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Unidade III
Após o contato com as noções sobre o tempo geológico e da Paleontologia, é possível uma investigação mais
proveitosa da história da vida na Terra. Até onde a ciência conhece, a vida é característica exclusiva da Terra e,
portanto, falar em “vida na Terra” seria redundante. No entanto, serve um pouco como provocação. Nesse livro-
texto, ficarão evidentes os caminhos seguidos pela vida em nosso planeta, ao longo de todo o tempo geológico.
Sabendo da imensidão do universo e que nele existem muitos outros Sóis e Terras, talvez seja um bom exercício
de raciocínio pensar que o que aconteceu aqui pode ter se repetido em muitos outros lugares.
A história da vida será dividida, inicialmente, em seus dois Éons, os quais, embora tenham muita
diferença de duração, correspondem a uma divisão importante para diferenciar as condições em que a
vida se manifestava em cada um deles. Essa história é bastante longa e cheia de personagens e pode ser
ilustrada de diversas maneiras nos livros e em outros materiais. Alguns representam como espirais, outros
como retas, com desenhos, imagens, pequenos textos, números, enfim, são muitas as possibilidades que
têm como objetivos principais resumir os pontos principais e permitir a fixação das informações mais
facilmente (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Permiano
Jurássico Triássico Carbonífero
Devoniano
Cretáceo
ico
ozo
Siluriano
Mez
o
ian
Evolução
vic
co das células
do
zoi
Or
eo com núcleo
Paleocênico Pal
riano
Camb
Eocênico
Ce
Ter
no
zo
c
Olgocênico
iár
ico
io
Mocênico
Fósseis
Era mais
Piocênico Quaternário antigos
Período Rochas conhecidas
Pleistocênico Época
mais antigas
Holocênico
116
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Figura 95 – Representação da evolução do universo desde o Big Bang, com destaque especial
para a evolução da Terra até um futuro bastante distante
7 ÉON PRÉ-CAMBRIANO
Éon Pré-cambriano é a divisão do tempo geológico corresponde a 85% de toda a história da Terra,
sendo considerado desde seu início, há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, até 540 milhões de anos
atrás, perfazendo um total de quase 4 bilhões de anos de história.
O início corresponde à época de formação e resfriamento superficial do planeta. Será que os seres
vivos já existiam nessa época? Quando a vida surgiu, afinal? A resposta para essa última pergunta não
existe. Nem ao certo sabemos se ela se originou em nosso planeta. Sobre os temas que cercam a vida
primitiva, é preciso ter muito cuidado com o que se lê, o que se escuta e o que se fala.
Conforme será tratado adiante, o fóssil mais antigo conhecido tem cerca de 3,5 bilhões de anos. Ele
pode ser considerado o momento da origem da vida? Provavelmente, não. Trata-se apenas do registro
mais antigo que o homem foi capaz de encontrar. Representa, entretanto, um limite. Nos mostra que,
em algum momento entre 4,5 e 3,5 bilhões de anos, a vida surgiu no planeta. Quando e como foi são
duas perguntas que dificilmente terão uma resposta definitiva. Mas existem teorias.
Atualmente existem duas correntes mais proeminentes que tentam explicar essa questão. Uma delas
trabalha com elementos terrestres e a outra, com extraterrestres. Ao final das explicações, será possível,
inclusive, considerar que elas não se excluem.
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Unidade III
A Teoria da Abiogênese conjectura que a vida teve origem na Terra, tendo surgido a partir de seus
próprios componentes inorgânicos. É comum a ideia de que a vida surgiu na água, e ela parece estar
certa (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011). Contudo, alguns aspectos
devem ser analisados, tais como:
• os primeiros organismos foram formas de vida simples que evoluíram ao longo do tempo de
maneira lenta e gradual, segundo o darwinismo;
• a composição da atmosfera era muito diferente do que é hoje em dia, afetando as características
da água;
• alguns processos, embora ainda ocorram, aconteciam com intensidade diferente, como chuvas e
queda de meteoros.
Como a origem da vida ocorreu não se sabe ao certo. São muitas variáveis a serem consideradas e
nenhum registro aparente do processo. Mas muitos estudos tentaram avançar nesse conhecimento. Um
dos mais famosos foi realizado no começo da década de 1950, que ficou conhecido como experimento
de Urey-Miller, dando origem à Teoria da Sopa ou caldo primordial (SALGADO-LABOURIAU, 2001;
FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Corrente
elétrica
CH4
Faísca
NH3
H2O Condensador
Água H2
em
ebulição
Figura 96 – Experimentos sobre a origem da vida. A) Thomas Miller, um dos autores dos experimentos.
B) Esquema representativo do experimento realizado
Os cientistas americanos Stanley Miller e Harold Urey desenvolveram um experimento cujo objetivo
principal era observar se substâncias hoje produzidas por seres vivos poderiam ser feitas a partir do que
se acreditava ser as condições da Terra no início de sua existência.
Para isso, usaram tubos de vidro estéreis contendo uma mistura de água, amônia, metano e hidrogênio,
que foi aquecida para que evaporasse. Enquanto o vapor de água e outros gases se moviam, pelos tubos,
eles eram estimulados por descargas elétricas que simulavam os raios, antes de serem resfriados e se
condensarem, voltando ao líquido inicial. Depois de uma semana, o material foi analisado e foram
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GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
encontrados aminoácidos, moléculas básicas para a formação das proteínas. É importante lembrar
sempre que esse experimento não resultou em seres vivos, mas em substâncias (isto é, aminoácidos)
que são a base da estrutura dos indivíduos atuais. Mais do que isso, mostrou que moléculas orgânicas
(aminoácidos) poderiam ser produzidas a partir de substâncias inorgânicas abundantes no início do
planeta. Esses resultados deram origem à proposta da sopa primordial. Ela representaria a condição
existente nos primórdios do planeta, na qual a água seria o local mais propício às reações químicas e
formação dos aminoácidos (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Contudo, deve-se considerar que há uma grande diferença entre um aminoácido e um ser vivo, por
mais simples que seja. Portanto, outros passos foram necessários para permitir a origem da vida. Alguns
deles estão representados a seguir.
Formação de aminoácidos
Formação de proteínas
Formação de coacervados
Obtenção de energia
Capacidade de reprodução
Aparecimento de autótrofos
Predomínio de autótrofos
Aparecimento de aeróbios
Todavia, a origem da vida permanece um grande mistério em parte porque, mais do que saber pouco
sobre os acontecimentos, a ciência já conhece uma crescente quantidade de mecanismos que podem ter
levado à replicação autossuficiente de ácidos nucleicos e sua inclusão dentro de membranas formando
células (GOLLIHAR; LEVY; ELLINGTON, 2014).
