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E-learning: um estudo de requisitos e best practices tecnológicas

Conference Paper · October 2003

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Sanderson César Macêdo Barbalho Henrique Rozenfeld


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XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

E-learning: um estudo de requisitos e best practices tecnológicas


Felipe Botta Tarallo (EESC-USP) felipebt@sc.usp.br
Henrique Rozenfeld (EESC-USP) roz@sc.usp.br
Sanderson César Macedo Barbalho (EESC-USP) scmb@sc.usp.br

Resumo
A disseminação da Internet e de ferramentas computacionais a ela vinculadas deu novo
fôlego ao conceito de Educação à Distância através de práticas de ensino permitidas pelo
conceito de e-learning. Para a eficácia da utilização do potencial aberto por este novo
conceito é fundamental que se conheçam bem suas ferramentas e sejam equacionados os usos
que dela podem ser feitos. Este trabalho visa apresentar uma lista de requisitos de usuário
relevantes para o projeto de sites de e-learning, assim como as melhores práticas de
atendimento desses requisitos levantadas em sistemas comerciais e as respectivas
ferramentas utilizadas nestes sites. Com isso pretende-se estabelecer diretrizes tecnológicas
para o desenvolvimento de um sistema de e-learning cujo objetivo é o ensino do processo de
desenvolvimento de produtos.
Palavras chave: Aprendizado Eletrônico, Requisitos, Melhores Práticas.

1 Introdução
O grupo de Engenharia Integrada (EI) do Núcleo de Manufatura Avançada (NUMA - EESC -
USP) utiliza modelos do processo de desenvolvimento de produtos como base para a
elaboração de cursos presenciais que utilizam o conceito de cenários de integração
(ROZENFELD, 2003).
Como método educacional, o Cenário de Integração já foi aplicado em diversos cursos de
desenvolvimento de produtos, seja com público acadêmico, seja com profissionais de
empresas, como pode ser visto em Amaral et. all. (1999) e Mundim (2002). Algumas
limitações do método são o alto custo, a grande quantidade de instrutores necessária e a alta
carga horária exigida para sua realização, uma vez que os profissionais de empresa dispõem
de reduzido tempo para a realização de treinamentos (LIMA, 2002).
O trabalho que deu origem ao presente texto é motivado pelas possibilidades abertas pelo
conceito de e-learning quanto à redução das limitações apresentadas pelos cursos que usam o
conceito de cenários de integração. Assim foi constituído o grupo de trabalho “Cenário de
Integração Multimídia” cujo objetivo era desenvolver uma solução que suporte o método
aplicado até então (cenários presenciais), mas que apresente uma maior flexibilidade, com a
possibilidade de realização de cursos à distância com suporte pela Internet, o que, se imagina,
resultará em uma redução de custos dos eventos e uma ampliação de seu alcance
(principalmente entre profissionais de empresas).
Por se tratar de uma solução de software, uma das etapas fundamentais do seu
desenvolvimento é o correto levantamento e identificação de requisitos bem como as
ferramentas que podem ser utilizadas para implementá-lo. Sendo assim, o trabalho agora
relatado foi desenvolvido com o intuito de levantar as necessidades de usuários de produtos
de e-learning e analisar como estes requisitos têm sido atendidos por sites de comprovado
sucesso no mercado, de maneira a estabelecer um conjunto de best practices a serem
consideradas no desenvolvimento da solução.

