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Título original: The Road to Financial Freedom

Copyright © 2003 por Bodo Schäfer


Publicado originalmente por Campus Frankfurt/Nova York
Edição de bolso por Deutscher Taschenbuch Verlag (DTV)
Publicado mediante acordo com The Rights Company e Sandra Bruna Agencia Literaria, S.L.
Copyright da tradução © 2015 por GMT Editores Ltda.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob
quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores.

ORIENTAÇÕES AO LEITOR: As sugestões feitas neste livro são baseadas em regras de aplicação
geral e não podem acarretar qualquer tipo de responsabilidade do autor ou dos editores. O propósito
das orientações é auxiliá-lo em suas reflexões e motivá-lo a agir ativamente em busca de
transformações positivas para sua vida. Conte sempre com um especialista certificado antes de
realizar investimentos, adotar estratégias complexas e de risco, contratar seguros ou planos de
previdência e adquirir bens de alto valor. O especialista é a pessoa qualificada para ajustar as reflexões
aqui tratadas às particularidades de cada indivíduo.

tradução Rafael Corrêa

preparo de originais Rafaella Lemos

revisão José Grillo, Luis Américo Costa e Rebeca Bolite


projeto gráfico e diagramação DTPhoenix Editorial

capa DuatDesign

Conversão eBook Hondana

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

S321c Schäfer, Bodo


O caminho para a liberdade financeira
[recurso eletrônico] / Bodo Schäfer; tradução de
Rafael Corrêa. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.
recurso digital
Tradução de: The road to financial freedom
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
ISBN 978-85-431-0100-2 (recurso eletrônico)

1. Finanças pessoais. 2. Investimentos. 3.


Sucesso nos negócios. 4. Livros eletrônicos. I.
Título.

CDD: 332.024
14-11633 CDU: 330.567.2

Todos os direitos reservados, no Brasil, por


GMT Editores Ltda.
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www.sextante.com.br
Prefácio

O que impede a maioria das pessoas de levar a vida dos seus sonhos? A
resposta é simples: dinheiro! Quando ele se torna essencial? Quando
você precisa dele e não tem!
Ao enfrentar problemas financeiros, tendemos a pensar excessivamente
no assunto. Porém, antes de mais nada, precisamos redefinir a nossa atitude
em relação ao dinheiro: em vez de deixá-lo ditar cada uma das nossas ações,
devemos enxergá-lo como um recurso que serve de apoio para todas as
áreas da nossa vida.
Todos temos sonhos e uma certa ideia de como queremos viver a vida.
No fundo, queremos acreditar que temos um papel especial a desempenhar
que fará do mundo um lugar melhor. Porém, infelizmente vejo com muita
frequência como a rotina e a “vida real” nos impedem de transformar nossos
sonhos em realidade, fazendo-nos esquecer um pouco mais a cada dia que
merecemos viver esse sonho.
Aos poucos, sucumbimos à crença de que não podemos nos libertar da
nossa situação atual e começamos a fazer concessões. A nossa imagem de
como queremos viver a vida mais cedo ou mais tarde começa a desbotar e,
antes de nos darmos conta, a vida já passou.
Há mais de uma década eu dedico tempo e energia a estudar o dinheiro,
o sucesso e a felicidade. Nos últimos anos, aprendi a enxergar o dinheiro a
partir de diferentes perspectivas, pois, ao mesmo tempo que pode nos
impedir de aproveitar nosso potencial ao máximo, ele também nos ajuda a
nos tornarmos o melhor que podemos ser.
Quero ser o seu coach pessoal para assuntos de dinheiro.
Quero ensiná-lo a construir a sua própria máquina de dinheiro.
Quando aprendi que ter dinheiro significa poder viver de forma
independente, me senti encorajado a transmitir essa informação a todas as
pessoas que encontro e que desejam ser livres de verdade. Estou convencido
de que todos nós podemos ficar ricos da mesma maneira que podemos
aprender a pilotar um avião, mergulhar ou programar um computador.
Antes, porém, você precisa aprender alguns conceitos básicos
importantes.
Existem vários métodos para você ganhar o primeiro milhão. Um deles é
apresentado neste livro e consiste em seguir estas quatro estratégias:

1. Poupe um determinado percentual da sua renda.


2. Invista aquilo que poupar.
3. Aumente a sua renda.
4. Poupe um determinado percentual de cada aumento em sua renda.

Se você seguir esses passos – dependendo de qual for a sua situação


financeira atual –, dentro de quinze ou vinte anos terá acumulado entre um
e dois milhões de reais. Não se trata de um milagre. No caso, por exemplo,
de querer ganhar essa quantia em metade do tempo, você precisará
implementar o maior número possível das estratégias descritas neste livro.
Cada estratégia aplicada o ajudará a alcançar seu objetivo mais rapidamente.
Antes de mais nada, entenda que o conceito de “ficar rico” não envolve
apenas a quantia de dinheiro que você terá acumulado, mas também a
pessoa na qual terá se transformado.
A tarefa não é fácil, embora seja ainda mais difícil viver a vida que você
deseja quando suas finanças representam uma limitação. No entanto, se
seguir os conselhos deste livro, pode ter certeza de que alcançará sua meta.
Em meus seminários, já ajudei milhares de pessoas a trilharem o caminho
rumo à liberdade financeira e ainda me surpreendo com a forma como esse
conhecimento é capaz de modificar vidas.
Você não ficará rico simplesmente por possuir este livro. Sua simples
leitura também não é suficiente. Seu êxito dependerá da disposição de
implementar as estratégias descritas aqui e incorporá-las à sua vida. Assim,
as suas verdadeiras potencialidades virão à tona.
O primeiro passo é avaliar a sua situação financeira atual. Nas próximas
páginas você encontrará um questionário com esse propósito. Continue a
leitura somente após ter determinado em que condição financeira você se
encontra no momento. Com as suas próprias respostas você chegará
facilmente a uma conclusão.
Espero que este livro não apenas faça com que você aumente sua renda,
mas também lhe proporcione um conhecimento verdadeiramente valioso.
Eu não o conheço, mas sei que, se está lendo estas palavras, você é uma
pessoa especial que não está disposta a se contentar com suas circunstâncias
atuais. É alguém que quer escrever o roteiro da própria vida, alguém que
quer moldar o próprio futuro e construir algo único. A hora de começar é
agora.

BODO SCHÄFER
Teste: Qual é a sua situação financeira
atual?

P or favor, não comece a leitura antes de preencher o questionário a


seguir.

1. Como você avalia a sua renda?


❒ Excelente
❒ Muito boa
❒ Boa
❒ Satisfatória
❒ Suficiente
❒ Ruim
❒ Muito ruim
2. Como você classifica o seu patrimônio líquido?
❒ Excelente
❒ Muito bom
❒ Bom
❒ Satisfatório
❒ Suficiente
❒ Ruim
❒ Muito ruim
3. Como você avalia seus investimentos?
❒ Excelentes
❒ Muito bons
❒ Bons
❒ Satisfatórios
❒ Suficientes
❒ Ruins
❒ Muito ruins
4. Como você avalia o seu conhecimento sobre dinheiro e capital?
❒ Excelente
❒ Muito bom
❒ Bom
❒ Satisfatório
❒ Suficiente
❒ Ruim
❒ Muito ruim
5. Você tem planos financeiros precisos, sabe exatamente o que quer,
quanto custa e como conseguirá o dinheiro para isso?
❒ Sim
❒ Não
6. Você tem um coach para assuntos financeiros?
❒ Sim
❒ Não
7. A maioria das pessoas que você conhece:
❒ É mais rica do que você
❒ Está numa situação financeira semelhante à sua
❒ É menos rica do que você
8. Você poupa pelo menos entre 10% e 20% da sua renda mensalmente?
❒ Sim
❒ Às vezes
❒ Não
9. Você doa dinheiro para caridade com frequência?
❒ Sim
❒ Não
10. Você acredita que merece ter muito dinheiro?
❒ Sim
❒ Não
❒ Nunca pensei a respeito
11. Durante quanto tempo você poderia viver com o dinheiro que tem hoje
se nunca mais ganhasse um centavo sequer?

_______________ meses

12. Você consegue prever o dia em que poderá viver dos rendimentos das
suas aplicações?
❒ Sim
❒ Não
13. Você ficaria satisfeito se os próximos cinco anos transcorressem da
mesma forma que os últimos cinco anos?
❒ Sim
❒ Não
14. Você sabe de que forma realmente enxerga o dinheiro?
❒ Sim
❒ Mais ou menos
❒ Não
15. Como você descreve a sua situação financeira atual?

16. Se fosse escolher um apelido que melhor o descreve financeiramente,


qual seria? (Exemplos: Tio Patinhas, novato, fracassado, o tipo azarado,
ímã de dinheiro, empreendedor, etc.)

17. O dinheiro:
❒ É um recurso que serve de apoio à maneira como você vive a sua
vida
❒ Determina a maneira como você vive a sua vida
18. Como você avalia o seu conhecimento sobre fundos de investimento?
❒ Excelente
❒ Muito bom
❒ Bom
❒ Satisfatório
❒ Suficiente
❒ Ruim
❒ Muito ruim
19. Como você classifica o seu conhecimento sobre ações?
❒ Excelente
❒ Muito bom
❒ Bom
❒ Satisfatório
❒ Suficiente
❒ Ruim
❒ Muito ruim
20. Você conhece os critérios básicos para investir e os aplica?
❒ Sim
❒ Não
21. O dinheiro é algo importante para você?
❒ Não
❒ Ligeiramente
❒ Razoavelmente
❒ Muito
❒ Extremamente
22. Qual é a sua atitude em relação a dinheiro, números e finanças?
23. No geral, como descreve a sua situação financeira atual após ter
respondido a essas questões?
❒ Excelente
❒ Muito boa
❒ Boa
❒ Satisfatória
❒ Suficiente
❒ Ruim
❒ Muito ruim
24. Como você está se sentindo agora?
OS PRINCÍPIOS BÁSICOS
1

O que você quer de verdade?

“Você está procurando há muito tempo.


Agora desista de procurar e aprenda a encontrar.”
HEINZ KÖRNER, Johannes

T rata-se de um conflito clássico: existe uma diferença radical entre a


maneira como nos sentimos intimamente – nossa ideia de como
deveríamos viver a vida – e a vida real. Todos querem crescer e alcançar a
felicidade. No fundo, sempre desejamos transformar o mundo num lugar
melhor e acreditar que merecemos uma vida boa.

Quais são as chances de alguém ficar rico?


O que nos impede de transformar nossos sonhos em realidade, de
conseguir aquilo que mais desejamos?
Muitos de nós vivem em ambientes que não são exatamente propícios ao
enriquecimento. Mesmo o governo não dá um bom exemplo ao se afundar
cada vez mais em dívidas, ano após ano, e depois aumentar os impostos para
conseguir pagar os juros. Nosso sistema educacional não é capaz de nos
oferecer respostas a questões essenciais, como “Como posso levar uma vida
feliz?” e “Como posso ficar rico?”. Na escola ninguém nos ensina como
ganhar nosso primeiro milhão. De quem deve ser essa tarefa? Dos nossos
pais? A maioria de nós não tem pais ricos, portanto qualquer conselho deles
sobre riqueza provavelmente será inadequado. Como se não bastasse, a
nossa sociedade estimula o consumismo e nossos amigos e colegas não são
de grande ajuda nesse sentido.
Dessa forma, muitos acabam perdendo o que eu considero direitos
inatos de todas as pessoas: a felicidade e a prosperidade.
Quando olho para a minha vida hoje, fico profundamente grato: vivo da
maneira que sempre sonhei e já alcancei a liberdade financeira. No entanto,
as coisas nem sempre foram assim. Como muitos de vocês, houve
momentos em que fiquei quase paralisado pela confusão e pela falta de
autoconfiança.

Experiências únicas nos moldam


Todos nós passamos por experiências que nos marcaram, momentos
cruciais que alteraram a forma como enxergamos as pessoas, as
oportunidades, o dinheiro, o mundo e a imagem que fazemos dele. Esses
acontecimentos costumam mudar a nossa vida para melhor ou para pior.
Quando completei 6 anos, um fato deixou em mim uma impressão
indelével e determinou minha atitude em relação ao dinheiro. Meu pai foi
hospitalizado com cirrose hepática. Ele teve que ficar internado durante um
ano inteiro, pois precisava de repouso absoluto.
Certo dia ouvi um médico dizer à minha mãe que ele jamais tivera um
paciente que recebesse tantos visitantes. Todos os dias, seis pessoas
visitavam meu pai, apesar da recomendação de repouso absoluto. Foi assim
que descobrimos que ele estava trabalhando de seu leito hospitalar – ele era
advogado e tinha criado o que chamava de “serviço aos pobres”, que
consistia em oferecer assistência jurídica gratuita a pessoas carentes. Minha
mãe o repreendeu imediatamente e exigiu que ele parasse de trabalhar, caso
contrário não sairia vivo do hospital. Até mesmo os médicos tentaram
convencê-lo a “ouvir a voz da razão”. Mas meu pai era teimoso e continuou a
fazer o que achava que era certo.
Eu costumava ficar sentado ao lado de sua cama por horas a fio, ouvindo
o que os visitantes lhe contavam. O assunto era sempre dinheiro. Eles
reclamavam e culpavam as circunstâncias ou as outras pessoas por seus
próprios problemas financeiros. Como eu não entendia o jargão jurídico,
parecia que a questão era sempre a mesma: dificuldades financeiras,
dificuldades financeiras, dificuldades financeiras. No início eu achava
interessante ouvi-los falar, mas depois de um tempo aquilo passou a me
irritar e comecei a desenvolver uma profunda aversão à pobreza, que
tornava as pessoas infelizes e fazia com que elas fossem visitar meu pai
cabisbaixas para implorar por ajuda.
Essas cenas que presenciei no hospital me inspiraram a ficar rico, e foi
então que decidi que seria milionário aos 30 anos.

Decidir não basta


Esse não foi o começo de uma história de sucesso da noite para o dia. É
verdade que atingi minha meta aos 30 anos, mas cinco anos antes disso eu
estava endividado, vinte quilos acima do peso e cheio de dúvidas. O
dinheiro tem a importância que atribuímos a ele e, por causa da minha
situação financeira precária, ele se transformara no ponto central da minha
vida. Quando estamos com dificuldades financeiras, o dinheiro se torna
exageradamente importante.
Eu tinha fé de que tudo iria ficar bem e, de alguma forma, sabia que tudo
se resolveria da melhor maneira possível. Mas apenas ter fé não é suficiente:
a esperança é um tranquilizante intelectual, uma forma criativa de
enganarmos a nós mesmos. Por quem estamos esperando? O destino? Deus?
Não se pode acreditar que alguma ajuda divina vai nos recompensar por não
fazermos nada. “Aquele que vive de esperança morre de fome”, diz o
provérbio.

Nossos valores devem corresponder aos nossos objetivos


Eu estava desesperado. Como podia estar endividado se ganhava uma
quantia respeitável de dinheiro? Fiquei impressionado ao descobrir a
resposta a essa pergunta: no fundo, eu não acreditava que o dinheiro fosse
uma coisa boa e estava sabotando o meu próprio sucesso. Meu pai acabou
morrendo depois de lutar oito anos contra a sua doença. As pessoas
continuavam a dizer que ele havia se matado de tanto trabalhar, e eu não
desejava esse destino para mim. Ao mesmo tempo, eu também não queria
ser como uma daquelas pessoas pobres que visitavam meu pai no hospital.
Resumindo: eu queria ser rico fazendo o menor esforço possível.
Após a morte do meu pai, minha mãe buscou refúgio na religião. Ela
acreditava fortemente que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de
uma agulha do que um homem rico entrar no Reino dos Céus”. Por um lado,
eu queria ser uma boa pessoa – e acreditava que ser bom era sinônimo de
ser pobre –, mas, por outro, eu queria enriquecer porque repudiava a
pobreza. Esse conflito me deixava confuso, e eu sabia que assim não chegaria
a lugar nenhum.
Na melhor das hipóteses, eu já tinha feito uma tentativa de enriquecer –
e, como costuma acontecer quando tentamos algo, a tentativa nos impede de
agir efetivamente, porque nós deixamos uma rota de fuga aberta. As pessoas
que apenas tentam estão na verdade esperando que algo as impeça de ter
sucesso.
Nós desejamos os obstáculos porque, no fundo, não estamos
convencidos de que aquilo que almejamos é de fato o melhor para nós – não
nos achamos bons o suficiente para atingir nossas metas.

Otimismo e autoconfiança
Deixe todo o seu otimismo de lado por um minuto. O otimismo é uma
característica positiva e nos ajuda a enxergar as coisas pelo lado bom, mas
também é traiçoeiro se não for combinado com outros atributos e
frequentemente é confundido com autoconfiança. Enquanto o otimismo
permite que vejamos as coisas de maneira positiva, a autoconfiança nos
ajuda a encarar os momentos difíceis. A vida não é composta apenas de
beleza e coisas boas; ela também é repleta de circunstâncias sombrias e
desanimadoras.
As pessoas autoconfiantes, porém, não precisam temer as situações
adversas. Elas sabem, com base em experiências anteriores, que podem
contar consigo mesmas. Alguém autoconfiante não pode ser impedido por
nada nem por ninguém, porque tem a certeza de que possui a capacidade de
lidar com qualquer obstáculo que aparecer em seu caminho, uma vez que já
provou isso para si em diversas ocasiões. No capítulo 3 você descobrirá
como se tornar autoconfiante em um curto período de tempo.
Uma situação financeira estável é essencial para construir sua
autoconfiança. O campo das finanças deixa pouco espaço para o otimismo
injustificado. Seu extrato bancário é objetivo e direto, não há margem para
enganos. Portanto, você precisa pôr suas contas em ordem; sua condição
financeira tem que provar que nada nem ninguém pode se tornar um
obstáculo no seu caminho.
Você não pode deixar a sua situação financeira sabotar a sua
autoconfiança, porque, se não acredita em si mesmo, sua vida é apenas uma
porção mínima do que poderia ser. Você nunca saberá do que é capaz, não
assumirá riscos, não crescerá como pessoa, não estará explorando todo o
seu potencial. Uma pessoa sem autoconfiança não faz nada, não tem nada e
não é nada. E isso não tem a ver com otimismo: seu extrato bancário precisa
ser a prova de que suas finanças condizem com seu estilo de vida. Elas
devem torná-lo confiante das suas próprias habilidades. É disso que este
livro trata: de organizar a sua situação financeira de modo que as suas
finanças estejam ao seu lado, não contra você. O dinheiro pode facilitar ou
dificultar a sua vida.

O que você prefere?


Você acredita que está destinado a coisas maiores? Que você merece
mais do que tem no presente? Que ficar rico é apenas uma questão de
tempo? Deixe todo o seu otimismo de lado por um instante. Como a sua
renda pessoal evoluiu nos últimos sete anos? Escreva no espaço abaixo
quanto a sua renda aumentou ou diminuiu nesse mesmo período de tempo.

R$ _______________

Essa cifra é um verdadeiro choque de realidade. Se continuar agindo da


mesma maneira, provavelmente encontrará o mesmo resultado daqui a sete
anos, e essa tendência deve se estabelecer ainda mais rigidamente no futuro.
Mas, se quiser alcançar um resultado diferente, deve tomar uma atitude,
recomeçar em uma nova direção, e o primeiro passo é mudar a sua forma de
pensar, que é responsável por tê-lo transformado em quem você é hoje. Se
continuar pensando da mesma maneira, não conseguirá atingir sua meta.
Como você vê o dinheiro? Todos temos um diálogo mental constante.
Se, no fundo, você acha que o dinheiro em si é ruim ou perverso, nunca
ficará rico. Discutiremos essa questão no capítulo 5. Você descobrirá o que
pensa sobre o dinheiro no seu íntimo e aprenderá como pode mudar a sua
atitude em relação a ele.

Dinheiro é bom
Quando eu tinha 26 anos, conheci um homem que me ensinou os
princípios básicos da riqueza. Apenas quatro anos depois, eu já conseguia
viver com os juros do meu dinheiro. Isso aconteceu tão rápido porque meus
sonhos, valores, objetivos e estratégias finalmente entraram em acordo.
Quer você acredite ou não, o dinheiro muda muito a nossa vida. Ele
pode não ser a solução para todos os problemas – e definitivamente não é
tudo –, porém as preocupações de ordem financeira tendem a pôr a sua
felicidade em xeque. O dinheiro permite que você enfrente os outros
problemas com mais estilo. Você também terá a chance de conhecer novas
pessoas, de visitar lugares fascinantes, de se dedicar a um trabalho mais
interessante, de ganhar autoconfiança, de ser reconhecido e de aproveitar
outras oportunidades.

As cinco áreas da nossa vida


Para simplificar as coisas, irei dividir a vida em cinco áreas: saúde,
finanças, relacionamentos, emoções e objetivo de vida. Todas são igualmente
importantes. Se não temos saúde, nada mais importa. Se não conseguimos
controlar nossas emoções, não podemos, por exemplo, encontrar motivação
para atingir as metas que buscamos. Bons relacionamentos são
fundamentais também. Quando falo em objetivo de vida, quero dizer fazer
aquilo de que realmente gostamos, o que corresponde ao nosso talento e traz
benefícios aos demais. Nossas finanças se combinam com essa área. Nunca
deveríamos nos ocupar com atividades indesejáveis apenas em troca de
alguma recompensa monetária, e, para isso, precisamos alcançar o que eu
chamo de “liberdade financeira”.
Atribua cada uma dessas áreas a um dedo da sua mão. Digamos que seu
dedo anelar represente suas finanças e que alguém pegue um martelo e bata
nesse dedo. Você diria “Tudo bem, não tem problema, é apenas um dedo e
eu tenho outros quatro” ou voltaria toda a sua atenção para o dedo dolorido?
É importante que as cinco áreas estejam em harmonia, e você deve manter
isso em mente quando tiver que lidar com cada uma delas. Alguém que
tenha problemas financeiros não conseguiu alcançar esse equilíbrio. Esse
tipo de dificuldade sempre irá interferir em todas as outras áreas. O dinheiro
é essencial para uma vida equilibrada e harmoniosa.
Por que algumas pessoas enriquecem em um curto intervalo de tempo?
Porque têm dinheiro suficiente “trabalhando” para elas. Elas preferem ter
uma máquina de fazer dinheiro a se tornar uma e querem ter o dinheiro
necessário para levar uma vida verdadeiramente harmoniosa.
Por que a maioria das pessoas não trabalha com aquilo de que mais
gosta? Simplesmente porque não dispõe dos fundos necessários. É um
círculo vicioso. Muitos indivíduos não são capazes de desempenhar a
atividade a que gostariam de se dedicar porque não sabem como ganhar
dinheiro com ela. Por outro lado, é sabido que ninguém acumula muito
dinheiro fazendo aquilo de que não gosta. Então, por falta de dinheiro, a
pessoa continua a se dedicar àquilo que não deseja fazer e, em consequência
disso, permanece incapaz de ganhar uma soma considerável.
A solução é transformar seu hobby favorito numa carreira e ganhar
dinheiro com ele. Mas você só pode fazer isso se parar para descobrir o que
realmente ama fazer e quais são os seus talentos.
Alguns anos atrás, em Nova York, conheci um homem muito rico. Sobre
sua mesa liam-se as seguintes palavras: “Quem trabalha o dia inteiro nunca
terá tempo para ganhar dinheiro.” Evidentemente, todo mundo precisa
conseguir um espaço na rotina para poder parar e refletir. Quando lhe
perguntei em que eu deveria pensar, ele respondeu: “Conheça a si mesmo e
descubra o que você ama fazer. Depois pense numa maneira de ganhar
dinheiro fazendo aquilo que ama. De preferência, você deve se fazer essa
pergunta diariamente e encontrar uma resposta melhor a cada dia.”

Você está otimizando ou minimizando?


Temos que valorizar mais os momentos de reflexão para descobrir o que
realmente nos traz felicidade. Só seremos muito bons naquilo que fazemos
com paixão e entusiasmo. A partir desse ponto, o dinheiro fluirá em nossa
direção quase espontaneamente. Precisamos de tempo para identificar
nossos talentos e desenvolver as habilidades a partir deles, para escrever o
roteiro da nossa vida e transformá-la numa obra-prima. Se você não dedicar
as horas necessárias a fazer essas coisas, estará desperdiçando a sua vida.
Também precisamos de tempo para tomar decisões fundamentais e nos
comprometer a agir de acordo com elas. Dessa forma, todo mundo decidirá
conscientemente, em algum momento da vida, se vai otimizar ou minimizar.
Otimizar significa aprender como investir melhor seu tempo, suas
possibilidades, seus talentos, seu dinheiro e outros recursos; é alcançar o
melhor resultado possível. Se você quer otimizar a sua vida, deve sempre se
esforçar ao máximo para ser o melhor. A maioria das pessoas, porém, passa
a vida sem uma meta, sem planos concretos. Elas minimizam. Seu objetivo é
simplesmente sobreviver, dia após dia, e a semana de trabalho nada mais é
para elas do que uma interrupção necessária entre os fins de semana. Seu
trabalho serve apenas para ganhar dinheiro, e não para lhes trazer satisfação
e realização. Essas pessoas não reconhecem os próprios talentos nem
percebem as oportunidades que estão bem diante delas.

Planejar é crucial
Muita gente planeja as férias de maneira mais cuidadosa do que suas
próprias vidas. No entanto, só há duas possibilidades: ou você planeja a sua
vida, ou alguém fará isso em seu lugar. Muitos fizeram algumas poucas
tentativas e fracassaram. Alguém já me disse: “Quanto mais eu planejo, mais
o acaso me passa a perna. Então eu não planejo mais, de modo que o acaso
já não me afeta tanto.” Há uma razão simples para tantas pessoas não
cumprirem os próprios planos: elas se esquecem de que seus sonhos, metas,
valores e estratégias devem se harmonizar.
O professor Thomas Stanley, da Universidade do Estado da Geórgia, nos
Estados Unidos, estudou a vida dos ricos durante 12 anos. Ele concluiu que
as pessoas ricas e felizes cultivavam uma relação harmoniosa entre seus
sonhos, metas, valores e estratégias – que são os quatro pilares que formam a
base sobre a qual você deve construir a sua fortuna. O que você faz da sua
vida depende menos de uma determinação de ferro do que desses elementos
essenciais.
Nos próximos capítulos trataremos desses quatro pilares de forma
sistemática. É assim que você construirá os alicerces de sua riqueza nos
próximos sete anos. É inacreditável o que uma pessoa é capaz de conseguir
quando combina esses quatro poderes de maneira equilibrada.
Seus sonhos
Seus sonhos são uma boa indicação daquilo que o faria feliz. Pense no
que você realizaria se tivesse tempo e dinheiro suficientes. Você se
surpreenderá ao descobrir quantos dos seus sonhos dependem de algum
suporte financeiro.

Suas metas
Agora você precisa estabelecer suas metas a partir desses sonhos. Neste
ponto, deve tomar uma decisão consciente, já que continuará apenas
sonhando enquanto não se comprometer com a realização dos seus sonhos.
Pergunte a si mesmo o que você quer ser, fazer e ter.

Seus valores
Este é um ponto crítico: seus sonhos e metas devem estar em harmonia
com seus valores. Pergunte-se o que você quer de verdade. O que considera
de vital importância? No capítulo 5, você descobrirá qual é a sua real atitude
em relação ao dinheiro.
Seus valores não são imutáveis; em vez disso, eles são mais uma seleção
de possibilidades feita muito cedo na vida, já que somos influenciados por
nossos pais e pelo meio em que vivemos. Hoje, no entanto, nós temos
escolha: você é livre para determinar seus próprios valores, uma vez que eles
não são inalteráveis. Alguns de nossos valores estão em conflito com as
circunstâncias, como aconteceu comigo. Por um lado, eu queria ser rico, e,
por outro, acreditava que precisaria me matar de trabalhar para isso.
Se nossos valores nos puxam em diversas direções, não será possível
chegar a lugar nenhum. É importante, portanto, que eles estejam de acordo
com suas metas. E você só terá controle sobre a sua vida quando decidir
conscientemente por quais valores quer ser guiado.

Suas estratégias
Quando seus sonhos, metas e valores estiverem em harmonia uns com
os outros, você precisará traçar as estratégias que lhe permitirão ser bem-
sucedido em suas ações.
No capítulo 6, você descobrirá como administrar suas dívidas. Se quiser
levar um plano a cabo, deve ter conhecimento e habilidade e saber como
obter os fundos necessários.
No capítulo 7, descobrirá como aumentar drasticamente a sua renda.
No capítulo 8, aprenderá a manter seu dinheiro, porque uma boa renda
não é suficiente para torná-lo rico. Você só fica rico com o dinheiro que
consegue poupar.
Nos capítulos 9, 10 e 11, você aprenderá a cultivar o dinheiro.
No capítulo 12, aprenderá a traçar um plano detalhado das suas metas
financeiras.
Finalmente, faremos questão de assegurar que você levará o seu plano
adiante. Você precisa que alguém lhe mostre como ficar rico. No capítulo 13,
aprenderá como encontrar essa pessoa e criar o ambiente ideal para atingir
suas metas; um ambiente que o obrigue a ser perseverante.
O capítulo 14 demonstrará que isso não é tudo na vida e que existe uma
diferença entre sucesso e felicidade. Sucesso é conseguir aquilo que se quer.
Felicidade é gostar daquilo que se consegue. Assim, mostrarei a você a
melhor maneira de desfrutar do seu dinheiro.
Antes disso, vamos nos concentrar no que é necessário para se tornar
rico. No capítulo 3, você verá como realizar verdadeiros milagres. Se ficar
rico é assim tão fácil, temos que nos perguntar por que mais pessoas não são
ricas, e você encontrará a resposta a essa pergunta no capítulo 4.
Antes, porém, eu gostaria de discutir no próximo capítulo o conceito
mais importante para se construir riqueza e felicidade. Enquanto não
compreendermos que podemos assumir o controle de nossa própria vida,
seremos apenas vítimas das circunstâncias. Tudo começa com a atitude de
tomar as rédeas do nosso destino em nossas mãos.
Antes de continuar a leitura, releia o sumário e marque os tópicos que
mais lhe interessam. O fator decisivo é o que você decide fazer com este
livro. Sempre pergunte a si mesmo: “Como isso se aplica a mim?” “Como
posso tomar uma atitude imediatamente?” Incorpore o conteúdo deste livro
à sua vida e aja de acordo. Isso também vale para os exercícios. Lembre-se:
ninguém fica rico simplesmente porque leu um livro. O poder não está no
conhecimento, mas no uso que se faz dele.

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

O dinheiro tem a importância que atribuímos a ele. Quando passamos por problemas
financeiros, no entanto, ele ganha uma importância exagerada.

Nossos valores e metas devem estar em harmonia entre si; caso contrário, não
chegaremos a lugar nenhum.

O otimismo permite que vejamos as coisas sob uma ótica positiva, mas a autoconfiança
nos ajuda a enfrentar os aspectos mais difíceis da vida.

Uma pessoa é autoconfiante quando sabe, com base na própria experiência, que pode
contar consigo mesma.
Sua maneira de pensar o transformou na pessoa que você é hoje. Se não modificá-la,
não será capaz de atingir suas metas.
Sucesso é ser o melhor que você consegue. Felicidade é gostar daquilo que você se
tornou.

Os problemas financeiros interferem em todas as outras áreas da sua vida.

Decida se quer ter uma máquina de fazer dinheiro ou se transformar em uma pelo resto
da vida.

Transforme seu hobby favorito numa carreira.

Quem trabalha o dia todo não terá tempo para ganhar dinheiro.

Você só terá controle sobre a sua vida quando decidir conscientemente quais valores irão
guiá-lo.
A maneira como você vive depende menos de uma determinação de ferro do que de
seus sonhos, metas, valores e estratégias.
2

O que significa ter responsabilidade?

“Nós conferimos poder a quem atribuímos a culpa.”


DR. WAYNE DYER, How to Be a No-Limit Person

É impossível acumular uma fortuna quando nos negamos a reconhecer


que sempre somos responsáveis por aquilo que nos acontece. O
governo, as circunstâncias, nosso parceiro, nossa criação, nossa saúde e
nossa situação financeira não têm culpa de nada. Nós somos os únicos
responsáveis.
“Espere um pouco”, você dirá, “e as doenças e os golpes do azar? E se eu
for passado para trás? E se ocorrer um acidente que eu não provoquei? Nós
somos realmente responsáveis sempre?”.
Imagine que alguém bata no seu carro estacionado. Você é responsável?
Não pelo que a outra pessoa fez, mas pela maneira como reage. Você pode
partir para cima do outro motorista ou respirar fundo e manter a calma
porque sabe que a seguradora cobrirá o conserto e a pintura do seu carro
ficará como nova. Dependendo das circunstâncias, você pode até lucrar com
a situação.
Portanto, você não é responsável por tudo que acontece, mas sempre é
responsável pela forma como interpreta e reage aos acontecimentos.

Responsabilidade
É claro que há acontecimentos que nos atingem física e economicamente
e podem nos causar preocupação. O que é relevante não é o incidente em si,
mas a maneira como lidamos com ele. Não importa o que aconteça: nós
decidimos se isso afeta ou não nossa identidade.
Somos responsáveis pelo que ocorre dentro de nós, pela nossa postura e
pelas nossas reações. É verdade que é difícil admitir que estamos no
controle, sobretudo quando nossa reação não é das mais adequadas.
É por isso que a maioria das pessoas se exime da responsabilidade, e
sempre ouvimos as mesmas desculpas:
“A culpa é dos meus genes.”
“A culpa é dos meus pais.”
“A culpa é do meio em que vivo.”
Um rapaz matou duas pessoas a facadas. Alguns jornalistas lhe
perguntaram sobre a sua vida e sobre o que motivara o crime. Ele respondeu
que havia sido criado em uma família “despedaçada”; que desde que se
entendia por gente o pai alcoólatra espancava sua mãe. Eles se sustentavam
com o que seu pai roubava, então, aos 6 anos, ele automaticamente começou
a praticar furtos. Já tinha cumprido pena por tentativa de assassinato e agora
corria o risco de ir preso por duplo homicídio. O rapaz terminou o relato
perguntando: “Com um passado desses, como é que eu poderia me tornar
algo diferente?”
Esse jovem tinha um irmão gêmeo e, quando os jornalistas descobriram
isso, decidiram visitá-lo. Para surpresa de todos, ele era o exato oposto do
irmão. O rapaz era um advogado bem-sucedido, de reputação impecável,
além de ser membro do conselho municipal e da paróquia. Era casado, pai
de dois filhos e claramente tinha uma família feliz. Os jornalistas ficaram
perplexos. Ao lhe perguntarem como havia se tornado uma pessoa de bom
caráter, ele contou a mesma história do irmão, mas a encerrou afirmando:
“Após tantos anos vendo como era aquela vida, eu só poderia ter me tornado
algo diferente.”
Eles tinham os mesmos genes, os mesmos pais, a mesma educação e
haviam sido criados no mesmo meio. Porém tinham maneiras inteiramente
diferentes de interpretar as circunstâncias e reagir a elas. Como dois
indivíduos que viveram em condições idênticas poderiam levar vidas tão
divergentes? Talvez ambos houvessem conhecido alguém que tenha exercido
uma boa influência sobre eles, mas só um tenha respondido ao estímulo. É
possível que ambos tivessem tido acesso a um mesmo livro e houvessem
começado a lê-lo, mas só um o tenha terminado. O fato é que não sabemos
como, mas eles seguiram caminhos inteiramente diferentes.
Apesar das adversidades, somos responsáveis. Nós decidimos como
vamos interpretar uma situação e o que iremos fazer a respeito.

Como você deve reagir a este livro?


A propósito, já que estamos discutindo o tema “responsabilidade”, eu sou
responsável pelo que escrevo neste livro, e você, pelo que tira dele. O mesmo
se aplica aos meus seminários.
Conhecemos muitos e muitos casos de pessoas que, após participarem
de algum dos meus seminários, conseguiram aumentar a própria renda –
algumas chegaram a dobrá-la. A maioria guardou pelo menos 20% da renda
e começou a construir a sua fortuna. Muitos começaram a praticar esportes
e a se alimentar e viver de maneira mais saudável. A meditação em grupo
levou muitos a começarem a meditar 15 minutos por dia e a eliminarem
inteiramente o estresse de suas vidas. Recebemos telefonemas de antigos
participantes que têm conseguido rendimentos anuais entre 12% e 20% de
seus investimentos. Ficamos especialmente satisfeitos com aqueles que
mudaram sua atitude com relação ao dinheiro de maneira radical e agora
usam parte de sua renda para praticar boas ações. Você deveria ouvir a
satisfação em suas vozes: eles saldaram as dívidas e descobriram novas
fontes de renda; a maioria aprendeu a gostar do dinheiro e a ficar
confortável com ele. Mas há também aqueles que participaram dos
seminários e não fizeram nada com o conhecimento adquirido. Talvez
esperassem que eu balançasse uma varinha mágica e enchesse suas casas de
barras de ouro.

“A culpa é dos outros”


Pouco tempo atrás encontrei um jovem que havia participado do meu
seminário “Um salto para o sucesso financeiro” três anos antes. Ele me
cumprimentou dizendo: “Não funcionou. O que você ensinou não me
ajudou.” Isso me deixou chateado, já que eu realmente queria ajudar e fazer
com que as pessoas mudassem para melhor. O rapaz me contou o que se
passara: “No início foi ótimo. Ao final de um ano eu já havia ganhado US$
15.000 a mais e conseguido guardar 25% disso. No segundo ano eu tinha
US$ 36.000 na conta e já havia conseguido pagar todas as minhas dívidas.
Com dois amigos, comecei um clube de investimentos, como você
recomendou, e, investindo juntos, conseguimos lucro médio de 17,3% ao
ano. Mas, em algum ponto ao longo do caminho, algo deu errado e eu parei
de economizar. Você quer saber o que eu fiz com as minhas economias? Está
aí fora: um Porsche novinho.”
Esse homem havia mudado a sua maneira de pensar. Mantivera as
finanças sob controle durante dois anos e começara a construir a sua
fortuna. O rapaz podia ver que a estratégia estava funcionando.
Subitamente, porém, ele se descuidou e matou a galinha dos ovos de ouro
para comprar um carro. E não queria assumir nenhuma responsabilidade!
Quem é o responsável? Culpar os outros é humano, não é? O importante
aqui é lembrar que nós conferimos poder a quem atribuímos a culpa, e é
muito fácil e tentador colocar a culpa nos outros. Por quê? Porque assim
nossa imagem permanece intacta. Se eu não desenvolvo as minhas
habilidades, a culpa é da empresa, a culpa é do meu parceiro, não consigo
por causa da minha saúde, etc. Por acaso queremos que a empresa, nosso
parceiro ou nossa saúde tenham poder sobre nós? Pense a respeito. Quem
tem a culpa é quem tem o poder, e por isso eu sempre a aceito de bom
grado, porque prefiro ter poder sobre a minha própria vida.

Consequências e erros
E os nossos erros do passado? Quem é responsável por eles? Eis alguns
exemplos de fatos cuja repercussão só é sentida posteriormente: um homem
se divorcia e tem que pagar pensão alimentícia; alguém arruína a própria
saúde e tem que seguir uma dieta muito rígida; uma pessoa se endivida e
precisa declarar sua insolvência civil; outra comete um crime e deve cumprir
pena na prisão.
Nós somos responsáveis pelas nossas ações e devemos arcar com as suas
consequências. Reconhecer isso já é um grande passo rumo a uma vida com
mais propósito.
Em muitos casos, temos que admitir que não temos controle sobre as
consequências de nossos erros, mas nossa reação ao resultado deles afeta
diretamente o nosso futuro. A questão é saber se queremos ou não controlar
nosso futuro.
O futuro está nas suas mãos
A melhor forma de se preparar para o futuro é você mesmo projetá-lo.
Acha que consegue fazer isso? Se não, então é como a maioria das pessoas
que não estão cientes das possibilidades que terão nos próximos dez anos.
Observar o passado é um bom começo para que você se dê conta de que é
capaz de moldar o seu futuro, pois poderá perceber o quanto sua vida
mudou desde então. Nós não enxergamos as pequenas mudanças à medida
que elas ocorrem; elas são tão sutis que passam despercebidas.
Onde você estava há dez anos? Que tipo de pessoa era? Que tipo de
personalidade tinha? Como eram as suas habilidades profissionais? Que tipo
de parceiro você era? Quais eram suas experiências, suas metas, seus
conhecimentos? Como lidava com as pessoas e qual era a sua situação
financeira? Por favor, escreva as suas respostas a seguir.

Quanto mais você pensar a respeito disso, mais verá quanto era
responsável. Você ficará muito mais atento: se foi possível mudar tanto na
última década, imagine as mudanças que será capaz de fazer nos próximos
dez anos.
Há dez anos você poderia imaginar que seria a pessoa que é hoje? Quais
foram as principais decisões que o levaram a ser quem você é, a fazer o que
faz e a possuir o que possui?

Você tomou essas decisões sozinho e determinou seus desejos e


ambições. Tinha o poder nas mãos – e ainda tem. Agora pode começar
reduzindo sua escala de tempo de dez para sete anos. Você pode determinar
agora o que quer ser, o que quer possuir e o que quer estar fazendo dentro
de sete anos. Dedique algum tempo a pensar sobre isso, pois, se trabalhar
com este livro, alcançará o que deseja.

Sua visão se tornará realidade? A confiança de poder dizer que sim é


algo que você pode trazer do passado. Repasse na mente suas experiências e
seus resultados positivos e escreva-os; se fizer isso, terá mais consciência
deles e sua autoconfiança aumentará.

Assuma a responsabilidade e aumente a sua esfera de


controle
Você pode controlar e influenciar algumas coisas diretamente –
chamarei isso de esfera de controle –, mas há outras que talvez até sejam do
seu interesse, mas escapam da sua influência. Pense na pessoa que bateu no
seu carro estacionado: é um fato que com certeza diz respeito a você e que
portanto está no seu universo pessoal, o que não significa que esteja sob seu
controle.
Aconteça o que acontecer em seu universo pessoal, você é responsável
pela forma como reage e interpreta os fatos. Isso não significa que devemos
estar satisfeitos com o alcance da nossa esfera de controle, pois todos nós
sabemos, a partir da nossa própria experiência, que é possível aumentá-lo.
Quando éramos crianças, por exemplo, o alcance da nossa esfera de controle
era bem pequeno. Aos 20 anos, ele já era consideravelmente maior. Desde
então é provável que tenha crescido. Conseguimos enriquecer apenas
quando ampliamos muito nossa esfera de controle.
Se determinamos que uma questão está fora do nosso controle – e que
portanto é incontrolável –, o problema está justamente nessa maneira de
pensar. Se colocamos a culpa nos outros ou nas circunstâncias, abrimos mão
do nosso poder. Se apenas nos queixamos e reclamamos, estamos
demonstrando fraqueza. Agindo dessa forma, a capacidade de influenciar
positivamente a nossa própria situação vai diminuindo até desaparecer por
completo.
Se desejamos realmente melhorar de condição, devemos começar agora
mesmo. A solução vem de dentro e não é encontrada em fatores externos.
Nós podemos decidir assumir a responsabilidade pelo que acontece em
nosso universo pessoal neste momento e ao mesmo tempo aumentar a nossa
esfera de controle. É algo que já conseguimos fazer no passado; então
também somos capazes de fazer de novo no futuro.
Quando eu tinha 16 anos, resolvi me mudar para a Califórnia. Ao chegar
lá, tudo era diferente do que eu havia imaginado. Sentei-me na cama do meu
quarto de hotel e me senti terrivelmente desmotivado. Se eu não conseguia
entender o inglês falado pelos americanos – e eu quase não falava inglês –,
como poderia estudar e ganhar dinheiro? Eu tinha um problema. E chorei,
desesperado, me sentindo completamente infeliz. Aos poucos, porém, o
orgulho e o desafio substituíram o desespero: afinal de contas, eu fora para a
Califórnia como uma espécie de teste, e sabia desde o início que não seria
fácil.
Há quatro maneiras de expandir o alcance da nossa esfera de controle.

1. Saia de sua zona de conforto


Precisamos abandonar a nossa zona de conforto, nossa tendência a fazer
o que é fácil, cômodo e conhecido – aquele lugar onde nos sentimos bem e
seguros.
Sentado naquela cama de hotel na Califórnia, eu estava muito longe da
minha zona de conforto. Porém, assim que comecei a me situar, minha
esfera de controle cresceu substancialmente, e não demorou muito para que
eu me sentisse em casa em qualquer lugar do mundo. Foi então que algo
fascinante aconteceu: passei a ficar confortável mesmo fora de minha zona
de conforto. É uma sensação que, se você viaja com frequência, já deve ter
experimentado: cada novo destino o retira de seu entorno familiar – afinal,
aprender sobre culturas novas e diferentes é a grande atração de qualquer
viagem.
Se criarmos o hábito de substituir cada desafio vencido por outro ainda
maior, nossa esfera de controle crescerá rapidamente. Eu também acredito
que essa atitude é a que mais se aproxima da natureza do homem e de seu
propósito – nós nos sentimos mais vivos do que nunca quando trilhamos
novos caminhos, nos dedicamos inteiramente e então saímos vitoriosos. O
porto é o lugar mais seguro para um navio, mas os navios não foram
construídos para ficarem atracados. Temos essa necessidade de segurança,
mas também precisamos de mudanças e de aventura. Crescemos quando
ousamos experimentar coisas diferentes. As pessoas com as esferas de
controle de maior alcance estão quase sempre fora de suas zonas de conforto
– elas ficam entediadas se não conseguem substituir uma crise por outra.
Assim como o atleta, que precisa se exercitar para se sentir vivo, todos
precisamos de novos desafios.

2. Problemas
Os problemas também representam boas oportunidades para
aumentarmos nossa esfera de controle. Um problema existe porque algo
dentro de nosso universo pessoal está fora do alcance da nossa esfera de
controle.
Cada complicação guarda em si uma oportunidade de crescimento.
Quando apenas nos perguntamos como podemos resolver a dificuldade, não
estamos fazendo mais do que o mínimo necessário. Podemos, porém,
realizar um esforço consciente para descobrir como criar as circunstâncias
ideais para que esse problema não se repita – essa nova situação sempre
representará um aumento no alcance da nossa esfera de controle.
Suponhamos, por exemplo, que você chega de uma festa e descobre que
a casa foi assaltada. A porta foi arrombada e muitas coisas sumiram. Se
apenas quiser resolver o problema, ligará para um chaveiro e para a sua
seguradora. Mas, se quiser criar as circunstâncias ideais para que isso não
volte a acontecer, adotará outras medidas – talvez instale um alarme e
arranje um cachorro. Ao criar condições muito desfavoráveis para o ladrão,
você amplia o alcance da sua esfera de controle, pois a sua casa estará
protegida mesmo na sua ausência.
Você não conseguirá ficar rico fugindo das dificuldades – quem quer
ganhar dinheiro deve desejar muitos problemas pela frente.

3. As perguntas certas
A qualidade das perguntas que fazemos determina a qualidade da nossa
vida. Por quê? Nós mantemos um diálogo interno constante, em que o nosso
cérebro fica formulando perguntas às quais nós mesmos respondemos.
Se questionamos “Eu posso fazer isso?”, não eliminamos a possibilidade
de fracasso, pois o uso do “posso” já contém um elemento de dúvida. Uma
pergunta melhor seria “Como eu posso fazer isso?”, que elimina qualquer
possibilidade de fracasso: você sabe que vai conseguir e se pergunta apenas
“como”, dando margem à procura de soluções que estão fora de sua esfera de
controle.
Da mesma forma, a nossa principal pergunta sempre deve ser “como?”, e
não “por quê?”. “Como?” procura respostas, enquanto “por quê?” busca
justificativas e desculpas. Quem procura acha. Aquele que quer encontrar
justificativas não precisa ampliar o alcance da sua esfera de controle. Afinal,
ele não tem culpa de nada (e assim abre mão de seu poder). Quem pergunta
“como?” em breve encontrará respostas que o levarão para fora de sua esfera
de controle, pois a sua pergunta traz implícito “por quê?”. Por outro lado, a
pergunta “por quê?” não traz em si “como?” nem nos move na direção de
soluções.
“O que eu posso fazer?” também é uma pergunta fundamental. Imagine
o que teria acontecido se, na minha cama de hotel na Califórnia, eu tivesse
me concentrado naquilo que eu não podia fazer e naquilo que eu não sabia.
Eu teria encontrado inúmeras razões para voltar imediatamente para casa.
Há muitos obstáculos na vida de um jovem de 16 anos em um país
estrangeiro, e, se eu tivesse me concentrado neles, não teria conseguido
ganhar dinheiro algum. Em vez disso, foquei aquilo que eu era capaz de
fazer.
Eu sabia falar alemão, por exemplo. Assim, passei a dar aulas de língua
alemã inteiramente ministradas nesse idioma, pois meu inglês era tão ruim
que eu não seria capaz de explicar o que quer que fosse em inglês. No início
foi um pouco difícil, mas meus alunos aprendiam bastante rápido. Hoje eu
sei que essa é a melhor maneira de se dominar uma língua estrangeira.
As perguntas certas, portanto, são: “O que eu posso fazer?”, “O que eu
sei?” e “Quais são as minhas possibilidades?”.
Se ficamos nos perguntando “De quem é a culpa?”, estamos apenas
procurando desculpas. Se culpamos outra pessoa, eliminamos qualquer
chance de mudança positiva. Outro problema é que perguntar quem é o
culpado sempre nos remete ao passado. O mais correto em termos
gramaticais seria dizer “De quem foi a culpa?” – e é impossível aumentar o
alcance da nossa esfera de controle retroativamente. Precisamos concentrar
nossa energia no presente e nossas perguntas devem se ater ao que podemos
fazer agora.
Deixe-me dar um último exemplo de pergunta que pode ampliar o
alcance da sua esfera de controle. A maioria das pessoas não sabe a hora
certa de perguntar “como” e “se”. Todos sabemos a importância de tomar
decisões rápidas, mas ainda assim muitos de nós têm dificuldades em fazê-
lo. Por quê? Porque eles já estão pensando em como farão as coisas. “Como”
é uma boa pergunta, exceto se você precisa tomar uma decisão. Usemos
novamente a minha viagem à Califórnia como exemplo. Imagine o que teria
acontecido se eu tivesse me perguntado “Como exatamente eu farei o que for
necessário caso decida ir?”. Você acha que eu teria sequer saído de casa?
Na hora de tomar uma decisão, pense em todas as possibilidades, no
“se…?”. A pergunta “por quê?” virá logo a seguir. Por que você deveria se
dedicar a esse determinado projeto? Quais são as razões que existem para
isso? O “como” só é importante num estágio posterior.
Uma vez que tenha tomado uma decisão, você não deve retornar ao
“se…”. Ao encontrar o primeiro problema, não deve se perguntar se
realmente tomou a decisão certa ou pensar que talvez devesse fazer alguma
outra coisa. Nesse caso, em vez de se perguntar “como” resolver o problema,
você estaria voltando ao “se…”. Todos conhecemos pessoas que demoram
muito para tomar uma decisão mas mudam de ideia muito rápido.
A ordem correta das perguntas é:

1. Por que devo fazer isso?


2. Como vou fazer isso? Como vou resolver o próximo problema? Tenha
sempre em mente quais são os seus motivos para persistir.

As perguntas que nós nos fazemos determinam a direção em que


caminhamos. Elas permitem que o alcance da nossa esfera de controle
aumente ou diminua.

4. Aumentando o seu universo pessoal


O seu universo pessoal contém tudo aquilo que o afeta, que é importante
para você ou que é do seu interesse. Se acha que alguma coisa é importante,
vai querer ter alguma influência sobre ela. Assim, automaticamente começa
a pensar como aumentar o alcance da sua esfera de controle, já que quer
organizar os elementos de seu universo pessoal ao seu gosto.
Imaginemos que Pedro Pequeno e João Grandão trabalham no mesmo
departamento de uma multinacional. Se Pedro Pequeno só se interessa pelo
que acontece no próprio departamento, o alcance da sua esfera de controle
não precisa ser muito grande. João Grandão, por outro lado, pensa no rumo
que a empresa está tomando, em como cativar os clientes e na estratégia de
marketing. No intuito de ter mais influência, João Grandão investe em
networking com vários outros departamentos, está insatisfeito porque ainda
não conheceu a sede da empresa e sabe o que a concorrência anda fazendo.
Inevitavelmente o alcance da esfera de controle do Sr. Grandão vai crescer.

É mais fácil viver sem responsabilidade?


Somos responsáveis tanto por aquilo que fazemos quanto por aquilo que
deixamos de fazer. Às vezes a tentação de fugir da responsabilidade é muito
grande – frequentemente parece mais fácil e mais agradável –, mas o preço a
pagar é muito alto, pois dessa maneira nos tornamos ferramentas nas mãos
de outras pessoas e somos obrigados a viver a vida que elas determinam.
Nossa maior satisfação é explorar todo o nosso potencial. Minha
definição de sucesso é ser o melhor que eu puder ser, e os momentos em que
eu me sinto mais vivo são aqueles em que tenho que dar o melhor de mim.

