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Apresentação da Unidade
Nesta Unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução;
• Hábitos Alimentares e Saúde;
• Planejamento Alimentar para o Indivíduo Fisicamente Ativo e Atletas;
• Estratégias Nutricionais: Enxágue Bucal, Supercompensação de Carboidratos, Índice e Carga
Glicêmica;
• Escolhas Alimentares.
Objetivos
• Estudar como as refeições pré, durante e pós treinos podem ser modificadas de
acordo com a prática esportiva, com a intensidade de treinamentos e nas
competições;
• Conhecer algumas estratégias alimentares como supercompensação de
carboidratos e suplementação.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento
o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a
perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá
escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar
como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais
complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno
entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
aprendizagem.
Bons Estudos!
Videoaula
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Material Teórico
Contextualização
As refeições que o atleta deve fazer nem sempre são nutricionalmente adequadas.
Muitas vezes, altas restrições alimentares comuns em muitas práticas esportivas podem ser
evitadas visando à melhora na saúde do atleta e na performance.
Sim!
Sendo assim, esta Unidade vem a esclarecer a importância de oferecer uma refeição composta por
alimentos adequados, demonstrar exemplos desses tipos de refeições e que existe uma variação da
alimentação de acordo com o momento da prática do exercício.
Dessa forma, torna-se necessário entender as razões e os critérios que estabelecem como os
alimentos vão contribuir antes (pré), depois (pós) e durante a atividade física e a competição.
Em dias de competição, toda cautela é necessária e é essencial utilizar apenas alimentos que já
foram testados em dias de treinamento intenso.
Além disso, abordaremos as estratégias nutricionais que podem auxiliar as práticas esportivas como
supercompensação de carboidratos e enxágue bucal.
Introdução
A fim de alcançar a necessidade nutricional do indivíduo fisicamente ativo e de atletas, as refeições
devem ter composição nutricional adequada para vários critérios: modalidade, frequência de
treinamento, objetivos pessoais, renda, cultura e composição corporal do indivíduo.
Para que o atleta/praticante de atividade física possa cumprir o planejamento dietético, é
necessário que seja feito seguindo esses requisitos básicos que atendem à sua individualidade.
Para que o planejamento nutricional seja adequado, é essencial fazer uma avaliação antropométrica
para considerar a composição corporal e os objetivos em relação à modalidade (exemplo, se é
necessário perder peso para atingir uma categoria ou perder massa gorda); analisar a ingestão de
nutrientes habitual, em dias de treino e em dias de competição (por recordatório alimentar ou
registro alimentar); entender como é a rotina do atleta em dia de treinamento e de competição e
adaptar o planejamento dietético especificamente para cada momento.
Nos momentos mais próximos à competição, algumas dietas restritas podem ser indicadas por
nutricionistas devidamente registrados.
Essas dietas restritas podem ser vantajosas, considerando a modalidade esportiva, porém é
importante muita cautela já que podem não ser benéficas para a saúde, e saúde e a nutrição devem
sempre caminhar juntas, para otimizar tanto bem-estar quanto a prática esportiva. Portanto, não é
uma tarefa fácil criar um planejamento alimentar adequado.
Dessa forma, apenas o nutricionista é habilitado para isso, já que vários aspectos devem ser
considerados: fisiológicos, antropométricos, alimentar, cultural, religioso e financeiro, entre outros
(MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013).
Veja no Artigo Científico de Carmo et al. (2014) como o planejamento alimentar adequado pode
trazer benefícios para atletas de Jiu-jitsu, evitando dietas altamente restritivas, que são muito
comuns nesse Esporte.
Esses padrões alimentares saudáveis devem ser considerados para fazer o planejamento dietético
inclusive de atletas e praticantes de atividade física. No geral, esses planejamentos dietéticos
contemplam os seguintes alimentos (ACSM, 2019):
Glossário
A variedade de carnes, legumes e verduras vai contribuir para que todos os macronutrientes e os
micronutrientes estejam disponíveis para absorção. Sendo assim, um cardápio monótono, como,
por exemplo, consumir frango cozido com batata-doce, deve ser evitado.
