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Fitness & Performance Journal

ISSN: 1519-9088
editor@cobrase.org.br
Instituto Crescer com Meta
Brasil

Fontes Domingues, Sabrina; Bouzas Marins, João Carlos


Utilização de recursos ergogênicos e suplementos alimentares por praticantes de musculação em
Belo Horizonte - MG
Fitness & Performance Journal, vol. 6, núm. 4, julio-agosto, 2007, pp. 218-226
Instituto Crescer com Meta
Río de Janeiro, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=75117214002

Como citar este artigo


Número completo
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doi:10.3900/fpj.6.4.218.p EISSN 1676-5133

Utilização de recursos ergogênicos e


suplementos alimentares por praticantes de
musculação em Belo Horizonte - MG

Artigo Original

1
Sabrina Fontes Domingues1 Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Exercício Físico Aplicado à Reabilitação
safontes@uol.com.br Cardíaca e a Grupos Especiais - UGF
João Carlos Bouzas Marins2 2
jcbouzas@ufv.br Departamento de Educação Física - LAPEH - UFV

Domingues SF, Marins JCB. Utilização de recursos ergogênicos e suplementos alimentares por praticantes de musculação em Belo
Horizonte – MG. Fit Perf J. 2007;6(4):218-26.

RESUMO: Este estudo teve como objetivo diagnosticar o consumo de recursos ergogênicos (RE) e suplementos alimentares (SA),
bem como observar a forma como são utilizados e o nível de conhecimento sobre eles. A seleção da amostra foi intencional não-
probabilística. Participaram 200 praticantes de musculação que usam ou já usaram RE ou SA, em 19 academias de Belo Horizonte
- MG, sendo 181 homens (90,5%) e 19 mulheres (9,5%), com predomínio entre 21 e 25 anos (45%). O instrumento utilizado foi
um questionário semi-estruturado com 17 perguntas discursivas e objetivas, referentes ao perfil da amostra. Os resultados mais
expressivos foram: 74% acredita que os RE e os SA podem ser utilizados em certos momentos; 57% segue as recomendações do
fabricante; 37,5% recebeu indicação de amigo ou professor de academia; e 85% já usou ou conhece alguém que fez uso de
anabolizantes. Os 5 produtos mais citados, foram: creatina, anabolizantes, whey protein, albumina e aminoácidos. As maiores
fontes de informação foram: amigos (55%), vendedores (38%), internet (33%) e profissionais de Educação Física (51,5%).
Pode-se concluir que o consumo de RE e SA é freqüente, sem orientação profissional, influenciando o nível de conhecimento sobre
o tema, que não foi adequado.

Palavras-chave: recurso ergogênico, suplemento alimentar, anabolizantes, musculação.

Endereço para correspondência:


Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Educação Física – LAPEH - 36571-000 Viçosa – MG

Data de Recebimento: Março / 2007 Data de Aprovação: Abril / 2007

Copyright© 2007 por Colégio Brasileiro de Atividade Física Saúde e Esporte.

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ABSTRACT RESUMEN

Ergogenic aids and nutritional supplement use among resistance train- Utilización de recursos ergogénicos y suplementos alimentarios por
ing practitioner in Belo Horizonte - MG practicantes de musculación en Belo Horizonte - MG
The objective of the current study was verified the use of ergogenic aids (EA) Este estudio tuvo como objetivo diagnosticar el consumo de recursos ergogêni-
and nutritional supplement (NS) as well as how they are used and the knowledge cos (RE) y suplementos alimentarios (SA), como estos son utilizados y el nivel de
about them among resistance training practitioner (RTP). The sample was inten- conocimiento a respeto del asunto. La selección de la muestra fue intencional no-
tionally selected and experiments were carried out on 200 RTP which consume probabilista. Participaron 200 practicantes de musculación que usan o ya usaron
or have consumed EA or NS among 19 gyms in Belo Horizonte - MG. Among RE o SA, en 19 academias de Belo Horizonte - MG, siendo 181 (90,5%) hombres
then 181 were men (90.5%) and 19 were women (9.5%), aged 21-25 years. y 19 (9,5%) mujeres, con predominio entre 21 y 25 años (45%). El instrumento
Data were collected using a questionnaire with 17 direct and multiple choice utilizado fue un cuestionario semi-estructurado con 17 preguntas discursivas y
questions related to the sample profile. The most expressive results were: 74% objetivas, referentes al perfil de la muestra. Los resultados más expresivos fueron:
believe that EA and NS can be used sometimes, 57% follow the manufacturer 74% creen que los RE y SA pueden ser utilizados en ciertos momentos, 57% siguen
instructions, 37.5% were instructed by friends or fitness instructor, and 85% used las recomendaciones del fabricante, 37,5% recibieron indicación de amigos o
or know somebody who had already used steroids. The 5 most used products profesor de academia y 85% ya usaron o conocen alguien que usó anabolizantes.
were: creatine, steroid, whey protein, albumin and amino acids. Information about Los cinco productos más citados fueron: creatina, anabolizantes, whey protein,
these products was obtained by: friends (55.0%), salesperson (38.0%), internet albúmina y aminoácidos. Las mayores fuentes de información fueron: amigos
(33.0%) and fitness instructors (51.5%). We concluded that the consumption of (55%), vendedores (38%), Internet (33%) y profesionales de Educación Física
EA and NS is frequent, without a professional orientation, influencing in level of (51,5%). Se puede concluir que lo consumo de RE y SA es frecuente y sin una
knowledge on the subject, that was not adjusted. orientación profesional, influenciando el nivel de conocimiento sobre el tema,
que no fue adecuado.
Keywords: ergogenic aids, nutritional supplement, steroids, resistance train- Palabras clave: Recurso ergogénico, suplemento alimentar, anabolizantes,
ing. musculación.