Assuma a responsabilidade pelas suas finanças


Muitos indivíduos são descuidados com as próprias finanças, mas como
poderiam ter aprendido a agir de maneira diferente? Os pais normalmente
não são exemplos muito elucidativos e a escola não costuma oferecer
nenhuma matéria sobre como construir uma fortuna. Além disso, a
sociedade incentiva todo mundo a comprar sem parar. O consumismo
impera.
A maioria das pessoas ao nosso redor também não serve de exemplo.
Atualmente é normal se queixar de falta de dinheiro. Provérbios como
“Dinheiro que vem fácil vai fácil” são ouvidos a toda hora. Dinheiro é um
assunto árido e desagradável para a maioria das pessoas: “Você pode ter
dinheiro, mas não deve falar a respeito.” “Dinheiro não é tudo.” Porém,
como vimos no capítulo 1, o dinheiro é, sim, muito importante – e, se você
não lhe dedicar a atenção necessária e acabar numa situação difícil, ele se
tornará exageradamente importante. Você precisa impedir que o dinheiro se
torne a principal questão da sua vida, e isso significa que deve assumir a
responsabilidade.
É claro que seria tolo acreditar que o dinheiro é a solução para todos os
problemas. Seria igualmente sem sentido, porém, achar que o dinheiro vai
impedi-lo de conhecer pessoas interessantes, visitar lugares fascinantes,
desenvolver o seu potencial ou se dedicar a outras atividades. Somente o
tempo dirá o que faremos com o nosso dinheiro, mas o que fazemos por ele
trará resultados no futuro. Nós estruturamos o nosso futuro como um
designer: traçamos um rascunho de como viveremos amanhã. Afinal de
contas, na Babilônia já se sabia que “Decisões sábias nos acompanham ao
longo da vida para nos ajudar e nos fazer felizes. Da mesma forma, é certo
que as decisões tolas nos assombrarão, nos amaldiçoarão e nos torturarão”.
Você verá que o dinheiro é muito mais positivo do que a maioria das
pessoas pensa. Também é mais fácil construir uma fortuna do que se
imagina. Porém é necessário assumir a responsabilidade e cuidar da sua
riqueza. Para ficar rico, você precisará adotar certas medidas elementares,
que serão explicadas em detalhes adiante. Tudo começa na sua cabeça. Você,
e ninguém mais, é responsável por quanto dinheiro possuirá dentro de sete
anos.

Dicas importantes
Assuma plena responsabilidade pela sua vida e por suas finanças.

• Saia da sua zona de conforto.


• Encare os problemas como oportunidades de crescimento.
• Faça as perguntas certas.
• Amplie o seu universo pessoal.

Você não tem controle sobre certos acontecimentos, mas pode decidir
como interpretá-los e como reagir a eles – e sempre terá esse poder em suas
mãos.
Ter responsabilidade significa que nada pode mudar a sua postura ou a
sua integridade, pois as suas reações refletem quem você é. Você determina
como vive a sua vida. Essa atitude permitirá que tenha uma vida feliz e dê o
melhor de si. Quando assumir essa responsabilidade, ficará rico em sete
anos.

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

Você não é responsável por tudo que ocorre, mas sempre é responsável pela forma
como interpreta e reage aos acontecimentos.

Nós conferimos poder a quem atribuímos a culpa.


Suas decisões de ontem definiram o seu presente; o que você resolver hoje determinará
o seu futuro.

Nossos desejos são os arautos do nosso futuro; nós escolhemos os nossos desejos e
assim determinamos o que teremos mais adiante.

Existem quatro maneiras de ampliar o alcance da sua esfera de controle:


1. Saia da sua zona de conforto.
2. Encare os problemas como oportunidades de crescimento e se pergunte como
poderá evitar que eles se repitam.
3. Faça as perguntas certas.
4. Amplie o seu universo pessoal e o alcance da sua esfera de controle crescerá junto.
Quando estiver mais velho, você se arrependerá apenas do que não conquistou.

Recusar-se a assumir a responsabilidade implica abrir mão do seu poder e viver uma vida
determinada por terceiros.

Você é o único responsável pela riqueza que tiver acumulado em sete anos.
3

Um milhão é um milagre?

“A maioria das pessoas é excessivamente otimista


em relação ao que pode realizar em um ano, mas subestima
aquilo que pode conquistar em dez.”
JIM ROHN, The Power of Ambition

S e tivesse que decidir entre ganhar R$ 50.000 nos próximos seis meses ou
R$ 1.000.000 em sete anos, o que você escolheria? Ficaria com R$
50.000? Para ganhar mais dinheiro no curto prazo, você tem que fazer
algum esforço, mas, para ganhar R$ 1.000.000 em sete anos, precisa investir
muito mais tempo e energia.

Os cinco níveis das mudanças


As mudanças devem envolver cinco níveis, e aquelas mais amplas só
podem ocorrer se fizermos os ajustes necessários em todos esses níveis.

Nível um:
Você reconhece que está insatisfeito com a sua situação atual e decide
agir.
Por exemplo, a correspondência começa a se acumular sobre a sua mesa
e você decide cuidar dela até enxergar o tampo da mesa outra vez.

Nível dois:
Você não atinge os resultados desejados e conclui que as suas inciativas
não foram suficientes. Precisa tomar determinadas providências para chegar
a uma solução. Então se pergunta: “Como posso melhorar os meus
resultados? Como posso trabalhar com mais eficiência, em vez de mais
arduamente?”
Por exemplo, você trabalha com afinco mas ainda não consegue pagar
todas as contas no fim do mês. Aplicar novas técnicas e estratégias deve
bastar para resolver o seu problema. A propósito, muitas pessoas esperam
que livros como este lhes ensinem fórmulas mágicas que deem resultados –
de fato, nos próximos capítulos você aprenderá algumas técnicas, estratégias
e fórmulas mais concretas. Contudo, mudanças permanentes e decisivas
ocorrem nos próximos níveis.

Nível três:
As técnicas o ajudaram até certo ponto, mas, ao se comparar a pessoas
mais bem-sucedidas, percebe que elas parecem atingir seus objetivos com
facilidade, sem esforço. Provavelmente têm amigos influentes que lhes
abrem as portas.
Digamos, por exemplo, que você se veja confrontado com um problema
inesperado e particularmente difícil. O tempo e a energia que, em condições
normais, seriam dedicados ao seu negócio agora devem ser redirecionados
para a solução desse problema. Seu planejamento e sua agenda devem ser
adaptados, e isso tem um impacto no seu negócio. Encontrar uma solução
não é mais uma tarefa tão fácil assim e o obriga a buscar desenvolvimento
profissional e crescimento pessoal. Tudo indica que o processo não será
rápido, sobretudo porque apenas aplicar algumas técnicas não é suficiente
para que você consiga conquistar amigos influentes e bem-sucedidos.
Nesse ponto é preciso que faça um investimento de tempo para se tornar
a pessoa que gostaria de ser. Deixe-me dar uma dica de como fazê-lo: você
provavelmente conhece pessoas que admira e toma como modelos de
comportamento – e pode vir a ser tão admirado e respeitado quanto elas se
for capaz de estruturar a sua vida com esse objetivo.

Nível quatro:
Quando pensamos a respeito dos outros e de nós mesmos, em geral
reconsideramos a nossa maneira de ver o mundo.
Muitos enxergam a vida como uma selva e acreditam que é necessário
lutar com unhas e dentes para sobreviver. Há, por exemplo, quem não confie
em ninguém – talvez por haver passado por experiências negativas e ter
aprendido a ficar sempre na defensiva. Essas pessoas desconfiam de tudo e
de todos e constantemente tentam encontrar “pegadinhas” nas situações. No
geral, porém, elas mesmas são a “pegadinha”, já que não costumam ser as
pessoas mais encantadoras do mundo e suas atitudes afastam os outros.
Precisamos enxergar o mundo de forma diferente, através de novos
“óculos”. Não há uma realidade só, apenas a maneira como a percebemos.
Ao olharmos o mundo de um novo ponto de vista, vemos uma imagem
inteiramente diferente.
Certo dia Stephen Covey, renomado autor e professor de administração,
estava indo de trem para uma reunião onde faria uma apresentação e queria
usar o tempo da viagem para preparar o discurso. De repente um homem
entrou em sua cabine com três crianças. Elas eram impossíveis. Além de
gritar e berrar, pulavam sobre os assentos e estavam evidentemente
incomodando os outros passageiros. O homem, que parecia ser pai delas,
não fazia nada, a não ser olhar pela janela de maneira apática.
Lutando para não perder a calma, Stephen Covey decidiu interferir. Ele
se levantou para chamar a atenção do pai das crianças: “Desculpe-me, mas o
senhor não está vendo que os seus filhos estão incomodando todos nesta
cabine? O senhor poderia nos fazer o favor de controlá-los?” Orgulhoso de
seu autocontrole e da forma enfática com que transmitira a mensagem, ele
sentou-se outra vez.
Lentamente o pai despertou de seu estupor, voltou-se para Covey e
respondeu baixinho: “Sim, sim. Desculpe-me pelas crianças. Eu não havia
percebido que elas estavam se comportando mal. A minha mulher, mãe das
crianças, faleceu há algumas horas e eu ainda não sei como vou superar isso.
Acho que as crianças estão lidando com a situação à sua própria maneira…
me desculpe.”
Há alguns pontos de vista que podem nos fazer mais felizes – e fazer as
outras pessoas mais felizes também. Eles nos permitem reconhecer
oportunidades, e não apenas armadilhas e erros.
Existe um modo de ver as coisas que nos faz enxergar o dinheiro como
uma ferramenta que compra armas, deflagra guerras, provoca a ganância e
deixa as pessoas solitárias. Mas, se tivermos consciência de que essa é apenas
uma das formas de encarar o assunto – e que tudo depende, portanto, da sua
percepção –, entenderemos que com outro “par de óculos” veremos que o
dinheiro também é usado para construir hospitais, alimentar os famintos e
desenvolver medicamentos que nos permitem viver por mais tempo e com
mais saúde. Você pode criar condições de vida melhores com o dinheiro –
na verdade, um bem considerável pode ser alcançado.
Qual atitude, ou “par de óculos”, você acha que vai atrair mais dinheiro e
torná-lo mais feliz?

Nível cinco:
Nós somos capazes de provocar as transformações mais significativas
mudando a nossa identidade ou a imagem que temos de nós mesmos.
Tomemos como exemplo o caso de Danilo Diligente, um vendedor. Ele
trabalha duro e domina todas as técnicas importantes de sua atividade; ele se
desenvolveu como pessoa e todos gostam de estar perto dele. Não olha os
clientes com olhos de predador e, portanto, não pensa somente no dinheiro
das vendas. No momento, Danilo orienta bem os seus clientes e goza de sua
confiança, mas eles ainda não o procuram espontaneamente. A diferença
crucial está na forma como Danilo enxerga a si mesmo. Se ele se considera
um vendedor, deve ir até os clientes e oferecer seus serviços; se ele se
considera um especialista, os clientes o procurarão.
Muitas decisões dependerão da imagem que temos de nós mesmos, que
acaba se tornando uma profecia autorrealizável.
Certa vez tive um sócio que gostava de se considerar uma vítima. Ele
tinha certeza de que as pessoas o enganavam e tiravam vantagem dele mais
do que dos outros e insistia que todo mundo é maldoso. Acreditem ou não,
ele de fato foi passado para trás pela mesma companhia em três ocasiões
diferentes, nunca conseguiu provar o acontecido e perdeu uma soma
substancial de dinheiro. É claro que esses acontecimentos só vieram reforçar
sua convicção de que era um ímã de traidores. Ele se achava bom demais
para este mundo.
Infelizmente, devido a obrigações contratuais, meu sócio não pôde se
desvincular daquela companhia – e ele nem sequer desejava se livrar dela,
para poder continuar bancando a vítima. Ele quase me convenceu de sua
história – “Sr. Schäfer, todo cuidado é pouco!” – e eu me peguei bolando um
“plano de proteção” com ele. Essa com certeza não era a melhor maneira de
começar um novo negócio, e, além do mais, isso não correspondia à minha
percepção de mim mesmo. Eu acredito que até mesmo os erros têm um lado
positivo.
Então bati com o punho na mesa e disse: “Chega! Eu não quero pensar
assim. Vamos descobrir o lado bom de ser enganado três vezes.” Meu sócio
ficou vermelho e parecia que ia sufocar: “Você ficou maluco?” Resumindo:
acabamos encontrando o lado bom de ser enganado três vezes. A diretoria
da empresa, com peso na consciência, estava disposta a tomar medidas
extraordinárias para nos atender, e nós acabamos “ganhando” uma bela
quantia apenas com uma conversa.

O milagre ocorre em cinco níveis


Se você quer acumular um milhão de forma rápida e fácil, apenas
aplicando algumas técnicas, sinto decepcioná-lo: este livro não é uma dessas
refeições congeladas que basta esquentar no micro-ondas. Em outras
palavras: apenas ler este livro não lhe trará nenhuma riqueza. Isso porque
você deverá levar os cinco níveis em consideração e fazer mudanças
decisivas em cada um deles.
Um dia Pedro foi até Jesus e disse: “Mestre, nós estamos com um
problema. Amanhã nós temos que pagar os impostos e não temos dinheiro.”
Jesus respondeu: “Não tem problema.” Pedro ficou um tanto irritado e
retrucou: “Mestre, o senhor não entendeu. Eu disse que nós temos que pagar
os impostos amanhã e não temos dinheiro. Isso é um problema.” Jesus
respondeu outra vez: “Não tem problema.”
É vantajoso cercar-se de pessoas que se esforçam ao máximo para
resolver um problema. Quando é necessário, elas acordam muito cedo e vão
para a cama tarde. Se for preciso, leem muitos artigos e livros sobre o
assunto, falam com o maior número de pessoas possível e não desistem até
que o problema esteja resolvido. Esse tipo de gente não se desespera no
instante em que a palavra “problema” é pronunciada nem se queixa
perguntando “Ah, não, por que justo eu?”.
Jesus resolveu o problema de uma maneira muito trivial. Ele ordenou a
Pedro que fosse pescar. Como era pescador, Pedro não achou o pedido
estranho. O primeiro peixe que pescou tinha em sua boca uma moeda, que
foi usada para pagar os impostos. A lição a ser aprendida é simples:

Nível 1: O milagre acontece quando oferecemos ajuda.


Nível 2: Antes de sair para pescar, é bom conhecer as técnicas certas.
Nível 3: Você deve ser alguém a quem os outros são atraídos por
considerarem-no forte e competente. Pedro imediatamente procurou
Jesus porque deduziu que seu mestre pensaria em alguma coisa.
Nível 4: Os impostos não são um problema. O governo não existe para
sugar seu dinheiro até a última gota.
Nível 5: Você deve se identificar com a pessoa que não vê problema em
tudo.

O mundo está cheio de gente que já realizou algum milagre. Para nós,
milagres são eventos no espaço-tempo que contradizem a nossa experiência,
que estão além da imaginação. Muitas pessoas consideram uma fortuna
particularmente grande ou uma renda alta algo milagroso. A maioria
consegue até conceber ganhar o dobro de sua renda mensal, mas vê a
possibilidade de ganhar cinco ou até dez vezes mais como um fenômeno
inteiramente extraordinário.
Houve um tempo em que eu consideraria ganhar US$ 11.000 por mês
um milagre. Ganhar US$ 28.000, então, era inconcebível. Dois anos e meio
depois eu ganhei mais de US$ 56.000 em um mês pela primeira vez.
Olhando em retrospecto, não me pareceu nada milagroso: eu sabia como
tinha conseguido aquilo e que havia trabalhado duro pelo meu “milagre do
dinheiro”.
O milagre acontece quando fazemos mudanças no terceiro, quarto e
quinto níveis. Podemos nos preparar para essas mudanças, já que não faz o
menor sentido sentar e esperar que milagres aconteçam sozinhos. Os
milagres não vêm até nós, nós é que temos que realizá-los.
A disciplina necessária para que você faça milagres pode ser resumida
em aprendizado e crescimento contínuos. Quando paramos de crescer, nós
morremos. Aprendizado e crescimento constantes significam sentir-se vivo,
ser o melhor que se pode ser – e se tornaram meu estilo de vida.
Livros
Você já reparou que há uma biblioteca na casa de todos os ricos? Acha
que essas pessoas possuem bibliotecas simplesmente porque têm dinheiro
para comprar livros ou que elas ficaram ricas porque leram muito?
Um sábio disse certa vez: “Uma pessoa é a soma de todos os livros que
leu.” Por que a leitura é tão importante? Por um lado, porque as palavras
traduzem ideias – e elas não estão à venda. Por outro, porque a nossa renda
aumenta na proporção do nosso vocabulário.
Você tem o costume de ler livros referentes às cinco áreas da sua vida? Se
lesse dois livros por semana, ao final de um ano teria lido mais de 100 livros,
o que significa 700 livros em sete anos. Setecentos livros mudariam quem
você é? Você deve estar imaginando como conseguiria ler dois livros por
semana, já que não tem tempo. Se for esse o caso, então o primeiro livro que
deve ler é sobre leitura dinâmica (afinal de contas, tempo é dinheiro). Se
você praticar durante três horas, aumentará sua capacidade de leitura para
mil palavras por minuto, o que significa ler um livro de 300 páginas em
menos de duas horas.
Eu também recomendaria que, sempre que conhecer uma pessoa
interessante, você seja capaz de usar o tempo de maneira inteligente em vez
de ficar de conversa fiada. Pergunte-lhe quais são seus dois ou três livros
favoritos sobre um determinado assunto e por quê. Você ganhará
informações preciosas.

Seu diário pessoal do sucesso


Diários são livros de páginas em branco; são livros que você escreve
apenas para si mesmo.
Todos deveriam manter um diário do sucesso, inclusive você. Escreva
tudo de bom que acontecer durante o dia. Anote, por exemplo, cada elogio
que recebeu, cada reconhecimento que obteve, se conseguiu manter a
disciplina, se concluiu algum trabalho ou deixou alguém feliz. Infelizmente,
não podemos confiar em nossas memórias para nos lembrarmos desses
acontecimentos, pois costumamos nos recordar de nossos erros e pisadas na
bola muito mais facilmente e durante mais tempo do que de nossos
sucessos.
Em geral, tendemos a ter uma opinião negativa sobre nós mesmos, que é
reforçada pelo nosso ambiente e pela nossa criação. As crianças de até 12
anos ouvem, em média, 17 “nãos” para cada “sim”. Ao menos 80% das
notícias veiculadas pela imprensa são de natureza negativa. É importante,
portanto, deixar de lado essa visão crítica e obter uma imagem realista de
nós mesmos.
Alguns diários de grandes homens e mulheres foram preservados, e é
interessante perceber que essas personalidades começaram a escrevê-los
muito cedo na vida, antes mesmo de terem feito qualquer coisa digna de
nota e de ficarem famosas. Será possível que as linhas que escreveram em
seus diários tenham contribuído para que ficassem famosas? Seja como for,
seus escritos deram maior consistência a seus pensamentos positivos. Leve-
se a sério o suficiente para ser capaz de escrever sobre si mesmo.
Todas as manhãs, antes de começar a minha jornada de trabalho,
escrevo em meu diário do sucesso e sistematicamente aumento a minha
autoconfiança (no capítulo 7 você aprenderá como a sua renda depende
diretamente da sua autoconfiança). Ao longo dos anos, passei a manter
também outros tipos de diários: um de ideias, em que registro todas as
minhas ideias; um de relacionamentos, em que anoto tudo o que me deixa
muito feliz; um de realizações, em que escrevo o que aprendi com os meus
erros, no intuito de não repeti-los; além de alguns outros.
A autoconfiança não nasce por acidente e nunca é demais. O ponto a
partir do qual progredimos ou em que ficamos estagnados sempre depende
de termos a confiança necessária para dar o próximo passo. Vemos o tempo
todo como as pessoas com pouca autoconfiança se protegem evitando correr
riscos, mas alguém que não assume riscos nunca fará, terá nem chegará a ser
nada. A autoconfiança é fundamental e nada a desenvolve mais do que
manter um diário do sucesso.
Pare por um momento para pensar no que aconteceu de bom a você
hoje ou ontem. O que você realizou? A quem ajudou? Quem lhe fez um
elogio?
Se você está tendo dificuldades para pensar em alguma coisa, a sua
autoconfiança precisa de uma turbinada. Se não consegue escrever muito, é
fundamental que comece um diário do sucesso imediatamente.
Para começar pergunte a si mesmo o seguinte: se não houvesse qualquer
possibilidade de fracasso, que meta lutaria para alcançar? Você se tornaria
presidente, escritor, campeão de Fórmula 1, salvador das florestas tropicais,
proprietário de terras no Canadá, sócio de alguma pessoa em particular,
etc.?

Seja por conveniência ou por um certo conformismo, frequentemente


deixamos de dar o próximo passo importante. A conveniência, contudo, é
apenas uma desculpa: no fundo nós não acreditamos que possamos ser
bem-sucedidos.

Dicas importantes
Aumente a sua autoconfiança mantendo um diário do sucesso.

• Nossa autoconfiança determina se iremos assumir riscos ou não.


• É impossível crescer sem correr riscos.
• Nossa mente, nossa criação e nosso ambiente não costumam
alimentar nossa autoconfiança. Ter uma autoestima sólida significa
ser confiante. Seu diário do sucesso lhe mostrará quanto você
realmente é bom.
• Mantendo o diário você aprenderá a se concentrar nos seus talentos.
• Em pouco tempo começará a notar os pontos altos do seu dia e
pensar: “Isto é algo que eu posso escrever no meu diário do sucesso.”
• Nossas expectativas determinam o que podemos conquistar. Nossa
autoconfiança determina a extensão das nossas expectativas.

Seminários
Seminários possuem algumas vantagens sobre os livros: nós os sentimos,
ouvimos, vemos e vivemos, tudo simultaneamente. Quando muitos dos
nossos sentidos estão envolvidos no processo, o aprendizado é amplificado.
Em um seminário, você também pode falar com o profissional que o está
ministrando – sempre consegui ter acesso aos palestrantes e construir
alguma espécie de relação com eles, mesmo em grupos grandes. Esse tipo de
evento também oferece uma fuga da sua rotina diária de negócios e permite
que você se observe “de fora”, sob outra perspectiva. Às vezes prestamos
mais atenção à nossa intuição, por exemplo, e fica mais fácil exercitar o que
eu chamo de “pensamento lateral”, mantendo a mente aberta e considerando
as coisas de novos pontos de vista.
A atmosfera de aprendizado e concentração dos seminários fica ainda
mais interessante porque estamos cercados de pessoas que pensam de
maneira parecida com a nossa e frequentemente conhecemos alguém com
quem estabelecemos relações importantes.

Modelos de comportamento
Desde que nascemos, aprendemos quase tudo na base do exemplo e
somos muito mais influenciados por aquilo que nos cerca do que
gostaríamos de admitir – nenhum livro ou curso é capaz de nos influenciar
mais do que as pessoas ao nosso redor.
Se nos cercarmos de pessoas que são melhores que nós, cresceremos. Por
outro lado, se nos cercarmos de pessoas menos qualificadas que nós,
ficaremos estagnados. Tendemos a menosprezar a influência dos nossos
conhecidos e amigos porque gostamos de pensar que somos seres
independentes, mas, como meu coach costumava dizer, “quem anda com
porcos farelo come”.
Esse tópico é extremamente importante, mas de difícil aceitação. As
consequências são tão sérias que eu dediquei um capítulo inteiro ao assunto:
o capítulo 13, intitulado “Um coach e uma rede de especialistas”.

É preciso coragem para realizar milagres


No início deste capítulo, você leu a seguinte frase: “A maioria das pessoas
é excessivamente otimista em relação ao que pode realizar em um ano, mas
subestima aquilo que pode conquistar em dez.” Para atingir objetivos
ambiciosos, você deve realizar amplas mudanças em cada um dos cinco
níveis. Isso exige tempo, e você nem sempre perceberá de imediato quanto
cresceu como resultado de seu esforço, mas isso ficará evidente de uma hora
para outra.
O bambu ilustra esse ponto com perfeição. Alguém planta uma semente
de bambu no chão e a cobre com cinzas. Ela permanece no solo, inativa,
durante quatro anos, durante os quais deve ser regada todas as manhãs. Ao
final do quarto ano, a planta finalmente brota – e cresce 20 metros em 90
dias! Durante quatro anos não há como ter certeza de que a planta
sobreviveu. Existe apenas fé de que ela um dia crescerá e, por isso, deve-se
continuar a regá-la. Alguém que pensa no longo prazo precisa ter esse tipo
de convicção. O segredo é não se deixar desanimar – nada gera mais
coragem do que trabalhar para provocar mudanças simultâneas em cada um
dos cinco níveis.

Não há milagre sem riscos


Se quiser acumular riqueza em sete anos, você deve estar preparado para
correr riscos. O que esse termo significa para você? Um famoso toureiro
certa vez disse: “Se você não sente medo quando enfrenta um touro, não está
conquistando muita coisa; também não faz sentido deixar de enfrentar o
touro por estar com medo. Mas, se está com medo e ainda assim enfrenta o
touro, a sua conquista é grande.”
Uma pessoa muito rica colocou a questão da seguinte forma: “Tudo que
vale a pena ter me apavorou no início.” Se você não sente medo antes de dar
um novo passo, significa que o passo que está prestes a dar é pequeno
demais.
No capítulo 1 discutimos o conceito de conquistar grandes realizações.
O que eu quero dizer com “grandes realizações”? Talvez você esteja fazendo
algo que considera muito simples, mas que provoca admiração nas outras
pessoas. Ou, quem sabe, o contrário: você tem que lutar para superar os seus
medos, mas as pessoas não percebem o seu esforço. É justamente por isso
que não devemos nos medir pelos outros, mas por aquilo que somos capazes
de realizar. Leia as seguintes frases e pense a respeito da sua disposição para
correr riscos:
• Nós nos esquecemos de que continuar no caminho que já vínhamos
seguindo pode ser igualmente arriscado. O fato de algo ser familiar
não significa que também é seguro.
• A vida é um jogo. Se você não arriscar, jamais ganhará.
• Nada é garantido neste mundo, apenas as oportunidades.
• Sempre aja de imediato, porque você nunca estará inteiramente
preparado para um grande sucesso.
• A única pessoa que nunca comete erros é aquela que nunca faz nada
(Theodore Roosevelt).
• A dor da incerteza é muito maior do que a certeza da dor.
• Toda ação tem um preço e comporta riscos. Mas estes são muito
menores do que os riscos de longo prazo da inação confortável (John
F. Kennedy).
• Se você tem medo de perder, jamais ganhará.
• Corra riscos; é impossível cair quando você já está no chão (Daniel S.
Peña).

Se queremos que as mudanças ocorram, antes temos que mudar a nós


mesmos. Toda e qualquer mudança implica riscos, pois de um jeito ou de
outro abandonamos aquilo com que já estamos familiarizados. O
crescimento ocorre fora da nossa zona de conforto. “Saia da sua zona de
conforto. Substitua cada problema resolvido por outro, novo e maior.”
Neste livro você também encontrará um plano para construir a sua
fortuna em 20 anos e poder viver muito bem apenas com os rendimentos do
seu patrimônio. Você pode juntar a mesma quantia em sete anos. Milagres
acontecem quando mudanças ocorrem, mas você deve estar preparado para
sair da sua zona de conforto e assumir riscos. Um pouco de sorte também é
necessário.

Você realmente precisa de sorte?


Você precisa de muita sorte, mas como defini-la? Deixe-me antes dizer o
que a sorte não é: ela não é bem-vinda quando é algo que simplesmente cai
no colo de alguém, sem que a pessoa tenha precisado fazer o menor esforço.
Frank Sinatra se tornou um grande sucesso da noite para o dia. Ele fez
uma única aparição ao vivo na televisão e virou ídolo em todo o país.
Quando lhe perguntaram sobre a sorte inacreditável que tivera, ele teria
respondido: “Antes de mais nada, eu passei a noite sem dormir; depois, o
fato é que eu me preparei durante dez anos para aquela noite.”
Certa vez, o jogador profissional de golfe Bernhard Langer acertou uma
bola numa árvore e, em vez de ela cair, ficou presa num galho alto. O jogo
parecia perdido, mas Langer subiu na árvore, sentou-se no galho e fez a
tacada. A bola caiu bem no meio do green. Ele fechou o buraco com um put
e ganhou o campeonato. Um jornalista perguntou: “O senhor teve muita
sorte naquela jogada, não foi, Sr. Langer?” Ao que este respondeu: “Sim. Eu
me dei conta de que quanto mais eu treino, mais sortudo fico.”
Quando examinados de perto, os incríveis golpes de sorte
frequentemente não passam do resultado de longos e nada espetaculares
anos de preparação.

Como a sorte aparece?


Existem pessoas que sempre têm muita sorte quando o assunto é
dinheiro. No entanto, se observarmos essa sorte um pouco mais de perto,
reconheceremos um padrão similar de preparação. Quase sempre, são
pessoas que aprenderam a economizar, têm certa soma em dinheiro e
aprenderam a aproveitar as oportunidades.
A sorte bate à porta de todos na forma de oportunidades. Alguns não
escutam porque não reconhecem a oportunidade. Quem tem que se
preocupar com a forma como pagará as contas do mês não tem espaço na
cabeça para perceber as oportunidades. Outros até as enxergam, mas não
tomam a decisão e deixam para agir depois. As boas oportunidades passam
voando, e não esperam até que os mais lentos as agarrem. Nós temos que
aproveitá-las imediatamente. Poucos são aqueles que reconhecem as
oportunidades, possuem o capital necessário e de fato fazem bom proveito
delas – essas são as pessoas que têm sorte. Menos numerosas ainda são as
pessoas que vão ativamente atrás das oportunidades – essas têm muita sorte.
Os componentes da sorte são:

• Economizar algum capital.


• Reconhecer as oportunidades.
• Decidir rápido e aproveitar as oportunidades imediatamente.
Se alguém é incrivelmente sortudo, é provável que tenha enfrentado os
desafios e assumido riscos. Vemos a rosa, mas não seus espinhos.
Reconhecemos a sorte, mas não a preparação. Não vemos os erros.
Ficaríamos surpresos ao descobrir como aquele sujeito “sortudo” se prepara
sistematicamente porque, se não entendemos alguma coisa, tendemos a lhe
atribuir o rótulo de milagre ou sorte. Agora já vimos que milagres podem
ser construídos e que a sorte é o resultado de anos de preparação.
Por fim, a nossa postura decide se vamos ou não atribuir os milagres ao
sobrenatural apenas porque não sabemos explicá-los. Nossa postura
também determina se iremos ou não insistir em nos enxergar como
“azarados” – o que retira a responsabilidade dos nossos ombros e a transfere
para a falta de sorte, criando uma excelente desculpa. No entanto, se você
aceita a responsabilidade, a sorte pode ser planejada, e todos têm chance de
obtê-la.
A questão fundamental é se queremos assumir o peso de toda a
responsabilidade, inclusive pelos milagres e pela sorte. Se a resposta for
afirmativa, você ficará surpreso com os milagres que poderá realizar. Além
disso, será capaz de planejar a própria sorte em vez de somente alegar que
“teve azar”.

Realizar milagres é uma tarefa fácil?


Ao ler o próximo capítulo, você descobrirá que ficar rico é algo
realmente simples – é fácil entender cada uma das disciplinas e a maneira de
colocá-las em prática. Você seria capaz de sentar-se hoje e ler durante uma
hora? Você conseguiria tirar cinco minutos para escrever no seu diário do
sucesso? Seria possível ir a quatro seminários por ano? Você poderia
selecionar melhor as pessoas que o cercam? É claro que sim, porque esses
conceitos são simples de se compreender.
Mas colocá-los em prática não é fácil. Mesmo as tarefas mais simples
podem ser complicadas às vezes, sobretudo quando têm que ser cumpridas
continuamente. Ser disciplinado e mudar hábitos antigos também não é
moleza – na verdade, é quase impossível. Quantas vezes nós já não
decidimos fazer algo que acabamos não fazendo?
Você encontrará respostas para essa questão no capítulo 5 e verá que ser
disciplinado e adquirir novos hábitos começa com uma mudança nos seus
valores e crenças. Se não modificá-los, não conseguirá adquirir novos
hábitos. Porém, quando estabelecemos novas crenças, mudar os nossos
hábitos deixa de ser um problema.
As oportunidades não perdem tempo com os despreparados. Quando
você se prepara, começa por mudar a sua postura. Você realmente acredita
que é o único responsável por tudo? Estar disposto a assumir total
responsabilidade é fundamental para realizar um milagre. Quem assume a
responsabilidade assume também o poder.

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

A maioria das pessoas é excessivamente otimista em relação ao que pode realizar em


um ano, mas subestima aquilo que pode conquistar em dez.

Mudanças amplas acontecem em cinco níveis: ações, técnicas, desenvolvimento


pessoal, visão de mundo e autoimagem.

Você pode se convencer dos riscos nas oportunidades ou perceber as oportunidades


nos riscos.

É mais satisfatório ser um milionário, alguém que pode realizar milagres, do que apenas
possuir um milhão.

Pessoas com pouca autoconfiança se protegem evitando riscos.

Para realizar milagres, você deve estar disposto a correr riscos.

Se você não ficar com medo antes de dar um novo passo, isso significa que esse passo
é pequeno demais.

Uma sorte incrível é, na maioria das vezes, o resultado de muitos anos de preparação.

Nós somos responsáveis pela sorte que temos e pelos milagres que ocorrem em nossas
vidas.
4

Por que mais pessoas não ficam ricas?

“Há uma grande diferença entre jogar para ganhar e jogar para não perder.”
DANIEL S. PEÑA, Raising Capital

A maioria das pessoas nos Estados Unidos inicia a carreira aos 22 anos.
Provavelmente esse também é o seu caso. Para você, quais são as suas
chances de ser milionário ao completar 65 anos?
Estatisticamente, suas chances são de 0,2%. Consideremos a renda anual
bruta dos trabalhadores empregados nos Estados Unidos:

87,3% ganham menos de US$ 25.000 por ano;


10,4% ganham entre US$ 25.000 e US$ 50.000;
1,6% ganham entre US$ 50.000 e US$ 100.000;
0,5% ganham entre US$ 100.000 e US$ 250.000;
0,1% ganham entre US$ 250.000 e US$ 500.000;
menos de 0,05% ganham acima de US$ 1.000.000.

É fácil aprender os princípios básicos da riqueza descritos neste livro.


Por que, então, não existem mais pessoas ricas? Se, por um lado, não é nada
difícil escrever no seu diário do sucesso todos os dias, por outro, é
igualmente fácil não fazê-lo. Mesmo que poupar 10% da sua renda todos os
meses seja algo simples, você é bem capaz de gastar todo o seu dinheiro sem
fazer nenhum esforço. Ganhar mais dinheiro é simples, mas também é fácil
ganhar pouco dinheiro. Nossos valores e crenças determinam o caminho
que escolhemos.
Tomemos as férias como exemplo. Algumas pessoas preferem ficar
deitadas tostando ao sol, enquanto outras preferem se mexer e jogar vôlei de
praia por horas a fio. Ambos os grupos acreditam ter escolhido a melhor
maneira de passar as férias e o fazem sem o menor esforço. As pessoas com
pouco dinheiro também optaram pelo caminho mais fácil e, com isso,
adotam princípios que as impedem de acumular uma fortuna.

As pessoas sem dinheiro nunca definem claramente o


que é ser rico
Em sua opinião, o que significa ser rico? Você já definiu esse conceito em
números? A vida é como fazer compras pela internet: você recebe exatamente
aquilo que encomendou. Não basta definir que ser rico é simplesmente
“juntar uma grande quantidade de dinheiro em algum momento da vida”.
Você com certeza não faria uma encomenda especificando apenas “Por
favor, mande-me algo legal”. É preciso definir uma quantia para expressar o
que ser rico significa para você. Determine quanto dinheiro você gostaria de
ter e quando:
Até o ano ___________ eu terei juntado R$ ____________________.
Você nunca atingirá essa meta se não especificar uma quantia. Aqui vai
um conselho: você até pode aumentar essa quantia posteriormente, mas
certifique-se de que a tenha anotado no papel.
Definir o que é ser rico exige três coisas: você precisa de uma quantia
definida, essa quantia deve ser registrada de alguma forma e você deve ser
capaz de visualizá-la em seus pensamentos.
Pense numa cama. Os olhos da sua mente visualizam as letras C.A.M.A.
ou a imagem de uma cama? A cama está feita ou bagunçada? Ela está vazia
ou alguém está deitado nela? O nosso inconsciente reage a imagens, não a
palavras ou números. Se queremos realmente acumular riqueza, nosso
inconsciente deve ser um aliado. Assim, conseguiremos fazer de maneira
automática aquilo que é necessário para atingir nossos objetivos.
Você forneceu ao seu inconsciente as imagens que sua meta exige?
Alguma vez já recortou a foto de uma casa, de um carro ou de um relógio e a
carregou consigo? Cada vez que olha para essas fotos, você reforça a imagem
em sua mente.
Nosso cérebro precisa desses “mapas” para se orientar. Se ficarmos
expostos ao bombardeio diário e comum de estímulos a que todos estamos
sujeitos, não podemos nos surpreender com o fato de não progredirmos.
Conheci um sujeito jovem e bem-sucedido que havia progredido de
mecânico à presidente da empresa num intervalo de seis anos. Ele disse:
“Consegui fotos de todas as pessoas da empresa que ganhavam mais de um
milhão de dólares por ano. Eu queria, de qualquer jeito, ser uma delas.
Recortei a cabeça de uma das fotografias e colei o meu rosto no lugar.
Diariamente, eu observava aquela imagem e fechava os olhos por alguns
instantes. Imaginava como deveria ser fazer parte daquele círculo de
pessoas, fantasiava as coisas que elas me diriam, os lugares para onde eu
viajaria, o que eu comeria e beberia, e a maneira como eu me sentiria.
Passado um ano, eu sabia que tinha que atingir aquela meta, eu exigia aquilo
de mim mesmo. Essa decisão me deu mais força do que você pode imaginar.
Enquanto me mantive concentrado no meu objetivo, não tive medo nem
dúvidas. A imagem já era real para mim, mesmo antes de eu atingir aquela
posição.”
Eu gostaria de contar a você que atingi a quantia que havia fixado como
meta dez anos atrás. À época, parecia um milagre. Não tenho nem um
centavo a menos do que eu desejara então. Sei que esse método funciona.
No entanto, também não possuo mais do que eu havia fixado como meu
objetivo.

Dicas importantes
Determine exatamente o que você quer e comece a fazer um Álbum dos
Sonhos.

• Cole imagens de todas as coisas que farão parte da sua vida em um


álbum de fotografias.
• Pense em tudo o que você terá, fará e será.
• Use imagens que mexam com as suas emoções.
• Olhe o seu Álbum dos Sonhos sempre que possível.
• Depois feche os olhos por alguns instantes e observe tudo o que você
vê e ouve, todos os odores e sabores que sente e sentirá quando tudo
aquilo se tornar realidade.
Quem não tem dinheiro faz da riqueza um alvo em
movimento
Sempre que estamos felizes, tendemos a fixar as nossas metas em um
patamar um pouco mais alto. Quando estamos deprimidos, a tendência é
diminuir o padrão. Contudo, o nosso inconsciente reage de acordo com a
frequência e a duração dos estímulos, e por isso é importante fazer com que
os nossos objetivos de longo prazo sejam estáveis. Quanto mais ambiciosa
for a meta, menos você terá que alterá-la. Talvez você mesmo já tenha se
perguntado se não seria melhor ter objetivos menos ambiciosos e mais
realistas em vez de querer alcançar metas aparentemente inatingíveis. Na
minha opinião, objetivos ambiciosos são mais realistas do que os modestos.
Deixe-me explicar: se a sua maior meta de longo prazo for modesta,
assim que alguma complicação surgir no seu caminho você perderá o
objetivo de vista.

Quando olhar para a sua meta, ela não estará mais visível, pois será
pequena o suficiente para ser ofuscada pelo problema. Quando perdemos
nosso objetivo de vista, somos tomados pelo medo e pelas dúvidas. Você sabe o
que muitas pessoas fazem para evitar enfrentar os problemas? Elas
estabelecem uma nova meta.
É claro que um novo problema acabará se colocando no caminho até
suas novas metas – para evitar que isso aconteça, elas provavelmente
modificarão seus objetivos outra vez. Por esse motivo, é preferível fixar
metas maiores, de forma que o surgimento do problema não o faça perdê-las
de vista.

Há ainda outra razão pela qual metas mais ousadas são melhores: elas
aumentam a nossa capacidade de reconhecer oportunidades. As pessoas
tendem a só prestar atenção às coisas que lhes interessam. Assim, ao fixar
objetivos mais ambiciosos, nós nos interessamos por mais e mais coisas,
encontramos novas oportunidades e conhecemos pessoas diferentes.
Aqueles que enriqueceram tinham metas ambiciosas estabelecidas desde
cedo. Nossos problemas são vistos em comparação com os nossos objetivos;
portanto, os problemas dessas pessoas sempre foram relativamente pequenos
diante das suas metas, ainda que parecessem intransponíveis.
Veja, por exemplo, o caso de Ted Turner, fundador da CNN. Quando ele
era jovem, aprendeu o seguinte princípio com seu pai: Estabeleça para si
mesmo metas que não conseguirá alcançar. Então ele decidiu criar a maior
emissora de televisão do mundo. Você pode imaginar que ele tenha
encontrado um ou outro problema ao longo do caminho, mas Ted Turner
diz que “por maiores que fossem as dificuldades, elas sempre foram
relativamente pequenas em comparação com os meus objetivos. Assim, eu
nunca me desviei do caminho por causa dos obstáculos, porque nunca perdi
minha meta final de vista”.

Quem não tem dinheiro não vê a riqueza como uma


necessidade absoluta
Imagine que você está caminhando em uma floresta e chega à beira de
um penhasco. Aproximadamente três metros mais abaixo, avista uma bolsa
dentro da qual algumas notas de cinco dólares estão visíveis. Com cuidado,
começa a descer até ela, mas escorrega de repente nas pedras e só no último
instante consegue se agarrar a uma raiz. Você provavelmente decidirá que o
risco de vida é grande demais e subirá de volta.
Você pode imaginar como a situação seria diferente se, em vez de uma
bolsa, houvesse uma garotinha caída no mesmo local? E se ela estivesse
machucada e chorando de medo? A sua mente agora reformula a questão,
que deixa de ser “Eu devo descer ou não?”, pois é evidente que você não
pode simplesmente abandonar a menina. Agora o problema é “Como eu faço
para tirá-la de lá?” – ajudar a menina tornou-se imprescindível.
Observamos com frequência como as pessoas bem-sucedidas se
colocam, de maneira deliberada, em situações em que são obrigadas a agir.
Elas assumem compromissos publicamente e informam a todos ao seu
redor: “Eu descerei até o fundo do penhasco e trarei a menina de volta ou
morrerei tentando.”
As pessoas que acumularam uma fortuna não são necessariamente
exemplos perfeitos de uma disciplina inabalável. Elas apenas fazem o que
julgam ser necessário e não conseguem agir de outra forma. Para elas, ficar
sem dinheiro ou ser só medíocre não é uma opção.
Está nas suas mãos tornar cada um dos seus objetivos uma necessidade
absoluta. Faça o seu Álbum dos Sonhos e olhe frequentemente para as suas
páginas. Feche os olhos e imagine como seria viver aquela vida. Faça esse
exercício a cada três meses: você observará como o seu inconsciente começa a
aceitar que você não poderá ser feliz se não atingir as suas metas e que seria
extremamente doloroso se nada mudasse. Você tem que alcançar as suas
metas. A partir de então será possível assumir publicamente o seu
compromisso de ficar rico.
A sua forma de agir fará com que as pessoas esperem isso de você. Se
anunciar as metas que fixou com convicção, será motivo de chacota pelo
resto da vida se não atingir o seu objetivo. Agindo assim, não há como voltar
atrás. Pode parecer um pouco duro, e talvez você não esteja certo de que
precisa mesmo ficar rico, mas qualquer dúvida que ainda possa ter restado
será resolvida no próximo capítulo.

Quem não tem dinheiro não persevera


Já idoso, Winston Churchill foi convidado a fazer um discurso em uma
universidade que ficava perto de sua cidade natal. Pessoas de todos os
lugares queriam ver e ouvir o maior e mais celebrado inglês vivo. Alguns
diziam que ele se preparava para fazer o discurso mais eloquente de sua vida
e que pretendia expressar em palavras todo o conhecimento que acumulara
até então. Chegado o grande dia, milhares de pessoas espremiam-se no
maior auditório da universidade, à espera do grande homem e de seu
poderoso discurso. Churchill se levantou, aproximou-se do microfone e
disse: “Nunca, nunca, nunca, nunca desistam.” E sentou-se.
Esse era o seu discurso. Ele não voltou a se levantar. Pouco a pouco o
público se deu conta de que Churchill não diria mais nada porque nada mais
era tão importante para ele quanto o que acabara de dizer. Nunca desistir era
a verdadeira essência de sua vida. Mas, se o seu discurso já era mesmo curto,
por que ele não se contentou em dizer “Nunca desistam”? Por que ele repetiu
a palavra “nunca” quatro vezes? Churchill era um profundo conhecedor da
natureza humana. As pessoas tendem a estabelecer limites.
É fácil achar uma razão para desistir dos seus objetivos. Se nós
estabelecermos limites, nós os alcançaremos. Se você fixar um objetivo, nada
deve impedi-lo – absolutamente nada. Se houver algo capaz de impedi-lo,
você desistirá mais cedo ou mais tarde – melhor, então, seria se poupar o
trabalho e nem tentar.
Antes de se agarrar ao seu objetivo, você deve descobrir se realmente
quer atingi-lo. Muitas vezes alcançamos nossas metas simplesmente para
constatar, com frustração, que elas não nos satisfazem. É como desejar ter
uma casa com um jardim enorme para se dar conta, mais tarde, depois de
estar morando em sua casa dos sonhos, de que dá muito trabalho – é preciso
cortar a grama, limpar, reformar, consertar, etc. Sob essas circunstâncias,
você seria muito mais feliz com um bom apartamento na cidade.
Você corre o risco de trilhar um árduo caminho apenas para descobrir
ao final que o que desejava de verdade era algo inteiramente diferente. Se,
pelo contrário, tiver certeza e segurança do que quer, essa certeza lhe dará
ainda mais força e motivação para a sua busca. Você gostaria de saber se a
sua meta realmente lhe trará felicidade e satisfação? Há um método simples
de descobrir. Escreva abaixo um objetivo ambicioso (uma casa, um carro,
um emprego, uma empresa, um sócio, uma viagem, etc.); descreva-o da
melhor maneira possível, sem excluir nenhum detalhe.

Agora feche os olhos e imagine como seria ter tudo isso que você deseja.
Pense em como seria a sua rotina. Como se sente? O que precisa fazer?
Quais atividades você deve realizar? Quais problemas podem surgir? Se
puder fazer esse exercício por dez minutos diários e se sentir bem com isso,
é quase certo que você ficará satisfeito ao atingir a sua meta. Afinal de
contas, nunca desistir é muito vantajoso.

Quem não tem dinheiro não assume responsabilidade


Se consumirmos a nossa energia com perguntas do tipo “por quê?”, só
encontraremos desculpas. Nós olhamos para o passado porque não
podemos mudar o que já aconteceu. Por outro lado, as pessoas que se
concentram no “como?” estão buscando soluções, procurando novos
caminhos, agora ou no futuro. Sempre somos responsáveis quando algo dá
errado. É impossível delegar a responsabilidade pela nossa vida – nem
mesmo a médicos, advogados ou contadores.
Pode ser de grande ajuda, porém, considerar que esses especialistas são
administradores que nos ajudam com assuntos específicos. Mas nós
continuamos responsáveis. Temos que manter o controle e gerenciar os
nossos administradores. Nunca aceite uma situação em que outra pessoa
assume a responsabilidade por você. Seja em relação à sua saúde, a processos
judiciais ou às suas declarações de imposto de renda: a responsabilidade é
sempre sua. Os especialistas podem ajudá-lo nesses assuntos, mas você
continua sendo o chefe.
Surpreendentemente, as pessoas estão cada vez mais dispostas a assumir
a responsabilidade pelas coisas que dão errado, sem colocar a culpa nas
circunstâncias. Mesmo assim, elas ainda não assumem a responsabilidade
por suas conquistas.
Responda a estas duas perguntas simples:

• Considerando que você se esforce ao máximo, dando o melhor de si,


qual é a quantia máxima que seria capaz de ganhar nos próximos 12
meses?
R$ ______________________________

• Como chegou a esse valor?

O que você acha deste cálculo: pegue o maior rendimento mensal que já
conseguiu ganhar em toda a sua vida e multiplique-o por 12. Feito isso,
acrescente 10% ao seu rendimento mensal máximo. Você se sentiu
desconfortável ao calcular esses valores? Eles lhe parecem inatingíveis?
Em caso afirmativo, é chegada a hora de assumir a responsabilidade pelos
seus sucessos. O seu melhor resultado não é fruto de circunstâncias
favoráveis ou de um mês anormal. Não foi por sorte, não foram outras
pessoas – nem mesmo o alinhamento dos astros. Você, e mais ninguém,
conquistou aquele sucesso. Você foi o responsável, e isso significa,
evidentemente, que é capaz de repetir o feito, que pode criar as
circunstâncias necessárias – afinal de contas, já conseguiu uma vez.
Mas, caso se convença de que não pode repetir aquele resultado, estará
sabotando a sua chance de turbinar a sua autoestima. Por isso é importante
repetir logo o seu melhor resultado: isso fará com que prove a si mesmo que
você foi o responsável por aquele sucesso, e não que ele se deveu a algum
conjunto favorável de circunstâncias. Aceite o fato de que você é
competente; assuma a responsabilidade pelos seus melhores resultados.

Quem não tem dinheiro não está preparado para dar


110% de si
Se você procurar justificativas, as encontrará. Eis dois dos mais perigosos
álibis, especialmente nocivos porque se disfarçam de posturas em relação à
vida quando, na verdade, são apenas mentiras e desculpas:

• “No futuro também estarei satisfeito com o que eu tiver.”


• “Se eu desse o melhor de mim, eu seria o melhor.”

Essas desculpas frequentemente contêm vestígios de autoengano, medo e


baixa autoestima. A satisfação é um objetivo ambicioso. Nós faríamos
qualquer coisa para alcançar a satisfação e a felicidade. Mas o que nos faz
felizes? Somos felizes se vivemos em harmonia com a nossa natureza
humana – e é uma característica inata do ser humano querer amadurecer e
ter sucesso. O crescimento e o desenvolvimento, em última instância, levam
à satisfação.
Você consegue pensar em algum momento de sua vida do qual seja
extremamente orgulhoso? Há algo extraordinário que você já foi capaz de
realizar, algo que possa contemplar com grande satisfação? Não é possível
dizer sem medo de errar que você foi levado a alcançar essa realização
extraordinária porque não ficaria satisfeito se as coisas tivessem
permanecido como estavam?
É fundamental que sejamos gratos pelo que possuímos hoje. Continuar
satisfeito amanhã com aquilo que possuímos hoje contradiz a necessidade
humana de evoluir. Uma árvore nunca para de crescer. Um ser humano que
deixa de crescer começa a morrer. Nós alcançamos o máximo de satisfação
quando nos esforçamos ao máximo.
Muitas pessoas extremamente talentosas passam a vida inventando
desculpas e afirmando que “poderiam ser muito boas se se esforçassem”. Por
que isso é uma desculpa? Pense no que aconteceria se essa pessoa de fato se
esforçasse e, mesmo assim, fracassasse? É por isso que ela tem medo. Quem
se esforça ao máximo elimina a última chance de inventar desculpas e
precisa ser bem-sucedido naquilo que se propôs a fazer. Não há mais a
possibilidade de se esconder atrás de uma máscara. Você só pode assumir
completamente a responsabilidade pela sua vida quando der 110% de si.
Assim, não vai querer se dispor a arrumar mais desculpas – você precisa
alcançar a sua meta e a alcançará.
Dar 110% de si é sinônimo de crescimento. Digamos que você queira ter
músculos de aço. Você faz dez repetições de levantamento de peso. Qual das
dez repetições é a mais importante? Quando é que o crescimento dos seus
músculos será maior? O búlgaro recordista de medalhas em levantamento
de peso afirma que o segredo está na décima primeira repetição.
A maioria das pessoas procura atingir 100% e acaba atingindo apenas
80%. Se, em vez disso, você se dispuser a atingir 110%, facilmente alcançará
100% e logo se dará conta de que 100% é relativo.

Quem não tem dinheiro não tem um bom coach


A base mais importante para se atingir a riqueza é ter um coach, alguém
que seja infinitamente mais bem-sucedido que você e esteja preparado para
acolhê-lo e encorajá-lo. Toda pessoa extremamente rica que eu já conheci
teve um coach em algum momento da vida – e pelo menos alguns
indivíduos que serviram como modelos de conduta e com os quais teve uma
relação próxima.
Todas as pessoas ricas que conheço são excessivamente confiantes, a
ponto de ser difícil para elas admitirem a possibilidade de errar. Elas se
autoprogramaram de tal forma que, em caso de dúvida, sempre acabam em
uma posição favorável e não têm a menor dificuldade de se sentirem
responsáveis pelo próprio sucesso. Muito pelo contrário, elas tendem a
distorcer os fatos em sua mente de modo a se enxergarem sob uma luz
melhor.
Há alguns indivíduos, porém, a quem cada uma delas gosta de estender
seus elogios – seus coaches. Os muito ricos admitem abertamente que devem
a eles mais de 80% do sucesso que obtiveram.
Tomemos como exemplo os atletas de elite. Por que todos eles têm um
treinador, um coach? Por que eles permanecem com o mesmo coach mesmo
depois de terem atingido o auge de suas carreiras? Apenas um coach
experiente é capaz de extrair o máximo do talento de um atleta no menor
tempo possível. Dessa forma, os atletas não têm que aprender por tentativa e
erro; eles se beneficiam das conexões e da experiência de seus coaches.
Digamos que você, após quatro anos de estudos, acaba de obter um
diploma universitário em engenharia florestal e agora pode se candidatar ao
cargo de chefe responsável por uma área de floresta. Depois de emigrar para
o Canadá, você não sabe nada a respeito das características da floresta local
nem sobre os hábitos dos animais nativos – ou mesmo sobre as
peculiaridades das plantas do lugar. Você recebe uma oferta para ser chefe
em uma linda área de 5.000 hectares nas montanhas e mal sabe por onde
começar. Então descobre um antigo madeireiro, o Sr. Barbacinza, que mora
na região há 67 anos, nas proximidades da floresta. Ele conhece cada trilha,
animal e planta do local; sabe onde há areia movediça e onde as avalanches
são mais frequentes, onde ficam os ninhos de todas as cobras e quais pestes
são comuns na área. Será que valeria a pena ser treinado pelo Sr. Barbacinza
por seis meses? Pense: você seria capaz de adquirir 67 anos de experiência
em apenas seis meses!
Além disso, um bom coach saberá pressioná-lo na medida certa por um
período de tempo mais longo, de modo que você seja obrigado a dar 110%
de si. Somos capazes de fazer qualquer coisa para evitar o sofrimento e
sentir prazer – sendo que a primeira é a tendência mais forte entre essas
duas. Digamos que você esteja em um cômodo, fazendo a atividade mais
agradável que pode imaginar. De repente, há um incêndio. O seu desejo de
evitar a dor e escapar das chamas é maior do que o de continuar se
dedicando à atividade que até então vinha realizando. Um bom coach
compreende a interação entre a dor e o prazer e, por isso, é capaz de motivar
seu pupilo da melhor maneira possível. Ele entende que a dor pode ser o
maior estimulante de todos, mas que em excesso ela se torna prejudicial.
Além disso, um coach sabe monitorar o seu progresso de uma maneira
mais objetiva do que você provavelmente seria capaz de fazer. E, se você se
desviar do seu plano, decepcionará duas pessoas – você e seu mentor. Isso o
submete a uma pressão maior, tornando a necessidade de sucesso mais
premente. É por isso que as pessoas focadas no sucesso não fogem de
alguém que as controle – pelo contrário, elas buscam isso.
Um coach espera mais de você do que você mesmo, e as expectativas
determinam o rumo que tomamos na vida, como uma espécie de bússola.
Quando adotamos os parâmetros fixados pelo nosso mentor, precisamos nos
dedicar ainda mais.