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2. E-learning
No sentido fundamental da expressão, Ensino a Distância (EAD) é aquele que ocorre quando
o professor, instrutor ou tutor e o aluno estão separados no tempo e/ou no espaço. Para que
possa existir ensino a distância é necessário que ocorra a intervenção de alguma tecnologia. A
primeira tecnologia que permitiu o EAD foi a escrita, e posteriormente, a tecnologia
tipográfica. Recentemente, o uso de computadores e da Internet potencializaram o conceito
pelo uso do correio eletrônico e dos chats que deram maior rapidez à comunicação entre
alunos e destes com os professores, pela possibilidade de que textos sejam enviados com
facilidade a localidades remotas, e etc. (FABRI & CARVALHO, 2002). Além disso, o acesso
a todo o material de um curso pode ser feito de forma não-linear e interativa, usando a
tecnologia de hipertexto (LIMA, 2002).
Segundo Rosenberg (2001) o conceito de e-learning está baseado em três critérios
fundamentais: (1) conexão em rede; (2) disponibilização de conteúdos para o aluno via
computador; e (3) adoção de soluções que vão além dos paradigmas tradicionais de
treinamento. Volpato (1999) cita algumas vantagens propiciadas aos alunos com essa nova
abordagem: a democratização do saber; a determinação da própria rotina de estudos pelo
aluno; a determinação do ritmo de construção do conhecimento pelo aluno; a possibilidade de
atendimento personalizado; a possibilidade de evitar deslocamentos ao local de estudo; e a
possibilidade de aprendizagem na concepção de educação permanente.
Entretanto é comum a bibliografia apontar ineficiências em programas de treinamento
baseados na Internet. Testa (2002) identificou seis fatores críticos de sucesso para programas
de educação à distância (EAD) via Internet, são eles: capacitação e experiência da equipe em
educação à distância; envolvimento dos membros da organização; conhecimento e
preocupação com as características e comportamento do estudante; definição de um projeto
pedagógico baseado na interação e colaboração, respeitando os fatores culturais dos
estudantes; avaliação da infra-estrutura tecnológica e dos softwares, evitando que o foco
permaneça na tecnologia; e realização de parcerias e alianças estratégicas.
3. Desenvolvimento de Software
Segundo Paula (2001) o processo de desenvolvimento de software é um conjunto de passos
parcialmente ordenados, constituídos por atividades, métodos, práticas e transformações,
usados para atingir uma meta. Esta meta geralmente está associada a um ou mais resultados
concretos finais, que são os produtos da execução do processo. O projeto concretiza o
processo.
O desenvolvimento de qualquer tipo de software consiste inicialmente no levantamento e
análise das necessidades dos futuros usuários, criando o conceito do produto a ser
desenvolvido. A partir daí é então realizada a especificação do software, ou seja, o
levantamento e análise dos requisitos aos quais o produto deverá atender (sendo que o grau de
detalhamento destes requisitos pode variar, dependendo da necessidade do projeto). Segundo
Fiorini et al. (2001) definir os requisitos é, em última análise, entender exatamente o que deve
ser feito (sem questionar como deve ser feito) e o que se espera receber como resultado. De
acordo com Thayer (1996), as especificações de requisitos incorretas ou incompletas, são a
maior causa de erros de software.
Além disso, durante o desenvolvimento de qualquer tipo de produto, inclusive quando este
produto é um software, é interessante um estudo das soluções existentes em produtos
similares já disponíveis no mercado. Possibilitando assim uma verificação das práticas
utilizadas garantindo o uso das melhores alternativas dentre as opções (AKAO, 1990). Um
estudo de best practices dentro de um projeto de desenvolvimento de software representa uma

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economia de tempo e de recursos, além de caracterizar um enfoque em atividades de front-end