INTRODUÇÃO

De acordo com os levantamentos preliminares realizados, a ainda um grande crescimento do número de usuários desses
Associação Brasileira de Academias estima existir atualmente produtos10.
7.000 academias em todo o País, onde 2,8 milhões de brasileiros
O consumo de suplementos nutricionais ou farmacológicos, sem
realizam seus programas de exercício1.
uma correta prescrição, pode produzir efeitos prejudiciais à saúde
Dentre os serviços disponíveis em uma academia, a comerciali- do consumidor. Esses efeitos podem ser de pequena magnitude
zação de produtos considerados como recursos ergogênicos (RE) e reversíveis, como cãibras e cansaço muscular causado pelo
e suplementos alimentares (SA) representa mais uma alternativa consumo de creatina, principalmente em indivíduos não adequa-
de receita. Entretanto, a orientação prestada aos praticantes de damente hidratados11, ou por outro lado, extremamente graves,
musculação, potenciais consumidores desses produtos de ven- como a acromegalia causada por consumo e produção excessiva
da livre, nem sempre é feita por um nutricionista ou médico, o de hormônio do crescimento (GH), que pode provocar prejuízos
que contribui para um consumo inadequado. Um bom exemplo irreversíveis9. Segundo Rezende12: “Pelo menos 3 adolescentes
dessa questão foi um estudo no qual se constatou que 31% morreram nos últimos meses por uso indevido de anabolizantes,
dos suplementos consumidos por freqüentadores de academias sendo 2 em Minas Gerais. Outros 5 foram internados pelo mesmo
eram indicados por instrutores, professores de Educação Física motivo, mas escaparam da morte”.
ou treinadores2. Nenhum deles possuía habilitação técnico-
Um trabalho de revisão sobre a publicidade de suplementos
profissional para tal procedimento, nem mesmo os professores
nutricionais em revistas selecionadas de saúde e de fisiculturis-
de Educação Física, que são considerados Profissionais de Saúde
mo constatou o potencial de fraude, desperdício financeiro e de
pelo Conselho Nacional de Saúde, sendo essa prática irregular
possível prejuízo, no mercado em expansão para os recursos
e antiética3,4.
ergogênicos. Foram identificadas 89 marcas, 311 produtos e 235
Na busca incessante pelo corpo perfeito ou pela obtenção de ingredientes ímpares, cujo benefício para a saúde, mais freqüen-
melhoria na performance, os freqüentadores de academia, mais temente promovido, era o crescimento muscular. Os ergogênicos
especificamente os praticantes de musculação, têm se submetido mais consumidos foram os aminoácidos não-especificados,
ao consumo de produtos, muitas vezes de forma abusiva, dentre sendo identificados também vários ingredientes incomuns ou
os quais se destacam os RE e os SA, com o intuito de atingir não-identificáveis. Em 22,2% dos produtos, os ingredientes não
objetivos a curto prazo. Isso ocorre porque nem sempre se tem eram listados em seus anúncios. Essa condição pode produzir
cautela e paciência para esperar a evolução natural resultante um doping involuntário9.
do treino e da dieta5.
É fácil observar que praticantes de atividade física em academias,
Há evidências claras dos efeitos deletérios causados pelo uso especificamente musculação, fazem uso indiscriminado de RE e
de esteróides anabólicos androgênicos6,7,8,9, observando-se SA. Contudo, é necessário estabelecer um diagnóstico real sobre