Dicas importantes
Encontre um coach.

• Um coach financeiro deve ter pelo menos dez vezes mais dinheiro do
que você.
• Ele pode ajudá-lo a evitar os erros.
• Ele estimula os seus talentos e impede que você desperdice o seu
tempo.
• Um coach pode motivá-lo consideravelmente, sobretudo se não tiver
medo de fazê-lo sofrer.
• Ele monitora o seu progresso e controla a sua performance.
• Ele o leva a atingir resultados melhores do que você seria capaz
sozinho.

Você quer se assegurar de que colocará em prática todas as informações


contidas neste livro? Arranjar um coach é a melhor maneira de atingir esse
objetivo; nenhum outro método é tão rápido, eficaz e aumenta tanto as suas
chances de sucesso quanto um coach extremamente competente. É claro que
há outras questões a serem respondidas. O que define um bom coach? Como
encontrar um? Como você o convence a ser o seu coach? Quais regras
devem ser seguidas? Todas essas perguntas são importantes, razão pela qual
eu dediquei o capítulo 13 a respondê-las.
Quem não tem dinheiro se concentra nos pontos fracos
Anote os motivos pelos quais você acredita que merece e os motivos
pelos quais acredita que não merece se tornar muito rico. Quais são os seus
pontos fortes e fracos?

Pontos fortes Pontos fracos

Em qual das colunas você começou a escrever primeiro? Qualquer um


que se concentre nos próprios pontos fracos nunca ficará rico. Isso não
significa, é claro, que deva ignorá-los. O que nos interessa aqui é a ordem em
que você listou as suas qualidades e fraquezas, portanto aquilo que o tornará
rico.
Talvez você já tenha ouvido alguém dizer que só é possível enriquecer
quando eliminamos as nossas deficiências. Esse não é mais o caso
atualmente. Hoje sabemos que a riqueza não advém da eliminação dos
pontos fracos e que lutar contra as próprias fraquezas apenas nos leva a
despender muita energia para, no final, sermos apenas medíocres.

Os seus pontos fortes o tornarão rico


São os seus pontos fortes que o tornarão rico. Veja, por exemplo, o tênis.
O forehand da Steffi Graf é seu ponto forte, e ela o utiliza sempre que
possível. Em vez de se concentrar em melhorar seu backhand relativamente
fraco, ela tenta contornar as bolas para poder usar seu forehand. Em
contrapartida, suas oponentes sempre tentam lançar as bolas para o lado do
seu backhand, o que a obrigou a mudar o treinamento de modo a melhorar
o backhand. Então ela deixou de ter prazer no jogo, porque passou a jogar
para não perder, em vez de jogar para ganhar.
Há uma grande diferença entre jogar para ganhar e jogar para não perder.
Quantas pessoas deixam de ter prazer no que fazem e arruínam suas
chances de enriquecer por tentarem desesperadamente eliminar seus pontos
fracos? Com frequência isso não passa de uma luta fadada ao fracasso que
acaba com toda a diversão. Você não pode ignorar os seus pontos fracos,
mas também não deve combatê-los, porque não é isso que o tornará rico.
Você deve, portanto, achar uma solução para os seus pontos fracos. Se até hoje
não conseguiu se tornar um bom contador, provavelmente nunca incluirá a
contabilidade entre as suas habilidades. Aceite esse fato e contrate um
contador de verdade.
Por outro lado, também não pode abandonar os seus pontos fortes ao
acaso. Precisa de um coach que estimule os seus talentos; de alguém capaz de
alimentar constantemente as suas habilidades e que o treine de maneira
consistente, até que os seus pontos fortes sejam predominantes. A excelência
traz dinheiro. Resumindo: encontre uma solução para os seus pontos fracos e
um coach para os seus pontos fortes.

Qual é o preço da riqueza?


Existem muitas histórias horríveis sobre o alto preço que devemos pagar
pela fortuna. Não é raro ouvir falar sobre pessoas obcecadas pelo dinheiro
que arruinaram a saúde e negligenciaram as famílias. Não há nada a que a
corrida pelo dinheiro não sirva como justificativa.
A sua postura em relação à sua saúde e à sua família reflete a sua
condição física e a sua vida familiar. Se o dinheiro tiver um lugar primordial
na sua vida, ele provavelmente causará mais danos à sua saúde quando
estiver escasso do que quando for abundante. Estar em dificuldades
financeiras terá mais consequências negativas sobre a sua vida familiar do
que a riqueza.
Ficar rico é relativamente simples. Você descobrirá que cada um dos
passos rumo à fortuna é descrito aqui de maneira clara e compreensível. É
claro, há um preço a pagar, e esse preço é o tempo. Você não deve alienar a
sua família, mas precisará dedicar algum tempo a assimilar este livro e
alguns dias para pôr as suas finanças em ordem. Também precisará
regularmente separar algumas horas para esse objetivo todos os meses.
Porém esse tempo será insignificante diante do tempo que você ganhará no
longo prazo.

Um ano sabático
Imagine que você pudesse tirar um ano inteiro de férias em algum
momento nos próximos cinco anos. Poderia fazer o que bem entendesse por
um ano inteirinho e ainda ser capaz de pagar as contas. Poderia viajar e fazer
tudo de que gosta, mas não faz porque não sobra tempo na sua atual rotina.
A ideia de “sabático” vem do Antigo Testamento. O povo semita sempre
trabalhava durante nove anos e depois tirava o décimo ano de férias. Era um
tempo para se distanciar de tudo e refletir; um tempo durante o qual o
indivíduo podia examinar o rumo de sua vida e fazer planos para a década
seguinte com tranquilidade; um tempo para viajar ou simplesmente não
fazer nada.
Após ter trabalhado durante nove anos, o dinheiro já não era um
empecilho para as minhas atividades. Ele havia se tornado um apoio para
mim, o que de fato sempre deveria ter sido. Passei a ser capaz de viver
apenas do rendimento das minhas aplicações. Então tirei um ano de folga.
Durante as primeiras semanas, não fiz praticamente nada; depois, viajei
muito e participei de alguns seminários. Aprendi a meditar e encontrei a
paz, li livros que enriqueceram a minha vida, embora não tivessem qualquer
relação com o meu trabalho de então. Reaprendi a escutar a minha voz
interior. Eu queria planejar o meu futuro, e logo me dei conta de que não
estava encontrando respostas, mas apenas mais perguntas.
As perguntas continuavam surgindo, mas finalmente consegui resumi-
las em duas questões essenciais: “Quem sou eu?” e “Qual é o meu objetivo
na vida?”. Para encontrar essas respostas, comecei a escrever. Fui para o
Caribe, sentei-me à sombra de uma palmeira e me comprometi a responder
a cada uma dessas questões em apenas uma frase. Você pode imaginar como
esse tempo foi valioso para mim. Após 11 dias e muitas páginas, tudo ficou
claro: eu encontrei o meu objetivo na vida. A força, a energia e a paixão que
advêm do fato de você conhecer o sentido da sua vida são avassaladoras. Eu
tinha acabado de descobrir a minha paixão.
Talvez você também esteja adiando algumas coisas que deveria fazer mas
para as quais precisa de paz, tranquilidade e tempo. O que faria se pudesse
tirar um ano sabático? Pode imaginar um ano inteiro só para você, no qual o
dinheiro não seja um problema? Anote as respostas abaixo.

É claro que não é necessário ter liberdade financeira para descobrir o seu
objetivo de vida, mas eu tenho certeza de que concorda comigo quando digo
que isso ajuda. Muitas pessoas acreditam que suas preocupações cotidianas
as impedem de dedicar parte de seu tempo à reflexão sobre as questões
essenciais da vida.
É por isso que eu sei que o preço a pagar é muito mais alto se você não
constrói a sua fortuna: a sua autoestima sai prejudicada. A segurança
financeira é essencial para um estado de saúde ideal. Com a ajuda deste livro
você investirá o seu tempo de maneira inteligente para alcançar a riqueza. É
um investimento que dará frutos enormes – no final, você ganhará muito
mais tempo para si. Como para um ano sabático, por exemplo.
Insisto que ter dinheiro é uma coisa benéfica. É melhor ser rico e
saudável do que pobre e doente. Ter dinheiro corresponde à natureza do
homem – é natural crescer. E o mesmo se aplica ao dinheiro.
Acabamos de apresentar algumas questões que talvez lhe tenham
causado algum desconforto; que talvez contrariem seus valores e convicções
mais profundos. No próximo capítulo iremos determinar como você
realmente enxerga o dinheiro.
RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

As metas ambiciosas são mais realistas do que aquelas mais modestas, porque os
problemas não são capazes de fazer com que você perca de vista seus objetivos
maiores.

As pessoas bem-sucedidas sempre entenderam a necessidade de se colocarem em


situações em que são obrigadas a agir. Elas jamais seriam felizes se não atingissem os
seus objetivos.

Se você se impuser limites, acabará alcançando-os.

Assuma a responsabilidade não apenas pelos seus erros, mas também por suas
conquistas. Se você se convencer de que não conseguirá repetir o melhor resultado que
já alcançou, estará sabotando as suas chances de turbinar a sua autoestima.

Quem dá 110% de si não tem a possibilidade de inventar desculpas e se sente obrigado


a atingir seus objetivos.

Você precisa de um coach experiente que saberá estimular os seus talentos.

Alguém que se concentre primeiro em seus pontos fracos nunca alcançará a riqueza.

Faz muita diferença jogar para ganhar em vez de jogar para não perder.

Qualquer um que deixe de ter prazer no que faz arruína suas chances de enriquecer por
tentar desesperadamente eliminar seus pontos fracos.
O preço da riqueza é o tempo, mas não chega nem perto do tempo que se ganha
quando você tem uma fortuna. A riqueza permite que você reflita sobre o seu objetivo de
vida com paz e tranquilidade e sem preocupações de ordem financeira.
5

Como você realmente enxerga o dinheiro?

“A situação atual de uma pessoa é o


reflexo perfeito das coisas em que ela acredita.”
ANTHONY ROBBINS, Poder sem limites

S e eu perguntasse se você gostaria de ter mais dinheiro, você


provavelmente responderia: “Que pergunta ridícula! É claro que eu
gostaria de ter mais dinheiro.”
Você tem razão. Naturalmente, acha que quer mais dinheiro. Mas será
que é isso que o seu inconsciente deseja? Lembra-se de quando fizemos a
comparação com as compras pela internet? Você encomenda exatamente o
que acredita ser bom para você. Basicamente, possui hoje exatamente aquilo
que sente que é certo e bom para você.
Enquanto enxergar o dinheiro dessa maneira, fará sempre “a mesma
encomenda” e nada mudará, mesmo que você acredite que quer mais
dinheiro. Seria o mesmo que esperar pelo carteiro torcendo para que ele
entregue algo diferente daquilo que você encomendou. Se continuar
encomendando a mesma coisa, suas esperanças serão em vão.
Responda às seguintes perguntas:

• Você alguma vez já gastou mais dinheiro do que havia planejado


inicialmente? Por quê?
• Alguma vez já desejou perder peso mas não conseguiu? Por quê?
• Alguma vez já decidiu poupar dinheiro mas não conseguiu? Por quê?
• Alguma vez já decidiu não comprar roupas durante três meses mas
acabou comprando assim mesmo? Por quê?
• Alguma vez já entrou no cheque especial? Por quê?
• Alguma vez já decidiu realizar alguma coisa mas acabou desistindo?
Por quê?

O que aconteceu? Será que existe alguma “força maior” dentro de você
que às vezes se sobrepõe a seus planos e boas intenções?
Há uma diferença entre o que você quer e aquilo em que acredita. Talvez
goste da ideia de ter mais dinheiro, mas sinta que ele pode arruinar o seu
caráter.
Vamos descobrir a maneira como você, real e intimamente, enxerga o
dinheiro. Nós veremos como o seu inconsciente funciona. Em seguida
analisaremos como a sua postura em relação ao dinheiro – ou seja, seu
conjunto de convicções – se desenvolveu. Você será capaz de decidir quais
dessas crenças podem servir ou não como um estímulo para a conquista das
suas metas. Se for preciso, aprenderá a modificar as suas convicções de
acordo com as suas necessidades.

Quanto dinheiro você leva no bolso?


Quando sai de casa pela manhã, em média quanto dinheiro você leva no
bolso? Escreva o montante abaixo:

R$ ___________________

Por que esse valor? Por que não mais? Por que não leva pelo menos R$
200 com você? A maioria das pessoas não anda com mais do que R$ 50. Por
quê? As respostas mais comuns que escuto em meus seminários são:

• Eu tenho medo de perder os R$ 200.


• Eu tenho medo de gastar tudo.
• Eu posso ser assaltado.
• Eu não me sentiria confortável.
• Eu não tenho essa quantia.

Que tipo de mensagem essas pessoas estão enviando ao inconsciente


quando pensam assim? Elas estão com medo e desconfortáveis, não confiam
em si mesmas – e isso com apenas R$ 200. Como se sentiriam com quantias
ainda maiores? A melhor maneira de se preparar para enriquecer é
aprendendo a ficar confortável com o dinheiro.
Para conseguir isso, sugiro que sempre leve R$ 200 com você. Mantenha
essa quantia separada do restante do seu dinheiro e não gaste. É a sua
reserva. Assim como halteres fortalecem os seus músculos, esse método
treina o seu inconsciente a desenvolver uma consciência da riqueza.

Dicas importantes
Sempre carregue R$ 200 no bolso.

• Você se sente rico e aprende a ficar confortável com o dinheiro.


• Você se acostuma a ter dinheiro.
• Aprende a confiar em si mesmo com o dinheiro.
• Elimina o seu medo de perder o dinheiro ou de ser assaltado.
• Você está preparado para uma emergência.
• Você treina seus músculos da disciplina.
• O seu inconsciente será de grande auxílio na sua busca por riqueza,
porque ele reconhecerá que o dinheiro o torna feliz.

A maioria das ações e dos processos no nosso organismo acontece de


forma automática, sem que nós tenhamos conhecimento – não precisamos
pensar quando devemos respirar. Da mesma maneira, nosso conjunto de
valores mais profundamente arraigados comanda o nosso inconsciente.
Você já parou para pensar em como isso se aplica à forma como lida com o
dinheiro?

Como você enxerga o dinheiro, a riqueza e a


prosperidade?
Agora avalie como você enxerga o dinheiro. Marque as afirmações que
se aplicam a você, adaptando-as à sua forma de pensar, se necessário.

❒ O dinheiro é sujo.
❒ Se eu fosse rico, as pessoas só gostariam de mim pelo meu
dinheiro.
❒ O dinheiro escorre por entre os meus dedos.
❒ Não se meta com aquilo que você não entende!
❒ De grão em grão, a galinha enche o papo.
❒ O dinheiro arruína o meu caráter.
❒ O dinheiro pode fazer o bem.
❒ Dinheiro não é tudo.
❒ Sempre que ganho dinheiro, alguém perde.
❒ Você só fica rico sendo mal-humorado e egoísta.
❒ É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que
um homem rico entrar no Reino dos Céus.
❒ O dinheiro deixa as pessoas metidas e arrogantes.
❒ Você só ficará rico se poupar.
❒ Deus ama os pobres.
❒ O dinheiro é a medida do meu sucesso.
❒ Se eu tivesse muito dinheiro, deixaria de apreciar as pequenas
coisas da vida.
❒ O dinheiro deixa as pessoas preguiçosas.
❒ O dinheiro é belo e bom.
❒ O dinheiro é energia pura.
❒ A fortuna traz solidão.
❒ Eu amo o dinheiro.
❒ Se você é rico, não tem amigos de verdade.
❒ A riqueza atrai inveja.
❒ Os ricos não conseguem dormir à noite.
❒ Do mundo nada se leva.
❒ Dinheiro na mão é vendaval.
❒ Enriquecer acabaria com a minha saúde.
❒ No futuro ficarei satisfeito com o mesmo que possuo hoje.
❒ Se eu quisesse e me esforçasse ao máximo, ficaria rico, mas não é
isso que desejo.
❒ O meu enriquecimento viria às custas da minha família.
❒ Praticamente tudo o que temos hoje é resultado da nobre e bela
busca pelo dinheiro.
❒ O dinheiro me torna feliz.
❒ Quem acha que o dinheiro não compra a felicidade não conhece as
melhores lojas.
Dinheiro não é tudo, mas, sem ele, tudo é nada.
❒ Sem dinheiro eu sou um completo fracassado.
❒ O nosso destino já está traçado.
❒ A pobreza é ruim, triste e sofrida.
❒ Poupar é apenas para perdedores e pessoas sem talento.
❒ Fique satisfeito com o que você tem.
❒ Se eu tivesse muito dinheiro, seria preguiçoso e relapso.
❒ Eu não mereço mais do que possuo hoje.
❒ Se eu quisesse ganhar muito mais dinheiro, teria que mudar de tal
forma quem eu sou que o meu/minha companheiro(a) não gostaria
mais de mim.
❒ Todas as pessoas boas e inteligentes deveriam ser ricas.
❒ Se eu vou ser rico ou não, é algo que está escrito nas estrelas.
❒ A modéstia é uma virtude.
❒ O excesso de riqueza é obsceno.
❒ Eu nunca fui disciplinado para poupar.
❒ Eu sou azarado.
❒ Se eu fosse rico, seria corrupto.
❒ Se meus filhos crescessem ricos, seriam fracos e se tornariam
viciados em drogas.
❒ A riqueza é injusta quando há tantas pessoas passando fome no
mundo.
❒ Existem coisas mais importantes na vida do que o dinheiro.
❒ Ganhar mais dinheiro serviria apenas para pagar mais impostos.
❒ Eu sou um ímã de dinheiro.
❒ _____________________________________________________
_
❒ _____________________________________________________
_
❒ _____________________________________________________
_
❒ _____________________________________________________
_

Quais são as consequências das suas crenças?


Estamos prestes a determinar como a sua postura em relação ao
dinheiro foi construída. Olhe novamente as afirmações que marcou. Como
acha que essas crenças afetaram a sua vida? Você já é capaz de determinar
como a sua atual situação financeira reflete as coisas em que acredita?

É possível que na verdade possua apenas aquilo que acha que é bom para
você?

O passado não é igual ao futuro


Há alguns anos eu pesava 95 quilos e odiava correr. Nada me dava mais
repulsa do que a ideia de trotar no meio de um parque.
Durante as aulas de educação física no colégio, sempre tínhamos que ir
correndo do vestiário até o campo de futebol. Certo dia, meu professor
estava bem atrás de mim e, com uma grande dose de delicadeza pedagógica,
gritou: “Schäfer, eu quero que você corra, e não que faça buracos no chão.
Um elefante corre com mais leveza do que você. O barulho dos seus passos é
suficiente para espantar toda a fauna num raio de 5 quilômetros!” As ofensas
prossseguiram por dez minutos. A turma toda achou muito engraçado, mas
a minha autoestima na época não era desenvolvida o suficiente para que eu
conseguisse rir junto com eles. Comecei a odiar a corrida. Eu gostava de
todos os esportes que achava que faziam sentido, mas correr me parecia uma
coisa idiota. Com o passar dos anos, essa crença se tornou uma convicção
mais e mais arraigada, e a minha forma física evoluiu de acordo – para pior.
Eu me senti assim até o dia em que conheci Stu Middleman há alguns
anos, no Havaí. Ele estava com 40 e poucos anos, havia ganhado
praticamente todas as maratonas que você possa imaginar e estabelecido
diversos recordes mundiais: ganhou uma maratona de 1.600 quilômetros em
onze dias, correu a Rocky Mountain Race (de cerca de 1.000 quilômetros), a
corrida de seis dias na França, o campeonato americano de 100 milhas, etc.
Quando eu lhe disse que odiava correr, seu rosto ganhou uma expressão
de missionário e ele me fez uma proposta absurda: “Coloque os tênis e
vamos dar uma corrida juntos. Eu consigo ver, pela maneira como se
movimenta, que você dará um bom corredor.” Ele também havia
desenvolvido um método de corrida que dava mais energia e permitia ao
corredor viver por vários dias apenas das suas reservas de gordura. Eu estava
curioso, mas ainda assim protestei um pouco, alegando que era meio-dia,
que eu tinha que ser prudente e que certamente não duraria mais do que
cinco minutos sob o sol escaldante. Ele, porém, estava determinado a me
converter.
Assim, começamos devagarzinho. Nos primeiros minutos, ele analisou
detalhadamente o meu estilo e apontou os aspectos em que eu estava me
saindo bem. Também me deu algumas dicas em relação à respiração e ao
posicionamento dos meus braços e pés. Eu não fiquei cansado, o que foi
surpreendente. Corremos por duas horas e meia. Fiquei tão orgulhoso que
achei aquilo divertido de verdade, e desde então corro todos os dias. Já faz
quatro anos desde que meu peso baixou para 77 quilos e eu estou em forma.
Hoje acho difícil entender por que nem todo mundo corre – você se sente
tão saudável, vivo e cheio de energia. Não importa o que pense sobre si
mesmo ou sobre o dinheiro: você pode mudar a sua postura imediatamente.

Descubra como você realmente enxerga o dinheiro


Imagine que seu dinheiro estivesse sobrando em quantidades
astronômicas. Escreva abaixo o que você associa ao excesso de capital – a
abundância de dinheiro, bens e posses.

Quais são os prós e os contras de se ter uma enorme quantidade de


dinheiro? Quais seriam as vantagens e desvantagens? Olhe novamente a lista
das afirmativas que você marcou.

Vantagens Desvantagens
Qual é a proporção entre vantagens e desvantagens? Pode ser que você
tenha anotado mais vantagens do que desvantagens, mas, quando tratamos
de crenças e valores, nem sempre a maioria sai vencedora. Aqui vale a força
emocional de cada elemento.

Uma única convicção pode ser o fator determinante


É irrelevante a quantidade de crenças e valores, assim como o fato de eles
serem positivos ou negativos. Os sentimentos negativos que a maioria das
pessoas nutre em relação à abundância de dinheiro são mais fortes do que as
associações positivas que elas fazem com relação à liberdade financeira.
Um conhecido chegou à conclusão de que existem muitas vantagens em
ser rico. Ele poderia passar mais tempo com a família, levar uma vida com
mais luxo e conforto, poderia oferecer mais a si e aos familiares. Ele e a
esposa não teriam que trabalhar tanto e poderiam pagar funcionários que os
aliviassem de parte das tarefas. O casal poderia viajar e conhecer pessoas
interessantes. Basicamente, esse amigo fazia uma única associação negativa
com a riqueza: ele acreditava que o dinheiro poderia arruinar o seu caráter.
O bom caráter e a integridade eram extremamente valiosos para ele – ter
um bom caráter era algo tão importante que, em seu nome, ele era capaz de
renunciar à fortuna “com prazer”. Assim, seu inconsciente o ajudou a
“manter o caráter inabalado” e, como resultado, ele gastava demais e não
poupava. Pensando objetivamente, era uma postura absurda para alguém
inteligente como ele – tão absurda, na verdade, que nem sequer combinava
com ele. Mas era assim que mantinha seu caráter “puro e limpo”.
ATENÇÃO: Os exercícios a seguir são os mais importantes de todo o livro.
Tudo é construído sobre a base das suas crenças. Querer ficar rico sem
conhecer nem modificar os seus valores é como cuspir para o alto. Lembre-se:
seu inconsciente quer o melhor para você e se certifica de que você obtenha
aquilo que está profundamente convencido de que é o melhor.

Se você apenas pretende ler este livro, com certeza ganhará algumas
informações úteis e interessantes. Se, por outro lado, o seu objetivo é
efetivamente mudar a sua situação financeira, então deve fazer cada um dos
exercícios. A vida é sua, mas como já investiu tempo e dinheiro nesta leitura,
mais valeria fazer as coisas do jeito certo e, no processo, ficar mais rico.
Quais são as suas convicções mais fortes acerca do dinheiro?

1_________________________________________________________
__

2_________________________________________________________
__

3_________________________________________________________
__

Como os seus valores e crenças se desenvolveram?


Já estabelecemos que é provável que a maioria das suas crenças tenha se
desenvolvido por acidente. Pode ser que as pessoas que desempenharam um
papel importante na sua vida tenham transmitido a você a sabedoria que
possuíam. Deve ter escutado as opiniões delas sobre o dinheiro inúmeras
vezes. Talvez tenha acompanhado a maneira como os seus pais
administravam o dinheiro.
Indique abaixo de três a dez pessoas que o influenciaram mais nos
primeiros 18 anos de vida (mãe, pai, amigos, parentes, aqueles que serviram
como exemplo, professores, etc.).
Quem são as pessoas que mais o influenciam atualmente? Deixe-me dar
uma dica: aquelas com que você passa a maior parte do tempo (parceiro,
amigos, colegas, parentes, pessoas do trabalho, pessoas com quem pratica
esporte) são as que mais o influenciam.

O que essas pessoas associam ao dinheiro? Como elas lidam com o


assunto? Que conselhos deram a você?
Pessoa 1:

Pessoa 2:

Pessoa 3:

Alguma dessas pessoas teve a intenção de prejudicá-lo?


Existem diversas razões pelas quais devemos ouvir os conselhos com
cuidado. É claro que as intenções das pessoas no geral são boas. Na maioria
das vezes é seguro dar ouvidos aos nossos pais quando eles nos dizem que
“você deve ter uma vida melhor do que a que nós tivemos”. Apenas um
pouco melhor, porém – caso contrário, o seu sucesso seria a prova do fracasso
deles. Um conselho deveria servir como guia, mas também estabelecer
limites – você deve ser bem-sucedido, mas não bem-sucedido demais.
A maioria daqueles que dão conselhos busca justificar a própria
condição. Um conselho muitas vezes reflete precisamente aquilo em que essa
pessoa fracassou – alguém que o aconselha a não correr riscos
provavelmente limitou muito as possibilidades da própria vida por não ter
enfrentado os riscos necessários. Com frequência, um conselho é uma
desculpa disfarçada para a situação pessoal de quem o dá.
Além disso, quem dá conselhos em geral tem em mente os próprios
interesses – os pais que não queiram se separar de seus filhos dificilmente os
aconselhariam a aceitar um emprego no exterior, por exemplo. Portanto, em
geral é melhor não aceitar conselhos de alguém que esteja numa posição em
que você não gostaria de estar.

Agora você já sabe como enxerga o dinheiro – o que vem


a seguir?
Se tiver as mesmas convicções da maioria das pessoas sobre o dinheiro,
nunca enriquecerá, sabotará seus próprios esforços e não progredirá. Você
está satisfeito com a sua postura atual em relação ao dinheiro? Se não
acredita que o dinheiro é bom e belo, você nunca ficará rico, mesmo que
queira mais dinheiro.
É necessário desenvolver crenças que possam ajudá-lo a obter aquilo que
deseja. Há uma técnica simples que permitirá que você, em 30 minutos,
modifique a sua postura em relação ao dinheiro e as crenças básicas que a
definem. Antes apenas temos que descobrir se sequer temos o direito de
mexer com nosso conjunto de valores.

O dinheiro é bom ou mau?


Afinal, as crenças individuais acerca do dinheiro são boas ou más? Os
ânimos frequentemente ficam inflamados quando falamos a respeito de bem
e mal, do que é certo ou errado. Há muitos séculos acreditava-se que a Terra
era plana e qualquer um que afirmasse que era redonda corria o risco de ir
para a fogueira. Nós também acreditávamos que as plantas eram verdes, até
descobrirmos que os objetos absorvem as ondas de luz e a cor da onda que
não é absorvida parece ser a do objeto. Assim, se nada é realmente como os
nossos olhos enxergam, é inútil classificar as coisas como certas ou erradas,
porque vamos continuar a nos equivocar em nossos julgamentos.
No entanto, consideramos difícil mudar a forma como percebemos as
coisas, por diversas razões. Uma delas é a segurança – queremos poder
contar com nós mesmos, assim como com os demais. Talvez não estejamos
de acordo com Konrad Adenauer, que declarou: “O que me importam as
coisas absurdas que eu disse ontem?” Um pensamento ainda mais desafiador
quando formulado da seguinte maneira: “O que me importa a minha
convicção absurda de ontem?” Uma palavra que vem à mente aqui é
“coerência”.
Talvez você reconsidere a sua postura após ler a seguinte afirmação
atribuída a Mahatma Gandhi: “A coerência não é uma virtude absoluta. Se
eu hoje tiver uma perspectiva diferente daquela de ontem, não será coerente
que eu mude o meu rumo? Eu serei incoerente em relação ao meu passado,
mas coerente no meu apego à verdade… Coerência significa agir de acordo
com a verdade da forma como a reconhecemos.” Quando Gandhi se casou,
ele provavelmente tinha convicções sobre o sexo e o casamento diferentes
daquelas que passou a ter mais tarde, quando decidiu parar de dormir com
sua mulher para se dedicar por completo à sua missão. Ele queria se devotar
exclusivamente à Índia. Se essa decisão foi “certa” ou não, não nos cabe
julgar.
E esse é o ponto crucial da questão, pois tendemos a classificar tudo
como certo ou errado. Classificar tudo como “bom” ou “mau” é uma
invenção humana. A natureza não faz isso.

Como se desenvolve uma convicção?


Um fazendeiro tinha um lindo cavalo e os outros habitantes da aldeia o
invejavam. Eles diziam: “Todos deveriam ter um lindo cavalo como aquele.”
O fazendeiro respondia: “Quem sabe?” Certo dia o cavalo fugiu, e as pessoas
da vila disseram “Que azar!”, ao que o fazendeiro respondeu: “Quem sabe?”
Após algumas semanas, o cavalo retornou com outros três cavalos selvagens,
que o haviam seguido. Os aldeões mal podiam acreditar. “Ele é tão sortudo!”,
diziam eles, ao que o fazendeiro continuava a responder apenas: “Quem
sabe?” Ao tentar domar um dos cavalos selvagens, o filho do fazendeiro caiu
e quebrou a perna, o que chocou as pessoas da aldeia: “A sua sorte na
verdade lhe trouxe azar. Se ele não tivesse os cavalos, o seu filho ainda
estaria bem de saúde.” O fazendeiro, como sempre, replicou: “Quem sabe?”
Pouco tempo depois, estourou uma guerra e todos os homens jovens da vila
foram obrigados a se alistar. O filho do fazendeiro, porém, por causa da
perna quebrada, teve que permanecer em casa e ficou muito chateado. O pai
o consolou dizendo: “Quem sabe?” Nenhum dos jovens que foram para a
guerra sobreviveu, o que levou os aldeões a sussurrarem: “Aquele homem
tem uma sorte incrível.”
Não existe uma realidade objetiva de fato. Desde Einstein sabemos que o
observador cria a própria realidade; que o que vemos só existe porque nós o
enxergamos dessa maneira. Este livro só existe da forma como você quer lê-
lo e entendê-lo. A realidade para uma serpente, por exemplo, seria
inteiramente diferente, pois ela só consegue enxergar o infravermelho.
Se é você quem cria a própria realidade, quão mais fácil seria criar as
suas próprias crenças? Você já mudou a sua postura (convicções) algumas
vezes na vida – já se apaixonou por alguém e depois rompeu com essa
pessoa; gostou de uma roupa e mais tarde a achou feia – e consegue,
portanto, mudar as suas convicções sem deixar de ser você mesmo. A sua
postura em relação a si mesmo e ao mundo “cria” a pessoa que você é; as
suas convicções determinam a sua condição.
Imagine que a nossa opinião é um tampo de mesa:

Para formar uma convicção a partir de uma opinião, você precisa de pelo
menos três – mas preferencialmente quatro ou mais – “pés de mesa”; ou seja,
experiências que confirmem essa opinião.
Você já experimentou comprar e vender ações? Como se saiu? Conheço
muitas pessoas que compraram ações uma ou duas vezes violando toda e
qualquer regra de racionalidade: o mercado de ações sofreu uma baixa e,
visando a minimizar os prejuízos, elas venderam os ativos o mais rápido
possível. Por conta dessa experiência, ficaram convencidas de que são
“azaradas” no mercado financeiro. A pessoa atingida se pergunta quem mais
teve experiências negativas no mercado e passa então a coletar “pés de
mesa”. Para cristalizar a nossa opinião, nós “pegamos experiências
emprestadas” de outras pessoas; buscamos acontecimentos que confirmem a
nossa opinião.
Você lida bem com o dinheiro? Muitas pessoas respondem “não” e
procuram provas que sustentem essa crença. As situações em que nos
encontramos representam as nossas convicções.
O dinheiro arruína o caráter da pessoa? Quantas pessoas você conhece
que confirmam essa opinião? Talvez costume passar os olhos pelo jornal à
procura de mais evidências que confirmem as suas convicções. Será que não
poderia também encontrar provas de que o dinheiro é usado para fazer o
bem? É claro que poderia. Podemos encontrar confirmação para qualquer
coisa – o que explica a existência de tantas religiões e filosofias, de tantos
partidos políticos, etc.

Como mudar a sua postura em relação ao dinheiro


Não existem convicções certas ou erradas. Há uma expressão que afirma:
“Os ricos são cercados de invejosos.” É verdade? Todo indivíduo rico é
invejado? Podemos afirmar com a mesma convicção que os ricos têm muito
mais admiradores.
Se a sua postura é certa ou errada, não importa. O que importa é se ela o
ajuda a atingir as suas metas. É claro que, para descobrir isso, você precisa,
antes de mais nada, saber claramente quais são as suas metas. Se ainda não o
fez, descreva-as por escrito e em detalhes. Pense naquilo que gostaria de ser,
ter e fazer, a começar pelos objetivos de longo prazo – já que eles servem de
bússola para os de curto e médio prazos.

• Considere as cinco áreas da sua vida: saúde, finanças,


relacionamentos, emoções e objetivo de vida. Daqui a sete anos – e
daí em diante –, como gostaria de se enxergar? Como os outros o
veriam? Como gostaria de ser?
• Como seria o seu dia típico? O que você escolheria fazer ou deixar de
fazer?

• Que bens, amigos, saúde e família você gostaria de ter?

Dê mais uma olhada nas suas convicções. Quais delas oferecem apoio
para a realização das suas metas? Quais delas atrapalhariam a sua
empreitada? Lembre-se de que você está sempre procurando evidências que
confirmem as suas convicções. O que você vê, na verdade, é aquilo em que se
concentra por causa das suas convicções, e é por isso que o seu mundo é
como você acredita que ele seja. Com base nisso, é necessário determinar
quais das suas convicções na verdade o atrapalharão por fixarem a sua
atenção nas questões erradas.
Escreva abaixo quais das suas convicções você pretende mudar:

Pense na metáfora da mesa. Uma convicção consiste em uma opinião (o


tampo da mesa) e várias experiências (pés de mesa) que a sustentam. Para
mudar uma convicção, primeiro você precisa remover os “pés de mesa”.
Assim, distancie-se de todas as evidências e procure enxergar a sua opinião
objetivamente. Analise se ela faz sentido. Se não fizer, questione-a.
Tomemos como exemplo “O dinheiro arruína o caráter da pessoa”. Eu
listei algumas perguntas capazes de suscitar dúvidas consideráveis em
relação a essa convicção um tanto inútil. Veja como o participante de um
seminário que costumava acreditar nisso as respondeu:

1. Sob as atuais circunstâncias, por que essa convicção está equivocada?


Ela não corresponde à verdade porque conheço muitas pessoas ricas
que são íntegras e têm bom caráter. E também conheço pessoas com
menos dinheiro e que são desonestas. O caráter evidentemente não
tem nada a ver com o dinheiro que um indivíduo possui. A riqueza
já era vista como uma característica positiva na Bíblia: em todo o
Antigo Testamento, todos os heróis eram ricos.
2. A pessoa com quem aprendi a acreditar nisso era rica?
Não! Eu também não gostaria de trocar de lugar com ninguém que
acreditasse nisso. Eu não gostaria de ter seu trabalho, sua casa, seu
carro ou seus amigos. Eu não quero estar no lugar de alguém assim
nem quero reproduzir as suas convicções. Essas provavelmente são
pessoas queridas por muitas outras, mas eu não quero ser como elas.
3. Qual seria o custo financeiro e emocional caso eu continuasse apegado
a essa convicção?
Eu provavelmente continuaria a me envolver em atividades que não
me interessam, e isso me deixaria paralisado, me mataria por dentro.
Eu perderia toda a minha autoestima, teria uma existência mínima e
levaria uma vida sem entusiasmo, que me faria desprezar a mim
mesmo.
4. Qual seria o custo para a minha família e para as pessoas que eu amo?
Eu não poderia oferecer a elas o padrão de vida que merecem. Elas
seriam estimuladas pelos meus conselhos e pelo meu mau exemplo a
também serem pobres. Eu atrapalharia o crescimento delas para
justificar a minha própria situação.
5. Se eu mudasse essa convicção hoje, como a minha vida melhoraria?
Como eu me sentiria?
Eu me concentraria nos aspectos que enriqueceriam a minha vida e a
deixariam mais bonita. Procuraria oportunidades. Eu me respeitaria
porque estaria sendo honesto comigo mesmo e seria capaz de me
concentrar em ser uma pessoa melhor e em acumular riqueza.
Quanto mais capital eu acumulasse, mais o meu verdadeiro caráter
viria à tona. Eu me sentiria livre.
Agora pense na primeira convicção que você gostaria de modificar e
responda às mesmas questões.

1. Sob as atuais circunstâncias, por que essa convicção está equivocada?

2. A pessoa com quem aprendi a acreditar nisso era rica?

3. Qual seria o custo financeiro e emocional caso eu continuasse apegado


a essa convicção?

4. Qual seria o custo para a minha família e para as pessoas que eu amo?

5. Se eu mudasse essa convicção hoje, como a minha vida melhoraria?


Como eu me sentiria?

Se mudar as suas convicções, você mudará a sua vida


Você até agora já deu quatro passos fundamentais:

1. Descobriu como enxerga o dinheiro. Sempre que algo na sua vida


não estiver como gostaria, procure saber quais das suas convicções
estão causando isso.
2. Analisou se essas crenças o ajudam a atingir seus objetivos. Seus
objetivos fizeram com que você ficasse ciente delas.
3. Durante um pequeno intervalo de tempo, separou sua convicção das
provas e experiências que a sustentam e isso permitiu que você a
analisasse objetivamente.
4. Examinou a sua opinião de maneira crítica e, como consequência,
viu surgir uma dúvida substancial em relação à veracidade da sua
antiga convicção.

Agora está pronto para substituir as suas antigas opiniões por outras,
novas. Então poderá transformá-las em convicções quando encontrar as
evidências e as experiências que as sustentam.
Talvez você esteja pensando que “não pode ser assim tão fácil”. Eu
gostaria de convidá-lo a tentar, sob a condição de que o faça por escrito. Nós
o ajudaremos a encontrar inspiração.

Substitua sua antiga opinião por uma nova


Agora procure uma nova opinião que o ajude a atingir o seu objetivo.
Deve ser uma que lhe dê força e que o leve a se concentrar naquilo que
realmente importa. Depois encontre evidências e experiências que
transformem essa opinião numa convicção. Assim como uma mesa precisa
de pelo menos três pés para ficar estável, você precisa de pelo menos três
experiências para sustentar a sua convicção. Você pode facilmente tomar
emprestadas as evidências e experiências da vida de outra pessoa.
Agora pense numa antiga convicção (“O dinheiro arruína o caráter”) e
vamos formular uma nova. Por exemplo: “Posso fazer muitas coisas boas
com o dinheiro. O que eu faço depende de mim, não do dinheiro.” Agora
procure outras evidências da sua veracidade. Vejamos o que aquele mesmo
participante do seminário escreveu:

1. Certa vez estive com o ator austríaco Karl-Heinz Böhm. Ele usou a
fama e o dinheiro para fazer algo pelas pessoas na África Oriental. O
dinheiro o ajudou a ajudar os outros.
2. O meu antigo chefe é muito rico e criou um departamento para
portadores de necessidades especiais em sua empresa. Eu sempre
admirei seu caráter. Ter dinheiro deu a ele muitas oportunidades de
ajudar as pessoas.
3. O dinheiro retrata o seu caráter e cria mais oportunidades. Se eu
posso usar o dinheiro para fazer o bem ou o mal, depende
exclusivamente de mim. Portanto, comigo o dinheiro está em boas
mãos. Eu já ajudo duas crianças na Venezuela.
4. Admiro Sir John Templeton. Ele é bilionário e ainda assim é
humilde. Apoia e administra 18 fundações e chegou a abrir mão do
controle de suas empresas para dedicar seu tempo a essas fundações.
Siga o exemplo e transforme a sua antiga convicção:

Antiga convicção:

Nova convicção:

Evidências e experiências:

Dicas importantes
Mude as suas convicções para alcançar seus objetivos financeiros.

• Lembre-se de que a sua vida reflete as suas convicções.


• Descubra quais delas são “responsáveis” pela sua atual situação.
• Separe a opinião das evidências que a sustentam e a substitua por
uma nova, que seja mais útil à realização dos seus objetivos.
• Crie uma nova convicção a partir da sua nova opinião, embasando-a
com evidências.
• Depois de modificar as suas crenças, dedique-se a novas atividades e
crie novos hábitos, mudando a sua vida.
• Fixe imediatamente as suas novas convicções por meio dos impulsos
de seu sistema nervoso. Resumindo: dê o primeiro passo já.
• Você agora estabeleceu as bases do sucesso financeiro.

São necessárias três convicções para atingir seus objetivos financeiros:

1. Algo tem que mudar.


2. Eu devo fazer essa mudança.
3. Eu posso fazer essa mudança.

Todo mundo que consegue efetivamente modificar a sua situação tem


antes a sensação de que precisa mudar. Cada uma dessas pessoas tem uma
boa dose de autoconfiança que lhe permite acreditar ser capaz de fazer os
ajustes necessários. Além disso, sabe que tem total responsabilidade.
E quanto a você? A sua situação precisa mudar? Em caso afirmativo, você
deve provocar essa mudança e pode ser bem-sucedido em sua empreitada.
Se tem que fazer isso ou não, depende das suas convicções. Nesse caso, você
também pode reprogramar o seu software.

Alavancando mudanças
Para transformar alguma coisa numa necessidade absoluta, nós temos
que aumentar a pressão que aplicamos sobre ela. Essa força extra surge
quando há algo que, se você deixar de fazer, lhe causaria um grande
sofrimento, enquanto o contrário lhe traria muita felicidade.
Você pode criar essa pressão “artificialmente” da seguinte maneira:
associe o sofrimento ao fato de a sua situação financeira estar estagnada.
Escreva abaixo todas as coisas de que você é obrigado a abrir mão. O que
você estaria perdendo se jamais, em toda a sua vida, tivesse uma situação
financeira segura? Como isso afetaria os seus relacionamentos, a sua saúde,
os seus níveis de estresse, a sua autoestima e a sua necessidade de liberdade?
Especialmente: como se sentiria se tivesse que continuar trabalhando tanto
assim em sua velhice?
Evitar o sofrimento não é suficiente para colocá-lo sob pressão. Você
precisa de sofrimento e alegria para transformar suas metas em necessidades
“imprescindíveis”. É necessário sofrer quando você não consegue atingir
seus objetivos e ter prazer quando consegue.
Anote abaixo tudo o que você teria se fosse financeiramente
independente e nunca mais tivesse que trabalhar. Você pode mencionar
aquelas coisas que são ao mesmo tempo prazerosas e podem ajudar os
demais. Como isso afetaria o seu entusiasmo pela vida, a sua autoestima e os
seus relacionamentos? Quanta liberdade e quanto prazer você teria? Como
essa situação afetaria a sua saúde e os seus objetivos de vida? Como ela
enriqueceria a sua vida e a das pessoas ao seu redor?

Para transformar seus desejos em necessidades absolutas, você precisa de


bons motivos. Deve analisar por que quer e precisa assumir essa empreitada.
Pergunte-se “Por quê?” em vez de “Como?”. Todas as pessoas que
conseguiram atingir suas metas concentraram 90% do seu tempo pensando
no “por quê” e apenas 10% pensando no “como”. A maioria das pessoas
tende a concentrar 90% no “como” e apenas 10% no “por quê”. É por isso que
a maior parte delas jamais alcança os seus objetivos.
Quando tiver assimilado o conteúdo deste capítulo, você receberá de
mim os mais sinceros parabéns. Isso exigirá um grande esforço, mas você
terá uma noção melhor daquilo que realmente deseja e terá estabelecido as
fundações da sua fortuna.
Você pode obter em sete anos o que muitos consideram um milagre e já
tem uma ideia exata do que é necessário para ficar rico: você deu o primeiro
passo e descobriu como realmente enxerga o dinheiro. Esse poder está nas
suas mãos – o poder de controlar o seu futuro. Caso tenha sido necessário,
suas crenças terão se modificado de forma que o auxiliem em sua busca por
seus objetivos.

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES


A situação atual de um indivíduo reflete perfeitamente as suas convicções.

Essencialmente, você possui hoje o que percebe como sendo bom e justo.

A melhor preparação para a riqueza é aprender a se sentir confortável com o dinheiro.


A maioria dos sentimentos negativos que as pessoas têm em relação à abundância de
dinheiro é mais forte do que as associações positivas que elas fazem com a liberdade
financeira.

A situação financeira na qual você cresceu o afeta tanto em relação às coisas que ouviu
ou observou quanto em relação à maneira de lidar com dinheiro.

Se você quer mudar a sua situação financeira de forma eficaz, deve primeiro modificar a
sua postura desfavorável.

Querer enriquecer sem conhecer ou modificar as suas convicções seria tão útil quanto
cuspir para o alto.

Os conselhos que você recebe mostram o caminho a seguir mas também os limites. Eles
frequentemente são uma justificativa disfarçada para a situação de quem os está
oferecendo.

Busque conselhos onde eles serão bons, não onde forem mais fáceis de encontrar.

É importante que você desenvolva convicções que o ajudem a obter aquilo que deseja.

É possível modificar qualquer convicção em 30 minutos.

Todos nós já mudamos de postura ou opinião no passado. O que você conseguiu


acidentalmente ou sem perceber, pode agora fazer com consciência.

O critério decisivo para a escolha das suas convicções deve ser: essa crença pode me
ajudar a alcançar os meus objetivos?

Sempre que algo na sua vida não for como você gostaria que fosse, descubra quais das
suas convicções são responsáveis por essa situação.

Você precisa de três convicções se quiser alcançar seus objetivos financeiros:


1. Algo tem que mudar.
2. Eu devo fazer essa mudança.
3. Eu posso fazer essa mudança.

Para transformar algo numa necessidade absoluta, precisamos de uma força extra, que
consiste em evitar o sofrimento e buscar o prazer.
Você pode criar essa força artificialmente, ao associar o sofrimento à possibilidade de
não atingir sua meta e o prazer ao sucesso.

Todo mundo que já alcançou grandes objetivos concentrou inicialmente 90% da sua
atenção no “por quê” e apenas 10% no “como”.
DIRETRIZES PRÁTICAS PARA GANHAR
SEU PRIMEIRO MILHÃO
6

Dívidas

“Nunca aceite uma solução de curto prazo para um problema de longo prazo.”
DANIEL S. PEÑA, Deals and Acquisitions

P ara muitas pessoas, as dívidas são parte da vida – três em cada quatro
famílias têm dívidas associadas ao consumo. Por que não? Afinal de
contas, quem quer viver como um pão-duro?
Quando terminei meus estudos, bastou cerca de um ano para que eu
acumulasse US$ 42.000 em dívidas. Eu não pretendia ser como o meu pai –
sempre que ele comprava algo, tirava o bloquinho de notas do bolso e
anotava: “Bodo, sorvete de casquinha, US$ 0,25, 08/03/68.” Todos
testemunhavam isso, para meu profundo constrangimento!
Eu não era nem um pouco avarento. Podia pagar a conta quando ia a
restaurantes com os meus amigos e dirigia um carrão – afinal, eu tinha uma
imagem a zelar. Também precisava ter algumas despesas para poder fazer
deduções do meu imposto de renda. Eu vivia escutando que “os vencedores
só viajam de primeira classe”, então eu só voava de primeira classe, onde não
havia espumante, mas champanhe de verdade, e toda carne era filé mignon.
Como se não bastasse, veio o maravilhoso advento do cartão de crédito, e
nunca mais tive que pagar pelos meus gastos: o pessoal da administradora
do cartão cuidava das contas… Pelo menos no início.
Eu queria viver como se já fosse rico, mas logo o passado começou a me
assombrar com uma frequência cada vez maior na forma de contas a pagar,
cartas de cobrança e juros que só aumentavam. Como um bom vendedor
com um rendimento razoável, eu sempre conseguia um novo empréstimo
para pagar um empréstimo antigo e logo comecei a “reagrupar” dinheiro –
ou seja, eu pegava novos empréstimos para pagar os juros dos anteriores.
Como não poderia deixar de ser, em pouco tempo isso se transformou numa
bola de neve.
Não conheço a sua situação pessoal. Talvez este capítulo funcione para
você como a famosa “gota d’água”. Ou, quem sabe, você não possui nenhuma
dívida de consumo. Mas leia pelo menos as seis primeiras páginas. Pode ser
que tenha apenas uma pequena dívida. Nesse caso, não deixe de ler o
capítulo inteiro, pois você pode ganhar uma nova perspectiva e se proteger a
partir de agora.

Dívidas absurdas e inteligentes


Existem vários tipos de dívidas. Quando alguém compra uma casa, a
hipoteca geralmente é garantida pelo valor do imóvel. Mas há algumas
regras que você deve ter em mente, sob pena de passar a vida pedindo
empréstimos.
Acho extremamente arriscado contrair dívidas de consumo e o
aconselho a não cair em tentação. Lembre-se: o que queremos é diferente
daquilo de que precisamos. Exemplos clássicos de compras que geram
dívidas de consumo são o carro, a mobília, as férias, os aparelhos eletrônicos
e os eletrodomésticos. Hoje em dia muitos jovens acham que a casa deve
estar completamente mobiliada no momento da mudança.
A coisa toda muda de figura quando se está montando uma empresa.
Dois pilares de apoio são indispensáveis para que você consiga crescer
rápido: O.P. (outras pessoas) e D.O.P. (dinheiro de outras pessoas).
Pensando sobre os prós e contras das dívidas de consumo, a primeira
conclusão a que chegamos é que não há prós.
Dívidas desse tipo são sem sentido, destrutivas, desanimadoras, drenam
a sua energia e com frequência se transformam num círculo vicioso.
Por quê? Há duas maneiras de gastar a nossa energia: podemos nos
esforçar para encontrar uma solução de longo prazo ou podemos trabalhar
com um “gatilho” de curto prazo. Com uma solução de curto prazo, porém,
nós nos afastamos mais e mais do nosso objetivo de longo prazo.
Nossa meta, lembre-se, é alcançar a riqueza. Se, no entanto, nos
endividamos para desfrutar hoje de um dinheiro que ainda não ganhamos,
acabamos perdendo a motivação para continuar correndo atrás do nosso
objetivo principal. E, com menos motivação, não conseguiremos progredir.
O dinheiro só pode ser gasto uma vez. Se contabilizarmos nossa renda de
hoje e no final descobrirmos que o resultado é negativo, surgirá a pergunta:
“Para que estou trabalhando, afinal?” Também ficamos menos motivados
quando já gastamos de antemão todo o dinheiro que estamos trabalhando
duro para ganhar. Além do mais, sabemos – ou pelo menos desconfiamos –
que as dívidas de consumo não representam nenhuma vantagem. Se
agirmos deliberadamente contra a nossa intuição, perderemos
autoconfiança, e uma baixa autoconfiança também diminui a nossa
motivação.
A expectativa de que a nossa situação melhore no futuro é uma grande
fonte de inspiração. Conseguiremos criar essa melhora quando
trabalharmos com uma estratégia de longo prazo. Se as dívidas começarem a
pesar sobre os seus ombros, você terá menos tempo e uma motivação menor
para implementar a sua estratégia e alcançar o seu objetivo principal. Em vez
disso, terá que se concentrar em questões sem importância à medida que
elas se tornarem urgentes.
Quem pega dinheiro emprestado para comprar algo hoje terá que pagar
esse mesmo valor no futuro, com a renda que ainda vai ganhar. O problema
é que sempre é possível que você não ganhe o tanto que esperava. Se há algo
com que nós sempre podemos contar é o inesperado, e esse tipo de
circunstância pode surgir.
Além disso, todos sabemos que os bancos ficam nervosos se não
pagamos nossas dívidas em dia ou se a nossa renda diminui devido a
alguma circunstância não prevista. As pessoas costumam perder a
motivação e aproveitar menos a vida quando banqueiros nervosos lhes tiram
o sono.
Portanto, não é prudente contrair dívidas de consumo. Então por que
elas são tão comuns?

De onde vêm as dívidas?


