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Matheus Schmitt
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Mestrando em Contabilidade pela Universidade Federal de Santa Catarina
Campus Reitor João David Ferreira Lima, s/n - Trindade, Florianópolis - SC, 88040-900
matheuschmitt@hotmail.com
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Histórico Global de Políticas Ambientais
3 DESENHO DA PESQUISA
O ICMS Ecológico foi elencado com intuito de verificar a relação que esta variável
apresenta diante do desenvolvimento dos municípios. É importante considerar que o ICMS
Ecológico é tratado como compensação, do estado aos municípios, diante da dificuldade em
desenvolver atividades econômicas devido a restrição de uso em determinadas áreas.
Os dois modelos utilizados nesta pesquisa utilizaram o IPDM em função da existência
ou não do repasse do ICMS Ecológico e em função do seu valor absoluto. Suas formas
teóricas estão descritas abaixo:
IPDMit = αit + β1REPASSEit + β2PIBit + uit
Equação (1)
Em que:
IPDM: Índice IPARDES de desempenho municipal, o qual varia de 0 a 1, utilizado
com base em intervalo contínuo.
REPASSE: Repasse do ICMS Ecológico com variáveis Dummy 0 e 1, onde 0 se refere
ao município que não possui o ICMS Ecológico e 1 para os que possuem.
PIB: Produto Interno Bruto dividido pela população dos municípios.
Equação (2)
Em que:
IPDM: Índice IPARDES de desempenho municipal, o qual varia de 0 a 1, utilizado
com base em intervalo contínuo.
ICMSECOLOGICO: ICMS Ecológico dos municípios dividido pela população.
PIB: Produto Interno Bruto dividido pela população dos municípios.
A partir dos dados (observações dos munícipios nos anos 2012 a 2014) foi selecionada
a técnica Regressão com Dados em Painel. O painel apresentado foi curto e fortemente
balanceado. Para utilização de testes com dados em painel é necessário definir a forma de
estimação dos parâmetros (efeitos fixos, aleatórios ou ordinary last square - OLS).
Segundo Fávero (2013, p.134), a variável dependente e os regressores “podem
potencialmente variar simultaneamente ao longo do tempo e entre indivíduos. Enquanto a
variação, ao longo do tempo ou para um dado indivíduo, é conhecida por “within variance”, a
variação entre indivíduos é chamada de “between variance”. Assim, o autor assegura a
relevância na distinção entre as variações para a definição do melhor modelo de dados em
painel.
Inicialmente para definir a forma de estimação do painel é investigado as variações
predominantes nos dados obtidos na pesquisa. Em geral as variações maiores encontradas
foram entre os indivíduos, o que suscita o uso do modelo de efeitos aleatórios. Além disto, o
modelo de efeitos fixos pressupõe a variação ao longo do tempo de todas as variáveis, caso
não ocorra, seu efeito seria indiferente ao modelo. Como neste trabalho existe uma variável
dicotômica que não possui variação temporal, o modelo de efeitos fixos foi descartado.
Para definir entre o modelo efeitos aleatórios ou dados agregados (POLS) foi utilizado
o teste lagrange multiplier (LM) de Breush-Pagan, conforme Fávero (2015). A hipótese nula
do teste LM prega que o modelo mais adequado é o POLS. Conforme os resultados obtidos
nos testes, a hipótese nula pode ser rejeitada, indicando a utilização do efeito aleatório.
Na amostra foram encontradas 18 observações discrepantes (outliers) com base na
variável PIB que foram excluídas nos modelos que apresentam 1179 observações. Na análise
estatística foi utilizado o software Stata®, versão 13.
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
A primeira análise realizada com os dados obtidos pela pesquisa foi a estatística
descritiva. Na Tabela 2, foram apresentados média, desvio padrão, mínimo e máximo das
variáveis IPDM, PIB e ICMS Ecológico.
Tabela 2.
Estatísticas descritivas
Variável Média Desvio Padrão Min Max Observações
IPDM overall 0,7091133 0,0620336 0,4660692 0,8810712 N= 1197
between 0,0597822 0,5168669 0,8754828 n= 399
within 0,0167401 0,6371478 0,8051784 T= 3
PIB overall 22297,58 12974,73 7944 220813 N= 1197
between 12388,5 8.433,667 176361 n= 399
within 3889,109 -48604,42 66749,58 T= 3
ICMS overall 57,24011 140,9929 0 1.331,131 N= 600
ECOLOGICO between 137,171 0,0190182 1.155,386 n= 200
within 33,5551 -188,6398 350,1258 T= 3
Nota-se que correlação entre o PIB e o IPDM foi de 44,61% sugerindo uma possível
relação entre as duas variáveis. Já a correlação do ICMS Ecológico com o IPDM e PIB se
apresentou não significativa, o que limita a existência de multicolinearidade entre as variáveis
independentes. Correlações superiores a 70% podem indicar uma forte relação entre as
variáveis, podendo comprometer e gerar vieses na análise estatística.
A próxima análise apresentada nesta pesquisa, Tabela 4, abrange o teste entre as
variáveis Repasse do ICMS Ecológico (independente) e IPDM (dependente). Numa regressão
tem-se por objetivo compreender a relação entre duas ou mais variáveis, a variável
dependente representa o fenômeno que o pesquisador deseja saber, a variável independente
representa fatores explicativos.
Tabela 4.
Regressão em Painel Modelo I
Regressão GLS de efeitos aleatórios Número de observações = 1179
Variável de grupo: ID Número de grupos = 397
R²: within = 0,1434 Obs. por grupo: min = 1
between = 0,3211 média = 3.0
overall = 0,3037 max = 3
corr (u_i, X) = 0 (assumed) Wald chi2(2) = 196,49
Prob > chi2 = 0,0000
(Erro Padrão ajustado para o grupo de 399 em ID)
Erro Padrão
IPDM Coef. Z P>|z| [95% Intervalo Conf.]
Robusto
PIB 0,00000283 0,0000002 14,00 0,000 0,00000243 0,00000322
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Luciana Togueiro de. (1998). Política Ambiental: uma análise econômica.
UNESP 1998. São Paulo, Brasil
MIRANDA, Pâmela Rodriguês. (2013). O ICMS Ecológico como fonte de recurso financeiro
e conservação ambiental para o estado de Mato Grosso: 2002 a 2011. 2013. Dissertação de
Mestrado em Economia, Universidade Federal do Mato Grosso, Mato Grosso, Brasil.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. (1992). Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento. Disponível em:
<http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/rio92.pdf>. Acesso em: 08 de maio de 2017.
RIBEIRO, Maisa de Souza.(1997). Gestão estratégica dos custos ambientais. In: Anais do IV
Congresso Brasileiro de Custos. Belo Horizonte, Minas Gerais. Anais. Belo Horizonte:
Associação Brasileira de Custos, 1997. P. 1-18.
SCAFF, Fernando F.; TUPIASSU, Lise Vieira da Costa. (2005). Direito Tributário Ambiental
- Tributação e Políticas Públicas: O ICMS Ecológico.