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As relações
Brasil - Espanha
na perspectiva da política
externa brasileira
(1945 – 2005)
1
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
2
apresentação
As relações
Brasil - Espanha
na perspectiva da política
externa brasileira
(1945 – 2005)
Tradução
Daniela Alves
São Paulo
2006
emblema
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
[2006]
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apresentação
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
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apresentação
Apresentação
PARTE I
ARTE
A PERSPECTIVA BRASILEIRA D
PERSPECTIVA AS RELAÇÕES
DAS
INTERNA CIONAIS
INTERNACIONAIS
PARTE II
ARTE
AS RELAÇÕES ENTRE BRASIL E ESPANHA: D
ESPANHA: A MÚTU
DA A
MÚTUA
IRRELEVÂNCIA Á ASSOCIAÇÃO OU P AR
PARCERIA
ARCERIA
ESTRA TÉGICA.
ESTRATÉGICA.
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Bibliografia
Lista de siglas
Lista de gráficos
Sobre o autor
8
apresentação
Apresentação
1
ARENAL, Celestino del: Introducción a las Relaciones Internacionales, Madri, Tecnos, 1990, pág.23
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
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apresentação
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
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capitulo 1
a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
PARTE I
A Perspectiva
Perspectiva
Brasileira das
Relações Internacionais
13
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Capitulo 1
A inserção internacional do Brasil: eix os e
eixos
princípios conceituais da política eexterna
xterna
brasileira
1
LAFER, Celso: A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira, São Paulo, Perspectiva,
2001, pág.20.
14
capitulo 1
a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
2
JOVER, J. Maria: España en la Política Internacional, siglos XVIII-XX, Madri, Marcial Pons, 1999, pág.86.
3
LAFER, Celso: “Reflexões sobre a inserção do Brasil no contexto internacional”, Contexto Internacional, nº
11, maio/junho, 1990, pp.33-43.
4
KENNAN, George F.: Around the Cragged Hill – A Personal and Political Philosophy, New York, 1993,
pág.143.
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
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SEIXAS CORREA, L. F.: “As relações internacionais do Brasil em direção ao ano 2000”, em FONSECA, G.
e CARNEIRO, V. (org): Temas de política externa brasileira, Brasilia/S.Paulo, IPRI/FUNAG, 1989, pp.219-
254.
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capitulo 1
a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
6
ABDENUR, Roberto: “A política externa brasileira e o ‘sentimento de exclusão’”, em FONSECA Jr., Gelson
e CASTRO, Sérgio Henrique Nabuco de (orgs.): Temas de política externa brasileira II, vol.1, 2ª edição, São
Paulo/Brasília, Paz e Terra/FUNAG-IPRI, 1997, pp.31-46.
17
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7
VALLADÃO, Alfredo: “Política externa: o legado da autonomia pela participação”, O Mundo em português,
ano IV, nº 38, 2002, pp.15-17.
8
SEIXAS CORREA, Luís F.: “Diplomacia e história: política externa e identidade nacional brasileira”,
Política Externa, vol.9, nº 1, jun/jul/ago, 2000, pp.22-32.
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capitulo 1
a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
mais rico dos pobres e o mais pobre dos ricos, satisfeito e insatis-
feito, conservador em certos campos e reformista em outros, desa-
fiando simplificações e atuando ocasionalmente no âmbito externo
de maneira surpreendente para seus sócios”9.
A ambigüidade da identidade internacional do Brasil e suas
conseqüências sobre as condições de inserção no sistema interna-
cional chegaram a ser explicitadas durante os Governos militares
dando origem à doutrina da dupla inserção internacional, tentativa
de superação - na opinião de MARQUES - da aparente dicotomia
estabelecida, fugindo assim da opção simplista e ignorante da com-
plexidade da tessitura internacional10. Esta foi a solução pragmáti-
ca e realista encontrada para superar o debate entre “ocidentalistas”
e “terceiro-mundistas”. Também foi adotada por relevantes inte-
lectuais, como Hélio Jaguaribe, para quem era inegável que o Bra-
sil estava inserido de forma dupla no Terceiro Mundo, ao que unia
a solidariedade sócio-política, e no Ocidente, ao que vinculavam
elementos como a solidariedade cultural, mas do que lhe distanci-
ava a brecha do subdesenvolvimento econômico, social e político e
a dependência estrutural.
