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Maria Carmo

Gestão de Turismo A21

A escolha de destino de férias é um ato político?

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Conteúdo
Introdução ........................................................................................................................................................ 2
opinião .............................................................................................................................................................. 3
Turismo LGBTQIA+ ....................................................................................................................................... 5
Conclusão ......................................................................................................................................................... 6

INTRODUÇÃO

Escolhi este tema por já ter escolhido várias vezes destinos com culturas diferentes
e ter-me deparado com pessoas que não estavam preparadas para aceitar culturas,
costumes e quotidianos diferentes.
Decidi começar por alterar o título, de uma afirmação, para uma pergunta por um
simples facto, liberdade de escolha.
Creio que a decisão de um destino seja uma escolha livre, que, como todas as
outras, terá as suas consequências, mas, creio que a maior parte dos turistas não
pensem nisso.

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OPINIÃO

Na minha opinião este tema é muito controverso e depende do tipo de turista que
somos ou o tipo de turista que estamos a avaliar.
Fechando os horizontes e colocando todos os turistas em apenas dois grupos, os
que se importam e os que não, aí sim será mais fácil de perceber se a escolha do
destino turístico é ou não um ato político.
O turismo é uma experiência radical que nos coloca em situações incomuns ao
nosso quotidiano. Deparamo-nos com realidades totalmente diferentes das nossas.
Porém, se eu viajar para uma área sensível, para terras de um povo indígena, para
países extremamente poluídos ou sem condições sanitárias eu vou compreender e
criar empatia ao entrar em confronto direto com essa realidade.
Na minha opinião, dizer que a escolha de um destino é um ato político não é 100%
real, acho que há nuances e fatores que influenciam se o é ou não.
Para mim, viajar é criar afeto e deixar-se afetar, eu pesquiso para onde vou, eu
percebo a realidade do sítio onde vou, percebo se estou preparada para enfrentar
aquilo e se quero ser recebida naquele lugar, geralmente quando são países de
“terceiro mundo”.
Acho importante o turista pensar que vai contribuir para a economia daquele país,
mas se calhar não contribui tanto como gostaria para as pessoas que o acolhem.
É uma decisão política escolher um país pobre para passar férias num resort ou
hotel de 5 estrelas quando à nossa volta tudo é pobre.
Mas também é uma escolha política decidir ir para um país onde os locais não
querem receber turistas e não são respeitadas.
Acho que é uma escolha política todos aqueles que se recusam a aceitar a cultura
local e acho que deveria ser obrigatório respeitar.
Mas não acho uma decisão política aquela que é tomada porque um agente de
viagens aconselhou, ou porque viu na televisão, ou na internet, e não sabe, ou não
se informou sobre nada mais do que um destino para passar férias e descansar do
quotidiano que tem, num local com boa praia e pouco mais que isso.

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Acho que a informação atual que sai sobre a conscientização do turista para as
escolhas que toma é muito pouca.
Uma grande parte das cidades do mundo vive hoje muito à custa do setor turístico
que nela existe, e creio que muitas, por precisarem tanto do turista, não colocam
tantas regras, porque hoje em dia, há na minha opinião, uma fixação por misturar
culturas e acho que isso nem sempre tem de acontecer, há culturas tão próprias, e
que até preferiam que não houvessem misturas que, por vezes se vêm obrigados a
aceitar que o turista que não respeita faça o que quer e lhe apetece.

Os governos dos países mais subdesenvolvidos acabam por escolher muito aquilo
que o turista vai ver, obstruindo muitas vezes aquilo que realmente é a realidade de
quem ali vive. Muitas das vezes são enaltecidas histórias com o propósito de abafar
outras. Acabando muitas vezes por caírem no esquecimento.

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Turismo LGBTQIA+

Partindo agora para a questão do Turismo LGBTQIA+, a maioria das vezes não é
fácil decidir uma viagem para um sitio onde a própria pessoa é ilegal, principalmente
se for um país onde é impossível um casal não hétero demonstrar afeto em publico.
Cada vez mais o turismo ajuda a que a comunidade LGBTQIA+ local se sinta bem,
pois cada vez mais se apostam em locais dentro das cidades com decoração que
remete à causa, bandeiras, autocolantes “safe place” ou “ safe space” que faz com
que o turista viaje para lá de propósito por ser uma cidade inclusiva, mas que acima
de tudo deixa os locais mais confortáveis.
É uma decisão política sempre que uma pessoa Trans ou não hétero escolhe visitar
um país onde direitos básicos humanos não são respeitados. Mas também é injusto
os mesmos não poderem visitar certos países do mundo devido à sua sexualidade
ou identidade de género.
Alguns destinos também se vendem como destinos LGBTQIA+ quando não o são.
Na minha opinião tem de haver respeito acima de tudo, tanto pelas culturas como
pelas pessoas. Contudo, direitos humanos estão acima de tudo isso.

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CONCLUSÃO

Acho difícil dizer que todas as escolhas de destino de férias são um ato político
porque vai eventualmente existir exceções. No entanto, de uma maneira ou de outra
todos os fatores que ressaltei acima são fatores e temas importantes a seres
observados e discutidos antes de viajar.
Consigo respeitar o povo local?
Quero conhecer uma cultura diferente da minha?
Quero contribuir para a economia de um país que não vai distribuir a riqueza por
todos tornando somente os ricos ainda mais ricos?
Entre tantas outras perguntas que por vezes devíamos fazer antes de tomar uma
decisão e evitar transtornos tanto para nós como para os locais.
Mas também me pergunto, devo não viajar para um sítio só porque não vou ser
aceite lá?
Acho que este caso é muito singular e causará sempre discórdias, e penso que há
sempre maneira de refutar estes temas com mais perguntas, então, acho que este
tema tem sempre de ser analisado particularmente e com a consciência de quem
vai tomar ou não uma decisão política.

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