Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EDUCATIVO
Resumo
Este estudo apresenta um breve relato sobre o contexto histórico envolvendo os modos de
produção e os modelos educacionais. Para tanto realizamos uma pesquisa bibliográfica
pautando-se em teorias que alicerçam esse trabalho. Considerando que a temática abordada
nesse artigo foi e é de grande relevância para o campo educacional, partimos do pressuposto
que educação e trabalho não se dissociam, nesse sentido, abordaremos três modelos
produtivos que mais se destacaram no último século no país, sendo eles o modelo
Taylorista/Fordista, Toyotista e a Crítica de Marx ao modelo capitalista de produção. Essas
influências deram vida aos modelos educacionais da escola tradicional e tecnicista, escola
nova e pedagogias do aprender a aprender. Opondo-se a estas pedagogias e ao modo de
produção vigente surgiu a pedagogia histórico crítica fundamentada na teoria do materialismo
histórico-dialético. O presente estudo também traz uma reflexão acerca das “contribuições”
dos modos de produção para questões sociais e educacionais que nos conduz pensar sobre as
práticas pedagógicas realizadas na escola, bem como estes modelos produtivos contribuíram
para o esvaziamento dos conteúdos e a precarização do ensino, visto que os modelos
produtivos Taylorista/Fordista e Toyotista introduziram as ideologias neoliberais na educação,
favorecendo a alienação do indivíduo e atendendo aos interesses do capital, enquanto a crítica
de Marx propõe uma ruptura a esses modelos capitalistas baseada na conscientização do
indivíduo capaz de desenvolver um pensamento crítico e promover a transformação social.
Enfim, a necessidade de compreender os modos de produção e como estes estão intrínsecos
na educação é imprescindível para se impulsionar uma educação que proporcione ao
indivíduo a superação da condição de alienação em que se encontra.
1
Licenciada em Pedagogia e Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino: Formação Docente
Interdisciplinar. UNESPAR/campus de Paranavaí/PR, Coordenadora de Curso – Formação de Docentes, Col.
Est. São Vicente de Paula. E-mail: coordlilianfavaro@gmail.com.
2
Licenciada em Letras - Português/Inglês e Mestranda do Programa de Pós - graduação em Ensino: formação
docente interdisciplinar. UNESPAR/campus de Paranavaí/PR. E-mail: thebatmars@hotmail.com.
3
Licenciada em Pedagogia e Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino: Formação Docente
Interdisciplinar. UNESPAR/campus de Paranavaí/PR, Professora do Estágio Supervisionado do Curso de
Formação de Docentes, Colégio Estadual Nilo Cairo. E-mail:rose_bm_10@hotmail.com.
ISSN 2176-1396
11483
Introdução
Educação e trabalho sempre estiveram atrelados, os modelos produtivos por sua vez
influenciaram as práticas pedagógicas no campo educacional. Nesse caso, Aranha (1996, p.
26) afirma que “A escola é ela mesma um local de trabalho e, como tal, oferece serviços
profissionais à coletividade; nesse sentido, pertence ao setor terciário e sofre as influências da
sociedade em que está inserida”. Essa afirmação demonstra que as mudanças que ocorreram
na forma de organização das condições e das relações de produções do trabalho, também
foram necessárias para “formar o novo tipo de trabalhador” (SAVIANI, 2010, p. 159).
Sob essa ótica e com o advento da industrialização, em 1920 a indústria brasileira
adotou o modelo taylorista - fordista de produção, culminando num processo de crescimento
da classe média, resultante da migração de famílias do campo para a cidade, fortalecendo a
industrialização. No que diz respeito à educação, Saviani (2010) esclarece que as forças do
movimento renovador foram impulsionadas pelo processo de industrialização e urbanização,
considerando que os modelos educativos que se destacaram nesse período foram a Escola
Tradicional e a Escola Tecnicista, as quais abordaremos detalhadamente no primeiro tópico
desse trabalho.
Sucedendo o Fordismo e Taylorismo, tivemos o modelo produtivo do Toyotismo,
conhecido também como “modelo flexível”, pois, rompeu com o modo de produção em
massa. Esse modo de produção não valorizava a quantidade, mas sim a eficiência – produção
paralela à demanda – causando desemprego, flexibilização do trabalho, ampliação do setor
terciário (prestação de serviços), exigindo um trabalhador polivalente com capacidade de
produzir e solucionar problemas. Além disso, o trabalhador precisou aprender a aprender, ou
seja, aprender a interagir com um mundo em constante mudanças, sendo competente, ativo,
empreendedor e multifuncional características que a denominada pedagogia da existência
carrega consigo, marcada pela Escola Nova e Pedagogia do Aprender a Aprender, as quais
serão aprofundadas no segundo tópico deste artigo. Os modos de produção descritos acima
obtiveram êxito, contribuindo fortemente para o desenvolvimento do capitalismo em todo o
mundo, no entanto, trouxeram rotinas de trabalhos exaustivas, em busca de produção e lucro.