Pelo exposto, fica evidente que o planeta, em seu início, reunia condições para permitir o surgimento
da vida. No entanto, existem estudiosos que sugerem que a vida teria vindo de fora do nosso planeta
através de asteroides e cometas, sendo essa ideia conhecida como panspermia. Antes mesmo de saberem
um pouco mais sobre essa teoria, ela já se mostra interessante. Por trás dessa ideia, está subentendida a
condição de que existe vida em outros lugares do sistema solar ou do universo (SALGADO-LABOURIAU,
2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Os fósseis mais antigos já encontrados datam de aproximadamente 3,5 bilhões de anos. Muitos
foram achados no oeste da Austrália, no chamado Cráton de Pilbara, um dos poucos locais do mundo
com rochas adequadas de idades superiores a 3 bilhões de anos. Nas rochas com idades entre 3,5 e 3
bilhões de anos, foram descobertas evidências como microfósseis, icnofósseis, estromatólitos, biofilmes
(agregados de células e material extracelular) e biominerais (minerais produzidos por seres vivos)
(WACEY, 2012).
A) B)
Figura 98 – Exemplos de fósseis com aproximadamente 3,5 bilhões de anos. A) estromatólitos ondulados (seta);
B) possíveis microfósseis filamentosos
É importante considerar que, entre os achados mais antigos (isto é, 3,5 bilhões de anos) e a
suposta idade de origem do planeta (4,5 bilhões de anos), existe uma diferença de 1 bilhão de anos.
Em algum momento, nesse intervalo, a vida floresceu. Alguns fatores naturais podem ter contribuído
para que o momento exato do surgimento do primeiro ser vivo não seja conhecido.
De acordo com os registros, os primeiros fósseis seriam classificados como procariontes, hoje em
dia, representados pelas bactérias e cianobactérias. São seres microscópicos muito simples, formados
basicamente por membrana celular, parede celular, citoplasma e material genético. Sua composição
frágil não é favorável à fossilização, e a grande maioria deve ter sido perdida antes que alguns ficassem
fossilizados (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Além disso, deve-se conjecturar que tudo isso já faz muito tempo, e o ciclo das rochas e outros
processos naturais devem ter se encarregado de destruir as rochas sedimentares formadas naquela
época. Caso alguma rocha mais antiga seja encontrada e estudada, poderá revelar mais detalhes sobre
aquele período tão remoto.
rochas do planeta à procura desses fósseis e o tamanho dos organismos é, sem dúvidas, um fator
limitador ao nosso conhecimento.
A vida se manteve microscópica por mais uns 3 bilhões de anos. Contudo, ela não se manteve
estacionada. Fósseis de seres microscópicos são localizados em rochas relativas a todo o Pré-cambriano e
mostram os passos lentos da evolução naquela época. Nesse intervalo, surgiram os procariontes coloniais
e depois os eucariontes microscópicos, isolados ou coloniais, representados por algas e protistas. Em
qualquer uma dessas apresentações, os fósseis são difíceis de serem encontrados, mas existe um tipo
muito especial que indica a presença dos microrganismos, são os estromatólitos (SALGADO-LABOURIAU,
2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
São classificados como bioconstruções, ou seja, são resultado do metabolismo de seres vivos.
Todo estromatólito é uma estrutura tridimensional, macroscópica, que pode ser fotografada,
quebrada, cortada, triturada, raspada etc. Mesmo não sendo um ser vivo, denuncia sua presença
e facilita o seu estudo.
São formados a partir de comunidades microbianas chamadas de esteiras, vivem sobre o sedimento
do fundo da parte rasa de ecossistemas aquáticos doces e marinhos. Com base nas ocorrências atuais,
sabe-se que essas esteiras microbianas podem ser compostas por bactérias, algas e até fungos. Ao
que tudo indica, os estromatólitos do Pré-cambriano foram constituídos majoritariamente por
cianobactérias (ALVES et al., 2004).
Tanto a estrutura das esteiras quanto o próprio metabolismo dos organismos fazem com que
minerais sejam depositados em camadas abaixo da própria esteira, criando uma base que aumenta
de espessura ao longo do tempo. As condições do ambiente (por exemplo, salinidade, luminosidade,
oxigenação, movimentação da água) interferem diretamente no formato final do estromatólito,
121
Unidade III
muito embora sua estrutura interna de camadas esteja sempre presente (SALGADO-LABOURIAU,
2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011). Por serem formados por minerais sólidos e intimamente
ligados, resistem mais aos processos de fossilização do que seus microrganismos construtores.
De acordo com o registro fossilífero do Pré-cambriano, a vida evoluiu de modo a gerar seres cada
vez mais complexos e maiores. Alguns desses estágios evolutivos são bem visíveis através das biotas
correspondentes, que acabaram se tornando famosas no mundo inteiro devido ao seu significado
evolutivo. De uma maneira geral, são chamadas de biotas primitivas (SALGADO-LABOURIAU, 2001;
FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Sílex é um tipo de rocha sedimentar rica em sílica (SiO2) e muito dura. O nome Gunflint se refere à
designação técnica geológica de Formação Gunflint, ou seja, um conjunto de rochas com características
próprias e idade aproximada de 1,9 bilhões de anos, encontradas na região dos Grandes Lagos no Canadá
(WACEY, 2009). O estudo delas revelou uma microbiota muito diversificada, tendo sido identificados, a
princípio, mais de 20 gêneros. Seus representantes são microrganismos com morfologia diversificada e
intrincada. É considerada um dos primeiros exemplos de biota abundante, diversa e complexa na história
da vida. Incluem formas filamentosas semelhantes a cianobactérias (por exemplo, gêneros Gunflintia,
Entosphaeroides, Animikiea), outras são pequenas esferas (Eosphaera, Huroniospora) ou com forma de
estrela (Eoastrion) e guarda-chuvas (Kakabekia). Atualmente, muitas microbiotas similares à de Sílex
Gunflint são conhecidas ao redor do mundo, com idades entre 2,4 e 0,85 bilhões de anos (WACEY, 2009).
a b
122
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Ediacara compõe um grupo bastante especial de fósseis, encontrados nas montanhas de Ediacara
na Austrália e em muitos outros locais ao redor do mundo (Namíbia, Canadá), perfazendo cerca de
30 localidades em 5 continentes. Eles revelam que, entre 600 e 542 milhões de anos atrás, a vida
apresentava uma estrutura nunca vista. Esse momento correspondeu a, praticamente, o último suspiro
do Pré-cambriano, e foi marcado por profundas mudanças no planeta, tais como rompimento do
supercontinente Rodínia, glaciações e alterações nos oceanos e na atmosfera. Considera-se que a fauna
de Ediacara marca o final do Pré-cambriano (NARBONNE, 1998, 2005).
Foram todos animais de corpo mole, filtradores e aquáticos (provavelmente todos marinhos) de
águas rasas a profundas. Entre as características variáveis, merecem destaque o fato de existirem formas
sésseis ou vágeis, bentônicos ou nectônicos, comprimento variando de poucos centímetros até 1 m,
simetria bilateral, trigonal, tetragonal, pentagonal e radial, consistência gelatinosa ou mais resistente
(NARBONNE, 1998, 2005).
