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Interface

Homem
Computador

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Universidade do Estado do Amazonas

Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas


(Sistema Presencial Mediado)

Ângela Timótia Pereira Lima


Ivana do Nascimento Bernardo
William Roberto Malvezzi

Interface
Homem
Computador

Manaus - AM

UEA
Edições
2009

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Ficha Técnica
Governo do Estado do Amazonas
Carlos Eduardo de Souza Braga
Governador do Estado

Omar José Abdel Aziz


Vice-Governador do Estado

Universidade do Estado do Amazonas


Marilene Corrêa da Silva Freitas
Reitora

Carlos Eduardo de Souza Gonçalves


Vice-Reitor

Fares Franc Abinader Rodrigues


Pró-Reitor de Administração

Osail Medeiros de Souza


Pró-Reitor de Planejamento

Edinea Mascarenhas Dias


Pró-Reitora de Ensino de Graduação

José Luiz de Souza Pio


Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

Rogelio Casado Marinho Filho


Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários

Escola Superior de Tecnologia


Vicente de Paulo Queiroz Nogueira
Diretor

Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas


(Sistema Presencial Mediado por Tecnologia)
Ednaldo Coelho Pereira
Coordenador Geral

Ângela Timótia Pereira Lima


Coordenadora Pedagógica

Nilo Barreto Falcão Neto


Coordenador de Tecnologia Educacional

Aure Bentes
Projeto Gráfico

Diana Maria da Camara Gorayeb


Revisão

_______________________________________________________________________
Lima, Ângela Timótia Pereira.

L732i Interface homem computador / Ângela Timótia Pereira Lima, Ivana


do Nascimento Bernardo, William Roberto Malvezzi – Manaus/AM: UEA
Edições, 2009.

171 p.: il. ; 23 cm.

Inclui bibliografia e anexo.


ISBN 978-85-7883-047-2


1.Interação homem-máquina. I. Bernardo, Ivana do Nascimento.
II. Malvezzi, William Roberto. III. Título.
CDU (1997): 004.5

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Perfil dos Autores

Ângela Timótia Pereira Lima


Professora da Escola Superior de Tecnologia (EST/UEA)
Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG)

Ivana do Nascimento Bernardo


Professora do Centro Universitário do Norte (UNINORTE)
Especialista em Desenvolvimento de Sistema Baseado em Software
Livre (UFAM)

William Roberto Malvezzi


Professor do Instituto de Ensino Superior FUCAPI (CESF-FUCAPI)
Bacharel em Análise de Sistemas (CESF-FUCAPI)

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Agradecimentos

A Deus, por todas as obras realizadas na minha vida.


Ao meus filhos Nataly e Gabriel pela alegria de tê-los ao
meu lado.
Ao meu esposo Glaucivan por me acompanhar nesta
caminhada.

Ângela Timótia Pereira Lima

Primeiramente a Deus Pai todo poderoso criador do céu


e da terra.
Aos meus pais Hernando e Maria, que sempre deram
muito amor e carinho. E são os verdadeiros responsáveis
pelo que faço e por tudo que tenho na minha vida.
Ao meu companheiro Mauro, que acompanha minha
carreira desde o início, estando sempre na torcida e
apoiando-me nessa árdua batalha profissional.

Ivana do Nascimento Bernardo

Ao Senhor Jesus pela graça e amor infinitos.


A minha esposa amada Ana que com paciência tem me
acompanhado.
Ao meu filho querido Abner por sua compreensão e
amor.
A minha querida mãe pelo amor e educação que
nortearam meus passos.

William Roberto Malvezzi

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Tecnologia em Análise e Interface
Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

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Interface Tecnologia em Análise e
Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas
Palavra da Reitora

