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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Eduardo Feniman

A AGRICULTURA URBANA COMO MEIO PARA A MITIGAÇÃO DAS EMISSÕES


DE GASES DO EFEITO ESTUFA

CURITIBA
2022

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Eduardo Feniman

A AGRICULTURA URBANA COMO MEIO PARA A MITIGAÇÃO DAS EMISSÕES


DE GASES DO EFEITO ESTUFA

Monografia apresentada como requisito parcial à


obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo do curso no
Curso de Graduação em Agronomia da Universidade
Federal do Paraná.

Orientadora: Profa. Dra. Fabiane Machado Vezzani

CURITIBA
2022

RESUMO
O último relatório do IPCC aponta a agricultura urbana como uma ferramenta factível para a mitigação das
emissões de gases do efeito estufa (GEE), por, entre outras razões, promover a reciclagem dos resíduos
orgânicos. O objetivo deste trabalho foi verificar a potencialidade da agricultura urbana em contribuir para a
mitigação das emissões de GEE geradas na gestão de resíduos sólidos, a partir de um estudo de caso onde os
resíduos orgânicos originados em um comércio de hortifrutigranjeiros é absorvido em uma iniciativa de
agricultura, transformando-os em fertilizante orgânico pelo processo de compostagem. A partir de um cenário
hipotético onde os mesmos resíduos seriam depositados no aterro sanitário, fez-se a mensuração das emissões no
transporte e deposição dos resíduos nos dois cenários. Verificou-se o potencial de redução de 77,8% nas
emissões de gases do efeito estufa, calculadas em CO2 equivalente, quando os resíduos são utilizados na
agricultura urbana.

Palavras-chaves: mudanças climáticas, agricultura urbana, manejo de resíduos, compostagem.


ABSTRACT
The latest IPCC report points to urban agriculture as a feasible tool for the mitigation of greenhouse gas
emissions (GHG) because, among other reasons, it promotes the recycling of organic waste. The objective of this
work was to evaluate the potential of urban agriculture to contribute to the mitigation of GHG emissions
generated in solid waste management, based on a case study where organic waste from a fruit and vegetable
shop is absorbed by an agricultural initiative, transforming it into organic fertilizer through the composting
process. Utilizing a hypothetical scenario where the same waste would be disposed of in the landfill, the
emissions in the transport and disposal of waste in the two scenarios were measured. A 77.8 % reduction in
greenhouse gas emissions, calculated in CO2 equivalent, was found when the waste is used in urban agriculture.

Keywords: climate change, urban agriculture, waste management, composting.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO ................................................................. 6
3 METODOLOGIA ....................................................................................................................... 7
3.1 MENSURAÇÃO DOS RESÍDUOS E CARACTERÍSTICAS DAS LEIRAS DE COMPOSTAGEM8
3.2 EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE DOS RESÍDUOS ................................................................ 8
3.2.1 Consumo de combustível no Cenário Casa da Videira. .......................................................................... 8
3.2.2 Consumo de combustível no Cenário Aterro Sanitário. ......................................................................... 8
3.2.3 Conversão do consumo de combustível em fator de emissão de CO2 .............................................. 9
3.2.4 Quantidade de CO2 emitida durante o transporte .................................................................................... 9
3.3 EMISSÕES DE CO2 EQUIVALENTE NO TRATAMENTO DE RESÍDUOS CENÁRIO CASA DA
VIDEIRA ............................................................................................................................................... 10
3.4 EMISSÕES DE CO2 EQUIVALENTE NO TRATAMENTO DOS RESÍDUOS CENÁRIO ATERRO
SANITÁRIO .......................................................................................................................................... 11
3.5 COMPARAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2 EQUIVALENTE NOS DOIS CENÁRIOS
ESTUDADOS ........................................................................................................................................ 12

4 ANÁLISE COMPARATIVA DOS CENÁRIOS ESTUDADOS .......................................... 13


4.1 EMISSÕES DURANTE O TRANSPORTE DOS RESÍDUOS .......................................................... 13
4.2 EMISSÕES NA DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS ............................................................................... 15