A) B)
Figura 101 – Representante da fauna de Ediacara encontrado na Namíbia. Fóssil (A) e representação artística
(B) da espécie Swartpuntia germsi
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Unidade III
Sumiram de maneira abrupta do registro fossilífero, por volta de 542 milhões de anos atrás,
provavelmente devido à extinção em massa ou novas relações ecológicas de competição e predação
com outros animais recém-evoluídos. Apesar da presença quase exclusiva de partes moles, o que
dificulta a preservação como fóssil, esses animais estão muito bem conservados em rochas do tipo
arenito (NARBONNE, 1998, 2005).
Crescimento
radial
A B C D E
1 cm
Estrutura em
Ovatoscutm Cyclomedusa Tribrachidium Albumares gomos (detalhe)
Crescimento
bipopular
F G H
I
Parvancorina
J K L M
Vendia Spriggina Pteridinium Charnia Rangea
Figura 102 – Animais da fauna de Ediacara de acordo com Adolf Seilacher (1989)
vulcânicas, movimentação dos continentes ou fatores externos ao planeta, como os ciclos solares
(CARVALHO, 2011).
Nesse contexto, a extinção da fauna de Ediacara foi um acontecimento tão importante para a
história da vida, que é utilizado para identificar o final do Éon Pré-cambriano. Pelo menos outras cinco
grandes extinções em massa ocorreram ao longo da história do planeta, cada uma delas será comentada
mais adiante (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Lembrete
De acordo com as etapas de formação dos fósseis, quanto mais frágil
o ser vivo mais difícil sua fossilização. Logo, os organismos da fauna de
Ediacara são ocorrências extraordinárias no mundo todo.
8 ÉON FANEROZOICO
Essa divisão do tempo geológico corresponde a apenas 15% de toda a história da Terra, tendo sido
iniciada há aproximadamente 541 milhões de anos e se estendendo até os dias atuais.
Embora corresponda a apenas uma pequena parcela do total, foi nesse Éon que ocorreram, se não
as mais importantes, as mais significativas mudanças evolutivas na vida. Seu início já é espetacular,
majestoso, grandioso. A chamada explosão cambriana abre as portas do Éon Fanerozoico e dá uma boa
mostra do que está por vir.
A extinção dos organismos de Ediacara é um evento utilizado para representar o final do Éon
Pré‑cambriano e, consequentemente, anuncia o início de um novo Éon. O primeiro momento do Fanerozoico
é chamado de Era Paleozoica, que se desenvolveu entre 541 e 252 milhões de anos, e pode ser dividida em
6 períodos geológicos (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Nesses quase 300 milhões de anos o planeta mudou muito. Os continentes estavam separados
e, foram lentamente se movendo e se aproximando. No Período Devoniano já havia um esboço do
supercontinente e no final do Carbonífero e início do Permiano, estava formada a Pangeia (SALGADO-
LABOURIAU, 2001; HAQ; SCHUTTER, 2008; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
1 - Permiano
225 milhões de anos
125
Unidade III
Devido à mudança na posição e tamanho dos continentes, além de outros fatores terrestres e
extraterrestres, o clima também mudou bastante. Desde seu início, o Paleozoico teve tendência
ao resfriamento até chegar ao final do Período Ordoviciano, que foi um dos mais frios da
história da Terra. No final do Período Carbonífero, o gelo cobria grande parte da Pangeia no
hemisfério sul. Após isso, o frio continuou durante alguns milhões de anos, mas aos poucos
a tendência ao aquecimento global tomou conta, no Período Permiano já existiam extensos
desertos quentes na Pangeia (SALGADO-LABOURIAU, 2001; HAQ; SCHUTTER, 2008; FAIRCHILD,
2009; CARVALHO, 2011).
Como consequência dessas alterações ambientais, muitas outras ocorreram, tais como variação do
nível do mar, composição da atmosfera, precipitação, entre outras (SALGADO-LABOURIAU, 2001; HAQ;
SCHUTTER, 2008; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Com relação à vida, o início da Era Paleozoica (e, por conseguinte, do Éon Fanerozoico) é
marcado pelo evento conhecido como Explosão Cambriana. A palavra “Cambriana” faz referência
ao primeiro período geológico dessa Era. O termo “Explosão”, ao contrário do que é normalmente
utilizado, não tem o sentido de destruição. É empregado nessa expressão com a finalidade de
multiplicação, diversificação (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Nesse momento que se sucede à extinção dos organismos da fauna de Ediacara, os seres vivos
sofreram rápida e enorme diversificação, resultando em formas totalmente novas e inéditas no cenário
biológico, além de manter a maioria das que já existiam (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009;
CARVALHO, 2011).
Uma das primeiras evidências de que isso aconteceu foi o aparecimento da fauna tomotiana
(ou pequena fauna conchífera), representada por um conjunto pouco diversificado, porém muito
claro, de restos animais compostos de partes rígidas. Esse é o registro mais antigo de esqueleto
mineralizado ou quitinoso da história da Terra. Podem ser observadas espículas, placas dérmicas,
conchas, peças articuladas, entre outras. Nenhuma das partes encontradas pode ser atribuída
definitivamente a algum grupo conhecido atualmente. Esse achado se reveste de extrema
importância evolutiva, uma vez que o surgimento de peças rígidas no corpo dos animais ampliou
muito as possibilidades de exploração dos ambientes e recursos ambientais. Tarefas, como
predação, defesa, proteção, escavação, movimentação etc., foram largamente favorecidas por
tais estruturas. No entanto, a fauna tomotiana não apresentava, ainda, diversidade biológica
(SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Considera-se que a explosão propriamente dita é marcada pelo aparecimento de uma gama enorme
de tipos diferentes de animais, conforme registrado nas faunas do Folhelho Burgess, de Chengjiang, e
outros exemplos ao redor do mundo.
126
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Saiba mais
A fauna do Folhelho Burgess foi a primeira a ser identificada. Os fósseis estão em rochas sedimentares
do tipo lamito (de sedimentos finos), com finas camadas sobrepostas, encontradas nas montanhas
rochosas canadenses. Nesse material, dois aspectos chamam a atenção: a enorme diversidade biológica
e a fossilização extremamente detalhada de partes moles e duras dos animais (SALGADO-LABOURIAU,
2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Figura 104 – Animais da fauna do folhelho Burgess de acordo com BRIGGS; ERWIN; COLLIER (1994). A) Vauxia, B) Choia,
C) Pirania, D) Nisusia, E) Burgessochaeta, F) Ottoia, G) Louisella, H) Olenoides, I) Sidneya, J) Leanchoilia, K) Marrella,
L) Canadaspis, M) Molaria, N) Burgessia, O) Yohoia, P) Waptia, Q) Aysheaia, R) Scenella, S) Echmatocrinus, T) Pikaia,
U) Haplophrentis, V) Opabinia, X) Wiwaxia, Y) Anomalocaris
127
Unidade III
No caso da fauna de Burgess, corresponde a, pelo menos, 19 diferentes planos corpóreos (tipos de
organismos), sendo que a maioria é diferente entre si e também em relação a algum grupo conhecido.
