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UNIVERSIDADE FRANCIS XAVIER

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM


CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: EM EDUCAÇÃO

SCHEYLA PEREIRA OLIVEIRA

AS RELAÇÕES ENTRE A ECONOMIA NO ESCRAVISMO E A EDUCAÇÃO

São José da Tapera - AL


2022
SCHEYLA PEREIRA OLIVEIRA
AS RELAÇÕES ENTRE A ECONOMIA NO ESCRAVISMO E A EDUCAÇÃO

Trabalho apresentado ao Programa de Pós-


Graduação em Ciências da Educação – Mestrado
Universidade Francis Xavier – UNIXAVIER, como
requisito parcial para o título de Mestre (a) em
Ciências da Educação.
Orientador: Prof. Dr. Hermenegildo António.

São José da Tapera - AL


2022
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Epígrafe

A vitalidade é demonstrada não apenas pela persistência, mas pela


capacidade de começar de novo.

(F. Scott Fitzgerald)


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AS RELAÇÕES ENTRE A ECONOMIA NO ESCRAVISMO E A EDUCAÇÃO

Autor (a) Scheyla Pereira Oliveira 1

RESUMO

Este artigo, intitulado " AS RELAÇÕES ENTRE A ECONOMIA NO ESCRAVISMO E A EDUCAÇÃO",


faz parte de um contexto multidimensionado histórico e socialmente e tem como objetivo apresentar
os elementos subjacentes ao conceito de trabalho em países. e educação em uma sociedade
capitalista. Foi feito um estudo sobre como essas categorias são definidas no modo de produção
capitalista, tomando como recorte temporal mudanças, somadas ao contexto econômico, político e
histórico da implantação da economia capitalista e como essas relações foram afetadas. escopo de
trabalho e educação em sociedades. A metodologia utilizada baseou-se em um estudo bibliográfico
investigativo, cujos autores foram citados na matéria. Como resultado da pesquisa, podemos afirmar
na pesquisa que as relações que se estabelecem para a formação do funcionário são baseadas nos
conceitos econômicos por trás da lógica do capital vigente na sociedade, que direcionam o processo
educacional e o processo que está em formação na educação escolar

Palavra - Chave: Trabalho, Educação, Economia, Escravismo.

ABSTRACT

This article, entitled "RELATIONS BETWEEN THE ECONOMY IN SLAVERY AND EDUCATION", is
part of a historically and socially multidimensional context and aims to present the underlying elements
of the concept of work in countries. and education in a capitalist society. A study was carried out on
how these categories are defined in the capitalist mode of production, taking as a time frame changes,
added to the economic, political and historical context of the implantation of the capitalist economy and
how these relations were affected. scope of work and education in societies. The methodology used
was based on an investigative bibliographic study, whose authors were cited in the article. As a result
of the research, we can affirm in the research that the relations that are established for the formation
of the employee are based on the economic concepts behind the logic of the capital in force in society,
which direct the educational process and the process that is being formed in school education

Keywords: Work, Education, Economy, Slavery.

INTRODUÇÃO

1
Graduada em Ciências Biológicas/2011. Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. Pós-Graduada
em Metodologia no Ensino de Biologia/2018. Faculdade de Ensino Regional Alternativa - FERA
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O objetivo deste artigo é levantar a produção acadêmica e socializar o


conhecimento sobre este assunto, a definição do objeto deste estudo, centra-se na
necessidade de compreender e demonstrar os elementos que descrevem as
categorias através do estudo e análise dos teóricos utilizados referências,
sociedade, trabalho e educação, sob o prisma da sociedade capitalista e suas
consequências para a educação, utilizando o recorte temporal da implantação do
sistema capitalista de produção.

Como suporte teórico, utilizamos os conceitos de Antunes (2009).


enquadramento conceitual do tema em artigos de pesquisa; Braverman (1977);
Frigoto, Ciavatta (2001); Frigoto (1999); Marx (1980); Meszáros (2005); Moura
(2012); Savianni (2008); escritores que retomam a centralidade e importância da
construção de projetos educacionais, dos quais consideram a formação integral do
homem e a libertação dos sujeitos na formação da classe trabalhadora. Segundo
Moura (2008, p. 26)

Apesar dessa dura realidade, existe outro tipo de sociedade que pode ser
buscada. Uma sociedade que tenha o ser humano e suas relações com a
natureza, por meio do trabalho, como centro e na qual a ciência e a
tecnologia estejam submetidas a uma racionalidade ética ao invés de
estarem, quase exclusivamente, a serviço do mercado e do fortalecimento
dos indicadores econômicos.