É importante perceber que você não cai de paraquedas numa dívida de
consumo. Trata-se de uma escolha que é fruto das suas convicções
equivocadas. Lembra-se de como a nossa mente funciona? Somos capazes
de tudo para evitar o sofrimento e sentir prazer, e as dívidas surgem para
evitar uma espécie de “sofrimento” – se você não tem condições de pagar
por aquilo que deseja, isso significa ter que viver sem esse bem, significa
uma privação. E isso é doloroso para você. Por outro lado, comprar um novo
vestido ou reservar a viagem dos seus sonhos é algo que lhe dá prazer.
O cérebro responde de maneira mais intensa aos sentimentos mais
imediatos – o risco de acabarmos em uma situação delicada no futuro se
comprarmos aquilo que não temos condições de pagar não importa para ele,
que quer evitar o sofrimento a todo custo e buscar o prazer no curto prazo.
As pessoas de fato desenvolveram a capacidade de planejar estrategicamente
e de analisar as situações, mas a “programação” destinada a evitar o
sofrimento imediato é mais forte do que esse planejamento racional.
Todos sabemos que o sofrimento causado pelas dívidas no futuro é
muito maior do que aquele de relativa curta duração que surge quando
deixamos de comprar algo hoje. Infelizmente, isso não foi capaz de reduzir o
volume de dívidas de consumo nos últimos 4 mil anos. As dívidas não são
racionais.
Para ilustrar quanto a “programação” evite-sofrimento-sinta-prazer-agora
influencia as nossas ações, gostaria de contar uma história sobre os
babilônios.
Os antigos babilônios também tinham problemas com dívidas de
consumo. Eles recorriam aos antepassados dos bancos, os “prestamistas”,
que faziam perguntas parecidas com as que ouvimos em nossas conversas
com os banqueiros nos dias de hoje: “Você pode oferecer garantias?” Eles
podiam. Além dos itens que já conhecemos, os babilônios também podiam
oferecer a si mesmos como garantia, e, consequentemente, o ramo dos
empréstimos ia de vento em popa – todo mundo podia obter um
empréstimo. Porém, se um babilônio não conseguisse saldar sua dívida, ele
era vendido como escravo – assim como uma casa é levada a leilão, a pessoa
era vendida pelo maior lance.
Nove entre dez escravos acabavam “nas muralhas”. De acordo com as
descrições feitas por historiadores da época, como o grego Heródoto, as
impressionantes muralhas que cercavam a cidade da Babilônia eram uma
das maiores construções da Antiguidade. Erguidas por Nabupolasar, tinham
quase 5 metros de altura e cerca de 45 quilômetros de extensão. Elas eram
tão espessas que seis cavalos podiam andar lado a lado sobre elas.
As muralhas foram construídas por escravos. Era um trabalho
incrivelmente difícil, em que eles carregavam pedras sob o sol escaldante. A
expectativa média de vida após serem escravizados era de três anos. Se
caíssem de exaustão, eram açoitados pelos guardas; caso não conseguissem
mais se erguer, eram empurrados do alto da muralha e caíam para a morte
nas pedras abaixo. À noite seus corpos eram removidos.
Os habitantes da Babilônia assistiam a essas cenas todos os dias – os
trabalhadores escravizados eram uma realidade constante e onipresente. É
interessante notar, porém, que dois terços desses escravos não eram
prisioneiros de guerra, mas babilônios que haviam perdido a liberdade. Mas
quem seria idiota o bastante para assumir um risco desses? Quem, em sã
consciência, pegaria um empréstimo e ofereceria a si mesmo como garantia
quando era lembrado constantemente do que podia lhe acontecer? Essas são
algumas perguntas válidas diante desse quadro.
Acontece que a mente humana busca o prazer imediato e quer evitar o
sofrimento.
Nós não fazemos escolhas pensando de maneira racional. Afirmar “Eu
posso calcular o que vai acontecer e portanto serei esperto o suficiente para
evitar dívidas de consumo” não funcionou antes e não bastará hoje. O
resultado não é, nem de longe, tão devastador quanto para os antigos
babilônios, mas nós acabaremos em uma situação de quase escravidão se
ficarmos endividados.

Como evitar as dívidas?


Alguns babilônios pegavam empréstimos e muitos deles acabaram como
escravos. Mas também havia outros, que não recorriam aos prestamistas e
conseguiam administrar o próprio dinheiro de maneira eficaz. Estes fizeram
da Babilônia a cidade mais rica que já existiu. Qual era a diferença?
Existem pessoas talentosas e capazes que se arruinaram financeiramente
e há indivíduos que começaram com nada e hoje possuem uma fortuna.
Todos, porém, têm a mesma “programação” cerebral: evite-sofrimento-sinta-
prazer-agora. A diferença está na maneira como cada um define o
sofrimento e o prazer. São as convicções de cada um que determinam
quando ele experimenta um ou outro sentimento.
Conheço homens que não usariam uma gravata que não fosse 100% de
seda, não tivesse uma etiqueta com o nome de um designer famoso e não
custasse pelo menos US$ 50. Esses mesmos homens sentiriam um
desconforto físico se fossem obrigados a usar uma gravata de poliéster com
a etiqueta de uma loja de departamentos – imagine a humilhação se uma
rajada de vento revelasse a todos onde ela foi comprada! Conheço outros
homens, porém, que sentiriam desconforto físico se fossem obrigados a
pagar US$ 50 por uma gravata. Esses sentem prazer quando economizam.
Nós podemos concluir, portanto, que as nossas convicções determinam
como sentimos dor e prazer.
Nós não agimos com base em nossas intenções e “percepções lógicas”. Pelo
contrário, nosso comportamento resulta das nossas convicções e posturas.
Apenas se modificarmos as nossas crenças poderemos mudar a nossa situação
financeira.
Responda à seguinte pergunta: “Por que eu mereço ter uma enorme
quantidade de dinheiro?”

Pergunte a si mesmo quais convicções são responsáveis pelas suas


dívidas. Eis uma lista de perguntas que podem ajudá-lo a encontrar a
resposta:

• Quais seriam as desvantagens de saldar as minhas dívidas (se não


houvesse nenhuma, você não teria dívidas)? Algumas respostas
seriam privação, perda da liberdade, abalo da imagem, menos
conforto, etc.

• Quais seriam as vantagens de saldar as minhas dívidas?


• Quais seriam os benefícios adicionais dessas vantagens?

• Quais convicções me levaram a contrair dívidas?

• Quais desvantagens devo aceitar se permanecer endividado?

• Como tomarei uma decisão?

Retorne aos exercícios do capítulo 5 e modifique as suas convicções.


Reprograme-se. Você é o mestre da sua vida, não o escravo de alguma
convicção adquirida por acidente.

Doze dicas práticas para reduzir as suas dívidas


1. Tenha sempre em mente o seu objetivo de longo prazo. Questione se
tudo o que pensa, diz e faz está contribuindo para você alcançar sua
meta.
2. Mude as suas convicções. Aplicar essas dicas práticas sem alterar as
suas convicções é como cuspir para cima.
3. Nunca diga: “Essa quantia irrisória não fará diferença.” Cada centavo
conta.
4. Faça uma lista com todos os seus gastos. Sei que isso é um tanto
tedioso, mas prometo que valerá a pena. Tenha um orçamento fixo.
5. Em vez de usar o cheque especial, utilize empréstimos comuns. Os
juros são mais baixos e você pode começar logo a pagar sua dívida.
6. Faça uma lista dos seus créditos vencidos. Encontre-se pessoalmente
com os devedores e cobre o dinheiro que lhe é devido. Ofereça a eles
a possibilidade de pagar em parcelas. Agradeça profusamente por
cada pagamento.
7. Fale abertamente com seus credores. Evitá-los apenas causa raiva e
impaciência. Seja franco e a maioria deles aceitará a sugestão que
você fizer para saldar a dívida.
8. Ofereça a eles no máximo a metade do dinheiro que tiver de sobra
todo mês. Há duas razões para isso: em primeiro lugar, você quer
começar a poupar imediatamente; em segundo, quer ter certeza da
quantia que será capaz de pagar, de forma a não deixar seus credores
na mão.
9. Questione cada gasto. “Isto é realmente necessário? Preciso comprar
isto?”
10. Procure novas fontes de renda.
11. Estipule o valor máximo que gastará e o mínimo que ganhará por
mês.
12. Desenvolva um senso de urgência. Simule a pior das hipóteses. Tome
uma atitude imediata. Afinal de contas, você não mudou as suas
convicções?

Estratégias para administrar a dívida


A melhor maneira de lidar com uma dívida é pagá-la. Só que a coisa não
é tão simples assim, e talvez você tenha que conviver com ela durante algum
tempo. Veja a seguir como preservar seu bem-estar apesar de estar
endividado.

A sua postura em relação às dívidas


A esta altura você já conhece a minha postura em relação aos problemas:
eles têm dois lados, o que significa que um deles nos é favorável. Agora
precisamos crescer, e eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas. Qual seria
o lado bom de estar endividado? O que você precisa fazer agora que nunca
fez antes? Que tipo de gente você precisa conhecer agora? Que benefício
pode advir das suas novas convicções? Como você pode transformar a
pressão sob a qual se encontra numa energia positiva?
A sua postura com relação a si mesmo
Durante as consultorias que presto, frequentemente vejo, com tristeza,
pessoas endividadas se reprovando de maneira excessivamente severa. Esses
indivíduos talvez tenham dívidas, mas não são uns fracassados. Deixe de se
definir pelo dinheiro que tem – afinal de contas, você é um ser humano, não
uma cédula. Você é uma pessoa de valor e tem muitas qualidades adoráveis.
Em todos os cursos de administração você aprende a criticar os seus
colegas de trabalho o mínimo possível e que, quando for absolutamente
necessário fazer uma crítica, é importante seguir algumas regras básicas:
antes de criticar alguém, você deve sentar-se e escrever quais são as dez
características daquela pessoa que você valoriza; feito isso, não se esqueça de
separar a ação da pessoa e, consequentemente, de nunca questionar o
próprio indivíduo, mas apenas sua atitude.
Pois bem: dê-me uma razão pela qual nós deveríamos devotar a nós
mesmos um tratamento pior do que aquele que destinamos aos outros.
Muitas pessoas se destroem com autocríticas pesadas. Eu gostaria, portanto,
de sugerir o seguinte: no futuro, quando estiver prestes a fazer um
julgamento desfavorável de si mesmo, diga “PARE!” em voz alta, pegue o seu
diário do sucesso e escreva dez características positivas que lhe agradam em
você mesmo. Suas convicções é que são responsáveis pela sua condição e
você pode transformá-las a qualquer momento.

Nunca ponha a culpa em ninguém


Temos a tendência de culpar os outros ou as circunstâncias, mas lembre-
se: conferimos poder a quem atribuímos a culpa. Você agora precisa de todo
o poder possível.
Eu costumava culpar a minha empresa, os clientes que não me pagavam
e o governo e a sua política fiscal. O fato é que eu mesmo havia me colocado
naquela situação e era o único capaz de me tirar dela. Perceber isso me
encheu de energia – que eu podia aplicar no esforço para saldar as minhas
dívidas em vez de culpar os outros. Quando me dei conta disso, alguns anos
atrás, consegui reduzir a minha dívida rapidamente.
Não tenha medo
Nessas circunstâncias, o medo só atrapalhará. Qual é o motivo para
entrar em pânico? Se um desastre acontecer, ainda assim você encontrará
um lado positivo. Imagine a pior das hipóteses. A vida seguiria em frente,
certo?
Pode ser difícil adotar essa postura, mas, se você conseguir, verá como é
libertadora. Ela permitirá que você siga sem medo, pois um desastre
significará apenas o fim da situação anterior: a destruição do que existia
antes é o caminho para um renascimento. Se a condição anterior for
destruída, haverá um vazio que será preenchido com uma nova criação.
Portanto, até um desastre tem um lado positivo se você procurar bem: a
oportunidade de começar de novo. Um grande número de histórias de
sucesso começam com um fracasso.

Não dê ouvidos aos outros


Nas consultorias sobre dívidas que presto, sempre ouço as pessoas se
lamentando: “O que os vizinhos vão pensar?”, “Que escândalo!”, “Os meus
pais morreriam de preocupação”, etc. A sua condição financeira tem um
papel muito pequeno como medida do seu valor pessoal. Amigos que só
gostam de você porque você tem dinheiro certamente não farão falta. Além
disso, se alguém quiser morrer de ansiedade, esse é um direito dessa pessoa.
Não deixe que o seu bem-estar dependa da opinião alheia.

Fuja da compaixão alheia


Nunca demonstre insegurança e evite falar com os outros sobre as suas
dívidas. Muitas pessoas discutem sua situação difícil sob o pretexto de
ajudar, mas o auxílio não vem a quem precisa, mas a quem faz por merecer.
Se contar os seus problemas aos outros, o que receberá em troca é
compaixão. O problema é que, quando você recebe esse sentimento, fica
querendo mais e mais, e passa a relatar outros momentos em que esteve
numa situação ruim. Para sustentar uma relação desse tipo, você precisará se
manter no papel de “miserável”, sob pena de não ser mais capaz de contar
suas historinhas tristes. Todos nós queremos que os outros se compadeçam
de nós.
Precisamos nos proteger e evitar assumir uma identidade que atraia esse
tipo de sentimento. Em vez disso, merecemos respeito; devemos construir a
identidade de um vencedor, porque são os vencedores que atraem as
oportunidades – e não ficam inseguros.

Sempre guarde algum dinheiro, mesmo que oficialmente


você não tenha nenhum
É fundamental ter sempre pelo menos R$ 5.000 escondidos em algum
lugar ou no cofre de um banco para um momento de real e premente
necessidade.
Davi da Dívida deve R$ 50.000 e não tem dinheiro algum. Ele não
consegue nenhum empréstimo, de ninguém – seus amigos trancam a porta
quando o veem chegando, os bancos programaram os alarmes para soarem
quando o rosto dele aparece nas câmeras de segurança e os seus cartões de
crédito foram cancelados. Mas Davi ainda precisa pagar o aluguel e, na
semana que vem, terá dificuldades para comprar comida. A companhia
telefônica está ameaçando cortar a sua linha se ele não pagar logo as contas
vencidas. A companhia de luz também. Davi nem sequer pode usar o carro
como transporte porque não tem dinheiro para a gasolina.
O que estou tentando dizer é que 80% do problema de Davi da Dívida
não são a dívida de R$ 50.000, mas o fato de ele não ter R$ 5.000
disponíveis. Eu não quero dizer que uma dívida tão alta não seja um
problema sério, mas Davi gasta 80% de sua energia porque não tem R$ 5.000
no bolso e, consequentemente, não consegue se concentrar no que deveria
ser a sua prioridade número um: gerar renda. Por isso é essencial ter uma
quantia separada para emergências.
Levemos a história de Davi um passo adiante. Imaginemos que ele não
tenha nenhuma possibilidade de pagar os R$ 50.000 que deve e que, para
piorar, nunca se deu o trabalho de separar sua conta de pessoa física da sua
conta de pessoa jurídica. A sua situação em ambas as áreas é crítica e ele é
obrigado a abrir falência.
Imagine quanto a situação de Davi seria diferente se ele tivesse R$ 10.000
guardados em algum canto sem que ninguém soubesse. Provavelmente não
seria capaz de evitar a falência, mas teria podido viver por alguns meses sem
tantas preocupações. Seria capaz de pagar todas as contas mais imediatas e
teria tempo de ter algumas ideias, talvez até de começar um novo negócio.
Você já se perguntou como algumas pessoas ricas fazem para manter seu
estilo de vida mesmo depois de terem a falência declarada?

Dicas importantes
Sempre tenha uma reserva de dinheiro de pelo menos R$ 10.000.

• Consequentemente, mais de 80% de todos os seus problemas sérios


estarão resolvidos. Você se sentirá pressionado pelo acúmulo de
pequenas preocupações, não pelo montante das suas dívidas.
• Essa é uma reserva de emergência. Isso quer dizer que só pode usá-la
se estiver falido ou em situação semelhante. Até então, você deve
fazer tudo ao seu alcance para agir como se esse dinheiro não
existisse.
• Esse dinheiro lhe dará a oportunidade de começar de novo.
• Esses R$ 10.000 são benéficos à sua autoconfiança e à sua
necessidade de segurança.
• Você deve isso a si mesmo, à sua saúde e à sua família.

Calcule cuidadosamente o momento de abrir falência


Se a falência for inevitável, é necessário escolher bem o momento em
que ela ocorrerá. Você deveria contratar um advogado especializado no
assunto o quanto antes, pois ele saberá lhe dizer se continuar lutando faz
sentido ou não – muitas vezes é mais fácil comprar uma vaca nova do que
tentar tirar a velha do brejo.
Se decidir declarar falência, o timing é essencial. Essas decisões são
difíceis porque com frequência envolvem o seu “bebê” – é provável que você
esteja envolvido emocionalmente após ter investido tempo, força, energia e
dinheiro em seu negócio. Além disso, você possui uma característica
importante no mundo dos negócios: otimismo. Mas pare e pense bem: o que
quer que tenha se deteriorado num dado período de tempo dificilmente terá
uma melhora acentuada em pouquíssimo tempo, a menos que algo mude ou
tome um novo rumo. Nesse caso específico, procure a ajuda de um
especialista.
Siga a regra 50/50
Nunca use mais do que 50% do dinheiro que você tem de sobra no final
do mês para pagar as suas dívidas.
Se você ganha R$ 3.500, por exemplo, e precisa de R$ 2.500 para se
manter, terá R$ 1.000 sobrando no fim do mês. Use R$ 500 para pagar as
suas dívidas e guarde os outros R$ 500 sem que ninguém saiba.
Você provavelmente já foi aconselhado por seus pais e alguns banqueiros
a usar todo o dinheiro que sobra no fim do mês para pagar as dívidas. Quão
tentadora pode ser a meta de se ver livre das dívidas depois de muitos anos?
Você deve estar pensando que um enorme peso sairá dos seus ombros – e é
verdade –, mas isso apenas servirá de consolo por um curto período de
tempo, porque você verá que, passado o alívio inicial, de fato não possui
nada, absolutamente nada. Terá conseguido chegar apenas ao ponto de
partida da maioria das pessoas. E não ter nada não é um objetivo. Estar livre
das dívidas não é uma ideia que mexa com as suas emoções. Uma meta é
juntar os seus primeiros R$ 30.000, os seus primeiros R$ 250.000 ou o seu
primeiro milhão. Desenvolva sua consciência para a riqueza começando a
poupar agora e abraçando objetivos que sirvam como motivação de verdade.
No momento em que entendi a regra 50/50, minha identidade mudou
radicalmente. Eu podia começar a poupar naquele exato momento. Não tinha
que esperar até chegar a um estado de dívida zero. E você também pode
começar já. Não importa quanto dinheiro tenha: comece imediatamente.
Você só precisará de um pouco mais de tempo do que se fosse uma pessoa
livre de dívidas (ou seja, o dobro do tempo).
Além disso, você precisa se assegurar de que ganhará mais dinheiro, de
forma que os 50% que será capaz de poupar alcancem o valor dos 100% que
conseguiria guardar caso tivesse apenas obrigações financeiras menores.

Dicas importantes
Do dinheiro que estiver sobrando no final do mês, use apenas 50% para
pagar dívidas e guarde os 50% restantes.

• Dessa forma, você pode começar a construir a sua fortuna agora


mesmo.
• Você estará trabalhando por um objetivo que lhe dá motivação:
construindo a sua fortuna e pagando as suas dívidas ao mesmo
tempo.
• Você desenvolve a sua consciência para a riqueza ao criar uma
reserva de dinheiro.
• Você sempre terá dinheiro para uma emergência, e isso é bom, pois é
difícil conseguir empréstimos quando estamos endividados.

Demonstre disciplina
No passado, quando eu quis pagar as minhas dívidas o mais rápido
possível, estabeleci um plano. A primeira coisa que fiz foi conversar com
todos os credores, explicar a minha situação e lhes assegurar que receberiam
de volta cada centavo do que eu devia. No entanto, pedi mais três meses para
juntar o dinheiro – todos, exceto um banco, aceitaram minha sugestão. Isso
me permitiu construir uma reserva imediatamente, o que mudou a minha
postura em relação ao dinheiro – eu comecei a me sentir rico e, ao mesmo
tempo, queria saber se conseguiria ser disciplinado. Assim, decidi viver com
apenas US$ 3 por dia – excluídas as despesas com moradia, telefone, carro,
seguros e outros custos fixos, evidentemente. Eu tinha que comer e cobrir
toda e qualquer despesa extra com apenas US$ 3 por dia.
Na época eu definia a liberdade como a possibilidade de fazer ou deixar
de fazer o que eu quisesse. Hoje eu a defino como ter a disciplina para
alcançar objetivos específicos. Eu me inspirei nos babilônios que
acumularam grandes fortunas e tiveram a disciplina de não pedir dinheiro
emprestado. Os antigos babilônios costumavam perguntar: “Como pode se
considerar livre quando a sua fraqueza o colocou em sua situação atual?
Você é como um punhado de argila macia, que pode ser moldado em
qualquer coisa, por qualquer um ou qualquer desejo, ou é um pedaço de
bronze, forte e sólido?”
Aderir ao meu plano de viver com US$ 3 por dia não foi uma tarefa fácil,
mas em pouco tempo eu estava feliz com o meu comprometimento. Na
época eu dirigia um Ford Fiesta e a porta do motorista não tinha maçaneta
porque eu havia raspado o carro em uma cerca. Como não conseguia abri-la
pelo lado de fora, eu tinha que chegar ao banco do motorista me
esgueirando pelo lado do carona. Eu ficava constantemente com medo de os
meus clientes me verem naquela situação e perderem a confiança que
tinham depositado em mim.
Você pode imaginar a minha tentação de gastar US$ 100 em uma
maçaneta nova? Eu desejava muito poder considerar esse gasto uma
“necessidade absoluta”, já que ela afetava negativamente o meu trabalho. Mas
gastar US$ 100 não era uma possibilidade se eu quisesse me manter fiel ao
meu plano de US$ 3 por dia. Então eu sempre estacionava com o lado do
motorista o mais próximo possível a uma parede ou a outro carro para que
as pessoas pensassem que eu só podia sair do carro pelo lado do carona.
Essa situação se estendeu por oito meses. Nesse período eu não apenas
consegui criar a minha primeira reserva de dinheiro, mas também quitar
todas as minhas dívidas. Acima de tudo, aumentei a minha autoconfiança.
Desde então, sei que sou disciplinado o suficiente para alcançar qualquer
objetivo que estabeleça. Eu era indisciplinado ao extremo antes de começar
o meu programa de US$ 3 por dia e não me dava conta de que a disciplina
dá liberdade (o que é uma das minhas convicções). Na época, eu
considerava a disciplina uma característica obsoleta, de pessoas
intelectualmente limitadas.
Deixe-me explicar como me tornei disciplinado e como a minha postura
em relação a isso mudou.
Um dia fui com o meu coach até a cozinha para tomar um café. Ele
pegou a cafeteira e começou a despejar o café no chão. Dei um pulo para o
lado para não tomar um banho e comecei a gritar: “Pare! Pare! Você está
sem xícara!” Sem se abalar, ele continuou a derramar o café. Enquanto eu
olhava espantado para a poça de café no chão, meu coach disse devagar e de
maneira enfática: “Veja, Sr. Schäfer, este café no chão representa a forma
como os seus talentos vêm sendo banalmente desperdiçados. Sem xícara, o
café é inútil, mesmo em grande quantidade. Seus talentos são inúteis se você
não tem disciplina.”
Você se dá conta do que o meu coach foi capaz de fazer? Ele mudou
efetivamente a minha convicção sobre disciplina. Enquanto eu secava o chão
com um pano, pela primeira vez enxerguei a disciplina como um estímulo
para os meus talentos. Ela é energia e dá forma ao infinito potencial que
temos dentro de nós. Sem disciplina, todo talento é desperdiçado.
O que fazer quando é impossível pagar as dívidas?
Considere com cuidado o momento exato em que você entrará com um
pedido de falência ou de recuperação judicial se isso for inevitável. Lembre-
se: se tiver uma quantia guardada (que “não lhe pertence”), nenhuma dessas
alternativas significará o fim do mundo. Você será capaz de se recuperar tão
rápido que poderá fazer acordos com os seus credores. Se um credor
acredita que não receberá de você mais nenhum centavo, ele ficará satisfeito
com qualquer coisa que você lhe ofereça, por menor que seja. É possível
conseguir muitas coisas com base na premissa de que “30% é melhor do que
nada”.
Não que eu o esteja encorajando a abrir falência ou entrar em
recuperação judicial, mas quero mostrar que você tem uma alternativa
razoável para o seu problema. Lembre-se de que a sua estratégia deve estar
sempre de acordo com a sua meta de longo prazo.
Evitar quebrar ou falir certamente não é um objetivo, mas ganhar seu
primeiro milhão pode ser. Muitos estudos de caso já demonstraram que
querer quitar as dívidas o mais rápido possível, em particular com
instituições financeiras, não leva necessariamente a soluções estratégicas
ideais.
Certa vez um ex-colega meu se viu com uma dívida de quase US$ 100
mil. Como homem honrado, ele não via outra saída a não ser pagar cada
centavo. Começou a fazer hora extra. Além de cuidar da casa e dos dois
filhos pequenos do casal, sua mulher começou a fazer faxina em outras casas
e a dar aulas de idiomas. Juntos, eles tinham uma renda líquida de pouco
mais de US$ 3.000, e mais da metade era usada para pagar a dívida. Ter um
carro e fazer uma viagem nas férias eram coisas impossíveis. Infelizmente,
pequenas pendências do passado continuavam a aparecer e surgiram alguns
imprevistos.
Diante disso tudo, eles não conseguiam cumprir as promessas de
pagamento e seus amigos estavam sempre bravos com eles. Sete anos depois,
nós nos encontramos e eu analisei sua situação. Meu ex-colega vinha
pagando US$ 1.700 por mês e não levava uma vida boa. Havia emagrecido e
estava deprimido por não conseguir dormir à noite. A essa altura, quanto
você acha que ele ainda devia da dívida original? Mais de US$ 95 mil! A
maior parte dos pagamentos mensais servia apenas para cobrir os juros da
dívida, e o resto se dividia entre outras pendências residuais que iam
aparecendo e impostos!
Se ele houvesse declarado sua insolvência e oferecido um acordo de US$
28.000, ainda não estaria livre de dívidas, mas já teria acumulado US$
28.000. Se, além disso, tivesse poupado outros US$ 1.700, em sete anos teria
cerca de US$ 140 mil. Mas esse homem honrado ainda devia US$ 95 mil –
afinal de contas, ele dera a sua palavra.

Estabeleça metas ainda mais ambiciosas


A maioria das pessoas que se veem endividadas chega a conclusões
fatalistas. Elas acham que seria melhor ter objetivos mais modestos,
suprimem seus desejos e enterram seus sonhos. Acabam dando ouvidos
àqueles que dizem “Você também pode ficar satisfeito com menos” e,
portanto, o seu novo lema é “moderação”. Também se convencem de que
“não nasceram para ter muito dinheiro” e de outras convicções limitadoras,
como “Não se meta com aquilo que você não entende”.
Quem começa a ficar satisfeito com menos desistiu de si mesmo e pretende
se contentar com uma existência mínima, levando uma vida que é apenas a
sombra do que poderia ser. Não se esqueça, porém, de que você não se
endividou porque não é talentoso o suficiente para acumular riqueza, mas
por causa de suas convicções desfavoráveis. Tantas pessoas reduzem suas
ambições quando se veem endividadas por lhes faltar autoconfiança.
Alguém que está atolado em dívidas mas é muito confiante sabe que a
única saída para o problema é dar o melhor de si. Essa pessoa se dá conta de
que jamais será bem-sucedida se mantiver as expectativas anteriores. As
nossas expectativas determinam aquilo que conseguimos.
Quem espera muito da vida dá muito à vida. Jonathan Swift disse certa
vez de forma irônica: “Abençoado aquele que não espera nada, pois ele
nunca se decepcionará.” Portanto, eleve as suas expectativas. A melhor hora
para encontrar a luz é quando a noite está mais escura.
Por isso é importante começar o seu Álbum dos Sonhos o quanto antes –
afinal de contas, você quer que as suas expectativas se tornem realidade o
mais rápido possível.
Enquanto eu dirigia o meu Ford Fiesta, sabia que queria estar dirigindo
um carro de US$ 60.000 em pouquíssimo tempo. Eu queria isso, tinha essa
expectativa – e a certeza de que aconteceria em breve. Eu imaginava como
pagaria o carro à vista – dois anos e meio depois. E foi justamente isso que
eu fiz.
Nunca se contente com menos do que aquilo que você deseja. Nunca se
convença de que “não merece” algo. Você é a única pessoa capaz de
determinar o que você merece. As suas expectativas definem aquilo que você
consegue. Você merece ser feliz.

Como você pode se divertir?


Muitas pessoas acreditam que só podem ser felizes quando não tiverem
problemas: enquanto o problema não for resolvido, elas acham que precisam
andar com uma expressão grave no rosto. Você já aprendeu, no entanto, que
quem quer ficar rico deve sempre desejar mais problemas.
As dificuldades sempre existirão. Se nós só sorrirmos quando não
enfrentamos nenhum problema ou quando nos esquecemos
momentaneamente daqueles que temos, nunca conseguiremos aproveitar o
problema de maneira consciente. Pense que quando você fica muito
orgulhoso de alguma conquista é porque conseguiu resolver uma situação
particularmente problemática. Uma dificuldade é também um presente,
então nós vamos atrás delas, porque gostamos de presentes. Por trás de cada
sofrimento há uma mina de ouro. Precisamos das oportunidades que advêm
dos problemas. Logo, há motivos suficientes para ficarmos felizes por tê-los
– na pior das hipóteses, devemos ser capazes de nos divertir apesar deles.
Portanto, pergunte-se como você pode desfrutar do processo e se
divertir ao mesmo tempo.

A maior sabedoria em caso de dívidas


Certa vez, uma criança andava pela floresta e chegou a uma casa em uma
grande clareira. Havia um grande jardim nos dois lados da casa e, em cada
um deles, um jardineiro. Os jardins, porém, eram muito diferentes. Um
estava todo bagunçado e cheio de ervas daninhas, e seu jardineiro era muito
nervoso – ele arrancava as ervas e esbravejava sem parar. O outro era pura
harmonia, com um aspecto belo e natural, flores crescendo por todos os
lados. O jardineiro desse lado parecia manter tudo sob controle sem esforço.
Estava encostado numa árvore e assoviava uma melodia alegremente.
A criança decidiu visitar o jardineiro relaxado e feliz. Ela lhe perguntou
como ele podia manter o jardim tão ordenado – e parecia tão fácil –,
enquanto o outro jardineiro trabalhava sem parar e não conseguia ter um
jardim bonito.
O jardineiro relaxado respondeu: “Você sabe, houve um tempo em que
eu me esforçava tanto quanto o meu colega, arrancando as ervas daninhas.
Certo dia percebi que jamais poderia vencê-las, pois as raízes permaneciam
no solo e as sementes caíam quando eu as arrancava. Por isso as ervas
continuavam voltando e, assim que eu acabava de limpar o jardim inteiro,
tinha que começar tudo de novo. Então resolvi adotar uma nova estratégia e
procurei plantas que crescessem mais rápido do que as ervas daninhas. Em
pouco tempo elas aniquilaram as ervas. Onde quer que essas flores cresçam,
as ervas não têm vez. O meu jardim fica livre delas por conta própria.”
Nesse meio-tempo, a noite se aproximou e a criança foi para a casa da
família do jardineiro. Quando todo mundo estava na sala, o jardineiro de
repente apagou a luz. A escuridão era total. Ele perguntou à criança: “Você
consegue arrancar a escuridão?” Quando tornou a acender a luz, continuou:
“A única forma de vencer a escuridão é com a luz. Você não pode jogá-la
fora ou lutar contra ela.”
Por exemplo, não vale a pena lutar contra os seus medos. Por outro lado,
a gratidão é uma maneira útil de combater o medo. Se você ficar com muito
medo do futuro, duvidando se conseguirá alcançar o que quer, e estiver
incerto quanto ao desfecho dos acontecimentos, experimente o seguinte
exercício: escreva cinco coisas pelas quais você se sente grato. O medo é
como a escuridão; nós não podemos arrancá-lo nem jogá-lo fora. O que é
possível, porém, é ofuscá-lo com a gratidão, assim como a luz desfaz a
escuridão.
Poupar e deixar de gastar são coisas muito diferentes. O mesmo vale para
as dívidas. Tentar fugir de uma dívida é como tentar fugir da escuridão. É
por isso que a regra 50/50 é tão importante. A melhor maneira de vencer a
dívida é construir uma fortuna.
Na manhã seguinte, quando a criança seguiu seu caminho, ela viu um
terceiro jardim. Então perguntou à amigável família o que havia de especial
naquele jardim. O jardineiro respondeu: “O homem que mora lá é um
grande médico que produz remédios a partir das plantas venenosas que
crescem ali.”
Transforme a sua situação “venenosa” num “remédio”. Inspire-se com a
sua situação atual e não fique desejando outras mais fáceis. Em vez disso,
deseje ter mais habilidades. Não queira que os seus problemas desapareçam,
desenvolva a habilidade de lidar com eles.
A pressão pode ser benéfica. Ela o impede de desperdiçar o seu potencial
e o obriga a ser ativo e criativo. A pressão pode ser um veneno ou um remédio
– só depende de você. Como você se vê? Você é profissional? Profissional é
aquele que pode dar o melhor de si até quando não tem vontade de
trabalhar. Para colocar em termos simples: qualquer um sabe lidar com o
sucesso, mas tudo depende de como administramos o fracasso. O problema
nunca é a dívida em si, mas a maneira como a percebemos.

Dê alguns passos para trás


Distancie-se da sua situação. Não leve os seus problemas tão a sério. Se
você joga uma partida de Banco Imobiliário e perde, você não morre.
Também não morrerá por causa das suas dívidas. Portanto, não se leve tão a
sério.
Você possuía um conjunto desfavorável de convicções e é por isso que a
sua situação chegou a esse ponto. Agora que trocou as suas convicções por
outras mais benéficas à sua busca pela riqueza e começou a construir a sua
fortuna, fará coisas que, caso contrário, jamais faria. Quem sabe qual será o
resultado?

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

Nunca aceite uma solução de curto prazo para um problema de longo prazo.

As dívidas de consumo destroem a sua motivação e a sua autoconfiança.

As nossas convicções decidem se vamos nos endividar ou não. Nós podemos mudá-las
quando quisermos.
Concentre os seus esforços na sua dívida, e não em saber de quem é a culpa. Nunca
acuse ninguém, nem você mesmo.

Use a sua dívida para ajudá-lo a ter disciplina. Quando mudar as suas convicções,
facilmente aprenderá a ser disciplinado.

Estabeleça objetivos ainda mais ambiciosos, pois as suas expectativas determinam as


suas conquistas.

Cada problema traz um presente. Problemas são divertidos.

A pressão financeira pode ser um veneno ou um remédio. A decisão é sua.

Qualquer pessoa sabe lidar com o sucesso. A verdadeira arte está em administrar o
fracasso.

O problema não está na dívida em si, mas na maneira como a percebemos.


7

Como aumentar a sua renda

“As pessoas que trabalham o dia inteiro não têm tempo para ganhar dinheiro.”
JOHN D. ROCKEFELLER

C om frequência escuto as pessoas reclamarem dizendo coisas como “Eu


ganho muito menos do que deveria”. Esse modo de pensar, porém, está
equivocado. No geral, a sua renda está de acordo com o seu valor de
mercado. O mercado não ama nem odeia você; ele apenas lhe paga
conforme o seu valor – que fique claro que não estamos falando do seu valor
como parceiro, amigo, mãe ou pai, mas somente do seu valor econômico.
Você não é, portanto, um gênio injustiçado e não reconhecido, vítima de
uma conspiração tramada por outras pessoas, pelas circunstâncias ou por
superiores ignorantes. Só você é capaz de determinar quanto vai ganhar.
Você precisa conhecer as leis do mercado das quais a sua renda depende.
Enquanto não entender que a sua renda atual é o resultado de uma decisão
que tomou ontem, você não poderá dizer que agora fará uma nova escolha.
Como aquele que planeja a própria vida, você deve estruturar a sua renda ou
os seus aumentos. Você não recebe um aumento de salário – faz por
merecer. Se outras pessoas pudessem estabelecer o valor da sua renda, elas
teriam poder sobre a sua vida. Você, e somente você, pode aumentar a sua
renda. Você é o único responsável. A decisão é toda sua.
As leis para aumentar a sua renda apresentadas a seguir vêm
funcionando há décadas. Elas se aplicam tanto a empregados quanto a
empresários. Uma vez que tenha compreendido este capítulo, você será
capaz de aumentar a sua renda entre 20% e 100% em um ano.
Mostre os seus pontos fortes
O dinheiro e as oportunidades não aparecem conforme a sua necessidade,
mas de acordo com suas habilidades. Você não consegue um aumento de
salário porque precisa de um, mas porque o mereceu.
Praticamente todas as discussões a respeito de aumento de salário
começam a desandar bem nesse ponto. Mário Mixaria diz ao chefe, Paulo
Poderoso: “Nós acabamos de ter um filho e agora precisamos de uma casa
maior… Também estamos precisando de um carro, caso contrário eu não
posso vir trabalhar… Eu preciso de um aumento.” Paulo Poderoso não
apenas negará o aumento, mas provavelmente chegará à conclusão de que a
empresa não precisa mais dos serviços de Mário Mixaria.
Portanto, se você quer ganhar mais, deve saber explicar muito bem por
que merece um aumento de salário. Prepare-se para a sua reunião fazendo
uma lista detalhada dos benefícios que você traz para a empresa e das
vantagens adicionais que pode oferecer. Destaque nessa lista todos os seus
pontos fortes.
Agende a reunião com antecedência. Deixe claro que a reunião terá o
objetivo de estabelecer o seu valor para a empresa. Se não possuir nenhuma
habilidade com negociações, pratique o que vai dizer diante do espelho ou
com amigos. Demonstre força. Isso também vale para empresários. Nunca
compartilhe as suas dúvidas com ninguém, apenas mostre os seus pontos
fortes – as pessoas não seguem aqueles que têm dúvidas, mas aqueles que
trabalham com afinco para atingir as suas metas. Pontos fortes são mais bem
pagos.

Pergunte sobre os seus deveres, não sobre os seus


direitos
Você não irá muito longe se ficar concentrado demais nos seus direitos.
Pergunte o que você pode fazer pela empresa em vez de analisar
constantemente o que a empresa pode fazer por você. Uma sociedade que dá
importância demasiada aos seus direitos não vai para a frente, assim como
um relacionamento em que os parceiros só se concentram em seus direitos.
Como John F. Kennedy disse certa vez, “Não pergunte o que o seu país
pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país”. O motivo
pode ser inteiramente egoísta – você irá muito mais longe com essa postura.
Você merece mais e será mais feliz porque fará novas conquistas em vez de
levar crédito pela performance alheia.

Se você recebe para trabalhar oito horas, trabalhe dez


Sempre faça mais do que o esperado. Surpreenda todos à sua volta.
Ultrapasse as expectativas.
Certa vez, durante as férias de verão, trabalhei numa empresa em que
todos os funcionários de longa data haviam descoberto diversas maneiras de
“trabalhar”. Amigavelmente, eles se dispuseram a me ensinar o que
acreditavam ser o caminho das pedras: “Saia 18 minutos mais cedo para o
intervalo e volte nove minutos mais tarde; você pode ler o jornal no
banheiro por 20 minutos; se precisar ir buscar algum material, pode fazer
um agradável e refrescante passeio pelo refeitório no caminho.” No final das
contas, era possível receber por oito horas e trabalhar apenas seis.
Em vez disso, meu conselho é: se você for pago por oito horas de
trabalho, trabalhe dez. Mereça ganhar mais. Desenvolva métodos de
trabalho que o deixarão rico. Você não deve se importar se a empresa está
recebendo mais do que está pagando.
Mesmo que o seu empregador não reconheça nem remunere os seus
esforços, você terá conquistado algo que o ajudará a progredir no futuro:
terá desenvolvido os hábitos de trabalho de uma pessoa bem-sucedida.

Trate todos os assuntos com urgência


Se existe um último segredo para o sucesso, é a habilidade de
transformar atividades cotidianas em assuntos de extrema urgência. O seu
lema deve ser “o quanto antes”. Certifique-se de que o seu relógio está
sempre mais adiantado que o dos demais. Transforme o hábito de
surpreender os outros com a sua velocidade em um esporte.
Você pode achar que cometerá mais erros se trabalhar rápido, e isso
pode acontecer – quem trabalha rápido tende a cometer erros. Contudo, em
primeiro lugar, a quantidade de trabalho bem-feito mais do que compensa
os erros cometidos. Além disso, os erros também podem ter um lado
positivo. Se você tem medo de errar, nunca alcançará o sucesso. Ninguém
procura a perfeição porque a perfeição paralisa. As pessoas buscam o
extraordinário. Aqueles que têm medo de errar querem fazer tudo certo;
aqueles que não têm medo de errar conseguem realizar feitos
extraordinários.
Pergunte-se, então, como você pode realizar algo extraordinário o
quanto antes. Faça-se notar. Responda em menos de três minutos às
mensagens que receber. Retorne ligações imediatamente. Não tolere a
procrastinação.

Dicas importantes
Faça tudo o mais rápido possível.

• Não tenha medo de fracassar.


• Thomas J. Watson, da IBM, disse: “Quem quiser crescer na minha
companhia deve dobrar a sua quantidade de erros.”
• Erros trazem experiência e a experiência permite que você tome a
decisão certa rapidamente.
• Aprenda a confiar na sua intuição. Tome decisões rápidas.
• Reaja ao seu primeiro impulso. Você cometerá erros, mas acertará
mais vezes.
• Se 51% do todas as suas decisões rápidas fossem certas, você ficaria
rico.

Nada é insignificante
Tudo que merece ser feito merece ser feito direito. Esteja você
respondendo a um e-mail, ligando para alguém ou arrumando as cadeiras
numa sala de conferências, nada é insignificante. Sempre dê 100% de si.
Apenas imagine que um bilionário está observando como você executa a sua
próxima tarefa para decidir se será seu sócio numa nova empresa.
Lembre-se: não estou sugerindo que você faça tudo perfeitamente. A
perfeição significa não cometer nenhum erro, e o medo dos erros é capaz de
nos paralisar. Mostre-me uma empresa que tem medo de errar e eu provarei
que ela está estagnada. Portanto, não busque a perfeição, mas execute as suas
tarefas de maneira excepcional. Faça as coisas de um modo inteiramente
diferente: execute-as com excelência, pois apenas os feitos extraordinários
deixam uma impressão duradoura.
Faça-se indispensável
Em toda empresa há uma ou duas pessoas que são indispensáveis – seja
uma delas.
Assuma responsabilidades acima e além das esperadas para o seu cargo e
faça-se notar (isso não quer dizer fazer o trabalho de todo mundo, mas
assumir a responsabilidade por ele). Aumente a sua área de influência:
ofereça-se para executar tarefas, assuma a gerência de projetos, mude a sua
postura para “eu sou a empresa”.
Ao mesmo tempo, tente se fazer dispensável em seu próprio
departamento. Nunca ache que, se você não fizer algo pessoalmente, a tarefa
não será bem-feita. Se pensar assim, você se tornará um escravo da sua
empresa.
Portanto, torne-se indispensável ao chamar para si a reponsabilidade,
mas faça-se dispensável delegando trabalho e autoridade.

Continue estudando
Na Pré-História, a mente humana reagia quase de maneira espontânea.
Se uma presa fosse identificada, você tinha que atacar na mesma hora; se um
perigo aparecesse, você subia rápido em alguma árvore. Nós passamos de
nômades a agricultores porque começamos a identificar as circunstâncias e
fazer planos para o futuro.
Cultivar hoje para colher daqui a alguns meses foi uma mudança crucial
para a nossa consciência. Se você faz uma faculdade de três anos ou estuda
de quatro a seis anos para ganhar mais dinheiro no futuro, deve ter chegado
à mesma conclusão.
Não pense, porém, que ao terminar a universidade você não precisa
mais estudar. Na verdade, isso é apenas o começo. Infelizmente, não
estendemos essa ideia a outras áreas das nossas vidas, ou não agiríamos de
maneira tão imediatista com tanta frequência. Dez anos de gastos o deixam
pobre; dez anos comendo chocolates o deixam gordo e doente; dez anos
vendo televisão demais o deixam burro. As pessoas que assistem pouco à
televisão e, em compensação, leem livros didáticos especializados podem
não saber qual é o melhor time da atualidade, mas ganharão em média duas
ou três vezes mais do que aquelas que assistem à TV de duas a três horas por
dia.
Se houver problemas, ofereça-se para resolvê-los
Quem quer que deseje ganhar mais dinheiro não deve fugir dos
problemas, mas enfrentá-los.
Não hesite em se oferecer quando precisarem de alguém para realizar
tarefas difíceis.

Seja o especialista
Se você fizer o mesmo que todo mundo, será tão especial quanto um grão
de areia no deserto e acabará com as mesmas coisas que todo mundo tem.
Mesmo que seja verdade, não basta afirmar que você faz algo melhor do que
os outros, pois muitas pessoas pensam assim. Se você faz a mesma coisa que
os demais, precisa ir atrás dos clientes, mas, se é o especialista numa
determinada área, os clientes vêm até você. A chave não é ser melhor, mas
ser diferente.
O que você fez para se posicionar no mercado como um especialista?
Toma decisões pensando em ganhar o suficiente durante o ano? Sente que
bastaria tomar uma atitude para se colocar automaticamente numa situação
segura dentro de mais ou menos dois anos? Ou trabalha duro para alcançar
o status de especialista?
Tudo começa com a percepção que você tem de si mesmo. Defina que
todas as suas decisões o levarão a se tornar um especialista em sua área
dentro dos próximos três anos. Não desenvolva o seu negócio pensando na
sua clientela atual, mas mirando os futuros clientes.
A maneira como você se vê é determinante. Talvez você seja um médico
e a sua meta seja se tornar o mais famoso em sua especialidade. De repente,
a secretária do presidente da República lhe telefona para informar que a sua
reputação chegou aos mais altos escalões do poder executivo e que o
presidente ficaria honrado se você aceitasse um cargo em seu gabinete.
Dizem que, quando o poder bate à sua porta, você deve aceitar sua oferta.
De repente, a sua visão mudou. Você acha que isso influenciará a sua
vida completamente? O segredo é alcançar essa mudança de visão sem
precisar do telefonema da presidência. Descubra quais são seus talentos e
paixões. Que nicho você pode preencher em três anos como o especialista?
Uma vez que tenha decidido isso, trabalhe de maneira consistente para
atingir essa meta.
Se você não mudar, nada mudará
Se decidir que a sua situação mudará, a mudança deve partir de você. Se
seu objetivo é fazer algo diferente daqui a três, cinco ou sete anos, deve se
preparar para alcançar esse resultado. Determine o que restaria da sua vida
atual daqui a sete anos. Os seus dias seriam iguais? Os seus resultados
seriam comparáveis? Você esperaria receber o mesmo respeito das outras
pessoas?
O que você quer fazer? Não dá para esperar acordar um dia e descobrir
por uma manchete de jornal que foi você proclamado especialista da noite
para o dia. A pessoa só alcança esse tipo de distinção quando cria esse papel
para si. Portanto, se você gostaria que as coisas mudassem, separe algum
tempo em sua agenda cheia e reserve-o para construir o seu status de
especialista. Continue a estudar, faça parte de grupos relevantes e busque
maneiras de se posicionar dentro deles, faça-se notar, publique artigos em
revistas especializadas, etc.
Se quiser que a sua condição melhore, você deve mudar para melhor.
Deixe-me apresentar a melhor técnica que eu conheço para atingir
rapidamente o status de especialista: escreva ainda hoje um anúncio de uma
página inteira colocando seus serviços à disposição. Nesse anúncio, descreva
a sua especialidade e o que você pode oferecer. Isso tem muitas vantagens:

1. Obriga você a pensar em cada uma das suas vantagens a partir da


perspectiva dos clientes.
2. Permite que você se concentre no que é essencial.
3. Pode ser que você descubra que não está satisfeito com a sua posição
de especialista, o que permitirá que reveja a sua situação e, no fim
das contas, poupe tempo e esforço.
4. Você também terá uma ideia melhor de cada passo necessário para
atingir a meta de se tornar um especialista e será capaz de identificar
mais facilmente seu público-alvo.
5. Poderá determinar a melhor maneira de satisfazer às necessidades
dos seus clientes – você precisa se perguntar constantemente o que
seria mais interessante para eles.
6. Começará imediatamente o processo de se tornar um especialista.
Dicas importantes
Posicione-se como um especialista. Encontre um nicho ou crie uma
nova categoria.

• A sua visão muda e o conduz na direção da sua escolha.


• Você se comporta de acordo com a sua situação ideal, e não segundo
a sua situação atual.
• Ter uma meta faz de você uma pessoa criativa. Depois de ter visto “o
todo”, você percebe onde cada peça do quebra-cabeça se encaixa.
• Se o seu alvo é um grupo maior, terá que baixar seu preço. Mas, se
você focar um grupo menor e mais especializado, seus serviços
podem ser mais caros.
• Se você for um especialista, os clientes virão até você.
• Posicionar-se como um especialista não é difícil. Acontece com
frequência um profissional ser visto como especialista simplesmente
porque amadores o enxergam dessa forma.

No que diz respeito aos salários, não há diferença entre


empregados e autônomos
O seu sucesso como trabalhador autônomo dependerá do fato de você
estar preparado ou não para ser simultaneamente empregado e chefe. Isso
quer dizer que mesmo como freelancer você terá que pagar seu salário, que
sairá da conta da empresa para a sua conta pessoal. Além do mais, isso
significa que terá que separar as suas despesas privadas das despesas da
empresa. Todo mês você se pagará o mesmo salário – se não fizer isso, pode
acabar passando por uma situação semelhante à que contarei a seguir.
Túlio Tranquilo ganha entre R$ 2.800 e R$ 13.000 por mês. Ele saca de
sua conta o maior valor possível. Nos meses em que ganha menos, pega um
pequeno empréstimo da conta da empresa para sustentar seu padrão de
vida, que consome R$ 6.700 mensais. Nos meses mais “gordos”, ele se dá um
bônus – afinal de contas, trabalhou muito bem. Em média, Túlio Tranquilo
ganha R$ 9.500 seis meses por ano. Ele vive bem. Nos outros seis meses,
porém, ganha em média apenas R$ 4.000, mas ainda vive bem. Túlio
Tranquilo não é qualquer um. Ele sabe quanto “deve” e pega um empréstimo
de R$ 16.800 – com o que ele ganha, acredita que esse empréstimo seja
viável e que R$ 16.800 são “muito bem administráveis”. Ele também é
otimista.
Túlio Tranquilo consegue se virar habilidosamente nos dois anos e meio
que se seguem. Sua dívida cresceu para R$ 33.500 “facilmente
administráveis”. Mas, de repente, as coisas começam a piorar. As taxas de
juros aumentam, a economia desacelera e Túlio Tranquilo não é capaz de
manter seus ganhos mensais.
Antes de se dar conta, ele já devia R$ 60.000 e tinha que pagar R$ 1.700
por mês. No momento, a sua renda é de R$ 3.600. Túlio Tranquilo declara
amargamente que qualquer um que fale em otimismo está “maquiando a
realidade”; se a verdade deve ser dita, a vida é difícil e brutal. Claro que a
atitude negativa de Túlio Tranquilo afeta sua renda.
Isso tudo poderia ter sido resolvido de forma simples. Se Túlio Tranquilo
tivesse estabelecido para si um salário mensal regular de R$ 4.000, poderia
ter vivido bem poupando R$ 33.000 por ano. Passados três anos, ele teria
juntado R$ 73.000, já descontados os impostos. Esse dinheiro renderia mais
de R$ 8.000 em juros por ano (a 12%). Ele estaria muito motivado e sua
renda aumentaria. Ele calcula que em sete anos teria juntado seu primeiro
milhão caso tivesse aumentado a sua renda em 10% por ano.
Portanto, sugiro o seguinte: estabeleça para si um salário fixo baseado no
menor lucro mensal da empresa.

Dicas importantes
Se você for autônomo, estabeleça para si um salário fixo.

• Acostume-se a fechar as contas com uma quantia fixa todo mês.


• Tenha disciplina e mantenha sua conta corporativa separada da sua
conta pessoal.
• Junte dinheiro. Assim você tem consciência das suas metas e a sua
motivação aumenta. O mesmo vale para a sua renda.
• Dentro de dois anos, você estará financeiramente protegido por um
período de 12 meses e poderia viver das suas economias por um ano
inteiro sem ter que fazer nada, se assim desejasse. Você seria livre.
• Dentro de sete a dez anos, você terá alcançado a segurança
financeira. A sua “galinha dos ovos de ouro” terá crescido e você
receberá cerca de R$ 5.600 apenas de juros mensais das suas
aplicações.
• Você não trabalha mais porque precisa, mas porque está vivendo o
seu hobby.

Como trabalhador autônomo, você precisa construir a


sua fortuna
Talvez você também se sinta tentado a investir todo o dinheiro que
ganha na empresa. Esse é o erro mais comum cometido por empresários
individuais. Você não estará construindo uma fortuna além da sua empresa
e fará com que o seu bem-estar dependa do sucesso da empresa e de algum
dia conseguir vendê-la por um bom preço.
Se você realmente deseja investir uma grande quantia na sua empresa, é
melhor recorrer ao D.O.P. (dinheiro de outras pessoas). Pegue o maior
empréstimo possível porque, primeiro, você não sabe de quanto vai precisar
e, segundo, você sempre terá onde usar o dinheiro.
Nesse caso, a dica é exatamente oposta à que vale para a dívida de
consumo. Eu repito: nunca contraia uma dívida de consumo. Em vez disso,
financie o estabelecimento e a expansão da sua empresa com dinheiro
alheio. Isso tem um efeito positivo: o capital investido aumenta o seu
faturamento. O valor da sua empresa cresce. Ao mesmo tempo, o valor do
dinheiro que você pegou emprestado diminui por conta da inflação. Se
conseguir aumentar o seu faturamento em, por exemplo, 12% ao ano através
de um investimento bem-feito com dinheiro emprestado, você dobrará o seu
faturamento em seis anos.
Vamos presumir que nesse mesmo período a inflação real reduza o
ritmo em que você tem que amortizar a sua dívida em 5% ao ano. Passados
sete anos, o valor real do dinheiro (com juros) que você pegou emprestado
será de apenas 69,8% do valor à época do empréstimo.
Por essa razão, é sempre recomendável retirar dinheiro da empresa e
investi-lo bem de forma privada. Caso seja necessário, pode usar esses
investimentos privados como garantia do D.O.P. (dinheiro de outras
pessoas), mas em geral não é necessário. Assim, retire dinheiro
regularmente da sua empresa e financie-a com dinheiro emprestado.
Como analisar a sua renda
Se um atleta quer melhorar sua performance, ele a dissecará em
componentes individuais, como elasticidade, condicionamento, explosão,
massa muscular, flexibilidade, estilo, técnica, velocidade. Ele então fará uma
análise de cada componente separadamente antes de fixar um programa de
treinamento. É isso que nós queremos fazer com a sua renda: primeiro
precisamos fazer um diagnóstico para depois receitarmos alguma coisa.
Leia os parágrafos a seguir e atribua a si mesmo uma nota para cada
quesito.