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o assunto em questão, no sentido de contribuir para a ampliação estes (sem limite de idade e restrição quanto ao sexo). Não foi
dessa discussão em uma perspectiva nacional, visto que outros estabelecido um número mínimo de questionários por local de
autores vêm pesquisando esse assunto em diversas cidades bra- coleta de dados.
sileiras, a exemplo dos trabalhos em Cuiabá13, São Paulo14,15,16,
Os avaliados foram informados quanto ao objetivo da pesquisa
Florianópolis10,17, Porto Alegre18 e Curitiba19 .
antes de se disponibilizarem a responder o questionário, o que
Tendo em visto o exposto, o presente estudo teve como objetivo permitia a seleção da amostra, uma vez que apenas os prati-
diagnosticar quais RE e SA são mais consumidos, observando cantes de musculação que consomem ou já consumiram RE ou
como são utilizados e o nível de conhecimento sobre esses pro- SA poderiam participar do presente estudo. Em respeito à priva-
dutos por praticantes de musculação em academias da cidade cidade dos alunos, os questionários não exigiam identificação.
de Belo Horizonte - MG. Uma pasta contendo um mostruário de fôlderes e prospectos de
propaganda de RE e SA (como creatina, whey protein, albumina,
hipercalóricos, barras nutricionais) foi apresentada durante a apli-
MATERIAIS E MÉTODOS
cação do questionário aos avaliados, com o intuito de reconhecer
e identificar os produtos e suas respectivas marcas, para que a
O presente trabalho é um estudo descritivo, quantitativo e qua-
resposta referente a eles no questionário fosse precisa.
litativo, de corte transversal, realizado com uma amostra inten-
cional não-probabilística de 200 praticantes de musculação de A ferramenta estatística utilizada foi o recurso Microsoft Office
algumas academias de Belo Horizonte - MG, durante o mês de Excel 2003. O tratamento estatístico empregado utilizou-se de
fevereiro de 2005. cálculos em termos percentuais do índice de freqüência das res-
postas para posterior representação em forma de tabelas, além
O instrumento utilizado para avaliar os objetivos propostos foi
de uma análise quantitativa dos dados, a fim de obter conclusões
um questionário semi-estruturado, elaborado especificamente
sobre o presente estudo.
para este estudo, com 17 perguntas objetivas e discursivas re-
ferentes ao perfil de pessoas que freqüentam academias e que
consomem ou já consumiram RE ou SA. As questões de múltipla RESULTADOS
escolha permitiam ao avaliado escolher, se necessário, mais de
uma opção para a mesma pergunta. No Anexo I é apresentado A amostra foi constituída por 200 praticantes de musculação,
o questionário utilizado. dos quais 19 (9,5%) eram do sexo feminino e 181 indivíduos
(90,5%) do sexo masculino. O perfil dos avaliados e as carac-
Foram aplicados 200 questionários em 19 academias de Belo
terísticas do treinamento executado por estes estão expostos na
Horizonte - MG, escolhidas de maneira aleatória (dependendo
tabela 1. O nível de conhecimento dos participantes sobre SA e
apenas da autorização do responsável para que os questioná-
RE encontram-se na tabela 2.
rios fossem aplicados), assim como os alunos que responderam

Tabela 1 – Perfil e Características do Treinamento dos Avaliados


faixa etária (anos) 15 a 20 21 a 25 26 a 30 31 a 70
% 22,5 45 21,5 11
nível de escolaridade 1º grau 2º grau 2º grau nível superior nível superior
completo incompleto completo incompleto incompleto
% 1,5 7 21,5 39 31
tempo de prática de Superior a
1a3 3a6 6a9 9 a 12 12 a 36
musculação (meses) 36
% 3 8 7 6,5 24,5 51
freqüência semanal de
2 3 4 5 Superior a 5
treino
% 1,5 16,5 21 42,5 18,5
tempo despendido com a Superior a
30 30 a 45 45 a 60 60 a 90 90 a 120
atividade (minutos) 120
% 0,5 9,5 31,5 40 14,5 4
intensidade do treino (% intenso
leve moderado
1 RM) (acima de
(60 a 70%) (70 a 80%)
85%)
% 1 31,5 67,5
objetivo do treino qualidade de condicionamento físico
estética saúde reabilitação outros
vida geral
% 54 60,5 45 5 38,5 6,5

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DISCUSSÃO quanto ao conhecimento sobre os produtos em foco, devido à maior
possibilidade de acesso a informações acerca do assunto (indepen-
Segundo o fator gênero, foram avaliados 19 indivíduos (9,5%) do dentemente da formação acadêmica). O nível de escolaridade dos
sexo feminino e 181 indivíduos (90,5%) do sexo masculino, o que componentes deste estudo é semelhante ao do trabalho de Santos
revela predominância no consumo de RE e SA por homens, se- & Santos5. Já no estudo realizado por Campos & Capelli21, poderia
melhante a outros estudos20,21. A faixa etária dos avaliados variou se esperar menor nível de conhecimento sobre o tema, visto que
entre 15 e 70 anos; 89% destes se encontram na faixa entre 15 a amostra era formada por alunos de ensino médio (incompleto e
e 30 anos (22,5% entre 15 e 20 anos, 45% entre 21 e 25 anos completo). Contudo, os resultados do presente estudo demonstram
e 21,5% entre 26 e 30 anos). A predominância nesta faixa etária que o nível de escolaridade não foi um fator determinante no conhe-
situa-se bem próxima à encontrada por Campos & Capelli21, 15 a cimento dos participantes sobre RE e SA, uma vez que muitos efeitos
24 anos, Schmitz & Martins10, 19 a 27 anos, e a média de idade promovidos, forma de utilização, orientação correta para o uso, não
apresentada por Santos & Santos5, em torno de 27 anos. era de conhecimento ou foi negligenciado pelo avaliados.

O nível de escolaridade da amostra foi predominantemente de Em relação ao tempo de prática de musculação, houve claro
pessoas com nível superior (sendo 39% incompleto e 31% completo, predomínio de 24,5% entre 1 e 3 anos e 51% há mais de 3 anos,
totalizando 70% dos avaliados). Esse fato criou certa expectativa o que indica um longo tempo desta prática esportiva. Entretanto,

