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Notícias 4

Fundação Nacional do livro infantil e juveniL | Seção Brasileira do


abril 2014

abril – Mês de comemoração do


livro e da leitura
Abril é considerado o mês das comemo- mundo, de Siobrán Parkinson, e ilustra- outras, publicou 156 histórias originais
rações do livro e da leitura por ter três ção de Niamb Sharkey. A FNLIJ, como que atravessaram continentes e tornaram-
datas importantes que homenageiam seção brasileira do órgão, divulgou no se canônicas. Suas obras foram traduzidas
escritores que se dedicaram e se desta- Notícias 1 a mensagem do DILI, para que para mais de 145 línguas e estão entre as
caram na literatura infantil e juvenil. escolas e profissionais possam preparar- mais lidas no mundo da literatura.
Começamos no segundo dia do mês, co- se previamente para comemorar a data. Dia 18 de abril, data em que nasceu
memorando o Dia Internacional do Livro Os Notícias encontram-se disponíveis no Monteiro Lobato, é comemorado o Dia
Infantil – DILI – data natalícia do escritor site www.fnlij.org.br Nacional do Livro Infantil. Considerado o
dinamarquês, Hans Christian Andersen, Lançado há 58 anos, o principal prê- pai da literatura infantil e juvenil brasilei-
patrono do livro infantil em todo o mun- mio internacional de LIJ, outorgado pelo ra, Lobato foi pioneiro e principal escri-
do. Todos os anos, o International Board International Board on Books for Young tor, tradutor e editor de livros para crian-
on Books for Young People - IBBY - pre- People – IBBY – comparado ao Prêmio ças, também traduzindo Hans Christian
para uma mensagem de texto e ilustração Nobel de Literatura, recebe o nome de Andersen e Miguel Cervantes para os
comemorativa ao DILI. Este ano, a res- Hans Christian Andersen. Criador de his- pequenos leitores. José Bento Monteiro
ponsável foi a seção nacional da Irlanda, tórias como O patinho feio; A pequena Lobato (1882–1948) nasceu em Taubaté,
com o texto Cartas para as crianças do sereia; O soldadinho de chumbo e tantas no interior de São Paulo.

Motivadas pela comemoração das três datas, além de lembrar “A coleção Clássicos Recontados, lançada em 2013 pela
a alegria que a leitura dos livros de Lobato partilhada com as Melhoramentos, teve a edição do seu primeiro título O patinho
crianças proporciona, apresentamos algumas das boas traduções feio publicada em 1915. Além do belíssimo conto de Andersen o
dos três autores estrangeiros, que receberam o prêmio da FNLIJ, livro teve o mérito de ser o primeiro impresso em quatro cores
selo Altamente Recomendável FNLIJ ou que foram publicadas no no Brasil. As ilustrações deste e dos demais títulos são de um dos
ano passado e merecem destaque: maiores artistas que aqui viveram e trabalharam: o tcheco Franz
De Hans Christian Andersen, o livro Histórias do Cisne, traduzido Richter que emigrou para o Brasil em 1914 se estabeleceu em São
por Hildegard Feist, com ilustrações de Chris Riddell, da Companhia Paulo e iniciou uma longa parceria com a Melhoramentos (à época
das Letrinhas, vencedor do Prêmio FNLIJ – A Melhor Tradução/ Weisflog Irmãos) ilustrando a série Biblioteca Infantil que teve mais
Adaptação Criança 2003 - e a Coleção Clássicos Recontados, com de cem títulos. Esta reedição teve a linguagem atualizada pela
contos do autor, adaptados por Tatiana Belinky e ilustrações de grande escritora Tatiana Belinky falecida há pouco.”
Franz Richter. Sobre a coleção, Laura Sandroni escreveu:
Vale lembrar que a ideia de homena- De Cervantes, claro, o Dom Quixote.
gear o livro nacional infantil nesse dia A primeira sugestão é a publicação
começou na FNLIJ e não foi por aca- da editora Revan, com adaptação e
so. Baseado em documento elaborado tradução de Ferreira Gullar e ilustrações
pela FNLIJ, foi encaminhado um pedi- de Gustavo Doré, vencedora do Prêmio
do à Comissão de Constituição, Justiça FNLIJ – A Melhor Tradução/Adaptação
e Redação, transformando-se no Projeto Jovem 2003. A outra é o Dom Quixote,
nº 3648/00, aprovada por lei, no dia 08 traduzido por Ligia Cademartori,
de janeiro de 2002, oficializando o Dia ilustrações de Alexandre Camanho, da
Nacional do Livro Infantil. Essa história FTD, agraciada com o selo Altamente
foi publicada no Notícias 4 de 2002. Recomendável FNLIJ 2013.
Criado pela UNESCO, no dia 23 de abril De William Shakespeare, duas
é comemorado o Dia Mundial do Livro coleções apresentam clássicos do
e dos Direitos do Autor, data em que fa- autor. Em 1997, os livros A tempestade;
leceram dois grandes autores: Miguel O mercador de Veneza; Romeu e
de Cervantes e William Shakespeare. O Julieta; Otelo; Conto de Inverno
ano de 2014 será marcado por comemo- adaptados por Charles e Mary Lamb,
rações aos 450 anos de nascimento de traduzidos por Sérgio Godinho de
Shakespeare. Oliveira, Márcio Godinho de Oliveira,
No seu livro Como e por que ler os Zélia Almeida, Johnny Mafra e Leo
Clássicos Universais desde cedo, publica- Cunha, com ilustraçoes de diferentes
do pela editora Objetiva, ganhador do artistas, publicados pela editora
Prêmio FNLIJ – O Melhor Livro Teórico Dimensão, foram vencedores do Prêmio
2002, Ana Maria Machado descreve FNLIJ - A Melhor Tradução/Adaptação
quatro aspectos importantes para a prá- Jovem. Outra indicação é a Coleção
tica da leitura desses livros: Clássicos do Bardo: Romeu e Julieta,
1. Ninguém tem que ser obrigado a A tempestade, Sonho de uma noite
ler nada. Ler é um direito de cada cida- de verão, MacBeth, recontada por
dão, não é um dever. É alimento do es- C.A. Plaisted, traduzida por Fernando
pírito. Igualzinho a comida. Todo mun- Nuno e ilustrada por Yaniv Shimony, da
do precisa, todo mundo deve ter a sua editora Girassol, de 2013.
disposição - de boa qualidade, variada,
em quantidades que saciem a fome. Mas Acima e à esquerda:
é um absurdo impingir um prato cheio capas de livros que
receberam o prêmio da
pela goela abaixo de qualquer pessoa. FNLIJ, selo Altamente
Mesmo que se ache que o que enche Recomendável FNLIJ ou
aquele prato é a iguaria mais deliciosa que foram publicadas
no ano passado e
do mundo. merecem destaque.
2. Clássico não é livro antigo e fora
de moda. É livro eterno que não sai de
moda.
3. Tentar criar gosto pela leitura, nos
outros, por meio de um sistema de for-
çar a ler só para fazer prova. É uma ma-
neira infalível de inocular o horror a li-
vro em qualquer um.
4. O primeiro contato com um clássi-
co, na infância e adolescência, não pre-
cisa ser com o original. O ideal mesmo é
uma adaptação bem feita e atraente.

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Adeus à Lúcia Jurema Figuerôa
No início deste ano, no dia 27 de janeiro, perdemos a amiga e parceira
da FNLIJ Lúcia Jurema Figuerôa. Ela faleceu em sua residência,
após sofrer uma parada cardíaca, decorrente de uma embolia
pós-cirúrgica.
Lúcia iniciou o seu trabalho na editora Ática, depois Nova
Fronteira e Record. Há 12 anos havia trocado o Rio de Janeiro por São
Paulo para trabalhar na Fundação Santillana. Atuava como diretora
editora da Câmara Brasileira do Livro - CBL, diretora do Instituto Pró-
Livro e gerente de relações institucionais da editora Moderna. Lúcia
foi ao longo de sua carreira uma grande incentivadora da leitura.
No último Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens, durante a
cerimônia de abertura, no dia 05 de junho de 2013, Lúcia recebeu
a Placa de Agradecimento FNLIJ, em comemoração aos 15 anos do
evento, representando os editores brasileiros de literatura infantil e
juvenil, como reconhecimento pelo incentivo às primeiras edições.
Ana Ligia Medeiros, membro do Conselho Diretor da FNLIJ e
Teresa Gonçalves Pereira, votante do Prêmio FNLIJ escreveram
sobre a amiga e profissional Lúcia.
“Lucia Jurema iluminava os espaços e as situações com sua
alegria e seu otimismo exuberantes. O sorriso aberto pontuava suas
palavras, transmitindo a crença de que tudo melhoraria, mesmo
quando a vida insistia em nos desapontar. Sua memória nos aquece,
nos conforta e nos impulsiona a continuar... acreditando”, declarou Elizabeth Serra e Lúcia Jurema Figuerôa na cerimônia de abertura do 15º Salão
Maria Teresa Gonçalves Pereira. FNLIJ do Livro.