Aproveite a gama de alimentos brasileiros que possuem alta qualidade nutricional para variar a
dieta: além de se tornar um planejamento alimentar mais variado, as refeições serão bem mais
palatáveis para o atleta.
Para complementar seus estudos, veja o link sobre as 10 coisas que você precisa saber sobre
Nutrição nos Esportes, que resume os principais tópicos discutidos na Nutrição Esportiva nos
últimos anos (DAN, 2018
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Ginastas, bailarinos e atletas com modalidade de classificação por peso como, por exemplo, no
boxe, no Jiu-jitsu e na luta greco-romana devem sempre estar atentos ao peso corporal para se
manter numa categoria compatível com sua capacidade física.
A atividade física é o fator que mais causa impactos no gasto energético diário.
A necessidade energética total, então, deve ser calculada considerando a taxa metabólica basal
(idade, sexo, gênero), a termogênese pelos alimentos e a atividade física (duração, frequência e
carga) (MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013).
Para isso, as refeições e as suplementações podem ser divididas entre pré, durante e pós atividade
física e serão descritas detalhadamente a seguir.
É ideal que de 2 a 4 horas antes da atividade física sejam oferecidos alimentos que contenham
carboidratos complexos, proteína, baixo teor de gordura, fibras e líquidos (como água e bebidas
esportivas).
Para aumentar o aporte calórico, alguns alimentos que podem contribuir são: geleia de frutas, pasta
de amendoim, barra de proteínas, sucos de frutas e utilização de alguns suplementos hipercalóricos.
Também é importante se certificar de que os líquidos, antes de atividade física, estejam em
quantidade bem tolerada pelo esportista.
Importante
As barras nutritivas podem ter composição nutricional bem variada: existem barras
com maior porcentagem de proteínas, outras com alto teor de lipídeos, outras com alto
teor de carboidratos simples. As barras podem contribuir com o planejamento
alimentar, mas não devem substituir todas as refeições. Para escolher, fique atento ao
rótulo e às informações nutricionais contidas.
Para os adeptos ao exercício físico no período da manhã, logo depois de acordar, é importante
consumir alimentos para os quais o indivíduo tenha digestão facilitada, e pelo menos 30 minutos
antes da atividade física.
• Caso seja pela manhã, suplementos esportivos de fácil digestibilidade como maltodextrina e
dextrose, suplementos em pó que podem ser misturados com líquidos e bebidas esportivas
geralmente são bem aceitos, com uma quantidade menor de calorias (por volta de 100Kcal);
• Se a competição é no período da tarde, o desjejum é a refeição que deve ser bem planejada,
contemplando a necessidade energética necessária para manter os estoques de glicogênio,
com uma quantidade maior de calorias (por volta de 300Kcal);
• Se a competição é no final da tarde, o almoço é a refeição que deve ser bem planejada, com
quantidade grande de calorias (por volta de 700Kcal).
Fontes alimentares ricas em carboidratos devem ser consumidas em até no máximo 1 hora antes da
competição, para não causar grande liberação de insulina momentos próximos ao exercício físico e
acabar dificultando a liberação de glicogênio hepático e muscular durante a atividade física
(McARDLLE; KATCH; KATCH, 2016.
A utilização de uma mistura de carboidratos (glicose, maltodextrina e frutose) é mais vantajosa, para
que não haja saturação dos transportadores, já que possui uma mistura de monossacarídeos.
Exercícios que duram até 1 hora não é necessário que haja refeições durante este período.
Exercício que duram por mais de 1 hora, como nos esportes de longa duração, recomenda-se o uso
de 30g de carboidratos por hora de exercício moderado ou de alta intensidade.