Só a partir da década de noventa, introduziram-se no discurso
diplomático conceitos diferentes para tentar re-caracterizar a polí-
tica externa do Brasil e suas novas modalidades de inserção inter-
nacional a partir da consideração das credenciais que o país julga-
va possuir. Entre todas elas, destacam a condição do Brasil como
um global player – um dos poucos países em desenvolvimento que,
por seu tamanho e agenda, possuem presença universal -, como
regional player – por representar 50% da economia, território e
população da América do Sul -, como global trader – por seu pa-
9
SEIXAS CORREA, L.F.: “As relações internacionais do Brasil em direção ao ano 2000”, em FONSECA, G.
e CARNEIRO, V. (org): Temas de política externa brasileira, Brasília/São Paulo, IPRI/FUNAG, 1989, pp.219-
254; O mesmo autor comenta: “O Brasil é um país que se apresenta frente a si mesmo e frente ao mundo em
fragmentos contraditórios, em imagens freqüentemente desconectadas. Um país que é como um quebra-
cabeça, em busca de uma visão integral capaz de revelar o sentido profundo de suas diferentes realidades” em
SEIXAS CORREA, L. F.: “O Brasil e o mundo no limiar do novo século: diplomacia e desenvolvimento”,
Revista Brasileira de Política Internacional, vol.1, nº 42, 1999, pp.5-29.
10
MARQUES MOREIRA, Marcilio: “Uma nova política externa”, Política e Estratégia, Centro de Estudos
Estratégicos, vol.III, nº 1, jan-mar, 1985, pp.42-43
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a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
11
BARBOSA, R.: “O lugar do Brasil no mundo”, Política Externa, São Paulo, vol. 5, nº 2, setembro, 1996,
pp.69-82.
12
LAFER, Celso: A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira, São Paulo, Perspectiva,
2001, pág.20.
13
DANESE, Sérgio: “Diplomacia e Estado nacional em época de mudança”, O Estado de São Paulo, 14 de
fevereiro de 2002.
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DANESE, Sérgio: “A diplomacia no processo de formação nacional do Brasil”, Política Externa, vol.8, nº
1, junho, 1999, pp.98-117.
15
LAFER, Celso: A política externa brasileira: três momentos, São Paulo, Fundação Adenauer, Papers, nº 4,
1993, pp.41-49.
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a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
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Um semblante da vida e obra de Rio Branco em: CARDIM, Carlos H. e ALMINO, João (orgs): Rio Branco.
A América do Sul e a modernização do Brasil, Rio de Janeiro, Brasília, EMC, 2002.
17
Estas fontes simbólicas, a introdução de uma racionalidade weberiana no Itamaraty, sua rejeição pelo corpo
diplomático e os canais de socialização nesta instituição em BARROS, Alexandre: “A formulação e
implementação da política externa brasileira: o Itamaraty e os novos atores” em TULCHIN, J. e MUÑOZ, H.:
América Latina e a Política Mundial, São Paulo, Convívio, 1986, pp.29-41.
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FONSECA,G.: A legitimidade e outras questões internacionais, São Paulo, Paz e Terra, 1998, pp.355-359.
19
JOVER referindo-se à obra de H. Nicholson, Diplomacy, refletiu sobre a forma em que os caracteres
nacionais determinam os estilos e comportamentos da diplomacia. Ver JOVER, J.M.: Op.cit, pág.85.
20
LAFER, Celso: “Política Exterior brasileira: balanço e perspectivas”, Dados, nº 22, 1979, pág.55
21
FONSECA.G.: Op.cit, pp.355-359.
22
REGO BARROS, Sebastião: “A execução da política externa brasileira: um balanço dos últimos 4 anos”,
Revista Brasileira de Política Internacional, vol. 2, nº 42, 1998, pp.18-28.
24
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eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
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JOVER, J.M.: España en la Política Internacional, siglos XVIII-XX, Madri, Marcial Pons, 1999, pág.252.
24
CERVO, Amado (org).: O desafio internacional. A política externa brasileira de 1930 à nossos dias, Brasília,
UNB, 1994, pp.9-58.
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25
MELLO E SILVA, Alexandra de: “Idéias e política externa: a atuação brasileira na Liga das Nações e na
ONU”, Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, vol.2, nº 41, 1998, pág.142.