Algas verdes e vermelhas, além de cianobactérias, também foram identificadas (MORRIS, 1989). Com
o passar do tempo, novas propostas surgiram considerando, inclusive, a possibilidade de que a maioria
dos organismos de Burgess não pertenceria a grupos conhecidos e que tais formas seriam, ainda, mais
diversificadas anatomicamente do que todos os invertebrados marinhos atuais (SALGADO-LABOURIAU,
2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Os animais de Burgess provavelmente viveram na região com grande inclinação, associados a recifes
formados por algas e com bastante lama. Comparações com situações atuais semelhantes, em que
predominam águas moderadamente rasas, iluminadas e bem oxigenadas, mostram que essas faunas
podem ter alta diversidade.
Dentro desse contexto, três animais merecem destaque, pelo que representaram na sequência
da evolução biológica animal. Os trilobitas foram artrópodes marinhos que viveram apenas na Era
Paleozoica sendo, portanto, um ótimo fóssil-guia dessa era geológica (SALGADO-LABOURIAU, 2001;
FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
128
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Figura 106 – Reconstituição de Anomalocaris canadensis em vista dorsal, mostrando estruturas internas
Por fim, mas não menos importante, merece destaque um animal marinho e muito pequeno, mas
que parece ter um significado gigantesco. Pikaia gracilens tinha cerca de 5 cm de comprimento, forma
alongada, achatada lateralmente, cabeça destacada com dois tentáculos e prováveis brânquias externas,
além de musculatura segmentada (miótomos) (KARDONG, 2011; LACALLI, 2012).
do
not
Pikaia
dt
Figura 107 – Pikaia gracilens. Em destaque estão detalhes da musculatura segmentada (linhas verticais) e estruturas
internas (do – órgão dorsal, equivalente ao tubo nervoso; not – notocorda; dt – tubo digestório ventral)
Pikaia é muito semelhante aos atuais anfioxos (cefalocordados). Contudo, é difícil ter certeza sobre o
papel que esses seres tiveram na evolução inicial dos vertebrados. Por isso outras pistas dessas histórias são
obtidas de estudos e comparações com cordados atuais, especialmente, os tunicados e cefalocordados.
Pelo fato de possuírem uma estrutura corpórea mais simples, podem ter sido semelhantes aos ancestrais
diretos dos vertebrados.
Os seres fotossintetizantes tiveram enorme avanço evolutivo durante a Era Paleozoica, embora sua
origem tenha sido no Éon Pré-cambriano (IANNUZZI; VIEIRA, 2005).
reações químicas ocorressem nesses locais, movimentando os ciclos biogeoquímicos. No início, todo o
oxigênio produzido por cianobactérias e algas era consumido nessas reações. Posteriormente, passou
a sobrar oxigênio livre (O2) dos compostos que aos poucos foi aumentando seu teor no ar e na água,
permitindo que outros seres vivos se utilizassem dele. Com isso a atmosfera primitiva do planeta mudou
ao longo do tempo, deixando de ser redutora e passando a oxidante (IANNUZZI; VIEIRA, 2005).
Flores e frutos
300 200
Milhões de anos
Sementes
400
Paleozoico
Sistema
vascular
500
Plantas
600
Proterozoico
Protista
Na Era Paleozoica, o trabalho dos seres fotossintetizantes continuou e novos personagens surgiram
nesse seleto grupo. Provavelmente, a partir das algas verdes, originou-se uma linhagem que deu origem
ao grupo das plantas avasculares, através das briófitas. Posteriormente, surgiu o grupo das plantas
vasculares, inicialmente com as pteridófitas e depois com as gimnospermas. Sendo assim, ao final do
Paleozoico, a diversidade das plantas se distribuía entre esses grupos. Não havia, ainda, as plantas com
flores e frutos (IANNUZZI; VIEIRA, 2005).
130
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Após a explosão cambriana, os animais tiveram rápida evolução e ampla distribuição espacial.
Entre os invertebrados, merece destaque a conquista do ambiente terrestre iniciada pelos artrópodes.
Uma vez que os continentes estavam se enchendo de verde, houve condições para que os animais
encontrassem alimento nesses locais. Contudo essa transição não foi fácil, uma vez que os animais
precisavam ter condições anatômicas e fisiológicas que os permitissem suportar as circunstâncias
continentais e aéreas, abandonando o conforto dos ambientes aquáticos. Tais modificações, do
ponto de vista evolutivo, não foram rápidas e a conquista do ambiente terrestre se deu aos poucos,
inicialmente pelos miriápodes e aracnídeos e, posteriormente, pelo grupo animal mais abundante e
diversificado atualmente: os insetos. Como se tratava de ambientes inexplorados e cheios de nichos
ecológicos, os invertebrados tiveram êxito, apesar de todas as dificuldades, e velozmente estavam
espalhados pela água, terra e ar. Os insetos foram os primeiros animais a desenvolverem a capacidade
de voo, o que lhes garantiu muitas vantagens ecológicas ao longo dos milhões de anos (SALGADO-
LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Pelo grupo dos vertebrados, no Paleozoico, houve a origem dos peixes que deram início a essa
longa linhagem. Peixes cartilaginosos e ósseos tiraram vantagem de sua anatomia inovadora, com
músculos poderosos, pele recoberta por escamas protetoras e coluna vertebral flexíve, e rapidamente se
diversificaram e se espalharam pelos mais diferentes ambientes aquáticos. O sucesso foi tão grande que
o Período Devoniano ficou conhecido como a “idade dos peixes”, e os peixes continuam até hoje sendo
os vertebrados mais diversificados (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Figura 109 – Diversidade das classes de vertebrados. Notar que a largura dos ramos representa sua diversidade
131
Unidade III
Diversidade e abundância podem acabar acarretando em grande competição entre as formas de vida e,
provavelmente, teria sido esse o motivo que fez os peixes se aventurarem fora da água. A busca por melhores
recursos nos ambientes continentais deu origem a uma linhagem modificada, cuja anatomia e fisiologia
davam a capacidade a esses animais de respirarem o ar, sustentarem seus corpos e se locomoverem em terra
firme, enfim, viverem fora da água. Surgia aí a linhagem dos tetrápodes primitivos que deram origem aos
anfíbios e aos répteis (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
A) B)
Figura 110 – Tetrápodes primitivos. A) Fóssil de Seymouria sp., um tetrápode primitivo já com algumas
características de répteis. B) Reconstituição de um Acanthostega
O Período Carbonífero ficou conhecido como “idade dos anfíbios”, mas as mudanças climáticas
começaram a alterar esse cenário. Conforme o clima foi aquecendo, surgiram áreas desérticas quentes
que selecionavam vertebrados com novas adaptações. Pele seca, impermeável e grossa foram algumas
das novidades observadas em vertebrados do final do Período Carbonífero em diante, indicando que
os répteis estavam começando a despontar como formas dominantes nos continentes, especialmente
os grandes pelicossauros e terapsídeos. No Paleozoico, nenhum réptil se aventurou pelos ares, mas
alguns se adaptaram aos ambientes aquáticos tendo hábitos semiaquáticos, retomando a condição
original de seus ancestrais. Ao final do Período Permiano, não existiam aves, nem mamíferos (SALGADO-
LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
A) B)
C)
132
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Ao longo do Paleozoico, foram identificadas três extinções em massa. A primeira ocorreu no final
do Período Ordoviciano (há cerca de 443 milhões de anos), momento em que a vida era praticamente
toda aquática. Alterações na configuração dos continentes podem ter causado grandes transformações
climáticas, levando à intensa glaciação, mudança do nível do mar e extinção de aproximadamente 50%
das espécies de animais (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
A segunda aconteceu no final do Período Devoniano (por volta de 359 milhões de anos). Naquela
época, os continentes já estavam habitados por plantas, invertebrados e vertebrados. A extinção em
massa acabou com aproximadamente 40% das espécies de seres vivos, afetando principalmente as
marinhas (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
O final da Era Paleozoica é marcado pela extinção conhecida como do limite Permo-triássico (há cerca
de 252 milhões de anos) que foi a mais intensa já identificada até hoje, tendo exterminado possivelmente
95% de todos os seres vivos do planeta. Por tamanha influência, foi utilizada para demarcar o final da
Era Paleozoica (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
A grande extinção do final do Período Permiano deixou a diversidade biológica muito baixa. Contudo
os organismos que sobreviveram puderam se adaptar e explorar uma infinidade de oportunidades
ecológicas raramente encontradas. Tem início a Era Mesozoica, que se desenvolveue entre 252 e 66
milhões de anos e pode ser dividida em três períodos geológicos.