Nos últimos anos, o avanço da tecnologia da informática mudou os con-


ceitos de ensino e de trabalho. A preocupação com o que se denominou de
“inclusão digital” passou a ser um problema urgente a ser enfrentado pelos
dirigentes do País, já que todos os processos de novas tecnologias deságuam
no conhecimento de informática. No Amazonas, a dificuldade de locomoção
na região, por falta de rodovias, por sua grande extensão territorial, pela
baixa densidade demográfica e pelo subdesenvolvimento secular imposto à
população ribeirinha, torna-se árduo o esforço do Governo para tornar reali-
dade à inclusão digital.
A UEA, que já nasceu moderna, incorporando tecnologias educacionais
de ponta, utilizando-se particularmente da informática pela massificação do
uso de microcomputadores combinados com uma rede complexa de acesso
à Internet, não poderia ficar alheia a essa necessidade premente. Por isso,
propôs e realizou o primeiro vestibular para levar a 12 municípios um curso
que formasse a mão-de-obra inicial que tornasse a inclusão digital uma reali-
dade em nosso Estado.
A proposta do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de
Sistemas oferecido pela UEA vislumbra criar mão-de-obra qualificada em um
número significativo de localidades do Estado, cabendo às pessoas beneficia-
das com essa iniciativa a tarefa de irradiar o uso de tecnologias de informáti-
ca, abrindo caminhos novos e suscitando novos empregos para a população
local, consolidando, assim, o exercício da cidadania.

Prof.ª Dr.ª Marilene Corrêa da Silva Freitas


Reitora da Universidade do Estado do Amazonas

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Tecnologia em Análise e Interface
Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

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Interface Tecnologia em Análise e
Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas
Sumário

Lista de Figuras 13
Lista de Tabelas 16
Lista de Quadros 17
Lista de Abreviaturas e Siglas 18

Capitulo 1 - Os conceitos de Interação e Interface Homem Computador


1.1 Introdução 19
1.2 Interface homem computador versus Interação 19
1.3 Considerações sobre a psicologia cognitiva 22
1.4 Normas Técnicas 23
1.5 O uso de Interfaces 25
1.5.1 A Importância das Interfaces Homem Computador 29
1.6 Resumo 30

Capítulo 2 - Fatores humanos em software interativo


2.1 Introdução 33
2.2 Teoria, princípios e regras 33
2.3 Aspectos mentais 35
2.4 Engenharia Cognitiva 40
2.5 Resumo 44

Capítulo 3 - Usabilidade e Ergonomia


3.1 Introdução 47
3.2 ISO 47
3.2.1 Exemplos de norma ISO 48
3.3 Usabilidade versus Ergonomia 58
3.4 Princípio da Usabilidade-heurística 59
3.5 Princípios da Ergonomia 64
3.6 Recomendações no Projeto de Interface 74
3.6.1 Cores 74
3.6.1.1Sensação das cores 75
3.6.2 Fontes 76
3.6.3 Formatação de Texto 77
3.6.4 Precaução no uso das cores 78
3.7 Avaliação 78
3.7.1 Por que avaliar? 78
3.7.2 O que avaliar? 80
3.7.3 Quando avaliar? 84
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Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

3.7.4 Onde avaliar? 88


3.7.5 Quem avaliar?(Quem participa da avaliação?) 89
3.7.6 Como avaliar? 90
3.8 Testes de Usabilidade 90
3.9 Testes de Comunicabilidade 92
3.10 Resumo 97

Capítulo 4 - Estilos de Interação


4.1 Introdução 99
4.2 Estilos de Interação 100
4.2.1 Linguagem Natural 100
4.2.2 Linguagem de Comando 101
4.2.3 Menus 106
4.2.4 Preenchimento de Formulários 107
4.3 Dispositivos de Interação 109
4.3.1 Periféricos de Entrada 109
4.3.1.1 Mouse 110
4.3.1.2 Teclado 113
4.3.1.3 Joystick 115
4.3.2 Periféricos de Saída 116
4.3.2.1 Monitor 116
4.3.2.2 Impressoras 117
4.4 Resumo 122

Capítulo 5 - Padrões de Interação


5.1 Introdução 125
5.2 Falando na Perspectiva do Usuário 126
5.3 Categorizando problemas do usuário 126
5.4 Resumo 138

Capítulo 6 - Modelo de concepção para Interfaces


6.1 Introdução 141
6.2 A Concepção 141
6.3 Modelos de Concepção de Interfaces 143
6.3.1 Método para concepção de Interfaces Ergonômicas (MCIE) 144
6.3.1.1 Análise de Requisitos 145
6.3.1.2 Modelagem da Interação 153
6.3.1.3Concepção e Avaliação do Protótipo 153
6.4 Resumo 155
Referências 159
Glossário 163
Anexo – Formalismos para a modelagem da tarefa MAD 167