A fada madrinha Lúcia era a mais entusiasmada com seus projetos, com as futuras
viagens, com a perspectiva de mais um neto. Nada nos sinaliza-
va que antes de finalizar o primeiro mês do ano ela já não estaria
por Ana Ligia Medeiros mais entre nós.
Nas histórias infantis a fada madrinha é um personagem do bem, Foi uma surpresa, uma coisa difícil de acreditar. Durante a ce-
que transforma o que está a sua volta com o poder do encantamen- rimônia fúnebre Helena Rodarte, amiga comum, comentou so-
to. Lúcia foi uma dessas fadas madrinhas, jogando sempre o seu bre a imprevisibilidade da vida, que retirou de cena a pessoa que
pozinho de confiança e entusiasmo aos que estavam a sua volta. acreditávamos que seria, pela alegria e entusiasmo, a última so-
Conheci Lúcia há muito tempo, lá se vão quase 30 anos, quan- brevivente entre nós. Lembramos da imensa energia que sem-
do fui convidada para dirigir a Biblioteca Pública do Estado do pre a colocava pronta para qualquer situação. Quando a exaustão
Rio de Janeiro. Era muito jovem e insegura frente à tão impor- dos muitos compromissos nos prostrava, lá estava Lúcia, pronta
tante missão. Foi então que Lúcia surgiu, representando, senão e sorridente, para enfrentar qualquer ocasião.
me engano, a editora Nova Fronteira, e me abrindo as portas para Esta disponibilidade com o outro a fez criar laços com muitos
o mundo dos escritores e editores. Foram muitos eventos, mui- escritores, cujo ofício solitário necessita, muitas vezes, de pala-
tos encontros, muitas descobertas. Esta parceria fez com que sua vras de compreensão e entusiasmo. Falo de experiência própria.
presença fosse constante em minha vida profissional, como pre- Aspirante a escritora e contista bissexta, tive em Lúcia uma força
sidente da Associação de Amigos da Biblioteca do Estado e de- incrível para publicar meu livro. Passei a chamá-la carinhosamen-
pois como membro do primeiro Conselho Estadual de Leitura, te, desde então, de fada madrinha. Qual não foi minha surpresa,
criado no Rio de Janeiro em 2007. ao ler um artigo do escritor José Louzeiro sobre Lúcia, ter encon-
Porém, não foi apenas profissional a minha experiência com trado a mesma designação. Era a minha fada madrinha, a fada
Lúcia. Passei a contar com sua amizade, participando de sua vida madrinha do Louzeiro e, arrisco dizer, de muitos outros escritores.
de guerreira no exercício da sua profissão e na formação de sua Ainda sob forte impacto, me vem a mente a figura engraçada
família. Acompanhamo-nos em nossos momentos de alegrias e de minha neta, que ao fim de uma história de que tenha gostado,
tristezas. Foram muitas comemorações, casamentos e aniversá- me fita com olhos de encantamento que só uma boa trama pode
rios. E foi em um momento de comemoração que vi Lúcia pela nos proporcionar e diz emocionada: “Valeu, vó”. Agora, que a
última vez. Tinha vindo de São Paulo, onde estava morando, para bela história da vida de minha amiga chegou ao fim, só me ocor-
as festas de fim de ano e almoçamos Lúcia, Celeste, Edinha Diniz re imitar a minha neta e dizer à guisa de despedida e do fundo da
e eu, num restaurante do Leblon. Falamos dos planos para 2014. minha alma: “Valeu, Lúcia”.

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Congreso Internacional Lectura 2013 – Cuba
De 22 a 26 de outubro de 2013 aconteceu o do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ, que des- estrangeiros e 80 cubanos na oitava reali-
Congreso Internacional Lectura 2013: para de o início de Lectura ajudou a alimentar, zação desse encontro”.
leer el XXI – Congresso Internacional de enquanto seção nacional do International Entre os dias 22 e 25 ocorreram
Leitura 2013: para ler XXI, em Havana, Board on Books for Young People, o pro- Conferências e Conversas ao Pé de Página,
Cuba, evento onde se encontram poetas, jeto de um mundo mais justo e digno, a nesse último pronunciaram-se as escrito-
professores e pensadores de diferentes pa- partir do contato com livros de literatura ras Dolores Prades (Políticas del Libro em
íses da América Latina e Europa. desde a infância. Encontrei colegas de ou- América Latina Y el Caribe y La Formación
Realizado pela seção cubana do IBBY tros espaços, abracei um ex-aluno, conhe- de Lectores) e Nilma Lacerda (Estos Libros
e a Cátedra Latinoamericana Y Caribeña ci pesquisadores brasileiros empenhados sin edad)
de Lectura y Escritura, com o copatrocí- na ação em sala de aula. Nessa perspecti- No dia 24, a escritora Marina Colasanti
nio das seções do IBBY do Brasil – FNLIJ, va, poderia ter como balanço do evento a ministrou a conferência de abertura falan-
do Canadá, da Colômbia e do México alegre consciência de que estamos no ca- do sobre Múltiples lecturas: múltiples sa-
e o patrocínio do Instituto Cubano de minho proposto pelo escritor argentino beres. Pedimos à escritora o texto da con-
Investigación Cultural Juan Marinello e a Ricardo Piglia que, em conferência pro- ferência que apresentou na abertura do
Unión de Escritores y Artistas de Cuba, o nunciada nessa mesma Havana, em 2000, Lectura, que publicamos a seguir desta
evento contou com o apoio da Agencia observou o papel primordial da educação matéria. Marina também nos presenteou
Literária Lationamericana, Casa de las na construção da verdade enquanto hori- com um texto sobre este Lectura que re-
Américas, Centro Cultural Pablo de zonte político, defendendo a prática dis- produzimos abaixo:
La Torriente Brau, Centro de Estúdio creta e quase invisível do ensino da língua “Não se vai ao Lectura, em Cuba, como
Martianos, Coro Exaudi, Dirección de e da leitura de textos literários”. Declarou se vai a qualquer outro congresso. Um es-
Gestión Cultural Taller Experimental del Nilma ao Notícias. pírito diferente anima os participantes,
Papel Artesanal y Perfumería Habana No dia 22 houve a cerimônia de abertura pois esse encontro internacional ao redor
1791 de La Oficina del Historiador de La no Hotel Tryp Habana Libre com coque- do livro e da leitura é não apenas um ato
Ciudad, Editora Nova Fronteira, Editora tel para os convidados. A primeira ativi- cultural, como também um ato de resis-
Record, Fondo de las Naciones Unidas dade realizada foi V Oficina Internacional tência. Resistência aos longos anos de iso-
para la Infância – UNICEF, Instituto do IBBY sobre a temática Para as crian- lamento impostos à ilha. Resistência à fal-
Cubano del Libro e o Ministério de ças trabalhadoras, coordenada por Ângela ta quase absoluta de meios para a realiza-
Educación de La República de Cuba. Pradelli (Argentina), José Manuel Espino ção de um evento desse porte, que ainda
O Comitê Organizador foi forma- Ortega (Cuba), Lizette Vila (Cuba) e assim acontece pontual e pleno. E entre
do por Emília Gallego Alfonso (Cuba) Isabel Blanco (Cuba). resistentes a fraternidade se instala.
– presidente, tendo como vice-presiden- De acordo com Nilma Lacerda, co- Estivemos muito unidos naqueles dias
tes Elizabeth D’Angelo Serra (Brasil), nhecer as forças do mundo para colo- de outubro. Unidos nas palestras, nas ofi-
Patrícia Aldana (Canadá), Carmen Barvo cá-las em movimento foi o tema gerador cinas, visitando escolas. E unidos também
(Colômbia) e Maria Azucena Galindo do Congreso. “Na sessão de abertura, a ao redor de esplêndidos mojitos, nos finais
Ortega (México). A escritora e professo- presidente do IBBY cubano e do congres- de tarde livres, frente ao mar ou nas praças
ra Nilma Lacerda (Brasil) participou da so, Emilia Gallego Alfonso, explicita uma da Habana Vieja restaurada. Vida e leitu-
organização do evento como vice-presi- dessas forças: o amor, e quem já partici- ra estiveram sempre misturados nas nos-
dente do Comitê técnico, e Maria Dolores pou de Lectura compreenderá que a alu- sas conversas, pois não os sabemos operar
Prades Vianna (Brasil) fez parte da equipe são não é gratuita ou fruto de viés senti- de outra forma.
de consultoria técnica. mental. Um encontro científico interna- A argentina Ângela Pradelli, que deu
Este ano estiveram representantes de 15 cional, com intervenções de excelência, e uma oficina de escrita criativa para LIJ,
países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, repleto de calor humano. A equipe organi- nos forneceu um belo exemplo disso. Em
Costa Rica, Cuba, Eslovênia, EUA, França, zadora não poupa esforços para criar nos uma das mesas de que participou, contou
México, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai participantes a sensação de estar à vonta- um fato comovedor da sua infância, quan-
e Venezuela). A delegação brasileira foi de, em recepção calorosa por esse outro do à noite, no quarto de dormir, a velha
composta por 32 pessoas, entre autores e de nós mesmos, no diálogo de problemas avó lia para ela, em italiano, as cartas da
especialistas em literatura infantil e juvenil, semelhantes, inquietações próximas. A sua vida contidas numa caixa de sapatos.
como a escritora Marina Colasanti, a lei- consciência de pertencer a um grupo que Ângela, que não entendia italiano, nunca
tora votante FNLIJ, Fabíola Farias e Nilma almeja realizar mudanças ao alcance de mais esqueceu aquela musicalidade.
Lacerda, representando a FNLIJ no evento. suas medidas, e marcadas pelos desloca- Com linguagem poética e usando sua
“A convite de Elizabeth Serra, repre- mentos que a leitura propicia, moveu mais própria experiência, Fabiano dos Santos
sentei, com honra, a Fundação Nacional uma vez os cerca de 100 participantes Piuba falou das políticas públicas, de

