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ARTIGO ORIGINAL

Relação entre o consumo de carboidratos e a percepção de desempenho


físico em praticantes de musculação.
Relationship between carbohydrate consumption and the perception of
physical performance in bodybuilding people.
Ana Beatriz Soares de Sousa*
Maria Vitória Nunes Teixeira**
Luiza Marly Freitas de Carvalho***
Keila Cristiane Batista Bezerra ****
*Discente do Curso Bacharelado em Nutrição pelo Centro Universitário Santo
Agostinho – UNIFSA, Teresina, Piauí, Brasil.
**Discente do Curso Bacharelado em Nutrição pelo Centro Universitário Santo
Agostinho – UNIFSA, Teresina, Piauí, Brasil.
***Mestre em Alimentos e Nutrição pela Universidade Federal do Piauí, Brasil
(2012) Professora titular do Centro Universitário Santo Agostinho– UNIFSA,
Teresina, Piauí, Brasil.
****Mestre em Alimentos e Nutrição pela Universidade Federal do Piauí, Brasil
(2013) Professora titular do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA,
Teresina, Piauí, Brasil.
Correspondência:

Keila Cristiane Batista Bezerra, Centro Universitário Santo Agostinho-UNIFSA,


665, (86) 9 9960-7420.

Ana Beatriz Soares de Sousa, e-mail/Orcid: anabeasoares5690@gmail.com/


https://orcid.org/0009-0007-8664-2176.

Resumo
Introdução: A alimentação adequada e equilibrada é um fator de suma
importância para a obtenção de bons resultados na musculação, pois ajuda a
melhorar o desempenho físico, na diminuição da fadiga muscular e na
manutenção da massa magra, sendo perceptível a frequente busca das
pessoas pela musculação e por uma alimentação equilibrada. Objetivo:
investigar o consumo de carboidratos no desempenho físico de praticantes de
musculação a partir da sua percepção. Metodologia: O estudo foi transversal de
caráter descritivo e quantitativo, e aconteceu em uma sala da academia.
Durante a coleta de dados os praticantes de musculação foram codificados em
3 dígitos aleatórios, afim de manter o total sigilo, assim, a coleta de dados dos
grupos estudados ocorreu a partir de questionários aplicados. Resultados: A
linha de base da pesquisa foi uma amostra de 60 praticantes de musculação
coletados até o presente momento, em relação a quantidade de matriculados
em uma academia da zona sul de Teresina-PI, que variaram a idade entre 18 a
50 anos. Conclusão: É essencial o estudo e a análise do perfil nutricional dos
praticantes de musculação, principalmente para trazer estratégias e
comprovações cientificas para melhoria da qualidade nutricional dos indivíduos
que praticam musculação.

Palavras-chave: exercício resistido, musculação, carboidratos, índice


glicêmico, desempenho físico.

Abstract
Introduction: Adequate and balanced nutrition is a factor of paramount
importance for obtaining good results in bodybuilding, as it helps to improve
physical performance, decrease muscle fatigue and maintain lean mass, being
noticeable the frequent search of people for muscles and a balanced diet.
Objective: to investigate the consumption of carbohydrates in the physical
performance of bodybuilders from their perception. Methodology: The study was
cross-sectional, descriptive and quantitative, and took place in a gym room.
During data collection, bodybuilders were coded in 3 random digits, in order to
maintain complete secrecy, thus, data collection of the studied groups occurred
from applied attempts. Results: The baseline of the research was a sample of
60 bodybuilders collected so far, in relation to the number of people enrolled in
a gym in the south of Teresina-PI, who ranged in age from 18 to 50 years.
Conclusion: It is essential to study and analyze the nutritional profile of
bodybuilders, mainly to bring strategies and scientific evidence to improve the
nutritional quality of individuals who practice bodybuilding.

Keywords: resistance exercise, bodybuilding, carbohydrates, glycemic index,


physical performance.