Qualidade
Quão competente você é na sua área? Você se posicionou como
especialista? Conhece a sua área de atuação? Tem bons mentores? Construiu
ao seu redor uma rede de especialistas que aumenta o seu conhecimento e a
sua qualificação? A sua qualidade pessoal cresce junto com a sua qualidade
profissional? Você conhece as leis do sucesso e as aplica? É bom em
liderança? Em comparação com o nível de qualidade das melhores pessoas
do seu ramo, como anda o seu?

Sua autoavaliação: ______________________ pontos. (Máximo de 10


pontos)

Energia
Quanta energia você está preparado para investir em seu progresso
profissional? Quanto realmente dedicaria a isso? Em geral, quanta energia
você tem? Você é capaz de concentrar toda a sua energia em alguma tarefa?
Quão forte é a sua paixão e quão grande é o seu entusiasmo por aquilo que
vem fazendo? Você ama o seu trabalho? Ainda separa algum tempo para
dedicar à sua saúde, a esportes, à sua família, ao aprendizado e ao
crescimento constantes porque essas coisas lhe darão mais energia no longo
prazo?

Sua autoavaliação: _____________________ pontos. (Máximo de 10 pontos)

Expansão
Você sabe que este é o componente mais importante da sua renda? A
expansão é o mais poderoso multiplicador. Quantas pessoas você alcança
com os seus produtos/serviços?
Um grande jogador de futebol ganha muito dinheiro porque é bom e
dedica muita energia ao que faz, mas a maior parte do que ele ganha se deve
ao fato de milhões de pessoas assistirem aos seus jogos. Um conhecimento
considerável, possibilidades e produtos estão disponíveis para as massas hoje
em dia. Se você vai ganhar muito dinheiro com o seu produto ou não
depende de quantas pessoas têm conhecimento dele. Nota: para este critério
o máximo é de 100 pontos.

Sua autoavaliação: ____________________ pontos. (Máximo de 100 pontos)

Autoestima
Você sabe que nossa percepção molda a realidade? É habilidoso em se
promover? Você se mostra confiante? A sua autoconfiança é alta? Está ciente
de que é extremamente competente? Sabe se apresentar? Os outros o
consideram um especialista? As pessoas querem lhe fazer favores sem cobrar
nada em troca simplesmente porque você é competente? Os outros acham
que é lucrativo conhecê-lo? Você sabe se posicionar?

Sua autoavaliação: _____________________ pontos. (Máximo de 10 pontos)

Ideias
Você é criativo? Está aberto a novos conceitos? Você se mantém fiel às
suas metas mas ainda assim permanece disposto a experimentar novos
métodos para atingi-las? É flexível? Anota as suas ideias imediatamente?
Confia nelas e as implementa? Até que ponto desenvolveu a sua “fábrica de
ideias” pessoal? Você sempre se pergunta “Como isso se aplica ao meu
caso?” e “Como eu posso agir de imediato?”? Você se dá conta de que
absolutamente toda a informação e todas as soluções de que necessita
existem em algum lugar? Tem consciência de que deve desenvolver novas
ideias para ter acesso à informação?
Sua autoavaliação: ______________________ pontos. (Máximo de 10
pontos)

Para calcular sua nota final, multiplique todos os pontos que obteve. A
pontuação máxima é um milhão (10 × 10 × 100 × 10 × 10).
Eis um cálculo simples: você se deu 5 pontos no quesito Qualidade; 10
em Energia; 3 em Expansão; 6 em Autoestima; e 6 em Ideias. Multiplicando
esses pontos, obtemos um total de 5.400. Então dividimos o total por 1,8
para calcular a sua renda mensal, ou seja, R$ 3.000. Se você marcasse 30
pontos no quesito Expansão, teríamos 54.000 pontos e uma renda mensal de
R$ 30.000.

Sua nota final: ____________________________ pontos.

Agora você deve ter uma boa ideia das áreas que precisa desenvolver.
Permita-me dar algumas ideias – mas o trabalho cabe a você.

Como melhorar os componentes individuais da sua renda


Qualidade
Você já deve ter percebido algumas dicas nas perguntas que fiz
anteriormente. Leia livros e publicações relacionados à sua área de atuação.
Estude a cultura de outros países. Se você ainda não fala uma língua
estrangeira, é provável que seja uma boa ideia começar a aprender alguma.
O aprendizado que nós estamos discutindo vai muito além do seu trabalho.
Esse estudo complementar permitirá que você se torne uma pessoa
completa e uma personalidade que magicamente atrai o sucesso.
Acredito que o nosso entorno imediato tem grande influência sobre a
nossa qualificação como especialista e sobre a nossa qualidade pessoal. Se
nos cercarmos de pessoas que são “melhores” do que nós, nos tornaremos
melhores. Se nos cercarmos de pessoas “desmotivadas”, ficaremos estagnados.
Quando criança, aprendemos muito através da observação inconsciente
e da imitação. Esses continuam a ser os melhores métodos hoje. Precisamos
de pessoas ao nosso redor em quem possamos nos espelhar e com quem
possamos aprender. Por isso criei o hábito de conhecer pelo menos uma
pessoa nova e interessante por mês que seja mais bem-sucedida do que eu
em determinada área.
Pare um pouco para pensar quais passos concretos você pode dar nas
próximas 72 horas com o objetivo de melhorar seu quesito Qualidade no
aspecto profissional e pessoal.

Energia
A maneira irracional e autodestrutiva com que levamos a vida
frequentemente bloqueia a nossa energia. A maioria das pessoas subestima
este aspecto, mas você não pode acordar de manhã e conquistar o mundo se
não conseguir sair da cama porque está doente. Se você leva uma vida
saudável, chegará à seguinte conclusão: quanto mais energia você consome,
mais energia você tem.
Energia é vida. Eu não pretendo escrever um livro sobre saúde, mas, se
você quer aumentar a sua renda, pense em maneiras de se sentir mais cheio
de energia.
Que passos concretos você pode dar com o objetivo de ter mais energia?

Expansão
Você deve fazer todo o possível para tornar o seu produto ou o seu nome
mais conhecido. Escreva artigos para revistas, apareça em programas de TV,
contrate uma boa agência de relações públicas, mande malas diretas.
Além disso, faça acordos de cooperação com outros empresários locais.
Se você for ao meu alfaiate em Londres, ele logo lhe indicará um camiseiro,
uma loja que faz sapatos sob medida, seu restaurante favorito, etc. Organize
eventos e convide clientes e parceiros de negócios em potencial.
Não importa o que faça ou quanto tempo gaste, você deve dedicar mais
tempo ao marketing e a expandir o alcance do seu nome ou do seu produto.
Faça tudo o que conseguir para que as pessoas o conheçam.
Lembre-se: especialistas competentes e informações precisas existem em
abundância, então ser apenas bom não basta – os outros precisam
reconhecer em você uma qualidade única, e cabe a você fazer com que isso
aconteça.
O que você poderia fazer para se tornar mais conhecido?

Autoestima
Em geral, as pessoas só conseguem fantasiar sobre alcançar uma renda
100% maior do que a que têm no momento; ou seja, uma renda que seja o
dobro da atual. A maioria acha que imaginar algo acima disso seria
extremamente duvidoso e se sente incomodada. Isso, porém, não passa de
um problema de autoestima. Se você aumentar a sua autoestima, aumentará
a sua renda.
A capacidade de se autopromover é parte integrante da sua autoestima.
Se você não tem nenhuma experiência com vendas, sugiro que leia
algumas obras sobre o assunto e depois se dedique a esse ramo por cerca de
um ano. Há uma razão para o ditado “Não importa quanto um negócio seja
pequeno, ele dará mais lucro do que o trabalho dedicado à sua criação”.
Talvez você encontre a sua paixão, mas em todo caso aprenderá a se
autopromover.
Que passos você pode dar no sentido de aumentar a sua autoestima e
melhorar suas habilidades de autopromoção?

Ideias
As melhores ideias nos ocorrem enquanto estamos dirigindo,
caminhando, praticando esportes ou meio adormecidos. Precisamos de um
bloco de notas ou de um gravador para nos lembrar delas, sob pena de
perdê-las para sempre. Tenho um diário em que anoto as minhas ideias e,
mesmo que eu não implemente todas elas, isso mantém a minha “fábrica de
ideias” funcionando a todo vapor.
Napoleon Hill disse: “Todo negócio, todo grande sucesso, começou com
uma ideia.” Se nossas ideias forem boas, o dinheiro entrará nas nossas vidas
– uma única boa ideia pode valer milhões.
Que passos concretos você pode dar para que a sua “fábrica de ideias”
funcione no máximo da capacidade?

Como você pode ver, a sua renda não é determinada de forma arbitrária
pelo seu chefe ou pelo mercado. Se quer aumentá-la, identifique onde estão
as suas deficiências e trabalhe para melhorá-las; procure soluções e lembre
que o melhor recurso de que dispomos nesse sentido é a expansão.
Garanto que, se você trabalhar continuamente na melhoria de todos os
cinco componentes citados, sua renda aumentará pelo menos 20% dentro do
próximo ano, mas é mais provável que aumente 100% nesse período.

Procure outras fontes de renda


Por um lado, você não deve diversificar demais, pois ser capaz de
concentrar a sua energia faz com que você adquira mais potência. Por outro,
boas oportunidades surgirão e você não deve deixar de aproveitá-las. Como
podemos resolver esse dilema? É simples: enquanto não atingir o nível de
renda que espera (e é melhor que ele seja bem elevado), concentre-se em
uma atividade apenas. Não faz sentido evitar as dificuldades mudando de
foco o tempo todo. Uma vez que tenha aprendido a ganhar muito dinheiro,
terá sucesso fazendo isso em outras áreas também.
Onde e como podemos encontrar essas oportunidades? Antes de mais
nada, é preciso que você compreenda que sua renda é o dinheiro que entra
na sua vida. Tente fazer o seguinte exercício: observe o ambiente no qual
você se encontra neste momento e tente memorizar dez objetos que sejam
vermelhos. Conseguiu encontrá-los? Bom. Agora feche os olhos sem dar
uma segunda olhada no ambiente e liste seis objetos azuis que estão ao seu
redor. Difícil? Tendemos a enxergar apenas aquilo em que estamos nos
concentrando, mas boas oportunidades de aumentar a nossa renda também
podem ser encontradas fora do nosso ramo de atividade atual.
As quatro fontes de renda
Em princípio, nós recebemos de acordo com o valor que agregamos ao
mercado. Existem quatro valores responsáveis por isso:

• Produtos
• Conhecimento
• Serviços
• Ideias

Com qual ou quais desses valores você poderia ganhar dinheiro? Como
pode comercializar o seu conhecimento? Que meios você tem de
transformar as suas ideias em dinheiro? Que produtos poderia vender?
Lembre-se de que renda é todo o dinheiro que entra na sua vida. Quem deve
dinheiro a você? Que bens poderia vender? Pense a respeito!

Peça dinheiro
Você é daquelas pessoas que às vezes presta serviços sem esperar nada
em troca? Tenha em mente o fato de que pedir que lhe paguem é com
frequência uma questão de autoestima. Sempre que agregar valor, é natural e
inteiramente justificável você receber dinheiro em troca. O valor que atribui
ao serviço que realiza depende de quanto você se valoriza. Se um bom
serviço pode ser obtido por um alto preço de um especialista ou de graça de
você, é porque lhe falta autoconfiança – o especialista tem noção do próprio
valor, você, não.
Eu gostaria de formular isso de forma mais drástica: você é responsável
pela qualidade da sua vida. Portanto, é seu dever ganhar dinheiro, e é por
isso que deve exigi-lo, pelo menos até ter conquistado a liberdade financeira.
Veja que o sucesso é mais uma postura do que uma habilidade.
Trabalhe no desenvolvimento da convicção de que você tem valor.
Escreva regularmente em seu diário do sucesso.

Concentre-se em atividades que dão dinheiro


Esta parte é muito simples: utilize integralmente o seu tempo em
atividades que deem dinheiro. Determine quais áreas do seu ramo podem
produzir renda.
É provável que muitas pessoas sejam capazes de fazer a maior parte do
trabalho que você faz. Poucas, porém, têm a disciplina para se concentrar
(quase) unicamente em atividades que geram renda.
Você descobrirá que a satisfação é muito maior quando se envolve em
algo que dá dinheiro, embora outras atividades sejam mais fáceis. Lembre-
se, porém, de que o nível da sua renda depende muito do número de
atividades que apenas você é capaz de realizar.
Contrate um assistente o quanto antes e delegue tudo o que você faz hoje
mas que pode ser feito por outra pessoa. Use o tempo que ganhará para se
concentrar em atividades lucrativas. Valerá a pena, desde que nesse tempo
você ganhe mais do que o que paga ao seu assistente. O lema “o quanto
antes” também se aplica aqui. Portanto, não espere até que você possa pagar
por isso. A maioria das empresas quer crescer primeiro para depois poder
pagar às pessoas de que precisa. Seria melhor, porém, empregar essas
pessoas o quanto antes para poder crescer.
Pergunte-se quais das suas atividades podem ser realizadas por outra
pessoa. Quem poderia assumi-las no seu lugar?

Renda não significa riqueza


Muitas pessoas não sabem o que é a riqueza. Ganhar muito dinheiro não
faz de você uma pessoa rica porque, em geral, nosso padrão de vida cresce
junto com a nossa renda e nós simplesmente “precisamos” de mais e mais
recursos para mantê-lo. O estranho é que nós sempre precisamos
exatamente daquilo que ganhamos. Não devemos confundir necessidades com
desejos.
Os antigos babilônios já sabiam: “Aquilo que você chama de ‘despesas
necessárias’ sempre aumentará de acordo com a sua renda.” Só é rico quem
pode viver do capital que tem sem precisar estar empregado – porque o
dinheiro trabalha por você. Você não ficará rico por conta do dinheiro que
ganha, mas por conta do dinheiro que poupa – poupar é a diferença entre
ser uma máquina de fazer dinheiro e ter uma máquina de fazer dinheiro.
Tratarei mais desse assunto no próximo capítulo.
Nunca pare
Nunca pare de aumentar a sua renda até ter acumulado capital suficiente
para poder viver dos rendimentos. Naturalmente, podemos e devemos tirar
algumas folgas.
Criei o hábito de me recompensar sempre que atinjo alguma meta
preliminar. Trabalho seis dias por semana e tiro um dia de folga. Minhas
férias são de três semanas, quatro vezes ao ano. Descobri que sou muito
mais produtivo dessa maneira: meu foco aumenta, assim como a minha
energia. Eu também aproveito bem esse tempo e em geral leio durante as
férias cerca de 50 dos 150 livros que leio por ano. Durante as festas de final
de ano, avalio o ano que está se encerrando e planejo o seguinte, fixando
metas para cada área da minha vida e anotando as razões pelas quais quero
alcançá-las. Também escrevo a maior parte do meu diário de realizações
durante as férias, em que elaboro aquilo que poderia aprender. Assim, cada
fracasso se transforma numa lição e, para garantir que não repita os mesmos
erros, eu os anoto.
Portanto, para mim, as férias são um tempo no qual saio completamente
da minha rotina diária. São períodos nos quais me dedico por inteiro à
minha vida afetiva e a mim mesmo. Quando volto para casa, as razões para
continuar fazendo o que faço estão mais claras do que nunca. Torno a me
concentrar mais nos meus objetivos, em vez de me concentrar no caminho
que me leva até eles. Essas são apenas algumas razões pelas quais digo que
sou mais produtivo quando tiro férias quatro vezes por ano.
Faça pausas de modo a não se estressar em excesso, mas não pare até ter
atingido a liberdade financeira. Nada é mais difícil do que recolocar uma
locomotiva parada em movimento (assim como também é difícil parar uma
que esteja correndo a toda a velocidade). Em suma, você não precisa estar
com o pé fundo no acelerador o tempo todo, mas, se possível, também não
pare completamente até poder viver dos juros do capital que tiver
acumulado.
A partir daí, você não terá mais que trabalhar. Mas por que parar de
fazer algo que lhe dá prazer? Se você não precisa mais trabalhar e apenas faz
aquilo de que gosta, sabe o que acontece? É aqui que a coisa fica muito
interessante!
RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

Cada um recebe exatamente o que merece. Apenas você pode determinar quanto
ganhará.

Você não receberá mais porque precisa, mas porque fez por merecer. Pergunte sobre os
seus deveres, não sobre os seus direitos.

Sempre dê mais de si do que o esperado. Surpreenda a todos superando suas


expectativas. Não basta ser muito bom: seja excepcional.
Torne-se indispensável chamando para si a responsabilidade. Faça-se dispensável
delegando trabalho e autoridade.

Quem quer ganhar mais sempre pede uma lista maior de problemas.

Fazer o que todo mundo faz é tão útil quanto um grão de areia no deserto. Você não
precisa ser melhor, mas único. Encontre o seu nicho.

A sua renda cresce proporcionalmente à sua autoconfiança.

A sua renda consiste nos seguintes componentes: qualidade, energia, expansão,


autoestima/capacidade de se autopromover e ideias.

Dedique mais tempo ao marketing e a tornar seu nome e seus produtos conhecidos.

Concentre-se nas atividades que geram renda. Pergunte-se se necessariamente tem que
fazer uma determinada coisa ou se alguém pode fazê-la por você.
8

Poupando – pagando a si mesmo

“O homem que gasta tanto quanto poupa é o homem mais satisfeito, pois tem ambos os prazeres.”
SAMUEL JOHNSON

C erta vez um aldeão pobre foi ao galinheiro e achou um ovo de ouro no


ninho. Sua primeira reação foi: “Alguém está me pregando uma peça.”
Para ter certeza, porém, ele levou o ovo a um ourives, que o avaliou e
informou ao homem que era de fato de ouro maciço. O aldeão vendeu o ovo
e voltou para casa com uma grande soma de dinheiro. Naquela noite, deu
uma grande festa. Na manhã seguinte, toda a família acordou cedo para ver
se a galinha havia posto outro ovo de ouro. Estavam certos. Encontraram
outro ovo no ninho. A partir de então o animal punha um ovo de ouro todo
dia de manhã e o fazendeiro, que se tornou um homem muito rico, o vendia.
Mas o fazendeiro era ganancioso e se perguntava por que a galinha só
colocava um ovo por vez. Também queria saber como o animal conseguia
fazer aquilo. Foi ficando cada vez mais irritado até que, finalmente, entrou
no galinheiro e cortou a galinha ao meio com o facão. Tudo que encontrou
dentro dela foi um ovo de ouro parcialmente formado. Moral da história:
não mate a sua galinha dos ovos de ouro.
A galinha representa o capital. Os ovos de ouro representam os juros que
esse dinheiro rende. Se você não tem capital, não receberá os juros. A
maioria das pessoas gasta todo o dinheiro que tem e por isso é incapaz de
criar uma galinha dos ovos de ouro. Matam a galinha quando ela é ainda
jovem, antes que tenha tempo de começar a pôr ovos valiosos.
Enquanto você não tiver uma máquina de fazer dinheiro, você será a
máquina de fazer dinheiro, independentemente de quanto ganhe. Gastar
menos do que se ganha não parece exatamente divertido, mas você verá que
poupar pode ser prazeroso e faz sentido.

Quatro razões pelas quais as pessoas não poupam


Existem muitas razões para poupar, mas a maioria das pessoas costuma
deixar de fazê-lo por quatro razões:

1. Por acreditarem que ganharão tanto dinheiro no futuro que não


precisam começar a economizar agora.
2. Por quererem aproveitar a vida agora e acharem que poupar dinheiro
seria difícil e implicaria limitar seu estilo de vida.
3. Por não acreditarem que poupar seja importante e acharem que
sempre pensarão assim.
4. Por acharem que não compensa (baixas taxas de juros, inflação).

Dando uma olhada mais de perto nesses quatro argumentos, você verá
que eles não se sustentam. As quatro afirmações acima deveriam ter sido
formuladas assim:

1. O que você poupa, não o que você ganha, é o que o torna rico.
2. Poupar é fácil e prazeroso.
3. A qualquer momento você pode mudar sua postura e suas
convicções em relação ao ato de poupar.
4. Poupar o tornará milionário. Você pode conseguir facilmente 12% de
rendimento ou mais nos seus investimentos e a inflação na verdade
será de grande ajuda!

Você está tendo dificuldades em aceitar tudo isso? Precisa apenas de um


pouco de paciência para entender a verdade por trás dessas afirmações.
Olhemos agora cada uma delas.

O que você poupa, não o que você ganha, é o que o torna


rico
Ninguém fica rico simplesmente porque ganha muito bem, mas porque
guarda dinheiro.
Muitas pessoas têm expectativas malucas: “Quando eu ganhar o
suficiente, tudo será melhor.” É verdade, porém, que o seu padrão de vida
aumenta proporcionalmente à sua renda e você quase sempre acaba
precisando de todo o dinheiro que ganha. Aqueles que não poupam têm
apenas dívidas.
Meu primeiro coach foi um homem muito bem-sucedido de quem eu
gostava e a quem admirava. Fiquei entusiasmado quando ele se ofereceu
para ser meu mentor pessoal. Ele exigia, porém, que eu poupasse 50% da
minha renda. Impossível, pensei. Eu lhe disse que precisava de 100% da
minha renda e que não havia a menor possibilidade de poupar metade
quando nem todo o dinheiro que eu ganhava cobria as minhas necessidades.
Eu era também um otimista e realmente acreditava que tudo ficaria bem
quando começasse a ganhar muito dinheiro.
Mais tarde cheguei à conclusão de que estava enganando a mim mesmo:
nada muda se nós não mudamos primeiro. É completamente equivocado
achar que a riqueza surge num passe de mágica e que você não precisa
modificar a sua postura. Na verdade você está fugindo da responsabilidade.
É como dizer: “Eu posso fazer o que bem entender com o dinheiro hoje
porque no futuro ganharei enormes quantidades dele. Por que eu tenho que
sofrer agora se no futuro estarei nadando em dinheiro?”
Na sua imaginação a sua renda no futuro será a solução mágica para o
que você não foi capaz de conseguir sozinho: ela supostamente o tornará
rico. Acredite quando digo que isso não passa de uma ilusão, nunca
acontecerá. Você pode ganhar quanto dinheiro quiser, mas a sua situação
financeira não mudará. Conheço centenas de pessoas que ganham US$
28.000 ou mais por mês e tudo o que têm são enormes dívidas. Por que a sua
situação financeira permanece inalterada mesmo com o aumento da sua
renda? Porque dois fatores permanecem iguais: o percentual (que você
economiza da sua renda) e sua postura. Se não consegue fechar as contas
com a sua renda atual, você não será capaz de fazê-lo mesmo ganhando o
dobro. O percentual de gastos continua o mesmo.
Se hoje você ganha R$ 1.000 e poupa 10%, estará guardando R$ 100. Se
você tira 10% de R$ 14.000, que são R$ 1.400, fica mais difícil poupar
porque a soma é maior. De fato, é mais fácil guardar dinheiro quando se tem
uma renda menor. É mais fácil poupar R$ 100 do que R$ 1.400. Quanto
maior a quantia, maior o peso do percentual a poupar. É por isso que você
deve começar a poupar agora mesmo, pois, não importa qual seja a sua
situação atual, poupar nunca será tão fácil quanto é hoje. Comece já a
guardar 10% da sua renda.
Se você tem entre 18 e 20 anos e ainda mora com seus pais, agora é o
melhor momento. Quando você terá um nível de despesas tão baixo outra
vez? Mesmo que algumas sejam obrigatórias, elas não são nada em
comparação às que terá quando morar sozinho. Essa é uma grande
oportunidade, portanto economize o máximo que conseguir.

A maioria das pessoas não muda de hábitos financeiros


ainda que ganhe mais
Atitudes básicas não costumam mudar (a menos que você
conscientemente mude as suas convicções). Uma postura que impede as
pessoas de poupar é pensar que “precisam” de algo. Não confunda suas
“despesas necessárias” com seus desejos. Nossas “despesas necessárias”
aumentam proporcionalmente à nossa renda.
A justificativa mais tola para um gasto desnecessário é considerá-lo uma
despesa necessária. Na verdade, precisamos de muito pouco. Acreditamos
que precisamos de tantas coisas apenas para justificá-las para nós mesmos. É
preciso que sejamos pessoas melhores para que a nossa situação melhore.

A frugalidade é uma virtude dos ricos


Quando Sir John Templeton tinha 19 anos, ele e a esposa decidiram
poupar 50% de tudo que ele ganhava. Ele afirma que foi difícil em alguns
momentos, especialmente nos meses em que a sua comissão era muito
baixa. Mas Sir John ficou bilionário e se tornou um dos mais respeitados e
admirados gestores de fundos do mundo. Hoje ele afirma que os momentos
mais decisivos foram aqueles em que ganhava tão pouco que era quase
impossível guardar a metade.
Warren Buffett é um dos homens mais ricos dos Estados Unidos. Já em
1993 a revista Forbes estimava a sua fortuna em 17 bilhões de dólares. Como
ele ficou tão rico? Qual a sua fórmula? Poupar e investir e poupar e investir
de novo. Ele começou como entregador de jornais. Economizava cada
centavo que podia e não comprou praticamente nada para si porque nunca
viu o dinheiro que poderia ter gastado – ele apenas enxergava quanto aquela
quantia valeria no futuro. Ele nem sequer comprou um carro – não por
causa dos US$ 10.000 que custaria, mas porque sabia quanto esse dinheiro
valeria 20 anos mais tarde. Isso parece incrivelmente chato? Entretanto, você
já sabe que considerar algo excitante ou chato é apenas uma questão de
ponto de vista. Se tivesse investido US$ 10.000 com Warren Buffett por 40
anos, esse dinheiro hoje valeria nada menos que US$ 80 milhões – o que
não é nada chato!
Você sabe o que grandes empresários como Henry Ford, Robert Bosch,
Ferdinand Porsche e Bill Gates têm em comum? Todos eles eram muito
frugais. Gastavam menos do que ganhavam e investiam de maneira
inteligente. É claro que a frugalidade não é a única responsável por suas
fortunas, mas é um pré-requisito sem o qual a riqueza jamais seria
alcançada. Você não encontrará um fundador de uma grande empresa que
não seja extremamente frugal.

Muitos homens de negócios já faliram


Talvez você esteja pensando em todas as histórias que já ouviu a respeito
de homens de negócios que foram à falência – e mais de uma vez! Sim, elas
são verdadeiras. Essas pessoas não tinham dívidas de consumo nem um
estilo de vida luxuoso: elas eram frugais. A causa de sua falência não foi o
fato de não saberem economizar, mas algumas circunstâncias desfavoráveis
ou alguma especulação arriscada. Contudo, a frugalidade, somada às suas
qualidades como empreendedoras, permitiu que elas sobrevivessem,
frequentemente vivendo durante anos a fio apenas com o mínimo
necessário, gastando pouquíssimo consigo mesmas e se privando de
qualquer tipo de conforto.
De certa forma, essas pessoas eram tão frugais que muitos afirmariam:
“Isso não funcionaria comigo. Eu não conseguiria nem desejaria viver
assim.” As pessoas bem-sucedidas estão dispostas a fazer coisas que a maioria
daquelas que não alcançaram o sucesso não fariam. A maioria das pessoas
escolhe não poupar e prefere viver “aqui e agora”. Goethe reconheceu esse
fenômeno quando disse que “todos desejam ser alguém, mas ninguém
deseja se tornar alguém”.
Esses fundadores de grandes empresas queriam ficar ricos. Na verdade,
enriquecer era a sua prioridade número um – e tudo o mais era secundário.
Eles não agiam como se tivessem dinheiro. As aparências eram irrelevantes:
eles queriam se tornar alguém e por isso eram frugais.
Talvez você pertença ao grupo das pessoas que afirmam serem exceções
a essa regra. Que acreditam que podem gastar todo o dinheiro que têm e
ainda assim enriquecer. Eu não posso dizer que isso seja impossível – afinal,
coisas incríveis e inexplicáveis acontecem. Estatisticamente, porém, é pouco
provável e seria mais fácil mudar as suas convicções, porque poupar não é
tão difícil assim.

Poupar é fácil e prazeroso


O momento que você escolhe para aproveitar a vida é justamente aquele
em que deveria estar juntando dinheiro. Mas você não deve tentar repetir
suas tentativas fracassadas.
A maioria das pessoas decide poupar dinheiro da maneira errada e torna
a tarefa incrivelmente difícil. Elas procuram se limitar durante o mês inteiro,
pechincham centavos, fazem sacrifícios e, no final do mês, continuam sem
ter dinheiro sobrando. E aí surge um conserto de última hora ou uma conta
que não foi paga.
Talvez você devesse examinar esse cenário a partir de outra perspectiva.
Essencialmente, você paga a todo mundo, menos a si mesmo. Paga o padeiro
quando compra pão; o banco quando paga juros; o açougueiro quando
compra carne; o cabeleireiro quando corta o cabelo. Mas quando você se
paga? Você deveria ser pelo menos tão importante quanto o padeiro, o
banqueiro, o açougueiro ou o cabeleireiro.

Poupar é sinônimo de pagar a si mesmo


Portanto é importante pagar a si mesmo – mesmo antes de pagar aos
demais. Pague-se um salário. Deposite automaticamente 10% do que ganha
todo mês em uma conta separada. Você ficará rico com esses 10% e pagará
todas as demais despesas com os 90% restantes.
Você ficará espantado ao descobrir que a vida não fica mais fácil ou
difícil de administrar com 90% do seu salário do que com 100% dele. Você
nem sequer sentirá falta desses 10%. Talvez isso seja difícil de entender, mas
nunca afirme que algo não funciona sem experimentar antes.
Não inclua os planos de poupança ou de seguro de vida que você já tem
nesses 10%. Nos planos de seguro, você está guardando dinheiro para
basicamente duas coisas: a cobertura do seguro e a sua aposentadoria. Esses
itens são, para a maioria das pessoas, uma necessidade absoluta. Você pode
pagar as suas compras de médio prazo – como um carro novo, móveis,
férias, etc. – com o dinheiro de seus outros planos de poupança.

Você alimenta a sua galinha dos ovos de ouro com esses


10%
Nunca mexa nesses 10%. Essa porcentagem o tornará rico. Você usará
esse dinheiro apenas para alimentar a sua galinha dos ovos de ouro. A seguir
você verá como será capaz de construir a sua fortuna e viver de renda sem
nunca mais precisar trabalhar.
Tanto faz viver com 90% do seu salário ou com 100% dele. A maioria
dos participantes dos meus seminários não acreditava nisso. Contudo, após
fazer essa experiência, eles contam uma história diferente: “Eu nunca pensei
que daria certo, mas há meses que venho separando 10% da minha renda e
nem sequer sinto falta desse dinheiro. É bom saber que esses 10% estão me
tornando rico.”

Dicas importantes
Pague a si mesmo em primeiro lugar. No início do mês, transfira
automaticamente 10% da sua renda para uma conta separada.

• Abra uma conta para ser a sua “galinha dos ovos de ouro”. Programe
transferências mensais automáticas da sua conta-corrente para essa
conta assim que o seu salário for pago.
• Nunca mexa no dinheiro que está nessa poupança.
• Invista o dinheiro dessa conta de acordo com os princípios que
aprenderá neste livro.
• Você aproveitará mais a vida e terá mais autoconfiança à medida que
a sua conta “galinha dos ovos de ouro” crescer.
Uma poupança assim é uma maneira fácil e útil de se tornar uma
• pessoa mais disciplinada.

O que você deve fazer quando recebe um aumento de


salário?
Em algum momento da vida você deve ter ganhado menos do que
recebe hoje. Pense na sua época de estudante – você conseguia pagar todas
as contas com o pouco que ganhava? E o seu primeiro emprego?
Normalmente nós recebemos mais dinheiro à medida que envelhecemos, e o
nosso padrão de vida acompanha o crescimento da nossa renda.
Como evitar que seu padrão de vida aumente no futuro? Separe 50% de
todo aumento salarial que você tiver e deposite na sua conta de poupança. Já
que vem vivendo bem com a sua renda atual, você não terá dificuldades para
guardar 50% do aumento que receber. Você se habituará a ter apenas metade
do aumento que recebeu e a outra metade alimentará a sua “galinha”.
Se, por exemplo, você hoje tem uma renda líquida mensal de R$ 2.800,
você transferiria 10% disso, ou seja, R$ 280, para a sua conta de poupança
no início de cada mês. Agora imagine que ganhou um aumento de R$ 670.
Você iria transferir 50% dessa quantia (ou R$ 335) para a sua conta de
poupança todos os meses. Ao fazer isso, já estaria aumentando a
porcentagem economizada em 120%.

Por que muitos planos de poupança não dão certo?


Existem duas razões principais pelas quais as pessoas não conseguem
levar adiante planos de poupança. Em primeiro lugar, elas tentam poupar
uma quantia fora de sua realidade. É por isso que você deveria começar
poupando “apenas” 10% do seu salário atual. Você nem sequer sentirá falta
dessa porcentagem. Se, porém, tentar economizar 15% ou 20% de sua renda
já no início, a tarefa será muito mais difícil. Em segundo lugar, a maioria das
pessoas guarda apenas o que lhes sobra no fim do mês. Na maioria dos casos,
isso representa uma quantia pequena, e é por isso que você deve pagar a si
mesmo antes das outras despesas e no início de cada mês.

Dicas importantes
Transfira 50% de todos os aumentos no seu salário para a sua conta de
poupança. Dessa forma, o seu padrão de vida não aumentará tão rápido.

• Com cada aumento, a sua galinha dos ovos de ouro dá um salto de


crescimento.
• Você tem o seu objetivo final em mente e prova para o seu
inconsciente que é capaz de administrar seu dinheiro.
• Cada aumento o deixa mais próximo de sua meta principal.
• Como trabalhador autônomo, você é ao mesmo tempo chefe e
funcionário. Permita-se um aumento regularmente.
• Esses 50% não farão falta porque você ainda não terá se acostumado
a essa renda extra.

Você pode mudar a qualquer momento as suas


convicções e a sua postura em relação ao hábito de
poupar
As convicções de muitas pessoas acerca do hábito de poupar não são
muito inspiradoras. Eis alguns exemplos:
“Eu não preciso me disciplinar.”
“Poupar é só para pessoas chatas e sem talento.”
“Eu aproveito a vida agora e poupar significaria me impor limitações.
Não estou preparado para isso.”
Se leu este capítulo até aqui, você já tem consciência dos argumentos
lógicos que contradizem essas convicções desanimadoras. Aplicando o
método descrito no capítulo 5, você pode modificá-las a qualquer momento,
trocando-as por outras novas e mais úteis. Talvez algumas das frases a seguir
o ajudem na empreitada.
“O fazendeiro que come todas as sementes fica sem nada para plantar.”
“Não poupar é uma evidência de estupidez e de completa incompetência
para os negócios. Qualquer um que demonstre não ser capaz de administrar
o próprio dinheiro dificilmente pode ser levado a sério.”
“Eu admiro as pessoas que têm a própria vida sob controle e podem usar
sua energia para fazer aquilo de que gostam. Ter uma situação financeira
sólida é um pré-requisito para isso.”
“Estou certo de que a maior parte da minha vida está por vir. Portanto,
quero ter certeza daquilo que o futuro me reserva. É por isso que estou
poupando.”

Poupar faz com que você fique milionário


No início deste capítulo você leu que pode fazer suas aplicações
renderem 12% ou mais. A inflação até mesmo é capaz de ajudá-lo a
conseguir isso. Mas a maioria das instituições financeiras oferece taxas de
juros muito menores, em torno de 6%.
Essas taxas, porém, praticamente refletem os atuais índices de inflação.
Se você aceitar juros entre 2% e 4%, estará investindo rumo à pobreza, pois
isso significa que o seu dinheiro perderá poder de compra mais rápido do
que o ritmo em que os juros o farão crescer.
Contudo, aqui se aplica o princípio segundo o qual se fizer apenas o
mesmo que os outros, acabará tendo o que todo mundo tem. Nunca se
satisfaça com as taxas de juros oferecidas no mercado. Antes você precisa de
algumas noções básicas sobre investimentos – que veremos nos capítulos a
seguir.

O que R$ 100.000 podem se tornar


Você conhecerá o poder dos juros compostos. Digamos, por exemplo,
que tenha herdado R$ 100.000, investindo essa quantia a uma taxa de 7% ao
ano por 30 anos. Passado esse tempo, você terá acumulado R$ 761.220. Se
tivesse investido a mesma quantia a uma taxa de juros de 16%, teria R$
8.584.980.
Digamos que você tivesse dividido esse mesmo investimento em cinco
aplicações diferentes de R$ 20.000 cada uma. Digamos ainda que em uma
dessas aplicações você tenha perdido tudo; em outra, o rendimento tenha
sido nulo; em uma terceira o retorno tenha sido de 7%; na quarta, de 12%; e,
na quinta, de 16%. Nesse caso, apenas o quinto investimento teria rendido
mais de R$ 1,7 milhão. É o dobro do que teria ganhado investindo todo o
dinheiro a 7%. No total, você teria ganhado mais de R$ 2,6 milhões, e isso
apesar de duas aplicações ruins.
As perguntas que surgem a partir daí tratarão de como você pode
conseguir ganhos de 10%, 12%, 16% e 20% ao ano e de como diluir seus
riscos de forma a evitar uma perda total e aumentar as suas chances de tirar
a sorte grande. Você aprenderá alguns princípios básicos sobre ações e
fundos de investimento e verá que qualquer um pode conseguir um retorno
satisfatório nesses tipos de investimento.
Por fim, gostaria de apresentar quatro planos financeiros diferentes para
quatro objetivos diferentes, cada um servindo de base para o seguinte. Você
descobrirá que poupar de maneira inteligente pode torná-lo rico.

Ensine seus filhos a pagarem a si mesmos


Quando as crianças devem começar a poupar? Elas devem começar
assim que ganharem a primeira mesada.
O mais cedo que puder, apresente a elas o conceito de pagar a si mesmo.
Certifique-se de que seus filhos adquiram convicções úteis sobre a riqueza e
o hábito de poupar.
Quando um amigo meu decidiu começar a pagar uma mesada à filha de
8 anos, ele lhe deu dez dólares e disse que entrasse no carro, pois ele tinha
algo muito importante para explicar a ela. Ele dirigiu até a área mais pobre
da cidade. Tudo era cinza e decadente; não havia verde, apenas terra e
concreto. Ele perguntou à filha se ela preferiria viver ali ou no bairro
agradável onde ficava a casa deles.
Ele explicou que ela moraria com a família por mais uns 10 a 15 anos,
mas que depois passaria a ser responsável por si mesma. Ela então poderia
morar naquela vizinhança horrível ou numa casa legal, comparável àquela
onde morava na época. Ele também lhe disse que ela podia tomar essa
decisão naquele mesmo instante.
Meu amigo passou a manhã inteira falando com a filha sobre poupar
dinheiro e pagar a si mesma. Eles saíram do carro naquele bairro pobre e
andaram pelas ruas. Almoçaram num restaurante horrível e, quando a
menina quase começou a passar mal de desconforto, ele disse: “As pessoas
que gastam cada centavo de seus dez dólares moram aqui.”
Quando voltaram para casa, elaboraram um plano de poupança: ela
queria poupar metade da mesada e, para cada dólar que ela economizasse, o
pai investiria US$ 50 por ela. Isso significa que ele investiria US$ 250 por
mês em nome dela.
Digamos que eles tenham mantido esse plano de poupança por sete
anos. O pai então pararia de investir esses US$ 250 por mês. Mesmo assim,
sua filha teria acumulado mais de US$ 200.000 quando chegasse aos 32 anos
e seu investimento teria sido de apenas US$ 21.000.
O mais importante, porém, é que a filha do meu amigo aprendeu sem
esforço e muito cedo o conceito de dinheiro. Ela provavelmente nunca
precisará pedir dinheiro ao pai.
Pense em quantos ativos você teria hoje se sempre tivesse guardado 50%
do que ganha. Naturalmente, você deveria ter começado a poupar antes
mesmo de passar a achar que “precisava” de seu salário inteiro para cobrir
todas as suas despesas “necessárias”.
Apenas dar dinheiro aos nossos filhos pode ser uma irresponsabilidade.
Explicar a eles os conceitos de dinheiro e riqueza exige tempo, mas seus
filhos teriam uma grande oportunidade que a maioria não tem: o dinheiro
receberia a importância que merece; seria algo natural e agradável. O
dinheiro só se torna a principal preocupação na vida daqueles que não o
têm. Portanto, muitos pais podem ajudar seus filhos ensinando-lhes a não
supervalorizar o dinheiro, mas, ao contrário, a considerar a riqueza parte
natural da vida.

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

Você só é verdadeiramente rico e independente quando possui dinheiro suficiente para


viver apenas dos rendimentos.

Até ter uma máquina de fazer dinheiro, você será a máquina de fazer dinheiro, não
importa quanto ganhe.

O que você poupa, não o que você ganha, o tornará rico. Você enriquece quando guarda
dinheiro.

Fica mais difícil mudar seus hábitos à medida que a sua renda aumenta. Se você não
consegue administrar seu dinheiro hoje, não será capaz de fazê-lo quando estiver
ganhando mais.
É
É mais fácil poupar quando ganhamos pouco porque, quanto maior a soma, maior o peso
do percentual destinado à poupança.

Nós precisamos de pouquíssimas coisas. Apenas afirmamos que precisamos de tantas


para justificar os gastos para nós mesmos.

Você não encontrará nenhum grande empresário de sucesso que não seja frugal.

Não olhe para o valor do dinheiro hoje. Considere quanto ele valerá daqui a 10, 15 ou 20
anos.

As pessoas bem-sucedidas estão dispostas a fazer coisas que a maioria das pessoas
que não alcançaram o sucesso recusaria.

A vida é tão fácil ou difícil de administrar com 90% do seu salário quanto com 100% dele.
Nosso padrão de vida sempre aumenta proporcionalmente à nossa renda disponível.

A qualquer momento você pode mudar as suas convicções sobre o hábito de poupar.

Independentemente de quanto poupar possa parecer difícil, não poupar será sempre
ainda mais difícil.

Se fizer como os outros, acabará tendo o que todos têm.

O dinheiro se torna a maior preocupação na vida quando você não o tem.

Ensine seus filhos a poupar.


9

O milagre dos juros compostos

“O dinheiro está reservado para aqueles que entendem e aplicam as leis do capital.”
GEORGE S. CLASON, The Richest Man in Babylon

A quele que aumenta a quantidade de dinheiro que tem se tornará rico.


Quem ignora as leis de acumulação de capital perderá o próprio
dinheiro assim como ganhou. É simples assim. Se olhar para o milagre dos
juros compostos, você verá que seria irresponsavelmente ignorante se não
conhecesse seus poderes e não os aplicasse para atingir sua liberdade
financeira.
Antes eu gostaria de lhe dar alguns exemplos dos poderes do
crescimento geométrico.

Crie uma nova fonte de renda


Sugiro que você abra uma conta-poupança e deposite apenas R$ 10,00
no primeiro mês. No segundo mês, aumente em 50% este valor e deposite
R$ 15,00, e assim sucessivamente. Ao mesmo tempo, comece a procurar
novas fontes de renda. Você tem 14 meses até que a coisa realmente tome
impulso e os seus depósitos comecem a ser significativos. Portanto, você
precisa usar o seu tempo de maneira inteligente para desenvolver novas
fontes de rendimentos.
No 15o mês você precisará de quase R$ 3.000,00; no 17o, de R$ 6.500,00;
e no 18o mês, de quase R$ 10.000,00.
Eis o plano:
Você precisa diversificar e crescer. Para isso, deve usar a criatividade e
fazer um esforço real. Ele valerá a pena. Você terá acumulado quase R$
30.000,00 em um ano e meio, um valor que de outro modo não teria. Você
poderia, por exemplo, se recompensar com R$ 6.000 e investir os R$ 24.000
restantes. Em 20 anos, você terá acumulado R$ 200.000 (com um
rendimento de 10% ao ano).

Dicas importantes
Abra uma conta-poupança e, durante 18 meses, aumente em 50% o
depósito que faz nela a cada mês.

• Você aprenderá a buscar novas fontes de renda.


• Terá tempo suficiente para acumular novas fontes de rendimentos.
• Poderá treinar sua capacidade de ganhar dinheiro.
• A sua autoconfiança aumentará e logo você será capaz de criar novos
desafios para si.
• Você se tornará menos dependente dos seus ganhos atuais.
• Se investir esse dinheiro, terá estabelecido as bases de uma grande
fortuna.

Fatores que determinam o seu retorno financeiro


Somente três fatores interessam quando tratamos de juros compostos:
tempo, taxa de juros e montante investido.
Nos meus exemplos, utilizarei taxas de juros altas, de 12% e 20% – nos
capítulos 10 e 11 você descobrirá que esses percentuais são justificáveis.
Desde 1948 as ações têm atingido uma média anual de 12%, com muitos
fundos bons chegando a taxas ainda mais altas. Já que esses resultados com
frequência são considerados praticamente impossíveis, dediquei um capítulo
só às ações e outro apenas aos fundos de investimento. Você verá que obter
entre 12% e 20% de rendimento ao ano não é algo excepcional.
Tempo
Você já deve ter ouvido falar que o melhor é começar a investir o quanto
antes. Deixe-me dar um exemplo.
Digamos que você poupe R$ 400 por mês desde seus 30 anos. Se esse
dinheiro estiver rendendo 12% ao ano em uma aplicação, você terá
acumulado R$ 2.099.140 quando tiver 65 anos. Você terá deixado o seu
dinheiro trabalhar para você durante 35 anos.
Se começar a poupar apenas aos 45 anos, você terá “somente” 20 anos de
prazo. Supondo que queira atingir os mesmos R$ 2,1 milhões com a mesma
taxa de juros de 12% ao ano, você teria que multiplicar por seis o valor do
seu investimento mensal, de R$ 400 para R$ 2.400.
Se começasse a poupar aos 55 anos, só teria 10 anos. Se ainda assim
quisesse atingir os R$ 2,1 milhões, teria que economizar mais de R$ 10.000
por mês. Ou seja, para ganhar R$ 2,1 milhões, você precisa poupar:

• 35 anos × R$ 400 ao mês ou


• 20 anos × R$ 2.400 ao mês ou
• 10 anos × R$ 10.000 ao mês.

Lembre-se: quanto mais cedo você começa, mais fácil fica.


É por isso que você deve poupar para os seus filhos e ensiná-los a
poupar. Se começar a poupar R$ 100 por mês quando o seu filho nascer,
você terá acumulado R$ 524.785 (a 12% ao ano) quando ele tiver 35 anos.

Taxa de juros
Igualmente importante é a taxa de juros. “Tempo é dinheiro”, como diz o
ditado, mas nós também podemos acrescentar: “Tempo lhe traz dinheiro.”
Deixe-me apresentá-lo às altas taxas de juros, embora muitas pessoas não as
levem a sério.
Milhares de pessoas conseguem um retorno de 20% ou mais para os seus
investimentos. Nenhuma dona de casa americana ficaria impressionada ao
ouvir falar das taxas de juros aplicadas na Europa: ganhar meros 4%, 5%, 6%
ou 7% ao ano faria a maioria das pessoas ficar com pena do investidor. Não é
à toa que os alemães têm fama de serem os mais econômicos e os piores
investidores do mundo.
Se você comparar os números, verá quanto é importante conseguir uma
alta taxa de juros. A diferença entre 7%, 12%, 15% e 21% é drástica.
Suponhamos que você invista R$ 100 mensais por 35 anos. Qual será seu
retorno se investir a 7%, 12%, 15% ou 21% ao ano?

• 7%: R$ 166.722
• 12%: R$ 524.785
• 15%: R$ 1.078.249
• 21%: R$ 4.671.602

Portanto, se tiver uma taxa de juros três vezes maior, você não ganhará
simplesmente três vezes mais, mas cerca de 30 vezes mais.
Deixe-me dar outro exemplo: se investir R$ 1.000 apenas uma vez,
quanto terá acumulado em 30 anos a uma taxa de juros de 7%, 12%, 15% ou
21%?

• 7%: R$ 7.612
• 12%: R$ 29.960
• 15%: R$ 66.212
• 21%: R$ 237.376

Sejamos honestos: ganhar R$ 7.612 em 30 anos após um investimento


inicial de R$ 1.000 não é exatamente impressionante, certo? Com uma taxa
de juros assim, eu concordo que seria melhor gastar o dinheiro agora. Se,
porém, você pudesse ganhar 30 vezes o valor investido (a 12%), ou mesmo
237 vezes aquele valor (investido a 21%), você não acharia essa perspectiva
muito animadora?
Você sabe o que teria acontecido se a sua avó tivesse investido R$ 1.000
para você 50 anos atrás com uma taxa de juros de 20%? Aquele dinheiro
teria se transformado em R$ 9 milhões! Consequentemente, a “culpada” pela
sua situação atual é a sua avó. Você, porém, pode não repetir esse erro e
pensar hoje em seu futuro – e em seus netos. Vamos dar uma olhada na
Tabela de Juros Compostos que ilustra como multiplicar o seu dinheiro.

Como calcular juros compostos de cabeça


Eu gostaria de lhe ensinar uma regra simples para que não precise usar
nenhuma tabela: divida 72 pela taxa de juros para saber quantos anos são
necessários para dobrar o seu investimento.

72 ÷ taxa percentual de juros = Número de anos necessários para dobrar o


seu dinheiro

Digamos que você ganhe 12% ao ano e queira saber quanto tempo levará
para dobrar seu investimento inicial de R$ 10.000:

72 ÷ 12 = 6 anos

$
Tabela de Juros Compostos: investimento anual de R$ 1.200

Com uma taxa de juros de 12% ao ano, o seu dinheiro dobrará a cada 6
anos. Se investir a mesma quantia a 5%, nossa conta será:
72 ÷ 5 = 14,4 anos

Agora já sabe que 5% de juros ao ano é algo que não vale muito a pena,
porque você teria que esperar 14 anos até que a sua quantia dobrasse e mais
14 até que dobrasse novamente. Em 30 anos, você teria ganhado meros R$
45.000 com seu investimento inicial de R$ 10.000. Se, porém, você investir a
12% ao ano, sua quantia dobrará em seis anos. Após 12 anos, dobrará
novamente, e assim por diante. Em 30 anos, seus R$ 10.000 terão se
transformado em aproximadamente R$ 300.000. Investindo a 20%, você
teria juntado quase R$ 2,4 milhões.

$
Como R$ 1.000 crescerão mesmo que você não acrescente um centavo a eles!

Em suma, a taxa de juros é crucial. Ela é tão importante que você deveria
ler os capítulos 10 e 11 para descobrir como alcançar altas taxas de juros
para os seus investimentos. Quanto menos tempo você tiver, maiores os
juros que deve obter se deseja construir a sua fortuna.
O que acontece com o seu dinheiro?
Duas questões vêm à tona:

1. De quanto em quanto tempo você quer dobrar o seu dinheiro? (Taxa


de juros!)
2. Quanto você quer dobrar? (Poupe!)

Até a mais alta das taxas de juros é inútil se você multiplicá-la por zero.
Hoje em dia, R$ 55.000 não é uma quantia exorbitante. Você pode
comprar um bom carro com ela, mas essa quantia também não representa
um objetivo atraente. Se, porém, você quiser investir esse dinheiro, terá mais
de meio milhão após 20 anos (a 12% ao ano). É essa a razão pela qual as
pessoas inteligentes poupam: em vez de enxergarem os R$ 55.000, elas veem
a perspectiva dos R$ 530.000.