Nesses quase 200 milhões de anos, o planeta mudou muito. Os continentes estavam unidos
formando a Pangeia e começaram a se separar, inicialmente criando dois grandes blocos
continentais chamados Gondwana (ao sul) e Laurásia (ao norte). Mais tarde, eles também viriam
a se fragmentar e formar os continentes que conhecemos hoje (SALGADO-LABOURIAU, 2001;
FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
133
Unidade III
2 - Triássico
200 milhões de anos
3 - Jurássico
135 milhões de anos
4 - Cretáceo
65 milhões de anos
Devido à mudança na posição e tamanho dos continentes, além de outros fatores terrestres e
extraterrestres, o clima acentuou a tendência de aquecimento já registrada no final da Era anterior.
Como consequência dessas alterações climáticas, muitas transformações ambientais ocorreram, tais
como: variação do nível do mar, composição da atmosfera, precipitação, entre tantas outras, afetando de
maneiras diferentes os seres vivos. Toda a Era Mesozoica é considerada a “idade dos répteis”, especialmente
pela supremacia atingida por um grupo bastante particular: os dinossauros. Foi durante o Mesozoico que
surgiram os grupos de plantas e vertebrados que faltavam para completar a diversidade biológica que
conhecemos hoje em dia (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
134
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Os invertebrados já haviam alcançado pleno sucesso na água, na terra e no ar. Nem mesmo as
severas extinções foram capazes de eliminar muitas classes ou ordens, exceção feita aos trilobitas que
foram extintos ao final da Era Paleozoica. No Mesozoico, merece destaque um grupo muito especial
de moluscos cefalópodes conhecidos genericamente como nautiloides. Ao contrário dos cefalópodes
atuais que, em sua maioria, não possuem conchas externas, os nautiloides são famosos por suas conchas
enroladas e com estrutura interna particular, que lhes garantia proteção e flutuabilidade (SALGADO-
LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
135
Unidade III
Por sua vez, no grupo dos vertebrados houve mudanças significativas. Nos oceanos e corpos d’água,
os peixes continuavam sua diversificação e aparente soberania. Nos continentes, entretanto, chegou a
hora dos répteis dominarem. Embora eles já existissem na Era Paleozoica, ainda não tinham alcançado
sua plenitude. Ajudados pelas condições climáticas progressivamente mais quentes e, em muitos casos,
secas, os répteis dominaram a terra, a água e o ar durante o Mesozoico (SALGADO-LABOURIAU, 2001;
FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
tubarão
ictiossauro
golfinho
136
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Fósseis raros, muito bem preservados e que demonstram provável hábito vivíparo dos ictiossauros,
uma vez que esqueletos de fetos são encontrados ainda no interior do corpo do adulto (POUGH;
JANIS; HEISER, 2009). Na maioria, as cabeças eram grandes, com maxilas longas e finas e dentes muito
agudos. Tinham olhos grandes sustentados por anéis ósseos. No Período Jurássico, atingiram sua maior
diversidade e, logo depois, no Período Cretáceo, já estavam representados por apenas um gênero, vindo
a se extinguir antes do final da Era Mesozoica (POUGH; JANIS; HEISER, 2009).
O ar também foi dominado pelos répteis que desenvolveram o voo através dos pterossauros. Este foi
o segundo grupo a ficar adaptado ao voo na história da vida na Terra.
137
Unidade III
A)
B)
Figura 119 – Pterossauros. A) reconstituição do animal e seu modo de vida. B) esqueleto fossilizado
Os pterossauros não podem ser considerados dinossauros voadores. Todos estão extintos e tiveram
seu auge do final do Período Triássico ao Cretáceo (POUGH; JANIS; HEISER, 2009). Havia espécies
com pequeno porte, do tamanho de uma ave pequena, como observado no gênero Pterodactylus, até
gigantes alados como no gênero Quetzalcoatlus, com cerca de 13 metros da ponta de uma asa a outra.
O par de asas correspondente aos membros anteriores, com o quarto dedo longo sustentando a fina pele
que dá forma à asa e se fixa às laterais do corpo. Embora a capacidade de voar seja evidente, a eficiência
do voo é motivo de grande debate científico. Muitos acreditam que tenham sido voadores ineficientes
(POUGH; JANIS; HEISER, 2009).
Observação
138
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Todavia, em matéria de répteis, o auge veio com os dinossauros, grupo de sinapsida composto
pelas ordens Ornithischia e os Saurischia (POUGH; JANIS; HEISER, 2009). No início da Era Mesozoica,
quando os continentes ainda estavam ligados, os dinossauros eram muito similares em todo o mundo.
No Cretáceo, conforme os continentes moveram-se e se separam, as diferenças regionais nas faunas de
dinossauro tornaram-se maiores, tornando o grupo mais diversificado (POUGH; JANIS; HEISER, 2009;
HICKMAN JR. et al., 2013).