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Lista de Figuras

Capítulo 1
Figura 1.1 Interface versus Interação. 20
Figura 1.2 Interface da primeira geração. 26
Figura 1.3 Interface GUI. 27
Figura 1.4 Imagem de uma tela touchscreen. 27
Figura 1.5 Realidade virtual. 28

Capítulo 2
Figura 2.1 Painéis da Sala de Controle de uma subestação. 37
Figura 2.2 Modelo de interação da Engenharia Cognitiva. 41
Figura 2.3 Etapas de ação do usuário durante a interação com o
sistema. 42

Capítulo 3
Figura 3.1 Organograma Qualidade dos produtos de Software. 49
Figura 3.2 Quatro principais atividades da ISO 13407. 53
Figura 3.3 Nero. 60
Figura 3.4 Proteção de Tela. 60
Figura 3.5 Janela Fonte do Windows. 61
Figura 3.6 Janela Parágrafo do Windows. 61
Figura 3.7 Botões de Controle do Windows. 61
Figura 3.8 Paint. 61
Figura 3.9 Bloco de Notas. 61
Figura 3.10 Barra de ferramentas do Microsoft Word. 62
Figura 3.11 Barra de status do Microsoft Word. 62
Figura 3.12 Paint. 62
Figura 3.13 Alerta de aviso do Windows. 63
Figura 3.14 Janela salvar do Microsoft Word. 63
Figura 3.15 Janela do Microsoft Excel com o recurso de Ajuda. 64
Figura 3.16 Janela do Microsoft Word inserindo data do Sistema. 64
Figura 3.17 Janela Limpeza de disco do Windows. 65
Figura 3.18 Assistente de relatório do Access – Passo 1. 65
Figura 3.19 Assistente de relatório do Access – Passo 2. 66
Figura 3.20 Assistente de relatório do Access – Passo 3. 66
Figura 3.21 Assistente de relatório do Impress – Passo 1. 66
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Tecnologia em Análise e Interface
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Figura 3.22 Assistente de relatório do Impress – Passo 2. 67


Figura 3.23 Assistente de relatório do Impress – Passo 3. 67
Figura 3.24 Assistente de relatório do Impress – Passo 4. 67
Figura 3.25 Assistente de relatório do Impress – Passo 5. 68
Figura 3.26 Opção desfazer o Microsoft Word. 68
Figura 3.27 Barra de Ferramentas do Microsoft Word. 69
Figura 3.28 Barra de Ferramentas do Microsoft Excel. 69
Figura 3.29 Barra de Ferramentas do Microsoft Power Point. 69
Figura 3.30 Barra de Ferramentas do BrOffice Writer. 69
Figura 3.31 Barra de Ferramentas do BrOffice Calç. 69
Figura 3.32 Barra de Ferramentas do BrOffice Impress. 69
Figura 3.33 Menu iniciar clássico do Windows. 70
Figura 3.34 Menu iniciar do Windows XP. 70
Figura 3.35 Reconhecimento automático do pendrive. 71
Figura 3.36 Tela de aviso do USB. 71
Figura 3.37 Tela de aviso do USB. 71
Figura 3.38 Renomear Arquivo. 72
Figura 3.39 Janela de impressão de arquivos do Windows. 72
Figura 3.40 Exibição dos documentos recentes do Microsoft Word. 73
Figura 3.41 Menu iniciar do Windows XP. 73
Figura 3.42 Menu iniciar do Windows XP. 74
Figura 3.43 Formulário de Cadastro de clientes. 78
Figura 3.44 O usuário pedindo para construir um barco. 79
Figura 3.45 Tela de Consulta de uma Biblioteca. 96