Tabela 2 – Nível de conhecimento sobre Recursos Ergogênicos (RE) e Suplementos Alimentares (SA)

conhecimento
sim não
sobre RE e SA
% 96 4
como obteve revistas congresso
professor de lojas de
informações amigos revistas gerais internet nutricionista médico e jornais e
academia suplementos
científicos simpósios
% 55 51,5 34 33 38 36 16,5 27,5 18
opinião sobre necessário
sem
o consumo de imprescindível em certos
necessidade
RE e SA momentos
% 20 74 6
gel ou
RE e SA mais bebida
creatina anabolizantes Whey Protein albumina aminoácidos maltodextrina vitaminas barra BCAA boro
citados carboidratada
nutricional
% 89 85 83,5 82 78,5 59 57,5 56,5 48,5 44,5 2,5
marcas mais
Probiótica Optimum Midway Integralmédica Universal
citadas
% 55,5 21 17,5 14,5 13,5
seguimento
das orientações sim não
do fabricante
% 57 43
freqüência do
esporadicamente continuamente ciclos
uso de RE e SA
% 30 48 23,5
professor de
quem indicou
academia e/ou nutricionista médico vendedor “ninguém” jornal revista
RE e/ou SA
amigo
% 37,5 32 7,5 12,5 9,5 2 8,5
fatores recomendação
melhorias no alterações influência da sugestão de
motivacionais de médico ou
treinamento estéticas mídia “alguém”
para o uso nutricionista
% 76,5 39 27 3 22,5
já fez uso
ou conhece
alguém sim não
que usou
anabolizantes
% 85 15
conhecimento aumento
alteração agressividade, elevação
sobre efeitos problemas no impotência de pêlos
acnes morte de voz em hiperatividade e da pressão calvice precoce ginecomastia
deletérios dos fígado sexual corporais em
mulheres irritabilidade da arterial
anabolizantes mulheres
% 71 71 70,5 64,5 61 60,5 58,5 58 57,5 57

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esses dados contrastam com os resultados de prevalência obtidos Todavia, 60,5% busca a saúde ao praticar musculação, assim
por outro estudo no qual a maioria dos avaliados estava inserida como a maioria dos avaliados de um estudo de Santos & Santos5.
em um programa de musculação por um tempo compreendido Um total de 45% aponta como objetivo a qualidade de vida. Em
entre 1 e 12 meses21. casos mais específicos, característicos do treinamento de mus-
culação, 65% visam hipertrofia, atingindo valores próximos aos
Em relação à freqüência semanal de treinamento, 1,5% dos avalia-
apresentados por Santos & Santos5: 33% força e 31% resistência.
dos praticam 2 vezes, 16,5% 3 vezes, 21% 4 vezes, 42,5% 5 vezes,
Ainda, foram encontrados 5,5% que justificam a prática de mus-
estando próximo do valor apresentado por Santos & Santos5, e
culação pela reabilitação, o que é comum após um tratamento
18,5% mantinham uma regularidade de mais de 5 vezes. Assim, o
fisioterápico ou indicação de um médico, geralmente ortopedista.
perfil da amostra estudada aponta para freqüentadores assíduos.
Neste caso, deve-se ter cautela para uso de RE ou SA, respeitando
O tempo de treinamento variou entre os participantes: 0,5% dos a prescrição médica ou nutricional, visto que, no momento de
indivíduos realizam o treinamento em até 30 minutos; 9,5% trei- uma reabilitação, o corpo se encontra debilitado.
nam entre 30 e 45 minutos; 31,5%, entre 45 e 60 minutos; 40%,
Já 38,5% dos entrevistados busca condicionamento físico geral,
entre 60 e 90 minutos; 14,5%, entre 90 e 120 minutos; e 4% dos
que é de extrema importância, uma vez que é fator protetor de
entrevistados realizam seu treinamento em mais de 120 minutos.
um conjunto de doenças denominado Síndrome Metabólica,