O uso de frutose, geralmente, não é bem tolerado pelos atletas porque gera sintomas
como náuseas, diarreia e vômitos, atrapalhando o desempenho do atleta. A frutose é
absorvida pelas células intestinais, através do GLUT-5; portanto, se o transportador
SGLT-1 tiver saturado pela entrada de glicose, a frutose pode ser absorvida ao mesmo
tempo pelo GLUT- ,maximizando a capacidade de absorção de carboidratos. Portanto
utilizando em baixas concentrações pode permitir melhor desempenho esportivo.
Ainda, a frutose é absorvida mais lentamente e gera uma resposta insulina baixa
quando comparada à glicose (LANCHA JÚNIOR; CAMPOS-FERRAZ; ROGERI, 2019).
Sendo assim, é importante o consumo de carboidratos para recompor os estoques que foram
utilizados durante a atividade física e de proteínas para favorecer a síntese de proteínas
musculares.
Até 45 minutos depois do exercício, a refeição pode ser leve, já que o apetite logo depois da
atividade física, geralmente, é baixo.
Também pode ser indicado consumir refeições maiores, ricas em carboidratos complexos,
proteínas, frutas e vegetais.
A escolha de qual será a melhor refeição dependerá se o indivíduo tem uma boa aceitação desses
alimentos nesse momento pós e de como está o planejamento dietético diário. Refeições maiores
possuem mais calorias e podem ser essenciais quando a necessidade energética por dia do
indivíduo é alta (ACSM, 2018).
Como há alta captação de glicose pelos transportadores de glicose muscular e a enzima responsável
por sintetizar glicogênio está em atividade, essas refeições ricas em carboidratos são as principais
estratégias a serem adotadas. Sendo assim, essa estratégia pode ser utilizada em casos de
competições muito próximas e treinamentos físicos intensos realizados em dias consecutivos.
Atletas vegetarianos podem ser um desafio maior, pois é necessário ter atenção nos seguintes
critérios: vitamina B12, cálcio, zinco, ferro, ingestão de carnosina e creatina e no valor calórico da
dieta habitual. Para o planejamento alimentar adequado, esses critérios devem ser preconizados
para que o vegetariano consuma quantidades suficientes de todos esses componentes nutricionais
(ROGERSON, 2017).
A recomendação de água antes do exercício pode ser até 600ml, variando de acordo com o
indivíduo. Dependendo da modalidade, se houver disponibilidade e tempo suficiente e para
reposição hídrica, recomenda-se de 150a 200ml de líquidos a cada 15 minutos.
Além disso, para cada Kg de peso corporal perdido após o fim da atividade física, deve ser ingerido
o mesmo volume de água, ou seja, 1Kg perdido = 1 litro de água a ser ingerido.
Saiba Mais
Essa técnica consiste na utilização de uma bebida de 6 a 10% de carboidratos para o bochecho sem
ingerir. Dentre as suas vantagens, está ser fácil de ser realizada, ser barata e poder melhorar a
performance sem adicionar calorias à dieta. Ainda não há um consenso do efeito fisiológico do
enxague bucal, porém já se sabe que o uso de bebidas contendo sacarose ativam regiões cerebrais
a partir das percepções gustativas (LANCHA JÚNIOR; CAMPOS-FERRAZ; ROGERI, 2019).
• Três dias iniciais com o objetivo de diminuir drasticamente o glicogênio muscular por meio de
dieta hipoglicídica e exercício em alta intensidade e/ou duração;
• Depois, mais três dias, nos quais deve ser aumentada a quantidade de carboidratos, utilizando
entre 8-12g/Kg de peso corporal de carboidratos, junto à redução ou parada total da atividade
física nesses dias (LANCHA JÚNIOR; CAMPOS-FERRAZ; ROGERI, 2019).
O índice glicêmico e a carga glicêmica demonstram como a ingestão dos alimentos pode aumentar
a glicemia.