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como avançaram na America Latina nas Para encerrar, volto ao princípio, à fala de
últimas décadas, sem que esse avanço re- Emilia Gallego na cerimônia de abertura.
percutisse em igual medida na forma- Uma fala densa e apaixonada, conclaman-
ção de leitores. E Zuleica Romay Guerra, do todos à ação e à responsabilidade, pois
Presidente do Instituto Cubano do Livro, só através do empenho de cada um será
debruçou-se sobre conteúdo, os livros da possível constituir uma América Latina
cultura descartável tão invasivos e de fá- leitora.”
cil apelo, e o livro exato que chegando ao Sobre a conferência de Marina, Nilma
leitor no momento justo provoca a epifa- Lacerda escreveu: “A magistral confe-
nia leitora. rência de Marina Colasanti corrobora tal
E tivemos este ano a inclusão de pensamento, ao evidenciar o poder da li-
Conversas ao pé da Página, repetindo o já teratura de imaginar e fundar outras rea-
vitorioso modelo paulista de mesas múlti- lidades. Diversas conferências e trabalhos
plas e discurso informal, muito condizen- mantiveram o nível que tem caracterizado
te com a informalidade cubana. Lectura como um dos fóruns mais signifi-
Que os profissionais trabalhem bem é o cativos na problemática da leitura e da es-
que se espera. Questionável costuma ser crita. No encerramento, feito por Dolores
o trabalho do público. Mas nesse Lectura Prades, a perspectiva já experimentada
de 2013, ele esteve brilhante. Em nenhuma por muitos de nós: a de que em 2015, esta-
das mesas ou palestra faltaram interven- remos lá mais uma vez, movidos pela con-
ções, e sempre a propósito, trazendo ele- vicção de que, nesse espaço, por meio do
mentos novos, enriquecendo o que havia amor, da perseverança, confiança e com-
sido exposto, introduzindo o humor. Os petência intelectual é tecida uma rede em
cubanos gostam de falar, e o fazem bem. que a América Latina pode ouvir e dizer
E a sala de um congresso pode ser espaço a si mesma, sonhar e construir sua parte
propício para externar opiniões, num sis- na utopia, numa história em que muito há
tema em que se é treinado para calá-las. ainda por realizar”.

Nilma Lacerda, Yolanda Reyes, Marina Colasanti, Angela Pradelli, Enrique Perez Díaz.

Mesa de encerramento composta por Mercedes Alfonso Chomat, Zuleica Romay Guerra, Fabiano dos Santos
Piúba, Emilia Gallego Alfonso, Enrique Perez Díaz, Nilma Lacerda e Dolores Prades.

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Múltiplas leituras,
múltiplos saberes
por marina colasanti

No dia 24 a escritora Marina Colasanti ministrou a conferência de sua capacidade leitora (embora a internet, ao oferecer já pronta a
abertura do Congreso Internacional Lectura 2013: para leer el XXI leitura “central” dos livros do cânone e daqueles mais requisitados
– Congresso Internacional de Leitura 2013: para ler XXI, em Havana, do momento, esteja dificultando grandemente essa avaliação).
falando sobre Múltiples lecturas: múltiples saberes. Segue a publi- Nos livros de literatura, porém, a leitura “central” não é a mais
cação do texto, cedido pela escritora especialmente ao Notícias. importante. O que dá valor ao livro literário é o conteúdo filosó-
fico, a análise de mundo, o estudo da alma humana que, muitas
Quando a organização me mandou este titulo, minha primeira vezes, não estão explicitados na história, mas estão por ela conti-
impressão foi de que não precisaria dizer mais nada. Estavam dos. É a leitura do não dito. Abre-se com ela, para o leitor, a pos-
aqui afirmadas as duas verdades fundamentais a respeito da lei- sibilidade de uma leitura individual, paralela àquela coletiva, mas
tura, as mesmas que há tantos anos nos esforçamos por difundir. conduzida por suas necessidades interiores e pelo momento que
Primeira, que a leitura se baseia na multiplicidade. ele atravessa. Quem é leitor sabe, ao ler pela segunda vez um livro
Segunda, que leitura é saber. já lido antes, fazemos dele outra leitura. Poderíamos parafrasear
Mas há sempre como ampliar uma conversa, e embora eu esteja a conhecida frase do filosofo espanhol Ortega Y Gasset: “Todo
começando já com o pé direito no estribo, falta ainda montar na homem é ele e suas circunstâncias”, dizendo: “Todo leitor é ele e
sela. E só no final saberemos se consegui algum galope. suas circunstâncias”.
Não deixa de ser surpreendente que uma atividade duplamen- Tomemos, por exemplo Madame Bovary, um livro que todos
te solitária seja, em sua essência, tão múltipla. A leitura é solitária nós conhecemos. A história, ou leitura “central”, nos fala de uma
ao nascer, porque o escritor escreve sozinho; e é solitária na frui- jovem mulher encharcada de leituras românticas, desejosa de
ção, porque o leitor lê sozinho – excetuados, é claro, os mais pe- amor e de glamour, que casada com um médico modesto e depa-
quenos. Mas como em um processo químico, a fusão dessas duas rando-se com uma vida acinzentada, vai buscar fora do casamen-
solidões gera um desdobramento quase celular, dando origem a to aquilo que deseja, caindo numa rede de dívidas e de fracassos
infinitas possibilidades. amorosos que acabará levando-a ao suicídio.
Ainda há poucos meses, em uma conferência na Amazônia, ao Todos os leitores do livro lêem esta mesma história.
falar de leitura, eu disse que cada leitor lê um livro à sua maneira, Mas as mulheres a lêem tomadas de empatia pela personagem
estritamente pessoal, como se de cada livro só existisse um exem- principal, quando não com identificação. Enquanto os homens,
plar. Depois, finda a conferência, o professor que havia organiza- ao contrario, a rechaçam. Pois se o próprio autor declarou em sua
do o congresso, amigo meu de longa data, veio me dizer discre- correspondência pessoal o mal que ela lhe fazia, levando-o até
tamente que minha afirmação era perigosa porque a escola tem a vomitar após escrever determinada passagem, como ficariam
tido problemas com isso. Baseados nessa “unicidade”, estudantes imunes a esse sentimento os seus leitores masculinos?
que leram precariamente o livro proposto em aula apresentam-se A leitora que vive um cotidiano rotineiro e um casamento pou-
ao professor com leituras estapafúrdias, alegando: “Esta é a mi- co saboroso enquanto olha novelas na TV e sonha com amores e
nha leitura”. A recusa, por parte do professor, dessa leitura-não compras em Paris, lerá o livro de uma forma. E a jovem executiva
-leitura é considerada antidemocrática pelos estudantes. independente, que tudo pode com seu cartão de crédito, o lerá de
Eu me referia, entretanto, a algo bem mais extenso do que aqui- outra. O psicanalista acompanhará na leitura o progredir daquela
lo que foi entendido. Certamente me expliquei mal naquela oca- neurose que viria a se chamar “bovarismo”, enquanto o cientista
sião. Aproveito, para explicar melhor agora. social lerá rastreando sua origem nas estruturas sociais da época.
Todo livro nos oferece como base uma leitura que podemos E, sobretudo, independente de interesses mais evidentes, cada
chamar “central”, igual para todos os leitores. É, basicamente, a lei- leitor se sentirá tocado por uma frase, uma descrição, um mo-
tura da história, dos fatos que a compõem, do arcabouço. É tam- mento que, naquele suceder-se de frases, descrições e momentos,
bém a leitura daquilo que está escrito e que, a não ser em casos lhe parece especialmente escrito para si, como se naquele ponto
específicos ou por determinação do próprio autor, costuma ser mais do que em qualquer outro o autor tivesse tomado a sua mão
bastante clara. Esta leitura é a que encontramos nas resenhas, e a e escrito o seu sentir.
que os professores querem ouvir dos estudantes para comprovar O que eu queria dizer, ao afirmar que cada leitor tem uma lei-

