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Ficha 5 – Campo gravítico

1.1 No periélio, a Terra está mais próxima do Sol: o vetor posição do planeta, com origem no Sol, é menor do que no afélio. De
acordo com a Segunda Lei de Kepler, esse vetor «varre» áreas iguais em intervalos de tempo iguais, portanto, quanto menor for o
vetor posição, maior será a velocidade do planeta, ou seja, a velocidade é maior no periélio.
1.2 A distância média da Terra ao Sol, 𝑅, é, aproximadamente, 1 unidade astronómica (ua).
A Terra demora 365,3 dias (período de translação 𝑇) a executar uma translação ao Sol, assim:
2𝜋𝑅 𝑣𝑇 29,8 × 103 m s −1 × 365,3 dia × 24 h dia−1 × 3600 s h−1
𝑣= ⟹𝑅= = = 1,50 × 1011 m.
𝑇 2𝜋 2π
2. Terceira Lei de Kepler, ou Lei dos Períodos: o cubo do semieixo maior da elipse, 𝑅3 , e o quadrado do período, 𝑇 2 , do movimento
𝑅3
do planeta são diretamente proporcionais, ou seja, = constante.
𝑇2
0,38713 0,72333 1,003
Para Mercúrio, = 7,49 × 10−6 ua dia−1 ; para Vénus, = 7,49 × 10−6 ua dia−1 ; para a Terra, = 7,49 ×
88,02 224,72 88,02
1,524 3 𝑟3
10−6 ua dia−1; e para Marte, = 7,50 × 10−6 ua dia−1 . O quociente pode considerar-se constante (a sua variação está
687,02 𝑇2
dentro da incerteza das medidas), o que está de acordo com a Lei dos Períodos.
𝑅J3 𝑅T3 𝑅 3
5,20 3
3. (A). Aplicando a Lei dos Períodos, obtém-se = ⟹ 𝑇J = 𝑇T × √( J ) = 365,3 × √( ) dias.
𝑇J2 𝑇T2 𝑅T 1,00

4. A intensidade da força gravitacional que atua sobre um satélite, de massa 𝑚, com velocidade de módulo 𝑣 numa órbita circular
𝑣2 𝑚 4π2 𝑅2 4π2 𝑅𝑚 𝑅3 𝑅3
de raio 𝑅, é 𝐹 = 𝑚 = × = . Da Terceira Lei de Kepler, = 𝐾, sendo 𝐾 uma constante, segue-se que 𝑇 2 = .
𝑅 𝑅 𝑇2 𝑇2 𝑇2 𝐾
𝑅3 4π2 𝑅𝑚 1
Substituindo 𝑇 2 por na expressão da força gravitacional, obtém-se 𝐹 = 𝑅3
= 4π2 𝑚𝐾 × , ou seja, a força gravitacional,
𝐾 𝑅2
𝐾
exercida num determinado corpo, é proporcional ao inverso do quadrado da distância.
5. A aplicação da Segunda Lei de Newton a um planeta, de massa 𝑚 , que
se move numa órbita circular de raio 𝑟 em torno do Sol, pode escrever-
𝑚S 𝑚
se como 𝐺 = 𝑚𝑎; sendo
𝑟2
4π2 𝑟
a aceleração centrípeta, 𝑎 = 𝜔2 𝑟 = , segue-se que
𝑇2
𝑚S 4π2 𝑟
𝐺 = . Esta última relação pode ser escrita como
𝑟2 𝑇2
𝐺𝑚S
𝑟3 = 𝑇 2 ; assim, o gráfico 𝑟 3 (𝑇 2 ) é uma linha reta de
4π2
𝐺𝑚S
declive .
4π2

O declive é 7,50 × 10−6 ua3 d−2 , nas unidades SI é


7,50 × 10−6 × (1,50 × 1011 )3 m3 (24 × 3600 s)−2 = 3,39 × 1018 m3 s−2 e a massa do Sol é:
4π2 4π2
𝑚S = declive × = 3,39 × 1018 m3 s−2 × = 2,00 × 1030 kg.
𝐺 6,67 × 10−11 N m2 kg −2