Ideias que se opuseram a estes modelos produtivos (mercado) e de formação do
indivíduo (escola) foram apresentadas, destacando as teorias do Marxismo e do
11484
Para Manacorda (1995), fábrica e escola nascem juntas, ou seja, ainda que o processo
de educação acompanhe o homem desde os primórdios, primeiramente coincidindo com o
próprio ato de viver, com o tempo se desenvolve, até chegar à forma institucionalizada da
educação, que é a escola. Esta, segundo Saviani (2008), com o tempo adquire complexidade,
e torna-se a principal forma de educação quando as relações sociais se sobrepõem às relações
naturais no decurso da sociedade capitalista.
O fato do nascimento da escola moderna, tal qual como a conhecemos, estar
intimamente ligada ao surgimento das fábricas pode ser explicado a partir da ocorrência de
um dos maiores acontecimentos mundiais, que alterou a fisionomia do mundo do trabalho - a
Revolução Industrial. Manacorda (1995, p. 249), afirma que esse acontecimento muda, não
apenas os modos de produção, mas também “os modos de vida dos homens, deslocando-os
dos antigos para os novos assentamentos e transformando, junto com os processos de
trabalho, também suas ideias e sua moral e, com elas, as formas de instrução”. Modificando
11485
[...] o próprio homem não mais se pertence: não escolhe o horário, o ritmo do
trabalho, não escolhe o salário, não projeta o que vai ser feito, pois passa a ser
comandado de fora, por forças estranhas a ele. Com a alienação do produto, o
homem também se torna alienado (ARANHA, 1989, p. 7)
Isso se reflete na educação, uma vez atrelada aos modos de produção, sofrendo
influências da sociedade em que está inserida (ARANHA, 1996). Portanto, extrapolando os
limites da fábrica, a educação também se envolve ao modo de produção taylorista-fordista,
alterando também o modelo vigente da escola naquele momento da história, ou seja,
modificando o modelo da escola tradicional daquele período. Definir o conceito de “Escola
Tradicional”, por ser bastante multifacetada e adaptável as exigências de cada época, é um
papel quase impossível. Sob a denominação de “Escola Tradicional”, “articulam-se as mais
diversas tendências no decorrer de pelo menos quatro ou cinco séculos (desde o século XVI
até o século XX)” (ARANHA, 1989, p. 157). Mas a escola neste momento precisava de uma
revisão para aquiescer às necessidades da classe em ascensão. Então, a Escola Tradicional, no
século XX, ganha uma nova faceta, para acompanhar a velocidade do novo mundo e produzir
indivíduos aptos para o trabalho na indústria. É nesse momento, inclusive, já na Era Vargas
(1930-1945), que a Constituição atribui ao Estado a responsabilidade de garantir a educação,
atribuindo às três esferas do poder público tal responsabilidade. Afinal, por conta da intensa
industrialização, é inevitável a extensão da escolarização. O governo passa a tratar a educação
como questão nacional.
Porém, a universalização da escola, e as novas exigências da qualificação da mão-de-
obra, colocaria a nova classe em ascensão - a burguesia - numa encruzilhada: a escolarização
das massas não poderia gerar indivíduos críticos, o que poderia acarretar o risco da subversão
da ordem (ARANHA, 1989). Portanto, embora universal, a educação não poderia ter um teor
crítico, e ao invés de emancipadora, passa a ser mais um intensificador de desigualdade social,
“[...] acentua-se o dualismo escolar, que consiste no fato de existir uma escola para a elite e
outra para o seguimento popular operário” (ARANHA, 1989, p. 160).
A autora enfatiza que “a aparente equalização de oportunidades, na verdade dissimula
a reprodução do sistema” (p. 112), o que resulta numa escola não-crítica, servindo como
aparelho ideológico do Estado contribuindo assim “para a formação da força de trabalho e
para a inculcação da ideologia burguesa” (SAVIANI, 2009, p. 29). Aranha (1989, p. 80)
salienta que “para as massas, reserva-se a educação primária, elementar, restrita a instrução,
com os rudimentos do ler, escrever e contar, indispensáveis para o manejo das máquinas”. Ao
11487
[...] surge nos EUA, cujos teóricos e técnicos passam a influenciar os países latino-
americanos em vias de desenvolvimento. No Brasil, após o golpe de 1964, foram
feitos diversos acordos, inicialmente sigilosos e tornados públicos apenas em 1966:
eram os acordos MEC USAID (Ministério da Educação e Cultura; United States
Agency for International Development), pelos quais o Brasil passou a receber
assistência técnica e cooperação financeira para a implantação da reforma
educacional.