5 CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 18


4

1 INTRODUÇÃO

As mudanças climáticas são um dos maiores desafios da atualidade, não somente


para governantes e tomadores de decisão, mas para toda a sociedade. Desafio que demanda
uma multiplicidade de ações que levem a atitudes globais e locais capazes de minimizar os
impactos já hoje sentidos pelas decisões de um passado não tão distante.
A cada Cúpula do clima, as evidências se tornam mais fortes de que a ação antrópica
sobre os ecossistemas tem colocado a biosfera em instabilidade e que o tempo para a tomada
de decisões que busquem reduzir seus efeitos se torna cada vez mais curto, como mostra o
último relatório do IPCC (AR6), lançado em três partes entre agosto de 2021 e março de
2022. Estas publicações apontam que medidas drásticas de redução e mitigação dos efeito
antrópicos sobre o clima devem ser tomadas imediatamente e ao mesmo tempo ações de
adaptação devem ser realizadas, porque muito dos efeitos das mudanças climáticas já são
sentidas hoje e se acentuarão nos próximos anos.
O principal fator da instabilidade climática está relacionado com a emissão de gases
de efeito estufa (GEE) na atmosfera, como o dióxido carbono (CO2), metano (CH4), óxido
nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6), hidrofluorcarbono (HFC) e perfluorcarbono
(PFC) (MIKHAYLOV et al, 2020). O aumento das concentrações desse gases na atmosfera
induz à elevação da temperatura da Terra, gerando mudanças de comportamento nos
ecossistemas e ciclos naturais do planeta, como o ciclo hidrológico, circulação de correntes de
ar e os ciclos do carbono e nitrogênio (IPCC, 2021).
Os sistemas que construímos para sustentar nossa forma de viver estão também
fortemente ameaçados pelas mudanças climáticas. Os modelos de previsão climática apontam
que a produção de alimentos sofrerá uma forte redução (THORTON et al, 2018). Algumas
regiões do planeta sofrerão tempestades arrasadoras, enquanto outras passarão por secas
severas (IPCC, 2022).
Dentre as proposições de mitigação das mudanças climáticas apresentadas pela
comunidade científica, a agricultura urbana é uma alternativa ainda em estágio inicial
(BUTCHER-GOLLACH, 2018; EIGENBROD e GRUDA, 2015). Esta atividade já teve no
passado um papel fundamental em garantir a resiliência da população em períodos de
escassez, como guerras e crises financeiras (LANGUEMEYER et al, 2021). Na situação atual
de crise climática, a agricultura urbana se mostra eficiente para a segurança alimentar e para
contribuir com a captura dos gases de efeito estufa (IPCC, 2022).
5

A agricultura urbana impacta, pelo menos, de duas formas na redução das emissões
de gases na produção de alimentos. A primeira diz respeito com ao sequestro de carbono, por
meio de técnicas de cultivo que aumentem o teores de matéria orgânica no solo, bem como
cultivo de espécies arbóreas que mantém em sua biomassa grandes quantidades deste
elemento (HAQUE, SANTOS e CHIANG, 2021). A segunda versa sobre a capacidade de
mitigar as emissões urbanas, especialmente com respeito à gestão dos resíduos orgânicos
(MENYUKA et al, 2020, WEIDER e YANG, 2020). Segundo o IPCC (2022), o desperdício
de alimentos e o tratamento de resíduos orgânicos foram responsáveis por 8 a 10 % do total
de emissões globais de gases do efeito estufa, entre 2010 e 2016.
No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010) determina que os resíduos
sólidos, dentre eles os orgânicos, devam ser destinados ao aterro sanitário, uma obra de
engenharia capaz de conter os resíduos e gerenciar os efluentes e gases emitidos. No entanto,
cerca de 30% dos gases gerados escapam para a atmosfera sem passar por um tratamento
adequado (MOREIRA et al., 2020). O gás produzido em maior volume nestes aterros é o
metano (55%), que embora tenha uma vida útil curta na atmosfera (12 anos) em relação ao
gás carbônico (200 anos), possui cerca de 28 vezes mais capacidade de retenção de calor que
o gás carbônico (CANDIANI e VIANA, 2017).
O principal gerador de metano em um aterro sanitário são os resíduos sólidos
orgânicos provenientes dos restos de alimentos e podas da vegetação urbana (PAIVA, 2020).
Tais materiais, que no aterro sanitário se transformam em poluentes, poderiam ser reciclados,
transformando-se em nutrientes para o solo das hortas urbanas (LUIZ e SUSKI, 2021).
Na realidade, esta utilização dos resíduos orgânicos como fonte de nutrientes já vem
ocorrendo, ainda que numa escala muito pequena. Feniman (2014) verificou que entre os
agricultores urbanos do município de Curitiba, Paraná, o uso dos resíduos orgânicos gerados
no domicílio como fonte de nutrientes para o solo é uma prática comum, realizado por 77%
dos entrevistados.
Neste contexto, a agricultura urbana pode atuar como uma grande rede de pequenas
“refinarias biológicas”, captando resíduos orgânicos produzidos no entorno para o tratamento
via compostagem e posterior aplicação na fertilização do solo. Além da contribuição na
redução dos GEE no processamento dos resíduos, a produção de alimentos na agricultura
urbana reduz a necessidade de transporte, processamento e estocagem. Segundo a FAO
(2021), do total de emissões dos processos agroindustriais, a cadeia de distribuição responde
por 32%, desde o abastecimento das propriedades com insumos até o transporte dos alimentos
aos centros consumidores.
6