Introdução

No cenário atual é notório o aumento da insatisfação corporal influenciada pela


mídia e pelos padrões de beleza proposto pela sociedade, sendo visto, uma
percepção corporal negativa pelas pessoas por não possuírem um corpo
magro ou musculoso idealizado pela sócio cultura [١], dessa forma, essa
insatisfação pode desencadear alterações no consumo alimentar para controlar
e diminuir o peso corporal, muitas vezes, sendo feita de modo inapropriado por
uma restrição alimentar exagerada, ocasionando um consumo inadequado de
macronutrientes que são importantes para obtenção de energia e manutenção
da saúde [٢].
O consumo alimentar dos macronutrientes deve ser de modo equilibrado e
adequado para alcançar os objetivos desejados, os carboidratos estão inclusos
nesses macronutrientes, sendo formado por carbono (C), hidrogênio (H) e
Oxigênio (O), também conhecido pela bioquímica como hidrato de carbono, é
responsável pelo fornecimento de energia, armazenamento energético e
estruturação celular das plantas, podem ser classificados de acordo com o seu
tamanho e complexidade, como monossacarídeos (açúcares simples),
oligossacarídeos e polissacarídeos, o seu consumo varia individualmente,
sendo feito a recomendação de 55 a 60% do valor energético total do indivíduo,
é necessário o consumo de um alimento rico em carboidratos antes do treino
para a manutenção da glicose sanguínea [٣].
Nesse sentido, destaca-se o consumo dos carboidratos como ótima fonte de
energia para o treino, sendo assim, tem-se uma nova estratégia para colocar
na prática clínica: índice glicêmico (IG) dos alimentos, pois o tipo de carboidrato
e a sua fase de ingestão irão influenciar diretamente na reposição do estoque
de glicogênio, visto que a redução significativa na concentração de glicogênio
muscular resulta em fadiga muscular e por consequência a redução do
desempenho de praticantes de treinamento de força [٤].
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte – SBME, para
se obter um bom desempenho durante os treinos a alimentação deve ser da
seguinte forma: a refeição antes do exercício físico necessitará ser constituída
por baixo teor de gorduras, fibras e de alimentos ricos em proteína. Contudo,
terá que apresentar elevado teor de carboidratos a fim de potencializar a
conservação da glicose sanguínea e elevar também as reservas de glicogênio
muscular. Sendo assim, quanto mais intenso for o treino, maior será a
dependência no que se refere aos carboidratos como “combustíveis”. No pré
treino o mais apropriado é consumir alimentos de baixo a moderado índice
glicêmico (batata doce, inhame, pão integral, maçã, entre outros), já que não
deve acontecer um aumento repentino da glicose sanguínea minutos antes de
começar o treino. Já nos pós treino, é ótimo consumir alimentos de alto índice
glicêmico (milho, aveia, pão francês, pipoca, entre outros), para impedir a ação
dos hormônios presentes na corrente sanguínea (Glucagon e Cortisol), como
também ativar a produção de insulina e assim repor os estoques de
carboidratos encontrados no fígado e nos músculos, e o glicogênio com sua
função de levar o músculo ao processo de regeneração muscular [٥].
Diante do exposto, para atingir bons resultados em relação a performance
corporal é preciso estratégias comprovadas pela nutrição esportiva, sendo
assim, é de suma importância o estudo sobre o efeito dos carboidratos antes e
após o exercício físico, portanto o objetivo desse trabalho foi investigar o
consumo de carboidratos no desempenho físico de praticantes de musculação.

Metodologia

Trata-se de um estudo transversal, de caráter descritivo e quantitativo, em um


público alvo adulto de ambos os sexos, com critérios de inclusão de maiores de
18 anos até 50 anos de idade e exclusão de menores de idade, mulheres
grávidas, idosos e diabéticos, a coleta de dados foi realizada de março a maio
de 2023, em uma academia da zona sul de Teresina-PI, alternando entre os
turnos manhã, tarde e noite, de segunda a sexta, utilizando questionário de
avaliação nutricional, incluindo dados pessoais e antropométricos, recordatório
de 24 horas para analisar o comportamento alimentar, como também a
quantidade e qualidade de carboidratos consumidos pelos praticantes, além
disso, para complementar a precisão do recordatório era transmitido em
imagem os tipos de medidas caseiras, a escala de Borg [٦] para obter a
percepção do rendimento e treino feito por aquele grupo juntamente com o
questionário internacional de educação física adaptado (IPAQ) [٧] , os dados
antropométricos dos participantes foram aferidos através da avaliação física
pelas pesquisadoras, juntamente com profissional de educação física da
própria academia.
A definição da amostra foi dada com o primeiro passo da informação do
número de matriculados na academia, no qual possuem um total de 648
praticantes de musculação devidamente matriculados. A definição da amostra
objetiva estabelecer um quantitativo mínimo e proporcional de indivíduos cujas
informações foram coletadas, de modo que a amostra selecionada seja
representativa da população pesquisada. A fórmula estatística [8] escolhida
para definição da amostra foi para grandes populações e demonstrada a
seguir:

Neste caso, Z é o grau de confiança em desvios padrões; e é a margem de


erro escolhida; N0 é o tamanho da amostra. O nível de confiança, que
normalmente varia de 90% a 99%, determina em desvios padrões o intervalo
de resultados possíveis dentro de uma amostra, onde quanto maior o grau de
confiança, maior o intervalo de resultados possíveis.
Já a margem de erro é o índice que define a máxima de erros dos resultados
de uma pesquisa relacionado com amostra selecionada, sendo que a margem
de erro inversamente proporcional ao tamanho da amostra. Para este estudo, o
valor obtido de N0 foi aplicado em outra fórmula, que calcula o valor da
amostra para populações menores, de acordo com [14].

Nesta fórmula, n é o valor da amostra e N é o valor total da população.


Considerando que N seja 648 (praticantes de musculação matriculados) e Z =
1,96 (grau de confiança de 95%), obtém-se o seguinte valor de amostra para a
margem de erro de 5%, respectivamente o tamanho da amostra n é de 241
(amostragem geral), até o presente momento foi coletado os dados de 60
participantes.
Dessa forma, o projeto foi cadastrado na Plataforma Brasil e, em seguida, pelo
fato de ser uma pesquisa que fez um trabalho com seres humanos, o mesmo
foi encaminhado à avaliação do Comitê de Ética em pesquisa CEP da UNIFSA,
e só teve início após a aprovação do CEP-UNIFSA (Número do Parecer:
5.861.207). Os participantes não foram obrigados a colaborar com o estudo,
ficando assim livres para contribuir com o mesmo. Todavia se concordarem
tinham esclarecimentos sobre o trabalho em questão e assinavam o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido –TCLE, de acordo com a Resolução n. 466,
de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, o qual terá
resguardada suas informações prestadas em total sigilo, não sendo expostos e
nem causando nenhum prejuízo aos mesmos, e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum
dado que possa identificá-lo (a). Este estudo apresenta riscos mínimos para os
participantes, contudo transitórios, ou seja, o risco que o participante poderá
correr será semelhante aquele sentido num exame físico ou psicológico de
rotina. Assim, no que refere a esses riscos, que englobam possíveis riscos
físicos: o desconforto no momento da avaliação física ao aferir os dados
antropométricos e riscos psicológicos: modificação das emoções e
consequentemente estresse, causados possivelmente por constrangimento,
vergonha ao aferir os dados antropométricos e inquérito alimentar, no intuito
de prevenir, reduzir e minimizar tais riscos, terá o cuidado prévio quanto à
definição de um local adequado, que contemple um ambiente confortável
e agradável, permitindo inclusive privacidade (sala da academia, com todo
conforto necessário para o bom desempenho da pesquisa).
Durante a coleta de dados os praticantes de musculação foram codificados em
3 dígitos aleatórios para manter o total sigilo, em seguida questionados sobre
os seus dados pessoais, o comportamento alimentar e o nível de atividade
física. Sendo feita a obtenção dos dados pessoais e antropométricos através
do questionário de avaliação nutricional, criado pelas próprias pesquisadoras,
sendo composto por: idade, sexo, telefone, peso atual, número da percepção
de esforço (dado informado pelo praticante mediante a análise da escala de
Borg), e dobras cutâneas (tríceps, bíceps, subescapular, suprailíaca,) que
foram aferidas pelas pesquisadoras juntamente com o profissional de educação
física da academia, também foram feitas 3 perguntas sobre o praticante gostar
de doces, refrigerantes, fast food e a sua frequência de consumo, a apuração
da percepção da performance física do grupo estudado, foi realizada com o uso
da Escala de Borg modificada, o praticante então classificou o seu rendimento
pela pontuação de 0 a 10, referente ao esforço entre repouso e exaustivo em
conjunto com o Questionário Internacional de Educação Física Adaptado –
IPAQ, contendo 5 perguntas relacionadas ao treino do praticante, abordando
perguntas sobre a classificação do treino- leve, moderada e vigorosa-,
frequência, duração e o tempo de descanso desse treino, a investigação do
comportamento alimentar foi efetuada com o recordatório de 24 h, composto
pelo horário da refeição, o alimento ingerido, medida caseira e quantidade,