O índice glicêmico é determinado pela área sob a curva no momento após a ingestão de um
determinado alimento e, depois, é comparado a um alimento padrão (pão branco ou glicose).
Alimentos de alto índice glicêmico são digeridos, absorvidos e metabolizados rapidamente, gerando
picos maiores da glicose sanguínea, enquanto alimentos de baixo índice levam a picos menores da
glicemia.
Já a carga glicêmica é definida pelo índice glicêmico multiplicado pela quantidade de carboidratos
presente nos alimentos dividido por 100. Portanto, a carga glicêmica indica o efeito da porção de
um alimento na glicemia (MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013).
Alimentos e suplementos (por exemplo, palatinose) com baixo índice glicêmico têm sido um atrativo
para a manutenção da glicemia durante o período de exercícios prolongados. Como possuem
digestão e absorção mais lentas de nutrientes, ocorre baixa alteração de insulina e glicose no
sangue, permitindo, inclusive, maior liberação de ácidos graxos para serem utilizados como
substratos energéticos e prevenindo a depleção do glicogênio muscular.
Todos os alimentos são compostos pelos macronutrientes; por isso, modulam a digestão e a
absorção dos carboidratos, consequentemente, alterando os efeitos na glicemia de maneira mais
rápida ou lenta.
A preparação do alimento pode modular o índice glicêmico. Por exemplo, purê de batatas tem
maior índice glicêmico do que consumir batata cozida. Sendo assim, as refeições devem ser
planejadas também considerando a carga e o índice glicêmico.
Veja, a seguir, que uma dieta com alto e baixo índice glicêmico podem ter quantidades semelhantes
de carboidratos, porém, a sua contribuição para o índice glicêmico é bem diferente (Figura 2).
Figura 2 – Exemplos de refeições com alto índice glicêmico e baixo índice glicêmico
Fonte: McARDLLE; KATCH; KATCH, 2016
Escolhas Alimentares
As escolhas alimentares devem ser baseadas considerando alguns fatores pessoais de cada atleta,
como preferências alimentares, digestibilidade e fatores psicológicos:
• Preferências alimentares: utilizar alimentos e refeições que já foram previamente testadas nos
dias de treinamento;
• Digestibilidade: alimentos ricos em lipídeos e proteínas em dias de competição e treino
intenso não são recomendados, já que apresentam maior dificuldade para serem digeridos;
• Fatores psicológicos: alguns alimentos dão o conforto necessário para que o atleta se sinta
pronto para iniciar a competição; frutas de fácil digestibilidade, alimentos com cafeína e frutas
secas são também ótimas estratégias.
Por isso, a individualização do planejamento alimentar é primordial. Além dos fatores pessoais
citados acima na escolha dos alimentos para o cardápio, deve-se respeitar a cultura alimentar, o
histórico de vida, o tempo disponível pelo atleta, oferecendo alimentos práticos e rápidos (se for
necessário), o custo das refeições e o quanto o paciente pode gastar financeiramente (McARDLLE;
KATCH; KATCH, 2016).
Além disso, ensinar o paciente sobre a leitura do rótulo dos alimentos industrializados auxilia nas
escolhas alimentares, pois os rótulos possuem diversas informações e por isso podem confundir o
paciente.
Carboidratos g %
Proteínas g %
Gorduras Totais g %
Gorduras Saturadas g %
Gorduras Trans g -
Fibra Alimentar g %
Sódio mg %
(*)% Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 k J. Seus
valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.
(1) Quando declarados.
Fonte: Adaptado de anvisa.gov.br
Material Complementar
Vídeos
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IVY, J. L. et al. Early postexercise muscle glycogen recovery is enhanced with a carbohydrate-protein
supplement, J Appl Physiol, Bethesda, v. 93, p. 1337-44, 2002.
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GOODSON, A. Industry Presented Blog: What to Eat Before and After a Workout. jun. 2018. ACSM.
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