Considerando a intensidade, a maioria dos alunos (67,5%) con- caracterizado pelo grupamento de fatores de risco cardiovascular,
sidera seu treino desgastante (44,5% classificando como intenso como hipertensão arterial, resistência insulínica, hiperinsuline-
e 23% como muito intenso). Apenas 31,5% classificou como mia, intolerância à glicose ou diabetes melito tipo 2, obesidade
moderado e 1% como leve. Esse resultado indica que a maior central e dislipidemia22. Além disso, 6,5% relacionam a prática
parte do público consumidor de RE e/ou SA tem a característica da musculação a outros objetivos, como hobby, perda de peso,
de treinar durante longo período (superior a 3 anos), com alta fre- fisiculturismo (11 casos) e complementação dos treinos de lutas,
qüência semanal (5 vezes por semana), por tempo relativamente tênis e corridas de fundo.
longo em cada sessão (60 a 90 minutos), e que provavelmente
A soma total das respostas sobre os objetivos da prática de
apresenta elevado gasto energético em decorrência da intensi-
musculação supera 100%, já que os entrevistados podiam mar-
dade relatada. Isso poderia justificar o consumo de SA devido à
car mais de uma opção. Tem-se, na realidade, como objetivo
necessidade imposta pela demanda energética.
principal dos alunos, um enfoque estético paralelo ao de saúde.
O objetivo dos entrevistados, quanto ao enfoque do fator estético, Essa condição gera contradições quando o praticante consome
foi assinalado por 54% dos avaliados, o que pode ser visto com produtos ergogênicos sem, contudo, passar por uma avaliação
certa cautela pelos profissionais de Educação Física. É necessário de sua necessidade por parte de um profissional, ou ainda,
estar atento a uma condição de distúrbio da imagem corporal. devido a uma distorção da imagem corporal, ocorre o consumo
Caso a busca de um corpo esteticamente perfeito seja excessi- de esteróides anabólicos.
va, existe o risco de praticantes de musculação se submeterem
Um percentual significativo dos avaliados (96%) já obteve informa-
a ações prejudiciais à saúde, como o excesso de treinamento
ções sobre recursos ergogênicos, o que pode ser explicado pelo
(overtraining) ou a ingestão inadequada de substâncias ergo-
alto nível de escolaridade da amostra. Os 4% restantes relatam
gênicas, a fim de maximizar os resultados almejados, sem a
não ter obtido informações acerca do assunto, embora façam ou
preocupação com os possíveis danos causados por atitudes
já tenham feito uso de RE e/ou SA. Esse perfil de resposta provavel-
ilícitas e sem orientação.
Tabela 3 – Prevalência do consumo de RE ou SA em diferentes grupos populacionais
percentual de
referência atividade n origem
prevalência
Costa e Rogatto. (2006)13 praticantes de musculação 134 78,3 Cuiabá
praticantes de atividade
Nacif et al. (2006)14 49 22,4 São Paulo
física
São Paulo
Salgado et al. (2006)24 corredores de rua 817 28,3
Belo Horizonte
c. profissional 79,2
Saliba et al. (2006)19 124 Curitiba
c. amador 48,7
94 H 7,5
Carmelita et al. (2005)25 freqüentadores de academia Baixada Fluminense (RJ)
110 M 8,8
23 H
Guerra et al. (2005)26 atletas remadores 52 São Paulo
13 M
Pamplona et al. (2005)17 praticantes de musculação 80 26,2 Florianópolis
33 H
Sanches et al. (2005)15 freqüentadores de academia 29,6 São Paulo
21 M
Presente Estudo praticantes de musculação 200 94 Belo Horizonte
H = homens; M = mulheres; c = corredor

