Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Internacionalização:
desafios contemporâneos
1
Título
Organizadores
José Carlos Morgado, Joana Sousa, Antonio Flávio Moreira, Arlindo Vieira
Edição
ISBN
978-989-8525-57-4
Data
Março 2018
Nota editorial
Todos os textos publicados são da inteira responsabilidade dos autores e coautores que
autorizaram a sua publicação. Em todos os textos foram mantidas as peculiaridades da língua
portuguesa usadas em Portugal e no Brasil e respeitado o formato das referências bibliográficas.
Apoios
Design Gráfico
Luís Borges
luismborges@gmail.com
2
Resumo
Abstract
Introdução
Ao longo de um processo histórico mais que milenário, a Igreja Cristã, lutou pelo
controle das instituições educativas (veja-se, por exemplo, o papel dos Jesuítas na
expansão europeia), sendo sucessora das instituições escolares greco-romanas, antes
do Estado, em nome do Estado, ao lado do Estado e, em alguns momentos, mesmo
contra o Estado. Não é, pois, de estranhar que o trabalho docente tenda a ser pensado
sob as categorias da vocação, da missão e mesmo da função sagrada. Profissão secular
1
Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais, Humanas e Artes da Universidade de Cabo Verde. Texto de Mesa
Redonda apresentado no III Colóquio Luso-Afro-Brasileiro sobre questões curriculares: Educação, Formação e
Crioulidade, de 06 a 07 de julho de 2017 na Universidade de Cabo Verde na Praia.
217
e não vocação, profissão laica e não missão, a verdade é que, ainda hoje, a figura do
professor tem sido sempre modelada pelas forças vivas em conflitos.
218
Os anos de 1980 vieram, pois, encetar uma nova etapa de análise da atuação
docente nas dimensões técnica e política. Os estudiosos dessa vertente foram
inspirados nas contribuições de raiz neomarxista, segundo a qual a divisão do trabalho
torna o trabalhador cada vez mais unilateral e dependente por exigir especializações
sempre crescentes, tendo como objetivo a adaptação dos sujeitos às máquinas e aos
processos industriais.
Para Afonso (2009), tudo leva a crer que estas situações fazem parte de uma
estratégia que visa “acentuar a subordinação hierárquica e tecnoburocrática dos
professores, a descomplexificação da formação ao contrário daquela que lhe é devida
como trabalhadores, e a desvalorização do seu estatuto social” (Morgado, 2010, p. 258).
Como se não bastasse, já a segunda metade dos anos de 1990 trouxe consigo o
avanço do chamado neoliberalismo, reconfigurando o capitalismo de forma exacerbada
e anunciando o fim do Estado providência. O emagrecimento d’Este vincou-se como
principal bandeira, reconhecendo o mercado como fundamental força reguladora das
relações sociais (Estevão, 1998). Caso para dizer que quando as questões essenciais de
currículo e do trabalho docente não forem dirigidas por estes, os caprichos económicos
ou políticos formam o caminho e as práticas educacionais são conduzidas à revelia.
219
220
Uma elevada produção intelectual tem circulado um pouco por todo o mundo,
dando suporte às ideias neoliberais, presentes nos modelos políticos educacionais. A
política de rupturas e descontinuidades, presença pontual nas sociedades, é a marca
das políticas educacionais, que pretendem criar processos de padronização da
educação, através da “uniformização dos critérios de creditação e qualificação do
ensino superior (…)” (Pereira, 2007, p.155).
2. Alguma esperança?
221
222
Em jeito de síntese
Referências bibliográficas
223
224