É importante observar que essa concepção de educação promulgada pela


Moura é oposta à proposta pelo capital, que propõe a formação de uma pessoa para
o desenvolvimento do mercado de trabalho por meio da aquisição e controle do
mercado de trabalho, técnicas, habilidades e conhecimentos para ajudar a aplicar
este treinamento no sistema de produção do mercado pense, reflita e apresente
neste contexto as contradições que surgiram durante a constituição do modo de
produção capitalista e a configuração da educação e trabalho, suas consequências
não apenas na mudança da política econômica e educacional, mas também no
conceito de Educação, por empregado. É importante observar que esse processo de
adaptação da ideologia operária sob os auspícios do capital e da globalização se
desenvolveu em lutas e disputas sobre outras compreensões do mundo do trabalho.

Para Braverman (1997), o trabalho humano é uma categoria à parte,


inegociável, inseparável como qualquer outra coisa, pelo simples fato de ser
humano. Segundo o autor, a lógica do capital é indestrutível, mas a natureza
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humana do trabalho, inventada pelo homem nesta etapa da produção, faz um


contraponto e uma diferença nas relações sociais do trabalho no sistema capitalista.
excelente referência, defendida por Marx. Ramos (2006) enfatiza a importância de
compreender a formação do homem como um todo como sujeito histórico e social,
ou seja, compreender sua formação em um processo histórico e contraditório por
meio do qual os indivíduos tomam consciência de si mesmos e das relações sociais
com as quais se relacionam estão conectados.

Desta forma, parte dos objetivos deste estudo é destacar os elementos que
orientam e estabelecem projetos sociais, trabalhistas e educacionais contestados
com o objetivo de contribuir para a expansão de projetos críticos. visão, além de
possibilitar opções e estratégias educativas para a construção de outro modelo
social que considere a formação humana integral.

1. DESENVOLVIMENTO
As relações sociais de trabalho e os modos de produção econômica sempre
mudaram ao longo da história, seja por caráter histórico, político, econômico ou por
necessidades culturais e de preservação da sobrevivência humana. Embora seja de
referir que a economia regulou e orientou estas mudanças e introduziu uma nova
forma de ser, pensar e agir no contexto da sociedade em cada período histórico.

É importante sublinhar que ao longo da história houve vários modos de


produção na vida humana, tais como modo de produção comunal, primitivismo,
escravidão, feudal e capitalista. Em todas elas, exceto na comuna e na primitiva, os
trabalhadores foram privados de renda e meios de produção. Como Saviani afirma
que "Se o método de produção da existência humana muda, então a maneira como
as pessoas trabalham, os modos de existência humana" (SAVIANI, 2003, p. 133).

Em todos eles começaram diferentes processos de formação com diferentes


metas e objetivos para a produção e acumulação de riqueza e capital. Trabalho
humano, educação e formação profissional também mudam e formam diferentes
conteúdos e conceitos para responder à produção econômica e aos mercados
capitalistas, onde Saviani (2003, p. 133) argumenta que:
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Ajustar a natureza às necessidades, às finalidades humanas, é o que se faz


pelo trabalho. Trabalhar não é outra coisa senão agir sobre a natureza e
transformá-la, [...] se é o trabalho que constitui a realidade humana, e se a
formação do homem está centrada no trabalho – isto é, no processo pelo
qual o homem produz a sua existência –, é também o trabalho que define a
existência histórica dos homens.

Assim, as relações sociais do trabalho humano e da produção mudaram ao


longo da história da humanidade, a subordinação da lógica do mercado e do modo
econômico de produção, contradições e conflitos marcam os contornos do campo
histórico, social, político e econômico.

Mas é precisamente no modo de produção capitalista que a formação da


pessoa burguesa adquire um significado especial e uma posição central, ou seja, a
natureza e as características do trabalho devem ser adaptadas à formação de um
empregado, à formação de um trabalhador. presente Método de produção.