descritas como um dos diferenciais de produtos de sucesso no mercado (COOPER, 1995).
4. Metodologia
A pesquisa foi iniciada por uma consulta bibliográfica, a qual levou à obtenção de uma tabela
contendo características necessárias em produtos de Ensino à Distância, estabelecidas por
profissionais da área de ciências da computação (FABRI & CARVALHO, 2002). Através da
continuidade do estudo do tema, da análise inicial de alguns sites de ensino disponíveis na
Web, e de algumas entrevistas realizadas com profissionais da área de desenvolvimento de
software (buscando o esclarecimento do processo de levantamento de requisitos) e de ensino
baseado na Internet (buscando as características importantes para soluções de e-learning), a
tabela foi reorganizada. Nesse processo, alguns itens foram reescritos, outros suprimidos e
alguns acrescentados. As características consolidadas neste processo deram origem a
requisitos funcionais de usuários de produtos de e-learning.
A partir desta lista, buscou-se avaliar alguns produtos de e-learning. A seleção dos produtos a
serem avaliados levou em conta principalmente a disponibilidade de acesso e o fato de serem
reconhecidamente eficientes. Foi considerada também a necessidade de se avaliar produtos
que visassem diferentes públicos-alvo, que tratassem de diferentes áreas de ensino e que
possuíssem diferentes estruturas e abordagens.
Assim, cinco produtos de e-learning foram selecionados e avaliados segundo a lista de
requisitos desenvolvida: Produto A – Trata-se de um site que disponibiliza diversos cursos
(sobre aplicativos/programas de informática e inglês para vestibular) on line, o acesso ao
conteúdo completo dos cursos é gratuito; Produto B – Este produto é um site para o ensino
de língua inglesa (desde o nível iniciante até o avançado), sendo parte do conteúdo aberto e
parte restrito para assinantes; Produto C – Trata-se de um portal que visa complementar o
ensino de escolas de nível fundamental e médio (uma instituição de ensino pode se associar ao
site, abrindo o conteúdo e as ferramentas deste aos seus alunos e professores) não havendo
cursos com início, meio e fim formalmente disponibilizados (os alunos podem fazer pesquisas
no site ou realizar estudos sugeridos, divididos por disciplinas); Produto D – Trata-se de um
curso de Gerenciamento de Projetos (Project Management) disponibilizado on line por uma
empresa brasileira de formação profissional, apenas por um determinado período de tempo e
somente para internautas que compraram o direito de acesso (não há conteúdos abertos);
Produto E – Trata-se de um curso de livre acesso de gestão de projetos (Project
Management) disponibilizado on line por uma universidade norte americana.
A avaliação foi realizada por meio da navegação pelos produtos selecionados como se o
avaliador fosse um aluno cursando um determinado tópico oferecido pelo site. Foram
atribuídas notas de 1 a 5 (escala Lickert), de maneira a demonstrar o grau de satisfação do
usuário para cada requisito. De maneira a evitar avaliações tendenciosas, todo o grupo
envolvido no projeto “Cenário de Integração Multimídia” deu notas a cada requisito para
todos os sites. A nota final do site em determinado requisito era a soma das notas atribuídas
por cada avaliador. Os cinco pesquisadores envolvidos no projeto se fizeram representar no
resultado dessa etapa.
A partir desta avaliação, os dados foram reorganizados e criou-se um ranking identificando
qual produto, dentre os avaliados, apresentava o melhor desempenho no cumprimento de cada
requisito estabelecido. De posse destes dados realizou-se, para cada um dos requisitos, um
melhor estudo de cada produto que foi considerado como o melhor dentre os demais de
maneira a extrair as best practices dos requisitos. Quando mais de um produto foi classificado
em primeiro no ranking para um determinado requisito, todos os empatados eram utilizados
como fontes de best practices. Da mesma forma, em algumas situações nas quais o primeiro