11488
4
A palavra alemã zeitgeist pode ser compreendida como “o espírito do tempo” ou “espírito da época”, ou seja, o
conjunto de todo conhecimento humano acumulado ao longo dos tempos que se apresenta em um dado momento
da história. Didponível em: http://reinehr.org/sociedade/saude-da-sociedade/zeitgeist-o-espirito-do-tempo/.
Acesso em: 27/05/2017
11489
(2001, apud GALUCH; SFORNI, 2011, p. 58), “de fato, o elevado grau de competitividade
ampliou a demanda por conhecimentos e informações e, em decorrência, a educação foi eleita
estratégica para fazer face à velocidade das mudanças”.
A educação responsável pela formação desse “sujeito”, absolveu também todos os
problemas gerados pelo desenvolvimento, como as marcas da exclusão gerada pela
manutenção das relações sociais de produção, ou seja, mantinha-se a crença no poder da
escola e em sua função de equalização social (GALUCH; SFORNI, 2011). A educação não
foi vista com o objetivo de atender a formação do sujeito para atuar criticamente na
sociedade, nem para ser mero reprodutor, como propunha a pedagogia tradicional, mas sim
uma formação renovada com um viés voltado para a humanização do indivíduo. Pensava-se
em uma formação com foco no desenvolvimento das competências, “o discurso é claro: não
basta apenas educar, é preciso assegurar o desenvolvimento de “competências” (transferable
skills), valor agregado a um processo que, todavia, não é o mesmo para todos” (Moraes, 2001,
apud GALUCH; SFORNI, 2011, p. 58). Há um deslocamento do “eixo da questão pedagógica
do intelecto para o sentimento, precisa aprender a aprender” (SAVIANI, 2009, p. 8). Aqui
então temos a abordagem de uma escola renovada, conhecida como Escola Nova que foi
precedida da Pedagogia do aprender a aprender.
Na Escola Nova e no modo de produção Toyotista, considerou o aluno como centro
ele decide “o que” e “como” aprender, enquanto trabalhador foi responsável por várias
funções dentro de uma empresa. Em consequência, o professor deixou de ser o centro do
processo educativo, passando essa atribuição ao aluno, sendo o professor um “facilitador” do
processo. Na empresa o trabalhador responsabilizou-se pela produção ou pela venda, qualquer
problema deveria ser solucionado por este, seus superiores estavam em segundo plano, apenas
para exigir melhorias do trabalhador. Dessa maneira, constatou-se uma conversa entre o
modelo de produção toyotista e o modelo de educação escolanovista.
A Escola Nova chega ao Brasil, em 1920 trazida por Anísio Teixeira, teve muitos
estudiosos que compartilharam de suas ideias dentre os quais podemos destacar Fernando
Azevedo, Lourenço Filho, Cecília Meireles, Armanda Álvaro Alberto, uns mais outros menos
renomados, mas com ideais voltados para igualdade entre os homens e do direito de todos à
educação (ARANHA, 1996). Partindo dos ideários da Escola Nova, atualmente temos Edgar
Morin e Jacques Delors propondo os ideais da Pedagogia do Aprender a Aprender, que
influenciam as propostas de educação mundial, enquanto o primeiro propõe os “sete saberes”
11491
pensados para uma educação do futuro, o segundo considera os quatro pilares essencial para a
formação do indivíduo.
Destaca-se que os sete saberes necessários de Edgar Morin: As cegueiras do
conhecimento: o erro e a ilusão; os princípios do conhecimento pertinente; ensinar a condição
humana; ensinar a identidade terrena; enfrentar as incertezas; ensinar a compreensão e A ética
do gênero humano. E os quatro pilares de Jacques Delors: Aprender a conviver; aprender a
fazer; aprender a ser e Aprender a conhecer (MORIN, 2000).
Tais ideias ainda são muito atuais, como observa-se nas análises de Galuch e Sforni,
(2011, p. 59)
trabalhadores. Entretanto, essas novas capacidades exigidas do trabalho são decorrentes das
transformações na forma de organização do processo produtivo e não porque se almeja uma
formação com vistas à humanização (GALUCH; SFORNI, 2011), assim, ainda nos
deparamos com uma educação centrada na produtividade.