Capitalismo sem capital é a Idade da Pedra em termos


de finanças
O capitalismo foi o primeiro sistema a permitir que qualquer um
alcançasse a riqueza e a prosperidade. Vários milionários e bilionários
conseguiram alcançar esse status tendo como base apenas um pré-requisito
econômico: a chance de aumentar o capital fazendo investimentos. No
capitalismo, pela primeira vez os juros compostos passaram a ter um papel
primordial. Investir capital é vantajoso para o investidor porque ele ganha
um retorno e pode participar de empresas sem ser efetivamente um
empresário. Isso também beneficia o empresário, que pode criar e fazer a sua
empresa crescer mais rápido com o D.O.P. (dinheiro de outras pessoas). É
impossível crescer rapidamente sem o D.O.P. Todos os grandes impérios
empresariais da atualidade existem porque seus fundadores pegaram
dinheiro emprestado.
Tomemos o exemplo de Sam Walton. Ele comprou uma pequena loja em
uma cidadezinha dos Estados Unidos com o dinheiro que pegou
emprestado do sogro e criou o conceito das lojas de departamento baratas.
Sam Walton dava a seguinte garantia aos seus consumidores: se conseguir
achar o mesmo produto mais barato em outro lugar, recebe o seu dinheiro
de volta.
Após alguns contratempos iniciais, Sam deveria ter desistido. Em vez
disso, pegou mais dinheiro emprestado e comprou várias outras lojas. A sua
segunda ideia brilhante foi construir as lojas em lugares onde a concorrência
considerava o potencial de ganho muito baixo, ou seja, em cidades
pequenas.
O benefício que ele trouxe para o país foi incrível. Ele criou milhares de
empregos e milhões de pessoas agora podem comprar produtos a preços
baixos. Você não concorda que Sam Walton merecia ficar rico? Durante
algum tempo ele foi considerado o homem mais rico dos Estados Unidos e,
mesmo assim, continuava vivendo de maneira modesta – ainda morava em
sua primeira casa e dirigia uma picape velha e amassada. Achava uma
bênção ter a possibilidade de pegar dinheiro emprestado. Ele transformou
seu sonho em realidade.
Consideremos o que os investidores que aplicaram dinheiro na Walmart
de Sam Walton em 1975 ganharam em retorno. Um deles, que investiu US$
50.000 em 1975, ganhou US$ 1,8 milhão dez anos depois. Se ele não tivesse
tocado naquele dinheiro, teria acumulado US$ 14,9 milhões até 31 de julho
de 1995. Transformar US$ 50.000 em US$ 14,9 milhões em 20 anos é o
poder dos juros compostos quando você investe. A história da Walmart é
uma entre muitas.
Lembre-se que a palavra capitalismo contém a palavra “capital”. Se você
não permitir que o capital e os investimentos trabalhem por você, o
capitalismo o deixará para trás e, em termos econômicos, você estará
vivendo em uma situação equiparável à Idade da Pedra. Independentemente
de gostarmos disso ou não, nosso sistema fortalece os ricos e enfraquece os
pobres em muitos aspectos. Essa parece ser uma condição inerente à nossa
evolução.
O capitalismo só favorece aqueles que sabem administrar seu dinheiro e
destrói aqueles que não sabem. Os antigos babilônios já afirmavam: “O
dinheiro está reservado para aqueles que entendem e aplicam as leis do
capital.” Quem tem dinheiro pode contratar consultores que conhecem os
meandros da lei e podem se beneficiar com isso. Em geral, as pessoas só
começam a se interessar por taxas de juros mais vantajosas depois de terem
acumulado uma determinada quantia – o poder dos juros compostos só
então passa a ser interessante.
Por que o dinheiro traz mais dinheiro
Consultores competentes custam caro. O mesmo pode-se dizer das
“soluções tributárias” legais e dos bons contadores. No entanto, você acaba
economizando muito mais do que gasta. Uma pessoa que tem dinheiro e um
consultor competente pode ganhar entre 12% e 30% de retorno sobre seu
capital, livre de impostos e legalmente.
Aqueles com menos dinheiro e menos informação atingem entre 2% e
7,5% ao ano. E esses resultados miseráveis são então consumidos por
impostos e pela inflação. Você será uma máquina de fazer dinheiro durante
toda a vida a menos que conscientemente decida construir a própria
máquina de fazer dinheiro.
Crie uma “galinha” que ponha “ovos de ouro” – você agora sabe que uma
galinha dos ovos de ouro pode crescer rápido –, mas lembre-se de que as
“galinhas” não se sentem atraídas por pessoas que querem “abatê-las” cedo
demais.

É importante compartilhar o conhecimento


Em geral, o capitalismo melhorou as condições de vida de muitas
pessoas – até mesmo os pobres que vivem em sociedades capitalistas estão
melhores do que os que vivem em outros sistemas econômicos.
Se alguém fica rico, passa a criar empregos, produtos ou serviços de que
outras pessoas precisam. Graças ao capitalismo, as pessoas nunca tiveram
tantas oportunidades quanto atualmente.
Mesmo assim, o capitalismo não nos traz satisfação – longe disso. Ele é
tudo menos uma “bênção” e criou uma nova sociedade de classes.
Eu não gosto da dinâmica de forças que nasceu do capitalismo. Chegou a
hora de tornar “o capitalismo de poucos” acessível a todos. Ações, ou seja, a
participação acionária em companhias, são grandes avanços nesse sentido.
Fundos de ações permitem que um número cada vez maior de pessoas
participe de várias companhias, relativamente sem risco.
O capitalismo “esclarecido” é o que falta. Deveríamos instituir uma
política de informação, não apenas por causa dos grupos de interesse, mas
pelo bem do conhecimento em geral. É necessário um “esclarecimento” que
permitirá que as pessoas tenham uma existência que valha mais a pena e
façam do dinheiro um elemento de apoio em suas vidas.
Quero contribuir para isso com este livro. Você também pode ajudar,
construindo a sua própria riqueza e servindo de exemplo.

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

O princípio da responsabilidade se aplica ao dinheiro. Quem conseguir aumentar o


próprio capital se tornará rico; quem ignorar as leis sobre como fazer o dinheiro crescer
perderá tudo que ganhou.

É uma ignorância irresponsável conhecer o poder dos juros compostos e não aplicá-lo
para conquistar a liberdade financeira.
Apenas três fatores são importantes quando tratamos de juros compostos: tempo, taxa
de juros e montante investido.

Quanto antes começar, mais fácil será.

Se você tiver uma taxa de juros três vezes mais alta, no final terá um ganho mais de 30
vezes maior.

Se não deixar o capital e os investimentos trabalharem para você, perderá os benefícios


do capitalismo.

O dinheiro está reservado para aqueles que entendem e aplicam as leis do capital.
O capitalismo fortalece os ricos e tira tudo daqueles que ignoram as suas leis.

Chegou a hora de tornar o “capitalismo de poucos” acessível a todos. Você também


pode contribuir, construindo a própria fortuna e servindo de exemplo.
10

Ações – a forma de cultivar dinheiro

“Os alemães são campeões mundiais em poupar dinheiro. Em investimentos reais e lucrativos, porém,
ficam em último lugar…”
FRANZ RAPF, Alles über Aktien

A maioria das pessoas tem uma impressão completamente equivocada


das ações. Eu gostaria de provar que você não precisa lidar com ações
se quiser ficar rico no menor tempo possível, mas que deve entender
algumas regras básicas e reconhecer os seus contextos gerais. Além disso,
gostaria de familiarizá-lo com ações e mercados para que você passe a
confiar na legitimidade deles.
As ações são investimentos excelentes e seguros, mas isso não é de
conhecimento geral – muitos mitos, meias verdades e informações
enganosas ainda circulam ampla e livremente por aí. Na Alemanha, por
exemplo, apenas 5% da população possui ações – nos Estados Unidos, esse
percentual é muito mais alto.

As regras básicas
André Kostolany afirma que 90% das pessoas que investem em ações
não o fazem seguindo nenhuma teoria. Eles são participantes “emocionais”
do mercado e não traçam nenhum tipo de estratégia.
Vejamos o exemplo de Artur Acionista. Um colega de trabalho lhe deu
um conselho “de especialista” para comprar ações da TTT. Então Artur
comprou R$ 2.800 em ações dessa companhia. O lado irônico disso é que ele
estava meio sem dinheiro no momento. Como não queria perder a chance
oferecida por essa “dica quente”, resolveu pegar algum dinheiro emprestado.
Ele comprou 100 ações a R$ 28 cada.
Contra as expectativas, o preço das ações da TTT cai. Artur Acionista
fica profundamente decepcionado com o desempenho das suas ações e
perde a fé no mercado. Ele se lembra de que nunca teve sorte no mercado
financeiro – a “má sorte” que sempre o acompanha deve ter passado
também para o mercado. Além disso, Artur Acionista começa a ler os
jornais com mais atenção. “As ações não têm como subir”, conclui ele após
sua pesquisa “científica”, “afinal, os especialistas estão falando em uma
recessão.”
Para limitar as suas perdas, ele entra em pânico e vende suas ações. Ele
salva o que pode, e consegue R$ 21 por ação. Prontamente aceitou, portanto,
uma perda de R$ 700 antes que o valor das ações voltasse a subir. Artur
então gasta os R$ 2.100 que conseguiu com a venda das ações, mas ainda
tem a dívida do empréstimo que pegou e agora precisará de mais tempo para
pagá-la. Jura para si mesmo que nunca mais comprará ações – ele é azarado
demais. Porém, quando recebe outra “dica quente” de alguém que sabe
absolutamente tudo do que está falando…
As coisas não precisam ser assim. Existem algumas regras básicas a
serem seguidas quando lidamos com ações, e você as encontrará neste
capítulo. Antes, vamos dar uma olhada em um exemplo positivo.
Eduardo Esperto também ouviu falar que a TTT é uma boa compra. Ele
sabe, porém, que não é uma boa ideia comprar ações quando todo mundo
está comprando também e decide esperar. Enquanto isso, pesquisa a TTT.
Ele confia em seu julgamento acerca das pessoas e avalia a informação que
recebeu. Eduardo acredita que essa ação continuará subindo no longo prazo
e fica observando. Quando o preço da ação cai para R$ 21, ele compra 50
ações – poderia comprar mais, mas prefere ter dinheiro em caixa para o caso
de o valor cair ainda mais. Nos sete meses subsequentes, o preço da ação cai
para R$ 16.
Eduardo Esperto compra mais 50 ações. Lentamente, o preço da ação
começa a subir, mas Eduardo não faz nada porque sabe que colocou seu
dinheiro no mercado pensando no longo prazo. Ele é paciente. Dois anos
depois, a TTT não chegou a atingir as expectativas do mercado, mas o preço
da ação subiu para R$ 32. Comparado com o valor inicial de R$ 28, o
aumento foi de apenas 16%. Eduardo Esperto não se queixa, porém, e vende
as ações, que comprou por um preço médio de R$ 18,50. Isso representa um
ganho de R$ 13,50 por ação, ou um aumento de 73% em dois anos e meio.
Eduardo ganhou um total de R$ 1.350. Apesar de ter investido
substancialmente menos (R$ 1.850), Eduardo ganhou o dobro do que Artur
Acionista perdeu.

As regras de ouro
Agora veremos o que você precisa saber a respeito de ações para passar a
confiar nelas.

Regra 1: O mercado financeiro é cíclico


As altas do mercado financeiro não são eternas, mas as baixas também
não são. Após toda queda, vem uma alta. Essa dica parece bastante óbvia,
mas muitos a esquecem – e é assim que muitas pessoas perdem quantias
consideráveis no mercado.
As bolsas refletem o desempenho das empresas cujas ações são
negociadas, e na medida em que a economia se recupera, o mercado
acompanha a tendência.
Portanto, você nunca deve vender as suas ações quando o mercado está
em queda.

Regra 2: Você obterá os maiores ganhos quando estiver preparado para


deixar seu dinheiro no mercado entre dois e cinco anos
Você nunca deve investir dinheiro de que talvez precise no curto prazo.
Se as ações estiverem em baixa e você for obrigado a vendê-las, sofrerá uma
perda. É importante investir quando você tiver tempo de esperar até que o
mercado se recupere. E ele sempre se recuperou até hoje.

Regra 3: Compre pelo menos cinco ações diferentes, mas nunca mais
do que dez
Para diluir seu risco, você deve investir em pelo menos cinco ações
diferentes, em ramos variados e em diversos países. Mas não compre mais
do que dez ações diferentes, a menos que seja um profissional do mercado.
Caso contrário, correrá o risco de perder o controle dos seus investimentos.
Regra 4: Você só pode falar em ganhos ou perdas depois de vender
suas ações
Se o valor das suas ações cair muito, você ainda não terá sofrido
nenhuma perda. A perda só acontece quando a ação é vendida por um preço
mais baixo do que foi comprada – e é justamente isso que você não deve
fazer (ver Regra 1).
Da mesma forma, você só terá um ganho quando vender as suas ações
por um preço maior que o da compra. Portanto, venda pelo menos algumas
das suas ações quando as suas expectativas tiverem sido atingidas. Por isso, é
crucial que você registre por escrito as suas razões para comprar e vender
aquelas ações específicas, assim como os seus objetivos em termos de valor.

Regra 5: Os ganhos consistem tanto no aumento do preço das ações


quanto nos dividendos
Se o preço das ações sobe e você as vende, terá obtido um ganho. Mesmo
que deixe de vendê-las, ainda pode ter um ganho anual se a companhia
cujas ações você comprou pagar dividendos.
Caso a companhia da qual você detém ações tenha lucro, ela guardará
parte desse lucro como reserva e distribuirá o resto na forma de dividendos.
Se você quiser receber dividendos, deve investir em grandes companhias,
que já tenham reservas consideráveis constituídas e que deem lucro.

Regra 6: Uma crise no mercado pode lhe trazer benefícios, porque


oferece a oportunidade de comprar ações a preços baixos
Você precisa ter nervos de aço para comprar ações em meio a uma crise,
mas a ousadia compensa. Não tenha medo de comprar ações nessas
circunstâncias, porque com frequência os preços sobem rápido e sem que
ninguém perceba. Uma crise só é negativa se você entrar em pânico e vender
suas ações. A próxima alta é quase certa e, se você mantiver suas ações,
nunca sofrerá perdas.
Você aprenderá a comprar ações abaixo do preço mais adiante, mas uma
coisa deve estar clara desde já: você precisará de dinheiro para isso.
Portanto, nunca invista todo o dinheiro que tiver separado para comprar
ações – guarde parte para comprá-las quando o preço cair ou o mercado
estiver em crise.
Regra 7: Não dê ouvidos aos outros
Noventa por cento das pessoas que investem no mercado financeiro
acabam perdendo dinheiro porque não obedecem a essas regras. A maioria
dos acionistas financia o ganho de poucos. Seguir a “moda” não é bom.
Quanto mais ouvir falar que é um bom momento para investir no mercado,
mais certeza pode ter de que já é tarde demais – os ganhos substanciais já
aconteceram. Uma expansão do mercado alimenta uma alta; e uma retração,
uma baixa. Nunca compre ações quando todos estão comprando nem venda
quando todos estão vendendo.

Regra 8: Um bom timing e um processo racional de tomada de


decisões são essenciais. Um investidor emocional não tem a menor
chance
Portanto, você não deve confiar em sua intuição, mas em avaliações
racionais. Informe-se o máximo que puder sobre as companhias cujas ações
pretende comprar. Não é necessário ler todos os relatórios anuais da
empresa, mas você deve se guiar pelo seu bom senso. Tomemos como
exemplo o McDonald’s. Você acha que no futuro as pessoas continuarão
comendo hambúrgueres e que uma companhia que abre uma franquia em
algum lugar do mundo a cada poucos minutos continuará crescendo?
Estude a evolução do valor das ações de uma companhia ao longo dos
últimos anos e pense qual é a tendência futura. Leve em consideração o
máximo de informações que conseguir e jamais deixe de registrar por
escrito suas razões para um investimento e seus objetivos financeiros.

Regra 9: Primeiro ganhe o dinheiro que irá investir. Nunca pegue um


empréstimo para comprar ações
Apenas invista em ações se uma possível perda não afetar negativamente
o seu estilo de vida. Eu já vi muitos problemas surgirem quando pessoas
ignoraram essa regra e pegaram dinheiro emprestado para investir no
mercado de ações.

Regra 10: Ter ações sempre foi melhor do que ter dinheiro vivo, e isso
continuará sendo assim
A inflação é um dos motivos pelos quais as ações se saem melhor do que
o dinheiro. Se você investir uma determinada quantia comprando moeda, o
seu valor diminuirá por causa da inflação. Você não pode comprar hoje as
mesmas coisas que podia comprar dez anos atrás porque o preço da maioria
dos itens aumentou, e isso se deve à inflação. Se você olhar a Tabela de
Inflação na página 160, verá como o valor do dinheiro diminui com o
tempo.

Tabela de Inflação: o verdadeiro poder de compra de R$ 100


Entretanto, da mesma forma que a inflação prejudica o dinheiro, ela
ajuda as ações. As ações representam um “pedaço” de uma companhia e são,
portanto, comparáveis a bens móveis e imóveis. Se o custo de vida subir
(inflação), o valor das suas ações também subirá.
O efeito da inflação sobre o dinheiro é na verdade um “aumento do
valor” dos bens materiais. Portanto, ela trabalha a seu favor quando você
possui ações. Essa é a razão pela qual os bens materiais (ações) sempre se
sairão melhor do que o dinheiro com o passar do tempo.
Se você já está convencido de que, seguindo essas regras, nada pode sair
errado e resolveu comprar ações, ainda há algo que precisa aprender: como
vender todas as ações com lucro.
Após ler as páginas a seguir, você deve se fazer as seguintes perguntas:

1. Você tem fundos suficientes para diversificar o seu investimento e


dinheiro suficiente para comprar ações durante um período de
queda nos preços?
2. Tem as qualidades necessárias? Você precisa ter nervos de aço – 87%
das ações mudam de mãos em menos de um ano e o valor de uma
ação pode variar em até 50% por ano.
3. Você tem tempo disponível? Quer dedicar parte do seu tempo a
observar os mercados e as companhias nas quais decidiu investir?

A Estrada do Rei: como vender todas as ações com lucro


Existe uma estratégia de mercado que tem se mostrado confiável há anos
e é especialmente útil aos investidores conservadores. Se seguir essa regra
com disciplina, conseguirá de fato vender cada uma das suas ações com
lucro. Essa estratégia é chamada de “A Estrada do Rei”.

1. Apenas invista em qualidade e força


Apenas as melhores companhias do ranking servem para a estratégia A
Estrada do Rei. Apenas a companhia líder da indústria deve ser considerada
para o investimento. Nos Estados Unidos, estamos falando de companhias
como Phillip Morris ou Coca-Cola. Internacionalmente, podemos pensar no
Deutsche Bank na Alemanha, na Unilever na Holanda, na British Airways
no Reino Unido, no gigante francês da alimentação BSN, na Canon no
Japão, etc.

2. Tudo depende do seu portfólio de ações


Ao menos cinco, mas não mais do que dez ações diferentes, devem
compor um portfólio administrado segundo essa estratégia. Você deve se
assegurar de ter a combinação certa de indústrias e países. Você pode, por
exemplo, escolher uma ação do ramo de eletrônicos no Japão. Depois deverá
procurar outro ramo para investir na Alemanha – algo como a indústria de
bens de consumo Beiersdorf (Nivea). Nos Estados Unidos, deve investir na
gigante dos refrigerantes Coca-Cola, enquanto na Holanda talvez invista na
Royal Dutch Shell. Fazendo isso, já terá evitado um dos maiores erros
cometidos por qualquer investidor: colocar todos os ovos em uma só cesta.

3. Invista apenas 50% do seu capital


De acordo com a estratégia A Estrada do Rei, um investidor conservador
deve primeiro esperar por uma queda no mercado, o que significa que o
valor das ações estará entre 10% e 30% abaixo do seu valor mais alto. Ainda
assim, ele deve usar no máximo 50% do seu capital de investimento para
comprar as ações que escolher. Outro pré-requisito importante para a
estratégia A Estrada do Rei é sempre ter uma grande reserva de capital. Esse
dinheiro é crucial porque permite que você compre ações adicionais abaixo
do valor quando o mercado estiver em baixa.

4. Mantenha-se forte, compre mais ações e lucre


Você dará ainda mais importância à sua escolha de ações quando o
mercado cair em vez de subir. Você só pode implementar a estratégia de
comprar ainda mais ações na baixa se estiver lidando com companhias de
primeira linha – seria arriscado demais comprar mais ações de companhias
de segunda ou terceira linha quando o mercado está em baixa. Afinal de
contas, não sabemos se essas companhias sobreviverão à crise.
Um exemplo recente se deu quando a Siemens comprou a Nixdorf. Se
você tivesse investido na Siemens, uma empresa líder de mercado, poderia
ter comprado mais ações com o mercado em baixa sem maiores
preocupações – mais cedo ou mais tarde estaria lucrando novamente. Se,
porém, você tivesse investido na Nixdorf, teria cometido um erro, já que a
empresa foi absorvida pela Siemens.

5. Dinheiro e paciência
A estratégia de comprar ações adicionais quando o mercado está em
baixa só funcionará direito se você obedecer estritamente a certas regras.
Você só deve comprar ações adicionais a um preço que seja pelo menos 30%
mais baixo do que o valor inicial de compra daquela ação.
Além disso, deve haver um intervalo de pelo menos seis meses entre a
aquisição original e a compra abaixo do valor. Infelizmente, muitos
investidores ignoram essa regra, compram ações adicionais cedo demais e
acabam ficando sem capital para investir quando o mercado atinge seu
ponto mais baixo. O mesmo ocorre com a segunda compra adicional: se a
primeira compra adicional se deu quando o mercado ainda estava em alta, a
segunda só deve ser feita quando o valor das ações tiver caído pelo menos
mais 30% e somente depois de seis meses.
Deixe-me dar um exemplo prático. Em 1986 um investidor decidiu
comprar ações da Volkswagen pela primeira vez quando o preço caiu de US$
335 para US$ 280, momento que ele julgou ideal para investir.
Subsequentemente, as ações da VW tiveram um desenvolvimento
extraordinário, mas no sentido errado: o valor das ações caiu outros 30% até
o final de 1986. De acordo com a estratégia A Estrada do Rei, o momento de
comprar ações adicionais teria sido esse (pelo menos seis meses haviam se
passado e o preço das ações tinha caído pelo menos 30%). Então nosso
investidor comprou ações adicionais a US$ 196.
Você sabe como a história continua. As ações da VW continuaram a cair.
No final de 1987, o preço das ações da VW sofrera outra queda de 30% e
estava em US$ 112. O preço caiu 60% no total. O investidor conservador
não se impressionou: ele fez uma compra adicional de ações por
aproximadamente US$ 112 a unidade, já que os dois critérios da estratégia A
Estrada do Rei haviam sido preenchidos: o preço caíra outros 30% e mais
seis meses haviam se passado.
O cálculo feito pelo nosso investidor foi o seguinte: primeiro ele
comprou ações a US$ 280; depois comprou ações adicionais a US$ 196. Mais
tarde, fez uma nova compra adicional quando as ações estavam valendo US$
112. O preço médio das ações foi de US$ 196. Se considerarmos a evolução
das ações da VW a partir daí, veremos que levou apenas dez meses para que
as ações se recuperassem. Ou seja, mesmo em condições tão extremas, o
investidor conseguiu voltar à zona de lucro.
Esse exemplo pode ser aplicado à evolução de preços das ações do
Deutsche Bank, da Allianz ou da Siemens – esse tipo de flutuação não é
excepcional e faz parte da rotina diária do mercado. Até mesmo as ações das
maiores companhias do mundo podem sofrer quedas consideráveis por
períodos curtos de tempo. É certo, porém, que elas irão se recuperar.
Se você obedecer estritamente à estratégia A Estrada do Rei, conseguirá
vender cada uma das suas ações com lucro.

Pré-requisitos
Eu gostaria que você respondesse a uma pergunta antes de decidir se
quer ou não investir em ações: você acha que as ações são uma maneira
incrível de ganhar dinheiro quando a pessoa sabe o que está fazendo?
A estratégia A Estrada do Rei parece muito simples, mas lembre-se de
que há uma diferença sutil entre simples e fácil. Algo que é simples de
entender não será necessariamente fácil de colocar em prática. Você precisa,
acima de tudo, de paciência, disciplina e nervos de aço.
Faça uma autocrítica e se pergunte se você preenche os seguintes
requisitos:

Capital suficiente. Você deve ter dinheiro suficiente e investir apenas parte
dele, que deve dar para comprar cinco ações diferentes. Além disso, deve
guardar 50% do seu dinheiro destinado à compra de ações para fazer
aquisições adicionais quando o mercado estiver em baixa.
Disciplina. Você deve ser capaz de resistir às suas emoções e de se manter
fiel à estratégia. Está preparado e disposto a observar os mercados
regularmente por longos períodos de tempo? E seria forte o suficiente não
apenas para resistir à tentação de vender quando o mercado tiver uma
queda acentuada, mas para realizar compras adicionais de ações nesse
contexto?
Tudo isso deve ser prazeroso, de modo que você esteja disposto a dedicar o
tempo necessário à atividade. Muito frequentemente, o prazer exige uma
relação custo/benefício sólida.

É essencial, porém, que você nunca invista o dinheiro que assegura a sua
proteção financeira, presumindo-se que você já a tenha atingido antes de
começar a investir (ver capítulo 12).
Se você não responder “sim” a todas essas perguntas, sugiro que deixe os
seus investimentos na mão de um profissional. Nesse caso, tem duas
escolhas: pode participar de um clube de investimentos, que fará todo o
trabalho sem que você tenha que se preocupar com nada, ou pode recorrer a
um fundo de investimento, de que trataremos no próximo capítulo. Antes,
porém, vamos dar uma olhada em algumas ações cujos valores explodiram.

Ações campeãs
Peter Lynch é um dos mais bem-sucedidos gestores de fundos do
mundo. Se você tivesse confiado US$ 5.600 a ele em 1975, teria recebido em
torno de US$ 200.000 em 1990. Como ele conseguiu isso? Comprou ações
de pequenas companhias, das quais ninguém havia ouvido falar à época, e
elas se tornaram gigantes.
Se você não tem dinheiro nem tempo para diversificar a sua carteira de
investimentos, invista por meio de fundos. Você ainda pode alcançar lucros
consideráveis sem precisar dedicar o seu valioso tempo – pode até mesmo
estabelecer contratos que prevejam depósitos regulares nos fundos.

Elogio às ações
Eu gostaria de mencionar um último fato referente às ações: elas são a
base de todo o nosso sistema econômico. Os investidores disponibilizam seu
dinheiro através de investimentos, e esse capital permite que as companhias
jovens criem empregos e que as já estabelecidas cresçam, se tornem mais
eficientes e paguem melhores salários.
Sem os investidores, o mundo entraria em colapso, pois não haveria
empregos e nada mais funcionaria direito. A base do nosso sistema são as
ações. Não podemos ignorá-las porque elas são a fundação sobre a qual todo
o resto é construído.
Cabe a você acumular a própria fortuna investindo em ações.

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

Você não precisa ser um profissional do mercado financeiro para ganhar milhões.

As dez regras de ouro das pessoas que investem em ações são:


1. O mercado é cíclico. As altas e baixas do mercado sempre se alternam.
2. Você obterá os maiores ganhos quando estiver preparado para deixar o seu dinheiro
no mercado entre dois e cinco anos.
3. Compre pelo menos cinco ações diferentes, mas nunca mais do que dez.
4. Você só pode falar em ganhos ou perdas depois de vender suas ações.
5. Os ganhos consistem tanto no aumento do preço das ações quanto nos dividendos.
6. Uma crise no mercado pode lhe trazer benefícios, porque oferece a oportunidade de
comprar ações a preços baixos.
7. Não dê ouvidos aos outros.
8. Um bom timing e um processo racional de tomada de decisões são essenciais. Um
investidor “emocional” não tem a menor chance.
9. Primeiro ganhe o dinheiro que irá investir.
10. As ações sempre se saem melhor do que o dinheiro.

Se você decidir seguir a estratégia A Estrada do Rei, venderá todas as suas ações com
lucro.

Os requisitos necessários para investir no mercado de capitais são:


1. Capital suficiente
2. Disciplina
3. Gostar da atividade
4. É essencial que você nunca invista o dinheiro que assegura a sua proteção
financeira. Você só deve investir no mercado o dinheiro adicional.

Ao investir em companhias jovens, você terá os maiores ganhos, pois elas são os
gigantes do futuro.

As ações são a base de todo o nosso sistema financeiro. Sem os investidores, o mundo
entraria em colapso.
11

Fundos de investimento – deixe que os


outros façam dinheiro por você

“Se possível, alcance a riqueza de maneira graciosa; se não for possível,


certifique-se de que você a alcance de qualquer jeito.”
ALEXANDER POPE

G anhar dinheiro no mercado financeiro é certamente emocionante e


faz bem para o ego. O profissional do mercado financeiro parece ser
uma espécie de herói do mundo moderno.
Comparado a isso, pode parecer um tanto entediante ganhar dinheiro
por meio de um fundo de investimento – você fica ainda mais rico e de um
modo quase automático, e as razões não são claras. É porque você escolheu
uma forma de investimento quase ideal.
Conforme vimos no capítulo anterior, as ações são como um avião que o
transporta rumo à riqueza. Os fundos representariam o piloto automático:
você fica rico sem precisar fazer nada.

Cinco critérios para um investimento sólido


Você deve levar em consideração os cinco aspectos a seguir ao escolher
uma ação para investir:

• Segurança
• Facilidade
• Liquidez
• Rentabilidade
• Impostos

Existem essencialmente cinco tipos de fundos de investimento:

• Fundos do mercado de capitais


• Fundos de pensão
• Fundos de investimento
• Fundos de investimento imobiliário aberto ou fechado
• Fundos mistos

Neste capítulo, eu gostaria de limitar a discussão aos fundos de


investimento e aos fundos mistos, já que estes são os únicos que preenchem
os cinco critérios para investimentos mencionados anteriormente. Os outros
tipos de fundos não possuem a liquidez e/ou a rentabilidade necessárias.

Um fundo de investimento preenche todos os cinco


critérios
Segurança. Considere as vantagens de investir R$ 100 em um fundo de
investimento. Um fundo possui muitas ações diferentes (“porções” da
propriedade de uma companhia). Se você investir esse valor, terá ações em
no mínimo 20 e no máximo 100 companhias diferentes. Ou seja, no
máximo dez por cento do seu capital estarão investidos na mesma
companhia, de forma que o seu risco e a sua oportunidade serão
distribuídos de maneira inteligente.
Facilidade. Além disso, uma equipe de profissionais estará trabalhando para
você. São pessoas que estão continuamente pesquisando e analisando
companhias, que reúnem e avaliam grandes quantidades de informação e
tomam decisões de investimento com toda a calma, usando a tecnologia
mais moderna para ajudá-las. Tudo isso custa a você entre zero e 5% e uma
pequena taxa de administração. Portanto, é um investimento fácil e
conveniente. Você só precisa preencher um formulário (embora muitas
pessoas achem que até isso já é esforço demais).
Liquidez. Em geral, sempre que o mercado estiver operando, você pode
solicitar o seu dinheiro de volta na mesma hora. Mas verifique no
regulamento do fundo o prazo de resgate, que varia de acordo com o tipo de
investimento que ele propõe.
Rentabilidade. Nos últimos 50 anos, a rentabilidade de muitos fundos ficou
acima de 12% – e não me refiro ao tipo com os maiores riscos, mas aos
fundos maiores, tradicionais e muito conservadores. Até mesmo os cinco
fundos de investimento mais bem-sucedidos da Alemanha conseguiram um
retorno médio de 12% nos últimos 20 anos, com muitos deles chegando a
atingir mais de 30% nos últimos seis anos (o que quer dizer que você teria
multiplicado o seu dinheiro por oito em 7 anos e meio).
Impostos. Os impostos incidentes sobre os rendimentos dos fundos são
menores quando os investimentos são de prazo mais longo.

Em alguns tipos de fundos de investimento, a sua corretora lhe envia um


informe de rendimentos contendo as informações que estão sendo
disponibilizadas para a Receita Federal. Em outros casos você mesmo
precisa solicitá-lo. Assim você sabe exatamente o que deve declarar.

Os fundos de investimento são muito procurados?


Você deve estar pensando que esse tipo de investimento é imbatível e
que todo mundo quer entrar no jogo. Mas não é esse o caso.
Por quê? Uma razão é que as comissões pagas aos corretores que
vendem os fundos são muito baixas. As comissões para as vendas de seguros
são muito melhores, o que faz com que os corretores se esforcem mais para
vender apólices – a cada apólice emitida, o corretor recebe na mesma hora
uma comissão substancial baseada no valor total do seguro. Ao mesmo
tempo, contudo, o corretor que vende um fundo recebe apenas uma quantia
calculada com base no valor que o cliente aplicou. Caso você deposite R$
110 por mês no fundo, o seu corretor receberá R$ 3 por mês. Enquanto isso,
um corretor receberia imediatamente R$ 1.000 de comissão por uma apólice
de seguros válida por vinte anos. A única exceção a essa regra são os fundos
imobiliários fechados, nos quais os corretores recebem comissões
escandalosamente altas.
Os bancos são a outra razão. Estamos habituados a nos deixar
influenciar muito por eles quando o assunto é dinheiro. Quando foi a última
vez que o seu gerente ofereceu informações a respeito de um fundo de
investimento sem que você as tivesse pedido? Não é apenas improvável que
já tenha feito isso, mas ele provavelmente também o desencorajaria – e, caso
você insista no assunto, ele oferecerá o fundo do próprio banco. Por que os
bancos se comportam assim? Porque existe um conflito de interesses entre
bancos e clientes que se deve à forma como o sistema bancário é organizado.

O conflito de interesses: bancos contra clientes


Os bancos alemães são únicos. Para começar, a Alemanha tem bancos
múltiplos, o que quer dizer que eles fazem de tudo – os clientes podem obter
neles praticamente todos os serviços relacionados a dinheiro. Muitos países
têm também bancos puramente de investimentos. Na Alemanha, a maioria
das pessoas investe seu dinheiro em seus bancos normais. Assim, o conflito
de interesses é inevitável: se o cliente ganha muito, o banco ganha pouco.
Em segundo lugar, os funcionários do banco são contratados pela
instituição, e é de se esperar que eles representem os interesses de seu
empregador antes dos interesses dos clientes. Os bancos são companhias e,
portanto, querem ter lucro. Se você tem R$ 1.000 na sua conta-poupança,
receberá um determinado percentual ao ano de juros. O banco então
empresta os seus R$ 1.000 cobrando juros maiores. Assim, eles não ganham
o mesmo percentual de juros que você, mas um percentual muito maior de
lucro.
É justamente aí que o conflito de interesses surge. Tudo o que você
ganha, o banco não pode ganhar também – e vice-versa. Os seus ganhos
estão em conflito com os ganhos do banco, e é por isso que eles sempre
tentam atrair os clientes para contas-correntes.
Não quero dar a impressão de que estou reclamando dos bancos. Muito
pelo contrário: fico muito feliz que eles existam, pois oferecem muitas
vantagens aos clientes, geralmente na forma de excelentes serviços que eu
aprecio muito e pelos quais estou sempre disposto a pagar. Contudo, quando
se trata de investir o seu dinheiro, você precisa saber que os bancos não o
fazem pensando em você – os bancos não ganham quando você ganha: eles
perdem.
Portanto, é importante encontrar alguém que investirá o seu dinheiro e
lucrará junto com você – apenas assim todos podem sair ganhando –, e um
fundo independente preenche essa condição.

O que é um fundo de investimento?


Muitos investidores se juntam e formam um grande capital de
investimento, que é então investido por profissionais. Simples assim. Se você
quer aprender mais sobre os detalhes dos fundos, leia os parágrafos a seguir
– provavelmente esta não é parte mais interessante do livro, mas você
ganhará um conhecimento bom e seguro sobre fundos de investimento.
Também é bom saber que o “piloto automático” não guiará o seu avião de
investimentos direto contra uma montanha.
Digamos que você queira poupar R$ 500 por mês. Outros participantes
do fundo economizam apenas entre R$ 110 e R$ 200, enquanto um novo
investidor aplicou R$ 75.000. Todo este dinheiro vai para um banco
depositário, que o administra. Um banco depositário é estritamente
separado do seu banco “mãe” – ele administra os próprios recursos e é
portanto completamente seguro. Mesmo que o banco “mãe” vá à falência, o
banco depositário permanece inabalado – por exemplo, quando o Barings
Bank da Inglaterra quebrou, o fundo SMH e seus 30 bilhões permaneceram
intocados; e, quando o Herstadt Bank alemão foi à falência, o fundo Gerling
que ele administrava não foi nem um pouco afetado.
Esses fundos devem observar algumas regras básicas. No Brasil, por
exemplo, eles são sujeitos às regras da CVM (Comissão de Valores
Mobiliários).
Os gestores dos fundos decidem como esse dinheiro será investido no
mercado dentro das diretrizes legais. Os profissionais de investimentos
trabalham sempre com uma determinada estratégia em mente. Alguns
fundos investem apenas em mercados exóticos; outros, apenas em
determinadas indústrias; outros ainda, em alguns países em particular; e
outros diversificam amplamente. Cabe a você encontrar o fundo que mais
corresponda à sua mentalidade e, acima de tudo, à sua estratégia pessoal de
investimento.
O gestor de um fundo jamais tem acesso ao seu dinheiro; é o banco
depositário quem conduz todas as transações financeiras. O dinheiro que
você deposita no banco depositário é convertido em quotas de um fundo, de
acordo com um cálculo do valor de mercado dessas quotas, que é feito pelo
próprio banco diariamente. O preço das quotas não depende, assim, da
oferta e da demanda, mas do valor das ações detidas pelo fundo. O preço de
emissão inclui a taxa de emissão, que é devida no ato da compra, e é,
portanto, mais alto do que o preço de resgate – você encontra este último em
qualquer grande jornal financeiro. Por fim, você pode vender suas quotas a
qualquer momento e terá o dinheiro na sua conta em poucos dias.
É possível perder dinheiro investindo em fundos?
Em 1992 e 1993 muitos fundos obtiveram lucros entre 80% e 100%,
alguns chegando a atingir entre 100% e 250%. Em 1994, porém, a maioria
desses fundos sofreu perdas de 10% a 20%. Em 1995 e 1996, contudo, a
maioria deles se recuperou fortemente. Se você tivesse investido uma
determinada quantia no final de 1993 e retomado o seu dinheiro em 1994,
teria sofrido uma perda; se, pelo contrário, tivesse deixado o dinheiro no
fundo, teria conseguido uma ótima média anual após a alta dos dois anos
subsequentes.
Em outras palavras: sim, é possível sofrer perdas investindo em fundos
se você retirar o seu dinheiro muito rápido e no momento errado. As
mesmas regras aplicáveis a quem investe diretamente no mercado valem
para quem investe em fundos. Você não sofrerá grandes perdas porque os
fundos são como centopeias: se um pé quebrar, o equilíbrio do conjunto
quase não é afetado – muitos pés ficam incapacitados ao mesmo tempo
apenas em caso de recessão. Portanto, deixe o seu dinheiro quieto no fundo
tempo suficiente e nada de mau pode acontecer. Os fundos de investimento
passam pelos mesmos altos e baixos das bolsas, mas são menos vulneráveis
graças às reações inteligentes dos profissionais responsáveis por sua gestão e
à diversificação.
Se, porém, você olhar para as estatísticas dos períodos de crise, verá que
apenas manter as suas quotas não é suficiente. De fato, ao não vendê-las,
você já conseguiu escapar de cometer uma loucura, mas você deve tirar
vantagem da situação e usar a oportunidade para comprar quotas adicionais.
Eu sei que é difícil nadar contra a corrente nessas situações, mas no final
devemos não somente ser mais fortes do que as manchetes dos jornais de
finanças e dos boletins diários de notícias, mas frequentemente também
mais fortes do que os conselhos dados pelos “profissionais”. Você ainda pode
lucrar, mesmo que os mercados não estejam em alta.
Mas voltemos ao nosso piloto automático: existe uma maneira de se
beneficiar “automaticamente” de uma baixa nos mercados. Deixe-me
explicar como.

O efeito do preço médio


Essa expressão contém uma ideia brilhante. Você economiza certa
quantia todos os meses e a usa para comprar quotas. Com a mesma quantia,
porém, você automaticamente consegue comprar mais quotas quando o
mercado está em baixa e se beneficia do efeito do preço médio. Eu não
inventei a ideia de guardar dinheiro mensalmente, mas o efeito que isso tem
quando usado para comprar quotas de um fundo é brilhante, porque o seu
piloto automático está programado para reagir da melhor maneira possível
às variações do mercado.
Suponhamos que você invista R$ 300 por mês em um fundo de
investimento. Você começa em março e compra as quotas por R$ 6 cada
uma. Com os seus R$ 300, você pode comprar 50 quotas (R$ 300 divididos
por R$ 6). Em abril, o preço das quotas cai a R$ 3. Isso quer dizer que com
os mesmos R$ 300 você pode comprar 100 quotas (R$ 300 divididos por R$
3). Em maio o preço despenca ainda mais, para mísero R$ 1 por ação. Com
os seus R$ 300, você pode comprar 300 quotas. Nesse momento, muitos
investidores começariam a entrar em pânico e a vender as quotas; você
agora receberia apenas R$ 1 por cada uma das suas 450 quotas (em março,
50 quotas; em abril, 100; e, em maio, 300). Já que você já investiu R$ 900,
perderia metade do dinheiro.
Mas você não as vende e em junho os mercados começam a se recuperar.
As quotas sobem para R$ 5 e você automaticamente compra 60 quotas com
os seus R$ 300. Agora possui no total 510 quotas, que pode vender por R$ 5
cada, o que quer dizer que, com os R$ 1.200 que investiu, você pode ganhar
R$ 2.550.
Graças ao efeito do preço médio, você compra por mês tantas quotas
quantas as suas economias permitirem e se beneficia da volatilidade – ou
seja, das oscilações – do mercado, com a qual você sempre pode contar.
Assim pode obter ganhos incríveis e, se não quiser acompanhar os mercados
constantemente, essa é a melhor maneira de investir.
Qual fundo de investimento você deve escolher?
Alguns fundos de investimento alcançam ganhos muito maiores do que
outros, assim como os preços de algumas ações sobem mais do que os de
outras. Todos, porém, prometem ganhos significativos. Como escolher um
fundo? É realmente difícil escolher o fundo “certo”, mas eu gostaria de dar
algumas ideias que talvez o ajudem.
Há algumas informações a serem comparadas em uma escala
internacional que falam por si mesmas: existem aproximadamente 20 mil
companhias abertas ao redor do mundo que têm ações negociadas nos
mercados de capitais; cerca de 10 mil nos Estados Unidos e apenas um
pouco mais de 670 na Alemanha. Portanto fica muito claro que é possível
diversificar investindo internacionalmente.
Há uma fórmula geral para prever quanto um mercado irá subir:

Taxa de crescimento econômico × 3 a 5 = Aumento no preço das ações

A taxa de crescimento econômico não é a mesma para todos os países.


Na Europa, por exemplo, temos visto taxas de crescimento moderadas, de
aproximadamente 2%. Na Ásia, porém, a taxa de crescimento anda em torno
de 8% a 9%. De acordo com essa fórmula, podemos esperar na Europa um
aumento de 6% a 10% (2 × 3 a 5 = 6 a 10) no preço das ações. Na Ásia,
porém, o incremento ficaria entre 24% e 45% (8 a 9 × 3 a 5 = 24 a 45).
Comparando a situação dos rendimentos, você entenderá melhor as
diferentes taxas de crescimento econômico. Nos Estados Unidos, um
empregado custa para uma empresa em média US$ 1.900; na Alemanha,
esse valor é de US$ 3.128; em Taiwan, o custo é de US$ 1.044; na Malásia, de
apenas US$ 312; e, na China, de US$ 100.
Isso quer dizer que na China trinta trabalhadores podem ser
empregados pelo preço de um funcionário alemão. Você continua surpreso
que a China seja um lugar muito procurado para instalar fábricas? Há
muitos motivos para investir seu dinheiro na China. Lá você pode ter bons
ganhos. Nos últimos anos eu tive ganhos médios entre 20% e 30% com meus
vários fundos asiáticos, e eles continuarão a oferecer esses ganhos mesmo
depois de uma crise. Seguindo as recomendações que listaremos a seguir,
vendi as minhas ações antes da crise porque já havia atingido as minhas
metas para esses investimentos.
A Ásia é apenas um exemplo, e a América do Sul e o Leste Europeu
também são mercados interessantes. Porém, você precisa se lembrar de que
ganhos mais altos trazem riscos mais altos, portanto deve diversificar.

Dez recomendações para investir em fundos


1. Ignore o que lê nos jornais. Quanto mais sensacionalistas as
manchetes, mais um jornal vende. Esse tipo de matéria nos deixa
nervosos. Faça as próprias pesquisas e evite copiar o comportamento
geral se não quiser ter o que todo mundo tem (o que não é muito).
2. O mercado sempre passará por baixas. Você pode se beneficiar dessas
baixas através do efeito do preço médio. Portanto, não há nada a
temer. Você nunca deve vender as suas quotas nesses momentos e
por isso é importante que só invista dinheiro do qual não precisará
no curto prazo.
3. Evite ter que pagar muitas taxas sobre transações. Essas taxas incidem
quando você migra de um fundo para outro. Mantenha-se em um
mesmo fundo até que tenha atingido seus objetivos de investimento
ou que pelo menos cinco anos tenham se passado.
4. Não fique fazendo contas de ganhos e perdas. Fundos de investimento
precisam de tempo. Você agora está no piloto automático, e isso deve
facilitar as coisas. Não se permita ficar nervoso e não deixe que os
outros o desestabilizem.
5. Lembre-se de que depois da tempestade sempre vem a bonança.
Portanto, não se desanime com um período de “tempestade” nem aja
com excessiva ousadia na “bonança”. Se tiver algum dinheiro
sobrando, tire proveito da “tempestade” e compre muitas quotas
adicionais.
6. Confie nos gestores do seu fundo. Durante os períodos de oscilação
lateral ou de queda no ciclo do mercado, eles terão reservas
suficientes para comprar ações proporcionalmente baratas.
7. Compre quotas com regularidade e esqueça o timing perfeito.
Ninguém pode realmente investir no momento perfeito por muito
tempo. Ainda assim, se pretende investir quantias substanciais de
dinheiro, não invista em um mercado saturado, ou seja, quando o
índice está muito alto.
8. Invista em mercados em que um grande crescimento econômico seja
uma possibilidade real. Você sabe de quais mercados estou falando.
Se um país tem uma taxa de crescimento econômico que é três vezes
mais alta que a do seu país, você pode esperar um aumento entre três
e cinco vezes maior no valor das suas quotas.
9. Anote a razão por que você decidiu investir em um fundo específico.
Além disso, estabeleça os seus objetivos de investimento. Até que os
atinja, permaneça no fundo por pelo menos cinco anos e, uma vez
que os tenha alcançado, venda as suas quotas.
10. Lembre-se de diversificar. Siga a estratégia de investimento descrita
no capítulo 12. Sempre invista em pelo menos três a cinco fundos
diferentes.

Você deve obter uma alta rentabilidade se quiser ficar


rico
As pessoas que deixam o próprio dinheiro em contas-poupança estão
“poupando rumo à pobreza”.
Como? Digamos que você tenha R$ 1.000 em sua conta-poupança. Se a
inflação estiver em 3,5%, o seu dinheiro valerá apenas R$ 965 após um ano.
Por outro lado, você terá ganhado 2,5%, ou R$ 25, em juros. Ou seja, você
terá ganhado menos com os juros do que perdeu com a inflação, e é por esse
motivo que você nunca deve considerar investimentos cuja rentabilidade
não seja muito mais alta do que a taxa de inflação.
Se a taxa real de inflação (desvalorização do dinheiro) estiver em torno
de 3% ao ano, isso quer dizer que com o tempo os seus R$ 1.000 valerão:

Após 5 anos: R$ 858,70


Após 10 anos: R$ 737,40
Após 15 anos: R$ 633,20
Após 20 anos: R$ 543,80
Após 24 anos: R$ 500,00
aproximadamente
Isso certamente não é muito encorajador, mas a verdade é muito pior. A
taxa de inflação não é de 3%.

Qual é a taxa de inflação?


A inflação é calculada com base na variação dos preços de um conjunto
de bens que são considerados compras típicas do consumidor médio.
A cesta básica contém apenas bens de que precisamos diariamente, e
todos nós sabemos, por experiência própria, que seus preços aumentam
muito mais do que apenas 3% ao ano. Por outro lado, computadores e
câmeras de vídeo também são considerados compras “típicas”, e os preços
desses itens caíram muito ao longo dos anos. Portanto, a imagem como um
todo está contaminada; as estatísticas são maquiadas.
Uma figura mais realista seria avaliar como os preços dos bens de que
realmente precisamos todos os dias vêm evoluindo, e a verdade é que eles
subiram entre 4% e 5% ao ano.
Você entende por que deve obter uma boa rentabilidade se não quiser
economizar rumo à pobreza. A boa notícia é que as taxas de retorno de que
você precisa não apenas podem ser atingidas desde já, mas a inflação até
pode ajudá-lo nessa busca.
Deixe-me apresentar outra regra básica que permite calcular facilmente
o impacto da inflação sobre o seu dinheiro:

72/Taxa de inflação = Tempo necessário para que o seu dinheiro perca


metade do valor

Se, por exemplo, a taxa de inflação for de 4%, divida 72 por 4. O


resultado é 18, o que quer dizer que em 18 anos o seu dinheiro valerá apenas
metade do que vale hoje. Se a taxa de inflação for de 9%, isso aconteceria em
apenas oito anos.

Lembre-se: a inflação pode jogar a seu favor


Nós já estabelecemos que, se o dinheiro perde valor por causa da
inflação, o valor dos bens materiais subirá proporcionalmente. Em outras
palavras, o que chamamos de inflação em relação ao dinheiro pode ser
chamado valorização no que diz respeito aos bens materiais. Portanto, se
você investe em bens materiais (ações), nunca deve temer a inflação, porque,
ao mesmo tempo que corrói o valor do dinheiro, ela aumenta o valor dos
seus bens materiais.
Não lhe restam muitas escolhas a não ser investir em bens materiais,
assegurando-se de escolher investimentos com alta rentabilidade.
No capítulo 9 vimos vários exemplos de como o seu dinheiro se
multiplicará quando aplicado com altas taxas de retorno. Após termos
também levado em consideração a inflação, podemos estabelecer um
objetivo – o mínimo de rendimento anual que deseja obter.
Você já viu claramente por que, devido à inflação, não deve aceitar um
rendimento inferior a 12% ao ano caso queira acumular uma fortuna
considerável. No entanto, ainda mantenho ações de companhias de seguros
de vida no meu portfólio. Eu faço isso para diversificar e para fazer um
investimento livre de riscos.
No próximo capítulo, você encontrará uma descrição precisa da maneira
como deve diversificar os seus investimentos. Fixemo-nos, contudo, a um
princípio básico: a segurança é da maior importância. Ou seja, procure
investimentos que sejam seguros (ou seja, com baixo risco) e que ofereçam
rendimentos anuais acima de 12%.

Conclusão
Há sempre algo novo a aprender sobre fundos. Este capítulo pode
oferecer algum conhecimento básico. Se seguir essas dicas, será capaz de
obter bons ganhos e, sobretudo, de evitar erros.
Apesar dessas informações, você ainda não é um especialista no assunto,
e eu o aconselho, portanto, a ler regularmente revistas relevantes sobre
finanças. Isso não toma muito tempo e você ganhará um conhecimento útil
nesta área.
O objetivo dos dois últimos capítulos foi familiarizá-lo com as ações
como uma excelente maneira de cultivar dinheiro e oferecer uma visão geral
dos fundos como uma forma de fazer com que os outros ganhem dinheiro
por você. Também vimos que obter uma boa rentabilidade não significa
necessariamente ter que assumir riscos enormes – podemos esperar ganhos
acima de 12%.
Agora já podemos nos voltar para os dois planos financeiros que estão
faltando. Vamos planejar a sua segurança e a sua fortuna. Será divertido!

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

As ações são “aviões” rumo à riqueza; fundos de investimento são o piloto automático.

Você deve observar cinco fatores ao considerar investimentos:


1. Segurança
2. Facilidade
3. Liquidez
4. Rentabilidade
5. Impostos

Os fundos flutuam juntamente com os mercados, mas de modo menos dramático.

Através do efeito do preço médio, você pode automaticamente comprar quotas


adicionais quando seu preço estiver baixo. O seu “piloto automático” é programado para
reagir da melhor maneira possível.
A flutuação dos preços (volatilidade) permite maiores rendimentos.

Com os fundos, você também deve aderir à regra da diversificação.

Recomendações para investimentos em fundos:


1. Ignore o que lê nos jornais.
2. As baixas do mercado podem trazer vantagens com o efeito do preço médio.
3. Evite taxas de transação desnecessárias.
4. Lembre-se de que depois da tempestade sempre vem a bonança e vice-versa.
5. Confie nos gestores do seu fundo.
6. Compre quotas com regularidade e esqueça a ideia do momento ideal.
7. Invista em mercados em que a perspectiva de um grande crescimento econômico
seja realista.
8. Anote as razões por que escolheu um fundo específico e estabeleça o seu objetivo
para o investimento. Venda as suas quotas assim que o tiver alcançado.
9. Lembre-se de diversificar.

Se deseja ficar rico, você deve obter alta rentabilidade.

A inflação beneficia quem investe em fundos: o que se chama inflação em relação ao


dinheiro se chama valorização no que diz respeito aos bens materiais.

A segurança é extremamente importante – procure investimentos que sejam seguros e


ofereçam um rendimento anual acima de 12%.

No início, apenas invista em fundos grandes e conhecidos. Só comece a experimentar


quando já tiver conquistado a sua segurança financeira.
12

Proteção, segurança e liberdade financeira

“Há duas maneiras de se alcançar a felicidade: devemos diminuir as nossas


vontades ou aumentar os nossos meios… Se, porém, você for inteligente, fará os dois simultaneamente.”
BENJAMIN FRANKLIN

T odos têm o direito de ir atrás dos seus sonhos financeiros. Você


também! Mas, para transformar os seus sonhos em realidade, primeiro
você precisa defini-los.
Em que momento você alcançou a proteção financeira, a segurança
financeira ou a liberdade financeira? Quais são as condições e as diferenças
entre elas? Quanto dinheiro e tempo são necessários para atingir essas
metas?

O primeiro plano: proteção financeira


Você já deve ter ouvido falar sobre como estabelecer seus objetivos. Já
pensou em aplicar esse poder às suas finanças?
Suponhamos que as suas fontes de renda sequem de uma hora para
outra e ninguém mais queira lhe conceder um empréstimo. A sua
companhia vai à falência, você é demitido ou fica doente. Por quanto tempo
seria capaz de pagar as suas contas e viver com o dinheiro de que dispõe
hoje? É disso que trata a proteção financeira: ser capaz de continuar a viver
como antes graças às suas reservas e apesar dos imprevistos. A Lei de
Murphy diz que “se alguma coisa pode dar errado, ela dará”.
Comecemos por determinar de quanto dinheiro você precisaria por mês
caso surgisse uma emergência. Anote todos os seus custos fixos que ainda
teria que pagar caso ficasse incapacitado. Se você é empregado, anote apenas
os seus custos fixos privados; se for autônomo, anote também os custos do
seu negócio.

Pessoal: Financiamento/aluguel R$ _____________


Comida/contas da casa R$ _____________
Carro R$ _____________
Seguro R$ _____________
Impostos R$ _____________
Pensão alimentícia R$ _____________
Telefone R$ _____________
Dívidas R$ _____________
Outros R$ _____________
Total mensal R$ _____________

Negócio: Financiamento/aluguel R$ _____________


Custos do escritório R$ _____________
Salários R$ _____________
Telefone/fax R$ _____________
Substituto para você R$ _____________
Dívidas R$ _____________
Outros R$ _____________
Total mensal R$ _____________
De acordo com essa lista, qual deve ser sua renda mensal para que você
esteja protegido financeiramente?

Pessoal R$ _____________
Negócio R$ _____________

Por quanto tempo você precisa de proteção financeira?