Este estudo se propôs a mensurar a capacidade de mitigação das emissões de gases


do efeito estufa provenientes do tratamento de resíduos orgânicos, quando estes são
absorvidos na agricultura urbana como fonte de nutrientes. Os objetivos específicos foram
calcular as emissões nas operações de transporte e deposição destes resíduos quando levados
ao aterro sanitário e comparar com as emissões geradas pelo método da compostagem
aplicada em uma experiência de agricultura urbana.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

O estudo foi realizado na Associação Casa da Videira, uma Organização da


Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha com agricultura urbana desde
2010, no município de Curitiba, Paraná. Ao longo desse período, a Casa da Videira esteve
localizada em diferentes bairros da cidade, onde foram instalados jardins produtivos com o
intuito de alimentar a equipe da organização e experimentar diversas técnicas de cultivo e
espécies alimentícias viáveis para o cultivo em pequeno espaço.
Desde o princípio da Associação, a base da nutrição do solo é o composto produzido
a partir de resíduos orgânicos gerados na alimentação, podas e esterco dos animais criados no
local (cabras e galinhas). O gerenciamento de resíduos sólidos orgânicos urbanos é um dos
principais programas da organização, que ao longo deste período de doze anos vem
promovendo a compostagem e o processamento doméstico dos resíduos orgânicos como uma
ferramenta para reduzir a dependência dos aterros sanitários e devolver ao solo os nutrientes
contidos nos resíduos.
Desde novembro de 2019, a Casa da Videira está localizada no bairro São Francisco,
região central de Curitiba, em uma área de 380 m2 de jardins comestíveis e uma central de
compostagem e triagem de resíduos com 50 m2.
Além dos resíduos gerados na sede da organização, são coletados os resíduos
orgânicos do entorno, advindos da limpeza pública municipal e comércios locais. Neste
estudo, foram avaliados os resíduos oriundos do comércio de hortifrutigranjeiros e da limpeza
pública, tratados com o método da leira estática.
O comércio de hortifrutigranjeiros localiza-se a dois quilômetros da Casa da Videira.
A origem dos seus produtos é a Central de Abastecimento do Paraná S/A (CEASA-PR), que
recebeu diariamente produtos hortícolas de diversas regiões do país a fim de reduzir o efeito
7

da sazonalidade. Por este motivo, a diferença na composição dos resíduos coletados pouco se
altera ao longo do ano.
Os resíduos da limpeza pública são compostos por folhas da varredura e corte de
grama das vias públicas do entorno da Casa da Videira, que são coletados com um carro
quinzenalmente a uma distância máxima de um quilômetro.
Para compreender o impacto das emissões de gases do efeito estufa geradas na
operação relatada acima, estudou-se um cenário hipotético, em que o resíduo fosse coletado
por um serviço de transporte e levado ao aterro sanitário, destino comum de grande parte dos
resíduos orgânicos produzidos na cidade. Neste caso, presumiu-se que para o transporte ao
aterro sanitário ocorrer, o caminhão deve sair da sua origem, chegar ao ponto de coleta,
descarregar no aterro e retornar a origem. Para efetuar os cálculos, considerou-se o percurso
mais curto entre a sede de uma empresa de transporte de resíduos e o comércio de
hortifrutigranjeiro, supondo que várias coletas são realizadas neste percurso e o comércio em
questão nesta pesquisa foi o último ponto, partindo dali o caminhão diretamente ao aterro
sanitário, que após a descarga retornará ao seu ponto de origem.

3 METODOLOGIA

As emissões de GEE foram calculadas em dois momentos dos percursos. O primeiro


foi no transporte da origem dos resíduos até o local de tratamento, tanto compostagem como
aterro, considerando as particularidades dos veículos utilizados em ambos. O segundo trata-se
das emissões na disposição dos resíduos, na compostagem ou no aterramento (Figura 1).