Claro que é preciso e importante o ser produtivo, a questão maior é analisarmos
reflexivamente a forma e as possíveis consequências que o modo de produção se dá.
Hobsbawm (1998, p. 175), afirma que:
Devemos notar, de passagem, que para Marx e Engels o “processo real de produção”
não é simplesmente a “produção de material da vida em si mesma”, mas algo mais
amplo [...] é o conjunto complexo de relação mutuamente dependentes entre
natureza, trabalho, trabalho social e organização social”. Deve-se notar também que
os seres humanos produzem tanto com a mão quanto com a cabeça.
que se estabelecem entre as pessoas nos diversos segmentos da comunidade. A educação não
é, portanto, um fenômeno neutro, mas sofre os efeitos do jogo do poder, por estar de fato
envolvida na política”.
De acordo com os apontamentos anteriores, primeiramente desembarcaremos no
tempo da Pedagogia Nova em 1970 a qual tinha a escola como estimuladora da
aprendizagem, em um tempo que as pessoas estavam na marginalidade, pois são rejeitadas em
vários contextos sociais e a escola é levada ao caminho do aprender a aprender, (GALUCH;
SFORNI, 2011), (MARX, apud. HOBSBAWM, 1998), (MARX apud. NAVES, 2000).
Findando-se os anos de 1970, iniciando os anos de 1980 e com a aceleração do mundo
do trabalho a Pedagogia Tecnicista passa a atuar como instrumentalizadora do ensino,
pautado no “aprender a fazer” sendo esse um período que o mercado de trabalho necessita de
indivíduos eficientemente capazes de contribuir para o aumento da produtividade, vindo
fragmentar a educação diante da inviabilidade de se realizar o objeto maior da escola, o
trabalho pedagógico em sua amplitude crítica e reflexiva.
Chegando aos anos 1990, período que se pauta na Tendência Progressista crítico social
“histórico crítico”, com o forte discurso da necessidade de se formar cidadãos autônomos,
capazes de responder aos desafios colocados pela realidade presente e intervir nela, ainda se
mantem o foco maior apenas na esfera de conhecimento do aluno e a escola se matem como
auxiliadora das diversas bagagens que este aluno traz consigo, não que esta não seja de grande
valor, ainda que seja, se faz necessário a parceria ativa dos conteúdos científicos, para
possivelmente possibilitar o desvendamento do conhecimento crítico.
Não temos aqui como objetivo, criticar as tendências ou períodos pedagógicos, pois
cada qual deixou e deixa o seu legado, apenas buscamos estudos que apontam um meio de
produção que oportunize de fato uma Pedagogia Histórico Crítica, a qual forme o sujeito em
sua plenitude, não apenas para o mundo do trabalho, para o mundo capitalista, mas sim para
ser analisador, atuante e contribuinte no mundo em suas diversas esferas, que seja capaz de
romper com esses modelos de produção que vem atuando o mundo capitalista (SAVIANI,
2008).
É sabido que, para o alcance desses almejados objetivos a “Educação” precisa ser de
fato a protagonista no palco do ensino/aprendizagem, pois diante das mudanças de tempo em
tempo tem provocado perplexidade e desorientações no ensino, onde o acolhimento de
adequações de um sistema de ensino com suas bases fundamentadas é um dos caminhos para
11495
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1989.
11496
________. História da Educação e da pedagogia: geral e Brasil. 3. ed. rev. e ampl. São
Paulo: Moderna, 2006.
ARAÚJO, Renan Bandeirante de. O modo de vida just-in-time do novo perfil metalúrgico
jovem-adulto flexível do ABC: antigos dilemas, novas contradições e possibilidades. 2009.
238 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de
Araraquara, 2009. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/106302>. Acesso em:
27/05/2017.
DUARTE, Newton. O debate contemporâneo das teorias pedagógicas. In: MARTINS, L M.;
DUARTE, N., (orgs). Formação de professores: limites contemporâneos e alternativas
necessárias [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 191 p.
ISBN 978-85-7983-103-4. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. Acesso
em: 27/05/2017.
GALUCH, Maria Terezinha Bellanda; SFORNI, Marta Sueli de Faria. Interfaces entre
políticas educacionais, prática pedagógica e formação humana. Práxis Educativa, Ponta
Grossa, v.6. n.1, p. 55-66, jan.-jun.2011. Acesso em: 27/05/2017.
HOBSBAWN, Eric J. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
________. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 10. ed. São Paulo: Ed.
Autores Associados, 2008.
________. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre a
educação política. 41. ed. Campinas/SP: Autores Associados, 2009.
________. História das ideias pedagógicas no Brasil. 3. ed. rev. Campinas/SP: Autores
Associados, 2010.