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a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
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LESSA, A.: “A diplomacia universalista do Brasil: a construção do sistema contemporâneo das relações
bilaterais”, Revista Brasileira de Política Internacional, ano 41, especial 40 anos, 1998, pág.31.
27
LAFER, Celso: “Brasil: forjando um novo papel nas relações internacionais”, Debates, Fundação Adenauer,
nº 13, São Paulo, 1997, pp.11-22.
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28
ABDENUR, Roberto: “Projeção externa do Brasil depende do poder da diplomacia”, Carta Internacional,
nº 19, setembro, 1994, pág.3.
29
CERVO, A.: Op.cit, pp.27-28.
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ABDENUR, Roberto: “Política externa e desenvolvimento”, Política Externa, São Paulo, vol.3, nº 3, de-
zembro-fevereiro, 1994-1995, pp.57-71.
31
SEITENFUS, Ricardo: Para uma nova política externa brasileira, Porto Alegre, Livraria do Advogado,
1994, pp.29-30.
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VIZENTINI, Paulo.: “O Brasil e as noções de soberania e não intervenção”, em FUNDAÇÃO KONRAD
ADENAUER: “Segurança e Soberania”, Cadernos Adenauer, nº 5, ano II, 2001, pp.55-67.
33
ALMEIDA, Paulo R.: Relações Internacionais e Política Externa do Brasil, Porto Alegre, UFRGS, 1998,
pp.159-163.
34
GUILHON, J.A.: “From dependency to globalization: Brazilian Foreign Policy in the cold war and post-cold
war”, Draft Paper prepared for the forthcoming book: MORA, Frank and HEY, Jeanne A.K: Latin American
and Caribbean Foreign Policy, Rowman and Littlefield Publishers, 2001.
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eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
35
GUILHON, J.A.: “A política externa do governo Fernando Henrique”, Seminário NUPRI-USP, (não publi-
cado), 24 de maio de 2002, pág.2.
36
RICUPERO, R.: “O Brasil, a América Latina e os EUA desde 1930: 60 anos de uma relação triangular”,
em GUILHON, José Augusto (org): Crescimento, Modernização e política externa. 60 anos de política externa
brasileira (1930-1990), vol.1, São Paulo, Cultura editores/NUPRI-USP, 1996, pág.37.
37
Ibidem, pág.54 e 64.
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LAFER, Celso: A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira, São Paulo, Perspectiva,
2001, pp.65-66.
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eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
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Uma das primeiras análises sobre esta questão em BURNS, Bradford: “Tradition and Variation in Brazilian
Foreign Policy”, Journal of Interamerican Studies, vol.IX, nº 2, april,1967, pp.195-212.
40
LINS DA SILVA, Carlos: “ Política e Comércio Exterior”, em LAMOUNIER, Bolivar e FIGUEIREDO,
Rubens (orgs): A era FHC, um balanço, São Paulo, Cultura associados, 2002, pág.295
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41
SOARES DE LIMA, Maria Regina: “Instituições democráticas e política exterior”, Contexto Internacional,
Rio de Janeiro, vol. 22, nº 2, julho-dezembro, 2000, pp.265-303.
42
Ver CHEIBUB, Zairo: “Diplomacia, diplomatas e política externa: aspectos do processo de institucionalização
do Itamaraty”, Tese de Mestrado, IUPERJ, 1984; SOARES LIMA, María R.: “Enfoques analíticos de política
exterior: el caso brasileño”, em RUSSELL, R.(org.): Enfoques teóricos y metodológicos para el estudio de la
política exterior, Buenos Aires, GEL, 1992, pp.53-83
43
DANTAS, San Tiago: Política Externa independente, Civilização brasileira, Rio de Janeiro, 1962, pág.17.
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eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
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LAFER, Celso: “Brasil: forjando um novo papel nas relações internacionais”, Debates, Fundação Adenauer,
nº 13, São Paulo, 1997, pp.11-22.
45
PINHEIRO, Letícia: “Traídos pelo desejo: um ensaio sobre a teoria e prática da política externa brasilei-
ra”, Contexto Internacional, Rio de Janeiro, vol.22, nº 2, julho-dezembro, 2000, pp.305-335.
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A transição paradigmática do modelo desenvolvimentista ao modelo neoliberal na década de noventa é
uma das tendências mais relevantes nos estudos recentes das relações internacionais da América Latina. No
Brasil, o professor Cervo, na Universidade de Brasília, foi seu impulsor. Ver CERVO, Amado: “Sob o signo
neoliberal: as relações internacionais da América Latina”, Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília,
vol.43, nº 2, 2000, pp-5-27.