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tura, é que não apenas o livro tem múltiplas folhas. O seu conteú- resistência, sobre suas reações na adversidade. E de um aprofun-
do também. E à medida que as atravessamos verticalmente, atin- damento na análise do poder e do seu exercício, da força e da
gimos camadas mais profundas nas quais nos orientamos usan- sujeição.
do, como um sonar, as identificações com nossas próprias cama- Certamente, esquecerei em breve grande parte do que li. É o
das internas. que sempre acontece comigo – não tenho memória suficiente
O mesmo acontece com as crianças, embora por terem me- para armazenar a biblioteca que compõe a minha vida. Mas o que
nos experiência tenham acumulado menos camadas. O menino conta não é apenas o tanto, ou o pouco, que conseguirei guardar,
que tem um parente – pai, padrasto ou tio- ameaçador, gordo ou e sim as ramificações que foram se abrindo em meu pensamen-
alto – e todos são altos para quem é pequeno- recebe histórias to aguçado pela leitura, como se o tempo todo ela me propusesse
de ogros de maneira diferente daquele que só tem modelos mas- questões, que a mim também cabe avaliar e tentar resolver.
culinos protetores. E é certo que, em qualquer família, os caçu- Impossível prever de antemão tudo o que um livro vai nos dar.
las ficam mais felizes que os irmãos, ao ouvirem ou lerem tantas Pois além da história, além dos dados, ele vai nos levar a um diá-
histórias dos Grimm em que o sucesso final cabe ao mais moço logo silencioso, uma espécie de complementação em que, agindo
e ao mais fraco. como um computador, nosso pensamento estabelecerá ligações
com o repertório interno e externo, armando uma rede que teria
Múltiplos saberes sido absolutamente imprevisível no início da leitura. Nessa rede
Se a leitura é múltipla, parece lógico que múltiplos sejam também acolhemos o saber.
os conhecimentos que extraímos dela.
Ando lendo, nesses dias, Os afogados e os sobreviventes (I som- Um terror e muitos olhares
mersi e i salvati), do italiano Primo Levi. Gosto de exemplificar Vamos sair da literatura em si, e falar de literatura infantil. Citei
com aquilo que estou lendo, porque a experiência leitora é ainda o livro de Primo Levi porque o estive lendo e porque nos remete
fresca, vibrante, sem sedimentação. Primo Levi escreveu seu pri- a um clima de terror, de brutalidade. Nesse clima, podemos fazer
meiro livro em 1947, É isto um homem?, só ganhando reconhe- uma correspondência e tratar de um dos contos mais espantosos
cimento mundial com a segunda edição, em 1958. Tratava-se do do repertório clássico da infância: “Barba Azul”.
doloroso relato de sua experiência como prisioneiro judeu em Todos conhecem esse conto, que portanto resumo aqui ao má-
Auschwitz. ximo. Um homem rico e sinistro, de barba azul e fama obscu-
O livro que estou lendo aborda o mesmo tema, embora por ra – diz-se que já matou várias esposas - quer casar. Pede a uma
outro ângulo. Com ele eu poderia aprender como se desenrola- Dama que lhe dê qualquer uma das suas duas filhas e, depois de
va o dia-a-dia do campo, qual a metodologia das câmaras de gás, hesitar, a caçula casa com ele. Com ele vai para o castelo. Em bre-
quem eram os assistentes dos SS na manutenção da disciplina fe- ve, ele lhe diz que precisa viajar, e lhe entrega todas as chaves da
roz, como era feita a triagem na chegada ao campo, como atu- casa. Faça o que quiser, convide a irmã, as amigas, divirta-se, mas
ava a organização clandestina de defesa dentro do lager. Tudo não abra a tal porta, com a tal chave. Ele se vai. Ela abre a porta.
isso, entretanto, eu já sei, li em outros livros, dele mesmo e de No espanto do que vê, a chave cai no sangue que cobre o chão,
outros autores. O que estou aprendendo nessa leitura é de outra vindo das esposas mortas pregadas nas paredes. E o sangue não
vertente. sai da chave, o sangue não sai. O marido volta, vê a chave man-
Aprendo com Levi a impossibilidade de julgar. Como julgar chada, pega a espada disposto a executar o castigo fatal. A irmã
alguém que se encontra em situações extremas, se nós mesmos olha do alto da torre para ver se os seus dois irmãos vêm a cavalo
não estamos nessas situações ou se, estando ou tendo estado, ain- socorrê-las. Barba Azul ergue a espada. A irmã olha novamente.
da assim não somos aquela pessoa, não temos nem o físico nem Ele agarra a esposa pelos cabelos. Os irmãos chegam e matam o
a psique daquela pessoa, e não podemos, portanto, saber o que vilão. Salva, ela herda todos os bens.
comanda suas ações? O primeiro a escrever este conto foi Perrault. Dizem, porém, os
Aprendo o conceito de “morte da alma”, que não é de Levi, mas estudiosos que não o inventou. Alguns acreditam que tenha ido
que ele cita “ninguém pode saber por quanto tempo, e a quais buscá-lo- na história, inspirando-se no terrível Gilles de Rais, no-
provas, sua alma resistirá antes de dobrar-se ou de quebrar”. bre bretão do séc. XV que, embora tendo lutado ao lado de Joan
Leio: “Todo ser humano possui uma reserva de forças cuja me- d’Arc, era brutal e assassino. Consta que tenha degolado crianças
dida lhe é desconhecida: pode ser grande, pequena ou nula, e só e cometido crimes contra 140 mulheres, pelo que acabou execu-
a adversidade extrema lhe permite avaliá-la”. tado. Para que seu nome não mais manchasse a honra da família,
Não pretendo elencar todos os saberes que vêm ao meu en- foi trocado pelo de um partisan inglês, Blue Barb ou Blue Beard.
contro à medida que avanço na leitura. Mas em seu conjunto tra- Dizem outros que a origem é mais longínqua e pode ser en-
ta-se de um estudo percuciente sobre o ser humano, sobre sua contrada na obra de São Gildas. O santo, que viveu entre o século

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V e VI, escreveu a história do nobre “Conomor, o amaldiçoado”, feminina redundou em calamidade para os outros e castigo para
outro sanguinário bretão. Tendo se casado com ele, a jovem aris- elas próprias.
tocrata Triphine é avisada pelos fantasmas das ex-esposas assas- Não farei aqui, em relação a este tema, a digressão feminista
sinadas quando grávidas, de que o marido a matará assim que ela que meu espírito solicita. Seja dito apenas que curiosidade é von-
engravidar. De fato, é o que acontece. Mas São Gildas a ressuscita. tade de saber, e a vontade de saber das mulheres sempre foi vista
Quando ele a leva de volta ao castelo de Conomor, as paredes to- como muito ameaçadora pelos homens.
das desabam e do castelo só restam ruínas. A versão de Perrault enfatiza somente a curiosidade. É ela o
Seja qual for a origem dessa história, ela visivelmente já esta- mote da moral que o autor colocou no final do conto. A incon-
va na boca do povo quando Perrault a colheu. E como a boca do trolável curiosidade feminina é também o ponto chave – e esta
povo desconhece fronteiras, também os Grimm a colheram de palavra “chave” se encaixa aqui com perfeição - da versão ale-
boca alemã, praticamente igual à de Perrault, e a incluíram no seu mã. Para as mulheres do século XXI, porém, o eixo desse conto
livro. Temendo, entretanto, tratar-se de uma tradução da versão não é a curiosidade feminina, e sim a prepotência e a brutalida-
francesa, a trocaram na segunda edição por outro conto mais ale- de masculina.
mão, “O pássaro estranho”.
De fato, a da primeira edição apresenta pouquíssimas diferen- O olhar feminino
ças, a principal sendo a ausência da irmã - quem grita no alto da A analista jungiana Clarissa Pinkola Estés é uma mulher do sé-
torre é a própria esposa ameaçada - e a quantidade de irmãos, que culo XXI. A leitura de “Barba Azul” que apresenta em seu livro
não são dois, mas um bando. No conto da segunda edição, entre- Mulheres que correm com os lobos é extensa e complexa. Ela iden-
tanto, temos um feiticeiro em lugar de Barba Azul, e três irmãs tifica o vilão como sendo o “predador natural da psique” e diz
sequestradas, uma de cada vez. As duas primeiras cedem à curio- ainda, “Barba Azul simboliza um complexo profundamente re-
sidade, e são assassinadas, a terceira, mais esperta, consegue res- cluso, que fica espreitando às margens da vida da mulher, obser-
suscitar as irmãs, matar o vilão, e incendiar a sua casa. vando, à espera de uma oportunidade para atacar.”
Mas, como bem se vê, a base da história é a mesma: um homem Seria demasiado longo transcrever a sua análise, mas dois pon-
monstruoso que mata suas esposas, uma interdição desrespeita- tos são expressivos.
da, e uma jovem que escapa a seu destino. Um, quando ela diz que a chave “é o acesso ao segredo que to-
De boca em boca, de caneta em caneta, esta história foi sen- das as mulheres conhecem, e ainda assim não conhecem”. Se le-
do reescrita em prosa, verso e música. Do século XVIII até o fi- varmos o sentido simbólico para a narrativa do conto, veremos
nal da década de 60, mais de 40 versões de qualidade haviam como no início é dito que uma das razões pelas quais as moças
sido registradas, e de lá para cá a lista só fez aumentar. Aos no- hesitavam em aceitar seu pedido era, além da tremenda barba
mes de Grétry, que compôs a musica para ópera de Sedaine, de azul, porque “ele já havia se casado com numerosas mulheres, e
Offenbach, autor de uma ópera buffa, de Maeterlick que escreveu não se sabia o que havia sido feito delas”. Não se sabia, mas se sus-
um drama, de Anatole France, autor de um conto em chave sa- peitava. Um perfeito segredo que se conhece e não se conhece.
tírica, e de Bela Bartok, autor de mais uma ópera, vieram se jun- O segundo ponto enfatizado por Pinkola Estés, é a ilusão de li-
tar na modernidade mais recente a inglesa Ângela Carter, o su- berdade que Barba Azul dá à esposa ao partir: divirta-se, diz ele,
íço Max Frish, a canadense Margareth Atwood, Kurt Vonnegut, convide suas amigas, leve-as a passear, abra todas as portas, vá
Alice Hoffmann, e até o famoso quadrinista e escritor inglês Neil aonde quiser. Toda essa liberdade destoa da única proibição e a
Gaiman. coloca em foco, tornando o pequeno gabinete fechado mais atra-
Cada um deles repetiu o percurso de Perrualt, colhendo a his- ente do que todas as riquezas abertas.
tória pré-existente e recriando-a através de uma nova leitura. A escritora Ângela Carter é uma mulher do século XX.
Feminista, grande estudiosa dos contos de fadas, até a hora da
A curiosidade castigada sua morte prematura trabalhou na finalização da sua segunda
A leitura mais óbvia é a que Perrault lhe imprimiu repetindo um coletânea de contos. É dela uma famosíssima versão do conto
antiqüíssimo preconceito: a da mulher curiosa, que por sua curio- que agora nos ocupa, “The Bloody Chamber”, considerada sua
sidade é castigada. A pobre moça do seu conto sequer é nomea- obra-prima.
da, mas está tão frenética para abrir a porta proibida, que nem O mesmo luxo e a mesma riqueza traçados por Perrault estão
consegue apreciar todas as riquezas que suas amigas e sua irmã, aqui recriados, mas tudo se passa no despontar do século XX. A
convidadas na ausência do marido, se comprazem em descobrir. noiva inocente veste Poiret e Woth, a esposa anterior foi retrata-
Ela as abandona e corre sozinha para meter a chave na fechadura. da por Puvis de Chavannes, o riquíssimo marido fuma charutos
Por isso, está só diante da cena macabra. Romeu e Julieta, tem ações na bolsa, coleciona livros raros de
De mulheres curiosas o mundo tem estado cheio desde que co- pornografia, cita Baudelaire. E embora sua barba não seja azul,
meçou, aliás, teria começado justamente por culpa da primeira ele é igualmente assustador.
e mais famosa de todas, Eva. Dali para a frente, povoaram mito- Carter, estudiosa de Sade e do masoquismo, não escreveu esse
logia e literatura. Pandora abriu a fatídica caixa, Psiché não re- conto pensando nas crianças, mas relembrando Poe e Shelley.
sistiu sem ver o rosto do amado. E todas as vezes, a curiosidade Um horror bem construído, com vasos de lírios esparsos no