assim contemplou a quantidade e a qualidade de carboidratos ingeridos pelos
mesmos, facilitando o preenchimento pelos praticantes e assim obtendo os
dados fidedignos, como também houve orientações para o preenchimento do
recordatório de 24 h.
A técnica utilizada para aferir as dobras cutâneas da pesquisa ,foi segundo
Lanpop 2006, e aconteceu da seguinte forma, com a dobra do tríceps: a região
a ser medida livre de roupas, o indivíduo ereto com os braços relaxados ao
lado do corpo, o avaliador posicionado atrás do indivíduo, com o braço
flexionado em 90º, marcou o ponto médio entre o acrômio e o olecrano para
formar a linha horizontal, e a vertical na face posterior do braço, com o braço
relaxado e pinçando a dobra verticalmente na face posterior do braço, 1 cm
acima do ponto marcado, destacando a dobra cutânea, colocando o polegar e
o indicador da mão esquerda a uma distância de 6 a 8 cm, segurando
firmemente a dobra cutânea entre o polegar e o indicador, o adipômetro
sempre na mão direita, com as hastes do adipômetro perpendiculares à dobra,
na altura do ponto médio e abaixo dos dedos que mantêm o pinçamento,
soltando a pressão das hastes lentamente, mantendo a dobra pressionada
enquanto a medida foi realizada, a leitura 2 a 3 segundos após a pressão ter
sido aplicada, mantendo o pinçamento da dobra, afastando as hastes do
adipômetro para removê-lo do local, em seguida, afrouxando os dedos,
desfazendo a dobra, foi fechado as hastes do adipômetro, e anotado o valor
obtido. Já a técnica para dobra cutânea bicipital, foi aferida com o avaliador
posicionado na frente do indivíduo, marcando o ponto anatômico com a linha
horizontal na altura do ponto médio e a linha vertical na face anterior do braço,
realizando o pinçamento verticalmente na face anterior do braço, em cima do
ventre do bíceps, 1 cm acima do ponto médio, destacando a dobra cutânea,
colocando o polegar e o indicador da mão.
Técnica utilizada para dobra cutânea subescapular: apalpar a escápula direita
para localizar seu ângulo inferior com o braço colocado para trás, marcando 2
cm abaixo do ângulo inferior da escápula (1 dedo) seguindo a linha natural da
escápula e outra linha formando o ângulo de 45º em relação ao eixo
longitudinal do corpo, o pinçamento da dobra foi feito obliquamente a partir da
referência anatômica em ângulo de 45º, destacando a dobra cutânea,
colocando o polegar e o indicador da mão esquerda ,segurando firmemente a
dobra cutânea entre o polegar e o indicador da mão esquerda e assim foi
obtido o valor. Técnica utilizada para dobra cutânea suprailíaca: localizando a
crista ilíaca do lado direito e apalpar o ilíaco até encontrar a região mais
elevada, e foi marcado o ponto de medida aproximadamente 3 cm acima da
crista ilíaca alinhado com o eixo axilar e acompanhando o sentido da crista
ilíaca, destacando a dobra cutânea, colocando o polegar e o indicador da mão
esquerda, o adipômetro na mão direita, com as hastes do adipômetro
perpendiculares à dobra, cerca de 1 cm do pinçamento do lado direito da
dobra, mantendo a dobra pressionada enquanto a medida foi realizada.
Para aferir o peso, foi utilizado uma balança devidamente calibrada, de
plataforma ou eletrônica, o participante da pesquisa sempre descalço e com o
mínimo de acessórios e roupas possíveis, de preferência leves, para então ser
posicionado em pé no centro da balança, com o peso distribuído igualmente
em ambos os pés, as pesquisadoras posicionadas em frente à escala e a
medida foi aferida e registrada com exatidão [9].
Para análise dos dados antropométricos teve como base as tabelas de
classificação de gordura corporal para homens e para mulheres [10] que os
classifica em excelente, bom, dentro da média, regular, alto percentual [11], é
preciso o cálculo do percentual de massa gorda, sendo assim, utilizado
primeiro pelo uso da fórmula da densidade corporal para homens e para
mulheres [11]e em seguida pela a equação para conversão dos valores de
densidade corporal em massa gorda(MG) em quilograma [12], deverá
transformar o valor em porcentagem de massa magra (%MG) por regra de
três, dessa forma, a partir do resultado é possível relacionar o estado
nutricional do praticante com o consumo de carboidratos, principalmente com a
qualidade.
Resultados e discussão