6. (D). O módulo da aceleração de um planeta, de massa 𝑚, em órbita circular, de raio 𝑟, em torno do Sol, de massa 𝑚Sol , é:
𝑚Sol 𝑚
𝐹 𝐺 𝑚Sol
𝑟2
𝑎= = =𝐺 .
𝑚 𝑚 𝑟2

Esta expressão mostra que a aceleração é inversamente proporcional ao quadrado da distância:


𝑚Sol
𝐺
𝑎T 𝑟2
T 𝑟S2 9,55 2
= 𝑚 = =( ) .
𝑎S 𝐺 Sol 𝑟T2 1,00
𝑟2
S
1 1
7. (D). A aceleração de um planeta é 𝑎 = 𝐺𝑚Sol 2, portanto, o gráfico de 𝑎 em função de é uma reta de declive 𝐺𝑚Sol .
𝑟 𝑟2
𝑚Sol 𝑣2 𝑚Sol 𝑚Sol
8. (C). Considerando órbitas circulares, 𝑎 = 𝐺 ⟹ =𝐺 ⟹ 𝑣 = √𝐺 (a velocidade orbital depende da massa do Sol,
𝑟2 𝑟 𝑟2 𝑟

𝑚Sol , e do semieixo maior, 𝑟). O período orbital só varia se mudar o valor do semieixo maior, logo, a velocidade depende do
período.
9.1 A aplicação da Segunda Lei de Newton a um planeta, de massa 𝑚, que se move numa órbita circular em torno do Sol pode
𝑚S 𝑚 𝑣2 𝑚S 𝑣2
escrever-se como 𝐺 = 𝑚𝑎; sendo a aceleração centrípeta, 𝑎 = , segue-se que 𝐺 = , donde se obtém o módulo da
𝑟2 𝑟 𝑟2 𝑟
𝑚S
velocidade orbital 𝑣 = √𝐺 .
𝑟

9.2 (D). A relação entre o módulo da velocidade, 𝑣, e o raio, 𝑟, permite escrever 𝑣√𝑟 = √𝐺𝑚S = constante: sendo constante o
produto do módulo da velocidade pela raiz quadrada do raio, segue-se que são inversamente profissionais.
9.3 De acordo com a expressão dada, o produto da velocidade orbital pela raiz quadrada do raio da órbita é constante, o que se
1 1
pode verificar substituindo os valores dados: 47,4 × √0,3871 = 29,5 km ua2 s−1 , 35,0 × √0,7233 = 29,8 km ua2 s−1 ,
1 1
29,8 × √1,000 = 29,8 km ua2 s−1 e 24,1 × √1,524 = = 29,8 km ua2 s−1 .
10. O campo gravítico criado pelo Sol numa determinada posição é igual à aceleração gravítica de um corpo nessa posição: ⃗⃗⃗⃗⃗
G=
𝐹⃗g
= 𝑔⃗.
𝑚
Portanto, a intensidade do campo gravítico do Sol num ponto da órbita da Terra é igual à aceleração centrípeta da Terra no seu
𝑣2 (29,8 × 103 m s −1 )2
movimento orbital: G = 𝑎n = . Utilizando os dados da tabela obtém-se G = = 5,92 × 10−3 N kg −1 .
𝑟 1,50 × 1011 m
𝑀𝑚
𝐹g 𝐺 𝑀
𝑟2
11.1 (B). A aceleração gravítica, 𝑔, à superfície de um planeta de massa 𝑀 e raio 𝑟 é 𝑔 = = = 𝐺 2.
𝑚 𝑚 𝑟
A aceleração à superfície de Marte é
𝑀M 0,107𝑀T 0,107𝑀T (6,37 × 106 )2 6,37 2 𝑀T
𝑔M = 𝐺 = 𝐺 (3,39 = 𝐺 (3,39 × = 0,107 × ( ) 𝐺 2.
𝑟M2 × 106 )2 × 106 )2 𝑟T2 3,39 𝑟T
𝑀M 𝑀T
11.2 Da igualdade das acelerações gravíticas, 𝐺 =𝐺 , segue-se que:
𝑟M2 𝑟T2
𝑀M
𝑟M = √ 𝑟 = √0,107𝑟T = √0,107 × 6,37 × 106 m = 2,08 × 106 m.
𝑀T T