FIGURA 1. fluxograma dos dois cenários do percurso dos resíduos orgânicos estudados e etapas
de emissão avaliadas. GEE: gases de efeito estufa.
Fonte: o autor, 2022.
8

Uma vez que cada operação emite um conjunto de gases diferentes, seguiu-se o
critério utilizado pelo IPCC (2021) para se fazer as comparações de emissões de gases do
efeito estufa de diferentes segmentos emissores, convertendo o conjunto de gases para CO2
equivalente por meio das equações que serão detalhadas a seguir.

3.1 MENSURAÇÃO DOS RESÍDUOS E CARACTERÍSTICAS DAS LEIRAS DE


COMPOSTAGEM

A coleta foi acompanhada durante o período de 28 de março a 19 de maio de 2022,


entre segunda e sexta-feira, totalizando 40 observações. O peso líquido do resíduo fresco foi
obtido a cada coleta. Diariamente, os resíduos foram depositados em uma leira estática
instalada no jardim, até que estivesse com as dimensões de 1,5 metro de base, 15 metros de
comprimento e 1 metro de altura. Completada a leira, uma nova era iniciada ao lado. Neste
período, foram montadas duas leiras. Junto com o resíduo orgânico, foram incorporadas
fontes de carbono (folhas de árvores e apara de grama), mantendo a relação C:N em 30:1. As
leiras não foram revolvidas durante o processo de compostagem. Após 120 dias, o material
estava estabilizado.

3.2 EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE DOS RESÍDUOS

3.2.1 Consumo de combustível no Cenário Casa da Videira.

A distância percorrida entre a Casa da Videira e o comércio de hortifrutigranjeiros


foi obtida por meio do hodômetro do veículo destinado para este fim. O rendimento do
consumo de combustível foi obtido pelo computador de bordo do veículo, ao apagar a
memória do computador no início da operação e a informação do consumo foi coletada ao
final do percurso. Com a informação do rendimento e a distância percorrida, foi calculado o
consumo de combustível na operação, a partir da média de dez observações.

3.2.2 Consumo de combustível no Cenário Aterro Sanitário.

Para o transporte do cenário hipotético, simulando o percurso do comércio de


hortifrutigranjeiros até o aterro sanitário, foi utilizada a equação 1 desenvolvida por Marques
(2018). A equação considera o peso transportado pelo veículo, em função da distância
9

percorrida, considerando a capacidade máxima de 8 toneladas de resíduos. A equação foi


aplicada num primeiro momento calculando o consumo do veículo carregado, da origem até o
aterro, passando pelo comércio de hortifrutigranjeiro e outros pontos de coleta, e aplicada
novamente para calcular o consumo do caminhão vazio no trajeto do aterro até a origem. A
soma dos dois resultados expressa o consumo total de combustível do caminhão para realizar
a operação.

Consumo (L) = 25,531 + 0,66941 ∗ peso (ton) + 0,62886 ∗ distância (km) (1)

3.2.3 Conversão do consumo de combustível em fator de emissão de CO2

A conversão do combustível consumido nos dois cenários em emissões de CO2


equivalente foi calculado utilizando o fator de emissão presente no Inventário Nacional de
Emissões Veiculares (BRASIL, 2011). Para o cenário Casa da Videira usou-se o etanol
hidratado 1,178 kg CO2 L-1 ; e para o cenário Aterro Sanitário usou-se o óleo diesel 2,671 kg
CO2/L-1.

3.2.4 Quantidade de CO2 emitida durante o transporte

Com as informações do consumo de combustível e os fatores de emissão, calculou-se


a quantidade de CO2 equivalente emitido durante o transporte por meio da equação 2.

!"!"# = (!! ∗ !"!) ÷ 1000 (2)


Onde:
PEFCy = Emissões associadas ao consumo de combustíveis no ano y (ton CO2 eq ano-
1
);
Qf = Quantidade de combustível consumido no transporte por ano (kg CO2 eq ano-1);
EFf = Fator de emissão de CO2 do combustível (kg CO2 L-1).
Os cálculos foram realizados utilizando a capacidade máxima do caminhão para
posteriormente verificar a contribuição do comércio de hortifrutigranjeiro, multiplicando o
montante de resíduos gerados pelo comércio de hortifrutigranjeiro pelas emissões geradas no
transporte e depois dividindo o resultado pelas oito toneladas transportadas.
10

3.3 EMISSÕES DE CO2 EQUIVALENTE NO TRATAMENTO DE RESÍDUOS CENÁRIO


CASA DA VIDEIRA

Para o cenário em que os resíduos orgânicos foram compostados, os cálculos de


emissões de CO2 equivalente foram feitos utilizando a equação apresentada no documento
Methodological tool AM013: Project and leakage emissions from composting – Version 02.0,
da UNFCCC (2017), descrita na equação 3.