As duas ordens apresentavam diferenças importantes com relação à estrutura da pelve, sendo que
os Ornithischia tinham a posição dos ossos da pelve semelhante à das aves, enquanto os Saurischia
possuíam os ossos semelhantes aos lagartos (POUGH; JANIS; HEISER, 2009; HICKMAN JR. et al., 2013).
Grosso modo, os dinossauros Ornithischia foram herbívoros e se diversificaram bastante, bem mais
do que os Saurischia. A maioria tinha maxilas e bicos córneos em vez de dentes na parte da frente da
boca. Os maiores Ornithischia, no entanto, eram quadrúpedes (POUGH; JANIS; HEISER, 2009).
Observação
139
Unidade III
animais muito conhecidos do grande público como Brachiosaurus, Apatosaurus e Diplodocus (POUGH;
JANIS; HEISER, 2009; HICKMAN JR. et al., 2013). Dominaram a superfície do planeta no final do Período
Jurássico e início do Período Cretáceo.
Os terópodas eram predadores por natureza, podendo ser de grande porte (por exemplo, Ceratosauria,
Allosauria e Tyrannosauria), predadores velozes que caçavam presas pequenas (Ornithomimidae)
ou predadores velozes que atacavam presas maiores que o seu próprio corpo (Dromeosauria). Seus
representantes aumentaram muito de tamanho ao longo da Era Mesozoica, chegando a ter um tamanho
equivalente ao de suas presas (Ornithischia). Todos foram carnívoros e a predação foi o hábito alimentar
mais difundido no grupo, embora carniceiros estivessem presentes (POUGH; JANIS; HEISER, 2009).
140
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Observação
À sombra dos grandes répteis, surgiram os dois grupos de vertebrados que faltavam. Um deles, as
aves, representam pela terceira vez na história da vida na Terra a manifestação do voo. Uma peça-chave
quando se trata da origem e evolução dessa espécie chama-se Archaeopteryx lithographica. Corresponde
a um fóssil de cerca de 147 milhões de anos, que retrata, de maneira extremamente bem preservada,
detalhes anatômicos inéditos do que teria sido uma das primeiras (se não a primeira) ave a surgir. Foi
encontrado na Alemanha em 1861, em rochas que correspondem ao sedimento acumulado no fundo
de um lago da Era Mesozoica. Em vida, o animal deve ter tido o tamanho de um pombo. Pequeno no
tamanho, mas grande no significado. Estudos têm demonstrado, cada vez mais, que as aves surgiram a
partir de um grupo de dinossauros Saurischia terópodes (POUGH; JANIS; HEISER, 2009; HICKMAN JR. et
al., 2013). Embora tivessem atingido alguma diversidade durante o Mesozoico, a sua evolução era muito
limitada pelos dinossauros que competiam por comida, espaço e ainda eram seus predadores.
Figura 123 – Exemplar fossilizado de Archaeopteryx lithographica, uma das aves mais antigas conhecidas
Os primeiros mamíferos surgiram por volta do final do Período Triássico, mas só tiveram
sucesso evolutivo e puderam se diversificar na Era Cenozoica. Isso ocorreu, provavelmente, porque
seus principais predadores, representados pelos dinossauros e outros répteis carnívoros, foram
extintos (HICKMAN JR. et al., 2013). Boa parte das informações sobre os primeiros mamíferos vem
dos estudos de seus dentes fossilizados, haja vista que a maioria de seus ossos era muito frágil
e acabava se perdendo antes de fossilizarem (POUGH; JANIS; HEISER, 2009). A bem da verdade,
enquanto os dinossauros dominaram a superfície dos continentes, todos os grupos de sinápsidos,
com exceção dos mamíferos, extinguiram-se. Talvez o tamanho pequeno, hábito fossorial, noturno
e dieta a base de insetos tenham sido estratégias que contribuíram para esse sucesso. Ainda no
141
Unidade III
Período Cretáceo (Era Mesozoica), quando os dinossauros já experimentavam certo declínio, mas
principalmente durante o Período Eoceno (Era Cenozoica), os mamíferos começaram uma rápida
diversificação, passando a ocupar os vários habitats que ficaram desocupados com a extinção
(SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Há cerca de 66 milhões de anos, novamente, uma grande extinção acabou com mais de 70%
de todos os seres vivos no planeta. Essa teria sido a segunda maior extinção já registrada, sendo
conhecida como Extinção K-T (ou Cretáceo-Terciária). Embora tenha afetado indiscriminadamente
formas aquáticas e terrestres, os répteis foram os grandes perdedores. No Período Cretáceo (entre
145 e 66 milhões de anos atrás), os ictiossauros, plesiossauros e pterossauros foram extintos. Na
extinção K-T, foi a vez dos dinossauros. Tal fato teria sido causada por grandes alterações nas
condições ambientais, possivelmente, associadas à queda de um meteoro (SALGADO-LABOURIAU,
2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Figura 124 – Representação do impacto de meteoro contra a Terra que, supostamente, teria
causado as mudanças ambientais responsáveis pela extinção K-T
Observação
142
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
A grande extinção do final do Período Cretáceo trouxe enorme impacto sobre os vertebrados
terrestres ao exterminar seus principais atores. Contudo, os organismos que sobreviveram puderam
se adaptar-se e explorar uma infinidade de oportunidades ecológicas raramente encontradas. Tem
início a Era Cenozoica, que começou há 66 milhões de anos e se desenvolve até hoje. Pode ser
dividida em três períodos geológicos. Nesse intervalo, os continentes continuaram se movendo e
se afastando lentamente, até assumirem a posição atual (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD,
2009; CARVALHO, 2011).
5 - Quaternário
Presente
Legenda
Fraturas
Como todos os grupos vegetais já estavam presentes na Era Mesozoica, o principal ponto de destaque
da Era Cenozoica fica por conta das angiospermas que, devido à morfologia mais diversificada, levaram
vantagem em relação aos demais grupos vegetais na ocupação de nichos ecológicos e passaram a ser os
representantes essenciais em número de espécies e de indivíduos (IANNUZZI; VIEIRA, 2005).
A evolução deles na Era Cenozoica é marcada por dois pontos principais. O primeiro, a diversificação
das aves que conseguiram se adaptar a situações diversas no planeta e ocupar alguns dos nichos
ecológicos que foram dos répteis mesozoicos. O segundo diz respeito aos mamíferos. Esse grupo, mais do
que as aves, foi grande beneficiado pela extinção dos dinossauros e outros répteis mesozoicos. Embora
os mamíferos já tivessem atingido alguma diversidade durante o Mesozoico, sua ecologia e distribuição
143
Unidade III
era muito reprimida pela supremacia dos répteis. Após a extinção, os mamíferos puderam explorar os
ambientes e usar os recursos disponíveis e abundantes. Passaram a ser o grupo de vertebrados terrestre
mais abundante e diversificado, tendo ocupado a terra, a água e, pela quarta vez na história da vida na
Terra, o ar (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Dentro de toda essa variação apresentada pelos mamíferos, dois eventos merecem destaque. Há
60 milhões de anos o continente sul-americano era uma grande ilha onde os pequenos mamíferos
começavam a se diversificar e a se espalhar. As espécies existentes teriam surgido no próprio continente
ou na América do Norte antes da separação. Entre 35 e 1,8 milhões de anos, ocorreu uma série de
eventos tectônicos que culminou com a formação do Istmo do Panamá, ligando a América do Sul com
as Américas Central e do Norte. Isso permitiu que espécie do norte migrassem para o sul e vice-versa,
realizando o que os paleontólogos chamam de “grande intercâmbio faunístico interamericano”. Um
dos resultados foi o surgimento de uma fauna de gigantes, acompanhando uma tendência mundial
(SAMONDS, 2014).