12. (A). Ambos os campos gravíticos, o da Terra e o de Marte, no ponto médio entre os dois planetas, têm a direção que une as
posições da Terra e de Marte, apontando o da Terra para a Terra e o de Marte para Marte. Como a Terra tem maior massa, o seu
campo gravítico naquela posição, equidistante dos dois planetas, é mais intenso do que o de Marte. Conclui-se que o campo
gravítico do sistema aponta para a Terra.
13. A velocidade mínima para a Terra sair do Sistema Solar é a velocidade de escape do campo gravítico do Sol na posição em que a
Terra se encontra:
1 𝑚T 𝑚S 𝑚
𝐸c + 𝐸p = 0 ⟺ 𝐸c = −𝐸p ⟺ 𝑚T 𝑣 2 = 𝐺 ⟹ 𝑣escape = √2𝐺 T .
2 𝑟T-S 𝑟 T-S

A velocidade orbital da Terra obtém-se da Lei Fundamental da Dinâmica:


𝑚T 𝑚S 𝑣2 𝑚
𝐺 2 = 𝑚T ⟹ 𝑣orbital = √𝐺 S .
𝑟T-S 𝑟T-S 𝑟 T-S

Comparando as velocidades conclui-se que 𝑣escape = √2𝑣orbital = √2 × 29,8 km s−1 = 42,1 km s−1 .
𝑀
14. (A). A velocidade de escape é 𝑣 = √2𝐺 (a velocidade aumenta com a massa do planeta, mas essa variação não é linear),
𝑟
2𝐺
donde se obtém 𝑣 2 = 𝑀: o quadrado da velocidade de escape é diretamente proporcional à massa do planeta, portanto, o
𝑟
2𝐺
gráfico 𝑣 2 (𝑀) é uma reta de declive , sendo 𝑟 o raio dos planetas.
𝑟
𝑚M 𝑚S
15.1 A energia potencial do sistema Mercúrio-Sol é 𝐸p = −𝐺 , em que 𝑟M-S é a distância entre Mercúrio e o Sol. Sendo menor
𝑟M-S
essa distância no periélio, a energia potencial gravítica do sistema Mercúrio-Sol é aí maior. Como a energia mecânica, soma da
energia potencial com a energia cinética, se mantém constante, segue-se que a energia cinética de Mercúrio é maior no periélio do
que no afélio, logo, Mercúrio move-se mais rapidamente no periélio.
15.2 O aumento de energia potencial gravítica do periélio para o afélio, relativamente ao módulo dessa energia no periélio, é:
𝑚M 𝑚S 𝑚 𝑚
∆𝐸p −𝐺 −(−𝐺 M S ) 𝑟P 0,307 ua
𝑟A 𝑟P
= 𝑚 𝑚 =− +1=− + 1 = 0,343 = 34,3%.
|𝐸p, P | 𝐺 M S 𝑟A 0,467 ua
𝑟P

16. (C). No periélio, a energia cinética é máxima e volta a ser máxima passado um período, quando o cometa regressa ao periélio.
Do periélio para o afélio a energia potencial aumenta, de um certo valor 𝑥, e a energia cinética diminui desse valor 𝑥, dado que a
força gravítica é conservativa (o oposto sucede no movimento do afélio para o periélio). A energia mecânica do sistema é negativa
(caso contrário, o cometa escaparia à gravidade do Sol), portanto, a energia cinética é, em cada instante, menor do que o módulo
da energia potencial gravítica.

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