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mente está influenciado pelo tipo de grupo avaliado, caracterizado sidades energéticas do indivíduo, de extrema importância para que
por praticantes de musculação de grande aderência. os resultados do treinamento sejam maximizados. Contudo, é de
competência do nutricionista avaliar a necessidade e a viabilidade
No entanto, apesar de a maior parte dos entrevistados afirmar
do uso de SA. Em relação aos RE farmacológicos, cabe ao médico
já ter tido informações sobre o tema, tem-se como principal
avaliar as necessidades específicas de cada indivíduo.
problema o tipo de fonte destas informações. A maioria das infor-
mações (55%) corresponde à conversa com os amigos e 51,5% Vem sendo cada vez mais comum encontrar registros onde o professor
à orientação de um professor de academia. Estes, em princípio, de Educação Física prescreve o consumo de RE ou SA. São exemplos
não possuem habilitação e conhecimento suficiente para discutir os trabalhos de Pamplona et al. 17, com 33,3%, de Costa & Rogatto13,
o assunto ou para prescrever tais produtos. com 32,3% e, surpreendentemente, de Nacif et al. 14, que chega
a atingir 81,8%, que apontam os Professores como responsáveis
Como fontes mais corriqueiras e de fácil acesso, 34% consulta
pela indicação de consumo destes produtos. Cabe destacar que,
revistas e 33% a internet. Já como fonte direta de conhecimento,
em nenhuma hipótese, o professor de Educação Física deverá estar
38% consulta loja de suplementos para encontrar um produto
prescrevendo dietas, suplementos nutricionais e RE nutricionais ou
capaz de produzir o efeito almejado em curto espaço de tempo.
farmacológicos. Entretanto, este profissional deve ter conhecimento
Apenas 36% procura se informar com um nutricionista, o que é
acerca de seus efeitos positivos ou negativos, tendo em vista que
surpreendente, pois essa seria a procedência mais qualificada
influencia diretamente a questão da prescrição de exercícios.
para aquisição de conhecimento sobre RE e SA, devido à forma-
ção acadêmica desses profissionais. Os 10 suplementos alimentares e recursos ergogênicos mais
citados pelos avaliados são apresentados na tabela 2, coinci-
Uma baixa prevalência de consulta a um nutricionista visando
dindo com alguns produtos mencionados nos estudos de Santos
avaliar a necessidade ou não do consumo de RE ou SA também
& Ferreira20 (apesar de o público deste estudo não se restringir
foi observada em outros estudos13,17, que apontam para uma
aos praticantes de musculação), Campos & Capelli21, Schmitz
prevalência de 13% e 22,2% respectivamente. Esses dados, em
& Martins10 e Santos & Santos5 (ressaltando que neste estudo o
conjunto com os obtidos no presente estudo, reforçam a idéia
público avaliado se refere somente a alunos do curso de Educa-
de que o nutricionista não vem sendo priorizado como agente de
ção Física). Os produtos mais citados, foram: 89% para creatina,
consulta, necessitando esta situação ser modificada.
85% anabolizantes, 83,5% whey protein, 82% albumina, 78,5%
Um valor interessante apresentado foi de 16,5%, referente a aminoácidos, 59% maltodextrina, 57,5% vitaminas, 56,5% gel
informações obtidas ao consultar um médico. Com exceção do ou barra nutricional, 48,5% bebida carboidratada, 44,5% BCAA
nutrólogo (médico especialista em nutrição), a maioria dos médi- e 2,5% boro. Os resultados de elevado consumo de creatina
cos não tem conhecimento suficiente para prescrever dietas e/ou no presente estudo corroboram outros trabalhos que também
suplementos, sendo, portanto a atitude mais correta a procura de apontam a creatina como produto mais consumido13,15.
um nutricionista. Perante o nível de escolaridade dos avaliados,
Os resultados anteriores são surpreendentes, tendo em vista que
27,5% busca informações referentes a RE e SA em revistas e
os dois produtos mais consumidos (creatina e esteróides anabóli-
jornais científicos, e 18% em congressos e simpósios.
cos) estão proibidos de comercialização pela Vigilância Sanitária.
A opinião dos avaliados sobre o consumo de SA e RE associados No caso dos esteróides anabólicos, a autorização é apenas para
ao exercício é um fator indicador do conhecimento sobre a im- consumo terapêutico. Assim, a aquisição por parte de praticantes
portância e a necessidade ou não da utilização destes. Um total de musculação acontece de forma ilegal e seu consumo ocorre
de 20% considera imprescindível o consumo, por acreditar que os sem uma indicação profissional. Os percentuais de consumo
RE e/ou os SA sejam responsáveis ou promissores de “avanços” desses 2 produtos apontam para certa dependência, tornando
no treinamento e que a intensidade do treinamento realmente o discurso de qualidade de vida e melhora da saúde desfocado,
demanda auxílios “extras”, como esses produtos. Apenas 6% em detrimento do distúrbio de imagem corporal.
acredita que o consumo é dispensável, uma vez que a alimenta-
O consumo de maltodextrina, bebidas carboidratadas, gel e bar-
ção adequada às necessidades requeridas pelo treinamento pode
ras energéticas pode ser um meio alternativo para a manutenção
suprir o déficit calórico induzido pela musculação.
da glicemia sangüínea durante o exercício ou recuperação do
Os dois extremos devem ser avaliados com cautela, já que nem glicogênio muscular após o treinamento, devendo cada caso ser
sempre o emprego de RE ou SA é imprescindível, nem, por outro avaliado individualmente. Já o consumo de BCAA e aminoácidos
lado, totalmente prescindível. Na realidade, cada sujeito deve ser de forma indiscriminada pode produzir uma sobrecarga no sistema
avaliado quanto à sua nutrição, estado de saúde, capacidade renal caso o praticante não esteja necessitando desses recursos. Em
física, momento de treinamento, para então tomar uma decisão sujeitos vegetarianos ou de grande desenvolvimento muscular, como
sobre a necessidade de consumo ou não. Por exemplo, é muito fisiculturistas, vem sendo indicado como forma de suplemento. De
provável que um fisiculturista tenha que, em algum momento, qualquer forma, o nutricionista deve fazer o balanço protéico diário,
consumir algum produto. Porém, para um praticante iniciante, a fim de investigar a viabilidade do consumo destes produtos.
é esperado que somente uma alimentação equilibrada já seja
As 5 marcas mais citadas são apresentadas na tabela 2. A maior
suficiente. Ainda sobre a necessidade de consumo de RE e SA,
incidência de respostas desses produtos pode estar associada não
74% dos indivíduos da amostra acredita que o consumo pode ser
somente ao fato de os participantes serem consumidores dessas
necessário em certos momentos, de acordo com a necessidade
marcas, mas também ao maior tempo no mercado (tradição) e
de cada treinamento e individualidade de cada pessoa, sendo
essa uma visão correta. ao marketing e propaganda feitos pelo fabricante.