Há 50 mil, anos havia uma fauna de mamíferos gigantes espalhada por todo o planeta e conhecida
genericamente como megafauna. Correspondiam a mais de 150 gêneros com mais de 44 kg, sendo que
alguns podiam exceder os 1.000 kg (BARNOSKY et al., 2004). Na América do Sul, uma fauna semelhante
também estava presente. Alguns deles foram tão típicos dessa época que, hoje em dia, não apresentam
correspondentes. Foram cerca de 25 tipos diferentes que abrangiam ursos, tigres-dentes-de-sabre,
capivaras gigantes, lhamas, gliptodontes (parentes gigantes dos tatus), camelos rinocerontes e preguiças
terrestres gigantes (SAMONDS, 2014).
144
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Observação
Contudo, essa fantástica fauna de gigantes foi totalmente extinta durante o quaternário, sendo que
todos os mamíferos sul-americanos com mais de 100 kg foram extintos. Em termos globais, pelo menos
97 dos 150 gêneros também já tinham sido. As causas ainda são motivo de grande debate (BARNOSKY
et al., 2004; SAMONDS, 2014).
Outro acontecimento importante envolvendo os mamíferos foi a evolução humana. Esse foi um
conjunto de mudanças através das quais seres humanos se originaram a partir de seus ancestrais
primatas, em um período de, aproximadamente, 6 milhões de anos.
Saiba mais
Um interessante livro aborda a descoberta do fóssil batizado de Ida,
um primata extinto, com cerca de 47 milhões de anos, encontrado na
Alemanha, sendo o fóssil de primata mais completo já encontrado.
TUDGE, C. O elo: a incrível descoberta do ancestral mais antigo do ser
humano. Rio de janeiro: Agir, 2010.
Nesse contexto, os pontos que definiram a evolução foram bipedalismo, ou seja, aquisição de
uma postura bípede, exploração do habitat terrestre, abandonando o hábito arborícola, aumento da
complexidade e tamanho do cérebro, manipulação e fabricação de ferramentas, e obtenção de proteína
animal. Os fósseis indicam que o bipedalismo e exploração do habitat terrestre devem ter surgido há
cerca de 4 bilhões de anos, enquanto as demais características teriam se originado mais recentemente.
Observação
De acordo com a classificação biológica, seres humanos são primatas da espécie Homo sapiens. Essa
posição é sustentada por muitas características físicas e genéticas compartilhadas com outros primatas,
especialmente os grandes macacos africanos (por exemplo, chimpanzé, bonobos, gorilas). Pesquisadores
consideram que seres humanos e esses grandes macacos tiveram um ancestral em comum há cerca de
145
Unidade III
8 – 6 milhões de anos, na África, onde ocorreu boa parte da evolução humana (entre 6 e 2 milhões de
anos) (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Saiba mais
Entre os primeiros ancestrais até o Homo sapiens moderno, estima-se que tenha havido de 15 a 20
espécies, sendo que a maioria não deixou descendentes. Os ancestrais que primeiros apresentaram o
bipedalismo foram membros do grupo dos Australopithecines, ao qual pertence a mundialmente famosa
Australopithecus afarensis, cujo fóssil mais famoso é chamado de Lucy, e tem cerca de 3,2 milhões de
anos. A espécie Australopithecus anamensis é um pouco mais antiga, com cerca de 4 milhões de anos. Até
pouco tempo, o fóssil mais antigo atribuído ao gênero Homo tinha cerca de 2,8 milhões de anos, sendo
de uma espécie ainda não identificada. Outras importantes pertencentes a esse gênero são H. habilis,
H. erectus, H. rudolfensis e H. neanderthalensis, esse último conhecido como homem de neanderthal.
Homo naledi é uma das mais novas descobertas de hominídeos primitivos, tendo cerca de 1 milhão de
anos. Homo sapiens teria surgido há cerca de 250 mil anos e conviveu com H. neanderthalensis e H.
heidelbergensis, sendo a única espécie vivente hoje em dia (SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD,
2009; CARVALHO, 2011).
Entre 2 e 1,8 milhões de anos atrás, nossos ancestrais deixaram a África e se espalharam pela Ásia.
Logo após, entre 1,5 e 1 milhão de anos, deve ter chegado à Europa. Há muita controvérsia quanto à
chegada à América, uma vez que esse continente está separado dos demais. Foram propostas diferentes
rotas que poderiam ter sido seguidas pelos primeiros americanos, assim como diferentes evidências
fornecem idades diferentes para a chegada à América. A priori, a idade admitida é de 30 mil anos
(SALGADO-LABOURIAU, 2001; FAIRCHILD, 2009; CARVALHO, 2011).
Saiba mais
146
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
Resumo
A Paleontologia atua no sentido de reconstituir a história da vida.
Através dela, podemos conhecer como foram seres extintos e ambientes
antigos. Podemos analisar a evolução biológica e compreender as mudanças
pelas quais o planeta passou.
Eis que a vida se torna visível, macroscópica, mas ainda aquática. Organismos de
corpo mole da fauna de Ediacara dão uma nova estrutura para a vida, passando
a ser visível nos oceanos antigos, há cerca de 540 milhões de anos. Acontecia a
explosão Cambriana. A essas criaturas, sucederam‑se novas formas, protegidas
por esqueletos. Muitas delas possuem descendentes atuais. Outras foram
experimentos únicos da natureza. Além das cianobactérias, as algas também
passam a fazer fotossíntese e liberar oxigênio para a água e atmosfera.
Exercícios
Questão 1. (Enade 2014, adaptada) Após a descoberta de um fóssil, o primeiro desafio de um paleontólogo
consiste em sua retirada do campo e preparação em laboratório. Essas duas etapas iniciais são muitas
vezes extremamente delicadas e especializadas, tomando um longo tempo do pesquisador. São inúmeros
os procedimentos que podem ser realizados para encontrar e para retirar um fóssil de uma rocha ou de
algum sedimento.
Disponível em: NOBRE, P. H.; CARVALHO, 1. S. Fósseis: coleta e métodos de estudo. Paleontologia, vol. 1.
Rio de Janeiro, 2010, p. 397-411 (adaptado).