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colocado não representava todas as melhores práticas percebidas para um dado requisito, os
pesquisadores optaram por analisar também o site seguinte no ranking construído. Assim
sendo, as best practices não são a descrição de como o melhor site atende um requisito, mas
uma composição de tudo que de melhor existia nos sites analisados com relação àquele
requisito.
Enfim, a lista de best practices foi utilizada para compor uma tabela de requisitos de projeto
através da organização da lista de ferramentas de software que apareceram em cada best
practice para cada requisito.
É importante ressaltar que a avaliação e a análise dos sites selecionados teve início no
segundo semestre de 2002 e perdurou até janeiro de 2003 e também que as máquinas
utilizadas no projeto foram Pentium 3 com link de 100 Mbits disponível no laboratório de
Integração do Grupo EI.
5. Resultados
Através da revisão bibliográfica e do cumprimento dos passos citados anteriormente uma
tabela contendo requisitos de usuários para produtos de e-learning foi estabelecida como o
resultado da primeira parte da pesquisa.
REQUISITOS
Comunicação interativa entre professor e aluno
Interação em tempo real entre os alunos
Disponibilizar conteúdo didático através de diversas mídias
Presença de uma biblioteca do curso
Interface amigável e estrutura de fácil uso
Boa velocidade de acesso ao conteúdo
Realizar o acompanhamento do progresso do aluno
Possibilidade de adaptar o material ao progresso e ao perfil do aluno
Fornecer ao usuário ferramentas para a fácil utilização do produto
Fornecer meios/canais para comunicação/discussão entre os usuários
Inserção on line do usuário no curso
Disponibilizar planos de aula por curso
Fornecer esclarecimentos sobre os termos técnicos do curso em questão
Facilidade para se encontrar um conteúdo específico do curso
Possibilitar ao aluno planejar suas atividades (recados, prazos, datas e etc)
Permitir a realização de pesquisas na Internet
Perfis, identificados pela apresentação do aluno através de dados pessoais
Possibilitar ao aluno realizar anotações a medida que faz o curso
Fonte: (Adaptado de Fabri & Carvalho, 2002)

Quadro 1 – Requisitos de Usuários para Produtos de E-learning

Concluída esta primeira etapa da pesquisa o passo seguinte foi a descrição, para cada
requisito, das best practices identificadas nos produtos analisados. Os textos descritivos das
melhores práticas encontradas podem parecer, algumas vezes, um pouco repetitivos, o que se
deve ao fato de não haver uma unicidade requisito-funcionalidade. Ou seja, é normal que cada
solução adotada pelos produtos integrem alguns requisitos, ou que ela quando integrada a
outras contemple um único requisito, ou ainda que um requisito seja atendido por diversas
soluções que atendem também a outros requisitos. Optou-se por descrever as best practices
em linguagem de usuário de maneira a deixar claro o entendimento de cada requisito e sua
respectiva solução.

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1) Comunicação interativa entre professor e aluno


Esclarecer dúvidas sobre a estrutura ou funcionamento do site/do curso e promover
discussão/esclarecimentos sobre os conteúdos teóricos através de Chats, Fóruns, Fale
Conosco e Ajuda on line.
2) Interação em tempo real entre os alunos
Chats pré-agendados (pelos alunos ou pelos responsáveis pelo site) e chats permanentemente
abertos, agrupados em categorias de interesse.
3) Disponibilizar conteúdo didático através de diversas mídias
Textos intercalados com apresentações gráficas e animações (utilizadas também para
contextualizar o ensino através de uma história/script).
4) Presença de uma biblioteca do curso (contendo material de referência como artigos,
imagens, arquivos de som, vídeo, links, entre outros)
Utilização de conteúdos completos nos tópicos do curso e uma área de conteúdo paralelo mais
aprofundado (associada a uma ferramenta de busca neste conteúdo).
5) Interface amigável e estrutura de fácil uso
Interfaces limpas (utilizando, por exemplo, menus drop-down), auto explicativas e
organizadas em divisões por classes, além de divisão da estrutura em níveis (navegação geral
no site, gerenciamento da área do usuário e navegação no interior de um curso), garantindo
que todos os links sejam facilmente encontrados pelos alunos sempre que procurados por estes
(tudo associado a textos de apoio).
6) Boa velocidade de acesso ao conteúdo
Uso de textos para desenvolver os conteúdos, apenas em pontos estratégicos há inserções de
elementos gráficos e até mesmo animações (com a evidente preocupação em se gerar arquivos
menores, neste sentido é intensa a utilização do Flash da Macromedia).
7) Realizar o acompanhamento do progresso do aluno
Disponibilização de informações como: os cursos que o aluno iniciou (em andamento e
finalizados), suas estatísticas (porcentagem de atividades executadas e o aproveitamento nas
avaliações), e os acessos que realizou ao sistema, sendo todas estas informações facilmente
disponibilizadas ao usuário nas interfaces.
8) Possibilidade de adaptar o material ao progresso e perfil do aluno
Estabelecimento de uma prova inicial, para medir os conhecimentos do aluno e alocá-lo da
melhor maneira possível em algum nível do conteúdo do curso, o qual é tratado de uma
maneira seqüencial, estabelecendo módulos que se diferem pelo nível de conhecimento que
proporcionam (organizando uma ordem sugerida de navegação pelos conteúdos). Também
pôde ser observada a utilização de dois módulos diferentes (desenhados para perfis diferentes
de usuários, com diferentes conhecimentos e propósitos) de um mesmo curso/conteúdo.
9) Fornecer ao usuário ferramentas para fácil utilização do produto (da sua estrutura
e seu conteúdo)
Caracteriza-se pela utilização de ferramentas de esclarecimento do tipo: ajuda on line (chat
entre o usuário e um operador treinado/professor do site), Fale Conosco (disponibilizando um
e-mail para contato), Frequently Asked Questions (FAQs - disponibilizadas dentro dos cursos,
sobre os conteúdos e conhecimentos abordados por estes, e disponibilizadas na área geral do
site, sobre sua estrutura e funcionalidades), textos de ajuda, os quais são apresentados para
diversos tipos de esclarecimentos (por exemplo como acessar as animações) e uso de ícones
padrões (descritos num momento inicial) que orientam a navegação ao longo de todas as
páginas. Além de um bom posicionamento dos links pelas interfaces de maneira que sejam
facilmente encontrados sempre que necessários e somente quando necessários.
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10) Fornecer meios\canais para comunicação\discussão entre os usuários