O tempo durante o qual terá que contar com sua proteção financeira
depende tanto do que você precisa para se sentir seguro quanto do seu
otimismo.
Suponhamos que você adoeça e perca o emprego. Quantos meses
demoraria até que se recuperasse e achasse um trabalho novo? A maioria
das pessoas precisa de reservas para um período entre seis e 12 meses para
se sentirem seguras. De quanto tempo você precisaria até encontrar um bom
trabalho e voltar a ter uma renda mensal?

________________ meses

Agora pegue a quantia de que você precisa para ter proteção financeira e
multiplique pelo número de meses em que você precisaria de proteção.

R$ _____________ x ______________ meses = R$ ___________________

O resultado é o mínimo absolutamente necessário para sua proteção


financeira. Você precisa ter esse valor em suas reservas e deve isso a si mesmo,
à sua saúde, ao seu bem-estar emocional e à sua família.
Você só será capaz de relaxar e usar o seu tempo para procurar uma
posição que lhe dê satisfação uma vez que tenha a quantia que acabou de
calcular. Somente assim poderia se afastar de tudo e se recuperar. Mesmo
que nada aconteça, você apenas se sentirá seguro se tiver esse montante
guardado, e todo ser humano tem necessidade de se sentir protegido.
Mesmo que seus nervos sejam de aço, você também conseguirá negociar
melhor se estiver em uma posição de poder, protegido financeiramente.
Ninguém está imune a imprevistos, acidentes ou golpes de azar, mas todos
podem tomar precauções para confrontá-los com estilo caso eles ocorram.
Se uma dessas coisas acontecer, será terrível ainda ter que se preocupar com
dificuldades de ordem financeira. Como você se sentiria se tivesse que fazer
concessões simplesmente por causa de sua situação econômica?

Protegendo financeiramente o seu negócio


Em 1996 cerca de 500 mil negócios começaram as suas atividades na
Alemanha – e cerca de 400 mil as encerraram. A falta de capital é a principal
razão pela qual 80% de todos os novos negócios vão à falência nos primeiros
dois anos de atividade. Outra causa igualmente importante é a taxa de
inadimplência entre os clientes, como atestam dois terços dos empresários
entrevistados, que citaram ainda a falta de cobrança ou atrasos nos
pagamentos.
É por isso que você deve se proteger financeiramente tanto na esfera
pessoal quanto na empresarial. Pense em quanto tempo você precisaria de
proteção caso a sua empresa de repente parasse de faturar.
Alguns clientes atrasam os pagamento e outros só pagam depois que o
advogado lhes faz um pedido irrecusável. Há ainda os que só pagam quando
são processados, o que o obriga a ter um gasto adicional, ao menos no início
– e ainda pode ser que você perca a ação devido a alguma circunstância
inesperada, ou que a vença, mas acabe arcando com a conta porque o cliente
inadimplente não tem como pagar. Portanto, proteja o seu negócio
financeiramente e nunca toque nesse dinheiro.

Mas eu quero investir…


Talvez seja doloroso para a sua alma empreendedora não poder usar
todo o dinheiro de que dispõe para expandir o seu negócio, especialmente se
está apenas começando ou em fase de crescimento. Pense, porém, nas
circunstâncias imprevisíveis; sempre conte com a Lei de Murphy. Investir é
bom, mas investir no momento certo é ainda melhor.
A economia é cíclica e a próxima baixa sem dúvida virá. Isso pode
significar o sepultamento da sua empresa ou, caso você tenha dinheiro
suficiente, o surgimento de diversas novas oportunidades (as maiores
oportunidades de investimento aparecem nos momentos de recessão, mas
apenas se você tiver dinheiro na mão). Precisaríamos de milhares de páginas
apenas para citar os nomes não somente das empresas que fecharam as
portas porque não tinham proteção financeira como também daquelas que
se transformaram em gigantes em seu ramo porque dispunham de capital
em momentos de crise.
Portanto, você deve criar a sua proteção financeira, sobretudo se tem um
espírito verdadeiramente empreendedor. Se investir com inteligência, o seu
dinheiro se multiplicará rápido. Em tempos de crise, isso o protegerá da
falência e representará uma oportunidade financeira.

Quanto tempo levará até que eu alcance a proteção


financeira?
Uma regra simples se aplica aqui: quanto menor o objetivo, mais rápido
ele será alcançado. Isso não contradiz a informação mencionada no capítulo
4. Lá nós estávamos falando de objetivos de longo prazo, que são mais
realistas quanto mais ambiciosos forem. A proteção financeira, por outro
lado, é um objetivo de curto prazo; ela deve ser a próxima meta a ser
atingida o mais rápido possível (caso ainda não a tenha alcançado).
Existem três razões pelas quais é vantajoso estabelecer um primeiro
objetivo modesto. Vejamos um exemplo: Lúcio Luxo tem uma renda mensal
de R$ 2.800 e precisa de R$ 2.650, o que significa que ele pode guardar R$
150 por mês. Para se sentir seguro, ele acha que precisaria de proteção
financeira por um período de dez meses, o que equivale a R$ 26.500. Para
chegar a essa quantia poupando R$ 150 por mês, ele precisaria de cerca de
15 anos (sem contar com os juros). Uma vez que a proteção financeira é um
primeiro plano mínimo, Lúcio Luxo rapidamente perde o interesse por ele e
o abandona por completo. É claro que a Lei de Murphy dará uma prova da
sua existência mais cedo ou mais tarde.
Sávio Sovina também ganha R$ 2.800 por mês e deseja ter uma proteção
financeira. A diferença é que ele só precisa de R$ 1.950 por mês e, portanto,
a sua meta é ainda menos ambiciosa – ele precisa de apenas R$ 19.500 para
estar protegido por dez meses. Além disso, poupa mais dinheiro e pode
alcançar esse objetivo mais facilmente: ele atinge sua meta em dois anos!
Há três razões pelas quais é melhor ter uma meta mais modesta quando
se trata de alcançar a proteção financeira:

1. Se a sua meta for mais baixa, você a alcançará mais rapidamente.


2. Se você pode viver com menos, pode economizar mais e alcançar a
sua proteção financeira mais cedo.
3. Você persevera, pois vê que a sua primeira meta está bem próxima.

O plano do orçamento
Não sou muito fã de planos muito rígidos, mas todo mundo tem que
lidar com um orçamento de tempos em tempos. Uma vez para descobrir
quanto realmente gasta por mês e outra para entender quais são seus gastos.
Até alcançar a sua proteção financeira, contudo, você deve considerar a ideia
de fazer um orçamento.
Se fizer tudo direitinho, se surpreenderá. Nas próximas páginas você
encontra uma planilha de orçamento. Comece listando todas as suas fontes
de renda e os seus gastos (é evidente que você não elaborará um plano
orçamentário fazendo uma lista, mas será capaz de tirar algumas conclusões
importantes daí e descobrirá que dinheiro de mais acaba indo para as
colunas de impostos, carro e telefone). Você começa a planejar apenas após
ter anotado todos os seus custos. E tem duas escolhas:

1. Ao lado de cada item, indique quanto você quer gastar nele. Não
pense se esse valor é realista ou não nem nas limitações que você
teria que se impor. Frequentemente um orçamento se resolve
sozinho, mesmo se de início ele pareça difícil.
2. Primeiro anote a quantia máxima que pretende gastar por mês.
Depois, veja quais itens você pode cortar de modo a não ultrapassar
esse limite.

Atual Futuro
Bruto Líquido Bruto Líquido
1. Emprego
2. Trabalho autônomo
3. Renda de aluguel de propriedades
4. Ocupações adicionais
5. Seguridade social, aposentadoria,
seguro de vida
6. Seguro direto
Subsídios
Fundos de pensão
7. Investimentos de capital
8. Benefícios de seguros
9. Bolsa de estudos
10. Mesada
11. Outro
12. Outro
13. Dinheiro de férias
14. Bônus
Renda total
Renda anual tributável
Faixa de imposto
Deduções
Transporte
1. Impostos sobre o carro
2. Gasolina
3. Manutenção
4. Seguro do carro
5. Avião
6. Transporte público
7. Pagamentos de
leasing/financiamento
Comunicações
8. Telefone
9. Celular
10. Fax
11. Internet
Lazer
12. TV a cabo
13. Mensalidades de clubes e
associações
14. Hobbies
15. Esportes
Despesas de sustento
16. Escola particular
17. Animais de estimação
18. Cigarro
19. Comida
20. Despesas domésticas em geral
21. Roupas
22. Férias
23. Compras
24. Restaurantes
25. Corte de cabelo, estética
26. Dinheiro em espécie
27. Cursos e seminários
28. Jornais e livros
Casa
29. Aluguel, inclusive despesas
adicionais
30. Juros, depreciação
31. Manutenção
32. Despesas com aluguel, leasing
33. Impostos sobre imóveis
Escritório
34. Aluguel
35. Despesas adicionais
36. Material de escritório
37. Correio
38. Mobiliário
39. Pessoal
Economias, Empréstimos, Seguro
40. Doações
41. Plano de poupança 1
42. Plano de poupança 2
43. Plano de poupança 3
44. Impostos
45. Empréstimo 1
46. Empréstimo 2
47. Empréstimo 3
48. Plano de saúde
49. Seguro contra acidentes
pessoais
50. Plano de aposentadoria 1
51. Plano de aposentadoria 2
52. Plano de aposentadoria 3
53. Plano de aposentadoria 4
54. Plano de aposentadoria 5
55. Plano de aposentadoria 6
56. Dívidas
57. Assistência jurídica
58. Seguro de casa
Outros
59. Despesas regulares 1
60. Despesas regulares 2
61. Despesas regulares 3
62. Despesas regulares 4
63. Despesas regulares 5

E se orçamentos não forem o seu forte?


A expressão “Encontre um coach para os seus pontos fortes e uma solução
para os seus pontos fracos” se aplica especialmente à elaboração de
orçamentos. Muitas pessoas se acham ruins nessa tarefa e, se esse é o seu
caso, você precisa achar uma solução.
Se até hoje você não teve sucesso em elaborar um bom plano
orçamentário, essa provavelmente nunca será uma das suas habilidades.
As expressões “Não se especialize no que é trivial” e “Não transforme
assuntos irrelevantes na sua principal ocupação” se aplicam. Procure
soluções para os itens do orçamento que realmente tenham peso: impostos,
carro e telefonia. Se fazer orçamentos for um dos seus fortes, você se sairá
bem focando essas três áreas e conseguirá resultados espantosos.

1. Impostos
Na Alemanha o trabalhador médio trabalha até 20 de julho para si e o
resto do ano para o governo (que usa a maior parte dessa renda para pagar
os juros das suas dívidas). A carga tributária tem aumentado continuamente.
Os impostos constituem as maiores despesas da vida. Se você ganhar R$
2,5 milhões em toda a sua vida de trabalho, quase a metade irá para o
governo. Existe um grande número de pessoas que ganham muito dinheiro
e pagam poucos impostos, em parte porque declaram prejuízos, em parte
através de instrumentos legais, montando empresas no exterior.
Se você fixa residência num determinado país no intuito de ganhar bem,
minha opinião é que pague impostos nesse país. Também acredito, porém,
que os impostos que você paga devem estar dentro de limites razoáveis –
que um especialista em tributos conhece e a legislação permite. Há também
outros lugares onde você pode ganhar dinheiro.
Recomendo que você encontre um bom consultor. Não estou falando de
um consultor tributário que limite as suas atividades à contabilidade, mas
alguém que se dedique especificamente a fazê-lo economizar nos impostos.
Em geral, contratar um desses profissionais só vale a pena se você tem uma
renda anual de no mínimo R$ 140 mil. Mas, se você ganha mais de R$ 170
mil, isso se torna uma necessidade absoluta. Como disse Aristóteles Onassis:
“Eu faria tudo de novo exatamente como fiz, exceto por uma coisa: teria
procurado um bom consultor mais cedo.”

2. Carro
A maioria das pessoas gasta dinheiro de mais com carros. Um carro não
é um investimento – é um bem de consumo.
Se olhar a tabela de taxas de juros compostos, você verá o seu carro com
outros olhos. Se nos próximos dez anos você dirigir um carro que custa a
metade do que custa seu carro atual, será pelo menos um ou dois milhões
mais rico daqui a 25 anos. Para cada R$ 5.500 gastos na compra de um carro,
em combustível, seguro, tributos, consertos, etc., você economizará R$ 110
mil em dez anos.
Talvez você de repente se pergunte: “O que os outros pensarão?” A
opinião deles não importa e certamente não afetará o seu negócio tanto
quanto você pensa, mas dar ouvidos a ela terá um grande impacto sobre a
sua fortuna pessoal.
Finalmente, a diferença entre um carro médio e um carro de luxo não é
tanta que justifique um ou dois milhões – pelo menos até que você tenha
esse dinheiro.

3. Telefonia
Passamos tempo demais ao telefone e, como consequência, gastamos
dinheiro demais com isso. Há alguns anos adquiri um hábito que cortou
quase imediatamente as minhas contas telefônicas pela metade: antes de
ligar para alguém, anoto as razões do telefonema. Não enrolo, vou direto ao
assunto e, uma vez que tenha conseguido o que queria, encerro a ligação.
Descubra quais são as três maiores fontes de despesa na sua vida. Além
das três que acabamos de ver, elas tendem a ser viagens, roupas, esportes,
hobbies, etc.

Planeje agora
Você já descobriu de quanto precisa para alcançar sua proteção
financeira e de onde precisa tirar esse dinheiro. Com sorte, estará também
preparado para elaborar um orçamento até atingir a sua primeira meta
financeira. Agora precisa de um plano. Decida quanto dinheiro quer guardar
por mês para ter a sua proteção financeira.
Eu quero guardar R$__________________ por mês.
Consequentemente, conquistarei a minha proteção financeira até
____________________.

Dicas importantes
Alcance a sua proteção financeira o quanto antes.
• Você deve isso a si mesmo, à sua saúde, à sua família e à sua
autoconfiança.
• É inaceitável que uma pessoa não consiga alcançar nem mesmo esse
objetivo mínimo.
• Não importa o que aconteça, você estará financeiramente protegido.
• Deposite esse dinheiro num lugar seguro, onde ele esteja
prontamente disponível.
• Ao mesmo tempo, você terá estabelecido as bases da sua fortuna.
• Alcançar a liberdade financeira garante ao indivíduo pelo menos um
grau mínimo da verdadeira liberdade.

Ganhe mais ou gaste menos


Você preferiria ganhar mais ou gastar menos? Basicamente, você tem
essas duas possibilidades (além de uma terceira). Benjamin Franklin acertou
na mosca ao tratar da questão: “Há duas maneiras de se alcançar a
felicidade: nós devemos diminuir as nossas vontades ou aumentar os nossos
meios – qualquer uma das duas pode bastar. O resultado é o mesmo e cabe a
cada homem decidir por si só e fazer o que lhe for mais fácil. Se você é
doente ou pobre, independentemente de quão difícil possa ser diminuir as
suas vontades, será ainda mais difícil aumentar os seus meios. Se você é
ativo e rico, ou jovem, saudável e forte, pode ser mais fácil aumentar os seus
meios do que diminuir as suas vontades. Se, porém, você for inteligente, fará
os dois simultaneamente, jovem ou velho, rico ou pobre, doente ou saudável;
e, se for muito inteligente, fará ambos de tal forma que contribua para a
felicidade geral.”
Assim, tente fazer o que for mais fácil para você e, se possível, as duas
coisas ao mesmo tempo, pelo menos até atingir a sua proteção financeira –
aí você já terá percorrido metade do caminho. O que acontece depois é
relativamente simples. No começo é difícil – você precisa mudar as suas
convicções e hábitos. Investir as suas economias de maneira inteligente é um
tanto mais complicado, mas há formas de investimento que facilitam as
coisas e você terá consultores competentes, colegas com conhecimento e
outros bons hábitos para ajudá-lo.
O que você deve fazer com o capital destinado à sua
proteção financeira?
Você precisa de um plano e de uma filosofia para administrar o seu
dinheiro. Ao final deste capítulo estabelecerá a sua filosofia de investimento
após ter terminado os dois planos financeiros que ainda faltam. Antes,
porém, façamos algumas observações básicas.
Lembre-se do que discutimos em relação às dívidas no capítulo 6. Você
precisa de uma soma de aproximadamente R$ 28 mil que seja
completamente secreta e esteja pelo menos em parte acessível a qualquer
momento. Você poderia colocar parte da sua proteção financeira num cofre
e investir o restante, mas de forma a ter a possibilidade de acesso imediato a
ele. Em todo caso, deve investir esse dinheiro de uma forma segura. Caso
invista com baixo risco, seus ganhos serão moderados, mas a nossa maior
preocupação aqui é a sua proteção, razão pela qual você não deve jamais
tocar nesse dinheiro. Usá-lo para especular está fora de questão –
investimentos são planejados para proporcionar um ganho anual; a
especulação é muito diferente, porque você estará comprando alguma coisa
no intuito de vendê-la com lucro mais tarde, sem tirar nenhuma vantagem
desse “investimento” nesse meio-tempo. Portanto, uma casa ou um relógio
caro não são investimentos, mas especulação.

A história da Coca-Cola
Antigamente, não ser capaz de pagar os próprios empréstimos era crime.
Na antiga Babilônia você podia até mesmo ser vendido como escravo e
acabar em uma das chamadas torres da dívida. Hoje, porém, nós vemos a
toda hora como a vida pune aqueles que não têm proteção financeira, um
acontecimento rotineiro para o qual a história da fundação da Coca-Cola
serve de exemplo.
O doutor John Styth Pemberton criou uma exótica mistura de açúcar,
água, folhas de cacau, um tipo de noz e cafeína. Ele afirmava que a bebida
podia curar qualquer problema de fundo nervoso, como dor de cabeça,
histeria e melancolia. Acima de tudo, quem a bebesse ainda experimentava
uma maravilhosa sensação de bem-estar. No primeiro ano de vendas, o Dr.
Pemberton gastou US$ 73,96 em marketing, mas vendeu apenas US$ 50 da
sua invenção – uma proporção que não melhorou muito nos anos seguintes.
Devido à falta de recursos, o Dr. Pemberton desistiu e vendeu sua fórmula
por US$ 2.300 para um farmacêutico de Atlanta chamado Asa Candler, que
tinha os recursos necessários para vender bem o produto e, 11 anos mais
tarde, vendeu a empresa e a fórmula da Coca-Cola por US$ 25 milhões para
Ernest Woodruff. Woodruff era um banqueiro e abriu o capital da
companhia, vendendo no primeiro ano US$ 40 milhões em ações. Assim, ele
recuperou o dinheiro que pagara e obteve um lucro líquido de US$ 15
milhões.
A Grande Depressão durou de 1929 a 1937, mas ainda havia pessoas
com dinheiro para investir. Quem quer que tenha comprado ações da Coca-
Cola em 1932 por US$ 20 cada uma pôde vendê-las em 1937 por US$ 160.
Ou seja, numa época em que todos falavam de fim do mundo, houve quem
conseguisse multiplicar o próprio dinheiro por oito num intervalo de cinco
anos! O que eles tinham de especial? Dinheiro!
Não permita mais que seu dinheiro escorra por entre seus dedos: guarde
um pouco dele e você será recompensado de todas as maneiras (e não
apenas financeiramente). Pode parecer difícil começar desde já a
providenciar a sua proteção financeira, mas acredite: as coisas serão muito
mais difíceis sem ela.
Uma vez que tenha conquistado a sua proteção financeira, já possui os
requisitos para alcançar objetivos financeiros maiores. Caso você precise,
por exemplo, de R$ 84 mil para a sua proteção financeira e invista essa
quantia por vinte anos com um rendimento anual de 15%, ganhará
aproximadamente R$ 1,34 milhão. No capítulo anterior, você viu que essas
taxas de retorno são realistas.
Se você efetivamente guardar R$ 840 por mês e investir com um
rendimento de apenas 12%, ganhará mais R$ 726 mil. Em suma, você terá
ganhado pouco mais de R$ 2 milhões – uma quantia respeitável!
Resta saber se essa quantia é suficiente para você. Você seria capaz de
realizar os seus sonhos? O que a liberdade financeira realmente significa
para você e de quanto dinheiro precisaria para alcançá-la? Antes de
respondermos a essas perguntas, temos que tratar de providenciar a sua
segurança financeira.

O segundo plano: a segurança financeira


A sua primeira meta, a proteção financeira, tem muitas vantagens: você
pode sobreviver bem a uma crise, sente-se seguro e está preparado para
imprevistos. Há, porém, uma desvantagem: se uma emergência surgir, terá
que gastar esse dinheiro; terá sobrevivido financeiramente à crise, mas seu
dinheiro terá sido gasto. Você só estará realmente protegido quando tiver
juntado dinheiro suficiente para viver dos rendimentos das suas aplicações.
Comece anotando os itens que você tem que pagar de qualquer jeito.
Não estamos falando de dar grandes saltos – mais adiante traçaremos um
plano para a sua liberdade financeira que englobará os seus sonhos. Nesta
etapa nosso objetivo é a sua segurança financeira – não importa o que
aconteça, você poderá viver bem sem se preocupar de onde tirará dinheiro.
Você terá, portanto, a sua máquina de fazer dinheiro; terá criado a sua
galinha dos ovos de ouro.
Faça uma lista de todos os seus gastos e despesas mensais:

1. Financiamento/aluguel R$ __________________
2. Alimentação/Casa R$ __________________
3. Carro R$ __________________
4. Seguro R$ __________________
5. Impostos R$ __________________
6. Pensão alimentícia R$ __________________
7. Telefonia R$ __________________
8. Empréstimos R$ __________________
9. Outros R$ __________________
10. Economias (férias, compras de R$ __________________
vulto, etc.)
11. Educação R$ __________________
12. Doações R$ __________________
Total mensal: R$ __________________

De quanto dinheiro você precisa?


Você agora determinou a quantia mínima de que precisa por mês para
levar uma vida razoável. Você já sabe, portanto, o tamanho dos “ovos de
ouro” que a sua “galinha” deve pôr todos os meses. Em outras palavras:
precisa de uma quantia que, investida de maneira conservadora, renderá o
suficiente todos os meses para que possa pagar todas as despesas que acabou
de listar.
Agora é questão de saber com que rentabilidade você será capaz de
investir esse dinheiro. Pensando de forma conservadora, digamos que você
consiga apenas 8% de rendimento líquido – afinal de contas, o mais
importante neste momento é ter segurança. A conta é simples:

Quantia de que você precisa mensalmente × 150 = Capital necessário

Por exemplo, Sávio Sovina precisa de R$ 2.800 por mês para cobrir suas
despesas. Ele faz a seguinte conta:

R$ 2.800 × 150 = R$ 420.000

Sávio precisa de apenas R$ 420 mil para ter os R$ 2.800 mensais de que
precisa. Ele nunca mais terá que tocar em sua “galinha” – os R$ 420 mil
rendem o necessário sem que ele tenha que tirar nem um centavo daquela
quantia. Ele pode pagar todas as suas contas e ainda ter algum dinheiro para
fazer compras e viajar. Sávio alcançou sua segurança financeira com R$
420.000. Ele pode viver desse capital e na teoria nunca mais terá que
trabalhar.
Agora calcule de quanto você precisa para alcançar a sua segurança
financeira.

Quantia mensal _______________ × 150 = R$ _____________________

Pare por alguns instantes para considerar o que você faria se já possuísse
esse valor. Imagine que você só tivesse mais seis meses de vida. O que
gostaria de fazer nesse tempo? Que lugares visitaria? Com quem passaria o
seu tempo? O que você gostaria de deixar como legado?
É provável que você viva mais do que seis meses, mas certamente não
viverá para sempre. O que o está impedindo de fazer aquilo que você
considera muito importante senão o dinheiro? Você simplesmente merece
viver uma vida maravilhosa. A quantia que acaba de escrever faria uma
enorme diferença na sua vida. Portanto, pergunte-se quanto esse dinheiro
mudaria a sua rotina. Você continuaria trabalhando com a mesma coisa com
que trabalha atualmente?
Certo dia Francisco de Assis estava cortando a grama e um colega
monge lhe perguntou: “Se você fosse morrer daqui a uma hora, o que faria?”
Francisco respondeu: “Continuaria cortando a grama.” Ele continuaria a
cortar a grama porque o que estava fazendo o enchia de satisfação. Vale
notar que ele não disse “cortar mais rápido” nem “terminar de cortar”, mas
apenas “continuar cortando”. Se você não escolheu a segurança das paredes
de um mosteiro para alcançar a sua segurança financeira, deveria considerar
seriamente a possibilidade de juntar a quantia necessária o mais rápido
possível.

Você merece ficar rico


O futuro para o qual você está se preparando hoje começa daqui a sete
anos.
A razão principal por que as pessoas não se dedicam à atividade
profissional dos seus sonhos é a falta de dinheiro. Isso é uma pena e um
desperdício de energia – e é especialmente trágico porque nós apenas somos
bons de verdade naquilo que amamos fazer. Se nunca trabalhou por um
longo período de tempo em um projeto que lhe desse prazer e fosse
gratificante, você ainda não se deu conta de todo o potencial que tem dentro
de si. É sempre por falta de dinheiro que as pessoas não dão o passo
definitivo para se dedicarem às atividades de que mais gostam.

Dicas importantes
Alcance a sua segurança financeira o quanto antes.

• Assim que tiver a sua proteção financeira, invista o seu dinheiro para
alcançar a sua segurança financeira.
• Quando tiver segurança financeira você nunca mais terá que tocar
no seu capital.
• Você poderá morar onde quiser, fazer o que gosta e ainda ser capaz
de pagar todas as contas.
• Poderá se dedicar às atividades de que gosta e que correspondem aos
seus talentos.
• Adote esta máxima de W. Clement Stone: “Aquele que não consegue
poupar não merece ser chamado de sensato e inteligente.”
• Você tem duas opções:
1. Deixe o tempo trabalhar por você e alcance a sua meta gradualmente em 20 anos;
ou
2. Trabalhe com base no capítulo 7 e multiplique o seu dinheiro muitas vezes –
alcançando seus objetivos em sete anos.

Na tabela a seguir você poderá ver quanto capital precisará aplicar com
uma rentabilidade de 8% (ou 0,67% ao mês) para cobrir as suas despesas
mensais. Estes números pressupõem que você começará a poupar
imediatamente.

Capital Renda mensal


R$ 125.000 R$ 833
R$ 250.000 R$ 1.667
R$ 375.000 R$ 2.500
R$ 500.000 R$ 3.333
R$ 625.000 R$ 4.167
R$ 750.000 R$ 5.000
R$ 875.000 R$ 5.833
R$ 1.000.000 R$ 6.667
R$ 1.250.000 R$ 8.333
R$ 1.500.000 R$ 10.000
R$ 1.750.000 R$ 11.667
R$ 2.000.000 R$ 13.333
R$ 2.500.000 R$ 16.667
R$ 3.000.000 R$ 20.000
R$ 3.500.000 R$ 23.333
R$ 4.000.000 R$ 26.667
R$ 4.500.000 R$ 30.000
R$ 5.000.000 R$ 33.333
R$ 6.000.000 R$ 40.000
R$ 7.000.000 R$ 46.667
R$ 8.000.000 R$ 53.333
R$ 10.000.000 R$ 66.667
R$ 15.000.000 R$ 100.000
R$ 20.000.000 R$ 133.333
R$ 25.000.000 R$ 166.667
R$ 50.000.000 R$ 333.333
R$ 100.000.000 R$ 666.667

Você já aprendeu no capítulo 5 que existem estratégias amadoras e


profissionais. As primeiras visam a atingir apenas objetivos de curto prazo,
enquanto as segundas buscam alcançar a satisfação duradoura. Como você
sabe, as suas finanças afetam todas as áreas da sua vida. Os amadores se
concentram no aqui e agora e se esquecem de que terão que lidar com os
mesmos problemas a vida inteira. Por não pouparem de maneira inteligente,
deixam de criar uma situação livre de preocupações de ordem financeira. Os
profissionais agem diferente: eles vivem agora e se preparam para o futuro.
Portanto, pagam a si mesmos primeiro.
Torne-se um profissional do dinheiro.
Se você chegou até aqui, já sabe que não há desculpas: você é
responsável. Você tem o poder sobre a sua vida e pode mudar as suas
convicções a qualquer momento. Você pode adotar uma nova postura.

O terceiro plano: a liberdade financeira


É possível que a segurança financeira seja o seu maior objetivo, mas
talvez você deseje mais e queira ser livre. Nesse caso, utilizaremos o mesmo
processo para traçar um plano para a sua liberdade financeira. Esse plano
leva em conta os seus sonhos.
Você sabia que a maioria das pessoas não realiza seus sonhos
simplesmente porque nunca parou para pensar o que seria necessário para
torná-los realidade? Elas nem sabem quanto os seus sonhos custariam.

Nunca mais toque no seu capital


Antes de mais nada, precisamos estabelecer uma regra importante:
nunca mate a sua galinha dos ovos de ouro – nem mesmo retire uma
mínima parcela que seja. Nunca mais encoste naquele dinheiro. Você
realizará todos os seus sonhos com os “ovos de ouro”, que deverão ser
grandes o suficiente para financiá-los.
Considerando que você já tenha atingido a sua liberdade financeira, se
quisesse comprar uma casa, por exemplo, você seguramente poderia pagá-la
com o seu patrimônio. Contudo, dessa forma você reduziria o seu
patrimônio, mas você não quer fazer isso. Portanto, é melhor pagar todas as
suas compras grandes em parcelas que caibam nos seus rendimentos
mensais.

Como calcular o custo dos seus sonhos


1. Comece fazendo uma lista de todos os seus desejos. Não pense se eles
são realistas ou não – primeiro queremos identificar seus desejos e
determinar quanto eles custariam.
2. Depois de ter feito a lista, escreva o preço aproximado de cada item.
3. Lembre-se de que você não quer tocar no dinheiro da sua galinha
dos ovos de ouro e, portanto, deve pagar as suas compras mais caras
em parcelas. Agora calcule o valor máximo de cada pagamento
mensal. Para facilitar a conta, sugiro que você divida o valor de bens
imóveis por 120 e o dos demais itens por 50.

Digamos que você queira comprar uma casa de R$ 1,5 milhão. Divida
esse valor por 120 e você terá uma parcela mensal de R$ 12.500, com os
juros incluídos. Além disso, você deseja comprar uma lancha por R$
268.000. Divida o valor de compra por 50 para obter R$ 5.360, que você terá
que pagar mensalmente durante cinco anos.
Digamos que você goste de viajar e deseje fazer várias viagens por ano
que custariam ao todo R$ 39.000. Divida esse valor por 12 para chegar a R$
3.250. É quanto você terá que guardar por mês para poder fazer essas
viagens.

4. Faça uma lista de todas as suas despesas atuais que não serão
alteradas quando tiver alcançado a sua liberdade financeira. Você
também quer pagá-las apenas com o rendimento das suas aplicações.
Oriente-se pelos custos que listou quando estava planejando a sua
proteção financeira, levando em consideração o fato de que esses
custos podem subir consideravelmente com o aumento do seu
padrão de vida.

Agora faça uma lista de tudo isso e determine quanto rendimento você
teria que conseguir por mês para pagar esses gastos.

Custo dos sonhos Valor de compra Pagamentos mensais


1. Casa
2. Segunda casa
3.
4. Carro
5.
6.
7.
8.

Pagamentos mensais pelos seus R$ _____________________


sonhos:

Determine as suas despesas mensais


atuais:
1. Comida/Moradia R$ _____________________
2. Empregados R$ _____________________
3. Carros R$ _____________________
4. Seguro R$ _____________________
5. Impostos R$ _____________________
6. Telefonia R$ _____________________
7. Férias R$ _____________________
8. Compras pequenas R$ _____________________
9. Diversão R$ _____________________
10. Presentes R$ _____________________
11. Educação R$ _____________________
12. Doações R$ _____________________
13. Outros R$ _____________________
Total das despesas atuais: R$ _____________________
Total do custo mensal dos sonhos: R$ _____________________
Custo mensal total da liberdade R$ _____________________
financeira:

Agora você sabe de quanto precisa para levar uma boa vida e qual deve
ser o tamanho de seus “ovos de ouro” para financiar o estilo de vida dos seus
sonhos – definimos o tamanho da sua “galinha”. Você precisará de capital
suficiente e bem investido para conseguir o rendimento necessário para
pagar todos os itens que listou. Consideremos novamente um rendimento
anual líquido de 8% (ou seja, de 0,67% ao mês). Multiplique a quantia que
você gostaria de ganhar mensalmente por 150:

R$_______________ × 150 = R$ _________________________

Essa é a quantia de que você precisa para realizar todos os seus sonhos.
Agora deve descobrir a melhor maneira de investir o seu dinheiro para
alcançar os seus objetivos.

A sua estratégia de investimento


Você agora tem três planos financeiros, cada um deles estabelecendo a
base para o seguinte, e precisa de uma estratégia de investimento diferente
para cada um.

Não arrisque a sua proteção financeira


Você não deve assumir nenhum risco até que tenha alcançado a sua
proteção financeira. Por isso escolha investimentos de baixo risco. Após essa
etapa, diversifique. Nunca coloque todo o seu dinheiro em um só
investimento, mesmo que “todo o seu dinheiro” signifique R$ 550. Lembre-
se de que diversificar significa aumentar as chances de lucro.
Um exemplo de investimento sem risco é o seguro de vida. Você nunca
deve colocar mais de 10% ou 20% da sua proteção financeira em um
investimento desse tipo por causa da baixa rentabilidade. Não escolha
apólices que tenham uma cobertura de seguro mínima ou que não a
tenham. Grandes fundos, que tenham demonstrado estabilidade ao longo
dos anos, também são recomendados. Para o seu primeiro plano você deve
se limitar a investimentos conservadores ou fundos mistos.
Lembre-se de que a segurança é crucial quando tratamos da sua
proteção financeira. Portanto, você deve aceitar rendimentos mais baixos e
colocar parte do seu dinheiro em um cofre no banco.

40-40-20 para a sua segurança financeira


Para alcançar a segurança financeira, você deve distribuir o seu dinheiro
de um modo um pouco diferente: enquanto pelo menos 40% do seu
dinheiro permanece em investimentos de baixo risco, você pode investir
outros 40% em aplicações de risco moderado – já que não pretende tocar
nesse dinheiro durante muito tempo, o efeito do preço médio reduz
consideravelmente o seu risco. Você pode colocar os 20% restantes em
investimentos mais arriscados, como mercados emergentes ou fundos
específicos para um determinado país. Aqui também você pode diminuir os
seus riscos por conta do tempo e do efeito do preço médio. Por outro lado,
há um grande potencial de ganho.
É essencial que o dinheiro da sua segurança financeira nunca seja usado
para investimentos especulativos ou de alto risco. Jamais toque nesse
dinheiro e invista-o de modo que a sua segurança nunca seja ameaçada.

50% moderado e 50% alto risco para a sua liberdade


financeira
Uma vez que tenha alcançado a sua segurança financeira, pegue parte do
seu dinheiro e invista mirando sua liberdade financeira.
É aqui que você assume riscos maiores. Procure investimentos com
retornos entre 20% e 30% ou mais. Assim você poderá compensar algumas
perdas em um ou mais investimentos com os grandes ganhos que obterá nos
outros.
Mesmo nessa área existem fundos tradicionais e bem conhecidos que
têm conseguido rendimentos médios anuais acima de 30%. Além disso, na
pior das hipóteses você só terá apostado uma parte do seu capital que não é
essencial à sua segurança financeira. Nós podemos ilustrar esse conceito
com a figura a seguir:

Sempre encha primeiro um balde antes de passar para o seguinte. Use


apenas o que transbordar do balde seguinte (dinheiro de que você não
precisa para a sua segurança financeira) para encher o próximo. Dessa
forma, você nunca arriscará a sua segurança financeira.
Nada pode dar errado se você se mantiver fiel a essa filosofia. Estará
sempre precavido e ainda tem a possibilidade de tornar os seus sonhos
realidade.

Estabelecer uma meta já é meio caminho andado


Agora precisamos dar o próximo passo decisivo: você deve fazer uma
escolha consciente. Realmente deseja criar a sua liberdade financeira? Acima
de tudo, está preparado para assumir esse compromisso? Está disposto a
mentalizar o cenário que acaba de descrever até que ele se torne uma
necessidade absoluta para você?
Não continue lendo até que tenha tomado essa decisão consciente – que
consiste em fazer tudo aquilo que você sabe ser necessário. Você sabe que
deve começar pelas suas convicções, associando muito sofrimento à ideia de
não alcançar as suas metas e muito prazer à ideia de atingi-las. Você deve se
conscientizar da razão por que merece viver dessa maneira. Lembre-se: você
deve se superar todos os dias e dar o melhor de si, dar 110%. Você deve
continuar a aprender, a crescer e a fazer todo o possível para ser o melhor
que puder.
Você quer isso de verdade? Está realmente preparado para aceitar o
preço que todos aqueles que querem ficar ricos e felizes têm que pagar? Se a
sua resposta for afirmativa, e eu lhe darei apoio na sua empreitada,
comprometa-se com o seguinte: prometa a si mesmo que nunca ficará
satisfeito com nada menos do que o melhor.
Quando ouvi essa ideia pela primeira vez, anos atrás, eu mal podia
acreditar, mas ela é verdadeira: se você escolheu um objetivo e fez um plano
por escrito, já percorreu metade do caminho, e há diversas razões para isso:

1. As metas ampliam a sua consciência das oportunidades


Ao assumir esse compromisso, você passa a enxergar todos aqueles que
passam pela sua vida de uma perspectiva diferente. Cada situação tem um
novo significado. Você se pergunta constantemente: como isso pode me
ajudar a alcançar a minha meta? Como eu posso transformar isso em uma
ação imediata? Quanto mais claramente tiver formulado a sua meta e quanto
mais forte for o seu comprometimento, mais você poderá fazer uso das
perguntas decisivas: como isso se aplica a mim? Como eu posso agir agora
mesmo?

2. As metas o conduzem para as soluções


A maioria das pessoas desperdiça seu tempo pensando demais nos
problemas. Aqueles que possuem uma meta simplesmente não têm tempo
para isso. Você quer se aproximar mais e mais do seu objetivo e portanto
busca caminhos e soluções. Enquanto estiver concentrado em sua meta e
mantiver os olhos nela, não tem o que temer.

3. As metas permitem que você jogue para ganhar


Existe uma grande diferença entre jogar para não perder e jogar para
ganhar. Quando você conhece alguém, pode sentir na hora se a pessoa
simplesmente não quer perder ou se quer ganhar. Você a identifica pelo
modo de andar e pode ver em seus olhos.
Grandes objetivos não permitem que você leve uma existência mínima.
Você deve dar o máximo de si e viver para ganhar.

4. Tudo é importante se você tem uma meta


As pessoas sem um objetivo vivem segundo a máxima de que um
pouquinho de algo ruim não pode fazer tanto mal assim. Mas, para quem
tem objetivos, tudo é importante.
Pegue como exemplo um ciclista profissional. Você acha que ele diria “Se
eu estiver alguns quilinhos acima do peso isso não vai me prejudicar”? Ele
nunca pensaria assim, porque sabe que cada grama de excesso de peso pode
deixá-lo mais lento nas subidas, no momento crucial. Quando você tem um
objetivo, tudo se torna importante e tudo que faz o deixa mais perto ou mais
longe da sua meta – não há meio-termo.
Como eu disse antes, uma decisão consciente é indispensável. Quem
quer que afirme que pode fazer essa escolha depois está se iludindo. Se ainda
não se decidiu, você já chegou a uma conclusão: resolveu deixar tudo como
está e não fazer mudanças, escolheu se distanciar da sua meta. Portanto,
tome a decisão imediatamente.
É difícil alcançar a liberdade financeira?
Você já sabe que a resposta é “sim”. Contudo, é muito mais difícil não
alcançá-la. É duro se superar, mas muito mais desgastante morrer
lentamente. Não é bom estar neste mundo sem saber do que realmente
somos capazes, já que apenas quando damos o melhor de nós descobrimos o
que a vida significa de verdade. Só então cumpriremos a nossa missão na
vida e ela terá um sentido.
Como eu disse, não acho que seja simples, mas entendo que não temos
alternativa se quisermos viver de forma plena.
Heinz Körner escreveu em seu livro Johannes: “No fundo, todos
conhecem a possibilidade de deixar o pântano e viver ao sol. Contudo, o
medo do sol, da liberdade e até mesmo das próprias possibilidades nos
impede de deixar o lugar ao qual estamos habituados. Ele nos faz aceitar o
fedor, a inércia, a escuridão e a lama. Assim, a cada dia que passa todos
afundam um pouco mais no pântano; a cada dia passado nesse ambiente,
fica mais difícil deixá-lo. Todos se ocupam, portanto, tentando achar uma
maneira de afastar o cheiro, tolerar a lama escorregadia e suja e passar o
tempo do jeito mais agradável possível enquanto afundam. Aqueles que têm
consciência, contudo, devem assumir a responsabilidade por si e encontrar a
melhor forma de alcançar uma vida ao sol.” Jamais devemos sucumbir ao
conformismo e à indolência.
Um mundo melhor jamais existirá enquanto todos apenas sonharem
com ele. Somente quando começarmos a agir de acordo com as nossas
próprias possibilidades, nossos sonhos se realizarão. Eu não estou me
referindo a apenas tentar ou esperar que algo aconteça – estou falando de
assumir a responsabilidade por nossos talentos e oportunidades.
Nosso dever não é apenas sonhar e discutir a respeito de um mundo
melhor, mas assegurar que ele se torne realidade. Precisamos de pessoas com
integridade, de indivíduos que fazem aquilo que prometem, daqueles que
fazem com que seus sonhos se realizem.

O medo é um mau conselheiro


Você sabe o que impede a maioria das pessoas de viver a vida dos seus
sonhos? O medo. As pessoas têm medo de errar, de fazer papel de bobo, de
decepcionar a si mesmas e aos outros, de tomar a decisão errada. Por isso
você nunca deve aceitar os conselhos do medo, pois o fracasso é algo que
não existe.
Sim, você leu direito: é impossível fracassar. A apresentadora Oprah
Winfrey resume perfeitamente isso: “Eu não acredito no fracasso, pois
nunca podemos considerar um fracasso algo que você gostou de fazer.” O
fracasso não existe, apenas os resultados. Em pelo menos 70% das
consultorias que eu presto, o medo do fracasso é o maior obstáculo que
encontro, embora seja seguro afirmar que quase todo grande sucesso surge
após um início turbulento e cheio de erros. Está na hora de mudar a nossa
postura em relação ao fracasso e aos erros, porque ela impede inúmeras
pessoas de aproveitarem as oportunidades ao longo da vida.

Erros são benéficos


Devemos agir sem ter medo de errar e não precisamos nos tornar
indivíduos infalíveis: temos que ser aqueles que não desistem.
Certa vez perguntaram a Watson Senior, fundador da IBM, o que uma
pessoa deveria fazer para crescer em sua empresa (ou em qualquer outra).
Ele respondeu: “Dobrar a sua taxa de erros.” Se você estudar a história das
pessoas bem-sucedidas, descobrirá um passado de muitos erros.
Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica. Depois de ter feito cerca de
9 mil tentativas frustradas, alguns amigos perguntaram a ele: “Você
realmente quer fracassar 10 mil vezes?” Edison respondeu: “Eu não
fracassei. Eu apenas descobri mais uma maneira de não inventar a lâmpada
elétrica. Cada experimento me deixa mais perto dessa invenção.”
Gerd Müller entrou para a história como o jogador que mais marcou
gols por uma seleção de futebol, mas essa não é a única estatística que ele
lidera: ninguém jamais errou tantos chutes a gol quanto ele.
Você se lembra de alguém que desiste como um fracassado e de alguém
que persevera como uma personalidade importante. Não se trata de evitar os
erros, mas de não deixar nada nem ninguém ficar em seu caminho. Outros
podem atrasá-lo temporariamente, mas você é o único que pode desistir de
seguir em frente.

Você realmente deseja a liberdade financeira?


Para responder a essa pergunta nós devemos avaliar as nossas chances de
ficar milionários. Nos Estados Unidos, os milionários podem ser divididos
da seguinte maneira:

74% donos do próprio negócio;


10% membros da diretoria de empresas de alto nível (em geral membros
do conselho);
10% autônomos (em geral médicos, advogados, arquitetos);
5% vendedores; e
1% outros.

Dois aspectos ficam claros: primeiramente, você não tem muitas chances
de ficar milionário se não for autônomo ou membro do conselho de alguma
companhia; em segundo lugar, você tem as melhores chances de enriquecer
se for dono de um negócio. Há muitas desvantagens e riscos em se tornar
seu próprio chefe, mas é isso que três em cada quatro milionários são.
É por isso que Paul Getty, dono da maior fortuna pessoal de sua época,
afirmava: “Só há uma maneira, salvo algumas poucas exceções, de se
construir uma verdadeira fortuna: fundar a própria companhia.”
As opiniões de alguns divergem sobre esse ponto, mas o fato é que você
deve fazer mais do que apenas poupar e investir. Não basta caminhar na
direção certa: você tem que dar um grande salto. O medo do fracasso ou dos
riscos nunca deve levá-lo a viver uma existência mínima, pois só
encontramos a verdadeira satisfação quando damos o melhor de nós.

Quem não faz nada não comete erros


A opinião do meu último mentor era: “Se você não erra com frequência,
é porque não está arriscando o suficiente nem se esforçando ao máximo.” Os
mentores trazem à tona o que há de melhor em nós. Eles nos estimulam a
correr riscos: “Quem não arrisca nada não faz nada, não tem nada e não é
nada.” As palavras dos mentores ecoam fundo dentro de nós e devemos ficar
felizes por sermos tocados dessa forma, pois isso significa que estamos vivos.
A estrada rumo ao sucesso é frequentemente cheia de erros. Somente
quando seguimos adiante sem medo de errar é que a vida se mostra em toda
a sua grandiosidade. Então nos damos conta de que o destino tem um papel
em nossas vidas. Tudo o que experimentamos tem uma razão de ser, todas
as nossas vivências fluem para a tarefa que devemos completar. Tudo tem
um significado e nós devemos reconhecê-lo. Todo erro nos ajuda e toda
pessoa que conhecemos nos conduz a novas pessoas e oportunidades – cabe
a nós, porém, reconhecer as conexões, o que exige crescer e aprender
continuamente, apesar dos nossos medos. A recompensa excederá todas as
suas expectativas.

Dicas importantes
Decida agora mesmo se você quer ou não alcançar a liberdade financeira
na sua vida.

• Nunca se satisfaça com menos do que o melhor.


• Aumente a sua consciência das oportunidades.
• Jogue para ganhar.
• Cada detalhe se torna significativo; tudo se torna importante.
• Viva de acordo com o princípio de ser o melhor que puder ser.
• Não tenha medo de cometer erros.
• Você tem que ser o seu próprio chefe para ficar muito rico.

Depois de tomar a sua decisão, no próximo capítulo você aprenderá


como não desistir e verá como pode criar um ambiente que o ajude e lhe dê
apoio em sua busca pela riqueza.

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

Tenha certeza de uma coisa: haverá imprevistos.

Você deve a si mesmo, à sua saúde, ao seu bem-estar emocional e à sua família alcançar
a sua proteção financeira o quanto antes.

A proteção financeira o coloca em uma posição de poder.

Ninguém está imune a acidentes e golpes de azar, mas você pode estar preparado e
enfrentá-los com estilo.
Você deve considerar a possibilidade de elaborar um orçamento até atingir a sua
proteção financeira.

Onassis disse: “Eu faria tudo de novo exatamente como fiz, exceto por uma coisa: teria
procurado um bom consultor mais cedo.”

Há duas maneiras de alcançar a felicidade: diminuir os seus desejos ou aumentar os


seus meios. Se você for inteligente, fará os dois ao mesmo tempo.

Você estará seguro financeiramente quando tiver capital suficiente para pagar as suas
despesas mensais apenas com os rendimentos que recebe.

Somos bons de verdade apenas quando nos dedicamos a alguma atividade que amamos.

Você precisa trabalhar em um projeto que lhe dê prazer e seja gratificante para poder
conhecer o seu verdadeiro potencial.

Torne-se um profissional do dinheiro. Viva agora e se prepare para o futuro.

Para alcançar a proteção financeira, deve investir o seu dinheiro com o menor risco
possível. Para ter a segurança financeira, escolha investimentos que rendam 12% ao
ano. Para chegar à liberdade financeira, use o dinheiro de que você não precisa para a
sua segurança financeira e aplique-o, meio a meio, em investimentos de risco moderado
e alto.

O primeiro passo importante para alcançar a liberdade financeira é fazer uma escolha
consciente. Se não tomar essa decisão agora, você já escolheu deixar as coisas como
estão.

Quem quer que registre suas metas por escrito e decida alcançá-las já percorreu metade
do caminho porque:
– As metas ampliam a sua consciência das oportunidades.
– As metas o conduzem para as soluções.
– As metas permitem que você jogue para ganhar.
– Tudo é importante se você tem uma meta.

Jamais devemos sucumbir ao conformismo.

Não devemos nos tornar pessoas infalíveis, mas pessoas que não desistem.

Outras pessoas podem nos atrasar por um tempo, mas apenas nós mesmos podemos
desistir de prosseguir.

Se você não comete erros regularmente, isso é um sinal de que não está se arriscando o
suficiente nem dando o melhor de si.
13

Um coach e uma rede de especialistas

“Milhões de pessoas permanecem onde estão – a escolha é delas. Se você se cercar de pessoas pobres,
ficará mais pobre e passará o resto da vida se queixando disso.”
RICHARD DE VOS

A penas ler este livro não é suficiente para enriquecer: você precisa
tomar uma atitude o mais rápido possível e, acima de tudo e antes de
mais nada, precisa criar para si uma situação que o obrigue a ser bem-
sucedido.
A rotina diária rapidamente volta a se impor à maioria das pessoas.
Saber que os problemas representam oportunidades de crescimento é uma
coisa, mas, se eles de fato surgem, tudo muda de figura – e em geral os
imprevistos aparecem na hora mais inapropriada e trazem muito
sofrimento. Além disso, se os problemas se acumulam, até a mais nobre das
intenções é esquecida.

A influência do seu entorno


Você precisa de um ambiente que com frequência o relembre das suas
boas intenções – e já deve ter adivinhado que ele não inclui as pessoas que o
cercam atualmente.
Já deve ter ouvido o ditado “Diz-me com quem andas e eu te direi quem
és”. Temos tendência a nos superestimar e a acreditar que somos fortes o
suficiente para não nos influenciarmos por aqueles que nos cercam.
Contudo, desde o momento em que nascemos, aprendemos imitando os
demais, em um processo essencialmente inconsciente. Os nossos conhecidos
e amigos nos influenciam mais do que pensamos – e isso sem nos darmos
conta.
Imagine-se de pé sobre uma mesa, desafiando uma pessoa mais fraca do
que você para uma prova de força: a você cabe puxá-la para cima da mesa; a
ela cabe puxá-lo para baixo. Quem ganhará?

Trata-se de uma lei da física: é mais fácil puxar alguém para baixo do
que para cima. No fim das contas, você não tem como ganhar, porque tudo
o que a outra pessoa tem que fazer é se “pendurar” e esperar que as suas
forças acabem.
Para resumir em poucas palavras: se você se cercar de pessoas mais
pobres do que você, acabará ficando estagnado; se, no entanto, se cercar de
pessoas mais ricas, também enriquecerá. As outras pessoas sempre tiram
algum benefício das nossas vidas e para elas podemos representar ou um
exemplo a ser seguido, ou um sinal de alerta. Qual deles você prefere ser?

Os três grupos que mais podem ajudá-lo


Você precisa de modelos de conduta, ou seja, de pessoas cujo sucesso
possa observar, analisar e imitar.
Você verá que as pessoas de sucesso sempre tiveram outras como
modelos de conduta. A técnica que elas usaram para “copiar” o sucesso é
chamada modelagem de excelência, um termo retirado do mundo dos
esportes. Descubra quem é o maior especialista no seu ramo de atuação,
junte o máximo de informações a respeito dele por meio de livros ou artigos
de jornais, procure o seu número de telefone e marque uma reunião. É mais
fácil do que você pensa.
Você precisa de pelo menos um coach ou mentor. Noventa e nove por
cento das pessoas extremamente bem-sucedidas tiveram um coach, e neste
capítulo eu gostaria de descrever como um mentor pode mudar a sua vida.
O meu último coach era um bilionário, e você pode aprender mais em seis
meses com esse tipo de pessoa do que aprenderia sozinho em dez anos. Eu já
discorri sobre o significado de um coach no capítulo 4 e agora, neste
capítulo, você verá como pode trabalhar com ele.
Você precisa estar cercado por uma rede de especialistas, ou seja, de
pessoas que o impulsionam para a frente junto com elas. São indivíduos que
entendem o conceito de responsabilidade e o dominam em suas respectivas
áreas. É isso que discutiremos neste capítulo e você verá como construir
uma rede desse tipo.

Somente dê ouvidos a pessoas mais bem-sucedidas do


que você
As pessoas ao seu redor devem se resumir a um coach e, mais tarde,
alguns modelos de conduta e uma rede de especialistas.
E quanto às outras pessoas à sua volta? Eu não quero dizer que você
jamais deve se deixar influenciar por pessoas que sejam menos bem-
sucedidas do que você, mas o risco de não conseguir atingir a sua meta seria
grande demais. É melhor ignorar o que quer que essas pessoas tenham
contra os seus planos e ideias.
A seguir apresento algumas máximas que as pessoas bem-sucedidas
sempre levam a sério:

• As pessoas que não se tornaram bem-sucedidas não têm o direito de


dar conselhos – e você não tem o direito de escutá-las.
• É fácil alcançar o sucesso se você se cercar de pessoas de sucesso.
• Para ficar rico, você precisa primeiro ficar à vontade com essa ideia.
O melhor jeito de conseguir isso é se cercando de pessoas bem-
sucedidas.
• A melhor maneira de medir a inteligência de um governante é
estudar as pessoas de quem ele se cerca. (Nicolau Maquiavel)
• Busque consultores competentes muito antes de precisar deles.
• Se você não liga para o que os outros dizem, então nada pode detê-
lo.
• Só faça perguntas às pessoas que são aquilo que você gostaria de se
tornar.