47
SOARES DE LIMA, Maria Regina: “Instituições democráticas e política exterior”, Contexto Internacional,
Rio de Janeiro, vol. 22, nº 2, julho-dezembro, 2000, pp.265-303.
48
FONSECA, G.: A legitimidade e outras questões internacionais, São Paulo, Paz e Terra, 1998, pág.302.
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CERVO, A. (org): O desafio internacional. A política externa brasileira de 1930 à nossos dias, Brasília,
UNB, 1994, pág.39; ARAÚJO, Braz: “A política externa no governo de Jânio Quadros”, em GUILHON, José
Augusto (org): Crescimento, Modernização e política externa. Sessenta anos de polític.a externa brasileira
(1930-1990), vol.1, São Paulo, Cultura editores/NUPRI-USP, 1996, pág.264.
50
O autor utiliza como exemplo que alguns realistas e liberais incluíam a tradição grociana como parte de
seus paradigmas, ver BUZAN, Barry: “The Timeless Wisdom of Realism?”, em SMITH, S; BOOTH, K;
ZALEWSKI, M.(eds.): International Theory: Positivism and Beyond, Cambridge, Cambridge University Press,
1996, pág.56.
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51
Sobre o universalismo ver: LESSA, Antônio: “Da apatia recíproca aos entusiasmos de emergencia: as
relações Brasil-Europa ocidental no governo Geisel (1974-79)”, Revista anos 90, Porto Alegre, vol.5, 1996,
pp.89-106; “Os ‘relacionamentos excludentes’ e o universalismo da política exterior do Brasil (de 1967 aos
nossos dias)”, em LUBISCO BRANCATO, Sandra (org): Anais do III Simposio internacional Estados ameri-
canos: relações continentais e intercontinentais – 500 anos de História, Porto Alegre, EDIPUCRS, 2000,
pp.111-122; A parceria bloqueada. As relações entre França e Brasil (1945-2000), Tese de doutorado, Brasília,
Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas/Depto. de História, 2000.
52
RICUPERO, Rubens: “O Brasil e o mundo no século XXI”, Revista Brasileira de Política Internacional,
vol.29, nº 115-116, julho-dezembro, 1986, pp.5-20.
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eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
53
Sobre as preferências pelo bilateralismo ver: VIEIRA, C.: “Bilateralismo e multilateralismo na política
externa brasileira: diferenças e conexões”, http://www.ilea.ufrgs.br/nerint; LAFER, C.: “Política Exterior
Brasileira: balanço e perspectivas”, Relações Internacionais, nº 4, 1979, pp.52-53
54
ALTEMANI, Henrique: “A política externa brasileira: a ciência e a tecnologia nos esforços da industriali-
zação”, Cadernos de relações internacionais”, UNB, nº 9, outubro 1999, pp.16-17.
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55
LESSA, A.: “A estratégia de diversificação de parcerias no contexto do nacional-desenvolvimentismo (1974-
79)”, Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, vol.38, nº1, 1995, pp.24-39.
56
Sobre a parceria Brasil-Argentina: LAFER, C.: “Relações Brasil-Argentina: Alcance e significado de uma
Parceria Estratégica”, Contexto Internacional, Rio, vol.19, nº 2, jul/dez, 1997, pp.249-265; COSTA, Alcides:
“Parcerias estratégicas no contexto da política exterior brasileira: implicações para o Mercosul”, Revista
Brasileira de Política Internacional, ano 42, nº 2, 1999, pp.52-80; JAGUARIBE, H.: “Argentina e Brasil
diante de suas alternativas históricas”, Política Externa, vol.9, nº 3, dez/fev, 2000, pp.25-41.
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LESSA, A.:”A diplomacia universalista do Brasil: a construção do sistema contemporáneo das relações
bilaterais”, Revista Brasileira de Política Internacional, especial 40 anos, 1998, pp.29-41.
58
SEIXAS CORREA, Luiz F.: “As relações internacionais do Brasil em direção ao ano 2000”, em FONSECA,G.
e CARNEIRO,V.(org): Temas de política externa brasileira, Brasilia/São Paulo, IPRI/FUNAG, 1989, pág.251.