Utilização de mural, chat, lista de e-mail e fórum, disponibilizados aos usuários, além de na
área geral do site, em pontos estratégicos do conteúdo, sendo estas ferramentas associadas a
um conjunto de dados que permitem caracterizar os usuários de várias maneiras e a uma
ferramenta que possibilita a realização de pesquisas por usuários nestes dados (gerando maior
eficiência nos contatos mediados pelo site).
11) Inserção on-line do usuário no curso
Na página inicial é disponibilizado um link para cadastro de usuários, solicitando NOME,
E_MAIL, LOGIN, SENHA e CONFIRMAÇÃO DE SENHA. (cadastros mais detalhados
solicitam ENDEREÇO, DADOS PESSOAIS e PREFERÊNCIAS).
12) Disponibilizar planos de aula por curso
Modularização dos conteúdos do curso e a divisão dos módulos em tópicos, tudo
disponibilizado numa ordem seqüencial sugerida, estabelecida através de links como um
plano de aula padrão, sendo o todo deste plano de aula disponibilizado em uma mesma tela
(dando ao usuário o esclarecimento do conteúdo global do curso). Apresentação de
informações sobre o curso, como Público Alvo, Pré-Requisitos, Dedicação Estimada, Material
Didático e Avaliação de Conhecimento, permitindo ao usuário um melhor planejamento de
seus estudos.
13) Fornecer esclarecimentos sobre os termos técnicos do curso em questão
Utilização de dicionários on line e de comentários do texto (os quais fornecem
esclarecimentos rígidos, ou seja, não há interatividade) e a possibilidade do usuário utilizar as
ajudas on line, as quais proporcionam explicações mais direcionadas e específicas.
14) Facilidade para se encontrar um conteúdo específico do curso
Uso de interface inicial que já apresente claramente os conteúdos em links divididos em
classes, mapa do site que divide os conteúdos pelo tipo de navegação, como por exemplo
navegação pelo conteúdo do site ou pela área pessoal do login (formando assim um mapa
estruturado) e, por fim, ferramenta de pesquisa, a qual possibilita buscas através de palavras-
chave, com opção de buscas contextualizadas.
15) Possibilitar ao aluno planejar suas atividades (recados, prazos, datas e etc)
Utilização de agendas virtuais, que possibilitam ao usuário anotar compromissos, eventos,
lembretes ou qualquer coisa que lhe interesse, associando a isto uma data e uma breve
descrição do que se trata, permitindo ainda que um usuário cadastre um evento/lembrete e que
este seja disponibilizado na agenda de outros usuários selecionados.
16) Permitir a realização de pesquisas na Internet
Utilização de uma ferramenta de busca que captura resultados em páginas internas e externas
ao site, possibilitando buscas através de palavras-chave (sendo possível optar por buscas
através de todas as palavras, alguma das palavras ou da frase exata), além do estabelecimento
de listas de links selecionados, sendo que cada link possui uma breve descrição acerca do
conteúdo que contém.
17) Perfis, identificados pela apresentação do aluno através de dados pessoais, como
fotografia, experiência profissional, formação acadêmica, e-mail, interesses e etc
Preenchimento de formulários pelos usuários no ato de cadastro, buscando o registro de
características, conhecimentos e preferências pessoais. Através destes dados o site permite
que um usuário faça uma busca (estabelecendo critérios que julgar convenientes) na base de
dados utilizando determinados campos do formulário de cadastro o que, por exemplo, pode
ser usado para formação de grupos de estudo.
18) Possibilitar ao aluno realizar anotações a medida que faz o curso