A linha de base da pesquisa foi uma amostra total composta de 241 praticantes
de musculação em relação a quantidade de matriculados em uma academia da
zona sul de Teresina-PI, porém foram excluídos através do critério de exclusão
de idade 8 participantes, assim, foi realizada a coleta até o presente momento
em 60 praticantes de musculação, que variaram a idade entre 18 a 50 anos,
sendo composto por 32 mulheres e 28 homens, variando entre uma soma de
idade de 26,6 anos representado pelo sexo feminino e 25,89 representado pelo
sexo masculino, sendo assim representado na figura 1.

Gráfico 1 - Soma de idade por sexo dos praticantes de musculação.

Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

O estudo também revelou a soma de dias de treino por duração dessa


atividade física dos praticantes em questão, observou-se que a maioria dos
participantes treinam 6 dias na semana, apresentando variação entre 02 horas
e 30 minutos e 01 hora e 20 minutos, como mostra abaixo na figura 2.

Gráfico 2- Soma de dias de treino por duração da prática de musculação.

Soma de dias de treino por duraçã o


7

0
m 0m 0m 1h 0m 0m 5m 0m 0m om 0m 2h 0m 0m 0m 0m m m
10 2 3 0 0 1 1 2 3 2 3 0 0 3 0 2 50 60
1
h
1
h
1
h
0 1h 01h 01h 01h 1h2 01h 01h 0 2h 02h 1h 1h
0 0 0 0
Fonte: Dados da pesquisa,2023.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação a
duração do treino é que um adulto deve praticar para manter-se saudável, por
semana, de 150 a 300 minutos (em média 02 horas e 50 minutos a 05 horas)
de atividade física moderada ou 75 a 150 minutos de exercícios intensos, não
garantindo a hipertrofia.
Sobre a avaliação do tempo de descanso utilizado entre as séries da prática de
musculação, foi demonstrado que 25 pessoas utilizam 60 segundos de
descanso entre as séries, como expõe a figura 3. [13] Simão (2006)
correlaciona o tempo de intervalo com os objetivos de treinamento, onde
apresenta que intervalos mais curtos (1 minuto ou menos) podem ser
usufruídos em treinamentos de resistência muscular, com o propósito de
aperfeiçoar a aptidão cardiovascular. Desse modo, em intervalos de 2 a 3
minutos podem ser utilizados para o objetivo de hipertrofia muscular e
intervalos de mais de 3 ou 4 minutos poderão ser aproveitados com o objetivo
de aumentar a força máxima, sem que haja muito acúmulo de lactato para
causar desconforto durante as repetições. Entretanto, ao contrário dessas
recomendações de [14] Simão (2006), [15] Silveira (2012) afirma que intervalos
curtos (45 e 60 segundos) estão mais associados à hipertrofia muscular por
provocarem maiores estresses agudos e, como consequência disso, uma maior
resposta hormonal.

Gráfico 3- Contagem de tempo de descanso utilizado entre as séries.

Contagem de Tempo de descanso


30
25
20
15
10
5
0
os d os d os d os d os os d os d os d os d os
d d
un g un g un g un g un un g un g un g un g un
g se se se se g se se se se
se se
10 1 20 1 80 20 30 30 3 00 40 50 60

Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

É importante cumprir o período estabelecido pelo profissional de educação


física, de forma que ele não seja nem reduzido e nem prolongado. Pois um
período de descanso menor do que o necessário pode acarretar em resultados
menos eficaz. Como também, aumentar o período de descanso impede que os
músculos recebam o estímulo no tempo correto. Por conseguinte, ganhar
massa muscular, aumentar a resistência ou melhorar o condicionamento físico,
qualquer que seja objetivo final do praticante, o que coloca no prato é tão
importante quanto o que faz e como faz na academia. Ademais, além de
fornecer ao corpo o combustível para manter a energia e aperfeiçoar o
desempenho durante os treinos, a comida que ingere também afeta
significativamente a capacidade de recuperar-se após uma série.
Dessa forma, realizar a duração e o descanso durante um exercício resistido
de forma adequada pode trazer inúmeros benéficos, sendo isso observado por
[16]Woolf et al(2008) que melhores níveis de atividade física resultam em um
menor percentual de gordura e uma redução de risco cardiovascular, assim, é
notório no grupo alvo da pesquisa que a maior parte (23%) se apresenta dentro
da média em relação a composição corporal ou com um alto percentual de
massa gorda (20%), além disso, nenhum praticante apresentou o percentual de
gordura atlético.

Gráfico 4- Média de % de gordura dos praticantes de musculação a partir da


classificação.

Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

A partir dos recordatórios de 24h foi obtido a quantidade em gramas consumida


individualmente de cada praticante juntamente com o percentual (%) diário
fornecido pelo Dietbox, os valores obtidos foram comparados com as
recomendações de ingestão diárias de nutrientes (DRIs)[17], que são
estabelecidas pela food and nutrition board da national research council (NRC)
que estabelece para adultos de 45-65%, assim, analisando por um via de
adequação, 33 participantes apresentam um consumo inadequado sendo
composto por 55% da amostra, já 27 participantes apresentam um consumo
adequado representando 45% da amostra estudada.

Tabela 1- Consumo de carboidratos em percentual e sua classificação.


Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

Por conseguinte, abordando sobre os carboidratos foi possível obter resultados


em percentual (%) e em gramas (g) das quantidades de carboidratos ingeridas
pelos participantes da pesquisa, também através do recordatório alimentar de
24h, conhecendo e analisando o consumo alimentar desses praticantes de
musculação por meio do Dietbox, ferramenta que proporciona exatamente essa
análise do consumo, foi possível perceber que o que mais foi relevante resultou
em 396,27 g / 76,60%, como demonstrado a seguir:

Gráfico 5- Ingestão de carboidratos em percentual (%) e em gramas (%).

Carboidratos/Percentual
90.00%
80.00%
70.00%
60.00%
50.00%
40.00%
30.00%
20.00%
10.00%
0.00%
g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g
1 7 7 4 7 8 4 5 74 10 7 47 8 9 7 2 99 91 17 86
25 9,8 6,2 0,1 6,9 9,2 5,9 3,5 61, 19, 6,6 32, 3,0 9,5 7,6 3,4 41, 64, 09, 95,
15 39 22 20 20 26 9 2 2 14 2 23 41 23 3 1 2 1 1
Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

A ingestão diária de carboidratos é necessária para indivíduos fisicamente


ativos e necessita ser planejada de acordo com as sessões do treino como um
todo, a fim de assegurar uma adequada nutrição tanto pré- quanto pós-
treinamento. Se isso não for possível, durante o dia, a ingestão deve ser
adaptada de acordo com a preferência individual e tolerância, desde que as
necessidades diárias totais sejam satisfeitas [18].
Com a aplicação do questionário sobre frequência alimentar, foi possível
analisar se o participante gosta de doces e com que frequência come esses
doces, se consome fast food (pizza, hambúrguer, batata frita, entre outros)
juntamente com a frequência desse consumo, como também se consome
refrigerante (possui presença de conservantes, açúcar e sódio em sua
composição podendo atrapalhar a hipertrofia) e sua frequência, pois no geral
são alimentos que promovem o acúmulo de gordura e consequentemente
ganho de peso, os alimentos ricos em açúcar não beneficiam o ganho de
massa muscular, então foi de suma importância essa análise. Em estudo de
Young [19] sugere-se o consumo de um lanche contendo 40 a 69 g de
carboidrato antes de um exercício de intensidade moderada, enquanto Horton
[20] propõe a ingestão de 35-40 g de carboidrato a cada 30 minutos.

