelão, no dia 14 de novembro de 2017, durante
jogo do Ceará, não sabendo que era crime apropriar-se de coisa achada.

O autuado XXXXXXXXXX declarou que achou o telefone celular Samsung J5 na Arena Castelão no dia 14 de
novembro de 2017, por volta das 20h40min, durante o jogo do Ceará, motivo pelo qual ficou com o telefone até o
presente momento, sendo que, inclusive, mandou consertar o telefone. Negou ter roubado o aparelho celular ou
conhecer quem o roubou, bem como negou ter comprado o telefone, alegando desconhecer que se apropriar de coisa
achada seria crime.

Eis a síntese do necessário. Passo a fundamentar o relatório do referido Termo Circunstanciado.

Pelas características do autuado, levando-se em consideração que é trabalhador, que não responde a nenhum
procedimento judicial, que jamais foi processado, condenado ou investigado, tem-se que o caso se enquadra delito de
apropriação de coisa achada, tanto que o telefone havia sido utilizado por outra pessoa anteriormente, não sendo
razoável presumir se tratar do crime de receptação dolosa ou receptação culposa, motivo pelo qual se encontram
presentes a autoria e a materialidade delitiva. A autoria ficou evidenciada pelo fato de o autuado ter se apropriado do
telefone de outrem. A materialidade ficou comprovada em razão de o autuado não ter devolvido o aparelho ao dono ou a
autoridade no prazo máximo de quinze dias.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, havendo prova suficiente de autoria e de materialidade para o crime de apropriação de coisa achada,
esta autoridade policial responsabiliza penalmente o autuado XXXXXXXXXXXXXXXX pelo crime previsto no artigo
169, parágrafo único, inciso II do Código Penal, uma vez que se apropriou de um telefone celular Samsung J5, motivo
pelo qual encerro o presente Termo Circunstanciado de Ocorrência.

É o relatório.
b) Receptação culposa

Trata-se de procedimento instaurado para apurar infração, em tese, ao artigo 180, §3º do Código Penal, uma vez que
XXXXXXXXXXXXXXXX teria adquirido um telefone Samsung J2 Prime, cuja origem seria o roubo contra a vítima
XXXXXXXXXXXXXXXXXX, nesta Cidade.

DOS FATOS:

Instaurou-se Termo Circunstanciado de Ocorrência para apurar, em tese, o crime de receptação culposa previsto no
artigo 180, §3º do Código Penal Brasileiro.

A Autoridade Policial XXXXXXXXXXXXXXXXX declarou que, ao analisar o Boletim de Ocorrência nº 108-


8164/2017, em que a vítima XXXXXXXXXXXXXXXXX noticiou o roubo de seu aparelho celular Samsung J2,
expediu requisição às operadoras de telefonia celular para que estas encaminhassem a esta Delegacia de Polícia os
dados cadastrais de eventuais pessoas que teriam habilitado chip no aparelho roubado, tendo a operadoras OI informado
que o aparelho havia sido cadastrado por XXXXXXXXXXXXXX, informando, inclusive, o endereço e o número do
telefone da referida pessoa. Por tal motivo, notifiquei XXXXXXXXXXXXXXX para comparecer ao 8º Distrito
Policial, a qual, após notificada, compareceu e apresentou o seu telefone, o qual correspondia ao telefone roubado da
vítima. Ao ser questionada sobre a procedência do aparelho celular, declarou que comprou o celular na Feira da
Parangaba, de uma pessoa que alegou não conhecer, pelo valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais). Ao ser
questionada se sabia que o telefone era roubado, declarou que não. Diante dos fatos, foi informado a
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX que este seria autuada pelo crime de receptação culposa, uma vez que adquiriu coisa
que, pela desproporção entre o valor pago e o valor de mercado (R$ 500,00), bem como pela condição de condição de
quem a vendeu e pelo local onde comprou o telefone, já que o autuado alegou desconhecer o vendedor, deveria
presumir que o aparelho havia sido obtido por meio criminoso.

A autuada XXXXXXXXXXXXXXXXXX declarou que foi roubada e como trabalha em um salão e necessita de
telefone celular para falar com clientes, foi até a Feira da Parangaba para comprar um telefone celular. Declarou que viu
um vendedor, entre várias bancas, e gostou do aparelho Samsung J2 Prime, o qual estava sendo vendido por R$ 150,00
(cento e cinquenta reais), sendo que a declarante deveria assumir um defeito no teclado, bem como a película estava
quebrada, tendo a declarante adquirido o aparelho celular". Perguntado se sabia que o telefone era roubado, respondeu
que não e que se soubesse não teria comprado; perguntado se conhecia o vendedor, respondeu que não; perguntado se
lembra as características do vendedor, respondeu que era uma pessoa branca, alta e bem apresentada, motivo pelo qual
não desconfiou.

Eis a síntese do necessário. Passo a fundamentar o relatório do referido Termo Circunstanciado.

Pelas características da autuada, levando-se em consideração que é trabalhadora, que não responde a nenhum
procedimento judicial, que jamais foi processada, condenada ou investigada, tem-se que o caso se enquadra no crime de
receptação culposa, não sendo razoável presumir se tratar do crime de receptação dolosa, uma vez que o autuada
adquiriu objeto que deveria saber se tratar de crime, mas pela metade do preço de um aparelho novo, havendo, ainda
assim, desproporção entre o valor de mercado e o valor pago pelo autuada, motivo pelo qual se encontram presentes a
autoria e a materialidade delitiva do crime de receptação culposa. A autoria ficou evidenciada pelo fato de o autuado ter
comprado pessoalmente o telefone. A materialidade ficou comprovada em razão de o autuado ter adquirido produto que
deveria saber se tratar de objeto obtido através de meio criminoso.

Isso porque o crime previsto no artigo 180, §3º do Código Penal tem como verbo do tipo “Adquirir ou receber coisa
que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
presumir-se obtida por meio criminoso”, motivo pelo qual foi lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência em
desfavor do autuado.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, havendo prova suficiente de autoria e de materialidade para o crime de receptação culposa, esta
autoridade policial responsabiliza penalmente a autuada XXXXXXXXXXXXX pelo crime previsto no artigo 180, §3º,
uma vez que adquiriu um telefone celular Samsung J2 Prime pelo valor de R$ 150,00 de pessoa desconhecida, em uma
Feira na Parangaba, sendo que o aparelho havia sido roubado anteriormente, motivo pelo qual encerro o presente Termo
Circunstanciado de Ocorrência.

É o relatório.

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