!"!"#$% = !"!"# + !"!"# + !"!"4! + !"!2!" + !"!" (3)

Onde:
PECOMPy = Emissões associadas ao projeto de compostagem no ano y (ton CO2 eq
ano-1);
PEECy = Emissões associadas ao consumo de eletricidade no projeto de compostagem
no ano y (ton CO2 eq ano-1);
PEFCy = Emissões associadas ao consumo de combustíveis no projeto de
compostagem no ano y (ton CO2 eq ano-1);
PECH4y = Emissões de metano no processo de compostagem no ano y (ton CO2 eq
ano-1);
PEN2Oy = Emissões de óxido nitroso no processo de compostagem no ano y (ton CO2
eq ano-1);
PEROy = Emissões de metano pelo escoamento de efluentes sanitários no ano y (ton
CO2 eq ano-1).

No manejo utilizado na Casa da Videira não há uso de energia elétrica e os efluentes


são absorvidos pelo solo, por isso os fatores PEECy e PEROy foram assumidos como zero. As
emissões de óxido nitroso foram desconsideradas, pois na metodologia utilizada para
mensurar as emissões no aterro sanitário este gás não é computado. As emissões de
combustíveis fósseis existem apenas no transporte realizado do ponto de coleta até o local do
processamento, descrito anteriormente. Deste modo, a equação 3 fica reduzida à equação 4.

!"!"#$% = !"!"# + !"!"4! (4)

O fator PECH4y foi calculado utilizando os valores de referência recomendados no


documento acima citado (UNFCCC, 2017) para o fator de emissão do metano de 0,002
toneladas de CH4 por tonelada de resíduo orgânico compostado e 27,2 para o potencial de
aquecimento global (GWP) para o metano de origem não-fóssil, conforme recomendado no
documento AR6 publicado pelo IPCC (2021), compondo a equação 5.
11

!"!"4! = !! ! !"!"4, ! ! !"#!"4 (5)

Onde:
𝑃𝐸CH4, y = emissões do projeto de compostagem no ano y, (ton CO2 eq ano-1);

Qy= quantidade de resíduos compostado, em toneladas;


EFCH4,y = fator de emissão do CH4 no ano y;
GWPCH4 = potencial de aquecimento global do CH4.

3.4 EMISSÕES DE CO2 EQUIVALENTE NO TRATAMENTO DOS RESÍDUOS


CENÁRIO ATERRO SANITÁRIO

Para mensurar as emissões que seriam geradas no cenário Aterro Sanitário, foi
utilizada a metodologia desenvolvida pela UNFCCC, CDM Tool AM04 version 08.0:
Emissions From Solid Waste Disposal Sites –, que apresenta a equação 6.

16
BECH4SWDS! = φ ∗ 1 − ! ∗ GWPCH4 ∗ 1 − OX ∗ ∗ F ∗ DOC! ∗ MCF
12
! !

∗ !"# ∗ DOC ! ∗ ! !!" !!!


∗ 1 − ! !!" (6)
!!! !

Onde:
BECH4,SWDS,y = Emissões de metano durante o ano y com a destinação de
resíduos orgânicos para aterros sanitários durante o período a partir do início da atividade do
projeto de compostagem até o fim do ano y (ton CO2 eq ano-1);
φ = Valor padrão para o fator de correção para contabilizar incertezas do modelo;
f = Fração de metano capturada no aterro sanitário e queimada em flare, incinerada
ou usada de outra maneira;
GWPCH4 = Potencial de Aquecimento Global do CH4;
OX = Fator de oxidação, o qual reflete a quantidade de metano do aterro que é
oxidado no solo ou em outro material que cobre o resíduo;
F = Fração de metano no gás de aterro (fração em volume);
DOCf = Fração de carbono orgânico degradável (DOC) que pode decompor;
MCF = Fator de correção do metano;
DOCj = Fração de carbono orgânico degradável (por massa) no lixo tipo j;
12

