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10 TIPOS DE RISCO

O objetivo da empresa, é o lucro, sempre! A empresa não quer mortes,


doenças, lesões, danos a propriedade, multas ou qualquer outro resultado que possa
correr o risco de consumir seu lucro, imagem ou quem sabe até seu patrimônio,
instantaneamente ou no futuro, como passivos trabalhistas, por exemplo.

Figura 9 -Exemplo de um Processo de Fabricação

Fonte: O Autor(2020)

Pense da seguinte forma, qualquer tipo de eventualidade, eleva custo ou


resulta em prejuízos, por isso a importância dos membros da CIPA saberem classificar
os riscos existentes no local de trabalho, logo, estar sugerindo melhorias em seus
processos de trabalho. Afinal, menos acidentes, significa trabalhadores mais
eficientes, menos dias perdidos, mais segurança para os trabalhadores, produto final
com custo reduzido ou justo. Em consequência disto, melhora a qualidade e o clima
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organizacional, deixando a empresa mais competitiva frente a concorrência


melhorando o seu resultado.
Para a empresa gerar lucro são comuns vários elementos, e produtos (Matéria
Prima/Insumo), pessoas e máquinas, como sugere na Figura 9. Que exemplifica um
processo simples, de uma padaria, que necessita produzir pães. Para transformar
esse conjunto de elementos em um produto acabado é necessário que sejam feitas
algumas ações, ou melhor, algum trabalho, ou processo, que as vezes não geram
algo desejável, para o trabalhador e empregador.Por exemplo, em uma padaria, para
fazer o pão é necessário ter um forno, que por sua vez acaba aumentando a
temperatura do ambiente do trabalho.
Outro item indesejado na padaria ,o gás de cozinha, ele por si só traz o perigo
para o ambiente de trabalho. Sendo assim, os trabalhadores podem tomar medidas
de prevenção, como fechar o gás no término do trabalho, instalação de extintores na
redondeza, treinamento de equipe de emergênca e instalação do botijão de gás na
parte externa da edificação, por isso existem tantas leis, elas servem para proteger a
população de doenças e de acidentes.
Note que em muitas indústrias, é comum a necessidade de se fazer cortes em
materiais, gerando poeira que é indesejável, e conforme o excesso de exposição,
pode gerar uma doença ocupacional, note o Quadro 1, que dá uma ideia de doenças
ocupacionais relacionadas a exposição de diversos materiais.
Doenças Ocupacionais, são adquiridas ou desencadeadas pelo exercício da
atividade ou em função de condições especiais de trabalho. 20
Da mesma forma que a padaria, a marcenaria também gera agentes nocivos
a saúde dos trabalhadores(Figura 10), com o objetivo de alcançar o produto acabado
como por exemplo: o ruído, calor, fumaça, contaminantes químicos, gases, tensão
psicológica, fadiga, envelhecimento precoce ou patologias. Por isso é necessário criar
meios de controle, total ou parcial, afim de evitar, ou minimizar eventuais condições.

20
BRASIL. Escola Nacional de Inspeção do Trabalho. Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/arquivo-de-noticias-2/174-como-prevenir-as-doencas-
ocupacionais. Acesso em: 14/05/2020.
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Quadro 1 Doenças x Poeiras21


PROCESSO ANATOMO-
PNEUMOCONIOSE AGENTE(S) ETIOLÓGICO(S)
PATOLÓGICO
Silicose Sílica livre Fibrose nodular
Todas as fibras de asbesto
Asbestose Fibrose difusa
ou amianto
Pneumoconiose do Deposição macular sem fibrose ou
Poeiras contendo car- vão
trabalhador do car- vão com diferen- ciados graus de
mineral e vegetal
(PTC) fibrose
Silicatose Silicatos variados Fibrose difusa ou mista
Talcose Talco mineral (sili- cato) Fibrose nodular e/ou di- fusa
Poeiras variadas con- tendo
Pneumoconiose por poeira Fibrose nodular estrela- da e/ou
menos que 7,5% de sílica
mista fibrose difusa
livre

Deposição macular de óxido de


ferro associado ou não com
fibrose no- dular e/ou difusa
Siderose Óxidos de ferro
Estanose Óxido de estanho Deposição macular sem fibrose
Baritose Sulfato de bário (ba- rita) Deposição macular sem fibrose
Óxidos de antimô- nio ou Sb
Antimoniose Deposição macular sem fibrose
metálico
Pneumoconiose por rocha
Poeira de rocha fos- fática Deposição macular sem fibrose
fosfática
Carbeto de silício (SiC)
Pneumoconiose por
Fibrose nodular e/ou difusa
abrasivos
Óxido de Alumínio (Al2O3)

Granulomatose tipo sar- cóide.