Capítulo 4
Figura 4.1 Exemplo de Linguagem de Comando. 102
Figura 4.2 Comandos do vi. 102
Figura 4.3 Exemplos de salvar e sair. 103
Figura 4.4 Inserção de texto. 103
Figura 4.5 Comandos para movimentação do cursor. 104
Figura 4.6 Telas no Pine. 105
Figura 4.7 Menu em Interfaces Gráficas. 107
Figura 4.8 Formulário. 108
Figura 4.9 Mouse Mecânico. 111
Figura 4.10 Esquema Geral do Mouse Mecânico. 111
Figura 4.11 Teclados comuns e Teclado ergonômico. 114
Figura 4.12 Diagrama de um Joystick. 115
Figura 4.13 Monitor CRT e LCD. 117
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Interface Tecnologia em Análise e
Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas

Figura 4.14 Variedade de Impressoras. 119

Capítulo 5
Figura 5.1 Exemplo de warning. 129
Figura 5.2 Exemplos de hinting. 131
Figura 5.3 Modo Cursor. 133
Figura 5.4 List browser. 135
Figura 5.5 Continous Filter. 137
Figura 5.6 Continous Filter. 137

Capítulo 6
Figura 6.1 Método para Concepção de Interfaces Ergonômicas. 144
Figura 6.2 Composição do Ambiente de trabalho. 146
Figura 6.3 Árvore MAD utilizada no MCIE para especificar uma
tarefa. 150
Figura 6.4a Níveis mais abstratos da tarefa de votar nas
eleições municipais de 2004 no Brasil. 151
Figura 6.4b Níveis menos abstratos da tarefa de votar nas
eleições municipais de 2004 no Brasil. 152

Anexos
Figura A1 - Árvore de tarefas MAD. 168
Figura A2 – Árvore de tarefas MAD*. 169
Figura A3 –Conceitos MAD*. 169

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Tecnologia em Análise e Interface
Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

Lista de Tabelas

Capítulo 2
Tabela 2.1 Princípios de projeto de interface de usuário. 37
Tabela 2.2 - Formulário de Pesquisa de uma Biblioteca. 43

Capítulo 3
Tabela 3.1 Guias de requisitos. 54
Tabela 3.2 Tabela de cores. 74
Tabela 3.3 Fatores críticos de Usabilidade. 91
Tabela 3.4 Associação entre interjeições de problemas e interação
e usabilidade. 95

Capítulo 4
Tabela 4.1 Resoluções. 117
Tabela 4.2 Tabela comparativa. 122

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Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas

Lista de Quadros

Capitulo 1
Quadro 1.1 A distribuição das partes da ISO 9241 25

Capítulo 6
Quadro 6.1. Atributos de usuário, tarefas, equipamentos,
segundo a norma ISO 9241-11. 148
Quadro 6.2: Detalhamento do Ambiente (Organizacional,
Técnico, Físico) segundo a norma ISO 9241-11. 149
Quadro 6.3 - Roteiro para coleta de dados retirada de
(QUEIROZ, 2001). 154

Anexo
Quadro A1 - Descritores da Tarefa 168
Quadro A2 - Descritores MAD* 171

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Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

Lista de Abrevisturas e Siglas

ADEPT Advanced Design Environment for Prototyping with Task


Models
AET Análise Ergonômica do Trabalho
ALACIE Atelier Logiciel d’Aide à la Conception d’Interfaces
Ergonomiques
CGD Campina Grande II
CGU Campina Grande I
CHESF Companhia Hidrelétrica do São Francisco
DEE Departamento de Engenharia Elétrica
DePerUSI Delineamento do Perfil do Usuário de Sistemas Iterativos
ERGO-START Methodolgie orientée ergonomie du logiciel: depuis la
description des tâches utilisateurs jusqu’à la realisation
d’Interface
GIHM Grupo de Interface Homem-Máquina
IHC Interfaces Humano Computador
ISO 9241- 11 Requisitos Ergonômicos para Trabalhos de Escritório
para sala de Computadores, parte 11- Orientações sobre
Usabilidade
LIHM Laboratório de Interface Homem-Máquina
MACIA Metodologia de Assistência à Concepção e à realização
de Interfaces Adaptativas
MAD Méthode Analytique de Description de Tâches
MCIE Método para Concepção de Interfaces Ergonômicas
MEDITE Metodologia para Concepção de interfaces ergonômicas
(MAD+EDITOR+ERGONOMIA)
PEC Processo de Extração do Contexto
UFCG Universidade Federal de Campina Grande

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Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas

CAPÍTULO 1

Os conceitos de
Interação e Interface
Homem Computador

1.1 Introdução

Neste capítulo serão definidos conceitos sobre interface homem


computador (IHC) e interação, psicologia cognitiva, padronização,
métodos de concepção, ergonomia e projeto de interface que se faz
necessário para um bom desenvolvimento de interface.