Talvez você esteja se perguntando se essas afirmações são radicais


demais. O que fazer, afinal, com a sua família e as pessoas que precisam da
sua ajuda? É claro, existem aqueles que precisam da sua ajuda e dependem
de você. Naturalmente, você tem a responsabilidade de cuidar dessas
pessoas e ajudá-las.
De fato há uma contradição entre o conceito de ajudar os outros e a ideia
de apenas lidar com pessoas bem-sucedidas. A natureza também tem muitos
contrastes: dia e noite, verão e inverno, chuva e sol. As partes individuais,
porém, formam um todo – os contrastes não devem excluir-se mutuamente,
mas complementar-se.
Pense da seguinte forma: quanto mais bem-sucedido você for em
administrar a sua vida, mais poderá ajudar os demais. Além disso, não há
nada mais gratificante do que dividir o sucesso e a riqueza com os menos
afortunados. Apenas não confunda os papéis: não escute conselhos daqueles
que você está ajudando.

Meu coach, o bilionário


Tirei um ano sabático para pensar na vida e usei esse tempo para me
dedicar aos temas para os quais não havia espaço suficiente na minha rotina
normal. Quanto mais eu relaxava, mais e mais intenso se tornava o meu
desejo de descobrir uma tarefa que me enchesse de desejo e entusiasmo.
Foi assim que finalmente encontrei a minha vocação, que era
familiarizar as pessoas com o tema “dinheiro”. Agora, eu só precisava
encontrar a melhor maneira de espalhar a minha mensagem do jeito mais
eficiente possível. Em outras palavras, eu precisava crescer e, para isso,
comecei a buscar um coach.
Sempre achei que frequentar seminários era uma ótima maneira de
conhecer pessoas impressionantes. Certa vez participei de um evento em
Londres no qual um bilionário deu uma palestra. Ele havia fundado uma
companhia de petróleo com menos de US$ 1.000 prórios e depois de apenas
oito anos a companhia já valia US$ 800 milhões. Diante de um público
formado por empresários britânicos, ele falou sobre como é possível realizar
qualquer ideia com a ajuda e o dinheiro de outras pessoas. Ele também
recebera um empréstimo de mais de US$ 1 bilhão para a sua companhia
quando o valor do barril de petróleo despencou de US$ 40 para US$ 8.
Desde então ele implementou seu sistema com sucesso dezenas de vezes e
em diversos setores.
Enquanto ouvia sua palestra, decidi que ele seria o meu coach. Almocei
com ele durante o intervalo e consegui marcar para nos falarmos pelo
telefone. Quando liguei no dia e horário marcados, porém, não passaram
minha ligação. Tentei diversas vezes, mas tudo o que conseguia era falar com
sua secretária ou seu mordomo, até que, na sétima tentativa, consegui falar
com ele. Ele me convidou para passar dois dias em seu castelo na Escócia –
eu tinha que estar lá em um domingo às seis da tarde.
Ao chegar ao castelo, fui recebido por sua secretária pessoal e conduzido
ao meu quarto. Ele me recebeu duas horas depois, com um mau humor que
não fez a menor questão de esconder. De fato, em vez de uma saudação
calorosa, eu ouvi: “Por que eu deveria desperdiçar uma noite de domingo
com você?” Meu primeiro instinto foi ir embora imediatamente, mas eu
estava ali por uma razão específica: queria aprender. Passei então a tentar
entender por que ele estava se portando daquela maneira – talvez estivesse
apenas me testando; talvez quisesse avaliar a minha perseverança. De fato,
precisei de muita determinação e tenacidade. Ele me fez perguntas que me
magoaram e me insultou durante horas. Queria saber por que eu havia
desperdiçado a minha vida nos anos anteriores. Finalmente, ele me contou
algo a respeito de sua vida.
Por volta de 2h30 da manhã, ele subitamente apontou o dedo para mim
e exigiu: “Tudo bem, Bodo. Agora eu quero que me convença em poucas
palavras do que pode fazer por mim e me diga exatamente o que quer de
mim. Se conseguir me convencer, bom. Caso contrário, pode passar a noite
aqui e ir embora sem fazer barulho assim que o sol nascer.” Eu consegui,
sim, convencê-lo e depois até fundamos uma companhia juntos. Contudo, se
não tivesse sido absolutamente claro a respeito do que queria conquistar, eu
nunca teria conseguido isso. Mas eu havia anotado e mentalizado a minha
meta.
Nos seis meses que se seguiram, aprendi mais sobre finanças de alto
nível do que havia aprendido em toda a minha vida. No fim das contas,
acabamos rompendo a nossa parceria porque eu queria me dedicar
inteiramente à minha tarefa.
O punhado de pessoas bem-sucedidas que foram meus mentores é
responsável pela maior parte do que eu sei sobre dinheiro. O meu primeiro
coach construiu as bases: ele me ensinou não apenas a poupar, mas os
princípios do sucesso. Antes de conhecê-lo eu ganhava menos de US$
56.000 por ano, e apenas dois anos e meio depois, sob a sua orientação, eu
consegui ganhar mais de US$ 56.000 em um único mês.
Sou muito grato a todos os meus mentores.

Encontrando um mentor e aprendendo a trabalhar com


ele
Noventa e nove por cento das pessoas bem-sucedidas tiveram um coach.
Veja o exemplo do mentor que mencionei: como você acha que ele
conseguiu construir uma companhia de petróleo valendo US$ 800 milhões
em apenas oito anos sem ter absolutamente nenhum conhecimento sobre
essa atividade? Você já deve ter adivinhado: ele teve excelentes coaches.
Aprendeu com Constantin Gratsos, amigo de longa data de Aristóteles
Onassis e presidente do Conselho de Administração da Onassis Shipping
Lines.
Se você precisa concentrar a experiência e o sucesso de uma ou mais
pessoas em alguns anos, deve encontrar um coach. Eu gostaria de lhe dar 17
dicas práticas que facilitarão muito a sua tarefa de encontrar um mentor e
trabalhar com ele.

1. Escreva os motivos por que você quer um mentor


Escolha o seu mentor de maneira cuidadosa. Você quer alguém
consideravelmente mais bem-sucedido do que você e que tenha dominado
as habilidades que deseja ter. Pergunte-se se confia na pessoa em questão e
se poderia trabalhar intensamente com ela. Ser treinado por alguém exige
confiança absoluta – e isso pode ser difícil –, mas considere que, se não
arriscar nada, não poderá ganhar. E você só conseguirá entrar em contato
com essa pessoa se for criativo e persistente.
Lembre-se de que o melhor coach tem os pupilos mais talentosos. Isso
também quer dizer que os melhores alunos conseguem os melhores
mentores. Portanto, não desista se não conseguir de cara o melhor coach do
seu ramo – você precisa se qualificar para conseguir a atenção dos melhores
coaches. Também é indispensável provar alguns sucessos iniciais e exibir
uma postura convincente.
Se você melhorar a si mesmo, conseguirá os melhores mentores.

2. Pense no que você pode fazer pelo seu coach


Encontre a resposta para duas questões importantíssimas: “Como você
pode agregar valor para o seu mentor?” e “O que pode fazer por ele?”. Você
deve ser criativo. Cada um de nós possui pontos fortes e a oportunidade de
usá-los em benefício dos outros. Contudo, você deve estar ciente deles, e a
melhor maneira de fazer isso é mantendo o seu diário do sucesso atualizado.

3. Você precisa de bons motivos e de entusiasmo


Além disso, apresente as suas ideias com paixão e entusiasmo. O que
você diz não é tão importante, já que a forma como você irá alcançar as suas
metas mudará de qualquer maneira sob a tutela do seu mentor – afinal, é
por isso que precisa dele em primeiro lugar e ele sabe que você deseja
aprender com ele o melhor modo de implementar as suas ideias.
O que o seu mentor quer é testemunhar a sua determinação. Ele quer
saber por que você deseja realizar uma determinada ideia, quer ser
convencido de que a sua ideia é boa e ter certeza de que você não desistirá.
Ele quer saber se você está preparado para fazer o que é necessário. Em
suma, quer reconhecer em você o espírito que fez dele uma pessoa de tanto
sucesso – e a maneira de convencê-lo disso tudo é a forma como você se
expressa.

4. Seja persistente
Em determinadas circunstâncias, pode levar meses até que você
convença o seu mentor a aceitá-lo como pupilo – pode ser que leve esse
tempo todo apenas para marcar uma reunião. Se, porém, não desistir e
continuar ligando e escrevendo para ele de uma maneira criativa e
simpática, você o conquistará.

5. Mentores altamente qualificados irão testá-lo primeiro


Pense a respeito da recepção que eu tive naquele castelo na Escócia.
Todo o cenário era apenas um teste. Você pode achar que o seu mentor é
mal-educado e cruel, mas por que ele deveria desperdiçar o precioso tempo
dele com você sem ter certeza de que vale a pena? Ele não pode esperar até
que surja a primeira crise.
Ele quer ser convencido das suas qualidades antes de aceitá-lo. Por isso
criará uma situação para colocá-lo sob pressão, pois é nesses momentos que
mais conhecemos alguém.
Se você tem metas ambiciosas – e só assim seria interessante para um
bom coach –, é indispensável que seja perseverante, entusiasmado e
autoconfiante. Você deve estar preparado para fazer tudo o que for
necessário. O coach quer uma prova dessas qualidades e por isso irá testá-lo.

6. Um coach deve cultivar os seus pontos fortes, não resolver os seus


problemas
Não desgaste a sua relação com o seu mentor contando a ele os seus
problemas. Certifique-se de que ele aprecie a relação que tem com você. O
tempo junto a ele é mais bem aproveitado se os dois cooperarem para
aumentar e melhorar os seus pontos fortes.
Ele sabe que os problemas são uma parte inevitável da vida de quem
quer alcançar algo extraordinário. Portanto, convença-o da sua capacidade
de resolver seus problemas pessoais por conta própria.
Nunca demonstre dúvida na sua empreitada. Se parecer indeciso, o seu
mentor achará que você é a pessoa errada para o projeto. Quando precisar
discutir problemas referentes ao projeto, sempre tenha sugestões de soluções
possíveis e pergunte-lhe apenas qual ele considera a melhor.

7. Mantenha contato com o seu coach


Ofereça ao seu mentor uma parte do capital da sua empresa. Embora
isso signifique que você terá que abrir mão de parte da sua empresa, o que
não é fácil, é importante ter em mente que possuir 50% de R$ 10 milhões é
melhor do que ter 100% de R$ 50 mil. Independentemente de quanto a sua
relação com seu coach seja boa, vocês sempre terão um vínculo mais forte se
forem sócios em algum negócio.
Ter uma sociedade com uma pessoa conhecida também é vantajoso
porque o seu currículo imediatamente ganhará mais respeito. O nome dele
no alto do seu papel de correspondência abre as portas, por exemplo, dos
bancos. Eles automaticamente passarão a considerá-lo digno de confiança, já
que conseguiu conquistar uma personalidade conhecida.

8. Respeite o tempo do seu mentor


O tempo do seu mentor é mais precioso do que o seu. Por isso, antes de
iniciar uma conversa com ele, sempre pergunte se é um bom momento.
Informe-o de quanto tempo você precisa, esclarecendo quanto tempo acha
que a reunião durará, e siga um cronograma. Agradeça a ele sempre que
possível pela disponibilidade – é provável que ele tenha mais apreço pelo
próprio tempo do que você. Lembre-se de que o tempo dele é
consideravelmente mais caro do que o seu.

9. Saiba exatamente quais são as suas perguntas


Sempre se pergunte primeiro se você é capaz de encontrar as respostas
para as suas perguntas por conta própria. Depois tente imaginar como o seu
coach irá responder. Em geral, você resolverá a questão sozinho, sem ter que
perturbá-lo. Ao fazer isso, você se tornará o seu próprio mentor, e é isso o
que busca. Acostume-se a sempre apresentar três soluções possíveis para
cada problema.

10. Mostre-se aberto para qualquer coisa


Escute com a mente aberta e sem ceticismo. Tenha confiança no seu
mentor e nas ideias dele. Essa relação não funciona sem confiança. Os
processos e caminhos mentais de seu coach podem parecer completamente
estranhos e ilógicos, mas lembre-se de que foi essa maneira de pensar que
fez dele uma pessoa muito mais bem-sucedida do que você.
Portanto, aproveite cada oportunidade da maneira mais efetiva possível:
aprenda como o seu mentor pensa. Quanto mais rápido você for capaz de
fazer isso, mais cedo poderá transformar a relação entre coach e pupilo
numa verdadeira amizade.

11. Conquiste o seu mentor


Dê presentes ao seu mentor sempre que possível. Escreva cartões de
agradecimento em que menciona quanto a última conversa de vocês foi
valiosa. Se vai ou não conquistar a afeição do seu mentor, isso só depende de
você.
Assegure-se de que a relação de vocês se desenvolva. Por exemplo,
sempre pague a conta quando saírem para almoçar. Muitas pessoas não
fazem isso porque sabem que seus coaches têm mais dinheiro do que elas,
mas essa é uma boa maneira de demonstrar ao seu mentor quanto você
aprecia a disponibilidade dele. Seja criativo com os presentes. Observe seus
gostos e estude discretamente o que ele aprecia. Descubra itens incomuns –
é verdade que ele tem muito dinheiro, mas não deve ter muito tempo para
sair à procura de objetos desse tipo.

12. Sempre responda imediatamente às mensagens do seu coach


Quantas vezes você já deixou uma mensagem importante na secretária
eletrônica e não teve certeza se a pessoa a recebeu? Por esse motivo,
responda às suas mensagens o mais rápido possível. Surpreenda o seu mentor
com a rapidez com que retorna as suas ligações.
Retorne a ligação mesmo que não tenha nada para falar. Por exemplo,
você sugere uma reunião no escritório dele na segunda-feira, às 10h. Ele
manda uma mensagem confirmando que 10 horas está bom para ele e que
está ansioso para encontrá-lo. Responda também a essa mensagem –
agradeça a ele por confirmar a reunião.

13. Mantenha o seu mentor informado sobre o andamento das coisas


Naturalmente o seu coach gostará de saber se os conselhos que ele tem
dado estão fazendo efeito e se você está implementando todas as suas
sugestões. Você deve, portanto, informá-lo frequentemente de como andam
as coisas. Ao fazer isso, você o encoraja a continuar ajudando. Dê a ele o
máximo de feedback possível e não deixe de lhe contar quando alguma coisa
não estiver dando certo.
De vez em quando, diga ao seu coach que você ainda acredita nos seus
objetivos. Demonstre o seu entusiasmo repetidas vezes – mostre que ele está
apoiando um vencedor.

14. Agradeça a ele com o seu sucesso


A melhor maneira de demonstrar gratidão é exceder todas as
expectativas do seu coach e se tornar incrivelmente bem-sucedido.
Certifique-se de encher o próprio bolso e o do seu mentor. Surpreenda-o
mostrando que você é mais rápido e mais bem-sucedido do que ele poderia
esperar.

15. Imite o seu coach, mas mantenha-se fiel a si mesmo


Aprender também significa imitar o seu mentor. Esteja atento mas
relaxado; assimile toda a informação disponível como uma esponja, mas
converse com ele. Assegure-se de que ele goste de trabalhar com você.
Lembre-se de que ele enriqueceu porque gosta do que faz.
Valorize o seu mentor o máximo que puder, mas não o bajule. Os elogios
devem vir do coração. Acredite, não é porque ele sabe quanto é bom que não
gostará de receber seus elogios sinceros.
Imite o seu coach. Se você decidir andar, falar e se vestir como ele, estará
no caminho certo, pois isso o ajudará a pensar como ele e a ser como ele.
Pessoas que incorporam as expressões e os trejeitos de alguém também
compreendem os seus sentimentos. Você só aprenderá a ficar de pé sozinho
no futuro imitando-o agora. Nunca se esqueça, contudo, de permanecer fiel
a si mesmo.

16. Não procure defeitos


Ninguém pretende que o seu coach seja perfeito. Aliás, muitas relações
desse tipo não dão certo porque o pupilo espera demais do seu mestre,
quando ele, na verdade, é apenas um ser humano, com qualidades e defeitos.
Não espere a perfeição, portanto, pois você não irá encontrá-la.
Em vez disso, concentre-se nas qualidades do seu coach, não em seus
defeitos. Afinal de contas, o que você quer é aprender com ele, não derrubá-
lo do seu trono. A qualidade mais importante a buscar em um coach é que
ele saiba trabalhar os seus pontos fortes de modo a intensificá-los.
Muitas pessoas bem-sucedidas tendem, por exemplo, a distorcer a
realidade em seu favor. Por isso tenha em mente que o seu objetivo é
aprender com essa pessoa, não provar que você está certo.
Além disso, você ficará surpreso com a velocidade com que a maioria
das pessoas de sucesso muda de opinião. Ontem mesmo elas sustentavam
que “A” era o melhor método e hoje já acham que “B” é melhor. Os bons
mentores não se apegam demais a um método particular como a maioria
das pessoas, principalmente quando ele não conduz ao sucesso – se algo não
estiver funcionando, deve ser modificado imediatamente. Isso não é
sinônimo de falta de coerência, mas um raciocínio flexível e voltado para o
sucesso. Por outro lado, as pessoas bem-sucedidas seguem sistemas
comprovados com muito mais frequência do que as demais.
Cabe a você encontrar o próprio caminho em meio a tudo isso – afinal,
você é o único responsável pela sua vida.

17. Dê algo em troca pelo que você recebeu


Não é necessário esperar até ser extremamente bem-sucedido e quase
perfeito para ajudar as pessoas como o seu coach fez com você. Os melhores
pupilos frequentemente se tornam os melhores mentores. Se o princípio do
mentor fez de você uma pessoa de sucesso, nunca esqueça a quem deverá
agradecer por isso. Demonstre gratidão pelo que recebeu servindo de
mentor para outros.

Quanto tempo dura esse processo?


Com o tempo, você e seu mentor ficarão tão próximos que a relação irá
evoluir e se transformar numa amizade. Em algum momento é até mesmo
possível que se tornem sócios com participação igualitária. Em todo caso,
aprenda o máximo possível – e essa é a melhor maneira de fazer isso. Após
algum tempo, ele o estimulará a se tornar independente e é nesse momento
que você deverá substituí-lo por uma rede de especialistas.

Como criar uma rede de especialistas?


Já faz algum tempo que criei o hábito de conhecer uma pessoa bem-
sucedida por mês. Eu consegui manter contato com a maioria delas, que são
especialistas em suas respectivas áreas. Nossos encontros às vezes revelam
áreas de atuação em comum que possibilitam cooperações; às vezes temos
apenas discussões construtivas e estimulantes.
Há algumas dicas simples sobre como manter contatos desse tipo.
Sempre pense primeiro, antes de cada reunião, em como você pode trazer
benefícios para a outra parte. Ponha-se no lugar dela. O que faria em seu
lugar? Quais das suas oportunidades ou dos seus contatos podem ser
interessantes para ela? Se a outra pessoa fizer o mesmo, vocês sempre terão
reuniões muito produtivas.
É claro, porém, que você só deve manter relações benéficas para ambos
os lados. Toda pessoa bem-sucedida domina com maestria a arte de se
relacionar com pessoas que pensam de modo semelhante.

Dicas importantes
Construa uma rede de especialistas conhecendo uma pessoa bem-
sucedida por mês.

• Comece perguntando à pessoa mais bem-sucedida que você conhece


quem é a pessoa mais bem-sucedida que ela conhece.
• Obtenha os seus contatos e marque uma reunião.
• Sempre pense primeiro nos benefícios que você pode oferecer à
outra pessoa.
• Quase nada o motivará tanto a melhorar a cada dia quanto o contato
com esses especialistas. Eles não aceitam desculpas – só o sucesso os
interessa.
• Você conhecerá outras pessoas bem-sucedidas por meio dessas
pessoas.
• Pergunte-se o que você pode agregar a uma rede de especialistas.
Faça todo o possível para se qualificar.
• Você está no jogo quando tem uma rede de especialistas para apoiá-
lo.

Cerque-se de pessoas que esperam o sucesso


Recentemente estive numa festa promovida por um empreiteiro de
sucesso. Até onde eu podia ver, todos os convidados eram independentes e
extremamente bem-sucedidos em suas respectivas áreas. Alguns de nós já
nos conhecíamos havia anos.
Estávamos conversando em grupo quando um velho conhecido se
juntou a nós. Era impossível não notá-lo, pois ele tinha engordado muito.
Isso chamava ainda mais atenção pelo fato de ele sempre ter sido um
fanático por saúde que tentava converter a todos de quem se aproximava.
Quando uma das pessoas do grupo levantou a questão de seu peso, ele
respondeu que não podia fazer nada a respeito porque sua companheira
estava sempre preparando refeições deliciosas. No começo ele resistira e
pedira a ela que cozinhasse pratos vegetarianos, mas logo desistiu. Nós
deveríamos agradecer por ter parceiros mais sensatos.
Em outros meios talvez ele tivesse conseguido satisfazer seus ouvintes
com essa desculpa, mas o nosso grupo o repreendeu. Alguém exclamou: “Eu
não posso escutar tanta besteira. Não é possível que esteja afirmando que a
sua parceira controla a sua vida! Diga-nos que você descobriu uma nova
paixão pela comida, mas não ponha a culpa em outra pessoa. Eu esperava
mais de você!”
Precisamos de pessoas ao nosso redor que simplesmente esperem mais
de nós; pessoas que nos obriguem a sermos honestos com nós mesmos e que
promovam o que temos de melhor.

Modelagem da excelência
Antes de imitar uma pessoa, você precisa estudá-la e analisá-la. Você
precisa desmembrar o seu modelo de conduta em diversas partes menores.
É claro que seria mais fácil se você fosse próximo a essa pessoa, mas isso
não é imprescindível. Você pode gravar entrevistas na televisão e analisá-las,
pode estudar sua linguagem corporal, sua forma de falar e discursar, sua
retórica, sua maneira de pensar, a forma como ela lida com as emoções, seus
principais valores e convicções – para poder adotar essas características
depois.
O nosso aprendizado por imitação sempre foi um processo
essencialmente inconsciente. Começamos a andar e a nos mover imitando
aqueles ao nosso redor, adotamos seus valores e crenças, comemos como
eles, respiramos o ar que eles respiram e incorporamos muitas outras
características suas.
Alterar verdadeiramente a sua vida significa se tornar consciente de tudo
isso e assumir a responsabilidade por todas as mudanças futuras. Ser um
adulto significa simplesmente conduzir esse processo. Você decide quem deve
ter influência sobre você. Você imita aquelas pessoas em cujo lugar gostaria
de estar. Você faz o que todo mundo faz: você imita, porém de maneira
consciente e seletiva.
Você descobre as convicções e valores que o seu modelo tem com
relação ao dinheiro. Como essa pessoa se sente quando pensa sobre o
dinheiro e a fortuna? Como ela estrutura a própria rotina? O que ela faz para
ganhar bem? Quem são os seus amigos? Quais são os seus hábitos de
trabalho?
Nunca pense que você não pode ter tanto sucesso quanto os outros. A
maioria das pessoas acha que não pode ganhar um salário alto porque nunca
esteve próxima a alguém que o tivesse e observou como conseguia isso.
Há uma razão por trás da frase de Ella Williams, que em 1993 foi
escolhida como “empreendedora do ano”: “Quanto mais perto você ficar do
seu chefe, mais verá que é capaz de fazer o trabalho dele.”

Dicas importantes
Encontre pelo menos um modelo de conduta que você possa imitar.

• Aprenda o máximo que puder sobre essa pessoa e a observe de todos


os ângulos possíveis.
• Tome nota das suas observações e trace a sua estratégia de
“imitação”.
• Tente descobrir como o seu modelo age com relação às cinco áreas
da vida: saúde, relacionamentos, finanças, objetivo de vida e
emoções.
• Ache um modelo de conduta para cada uma das áreas importantes
da sua vida.
• A modelagem da excelência significa que você conscientemente
conduzirá o seu processo de aprendizado. Assim, moldará o próprio
futuro.
Este capítulo é a chave para pôr o seu conhecimento em
prática
No primeiro capítulo você aprendeu como é necessário ficar rico. Após
ter reavaliado as suas convicções no capítulo 5, você se preparou para
alcançar a sua liberdade financeira. Sendo disciplinado, adotou novas
posturas e, com novos hábitos, as manteve.
Os hábitos permitem que você faça as coisas importantes e certas
automaticamente e sem esforço. A chave para esses hábitos, porém, são as
pessoas ao seu redor. Com o seu coach, os seus modelos de conduta e a sua
rede de especialistas, você tem três ajudas essenciais para dar apoio aos seus
bons hábitos e à disciplina necessária.
Uma pessoa é verdadeiramente poderosa quando tem poder sobre si
mesma. Como bem colocou Confúcio: “Quem domina os demais é forte.
Quem domina a si mesmo é sábio.”

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

Você deve criar uma situação que o obrigue a alcançar o sucesso.

Escolha as pessoas que quer que o influenciem. Somente dê ouvidos a quem for mais
bem-sucedido do que você.

É fácil ser bem-sucedido quando nos cercamos de pessoas de sucesso.

Quando estiver construindo uma rede de especialistas, sempre pense em como você
pode trazer benefícios à outra pessoa.

Precisamos nos cercar de pessoas que nos façam ser o melhor que podemos ser.
14

Você pode cultivar dinheiro

“A satisfação que advém da riqueza não se deve apenas ao fato de possuí-la ou de esbanjá-la, mas de
usá-la com sabedoria.”
MIGUEL DE CERVANTES, Dom Quixote

C omo garantir que você desfrutará ao máximo do seu dinheiro? Afinal


de contas, tudo na vida gira em torno de ser feliz e bem-sucedido.
Agora você já sabe como mudar as suas atitudes acerca do dinheiro e quais
estratégias pode empregar para construir a sua fortuna. Enquanto o sucesso
significa obter as coisas que você ama, a felicidade é ser capaz de aproveitá-las.
A sua meta deveria ser construir simultaneamente a sua fortuna e a sua
felicidade. O ponto de partida da estratégia que vamos mostrar a seguir
pode surpreendê-lo, mas o resultado o deixará atônito.

O dinheiro que você ganha não pertence apenas a você


Se você estudar a vida das pessoas bem-sucedidas e felizes, verá que elas
sempre dividiram suas fortunas com os outros. São indivíduos
extremamente gratos pelo que conseguiram e estão cientes de sua
responsabilidade. Eu não estou afirmando que todas as pessoas ricas são
responsáveis com o que têm, mas diria que aqueles que são ricos e felizes
lidam com o dinheiro de maneira responsável.
Uma pessoa que tem o direito e a oportunidade de ganhar uma grande
quantidade de dinheiro também tem a obrigação de cuidar dos menos
favorecidos. Andrew Carnegie, o grande magnata do aço, colocou a questão
da seguinte forma: “A abundância de riqueza é um bem sagrado que lhe foi
confiado e o obriga a se dedicar ao bem da sociedade por toda a sua vida.”
Muitas pessoas estão dispostas a ajudar aqueles que possuem menos do
que elas, mas só depois de terem se tornado ricas – antes querem ajudar a si
mesmas. Porém a coisa não funciona assim. Você não pode fazer a colheita
antes de cultivar a terra.
Reza a lenda que certa vez um fazendeiro ganancioso comprou uma
nova propriedade. Antes de investir ainda mais dinheiro para cultivar a
terra, ele quis se assegurar de que o investimento valeria a pena. Então ele
sentou-se em frente ao campo e o observou, afirmando: “Se o campo
produzir uma boa colheita neste outono, comprarei sementes e o cultivarei.
Antes, porém, deve provar que merece o meu investimento.” É claro que ele
teve uma grande decepção.
Há uma regra muito conhecida na agricultura: primeiro semeie, depois
colha. Mas nem sempre foi assim, e a ideia de que esse processo deve ocorrer
nessa ordem foi o que levou a humanidade a deixar de ser caçadora/coletora
para se tornar agricultora.
Todos experimentamos desafios parecidos ao longo do nosso
desenvolvimento, momentos em que devemos escolher entre consumir tudo
o que temos ou guardar um pouco. O indivíduo pode gastar tudo consigo
mesmo, gastando todas as suas “sementes”, ou pode pegar uma parte de seu
dinheiro e “cultivá-lo”.
Independentemente da situação em que se encontre, você é rico em
comparação com a maior parte das pessoas. Dois terços das pessoas no
mundo trocariam de lugar com você imediatamente.

Como semear dinheiro?


Napoleon Hill passou 25 anos de sua vida estudando o estilo de vida dos
multimilionários e nós devemos adotar seu conselho em relação ao
dinheiro: “Feliz aquele que descobriu que a melhor forma de ter dinheiro é
abrindo mão dele primeiro.”
Você verá que as pessoas ricas e felizes não apenas doaram quantias
substanciais como começaram a fazê-lo ainda cedo, antes mesmo de
poderem se dar esse luxo.
Se você ler a respeito de pessoas como Kellogg, Carnegie, Walton,
Rockefeller e Templeton, verá que eles eram muito gratos desde cedo e que
por isso começaram a doar dinheiro para a caridade. É interessante notar
que eles se sentiam assim mesmo quando ainda não possuíam praticamente
nada.

Um décimo da sua renda


Nos tempos do Antigo Testamento era costume das tribos de Israel doar
um décimo de tudo o que ganhavam. Até na agricultura havia o costume de
se enterrar um décimo da colheita para não exaurir o solo e de guardar
outro décimo como semente para semear a colheita seguinte. Também
costumavam não plantar nada em um campo por um ano inteiro depois de
dez anos de colheitas sucessivas para que o solo se recuperasse.
Acima de tudo, tornou-se um hábito das pessoas bem-sucedidas doar
dez por cento da sua renda para os menos afortunados. Você verá que esses
indivíduos são durões, grandes homens e mulheres de negócios, mas não
deixam de se compadecer e ajudar os necessitados.
É claro que algumas doações às vezes são feitas por motivos inteiramente
egoístas, como quando alguém prefere doar dinheiro por considerar que é
uma boa publicidade. Mas não é verdade que, no fim das contas, tudo o que
se faz tem um fundo egoísta? As pessoas não ajudam as demais porque, no
fundo, isso faz com que elas se sintam bem consigo mesmas? Além disso,
essa discussão é irrelevante para os necessitados. Se o dinheiro é doado a
alguém, não precisa vir com uma etiqueta dizendo “Doado com intenções
nobres”.

É dando que se recebe


Surpreendentemente, as pessoas que doam 10% do que ganham nunca
têm problemas financeiros. Elas não apenas são mais felizes com seu
dinheiro, mas efetivamente têm mais dinheiro.
Com frequência me questiono sobre qual poderia ser a razão por trás
disso. Como é possível que alguém que regularmente dá um décimo dos
rendimentos acumule muito mais dinheiro do que quem fica com tudo o
que ganha? Como podem 90% ser mais do que 100%? Esse é obviamente um
fenômeno para o qual não existe uma explicação científica – e nem tenho
certeza de que haja uma explicação lógica. Eu gostaria, no entanto, de
compartilhar algumas ideias com você de modo a tornar esse milagre um
pouco mais compreensível.

A generosidade faz você se sentir bem


Frequentemente temos mais prazer em dar do que em receber. As
pessoas que só se importam consigo mesmas são solitárias, infelizes e
deprimidas. Há muitos indivíduos que só conseguem demonstrar seus
sentimentos para seus animais de estimação.
A melhor maneira de se recuperar de sentimentos de insignificância e
desvalorização é simplesmente se preocupar com os outros. Se você está triste e
deprimido, é provável que dê atenção demais a si mesmo. Se em vez disso se
concentrar em ajudar outras pessoas, irá se distrair da sua própria tristeza.
Aquele que ajuda os demais também ajuda a si mesmo. Aquele que rema o
barco para conduzir alguém à outra margem de um rio também chega ao
mesmo destino.

Se você faz doações, prova que o seu dinheiro está em


boas mãos
Você agora é capaz de provar a si mesmo que o dinheiro pode ser usado
para fazer o bem, para trazer benefícios às pessoas. Uma das opções é tornar
a vida de alguém mais fácil e mais bonita com o seu dinheiro. Dessa forma,
você prova a si mesmo que pode administrar o seu dinheiro de maneira
responsável e que ele está em boas mãos porque você o aplica em causas
válidas.

Ajudar é um sinal de abundância


Dar dinheiro é um sinal para o universo: “Obrigado. Isso é mais do que
preciso e por isso posso renunciar a uma parte do que tenho.”
Essa ideia pode ajudá-lo a ter um sentimento natural com relação à
riqueza. Você desfruta do dinheiro porque não precisa levá-lo tão a sério e
está mais consciente de que ele é uma forma de energia que permeia a sua
vida. Aqueles que não conseguem abrir mão do dinheiro interrompem esse
fluxo energético. Quanto mais dinheiro você dá, mais ele irá fluir para
dentro da sua vida.
Além disso, mostra que você acredita que ainda mais dinheiro invadirá a
sua vida. Doar dinheiro é prova de que você confia em si mesmo e no fluxo
de energia do universo. Se reforçar a sua confiança em si e no universo dessa
maneira, deve esperar sempre mais dinheiro. A sua prosperidade advém
automaticamente. Lembre-se de que as nossas expectativas determinam
aquilo que obtemos.

Tudo está relacionado


Certamente não seria um sinal de sabedoria viver como se fosse a única
pessoa no planeta. Essa postura não ajudaria nem a você nem à humanidade
como um todo.
Precisamos dos outros para fazer aflorar o que há de melhor em nós.
Duas conclusões simples porém profundas emergem desse fato: juntos nós
podemos mais, e o indivíduo está melhor quando a coletividade vai bem.
Não podemos considerar a nossa felicidade pessoal de maneira isolada,
ignorando o estado da humanidade ao nosso redor. O Dalai Lama disse: “No
mundo interconectado que temos hoje, os indivíduos, assim como cada
nação isoladamente, não podem mais resolver sozinhos os seus problemas.
Precisamos uns dos outros e portanto devemos criar um sentimento de
responsabilidade universal. É nosso dever individual e coletivo preservar e
proteger a raça humana e ajudar os seus membros mais fracos.”
O professor budista, autor de diversos livros, Sogyal Rinpoche toma uma
árvore como exemplo para explicar que, no fim das contas, ninguém vive
uma existência isolada: “Nós descobrimos que a árvore dá início a uma rede
de relacionamentos extremamente sutil que envolve todo o universo. Há a
chuva que cai nas suas folhas, o vento que a balança, a terra que a nutre e
mantém, as estações do ano e o tempo, a luz do Sol, da Lua e das estrelas.
Tudo isso é parte dessa árvore; tudo contribui para torná-la o que ela é. Ela
não pode, jamais, nem por um instante, ser separada dessa rede.”
O bem-estar geral nos afeta mais do que somos capazes de provar
cientificamente, mas ninguém pode negar que nós influenciamos os outros e
que o estado dos demais com certeza tem uma influência sobre nós.
Sabemos que recebemos de volta aquilo que emanamos – isso se aplica a
coisas simples, como um sorriso. As pessoas que amam o mundo serão
amadas de volta. A regra também vale para o dinheiro – quem dá ao mundo
o recebe de volta.

Apenas aqueles que ajudam assumem a responsabilidade


Responsabilidade significa ser capaz de responder. Se você é alguém
confiável, é impossível fechar os olhos para as privações sofridas por muitas
pessoas. O mundo está obscurecido pela preocupação, pois a desigualdade
na distribuição da riqueza ameaça a paz e a felicidade. Contudo, até mesmo
o caminho para uma distribuição mais justa é obscuro e dá margem a
discussões. Cada facho de luz indicando a direção a seguir é importante. O
mundo precisa de pessoas que sejam como um farol em meio às trevas, e
talvez seja por isso que essas pessoas iluminadas possuem mais recursos:
para brilharem mais intensamente.

As pessoas que ajudam se sentem vivas


Poucas coisas nos dão tamanha sensação de vitalidade e energia quanto
ajudar os demais. É por isso que não há remédio melhor do que ajudar por
gratidão ou por senso de dever – talvez simplesmente por amor à vida e à
humanidade.
A felicidade exige que nós aproveitemos o que temos, e a melhor
maneira de fazer isso é agir de maneira responsável e corresponder
retribuindo. Podemos cultivar a felicidade fazendo doações e, assim,
cultivamos também o dinheiro. O conceito de responsabilidade põe em
movimento um milagre que faz com que terminemos recebendo mais do
que demos.
Tudo isso talvez toque apenas a superfície da natureza do milagre, mas,
assim como acontece com todos os milagres, não precisamos saber
exatamente por que e como eles ocorreram – nós nos satisfazemos com seus
resultados. Eis o que resultará se você doar dez por cento da sua renda: será
rico e feliz, conseguirá o que deseja e aproveitará o que tiver. Portanto,
sugiro que você tente.
Você já sabe que “enquanto muitos procuram as raízes, outros colhem os
frutos”. Talvez você nunca encontre as raízes desse milagre, mas, se doar um
décimo do que ganha, poderá colher os frutos.
Dicas importantes
Doe um percentual fixo da sua renda.

• Isso o convencerá de que o dinheiro traz benefícios e de que, com


você, ele está em boas mãos.
• Se decidir fazer isso, registre por escrito a sua decisão e as razões que
o levaram a ela.
• Trace um plano para usar o seu dinheiro de maneira responsável.
Certifique-se de que ele seja seguido à risca.
• Ajude regularmente.
• Comece a ajudar os outros antes mesmo de poder se dar a esse luxo.

O dinheiro faz as pessoas felizes


O dinheiro pode torná-lo feliz e enriquecerá a sua vida no sentido mais
verdadeiro da palavra. Isso só acontecerá, no entanto, se você agir.
Se você apenas leu o texto mas não fez os exercícios, volte para o início e
recomece. Convença-se de que o dinheiro o tornará feliz.

RESUMO DOS PONTOS IMPORTANTES

Sucesso é ter as coisas que se ama. Felicidade é desfrutar delas.

A abundância de riqueza é um bem sagrado que lhe foi confiado e o obriga a se dedicar
ao bem da sociedade por toda a sua vida.

A melhor maneira de alguém se recuperar de sentimentos de insignificância e


desvalorização é simplesmente se preocupar com os outros.
Se você doa dinheiro, prova a si mesmo que é capaz de administrá-lo de maneira
responsável e que ele está em boas mãos.

Doar dinheiro é prova de que você confia em si mesmo.

Doar significa esperar mais riqueza – e as nossas expectativas determinam o que nós
conquistamos.

Ajudar dá às pessoas uma sensação de vitalidade e energia.


Tornar-se rico sem se responsabilizar é sinônimo de infelicidade.
Aonde vamos agora?

“O conhecimento elimina os dois inimigos da riqueza: o risco e o medo.”


CHARLES GIVENS, Wealth Without Risk

A gora você já conhece as técnicas e estratégias para modificar a sua vida


e a das pessoas ao seu redor. Há dois caminhos para você assim que
terminar este livro: ou terá a sensação de que aprendeu alguma coisa nova
mas continuará a viver como antes, ou fará um esforço concentrado para
mudar a sua vida e a sua situação financeira. Você pode aplicar os conceitos
que aprendeu aqui de forma a realizar o milagre e conceber uma vida
inteiramente nova para si.

Cícero ou Demóstenes
Cícero e Demóstenes foram dois oradores excepcionais da Antiguidade.
Quando Cícero terminava de falar, as pessoas ficavam de pé, aplaudiam e
exclamavam: “Que discurso maravilhoso!” Quando Demóstenes concluía os
seus discursos, no entanto, as pessoas gritavam “Vamos agir! Comecemos
agora mesmo!” e faziam exatamente isso. Se você ler este livro e apenas
disser a si mesmo “Ah, que bom livro; quantas ideias e técnicas
interessantes!”, mas não aplicar nada do que aprendeu, nós dois teremos
desperdiçado o nosso tempo.
Jim Rohn disse certa vez: “Existem dois tipos de pessoas. Os dois leram
que as maçãs são deliciosas; ambos conhecem o provérbio ‘Uma maçã por
dia, uma vida sadia’; um afirma que precisa de mais informações, enquanto
o outro vai direto ao supermercado mais próximo comprar maçãs.” O ditado
“Saber é poder” é falso, portanto. Seria melhor dizer “O saber aplicado é
poder”.
Comece agora uma viagem única e nova, que irá superar até mesmo os
sonhos mais audaciosos que você já teve. Foi exatamente isso que aconteceu
comigo quando os mentores entraram na minha vida e comecei a conduzi-la
de acordo com os princípios deste livro. Faça da sua vida uma obra-prima.

Dicas importantes
Fique rico. Faça o possível para atingir a riqueza, pois o dinheiro o
tornará feliz.

• Se você doa dinheiro, fica feliz e ainda deixa outras pessoas felizes.
• Se você possui dinheiro, isso faz com que se sinta seguro e protegido.
• Você reconhece o crescimento da sua personalidade pelo aumento
do fluxo de dinheiro em sua vida.
• O dinheiro permite que você viva uma vida independente. Você
pode fazer o que gosta e aquilo que corresponde aos seus talentos,
trazendo benefícios aos outros.
• Com o dinheiro, você pode investir na melhoria das suas próprias
habilidades e das dos outros.
• Tendo dinheiro, você impede que ele se torne exageradamente
importante na sua vida.
• Você simplesmente conta com a presença do dinheiro. O dinheiro é
um elemento de apoio na sua vida, não um elemento essencial.
• Você pode se concentrar no que é realmente importante.
• O dinheiro faz aflorar o que há de melhor em você e amplia as suas
ideias.
• Você só pode atingir o equilíbrio quando tem dinheiro. Só então
pode relaxar e se concentrar nas outras áreas da sua vida.
• O dinheiro deixa a vida mais excitante e mais cheia de nuances. Você
vive como quer e aprende quando tem vontade.
• Com dinheiro, você pode usar o seu tempo como bem entender, não
precisa se preocupar com as suas necessidades e pode se dedicar à
busca do seu objetivo de vida.
• Dinheiro significa poder e, se você o possui, tem mais oportunidades
de exercer uma boa influência e promover outras pessoas.
• O dinheiro permite que você se cerque mais facilmente daquelas
pessoas que não se contentam com menos.

Imagine a seguinte situação: daqui a sete anos uma pessoa surgirá em


sua vida. Ela usará a sua chave para entrar na sua casa, irá desfrutar de todas
as coisas que você preza e pelas quais trabalhou, seguirá todos os seus
passos, o observará enquanto você trabalha e lerá os seus extratos bancários.
Essa pessoa examinará os planos que você fez e verificará se os implementou
ou excedeu. Ela o olhará nos olhos, um olhar crítico no espelho.
Essa pessoa é você, a personalidade que você criou porque decidiu agir.
As únicas questões que permanecem são: que tipo de pessoa ela é? Em que
acredita? O que faz? Que convicções tem? Que tipo de amigos tem? Quem
ela ama? Onde vive e de que tem orgulho?
Em que direção você está indo no presente momento? No início do livro,
você se fez a seguinte pergunta: onde eu estarei em sete anos se não mudar
nada? Você quer mesmo ficar no lugar onde inevitavelmente acabará se não
mudar de rumo?
John Naisbit disse certa vez que “a melhor maneira de prever o futuro é
saber exatamente o que está acontecendo no presente”. Portanto, seja
honesto consigo mesmo. Após terminar este livro, tire um tempo para
pensar na direção em que está indo. Você quer seguir o caminho do
aprendizado e do crescimento constante? Se este livro tiver contribuído para
isso, ficarei muito feliz. Escreva para mim. Eu ficaria muito contente de
ouvir as suas ideias e talvez seja até mesmo capaz de conversar com você a
respeito delas. Há uma grande chance de que nós nos encontremos algum
dia. As pessoas que realizam milagres podem constituir uma minoria, mas,
como se movem tão rápido, estão em todo lugar.

Forme uma equipe para continuar no caminho em


direção à riqueza
Uma vez que esteja decidido, una-se a pessoas que estimulem o que há
de melhor em você. Elas devem ser aquelas que realizam milagres porque
fazem tudo o que é necessário para atingir suas metas. Elas obtêm
resultados, crescem diariamente, lhe oferecem apoio e jamais permitiriam
que você se desse por satisfeito sendo menos do que o melhor que puder.
Você se sentirá constantemente pressionado a continuar crescendo e se
desenvolvendo, na presença delas. Portanto, esse é o melhor presente que
você poderia desejar.
É também divertido estar na presença dessas pessoas. Se você perguntar
a alguém qual foi a mais bela experiência da sua vida, provavelmente ouvirá
algo que envolva fazer parte de uma equipe. Ser parte de um grupo permite
que você amplie seus horizontes e cresça. Outras pessoas são capazes de
desafiá-lo e apoiá-lo mais do que você mesmo seria capaz de fazer.

Passe essa informação adiante


Meu último desafio é que você passe essa informação adiante.
Certifique-se de que todos saibam que a riqueza está ao alcance de quem
quer que a deseje.
Há duas razões para você fazer isso. Em primeiro lugar, nós sempre
ensinamos exatamente aquilo que tivemos que aprender. Quando
compartilhamos as nossas ideias, voltamos a lidar com conceitos e sempre
nos relembramos do que é importante para nós. Em segundo lugar, a
riqueza e a felicidade de ajudar os outros a promover uma mudança
verdadeira e positiva em suas vidas são indescritíveis e inexplicáveis.
Você já sabe o que deve fazer e como, e agora vem o passo mais
importante: tome uma atitude o quanto antes. Faça isso por si mesmo e
pelos outros. Faça mais do que as pessoas esperariam de você, pois é assim
que se tornará o melhor que pode ser.
Estou convencido de que todos nós temos uma missão a cumprir e um
propósito na vida. Não importa onde você está, mas a direção que está
tomando.
A riqueza é um direito natural. Nunca se esqueça disso! Você merece o
seu lugar ao sol. Faça da sua vida uma obra-prima. Prove a si mesmo e aos
outros que é capaz de enriquecer em sete anos.

O que eu desejo a você


Que reivindique tudo aquilo a que tem direito desde que nasceu.
Que tenha muito sucesso, riqueza de espírito e dinheiro.
Que tenha uma existência saudável, feliz e cheia de paz, com
relacionamentos enriquecedores.
Que atinja o seu objetivo na vida fazendo aquilo de que gosta e que
reflete os seus talentos, trazendo benefício aos demais.
Que trabalhe nos seus pontos fortes para que eles garantam a você um
lugar neste mundo.
Que continue a aprender e crescer para se tornar o melhor que puder.
Que encontre a realização dividindo a sua riqueza e a sua felicidade com
os demais.
Que conquiste o seu direito inato de transformar a sua vida numa obra-
prima.
Agradecimentos

F eitos extraordinários são sempre o resultado de uma maravilhosa


interação entre diversas pessoas.
Eu tive o privilégio de aprender com pessoas muito especiais e, embora
infelizmente seja impossível mencionar os nomes de todas aqui, gostaria de
expressar a minha profunda gratidão a todas elas. No entanto, é importante
citar algumas que me influenciaram de um modo especial: o reverendo Dr.
Winfried Noack; Peter Hövelmann, meu primeiro coach, que não apenas me
ensinou os princípios básicos do sucesso, mas também a beleza de uma
relação de confiança; Shami Dhillon, o mestre da comunicação; e o
bilionário Daniel S. Peña, que me iniciou no mundo das altas finanças.
Este livro é o resultado tanto dos relacionamentos que tive com essas
pessoas quanto das críticas construtivas dos meus editores da Campus
Publishing, Sra. Querfurth e Sr. Schickerling. Eles nunca tornaram as coisas
particularmente fáceis para mim, mas dizem que isso é bom para o nosso
desenvolvimento.
CONHEÇA OUTROS TÍTULOS DA EDITORA SEXTANTE

OS SEGREDOS DA MENTE MILIONÁRIA


T. Harv Eker

Quem nunca se perguntou por que algumas pessoas precisam suar a


camisa para ganhar dinheiro, enquanto alguns felizardos parecem
enriquecer facilmente? Segundo T. Harv Eker, isso não ocorre por causa de
diferenças de educação, de inteligência, de talento, de oportunidades, de
métodos de trabalho, de contatos, de sorte, muito menos como resultado da
escolha de empregos, negócios ou investimentos.
A resposta, segundo o autor, está no modelo pessoal de dinheiro que
todos nós trazemos gravado no subconsciente. Para ele, mesmo quando uma
pessoa domina a área em que atua profissionalmente, se o seu modelo de
dinheiro não estiver programado para um alto nível de sucesso, ela jamais
enriquecerá – e, se isso acontecer, é possível que logo perca tudo o que
conquistou.
Nesse livro, Eker apresenta os princípios da mente milionária,
mostrando que podemos nos recondicionar, em termos de pensamentos e
ações, para atingir o sucesso de um modo tão natural quanto as pessoas
ricas. Combinando o saber adquirido na prática com uma linguagem bem-
humorada, ele nos orienta a identificar as crenças prejudiciais e a
transformá-las para que tenhamos mais chances de ser bem-sucedidos,
conservar o dinheiro, fazê-lo crescer continuamente e melhorar os nossos
relacionamentos.
INVESTIMENTOS INTELIGENTES
Gustavo Cerbasi

Investir quase sempre envolve abrir mão de alguma coisa e se arriscar.


Mas esse processo pode ser seguido com bem menos sofrimento e riscos do
que se imagina. Em Investimentos inteligentes, o consultor financeiro
Gustavo Cerbasi explica que não existe um único investimento perfeito, mas
maneiras mais indicadas de investir de acordo com as necessidades de cada
pessoa.
Quais são os obstáculos enfrentados por um investidor iniciante? O que
não se deve fazer ao investir? Quais são as qualidades encontradas em um
bom investidor? Cerbasi responde a essas e outras perguntas,
desmistificando algumas questões e apresentando em linguagem acessível as
melhores formas de investimento, seja em renda fixa, ações, fundos,
previdência privada ou imóveis, entre outras.
Saber investir é fundamental para alcançar a tão sonhada independência
financeira e um futuro mais tranquilo para você e seus dependentes. Se você
ainda não sabe o que fazer com o seu dinheiro ou não está satisfeito com
seus rendimentos atuais, chegou a hora de esclarecer as suas dúvidas e dar
um bem-sucedido passo adiante.
CONSIGA O QUE VOCÊ QUER
Stuart Diamond

Considerado o melhor livro para a sua carreira pelo The Wall Street
Journal, Consiga o que você quer apresenta um estilo de negociação inovador
que foi adotado pelo Google para treinar seus funcionários no mundo
inteiro.
Esse livro mostra que descobrir e valorizar as emoções e as percepções
da outra parte é bem mais vantajoso do que o uso do poder e da lógica, tão
incentivado pela sabedoria convencional.
De forma direta e acessível, o professor Stuart Diamond ensina as
estratégias de seu prestigiado curso de negociação da Wharton Business
School, o mais concorrido da instituição nos últimos 13 anos.
Suas ferramentas mudarão a forma como você conduz seus
relacionamentos com a família, com os amigos, no trabalho, em viagens, na
hora das compras, nos negócios, em assuntos públicos, etc.
O autor mostra que o fundamental é tentar compreender o que se passa
na cabeça do outro e que nem tudo diz respeito a dinheiro: bens intangíveis,
como valorizar as pessoas, podem trazer muito mais resultados.
Ele defende também que o uso do poder não deve ser estimulado, pois
frequentemente provoca retaliação e prejudica as relações, e que às vezes faz
mais sentido perder hoje para conseguir mais amanhã.
Em mais de 400 relatos, pessoas comuns contam como melhoraram sua
vida obtendo um aumento de salário, fechando um ótimo contrato,
habituando seus filhos a fazerem o dever de casa, entre outras coisas.
As técnicas desse livro funcionaram para todas elas. E funcionarão para
você também.
O SEGREDO DE LUÍSA
Fernando Dolabela

Usando como fio condutor a trajetória de Luísa, uma jovem mineira


entusiasmada com a ideia de abrir uma empresa para vender a deliciosa
goiabada que sua tia produz, Fernando Dolabela ensina passo a passo tudo o
que é preciso saber para ir do sonho ao mercado.
Com uma estrutura completamente inovadora, o livro oferece a
alternativa de se concentrar na história ou se aprofundar nas informações
específicas sobre marketing, plano de negócios, finanças, administração e
organização empresarial.
Esses ensinamentos são apresentados à medida que a história evolui,
acompanhando o ritmo com que Luísa vai aprendendo. Assim é possível
descobrir aos poucos as etapas necessárias à criação de uma empresa, desde
sua idealização até à garantia de sua sobrevivência.
Além de apresentar um estudo completo da empresa de Luísa – que
serve de modelo para qualquer empreendimento –, o livro inclui testes para
ajudar o leitor a conhecer seu perfil e descobrir o potencial de seu futuro
negócio.
Dessa forma interativa e dinâmica, Dolabela mostra como cada um pode
desenvolver seus próprios talentos para obter sucesso como empresário –
mesmo que, como Luísa, não tenha nenhuma prática comercial nem
recursos para investir –, contanto que possua uma enorme vontade de
realizar seus sonhos.
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Bodo Schäfer
Nascido na Alemanha e radicado nos Estados Unidos, Bodo Schäfer é
especialista em planejamento financeiro, liderança e estratégias para o
sucesso pessoal. Também faz palestras e organiza seminários que são
sucesso de público. O caminho para a liberdade financeira foi
publicado em 25 países e, na Alemanha, permaneceu em primeiro
lugar na lista de livros mais vendidos durante 14 semanas.
Sumário

Créditos
Prefácio

Teste: Qual é a sua situação financeira atual?

OS PRINCÍPIOS BÁSICOS
1. O que você quer de verdade?
2. O que significa ter responsabilidade?
3. Um milhão é um milagre?
4. Por que mais pessoas não ficam ricas?
5. Como você realmente enxerga o dinheiro?

DIRETRIZES PRÁTICAS PARA GANHAR SEU PRIMEIRO MILHÃO


6. Dívidas
7. Como aumentar a sua renda
8. Poupando – pagando a si mesmo
9. O milagre dos juros compostos
10. Ações – a forma de cultivar dinheiro
11. Fundos de investimento – deixe que os outros façam dinheiro por
você
12. Proteção, segurança e liberdade financeira
13. Um coach e uma rede de especialistas
14. Você pode cultivar dinheiro

Aonde vamos agora?


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