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castelo e cheiro de incenso, em que a heroína avança menos as- Outra possibilidade levantada por ele seria uma traição sexual
sustada do que atraída, até usar a chave e dar com a sala proibida. perpetrada pela esposa na ausência de Barba Azul, que a levaria a
Uma sala de tortura - não se sabe até que ponto consentida - em fantasiar esposas assassinadas por idêntica culpa.
que o torturador conserva o corpo embalsamado de uma esposa, Uma terceira está na proibição estabelecida pelo marido - não
o crânio coroado de rosas brancas da outra, e o corpo ainda en- abra a tal porta - e na quebra dessa proibição, que faria do conto
sangüentado da terceira. uma fábula sobre a tentação da traição sexual.
Não há irmãos a galope, nem homens salvadores nessa versão. A quarta, que enfeixa as outras, faz deste conto uma advertên-
Carter não o permitiria. O único homem presente no castelo não cia sobre os aspectos destrutivos do sexo. Embora correndo ris-
pode salvar a moça, é cego. Quem vem a galope varando a noite, co de vida, a jovem esposa não procura ajuda nem foge porque,
saias presas na cintura, cabelos ao vento, é a mãe, que quando jo- tendo traído o marido, espera ainda que ele não o descubra. Ou,
vem matou um tigre na Indochina e agora matará a fera humana. então, porque o que ela viu no quarto foi tão somente a projeção
Mas a mancha de sangue que não saía da chave, ficará para de suas fantasias ansiosas.
sempre impressa na testa da moça, como um estigma, ou uma Entre todas essas possibilidades levantadas por Bettelheim, ne-
marca de infâmia. Só o homem cego, com quem ela se casa, não nhuma diz respeito à ferocidade assassina do marido. Todas gi-
a vê. ram em torno da culpabilidade da esposa.
Duas leituras femininas, duas leituras modernas em grande O segundo olhar masculino é o do escritor Anatole France, au-
parte resultantes do feminismo, e ainda assim, quase opostas no tor de um conto muito curioso, “As sete mulheres de Barba Azul”.
significado do núcleo central: o quarto proibido. As suas intenções, sem dúvida irônicas, estão claras já no come-
A chave que a jovem esposa está proibida de usar é, segundo ço: “Desde muito tempo eu já suspeitava que Barba-Azul era ví-
Pinkola Estés, “a única chave que a traria de volta à consciência”, tima de uma fatalidade semelhante. Todas as circunstâncias da
pois para as mulheres a chave é símbolo de conhecimento, e com sua vida, da forma como as encontrei narradas, estavam longe de
ela se abrem as portas secretas da psique. O quarto fechado seria contentar o meu espírito e de satisfazer esta necessidade de lógica
então a própria psique da heroína, o reduto onde está trancada a e de clareza que incessantemente me devora. As minhas reflexões
Mulher Selvagem, essência de toda mulher. encontravam ali dificuldades insuperáveis. Insistia-se muito em
Já para Ângela Carter, a recém-casada suspeita estranhos pra- fazer-me acreditar na crueldade desse homem, e isso aumentou
zeres porque encontrou um cartão da esposa anterior com escri- as minhas dúvidas. [...] Desde então, tomei como uma obrigação
to: “lembre-se sempre que ‘o único e supremo prazer do amor é pessoal escrever a sua verdadeira história, sem nutrir qualquer
a certeza de que se está fazendo mal’”. E vai percorrer longos cor- ilusão quanto ao sucesso de uma tal empresa.”
redores até o quarto proibido, achando que o marido quer man- É, este Barba Azul, um pobre marido amoroso cujas esposas
tê-lo só para si, para ali sentir-se solteiro, “Talvez houvesse semi desaparecem ou morrem de maneiras estranhas e praticamente
-imaginado que poderia encontrar-lhe o verdadeiro eu nessa ca- inaceitáveis, uma depois da outra. De todas, o viúvo lamenta o
verna”. O quarto proibido seria então o reduto dele, a sua psique, sumiço e chora a ausência. Enfim, um homem maltratado pelo
que ela quer conhecer. destino, e caluniado pelo mundo.
Não deixa de fazer sentido dentro da obra de Carter, autora de Conteúdo e ironia não deixam de ser reveladores. Aqui tam-
duas coletâneas de contos, The Virago book of fairy tales e The se- bém Barba Azul é inocente.
cond Virago book of fairy tales em que - como Andrew Lang que Não consegui encontrar, para ler, os dois contos de Neil
lhe serviu de inspiração - selecionou contos do folclore do mun- Gaiman. Sei, entretanto, que ele retoma Barba Azul a partir de
do inteiro. A diferença é que Carter escolheu somente contos que uma personagem da literatura inglês, Mr. Fox, um homem injus-
“giram ao redor de uma protagonista”, em que a mulher, boa ou tamente acusado de ter matado a esposa. A escolha desse injusti-
má, boba ou inteligente, está sempre “no centro do palco”. çado já nos dá uma idéia do posicionamento de Gaiman.
Vista nessa luz, a noiva de Barba Azul não é movida pela curio-
sidade, mas sim pela necessidade de agir, tomando a si o coman- A esposa obediente
do da situação. Pessoalmente, noto em Barba Azul mais um elemento sinistro,
que costuma passar desapercebido. É o fato de a interdição colo-
O olhar masculino cada pelo marido – você não deverá, em nenhuma circunstância,
Vimos o enfoque de duas mulheres, vejamos agora como dois abrir a tal porta – não ter nenhum intuito protetor, como tantas
homens lêem esse mesmo conto. vezes pretendem os maridos ao estabelecerem interdições. Muito
O primeiro, Bruno Bettelheim, é voz importantíssima na análi- pelo contrario, é posta ali como uma isca, para estimular a curio-
se dos contos de fadas. Para ele, há múltiplas possibilidades. sidade da esposa e levá-la a transgredir. Torna-se evidente que o
Uma delas seria o simbolismo da chave, que representa o ór- desejo daquele homem sedento de sangue é, desde o início, matar
gão masculino penetrando no quarto secreto. Seria, no caso do mais uma mulher.
conto, a primeira relação, com o sangue manando na ruptura do Nesse sentido, podemos até mesmo afirmar que a esposa não é
hímen. O sangue não pode ser lavado, porque o hímen não pode em absoluto desobediente. Pois debaixo da encenação com que o
ser reconstituído. marido proíbe o uso da chave, lateja evidente o pedido para que o

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faça, justificando assim sua própria morte. E é satisfazendo o de- Diz Perrault nas primeiras linhas de Barba Azul: “Era uma vez
sejo oculto mas imperioso do marido que ela abre a porta. um homem que tinha lindas moradas no campo e na cidade, bai-
xela de ouro e de prata, móveis estofados com bordados, e carro-
Finais e começos ças todas douradas: mas, infelizmente, esse homem tinha a Barba
De todas essas leitura que vimos, nenhuma é igual à outra – e azul: isso o tornava tão feio e tão terrível que qualquer mulher ou
certamente demos apenas a mínima amostra possível dentro das mocinha fugia ao vê-lo.” Estão aí contidas a riqueza que atrai, a
nossas limitações de tempo. feiúra que assusta, o lado terrível da personagem, e o segredo –
Vamos voltar então à questão da multiplicidade e da esco- pois uma barba azul é puro mistério inexplicado. Sete linhas de-
la, levantada pelo professor meu amigo após a conferência na pois, Perrault fala nas esposas desaparecidas. O final medonho
Amazônia. está a caminho.
Tenho me deparado constantemente com uma prática esco- A leitura é múltipla e ao mesmo tempo individual, mas não
lar, aplicada sobretudo no ensino fundamental que, visando es- pode fugir à coerência.
timular a capacidade criativa e a multiplicidade de leituras, soli-
cita às crianças a escrita de novos finais, pessoais, para histórias Uma versão a mais
preexistentes. E já que falamos tanto em leituras individuais, vou personalizar
Acabo de receber algo semelhante, que pode nos ser útil. Uma essa conversa por um instante e dar a minha própria versão de
menina francesa de aproximadamente 10 anos, Delphée, residen- Barba Azul. Não se assustem, estamos adiantados na hora e por-
te na ilha La Reunion e neta de uma amiga minha, em agradeci- tanto será apenas uma sinopse.
mento pelos meus contos, de que é leitora, me enviou uma sua Tudo começa como no conto clássico, a mocinha casa e vai
recriação de Chapeuzinho Vermelho. para o castelo, o marido avisa que precisa viajar e lhe entrega as
No seu “O chapeuzinho preto”, Chapeuzinho sai de casa para chaves proibindo o uso da menor de todas. Mas a esposa desta
ir à casa da avó e encontra o lobo. Mas a fera começa a chorar, minha versão não é nenhuma tonta, é a mais esperta das duas ir-
diz que está farto de ser o mau da história, não agüenta mais de- mãs, e intui algo estranho nas recomendações excessivas do ma-
vorar as duas. Pede à menina, então, que assuma o papel de má. rido. Olha por uma janela enquanto a carruagem dele se afasta e
Ela hesita, mas acaba aceitando, e vai à casa da avó para devo- pensa, com um sorriso, que ela não cairá na armadilha. Afinal, ao
rá-la. A avó não se submete de jeito nenhum, diz que é gorda aceitá-lo como esposo, o fizera consciente das lendas sobre sua
demais para ser devorada pela menina. Estão discutindo, quan- fama de assassino.
do chega o lobo, e oferece uma solução: visto que Chapeuzinho O marido regressa bem antes do combinado. Pede as chaves de
não pode ser a má, que passe então o papel para a avó, mais as- volta, e não consegue evitar uma expressão de surpresa ao recebê
sustadora e de dentes já quebrados. O lobo ficaria sendo bonzi- -las todas limpas. Por que, pergunta-se ele, a esposa não abriu o
nho, Chapeuzinho passaria a ser a avó, e a avó se tornaria lobo quarto? Intrigado, inventará em breve outra viagem, e tudo se re-
mau. Mas a avó novamente se recusa, não quer comer um ser petirá da mesma maneira. O homem fareja a ironia por baixo da
humano. Os três brigam, o lobo vai embora para a sua caverna, falsa obediência da esposa, e se enche de suspeitas; que mulher
Chapeuzinho volta para a casa da mãe, e a avó pendura um car- é esta? A chave tornada inútil perde seu valor, o homem sente o
taz diante da porta: “Livro fechado por causa de briga!!”. cetro escapar-lhe da mão. Progressivamente a situação se inver-
Ao modificar os papéis das personagens, tornou-se impossível te, ela que nada tinha, tem agora um segredo através do qual o
para a pequena autora organizar a história e conduzi-la a um fi- manipula; ele, que havia começado dono da situação, está agora
nal que fizesse sentido com o que havia sido narrado até então. A à sua mercê. Barba Azul já não quer matá-la, – nem teria justifi-
única solução foi “fechar” o livro. cativa para fazê-lo – quer descobrir quem ela é. Aplica-se em se-
É o mesmo equívoco em que incorre a prática escolar da rees- mear sua vida de artimanhas que a façam ceder. Inutilmente. O
critura do final: dá a entender à criança que qualquer final serve, segredo do quarto, que ela rejeita, vai sendo esquecido. Com o
anulando com isso o conceito de organização da história. Em um tempo, a barba antes azul se faz cinzenta, na porta que ninguém
bom conto, porém, assim como em um bom romance, o final co- abriu espessam-se teias de aranha. Cintilam os olhos da esposa
meça a ser estruturado desde o começo e, se modificado, torna que breve será viúva. Do alto da torre, a irmã anuncia a chegada
necessário alterar toda a estrutura narrativa. dos irmãos que vêm para o almoço.