1.2 Interface homem computador versus


Interação

A Interface com o Usuário é uma parte fundamental de um


software; é a parte do sistema visível para o usuário, através da
qual, ele se comunica para realizar suas tarefas. Pode se tornar uma
fonte de motivação e até, dependendo de suas características, uma
grande ferramenta para o usuário, ou então, se mal projetada, pode se
transformar em um ponto decisivo na rejeição de um sistema.
Apesar de estreitamente relacionadas, existe uma distinção
entre Interação Homem-Computador e Interface. Interação é
tudo o que ocorre entre o ser humano (usuário) e um computador
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Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

utilizado para realizar alguma(s) tarefa(s), ou seja, é a comunicação


entre essas duas entidades. Interface é o componente (software)
responsável por mapear ações do usuário em solicitações de
processamento ao sistema (aplicação), bem como apresentar os
resultados produzidos pelo sistema (SILVAFILHO, 2003).

Figura 1.1. Interface versus Interação.

Os avanços tecnológicos transformaram o computador em uma


ferramenta cada vez mais indispensável às atividades humanas e têm
modificado também o comportamento do usuário de diversos ambientes,
tais como: indústria, sala de aula, ambiente virtual, medicina e
diversão. Essas mudanças não têm sido adequadamente assimiladas
pelo usuário durante a interação com alguns desses sistemas. Como é
grande o volume de informações repassadas do sistema para o usuário
e este não possui o conhecimento necessário e suficiente para operá-
lo, tem-se como conseqüência uma sucessão de erros. Por exemplo,
nos sistemas industriais críticos, os usuários1 (operadores) atuam em
situações de risco e, uma vez sob pressão, precisam tomar decisões
que podem comprometer equipamentos e vidas humanas, acarretando
custos para a empresa (AMALBERTI, 1996).
Pesquisas têm sido realizadas no intuito de melhorar o projeto de
interface, para poder auxiliar os usuários na sua tomada de decisão.
Segundo Schneiderman, melhorar o potencial do computador enquanto
ferramenta de trabalho é uma tarefa para os designers que compreendem
a tecnologia e são sensíveis às necessidades e habilidades humanas. No
entanto, independentemente da formação, os projetistas de interfaces
têm se preocupado com a ergonomia dos sistemas de modo a melhorar
a interação com os usuários (SCHNEIDERMAN, 1998).
Em paralelo, o crescimento do interesse dos pesquisadores em
1
No texto deste livro as palavras “usuários” e “operadores” tem o mesmo significado
20

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Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas

entender as causas e motivos que possam ter levado um operador a


cometer falha, principalmente na área de segurança no trabalho
(ALMEIDA & BAUMECKER, 2005), tem contribuído para o projeto de
interfaces. Para adequar o desenvolvimento de sistemas computacionais
interativos e melhorar a usabilidade (é a qualidade que caracteriza
o uso de um sistema interativo) desses sistemas, é necessário levar
em conta, além das habilidades dos usuários, o conhecimento sobre a
situação de uso, ou seja, o contexto no qual eles estão inseridos.
O desenvolvimento adequado das interfaces entre o homem e
o computador, no entanto, se torna uma tarefa complexa devido ao
elemento humano. Pela sua complexidade, o estudo das características
envolvidas em tal interação exige uma abrangência multidisciplinar,
englobando o conhecimento de várias áreas dos fatores humanos, além
da computação. Sua classificação abrange: ciência da computação
(aplicação, projeto e engenharia de interfaces humanas), psicologia
(aplicação de teorias dos processos cognitivos e análise empírica do
comportamento do usuário de computadores), sociologia e antropologia
(interações entre tecnologia, trabalho e organização) e projeto
industrial (produtos interativos).
Devido ao fato da interação homem-computador estudar o
homem e a máquina em comunicação é necessário, ao estudioso da
área, o conhecimento tanto de máquinas como do ser humano.
Pelo lado das máquinas a área requer conhecimento de técnicas de
computação gráfica, sistemas operacionais, linguagens de programação
e ambientes de desenvolvimento.
Pelo lado do ser humano requer conhecimentos de teoria da
comunicação, disciplinas de projeto gráfico e industrial, lingüística,
ciências sociais, psicologia cognitiva e desempenho humano.