É indiscutível a relevância dos resultados obtidos através de uma Em relação ao modo de uso desses produtos, 57% da amostra
alimentação balanceada e saudável no equilíbrio das reais neces- segue as recomendações dos fabricantes de RE e SA e 43% não

Fit Perf J, Rio de Janeiro, 6, 4, 223, jul/ago 2007 223


seguem essas recomendações. Muitas vezes, a prescrição pode drogênicos (EAA). Isso pode ser considerado alarmante, quando
ser feita de maneira incorreta, por falta de conhecimento ou pelo se consideram os possíveis efeitos deletérios causados pelo uso
desejo de consumir tais produtos de forma desproporcional, con- crônico destes. Apenas 15% afirma não ter feito ou desconhecer
siderando que, quanto maior o consumo, maior será seu efeito alguém que tenha feito uso de anabolizantes, representando um
ergogênico, maximizando ainda mais os resultados almejados. É valor extremamente baixo em relação a esta população.
interessante destacar que quase metade do grupo avaliado não
O nível de conhecimento dos avaliados sobre os efeitos deletérios
adota, nem mesmo, as recomendações do fabricante, podendo
provocados pelo uso crônico dos anabolizantes foram: 71% re-
haver casos de superdosagem.
ferentes a acnes, 71% a problemas no fígado (exemplo: câncer),
O consumo tem se caracterizado pela auto-prescrição, sem 70,5% à impotência sexual, 64,5% à morte, 61% à alteração de
acompanhamento adequado e sem maiores correlações com a voz em mulheres, 60,5% ao aumento de pêlos faciais e corporais
alimentação ou com a intensidade e freqüência do treinamento, em mulheres, 58,5% à agressividade, hiperatividade e irritabilida-
com 29,5% dos avaliados utilizando os RE e SA de maneira de, 58% à elevação da pressão arterial, 57,5% à calvície precoce
esporádica. Em contrapartida, 47,5% faz uso contínuo, indepen- e 57% ao desenvolvimento de glândula mamária em homens
dente do período de treinamento, consumindo esses produtos (ginecomastia). Observa-se, assim, razoável conhecimento da
de maneira regular, e 23% realizando um “ciclo” de carga de população sobre os efeitos maléficos destas substâncias sobre
manutenção com intervalos, variando com a periodicidade do o organismo. Contudo, isso não é suficiente para impedir o uso
treinamento de musculação, como é o caso da creatina e dos imprudente por esses praticantes de musculação, que continuam
esteróides anabólicos. A periodicidade do consumo de RE e SA a utilizar esses produtos sem a preocupação de possíveis danos,
devem ser relacionadas à alimentação, à intensidade e freqüência até mesmo irreversíveis, à própria saúde.
do treinamento e ao período de treinamento ao qual o indivíduo
No tocante ao consumo de esteróide anabólico (EA), é interes-
está sendo submetido, a fim de que os resultados obtidos sejam
sante destacar o trabalho de Christofoletti et al.27, em que 46,9%
alcançados sem sobrecarregar o organismo e ocasionar efeitos
dos avaliados acreditam que o consumo de EA seja perigoso
deletérios23.
somente em altas dosagens, enquanto para 4,1% não existe
A prevalência do consumo de RE ou SA obtida no presente estudo perigo para a saúde. Isso sinaliza a necessidade de ampliar as
atingiu 94% da amostra, o que significa alta relação entre os campanhas preventivas para o consumo desses produtos em todo
praticantes de musculação. Os valores de prevalência em outros o âmbito de prática de atividade física, sobretudo nas academias
estudos de perfil metodológico semelhante apontam para um e competições esportivas.
comportamento de incidência diferente, segundo o perfil popu-
lacional. A tabela 3 apresenta a prevalência de consumo de RE
CONCLUSÃO
ou SA observada em diferentes estratos populacionais.
De acordo com os fatores motivacionais relacionados à utili- É possível concluir, quanto à utilização de RE e SA em pratican-
zação de RE ou SA, levando os indivíduos a consumirem esses tes de musculação em Belo Horizonte - MG, que o público é
produtos, 76,5% dos avaliados associam o consumo a possíveis eminentemente masculino, na faixa etária entre 21 e 25 anos
melhorias no treinamento, devido às ações ergogênicas relacio- e escolaridade de nível superior, com alta aderência ao trei-
nadas a estes. Um total de 39% relaciona o consumo a possíveis namento de musculação. Os produtos mais consumidos são
alterações estéticas, o que pode ser explicado pela avidez em creatina, EAA, whey protein, albumina e aminoácidos. No que
obter resultados imediatos. E somente 27% justificam o consumo se refere à utilização deles, observou-se que o uso geralmente é
devido a recomendação médica ou nutricional. Este deveria ser contínuo, consumido com o intuito de obter possíveis melhorias
o percentual mais expressivo deste estudo, visto que os RE ou no treinamento.
SA devem ser consumidos apenas quando comprovada real
Quanto ao nível de conhecimento da amostra sobre RE e SA
necessidade e sob orientação dos profissionais supracitados.
foi possível constatar que a restrita procura por profissionais
Apenas 3% consideram a influência da mídia determinante para
qualificados (como nutricionistas ou médicos) para prescrição
o consumo desses produtos. Já 22,5% dos participantes o fazem
e orientação sobre o uso de RE e SA tem sido substituída pela
por sugestão de “alguém”, o que é muito relevante nesta análise,
busca de fontes inseguras, como amigos, vendedores, internet
uma vez que, dependendo do nível de conhecimento e formação
ou até mesmo profissionais de Educação Física, com o objetivo
dos informantes, a credibilidade da recomendação torna-se
de adquirir informações acerca do assunto.
bastante duvidosa e, muitas vezes, prejudicial à saúde.
Tendo em vista o diagnóstico realizado por este estudo, conclui-
Outros estudos que apontam os motivos para o consumo de RE ou
se que um índice significativo da amostra utiliza esses produtos,
SA indicam claramente uma associação entre o consumo desses
muitas vezes consumindo-os sem o conhecimento de sua ação
produtos e a possibilidade de causar melhora de performance,
ergogênica, além dos possíveis efeitos deletérios acarretados pelo
como evidenciado em outros trabalhos com corredores de rua19,23
uso, principalmente no que se refere aos EAA.
e com atletas remadores26. Esse comportamento aponta o interesse
do atleta na melhora rápida e artificial da performance, enquanto O panorama apresentado mostra a importância de campanhas
o foco principal deve ser uma preocupação com o planejamento e de esclarecimento e conscientização, tanto para os praticantes
desenvolvimento do treinamento, dieta e condição psicológica. de musculação quanto para a população em geral, para que
o uso desses produtos ocorra apenas quando um especialista
Um dado interessante indica que 85% admite já ter feito ou
determinar sua real necessidade, realizando uma prescrição
conhecer alguém que já tenha usado esteróides anabólicos an-

224 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 6, 4, 224, jul/ago 2007


adequada, diminuindo assim o risco de comprometimento do 14. Nacif M, Viebig R, Figueiredo F, Serrato E. Avaliação do consumo de suplementos
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ANEXO 1