Kj = Taxa de decaimento do lixo tipo j;


Wj,x = Quantidade de lixo orgânico tipo j despejado no aterro no ano x (toneladas);
X = Ano do início das atividades da atividade de compostagem;
Y = Ano para o qual foram calculadas as emissões de metano considerando o tempo
total para degradação de toda matéria orgânica depositada.
Nesta etapa, a massa de resíduos considerados para o cálculo foi aquele coletado no
comércio de hortifrutigranjeiros e não o total transportado pelo caminhão. A equação calcula
as emissões de carbono no ano, portanto foi extrapolada a produção de resíduos anual a partir
da média diária obtida durante a coleta de dados.
Os fatores aplicados foram os parâmetros indicados na publicação CDM Tool AM04
version 08.0, como apresenta o quadro 1.

Quadro 1. fatores aplicados à equação 6


Parâmetro Valor Premissa Fonte
φ 0,75 Valor padrão para o fator de correção para UNFCCC, 2017
contabilizar incertezas do modelo
f 0,5 Fração de metano capturada no aterro sanitário e UNFCC, 2017
queimada em flare.
GWPCH4 27,2 Potencial de Aquecimento Global do CH4 IPCC, 2021
OX 0,1 Fator de oxidação, o qual reflete a quantidade de UNFCCC, 2017
metano do aterro que é oxidado no solo ou em outro
material que cobre o resíduo
F 0,5 Fração de metano no gás de aterro (fração em UNFCCC, 2017
volume);
DOCf 0,5 Fração de carbono orgânico degradável (DOC) que UNFCCC, 2017
pode decompor
MCF 1,0 Fator de correção do metano quando os resíduos são UNFCCC, 2017
dispostos em anaerobiose.
DOCj 0,15 Fração de carbono orgânico degradável que pode se UNFCCC, 2017
decompor nos resíduos orgânicos.
Kj 0,185 Taxa de decaimento do lixo tipo j UNFCCC, 2017
x 2022 Ano em que foi estimado o volume de lixo Casa da Videira, 2022
compostado.
Y 2037 Tempo necessário para que toda a matéria orgânica Paiva, 2020, Santos,
seja degradada no aterro sanitário. 2020

3.5 COMPARAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2 EQUIVALENTE NOS DOIS CENÁRIOS


ESTUDADOS

A eficiência em mitigar as emissões do sistema de compostagem no cenário Casa da


Videira foi obtida ao subtrair seu valor das emissões do cenário Aterro Sanitário, utilizando a
equação 7.
13

!" = (!"!"4!"#!$ + !"!") – !"!"#$% (7)

Onde:
RE = reduções de emissões de CH4 (tCO2 eq/ano);
BECH4,SWDS,y = Emissões durante o ano y com a destinação de resíduos orgânicos
para aterros sanitários durante o período, a partir do início da atividade do projeto de
compostagem até o fim do ano y (tCO2eq/yr);
BEFC = Emissões durante o transporte do resíduo até o aterro sanitário (tCO2eq/yr);
PECOMPy = Emissões associadas ao projeto de compostagem no ano y (tCO2eq/yr);
A soma das emissões de CO2 equivalente durante o transporte com as da deposição
no aterro sanitário se faz necessária porque a equação 3 não considera as emissões de
combustível fóssil, como ocorre na equação 4. O valor de RE representa a quantidade de CO2
equivalente em toneladas que foi deixada de ser lançada na atmosfera ao se destinar os
resíduos coletados no comércio de hortifrutigranjeiros para o sistema de compostagem da
Casa da Videira, ao invés de depositá-los no aterro sanitário.

4 ANÁLISE COMPARATIVA DOS CENÁRIOS ESTUDADOS

No período entre 28 de março a 19 de maio de 2022, foram coletados 11.954 kg de


resíduos orgânicos do comércio de hortifrutigranjeiros, resultando numa média diária de 299
kg e um total de 75.311 kg anuais.
A título de comparação, a produção de resíduos sólidos per capita no Brasil é de
379,2 quilos por habitante ao ano e a fração orgânica destes resíduos é de 171 quilos
(ABRELPE, 2020). Assim, o volume de resíduos captado e tratado na Casa da Videira
correspondeu ao montante que seria gerado por 439 habitantes. Considerando a média de
habitantes por domicílio no Brasil de 2,9 (IBGE, 2022), no jardim da Casa da Videira
processou-se os resíduos orgânicos equivalentes a 151 domicílios.