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Utilização de um Bloco de Anotações virtual, que permite ao usuário inserir qualquer tipo de
texto e editar estes textos sempre que quiser (havendo um bloco de anotações para cada
curso).

Por fim, foi realizado um cruzamento dos requisitos com todas as ferramentas presentes nas
best practices. Seu resultado é apresentado no Quadro 2. Através dele é possível verificar que
a ferramenta “lista de links” é a mais utilizada no conjunto dos requisitos, enquanto o
requisito “fornecer meios/canais de comunicação/discussão entre os usuários” é o que utiliza
maior variedade de ferramentas de sites de e-learning. O item “base de dados” se constitui em
uma tecnologia básica para a construção de sites de e-learning, entretanto optou-se por indicar
requisitos nos quais essa tecnologia assume um caráter mais funcional.
Pode-se verificar ainda que das ferramentas mais comuns da Web, o chat é a que aparece com
maior uso. Em média as ferramentas são usadas em dois dos requisitos, havendo algumas que
por sua especificidade se restringem a atender a um único aspecto, como por exemplo os
“blocos de anotações”.

Controle de progresso

Agenda virtual on line


Pesquisa por usuários
Ferramenta de busca

Bloco de Anotações
Controle de acessos
Animações em flash

Dicionários on line
Menu drop-down

Tutorial do curso
Professor on line

Cadastro on line
Lista de E-mails
Ícones padrões

Base de dados

Plano de aulas
Ajuda on line

Lista de links
Fale conosco

Mapa do site
Formulários
Biblioteca
Fórum

Mural

FAQs
Chat

Requisitos
Comunicação interativa entre professor e aluno x x x x
Interação em tempo real entre os alunos x x
Conteúdo didático através de diversas mídias x x
Presença de uma biblioteca do curso x x x
Interface amigável e estrutura de fácil uso x x x x
Realizar o acompanhamento do progresso do aluno x x
Adaptação do material ao aluno x x x
Fácil utilização do produto x x x x x x
Possibilitar comunicação/discussão entre usuários x x x x x x x x x
Inserção on line do usuário no curso x x x x
Disponibilizar planos de aula por curso x x x
Esclarecimentos sobre os termos técnicos x x x
Facilidade para encontrar conteúdos x x x
Possibilitar ao aluno planejar suas atividades x
Permitir a realização de pesquisas na Internet x x
Perfis de identificação de alunos x x x
Possibilitar ao aluno realizar anotações x