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3º Concurso Escola de Leitores 2014/2015
Pela terceira vez a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil Espaço: local ambientado de forma orientada e adequada para
– FNLIJ – renova a parceria com o Instituto C&A, como organi- estimular a interação do leitor com os vários gêneros e suportes
zação que atuará na formação e acompanhamento técnico das de leitura e com outros leitores.
escolas vencedoras do 3º Concurso Escola de Leitores 2014/2015, Acervo: livros e outros suportes, preferencialmente de literatu-
no Rio de Janeiro. A FNLIJ também organiza a viagem-prêmio à ra, que considerem critérios de qualidade e interesses dos leito-
Colômbia, na qual é realizado um intercâmbio entre os repre- res, organizados de forma a propiciar a autonomia na escolha.
sentantes brasileiros e os profissionais de educação colombianos. Mediação: ação capaz de orientar e promover o desenvolvi-
O concurso Escola de Leitores é uma ação do programa Prazer mento do gosto pela leitura e da cultura escrita nas comunidades
em Ler e tem o objetivo de mobilizar comunidades escolares para em que os projetos estão inseridos.
implementação e aprimoramento de projetos e políticas de for- Gestão compartilhada: processos e procedimentos articulados
mação de leitores de literatura, em redes municipais de ensino. A que visem ao alcance dos objetivos planejados, monitorados e
iniciativa é realizada em parceria com as Secretarias Municipais avaliados de forma participativa por diferentes atores.
de Educação dos municípios participantes e aberta a escolas pú- O Escola de Leitores orienta-se pelas seguintes diretrizes:
blicas de educação infantil, ensino fundamental e Educação de 1. Reconhecer a leitura como prática social que ocorre em dis-
Jovens e Adultos (EJA). A ação premiará projetos que promo- tintos tempos e espaços, situações e modos de realização.
vam a formação de leitores de literatura, exclusivamente nas re- 2. Promover o pleno exercício do direito da criança e do ado-
des municipais de ensino de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e lescente de acesso e uso do livro.
São Paulo (SP). As organizações formadoras são o Instituto de 3. Estimular a coesão de forças da comunidade, bibliotecas es-
Desenvolvimento da Educação (IDE), em Natal; a Fundação colares, bibliotecas comunitárias, organizações educativas e gru-
Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), no Rio de Janeiro; e pos organizados para a promoção da leitura literária, estabele-
o Centro de Estudos A Cor da Letra, em São Paulo. cendo parcerias para o desenvolvimento de projetos.
Serão selecionados até sete projetos no município do Rio 4. Incentivar a participação de famílias e comunidades em es-
de Janeiro e na cidade de São Paulo e até cinco projetos em paço de leitura.
Natal. As escolas vencedoras do concurso Escola de Leitores 5. Assegurar a visibilidade pública e a busca de aprendizagens
receberão 15 mil reais para desenvolvimento do projeto; via- com a ação em parceria, por meio de mecanismos de monitora-
gem à Colômbia para dois representantes da equipe do pro- mento e avaliação.
jeto, de modo que participem de um intercâmbio de experi- 6. Assegurar aos professores-mediadores de sala de leitura/bi-
ências na área de bibliotecas e formação de leitores; forma- bliotecas e salas de aula ações de formação para o trabalho com
ção e acompanhamento técnico no período de setembro de leitura e escrita literária nas escolas.
2014 a novembro de 2015 e apoio à apresentação e divulga- A relação de vencedores será anunciada na segunda quin-
ção do projeto em congressos, seminários e similares no Brasil. zena de julho de 2014, nos sites das Secretarias Municipais de
  As atividades de promoção da leitura desenvolvidas pelo Educação parceiras do concurso.
Instituto C&A, por meio do programa Prazer em Ler abrangem Conheça o edital de participação no concurso Escola de Leitores:
quatro eixos de trabalho, contemplados nos projetos participan- http://www.institutocea.org.br/midiateca/53/publicacao-institu-
tes do concurso Escola de Leitores: cional/edital-concurso-escola-de-leitores-2014.aspx

Professores em visita à biblioteca durante a viagem-prêmio à Colômbia. Elizabeth Serra e Volnei Canônica palestrando em Medelín durante o intercâmbio
entre Brasil e Colômbia.

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Biblioteca 3
40ª Seleção Anual do Prêmio fnlij 2014 | Produção 2013
5ª e útlima relação de livros enviados pelas
editoras (total: 240 títulos)