147
Unidade III
lI – Interpretações paleoambientais posteriores à expedição são obtidas por meio da análise do fóssil,
ainda que, em campo, não se tenham coletado informações geológicas.
IV – É necessário que se descreva a localização das áreas visitadas, incluindo, se houver, os nomes
das fazendas, das rodovias e das estradas vicinais, a quilometragem e os pontos de referência, além do
uso do GPS.
A) I e II.
B) lI e IV.
C) III e IV.
D) I, II e IlI.
I – Afirmativa incorreta.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a afirmativa traz informação improcedente, posto que as informações geológicas são
fundamentais à contextualização e datação.
Justificativa: a sentença aponta a importância dos registros de campo (desenhos e fotos) para a
classificação das peças, a mais aproximada possível.
148
GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: tanto quanto o registro das circunstâncias é fundamental, o mapeamento das áreas de
origem das peças, com vistas à sua caracterização e classificação espaçotemporal.
Questão 2. (Enade 2014, adaptada) A altura dos picos é possivelmente o aspecto morfológico mais
proeminente em uma cadeia de montanha. A tectônica e os processos erosivos geralmente influenciam
a elevação dos picos das montanhas em diferentes escalas. Os processos tectônicos governam a média
da espessura da crosta, a variabilidade espacial no soerguimento da rocha e a rigidez da flexura da
crosta, que, por seu turno, controla a elevação da cadeia de montanha.
Disponível em: FARIA, A. P. Classificação de montanhas pela altura. Revista Brasileira de Geomorfologia.
São Paulo, n. 2, 2005, p. 21-28.
A) Limite conservativo.
B) Processo de divergência.
C) Processo de convergência.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: no limite transformante ou conservativo não há formação nem destruição das placas
envolvidas, ocorre movimentação horizontal ou lateral.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: no limite divergente ocorre outro processo, a formação da placa com consolidação de
magma em rocha, promovendo separação do continente em duas partes. Corresponde às dorsais meso-
oceânicas espalhadas por todo o planeta, como a que está no meio do oceano Atlântico.
149
Unidade III
C) Alternativa correta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: as fossas oceânicas são produzidas pelo processo de convergência; são resultantes.
150
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
151
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Figura 15
Figura 16
Figura 17
Figura 18
Figura 20
Figura 21
Figura 21
Figura 22
Figura 22
Figura 23
Figura 24
Figura 25
Figura 27
Figura 28
Figura 29
Figura 30
Figura 31
Figura 32
Figura 33
Figura 33
Figura 34
Figura 34
Figura 34
Figura 34
Figura 35
Figura 35
Figura 36
Figura 37
155
Figura 38
Figura 39
Figura 40
Figura 40
Figura 41
Figura 42
Figura 43
Figura 44
Figura 44
Figura 47
Figura 47
Figura 49
Figura 49
Figura 49
Figura 50
Figura 50
Figura 51
157
Figura 53
Figura 53
Figura 53
Figura 55
Figura 56
Figura 56
Figura 57
Figura 58
Figura 60
Figura 62
Figura 63
Figura 64
Figura 65
Figura 65
Figura 66
Figura 68
Figura 68
159
Figura 69
Figura 69
Figura 70
Figura 70
Figura 71
Figura 71
Figura 71
Figura 71
Figura 72
Figura 72
Figura 72
Figura 73
Figura 73
Figura 74
Figura 74
Figura 75
Figura 75
Figura 75
Figura 76
Figura 77
Figura 78
Figura 79
Figura 82
Figura 83
Figura 84
Figura 86
Figura 87
Figura 88
Figura 88
Figura 89
Figura 90
Figura 90
Figura 90
Figura 91
Figura 91
Figura 92
Figura 93
Figura 93
Figura 93
Figura 93
Figura 94
164
Figura 95
Figura 96
Figura 96
Figura 97
Figura 98
A) WACEY, D. Earliest evidence for life on Earth: an Australian perspective. Australian Journal of Earth
Sciences, Australia, v. 59, n. 2, p. 160, 2012.
Figura 98
B) WACEY, D. Earliest evidence for life on Earth: an Australian perspective. Australian Journal of Earth
Sciences, Crawley, v. 59, n. 2, p. 160, 2012.
Figura 99
Figura 100
KNOLL, A. H.; et al. Geological evidence for early evolution. Treb. Soc. Cat. Biol, v. 39, p. 124, 1986.
Figura 101
A) NARBONNE, G. M. The Ediacara biota: a terminal Neoproterozoic experiment in the evolution of life.
USA: Geological Society of America, 1998, p. 1.
165
Figura 101
B) NARBONNE, G. M. The Ediacara biota: a terminal Neoproterozoic experiment in the evolution of life.
USA: Geological Society of America, 1998, p. 1.
Figura 102
SEILACHER, A. Vendozoa: organismic construction in the Proterozoic biosphere. Oslo: Lethaia, v. 22, p.
229-39, 1989. In: CARVALHO, I. S. Paleontologia. Rio de Janeiro: Editora Interciência, v. 1, p. 229.
Figura 103
Figura 104
BRIGGS, D. E. G.; ERWIN, D. H.; COLLIER, F. J. 1994. The fossils of the Burgess Shale. Washington:
Smithsonian Institution Press, p. 228, 1994. In: CARVALHO, I. S. Paleontologia. Rio de Janeiro: Editora
Interciência, v. 1, p. 232.
Figura 105
Figura 106
DALEY, A. C.; EDGECOMBE, G. D. Morphology of Anomalocaris canadensis from the Burgess Shale.
Journal of Paleontology, v. 88, n. 1, p. 88, 2014.
Figura 107
LACALLI, T. The middle Cambrian fossil Pikaia and the evolution of chordate swimming. EvoDevo, v. 3,
n. 1, 2012, p. 1-6.
Figura 108
Figura 109
Figura 110
Figura 111
POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. São Paulo: Atheneu, 2009, p. 491. Adaptado.
Figura 112
Figura 113
Figura 114
Figura 115
Figura 116
Figura 117
167
Figura 118
Figura 119
Figura 119
Figura 120
Figura 121
Figura 122
Figura 123
Figura 124
Figura 125
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
CONSTRUINDO o planeta Terra. Dir. Yavar Abbas. Reino Unido: Handel Productions e Pioneer
Productions, 2011. 96 minutos.
COSMOS. Dir. Adrian Malone. EUA: KCET e Carl Sagan Productions, 1980. 60 minutos (13 episódios).
___. Dir. Brannon Braga; Bill Pope; Ann Druyan. EUA: Cosmos Studios e Fuzzy Door Productions, 2014.
44 minutos (13 episódios).
HUBBLE – A última missão. Dir. Dana Berry. EUA: National Geographic, 2008. 47 minutos.
TERRA: o poder do planeta. Episódio Atmosfera. Dir. Annabel Gillings. Reino Unido: BBC, 2007. 60
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Textuais
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Exercícios
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