Fibrose durante evolução crônica
Beriliose Berílio
Poeiras de metais duros Pneumonia intersticial de células
Pneumopatia por metais
(ligas de W, Ti, Ta contendo gigantes. Fi- brose durante
duros
Co) evolução

Pneumonia intersticial por


Poeiras orgânicas contendo hipersensibilidade (infiltração
Pneumonites por fungos, proteínas de penas, linfocitária, eosinofílica e neutrofíli-
hipersensibilidade pelos e fezes de ani- mais ca na fase aguda e fibrose difusa
(alveolite alérgica na fase crônica)
extrínseca)

Observação : Pneumoconioses são doenças que ocorrem nos pulmões. Cada tipo de
poeira gera um tipo de doença diferente.

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Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáti-
cas Estratégicas.Pneumoconioses / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília : Editora do Ministério da Saúde,
2006.
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Para facilitar à observação dos membros da CIPA nas identificações dos agentes
agressivos a saúde dos trabalhadores, é necessário estar familiarizados com os 5
Tipos de Riscos existentes, sua origem, possíveis danos e principalmente saber o
que fazer para prevenir tais circuntâncias. A prevenção pode ser realizada de varias
maneiras, como: eliminar o risco, neutralizar/reduzir, ou informar/treinar. Esse será o
foco dos capítulos 10 ao 14.

Figura 10 - Mapa Mental Tipos de Processos

Fonte: O Autor(2020)
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Figura 11 - Tipo de Risco

Fonte: O Autor(2020)

Note na Figura 11, para cada Tipo de Risco há uma cor, essas cores
(importante memoriza-las) serão utilizadas no futuro, para simbolizar os riscos
existentes no Mapa de Risco, assunto que será melhor abordado no capítulo 15. Já
que você terá lido e refletido as fundamentações de todos os tipos de riscos nos
capítulos anteriores.
Continuando o processo de estudos no capítulo 16, será abordado Métodos
de Investigação de Acidentes, tais métodos provocam o pensamento de toda a equipe,
ganhando mais acertividade nas questões abordadas, alcançando a fonte (causa
raiz), ou as fontes, já que o problema pode ter mais de uma origem.
Gerenciamento de Riscos, é tema do capítulo 17, onde a equipe consegue
visualizar de forma criteriosa e qualitativa (sem uso de instrumento) os potenciais risco
de toda a planta da empresa, então enfim, focar seus recursos (tempo e dinheiro)
onde realmente importa, ou seja onde há maiores riscos de perdas.
A análise qualitativa, mencionada anteriormente define a qualidade. A partir
de uma lista de verificação, onde estão os riscos, consequentemente, quais são os
tipos e graus de riscos (será melhor abordado junto com o mapa de risco). Já a análise
quantitativa avalia a quantidade de riscos presentes com uso de instrumentos, esse
tipo de análise não pertence a CIPA, cabe aos técnicos de segurança ou engenheiros.
Por exemplo, há um local na empresa onde a CIPA afima que a temperatura está
alta (A CIPA não consegue determinar a temperatura, então os técnicos de segurança
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vão no local e vão aferir a temperatura com auxílio de instrumentos de medições e


técnicas adequadas, isso é observado na NR -1522
Chegando nos dois ultimos capítulos, trataremos sobre os Equipamentos de
Proteção Individual e sobre Equipamentos de Proteção Coletiva.

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BRASIL. Escola Nacional de Inspeção do Trabalho. Normas regulamentadoras. Disponível em: <
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf
>. Acesso em: 26 mar. 2020.

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