Abacatte Havir. Il. Taro Gomi Arte gótica. Edna Ande e Sueli Lemos
De filho para pai. Márcio Vassallo. Il. Carol W Eu te disse. Taro Gomi. Trad. Stéphanie Havir. O bicho-papinha. Paula Browne. Il. Paula
Il. Taro Gomi Browne
Agir O leão faminto: um conto folclórico. Adapt. O casamento da macaca. Paula Browne. Il.
A bela história do pequeno príncipe de Gita Wolf. Trad. Renata Lucia Bottini. Il. Paula Browne
Antoine de Saint-Exupéry. Textos reunidos Indrapramit Roy Isso eu sei! Moni Port. Il. Moni Port
por Alban Cerisier. Trad. Ferreira Gullar e Por Júpiter! a tragicomédia de Anfitrião. Uma lagarta muito comilona. Eric Carle. Il.
Maria Helena Rouanet Plauto. Adapt. José Carlos Aragão. Il. Eric Carle
O pequeno príncipe. Antoine de Saint- Luciano Tasso A ponte. Eliandro Rocha. Il. Paulo Thumé
Exupéry. Trad. Ferreira Gullar. Aquarelas do O trólebus 75. Gianni Rodari. Trad. Renata
autor. Bottini. Il. Blanca Gómez Caramelo
Histórias de vai e vem. Angela Leite de
Alfaguara Bicho Esperto Souza. Il. Luiz Maia
Enquanto o dia não chega. Ana Maria Basi e o medo de barulho. Aleix Cabera e Se eu fosse... Cipis. Il. Cipis
Machado. Il. Rodrigo Rosa Rosa M. Curto. Trad. Cristiane Castro Simsalabim. Maria Amália Camargo. Il. Jean
Como a mentira cresce. Helena Kraljic. Trad. Galvão
ANEP Cristiane Castro. Il. Suzi Bricelj
Dias de meus dias: tempos de menino. José As cores do semáforo. Trad e Adapt. Maila CEPE
Batista de Sales Carrinho da Silva Armadilhas do Sr. Distinto. Vinicius
Doutor urso e o caçador. Helena Kraljic. Trad. Baldissera Ugolini. Il. Sávio Araújo
Ática Cristiane Castro. Il. Kristina Krhin Cadê a letra que estava aqui? Marco Catalão.
Coragem não tem cor. Marcia Kupstas. Il. Minu e o medo de ficar sozinha. Aleix Cabera Il. Beto França
João Pinheiro e Rosa M. Curto. Trad. Cristiane Castro O computador que queria ser gente.
O fantasma do Pelourinho. Eliana Martins. Il. Nara e o medo de ser ridicularizada. Aleix Homero Fonseca. Il. Lorota
Ronaldo Barata Cabera e Rosa M. Curto. Trad. Cristiane Contrato com vampiros. Délcio Teobaldo. Il.
Guerra é guerra. Ivan Jaf Castro Shiko
Memórias póstumas de Brás Cubas. Piro e o medo do escuro. Aleix Cabera e Rosa O gato da Tasmânia e outras histórias. Sonia
Machado de Assis. Adapt. Luiz Antonio M. Curto. Trad. Cristiane Castro Carneiro Leão. Il. Walther Moreira Santos
Aguiar. Roteiro e arte de Cesar Lobo Sou apenas uma criança. Helena Kraljic. Um poeta no pomar. Sonia Carneiro Leão. Il.
O menino que gostava de pássaros e de Trad. Cristiane Castro. Il. Maja Lubi Walther Moreira Santos
muitas outras coisas. Isabel Minhós Super safári. Trad e Adapt. Cristiane Castro
Martins. Il. Bernardo Carvalho O valor da amizade. Helena Kraljic. Trad. Ciranda de Letras
Revolução em mim. Marcia Kupstas. Il. Mateu Cristiane Castro. Il. Adriano Janezic De repente é quase agora: um livro de
Velasco poemas e perguntas. Carlos Rodrigues
O vampiro e o Zumbi dos Palmares. Ivan Jaf. Biruta Brandão. Il. Bruna Barros
Il. Jefferson Costa Sementes de cabanas encantadas. Philippe Gergelim. Rafael Curci. Trad. George Bernard
Lechermeier. Trad. Elisa Zanetti. Il. Éric Sperber. Il. Andres Cornejo
Atual Puybaret
Três casamentos. Adapt. Alexandre Azevedo. Claro Enigma
Il. Rafael Antón Brinque-Book O maior de todos os mistérios. Giselda
A árvore magnífica. Nick Bland. Trad. Gilda Laporta Nicolelis e Miguel Nicolelis. Il. Nik
Autêntica de Aquino. Il. Stephen Michael King Neves
Literatura infantil juvenil: diálogos Brasil- Sete cachorros amarelos. Silvana Rando. Il.
África. Sueli de Souza Cagneti e Cleber Silvana Rando Companhia das Letrinhas
Fabiano da Silva Sim, salabim! a vovó é assim! Tracey Deixei o pum escapar. Blandina Franco. Il.
Corderoy. Trad. Gilda de Aquino. Il. Joe José Carlos Lollo
Berlendis & Vertecchia Berger Fabriqueta de ideias. Katia Canton. Il. Katia
O crocodilo e o dentista. Taro Gomi. Trad. Canton
Stéphanie Havir. Il. Taro Gomi Callis As falações de Flávio. Rogério Trentini. Il.
Esconde-esconde. Taro Gomi. Trad. Stéphanie Arte bizantina. Edna Ande e Sueli Lemos Daniel Almeida
A história das estrelas: das estrelas, Urubu não come chuchu. Alessandra Roscoe. França. Il. André Persechini
sistemas solares e galáxias para o infinito Il. Anabella López
em 10 páginas de dobradura. Neal Layton. Flores Ilimitadas
Trad. Eduardo Brandão. Engenharia de EduERJ Como se lê um livro? Luciana Bastos
papel de Richard Ferguson Leitura, pesquisa e ensino. Márcia Cabral da Figueiredo. Il. Gustavo Almeida
Medo: histórias de terror. Seleção de Hélène Silva Lá no meu quintal. Sol Mendonça. Il.
Montardre. Trad. Julia da Rosa Simões. Il. Agostinho Ornellas
Olivier Balez, Gwen Keraval, Anaïs Massini e ePublique A onda do mar. Maria Lúcia Futuro. Il. Enrico
Guillaume Renon Gabriel, cara de pastel. Ju Couto. Il. Juliana Batalha
Tobar A surpresa da caixa. Maria Lúcia Futuro. Il.
Cosac Naify Enrico Batalha
O cântico dos cânticos. Angela-Lago Escarlate
Charlie Malarkey e a máquina de umbigos. Dedé e os tubarões. Alessandra Roscoe e Leo Formato
William Kennedy e Brendan Kennedy. Trad. Cunha. Il. Rafael Antón Almanaque da bola. Alcy e José Santos
Cadão Volpato. Il. Jaca Desvendando a banda de rock. Márcio
Esopo: fábulas completas. Trad. Maria Escrita Fina Coelho e Ana Favaretto
Celeste C. Dezotti. Il. Eduardo Berliner Dicionário de criancês. Angélica Lopes. Il. Desvendando o grupo maracatu. Márcio
Meu Kafka. Franz Kafka. Trad. Priscila Junião Coelho e Ana Favaretto
Figueiredo. Il. Stefanie Harjes Manual poético dos esportes olímpicos As fantásticas fábulas do magnífico Terry
Minha avó: sua avó. Florence Noiville. Trad. e um dedinho de prosa. Luís Ernesto Jones. Trad. Mila Dezan. Il. Michael
Charles Cosac. Il. Christelle Enault Lacombe. Il. Leo Queiroz Foreman
Os pontos cardeais acrobatas. Andrés Todo mundo saiu. Babi Wrobel Steinberg e
Sandoval Ivan Wrobel. Il. Babi Wrobel Steinberg Gaivota
A turma do CP-500: o mistério da casa de Odisseia de Homero segundo João Vítor.
Desiderata pedras. Ana Cristina Melo Gustavo Piqueira.
O castelo. Franz Kafka. Adapt. Carlos Ferreira Zezinho na copa do mundo. Elisabete
Lucíola. José de Alencar. Roteiro de Maria Barbosa Alves. Il. Guto Lins Garamond
Helena Rouanet. Il. Ricardo Rocha Última chamada. Cris Amorim. Il. Lorena Kaz
A terceira margem do Rio. João Guimarães Espelho d’água
Rosa. Roteiro de Maria Helena Rouanet. O menino lia e a escola não sabia. Eliana Girassol
Arte de Thaís dos Anjos Lisboa. Il. Paulo Branco Macbeth. William Shakespeare. Recontado
por C.A.Plaisted. Trad. Fernando Nuno. Il.
Dimensão Fino Traço Yaniv Shimony
Áurea e Aurélia. Mauro Martins. Il. Mario Vale Barcos. José Andreas Romeu e Julieta. William Shakespeare.
A cabaninha. Walter Lara Recontado por C.A.Plaisted. Trad. Fernando
Ed. da Univates Candoca Maria da Gula: você nem calcula.... Nuno. Il. Yaniv Shimony
Coisas que meu pai conta. Elisangela Bertotti Neusa Sorrenti. Il. Cláudio Martins Sonho de uma noite de verão. William
A receita mágica. Elisangela Bertotti Os contrários. Ivo Minkovicius. Il. Ivo Shakespeare. Recontado por C.A.Plaisted.
Tem que ser agora. Elisangela Bertotti Minkovicius Trad. Fernando Nuno. Il. Yaniv Shimony
É burrice, Clarice? Alice Bicalho. Il. Esther A tempestade. William Shakespeare.
Ed. de Cultura Azevedo Recontado por C.A.Plaisted. Trad. Fernando
4 casinhas. Ivo Minkovicius Elisa e Filomena. Luiza Lehmkuhl Carreirão. Nuno. Il. Yaniv Shimony
Algumas pessoas que conheci. Ivo Il. Carmen Barbi
Minkovicius Flora. Diana Vidal. Il. Katya Helaine Gutenberg
Brincar de flor: crônicas. Domingos Pellegrini O gato e o mar. Maíra Nassif. Thaís Mesquita A bula da vida: uma fábula sobre meditação
Lendas de frutas e árvores do Brasil. Adriano Meu, seu, nosso. Alice Luttembarck. Il. Sylvia e medicação. Acely G. Hovelacque. Il. e
Messias. Il. Marcia Misawa Amélia obras da artista Juçara Costa
Na kombi do meu avô. Ivo Minkovicius. Il. Ivo Minha cama, meu mundo. Walter Lara O clã dos dragões. Ilkka Auer. Trad. Pasi
Minkovicius Música no sítio. Karla Jaber Barbosa. Il. Loman e Lilia Loman
Poema cenário. Denise Emmer. Il. Marcia Marcela Ghirardelli A ilha dos dissidentes. Bárbara Morais
Grossmann Cohen Pomar brasileirinho: hai kais. Beatriz Joe Golem e a cidade submersa: um
O rei que queria a lua. Milton Célio de Myrrha. Il. Wander Lara romance ilustrado. Mike Mignola e
Oliveira Filho. Il. Marcia Grossmann Cohen Quando eu era pequeno. Ivo Minkovicius. Il. Christopher Golden. Trad. Eric Novello
Ivo Minkovicius Nada dramática: aventuras e desaventuras
Edelbra Ratoninho e as vogais. Neuda Mendes. Il. de uma garota que sobreviveu ao ensino