Tabela 2. Consumo e frequência alimentar dos praticantes de musculação


referente a doces, fast food e refrigerante, em uma academia em Teresina-PI,
maio de 2023.
PREFERÊNCIA POR DOCES
Gosta de doces N° %
Não gosta de doces 37 61,66
Apenas quando está estressado (a)/menstruada 18 30,00
5 8,34

FREQUÊNCIA DE DOCES
Não consome N° %

3 5,00

Diariamente 4 6,55

Final de semana 4 6,55

Uma vez na semana 8 13,33

Três vezes na semana 14 23,57

Outra resposta 27 45,00

PREFERÊNCIA POR FAST FOOD

Gosta de fast food N° %

53 88,34
Não gosta de fast food 7 11,66

FREQUÊNCIA DE FAST FOOD

Não consome N° %

8 13,33

Diariamente 1 1,64

Final de semana 15 25,00

Uma vez na semana 8 14,13


Três vezes na semana 5 8,20

Outra resposta 23 37,70

PREFERÊNCIA POR REFRIGERANTE

Consome refrigerante N° %

34 56,67
Não consome refrigerante 22 36,67

Apenas o sem açúcar 4 6,66

FREQUÊNCIA DE REFRIGERANTE

N° %

Não consome 20 33,33

Diariamente 4 6,68
Final de semana 11 18,33

Uma vez na semana 6 10,00

Três vezes na semana 6 10,00

Outra Opção 13 21,66

TOTAL 60 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

Assim, obtém-se que 37 participantes gostam de doces, equivalente a 61,66%,


quanto a frequência de consumo desses doces 27 pessoas 45% marcaram a
opção de “outra opção” e escrevendo a frequência sendo raramente ou duas
vezes na semana. Quanto ao fast food 53 participantes responderam que
gostam representando 88,34%, frequência de fast food 23 participantes
(37,70%) marcaram “outra resposta” e na linha escrevendo raramente, como
descrição desse consumo. Em relação ao refrigerante 34 participantes (56,67)
relataram que consomem refrigerante e 20 participantes (33,33) não
consomem.
Dados que fazem parte da Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), mostra que mais de
20% dos brasileiros consomem doce cinco ou mais dias da semana, com as
mulheres liderando os números – 22,1% contra 17,6%. Ademais, 19%
consomem refrigerantes ou sucos artificiais quase todos os dias. Desta vez, o
percentual é maior entre os homens – 22,4% contra 16,1%.
Para complemento dos resultados, aplicando a Escala de Borg, de acordo com
a percepção de esforço que o participante da pesquisa reconhece qual o
número da escala mais próximo possível do treino executado, resultados
variando entre: leve, leve moderado, moderado, moderado intenso, intenso,
muito intenso e exaustivo, sendo o que mais se sobressaiu foi o nível
moderado, com 28%. A intensidade de treino é indispensável para proporcionar
melhorias e aumentar a resistência, além de prevenir futuras lesões e excesso
de treino, na musculação, é possível conter a intensidade do exercício por meio
da quantidade de peso levantado.
Gráfico 6- Percepção de esforço de acordo com a Escala de Borg.
Escala de Borg - Percepção de esforço

3% 5%
leve
2% Leve Moderado
12%
Moderado
Moderado Intenso
28% Intenso
23% Muito Intenso
Exaustivo

27%

Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

Conclusão
Diante do exposto, é possível concluir que a maior parte dos praticantes de
musculação da academia estudada é composto pelo sexo feminino, que a
grande parte apresenta um treino moderado, isso é confirmado pela duração e
o descanso utilizado pelos mesmos durante o treino, além de ser afirmado pela
auto percepção por meio da Escala de Borg, onde a maior parte avaliou com a
numeração 6 que é referente a um esforço moderado.
Conclui-se também, que mesmo frequentando a academia 6 vezes na semana
os praticantes se apresentam com um percentual de gordura alto ou médio,
nenhum se apresentando com um percentual atlético, essa situação é
recorrente devido a alimentação, pois referente as DRIs mais da metade da
amostra coletada apresentam um consumo inadequado de carboidratos,
juntamente com uma frequência alimentar de açúcares simples variando em
doces, fast food e refrigerantes com açúcar por duas vezes na semana ou
raramente. Desse modo, se faz essencial o estudo e a análise do perfil
nutricional dos praticantes de musculação, principalmente para trazer
estratégias e comprovações cientificas para melhoria da qualidade nutricional
dos indivíduos que praticam musculação.

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