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Tecnologia em Análise e Interface
Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

1.3 Considerações sobre a psicologia


cognitiva

A Psicologia Cognitiva é o ramo na psicologia que trata do modo


como os indivíduos percebem, aprendem, lembram e representam
as informações que a realidade fornece. O objetivo da Psicologia
Cognitiva é caracterizar os processos (percepção, atenção, memória,
aprendizado, resolução de problemas) em termos de suas capacidades
e limitações. Os psicólogos cognitivos têm tentado aplicar princípios
psicológicos relevantes ao IHC com a utilização de métodos e modelos
para predição do desempenho humano, desenvolvendo normas e
realizando métodos empíricos para testes (PREECE, 1994).
Preece (1994) afirmou que, durante os anos 60 e 70, o principal
paradigma na Psicologia Cognitiva era caracterizar os seres humanos
como processadores de informação, onde todos os sentidos (visão,
audição, tato, olfato e paladar) eram considerados tipos de informações
que a mente processava. A idéia básica era que a informação entrava
e saía da mente humana através de uma série de estágios de
processamento (LINDSAY & NORMAN, 1977 Apud PREECE, 1994).
Para a fisiologia humana, os nossos sentidos são um meio através
do qual se obtém informação. A informação é gerada por estímulos que
são percebidos através de nossos sentidos. A informação é encaminhada
até o cérebro, onde se inicia o processo cognitivo.
O projeto de sistemas computacionais, de um modo geral, pode
se beneficiar da Psicologia Cognitiva pelos seguintes motivos, conforme
salienta Preece (1994):
• por proporcionar conhecimento sobre o usuário;
• pela identificação e explanação das naturezas e causas dos
problemas que os usuários encontram;
• por proporcionar a modelagem de ferramentas e métodos que
auxiliam na construção de interfaces mais fáceis de usar.

No desenvolvimento de software, a Psicologia Cognitiva pode


contribuir para uma análise mais eficaz sobre o usuário e a sua tarefa,
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Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas

tendo em vista a elaboração de interfaces e ferramentas de interação


mais adaptadas ao usuário e à sua tarefa.
O conhecimento social (derivado da Psicologia Social, Sociologia,
Antropologia, Lingüística e Psicologia) pode auxiliar na melhoria do
projeto de sistemas computacionais pelos seguintes motivos descritos
por (PREECE,1994):
• por prover conhecimento sobre o contexto da lógica de
utilização;
• pela tentativa de gerar satisfação no trabalho, através do uso
de uma interface fácil, consistente e agradável.

Existem algumas áreas de conhecimento relacionadas à psicologia


cognitiva, como: a inteligência humana, a inteligência artificial, a
representação do conhecimento, a construção de conceitos, a atenção,
a percepção visual e auditiva, a linguagem, o reconhecimento de
modelos, o esquecimento e a lembrança, a ciência da computação,
entre outras.
Jean Piaget é um dos principais representantes da psicologia
cognitiva, que ao contrário do que muitos pensam não construiu uma
teoria da aprendizagem, mas uma teoria do desenvolvimento mental
humano. Conforme Piaget a aprendizagem é entendida como o aumento
do conhecimento e apenas ocorre aprendizagem quando o esquema de
assimilação passa pelo processo de acomodação. Em outras palavras,
para que alguém aprenda é preciso que haja uma reconfiguração da
estrutura cognitiva (esquemas de assimilação) do indivíduo, resultando
em novos esquemas de assimilação cognitiva.