Adaptá-lo aos princípios e conceitos de uma economia voltada para a


automação industrial, tecnologia e globalização dos mercados. A natureza do
trabalho e as mudanças econômicas decorrentes da história ocorrem, segundo
Marx, na compreensão do significado do trabalho humano, seu valor social e
econômico e na luta dos trabalhadores para redefini-lo. ver, como ele argumenta, "o
trabalho é principalmente um processo entre o homem e a natureza, um processo no
qual o homem medeia, regula e dirige a troca com a natureza" (MARX, 1999) p.
297).

No modo de produção capitalista, que se mantém desde o século XV, as


relações de produção e as relações sociais de trabalho adquirem uma nova
dimensão e uma posição central, porque os patrões burgueses aparecem como
proprietários do capital e das ferramentas. produção, introduzir novas relações
sociais de trabalho e comprar mão-de-obra humana determinando os preços e
condições deste novo contrato de trabalho, onde a produção e o lucro são mais
importantes, sem considerar a dimensão humana do trabalho. E é nessa perspectiva
que abordamos nossa análise, enfatizando como o trabalho e a economia assumem
diferentes significados no modo de produção capitalista e seu impacto na educação
e na sociedade.

No caso deste conceito de trabalho, é importante notar que a estrutura da


sociedade não é mais a antiga, constituída e hegemonizada na Idade Média. Por
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alterar o poder e as relações econômicas que se desenvolveram sob o feudalismo, a


classe emergente de comerciantes e pequenas cidades determina novas relações
trabalhistas e sociais, concentradas em cidades que controlam a navegação e o
comércio. economia e estrutura social. Essas mudanças alteram as relações sociais
nas quais a vida rural é subordinada à cidade e a agricultura à indústria, por meio da
mecanização da agricultura e da introdução de inovações relacionadas à produção
industrial.

A Sociedade dos Pequenos Comerciantes e Vilas chama a atenção para a


necessidade de novos contratos e relações formadas por contratos regulados por
códigos escritos onde qualquer pessoa pode consultá-los. Esta, segundo Saviani,
seria a condição básica de uma nova sociedade emergente. Para o autor:

Esse tipo de sociedade tem, pois, como pressuposto, como premissa


necessária, a introdução de códigos de comunicação não naturais, não
espontâneos. É a partir daí que se pode entender a exigência de
generalização dos códigos escritos, trazendo consigo, por consequência, a
necessidade da generalização da alfabetização. Sobre esse pressuposto
também se coloca a questão da universalização da escola que, estando
referida ao trabalho intelectual, à cultura letrada, se constitui como via de
acesso aos códigos escritos. Nas formas de sociedade anteriores, a escola
podia ficar restrita àquela pequena parcela da sociedade que precisava
desenvolver esse tipo de trabalho. (SAVIANI, 2003, p. 135)

Nesse contexto, a educação está ligada aos interesses da classe dominante


e do capital, e é a principal ferramenta utilizada para manter o domínio e a
hegemonia, conforme explica Frigotto (1999, p. 40). O processo educacional ou não,
resume-se à criação de um conjunto de habilidades intelectuais, à formação de
certas atitudes, à transferência de uma certa quantidade de conhecimento, que
atuam como geradores de capacidade de trabalho e, portanto, de produção. É
importante observar que nesse sentido a educação formou a polaridade da disputa
hegemônica, é preciso entender essa realidade para poder explicá-la e imaginar as
possibilidades de mudança.

Segundo Moura (2012, p. 2): “Obviamente, no atual estágio de


desenvolvimento das forças produtivas ancoradas na ciência, engenharia e
tecnologia, sob o controle do sistema do capital, tornou-se “importante” as escolas,
sociedade humana. A partir desse entendimento, a escola torna-se uma ferramenta
estratégica do capital, que reproduz os valores, princípios e fundamentos da
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economia capitalista como meio de garantir o funcionamento e a hegemonia da vida


econômica.

É importante sublinhar que a educação escolar desempenha um papel


importante na socialização e transferência desses conhecimentos, difundindo e
reforçando os valores idealizados de formação do trabalhador e das relações de
produção, que se concretizam na vida laboral. prática educacional.