4.1 EMISSÕES DURANTE O TRANSPORTE DOS RESÍDUOS

Para o cenário da Casa da Videira, a rota para realizar a coleta compreendeu um


trajeto de 3,8 quilômetros realizado seis dias por semana. O consumo de combustível
fornecido pelo computador de bordo do carro foi de 4,6 km L-1. Tem-se então que ao ano são
14

percorridos 1189,4 quilômetros, consumindo 258,57 litros de etanol. Aplicando o fator de


conversão de 1,178 kg CO2 L-1 (BRASIL, 2011), as emissões para o transporte foram de 305
quilos de CO2 equivalente. A coleta das fontes de carbono para manter a relação C:N na
compostagem requereu 10,43 litros de etanol no ano, emitindo 0,12 quilos de CO2
equivalente.
A operação de transporte dos resíduos no cenário Casa da Videira emitiu ao todo
0,317 toneladas de CO2 equivalente no ano, considerando as rotas para a coleta no comércio
de hortifrutigranjeiros e a coleta das fontes de carbono nas ruas do bairro próximas à Casa da
Videira. Considerando o volume de resíduos coletados, para cada quilo de resíduos o
transporte emitiu 4 gramas de CO2 equivalente.
No cenário Aterro Sanitário, a distância percorrida para coletar, descarregar e
retornar à empresa foi de 52 quilômetros e o consumo de combustível anual 27.933 litros de
óleo diesel. Aplicando o fator de emissão de CO2 para o óleo diesel (2,671 kg CO2/L-1), tem-
se que o caminhão trabalhando em sua capacidade máxima de carga emitiu na combustão do
óleo diesel 74,61 toneladas de CO2 equivalente, sendo que 2,243 toneladas corresponde às
75,15 toneladas de resíduos que seriam coletadas anualmente no comércio de
hortifrutigranjeiros, 29 gramas de CO2 equivalente por quilo de resíduo transportado.
Embora o transporte com o caminhão seja mais eficiente por carregar um grande
volume de resíduos, o deslocamento a uma longa distância, o menor rendimento de
combustível e um maior fator de emissão de CO2 associado ao uso de combustível fóssil
fazem com que o transporte para o aterro emitiu 85,8% mais CO2 equivalente do que o
transporte em pequeno volume a uma curta distância para a Casa da Videira (Quadro 2).

Quadro 2. Emissões de CO2 equivalente no transporte nos dois cenários estudados.


Km
consumo fator de Emissões
Cenários rodados combustível
(litros/ ano) emissão (ton CO2 eq ano)*
(ano)
Casa da Videira 1.237,4 etanol 269 1,178 0,317
Aterro Sanitário 16.338,6 diesel 27.933 2,671 2,243
* emissões referentes às 75,15 toneladas anuais de resíduos orgânicos geradas no comércio de
hortifrutigranjeiros.
Fonte: o autor, 2022.

No Brasil, há diversas iniciativas de gestão local de resíduos orgânicos via


compostagem que mostram a viabilidade e eficiência do manejo descentralizado, reduzindo os
deslocamentos dos resíduos e suas respectivas emissões. Uma publicação do Ministério do
Meio Ambiente (Brasil, 2017) destaca as experiências com os resíduos da Universidade
15

Federal de Santa Catarina, que tem aperfeiçoado métodos de compostagem com menores
emissões de metano, o projeto de gestão comunitária do bairro Monte Cristo, em
Florianópolis, SC (Revolução dos Baldinhos) e a compostagem descentralizada dos resíduos
de feira e podas da subprefeitura da Lapa, em São Paulo, SP. Nestes projetos, o deslocamento
entre a fonte de resíduos e o pátio de compostagem é curto, reduzindo as emissões de CO2 no
transporte.