Questionário sobre utilização de recursos ergogênicos e suple- 5- Você considera seu treinamento:
mentos alimentares por praticantes de musculação
( ) extremamente leve ( ) moderado
( ) muito intenso ( ) leve
1- Dados pessoais ( ) intenso ( ) extremamente intenso
idade: ___________ sexo: ( ) F ( ) M
escolaridade:_________________________ 6- Qual o seu objetivo ao praticar musculação?
( ) estética ( ) hipertrofia ( ) reabilitação
2- Há quanto tempo pratica musculação de maneira regular? ( ) saúde ( ) força ( ) condicionamento físico geral
( ) qualidade de vida ( ) resistência
( ) até 1 mês ( ) entre 3-6 meses ( )outros: __________________
( ) entre 9-12 meses ( ) entre 1–3 meses
( ) entre 6-9 meses ( ) entre 1-3 anos
( ) mais de 3 anos 7- Você já obteve alguma informação sobre recursos
ergogênicos?
3- Quantos dias da semana você pratica musculação? ( ) Sim ( ) Não
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes Em caso afirmativo:
( ) 5 vezes ( ) mais de 5 vezes
Onde você adquire informações sobre esses tipos de produtos?
( ) revistas ( ) loja de suplementos ( ) médico
4- Quanto tempo dura seu treinamento?
( ) internet ( ) nutricionista
( ) até 30 min ( ) entre 45-60 min ( ) revistas ou jornais científicos
( ) entre min 90-120 min ( ) entre 30-45 min ( ) conversando com amigos ( ) professor de academia
( ) entre 60-90 min ( ) mais de 120 min ( ) congressos, simpósios, etc.

Fit Perf J, Rio de Janeiro, 6, 4, 225, jul/ago 2007 225


8- O que você acha sobre o consumo de suplementos nutricionais 13- Quem indicou?
e recursos ergogênicos associados ao exercício?
( ) Vendedor ( ) Médico
( ) é imprescindível o consumo ( ) Amigos ( ) Jornal
( ) podem ser consumidos em certos momentos ( ) TV ( ) Professor de academia
( ) não é necessário o consumo ( ) Nutricionista ( ) Ninguém
( ) Revistas

9- Você já fez ou conhece alguém que tenha feito uso de algum


recurso ergogênico ou suplemento alimentar? 14- O que o levou a utilizá-los?

( ) Sim ( ) Não ( ) recomendação nutricional ou médica


( ) possíveis melhoras no treinamento
Em caso afirmativo:
( ) influência da mídia e propagandas
Quais: ( ) possíveis alterações estéticas
( ) sugestão de alguém
( ) Albumina ( ) Carnitina
( ) Glutamina ( ) Piruvato
( ) Aminoácidos ( ) Creatina
outros: ________________________________________________
( ) Hiperprotéicos ( ) Pólen de abelha ______________________________________________________
( ) Anabolizantes ( ) Coenzima Q10 _____________________________________________________
( ) HMB ( ) TCM
( ) Mega mass ( ) Cromo
( ) Inosina e colina ( ) Vanádio 15- Que resultados você obteve ao utilizá-los?
( ) BCAA ( ) Whey protein
( ) Maltodextrina ( ) Vitaminas ______________________________________________________
( ) Boro ( ) Glicerol ______________________________________________________
( ) Bebida carboidratada ( ) Gel ou Barra nutricional ______________________________________________________
______________________________________________________
Outros: ___________________________________________ _____________________________________________________
___________________________________________________
__________________________________________________
16- Você já fez ou conhece alguém que tenha feito uso de
___________
anabolizantes (EAA - esteróides anabólicos androgênicos)?
Se possível especifique o nome comercial e\ou fabricante: ___
( ) Sim ( ) Não
_____________________________________________________
_____________________________________________________
__________________________________________________ 17- Conhece algum dos efeitos deletérios causados pelo uso
crônico destes?
Caso você faça o consumo de qualquer produto relacionado
anteriormente, responda as seguintes perguntas: ( ) acnes
( ) problemas no fígado (câncer)
( ) morte
10- Segue as recomendações do fabricante? ( ) alteração da voz em mulheres
( ) Sim ( ) Não ( ) impotência
( ) deformação física permanente
Especifique: ( ) calvície precoce
Exemplo: ( ) crescimento de tecidos anormais
( ) hipertrofia do clitóris
- a dose diária total: _______________________ creatina 25 g ( ) malformações fetais durante a gravidez
- cada dose: ______________________________ 5 g ( ) debilitação psicológica
( ) aumento do colesterol “ruim” ( LDL – C)
- n° de doses diárias: _______________________ 5 doses ( ) parada do crescimento
- freqüência semanal: ______________________ 5 dias ( ) redução do colesterol “bom” ( HDL – C)
( ) irregularidades menstruais
( ) redução do tecido mamário em mulheres
11- Geralmente o consumo ocorre: ( ) diminuição do número de espermatozóides
( ) agressividade, hiperatividade e irritabilidade
( ) antes do treinamento ( ) durante o treinamento ( ) hipertrofia da próstata causadora de câncer
( ) depois do treinamento ( ) antes de uma refeição ( ) redução da concentração de testosterona endógena
( ) durante uma refeição ( ) depois de uma refeição ( ) aumento de pêlos faciais e corporais em mulheres
( ) desenvolvimento de glândulas mamárias em homens
12- Quanto ao uso: ( ) elevação da pressão arterial acarretando em problemas
cardíacos (hipertensão e infarto do miocárdio)
( ) esporádico ( ) contínuo ( ) doenças infecciosas como hepatite B e HIV causados pela
( ) carga de manutenção com intervalos adulteração e má administração da droga

226 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 6, 4, 226, jul/ago 2007

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