1.4 Normas Técnicas

As Normas Técnicas são geradas e aperfeiçoadas refletindo um


processo de padronização. Elas são amplamente utilizadas e têm um
ciclo de vida, pois se tornam superadas ou obsoletas podendo ser
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Tecnologia em Análise e Interface
Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

substituídas por outras ou sendo abandonadas devido a alterações no


contexto tecnológico para o qual foram criadas. Este caráter evolutivo
das normas provoca, uma constante tensão sobre seus usuários que
têm que optar entre normas existentes e as necessidades impostas por
mudanças tecnológicas.
O processo de padronização não é mera reprodução das normas
existentes. Ao contrário, aqueles que geram Normas Técnicas, da
mesma forma que um legislador, trabalham no abstrato, entre o que
é adequado e o que pode vir a ser. Eles devem se basear no existente,
mas devem entender as limitações das normas e procurar soluções
melhores, mais abrangentes e atualizadas. O ser humano convive
com a padronização há milhares de anos e depende dela para a sua
sobrevivência, sem parâmetros para serem seguidos com certeza seria
um caos. Por isso os projetistas se apóiam nas normas técnicas para
tomar decisões (LIMA, 2006).
A norma internacional ISO9241 vem sendo utilizada como
referência para o conceito da “usabilidade”, relacionando-o com
os aspectos ergonômicos, psicológicos, estéticos e de desempenho,
observados na interação homem-computador (DIAS, 2002). Esta norma
está organizada em um conjunto de 17 partes, sob o título geral de
requisitos ergonômicos para o trabalho de escritório com terminais de
vídeo (VDTs) (ISO 9241, 1993). São ilustrados no Quadro1.1 os títulos de
cada parte da norma e serão melhor detalhadas no capítulo 3:

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Interface Tecnologia em Análise e
Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas

Quadro 1.1: A distribuição das partes da ISO 9241


Parte 1: Introdução geral;
Parte 2: Orientações sobre requisitos da tarefa;
Parte 3: Requisitos para apresentação visual;
Parte 4: Requisitos para teclado;
Parte 5: Requisitos posturais e de leiaute para posto de trabalho;
Parte 6: Requisitos para ambiente;
Parte 7: Requisitos para monitores quanto à reflexão;
Parte 8: Requisitos para apresentação de cores;
Parte 9: Requisitos de dispositivos de entrada, que não sejam os teclados;
Parte 10: Princípios de diálogo;
Parte 11: Orientações sobre Usabilidade;
Parte 12: Apresentação da informação;
Parte 13: Orientações ao usuário;
Parte 14: Diálogos por menu;
Parte 15: Diálogos por linguagem de comandos;
Parte 16: Diálogos por manipulação direta;
Parte 17: Diálogos por preenchimento de formulários;

1.5 O uso de Interfaces

Com o crescente uso da tecnologia em ambientes não somente de


trabalho, mas como também em sala de aula, ambiente de suporte à
Educação a Distância, ambiente virtual, realidade artificial e diversão.
Tem feito com que os projetistas de interfaces se preocupem em
atender de forma mais satisfatória os usuários que dela fazem uso, mas
para isso pesquisa tem sido realizada para que se consiga dentro dos
métodos de desenvolvimentos de projetos de interface centrado no
usuário uma melhor forma de identificar o ambiente de contexto em que
será utilizado esse produto, para isso precisamos conhecer a evolução
de IHC os tipos mais usados de Interface homem-computador.

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Tecnologia em Análise e Interface
Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

São quatro os tipos mais comuns de IHC encontrados:

CUI (“Character-based User Interface”)


• São as interfaces fundamentadas em textos e caracteres
alfanuméricos, fazendo uso da metáfora de uma máquina de
escrever.
• Fazem parte das primeiras gerações de interface homem
computador.

Figura 1.2 - Interface da primeira geração.

GUI (“Graphical User Interface”)


• São as interfaces fundamentadas em gráficos e desenhos
conforme a Figura 1.3, fazendo uso de metáforas de mesas de
trabalho, documentos, botões, janelas, etc..
• Fazem parte da quinta geração apresentada por Walker ou da
terceira apresentada por Pressman.

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Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas

Figura 1.3. Interface GUI

PUI (“pen-based user interface”)


• São as interfaces compostas de um monitor em formato de
uma planilha ou bloco de anotações que recebe dados através de uma
espécie de caneta eletrônica.

Figura 1.4 - Imagem de uma tela touchscreen.