Quadro 2 – Requisitos e Ferramentas para Produtos de E-learning

6. Conclusões e considerações finais


Este artigo buscou elaborar requisitos de usuários para produtos de e-learning de maneira a, a
partir do confronto entre estes requisitos e sites de ensino já existentes no mercado,
estabelecer uma lista com as melhores práticas adotadas por estes. Feitas as avaliações
conclui-se que não existe um produto que apresente melhor atendimento em todos os
requisitos e que todos os produtos apresentam características particulares que os diferenciam
dos demais, sendo assim, a lista das melhores práticas elaborada buscou aglutinar os pontos
fortes de cada produto analisado.
A descrição das melhores práticas, quando confrontada com a tabela de ferramentas de
software baseados na Internet, permite concluir que o que determina uma best practice de
sites de e-learning sob a óptica de um usuário é a forma de usar um determinado conjunto de
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ferramentas. Assim, o foco da análise nas best practices possibilitou verificar que as questões
de ordem “metodológica” ou “organizacional” são, de fato, os principais diferenciais dos
melhores sites em cada requisito. Por outro lado, a lista de ferramentas para cada requisito
permite ao grupo de projeto priorizar aquelas que aparecem de forma mais repetida nas best
practices. O desenvolvimento e a tentativa de integração destas ferramentas se constitui no
foco do esforço do grupo de pesquisadores a partir de então, no seu desenvolvimento tenta-se
ampliá-las e/ou integrá-las de forma a melhorar o cumprimento dos requisitos, principalmente
daqueles pouco cobertos por outras ferramentas como, por exemplo, “Possibilitar ao aluno
realizar anotações a medida que faz o curso” e “Possibilitar ao aluno planejar suas
atividades”.
Enfim, o levantamento das melhores práticas identificadas no cumprimento dos requisitos
estabelecidos caracteriza melhor as oportunidades e limitações do uso de e-learning.
Analisando as melhores soluções encontradas verifica-se que alguns dos requisitos ainda não
são satisfatoriamente atendidos pelas práticas hoje existentes no mercado e portanto estas
ainda podem ser complementadas. Uma vez conhecido todo o potencial que as novas
ferramentas de informática apresentam no desenvolvimento de material multimídia e de
software verifica-se que ainda há um grande caminho a ser percorrido, sendo a capacidade e
velocidade de transmissão de dados via Internet ainda uma importante limitação.
5. Referências Bibliográficas
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Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 19. Anais. Rio de Janeiro: UFRJ/PUC, 1999. 1 CD.
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FABRI, J. A. & CARVALHO, M. M. Utilização do QFD Estendido no Levantamento de Requisitos e Definição
de Critérios de Qualidade Tecnológica no Desenvolvimento de um Ambiente de Gerenciamento de Informações
para Ensino Distância (EAD) In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, 2002, Salvador.
Anais... São Paulo: PGT/USP, 2002.
FIORINI, S. T. ; STAA, A. V. ; BAPTISTA, R. M. Engenharia de Software com CMM. Rio de Janeiro: Editora
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LIMA, R. V. Cenário de integração do processo de desenvolvimento de produtos: uma proposta de treinamento
baseado em tecnologia de educação. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Escola de Engenharia de São
Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. Orientador: Henrique Rozenfeld. 2002.
MUNDIN, A. P. F. Desenvolvimento de produtos e educação corporativa. São Paulo: Ed. Atlas, 2002.
PAULA, W. P. Engenharia de Software – Fundamentos, Métodos e Padrões. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2001.
ROSENBERG, M. J. E-learning: strategies for Delivering Knowledge in the Digital Age. New York: Editora
McGraw-Hill, 2001.
ROZENFELD, H., Mundim, A.P.F., Amaral, D.C., da Silva, S.L., Guerrero, V. and da Horta, L.C. 'Teaching
product development in a corporate education program - a new approach', Int. J. Continuing Engineering
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TESTA, M. G. Fatores críticos de sucesso de programas de educação a distância via Internet. Dissertação
(Mestrado em Administração) – Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
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THAYER, R. H. Software Requirements Engineering: a Tutorial. Second IEEE International Conference on
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VOLPATO, A. Mídia e conhecimento: educação à distância. Disponível em
http://www.intelecto.net/arceloni.htm. 1999.

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