Jabuti não lê gibi. Alessandra Roscoe. Il. Carolina Rossetti médio sem ser popular, sem fazer
Anabella López Se essa música fosse minha. Cecília Cavalieri mimimi... e sem conseguir evitar de se
apaixonar. Dayse Dantas histórias. Helena Britto Pereira. Il. Marcela Papagaio Reginaldo e a árvore na
Um pouco além do resto. Clarissa Corrêa. Ribeiro montanha. Paulo Tatit e Zé Tatit. Il. Rubens
Matuck
Impressões de Minas Lê Quatro estações de pavor. Rosana Rios e
Crespim. Jussara Santos. Il. Vivien Gonzaga Clube da cova. Luís Dill. Il. Patrícia Rezende Regina Drummond
Rato. Paulo Tatit e Edith Derdyk. Il. Laurent
Intrínseca Livre Expressão Cardon
A casa de Hades. Rick Riordan. Trad. Alegorias encantadas: crianças. Alam Borges Senhora. José de Alencar. Il. Kris Barz
Alexandre Raposo e Edmundo Barreiros Teatro a vapor. Artur Azevedo. Il. Kris Barz
Cidades de papel. John Green. Trad. Juliana Livros Ilimitados
Romeiro Os arqueiros do Rio Vermelho. Vinícius Midiograf
Como pegar a joia do dragão. Por Soluço Márquez Tito, o gato. Gustavo Vazquez. Il. Heloísa
Spantosicus Strondus III. Trad. Raquel Pintarelli
Zampil. Manati
Como roubar a espada de um dragão. Por Chapeuzinho Vermelho. Mariana Massarani Miguilim
Soluço Spantosicus Strondus III. Trad. Fábulas de dona Maria: em bordado e O abraço das cores. Rosa Maria Miguel
Raquel Zampil poesia. Fábio Sombra. Bordados de Sabina Fontes. Il. Nelson Tunes
Extraordinário. R.J. Palacio.Trad. Rachel Sombra Conversa de corpo. Priscila Freire. Il. Marcos
Agavino Ludi vai à praia: a odisseia de uma Coelho Benjamim
A garota que eu quero. Markus Zusak. Trad. marquesa. Luciana Sandroni. Il. Eduardo Cosmonauta Cosmo! Eduardo Damasceno e
Vera Ribeiro Albini Luís Felipe Garrocho
Um herói para Wondla. Tony Diterlizzi. Trad. Um pinguim tupiniquim. Índigo Isca de pássaro é peixe na gaiola. Antônio
Renata Pettengill. Il. Tony Diterlizzi Os três porquinhos. Mariana Massarani Barreto. Il. Maurizio Manzo
O mar de monstros: graphic noval. Rick Lição das horas. Angela Leite de Souza. Il.
Riordan. Adapt. Robert Venditti. Arte de Martins Martins Fontes Luiza Pessoa
Attila Futaki Guardião. Mal Peet. Trad. Juliana Lemos Lua no varal. Antônio Barreto. Il. Paulo
A marca de Atena. Rick Riordan. Trad. Raquel Onde está Wally?: especial de Natal. Martin Bernardo Vaz
Zampil Handford. Trad. Luciana Garcia Um pedacinho do céu. Fabiana Beghini. Il.
Muncle Trogg e o burro voador. Janet Foxley. A última canção de Bilbo. J.R.R.Tolkien. Trad. Frederico Beghini
Trad. Rafael Spigel. Il. Steve Wells Christine Röhrig. Il. Pauline Baynes As viagens de Raoni. Pedro Veludo. Il.
O oceano no fim do caminho. Neil Gaiman. Demóstenes Vargas
Trad. Renata Pettengill Mais Que Palavras
Perdão, Leonard Peacock. Matthew Quick. Duda e seus amigos: quem vive com quem?. Nemo
Trad. Alexandre Raposo Therê Osmari Bagatini. Il. George Amaral As crianças da sombra: uma aventura no
A queda dos cinco. Pittacus Lore. Trad. Joana O mundo de Melinha. Josimara Neves e país Miao. Béka. Trad. Fernando Scheibe.
Faro Marília Neves. Il. Gabe Fontes Il. Marko
Ratobúrguer. David Walliams. Trad. Edmundo
Barreiros. Il. Tony Ross Melhoramentos Nova Fronteira
Tempestade de fogo. Andrew Lane. Trad. Amor por anexins & a Capital Federal. Artur Beijo de sol. Celso Sisto. Il. Suppa
Leonardo Alves Azevedo. Il. Kris Barz Caixa surpresa. Angela Carneiro. Il. Taline
O teorema Katherine. John Green. Trad. Brincadeiras cantadas de cá e de lá. Schubach
Renata Pettengill Maristela Loureiro e Ana Tatit. Il. Ana Tatit Hoje é amanhã? Anna Claudia Ramos. Il. Ionit
A torre invisível. Nils Johnson-Shelton. Trad. Campos de morangos: uma história sobre Zilberman
Rafael Spigel exploração humana. Sandra Saruê Inventadeira de besteira, eu?! Sonia
Vovó vigarista. David Walliams. Trad. O coração azul de Luísa. Patrícia Engel Secco. Junqueira. Il. Elisabeth Teixeira
Edmundo Barreiros. Il. Tony Ross Il. Rafa Anton João e Maria e outros contos de Grimm.
Estas histórias não deveriam ser Jacob e Wilhelm Grimm. Org. Luiz Raul
Jovem verdadeiras. Gang Gyeongsu. Trad. Luiz Machado. Trad. e Adapt. Maria Clara
Trava aqui e trava ali. Alcides Goulart. Il. Antonio Aguiar. Il. Gang Gyeongsu Machado. Il. Andréia Vieira
Guilherme de Sousa O médico e o monstro. Robert Louis Luana adolescente, lua crescente. Sylvia
Stevenson. Trad. Marcos Marcionilo. Il. Orthof. Il. Sylvia Orthof
Kelps Karen Freitas Num pacato vilarejo... Hebe Coimbra. Il. Rui
Cricri, um periquito de sorte. Davi Isaías. Il. A metamorfose. Franz Kafka. Trad. Cláudia de Oliveira
Patrícia Paulozi Abeling. Il. Kris Barz A paca foi buscar água... Hebe Coimbra. Il.
O mundo cá tem fronteira: uma aventura Gilberto Miadaira
Kronos Brasil-Cabo Verde. Paulo Rafael. Il. Graça A viagem de Clarinha. Maria Clara Machado.
A menina que não escutava e outras Lima Il. Marilia Pirillo
Ôzé Gnädinger. Il. Matze Doebele Trad. Maria Clara Mattos
A onça Dolores e o bode Quirino: versão A volta do garoto. Jorge Emil. Il. Renato Por que só as princesas se dão bem? Thalita
de um conto popular. Zeco Homem de Moriconi Rebouças. Il. Fabiana Salomão
Montes. Il. Deborah Engelender Sombras radiantes. Melissa Marr. Trad. Maria
Para onde foi o pai da Maria Borralheira?: Pequena Zahar Beatriz Branquinho da Costa
versão de um conto popular. Zeco Cantinela assoprada para crianças de O talismã. Walter Scott. Trad. e Adapt. Clarice
Homem de Montes. Il. Ana Guima fôlego curto. Giovanna Zoboli. Trad. Lispector
A praça. Carlos Moraes. Il. Rubens Matuck Isabella Marcatti. Il. Simona Mulazzani Traiçoeiras. Sara Shepard. Trad. Fal Azevedo
Sob as ordens do major Costinha e outras Muito tarde. Giovanna Zoboli. Trad. Noelly
histórias do mundo animal. Jayme Russo. Il. Camilla Engman Scipione
Loureiro. Il. Gene Johnson No supermercado dos animais. Giovanna Final de linha. Luís Dill. Il. Zansky
Zoboli. Trad. Eliana Aguiar. Il. Simona Jacinto e Maria José. Dipacho
Paulinas Mulazzani Pela metade. Tânia Alexandre Martinelli. Il.
Crônicas de Natal. Austregésilo de Athayde. Os três porquinhos. Adapt. Giusi Quarenghi. Dave Santana e Maurício Paraguassu
Il. Odilon Moraes Trad. Noelly Russo. Il. Chiara Carrer Risadinha. Jean-Claude R. Alphen. Il. Jean-
Claude R. Alphen
Paulus Record Zekeyê e a música. Nathalie Dieterlé. Il.
Águia sonhadora. Vanildo de Paiva. Il. Ivan Tanto mar. Tatiana Salem Levy. Il. Andrés Nathalie Dieterlé. Trad. Elza Mendes
Coutinho Sandoval Zekeyê e os olhos da noite. Nathalie
Cordel da bola que rola: a história e as Dieterlé. Il. Nathalie Dieterlé. Trad. Elza
lendas do futebol. Jorge Fernando dos Rideel Mendes
Santos. Il. Cláudio Martins Albertinho Santos Dumont, o pai da Zekeyê vai à escola. Nathalie Dieterlé. Il.
Eu me declaro criança. Ronaldo Monte. Il. aviação. Regina Drummond. Il. Salmo Nathalie Dieterlé. Trad. Elza Mendes
Cláudio Martins Dansa
Histórias de fogo. Flávia Savary. Il. Veruschka Isabel, a redentora. Regina Drummond. Il. Seguinte
Guerra Salmo Dansa O lírio dourado. Richelle Mead. Trad.
Três velhinhas tão velhinhas. Roseana A menina Chiquinha Gonzaga. Regina Guilherme Miranda
Murray. Il. Andréia Resende Drummond. Il. Salmo Dansa A primavera rebelde. Morgan Rhodes. Trad.
Quinzinho, o Tiradentes. Regina Drummond. Flávia Souto Maior
Paz e Terra Il. Salmo Dansa
Logo ali. Cybèle Young. Trad. Marília Garcia Semente
O trem contra o tubarão. Chris Barton. Trad. Rocco Os mil cabelos de Ritinha. Paloma Monteiro.
Marília Garcia. Il. Tom Lichtenheld Deixe a neve cair. John Green, Maureen Il. Daniel Gnattali
Zeus: o rei dos deuses. George O’Connor. Johnson e Lauren Myracle. Trad. Mariana Zo o quê?: o menino do nome diferente.
Trad. Hugo Machado Kohnert Katarina Monteiro. Il. Fran Junqueira
O dia de Chu. Neil Gaiman. Trad. Ana Bergin.
Peirópolis Il. Adam Rex UK’A
De roda em roda: brincando e cantando o Está no meu sangue. Gabrielle Zevin. Trad. História em cena: três textos juvenis
Brasil. Teca Alencar de Brito. Il. Taisa Borges Maria Clara Mattos inspirados na história do Brasil. Caio de
Mundo palavreado. Ricardo Aleixo. Il. Silvana Os gêmeos Templeton têm uma ideia. Ellis Andrade
Beraldo Weiner. Trad. Fal Azevedo. Il. Jereny Holmes
Odisseia de Homero: em quadrinhos. Trad. Gladiador: luta pela liberdade. Simon Verus
Tereza Vírginia Ribeiro Barbosa. Desenhos Scarrow.Trad. André Gordirro Perdida: um amor que ultrapassa as
de Piero Bagnariol O livro roubado. Flávio Carneiro barreiras do tempo. Carina Rissi
A sorte de Pipo. Matze Doebele. Trad. Hedi Maldição. Nancy Holder e Debbie Viguié

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