Compreender o trabalho na dimensão formal e dentro das contradições e


lutas de classes existentes entre capital e trabalho requer a superação da visão de
competências, habilidades e padrões de qualidade segundo a lógica da
competitividade, empregabilidade, características técnicas e técnicas. supremacia
burocrática promovida pelo conceito de capital.

Meszáros (2005, p. 35) se opõe a essa lógica do capital e reconhece como a


educação formal contribui para a manutenção dessa hegemonia quando argumenta,
que:

A educação institucionalizada, especialmente nos últimos cento e cinquenta


anos, serviu –no seu todo– o propósito de não só fornecer os
conhecimentos e o pessoal necessário à maquinaria em expansão do
sistema capitalista, mas também o de gerar e transmitir um quadro de
valores que legitima os interesses dominantes, como se não pudesse haver
nenhum tipo de alternativa à gestão da sociedade ou na forma
"internacionalizada.

No desenvolvimento do texto, fica evidente que os conceitos por trás da


economia capitalista decorrem da necessidade de capital e suas flutuações cíclicas
na economia, que estão relacionadas às necessidades do sistema produtivo e sua
relação com a sociedade.

De acordo com essa visão de educação, o trabalhador deve ser


constantemente competente em função do mercado e investir em sua educação, o
que Schultz (1971, p. 33) afirma que "investindo em si mesmo, as pessoas podem
ampliar os recursos disponíveis escolha”. Esta é uma das formas pelas quais os
homens livres obtêm seu crescimento previdenciário, assim, para obter a educação
formal competem apenas a formação básica de um empregado e a formação básica
e necessária para o mercado de trabalho, percebendo que durante o período de
formação, além das qualificações oferecidas durante o treinamento, você deve
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investir em si mesmo e aumentar a possibilidade de permanecer ou conseguir um


emprego no mercado de trabalho.

2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisar a relação entre trabalho e sociedade no modo de produção


capitalista requer grandes esforços teóricos e conceituais, pois o assunto é
multifatorial e de conhecimento, e exige uma análise cuidadosa de períodos e
contextos, medido em si, mas entendo que essa conceituação e recorte temporal é
muito importante para termos clareza sobre os projetos das sociedades
contestadas.

Os processos de conformação do sujeito na perspectiva da globalização


econômica e da globalização podem, portanto, ser difundidos no processo escolar
de educação formal, onde a educação está vinculada aos interesses dominantes da
sociedade global.

Neste contexto, a educação subordinada do ponto de vista da produção


capitalista passou a exigir trabalhadores qualificados com conhecimentos e
competências fragmentados, limitados a atividades produtivas na área de atividade
quer numa indústria quer numa empresa, onde o meta está relacionada com a
produtividade e eficiência do uso racional de recursos, tempo e sistema de produção
capitalista.

Através de nossa pesquisa, chegamos à conclusão de que os vínculos


criados para formar o empregado são baseados em conceitos econômicos sob a
lógica do capital operando na sociedade. Esses conceitos e fundamentos são
inspetores educacionais durante o processo de formação escolar.
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REFERÊNCIAS

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a


centralidade do Mundo do trabalho. 15º Ed. São Paulo: Cortez, 2011.

BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no


século XX. Trad. Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

FRIGOTTO, G. A Produtividade da escola improdutiva. 5. ed. São Paulo: Cortez,


1999.

MARX, KARL. O capital: crítica da economia política. 5. ed. Livro 1 v. 1. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.

MÉSZÁROS, István. Educação para além do capital. Trad. Isa Tavares. São Paulo:
Boitempo, 2005.

MOURA, Dante; LIMA FILHO, Domingos; SILVA, Ribeiro. Politécnica e formação


integrada: confrontos conceituais, projetos políticos e contradições históricas da
educação brasileira. In: Anais: 35ª Reunião anual da ANPEd: Porto de Galinhas,
2012 (mimeo).

RAMOS, Marise N. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação? São


Paulo: Cortez, 2001 SCHULTZ, T. O capital humano: investimento em educação e
pesquisa. Trad. De Marco Aurélio de M. Matos. Rio de Janeiro. Zahar, 1973.

SAVIANI, D. O choque teórico da politécnica. In: Educação, Trabalho e Saúde. Rio


de Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, v. 1, p. 131-152, 2003.

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