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Desenvolvimento de Sistemas Homem Computador

• Tais interfaces fazem uso da metáfora de se escrever ou


desenhar em um papel de maneira manuscrita.

VRUI (“Virtual Reality-based User Interface”)

Educação de Trânsito
Projeto: A Realidade da Educação Virtual - UFSCAR
http://www.dc.ufscar.br/~grv/revir/desenv.html

Figura 1.5 - Realidade virtual.

• São as interfaces fundamentadas no paradigma da realidade


virtual e utilizadas com menor freqüência que as anteriores
por limitação de custos e tecnologia.

Usuários já utilizarão dessas interfaces e muitos não se deram


conta de sua importância no contexto global. A informatização
encontra-se tão integrada ao nosso dia a dia que não podemos mais
imaginar atividades como sacar dinheiro em caixa eletrônico, fazer
compras sem cartão de crédito ou cartão de débito, compras pela
internet entre outras atividades sem o uso de um sistema.

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Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas

1.5.1 A Importância das Interfaces Homem


Computador

Uma interface deve fazer com que o usuário se sinta bem ao


utilizar o sistema e o sistema transmita a ele uma sensação de que é fácil
de ser operado. Deve ter comandos intuitivos e visual caprichado.
No desenvolvimento de um sistema ou adaptação de novos módulos
para um sistema é importante que se siga um padrão de mercado ou
quando possível agregar o máximo de características semelhantes as
de uma interface que o usuário alvo já esteja acostumado.
Um dos pontos importantes na aceitação da interface é a maneira
com que o desenvolvedor irá “driblar” a poluição visual que pode
acabar tornando uma interface muito diferente dos padrões de uma
interface amigável.
Quando um sistema interativo é bem projetado, a dificuldade na
sua operação desaparece, permitindo que o usuário possa se concentrar
em seu trabalho com prazer.

As interfaces homem-computador se justificam da seguinte


maneira:

1) Pesquisas têm mostrado que refazer um projeto de interface


homem-computador pode proporcionar uma substancial
diferença no tempo de aprendizado, na velocidade de
execução, na taxa de erro e na satisfação do usuário.
2) Projetistas da área comercial reconhecem que os sistemas que
são fáceis de serem usados, geram uma margem competitiva
na recuperação da informação, automação de escritório e
computação pessoal.
3) Programadores e equipes de garantia de qualidade estão mais
atentos e cuidadosos com relação aos itens de implementação,
que garantam interfaces de alta qualidade.
4) Gerentes de centros de computação estão trabalhando

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no sentido de desenvolver regras que garantam recursos


de software e hardware que resultem em serviços de alta
qualidade para seus usuários.

Pressman considera que as interfaces bem projetadas vão


adquirindo cada vez mais importância, na medida em que o uso dos
computadores vai aumentando.
Um projeto de interface para usuário significa muito mais do
que projetar telas e ícones agradáveis. É uma área vital. A noção de
conforto, individualmente, é muito mais complexa do que aparenta
ser a princípio e os itens segurança e eficiência são partes importantes
deste contexto.

1.6 Resumo

Neste capítulo podemos conhecer a definição sobre conceitos


relacionados com a interface homem computador, interação e a
importância da relação do usuário com diversos aspectos tecnológicos,
psicologia cognitiva, a padronização internacional e a constante
evolução dos sistemas automatizados que exigem que os usuários
estejam mais atentos a suas ações. Outro ponto abordado é a
importância de elaboração de um bom projeto de interface.

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Homem Computador Desenvolvimento de Sistemas

Exercícios
1) O desenvolvimento do projeto de interface envolve outras áreas do
conhecimento cite três delas.
2) Qual a relação do erro humano no projeto de interface?
3) Porque devemos enquanto programadores, estudar a Interface
humano computador?
4) Exemplifique alguns sistemas automatizados que o ser humano
comum utiliza ou possa vir a utilizar.
5) Qual a diferença entre interface homem-computador e interação
homem-computador?
6) O que você entende por interface?
7) Qual o foco do estudo da IHC?
8) Como surgiu a IHC?
9) Quais são os desafios da IHC?
10) Buscar exemplos de acidentes ou problemas causados por erros na
interação/interface de sistemas computacionais.

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