4.2 EMISSÕES NA DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS

As emissões no processo de compostagem do cenário Casa da Videira calculadas


com a equação 4 foram de 4,09 toneladas de CO2 equivalente. Significa que para cada
tonelada de resíduo compostado, emitiu-se 54,4 quilos de CO2 equivalente quando utilizado o
método da leira estática. Este valor é ligeiramente menor do que o encontrado por Santos
(2020), que obteve 56 kg de metano em CO2 equivalente por quilo de resíduo utilizando a
mesma metodologia CDM Tool Methodological tool AM013 (UNFCCC, 2017) e 38% mais
alto que o valor obtido por Inácio (2010) em leiras estáticas do método UFSC, também
medido com a mesma metodologia. Esta diferença mostra que as emissões podem variar de
acordo com o método utilizado na montagem das leiras e as medições reais das emissões pode
apontar para métodos mais eficazes capazes de reduzir ainda mais as emissões estimadas
neste trabalho.
As emissões para os resíduos depositados no aterro sanitário estimadas com a
equação 6 foram de 17,6 toneladas de CO2 equivalente. Significa que para cada tonelada de
resíduo depositado, emitiu-se 0,23 toneladas de CO2 equivalente. Além da maior emissão em
relação à compostagem, o processo de decomposição em anaerobiose, condição criada no
aterro sanitário, faz com que a decomposição da matéria orgânica seja mais lenta, sendo
necessário quinze anos até que as emissões cessem (SANTOS, 2020).
A decomposição dos resíduos orgânicos em aerobiose, como ocorre na
compostagem, faz com que a atividade biológica seja mais intensa, reduzindo o tempo
necessário para a estabilização das emissões, como mostra o gráfico 1 (NETO et al, 2013).
Paiva (2020) e Inácio (2010) encontraram para a compostagem o tempo para estabilização de
188 e 204 dias respectivamente para leiras estáticas. Na Casa da Videira o composto é
considerado pronto a partir de 120 dias, avaliando características sensoriais como estabilidade
na temperatura e ausência de odores característicos de processo de decomposição incompleto.
16

Figura 2. Evolução das emissões de CO2 em função do tempo para


estabilização na compostagem e no aterro sanitário.
Fonte: o autor, 2022.

A diferença nos valores das emissões entre os dois métodos de deposição se dá em


função da geração de metano ser mais acentuada quando a decomposição ocorre em
anaerobiose. A compostagem ocorre em ambiente aeróbico, onde o principal gás gerado é o
CO2. Uma vez que o potencial de aquecimento global do metano é 27,2 vezes maior que o do
gás carbônico (UNFCCC, 2017), a deposição de resíduos orgânicos em condição anaeróbica
potencializa a emissão de gases geradores do efeito estufa. A redução proporcionada pela
compostagem neste estudo foi de 78%.
Paiva (2020) medindo as emissões de uma empresa de processamento de hortaliças
com compostagem local, em comparação com as emissões caso os resíduos fossem enviados
para o aterro sanitário, encontrou uma redução nas emissões na ordem de 79% pelo processo
de compostagem. Inácio (2010) fazendo a mesma comparação para uma leira estática
montada com restos de alimentos, podas de jardinagem e cama de cavalo encontrou uma
redução de 88% nas emissões.
O resumo das emissões no transporte e deposição nos dois cenários, bem como a
redução percentual das emissões estão apresentadas na quadro 3.

Quadro 3. Emissões de gases de efeito estufa em CO2 equivalente nas duas operações
analisadas e nos dois cenários estudados e o percentual de redução entre cenário Casa da
Videira e Aterro Sanitário.
Casa da Videira Aterro Redução
Operação
(ton CO2 eq) (ton CO2 eq) (%)
Transporte 0,317 2,224 85,88
Compostagem ou Deposição 4,097 17,642 76,78
total 4,414 19,886 77,80
Fonte. o autor, 2022.
17

Nota-se que tanto no transporte quanto na deposição dos resíduos, o cenário Casa da
Videira se mostrou mais eficiente quanto a redução das emissões de CO2 equivalente,
emitindo 77,8% menos que no cenário Aterro Sanitário.

5 CONCLUSÃO

A agricultura urbana pode contribuir significamente com a mitigação das emissões


de gases do efeito estufa geradas na gestão dos resíduos sólidos urbanos quando absorve a
fração orgânica destes resíduos a fim de serem utilizados como fonte de nutrientes para a
produção de alimentos.
A compostagem se mostra uma ferramenta viável e eficiente para o processamento
destes resíduos, com menor tempo para completar o processo e condições de reutilizar a
mesma área indefinidamente, diferente do aterro sanitário que possui um longo período de
emissões e vida útil limitada, pois os resíduos ali colocados não se desintegram inteiramente,
fazendo com que em algum momento sua capacidade se esgote.
O processamento dos resíduos orgânicos no entorno dos geradores pode reduzir
drasticamente as emissões de gases do efeito estufa provenientes do transporte, tanto pelo
menor deslocamento quanto pelo perfil dos veículos utilizados.
18

REFERÊNCIAS

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