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Rio Branco explorou a rivalidade chileno-argentina em benefício do Brasil. A frase que o atribui – o Brasil
só tem dois amigos no Continente: Estados Unidos no Norte e o Chile no Sul – expressa o caráter estratégico
destos dois países na política externa brasileira do século XIX e parte do século XX.
61
RICUPERO, R.: “O Brasil, a América Latina e os EUA desde 1930: 60 anos de uma relação triangular”,
em GUILHON, José Augusto (org): Crescimento, Modernização e política externa. 60 anos de política externa
brasileira (1930-1990), vol.1, São Paulo, Cultura /NUPRI-USP, 1996, pp.37-60.
62
A obra clássica para o estudo das relações Brasil-EEUU é: BURNS, Bradford: The unwritten alliance: Rio
Branco and Brazilian-American Relations, N.York, Columbia University Press, 1966
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
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O período de 1912 até a adesão brasileira ao bloco aliado foi dividido por MOURA em 2 fases: a primeira
até 1930 se caracteriza pela acentuação da americanização e do alinhamento automático; a segunda, pelo
processo pragmático de negociação pendular, entre o alinhamento com Alemanha ou com os EUA. Este
movimento tático foi qualificado pelo autor como “eqüidistância pragmática”. Ver MOURA, G.: Autonomia
na Dependência: a PEB de 1935 a 1942, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980.
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SOUTO MAIOR, Luiz A.: “Brasil-Estados Unidos: desafios de um relacionamento assimétrico”, Revista
Brasileira de Política Internacional, Brasília, nº 44, vol.1, 2001, pp.55-68.
65
MOURA, G. citado por RICUPERO, R.: “O Brasil, a América Latina e os EUA desde 1930: 60 anos de
uma relação triangular”, em GUILHON, José Augusto (org): Crescimento, Modernização e política externa. 60
anos de política externa brasileira (1930-1990), vol.1, São Paulo, Cultura/NUPRI-USP, 1996, pp.37-60.
66
SOARES DE LIMA, Maria R. e HIRST, M.: “O Brasil e os Estados Unidos: dilemas e desafios de uma
relação complexa”, em FONSECA Jr., G. e CASTRO, Sérgio H. (orgs.): Temas de política externa brasileira II,
vol.2, 2ª edição, São Paulo/Brasília, Paz e Terra/FUNAG-IPRI, 1994, pp.43-64.
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67
ALMEIDA, P.R. e BARBOSA, R. (org.): As relações Brasil-Estados Unidos: assimetria e interdependência,
São Paulo, Saraiva, 2003.
68
Se utiliza neste capítulo o termo Comunidade Econômica Européia (CEE) nas relações até 1992, data em
que a raíz do Tratado da União Européia empregará a denominação União Européia.
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eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
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Ver BUENO, Clodoaldo: “A Diplomacia brasileira e a formação do Mercado Comum Europeu”, Revista
Brasileira de Política Internacional, Brasília, ano 36, n° 2, 1993, pp. 93-100.
70
Para uma exposição das relações entre o Brasil e a CEE ver CAVALCANTI, Geraldo: “O Brasil e a CEE: 30
anos de relações”, em GUILHON, J. A. (org): Sessenta anos de política externa brasileira (1930-1990)
Diplomacia para o desenvolvimento, São Paulo, Cultura /NUPRI-USP, 1996, pp.169-199
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
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ARENAL, C: “Los acuerdos de cooperación entre la UE y América Latina (1971-1997): evolución, balan-
ce y perspectivas”, Revista Española de Desarrollo y Cooperación, nº 1, outono, 1997, pp.115-116
48
capitulo 1
a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
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Acordo Marco de Cooperação entre a CEE e o Brasil, 18 de setembro de 1980.
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Uma visão completa do Acordo Marco de 1995 e da perspectiva brasileira em AYLLON, Bruno: “Perspec-
tivas de una asociación interregional UE-MERCOSUR, una visión desde Brasil”, Revista Electrónica de
Estudios Internacionales, n° 2, 2001, http://www.reei.org.
50
capitulo 1
a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
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Prólogo do embaixador Marcelo Jardim ao livro de KINOSHITA, Fernando; AYLLÓN, Bruno; HENKES,
Silviana: Guía de fuentes bibliográficas y de recursos para la investigación en Internet de las relaciones entre el
MERCOSUR y la Unión Europea, Rio de Janeiro, Papel Virtual, 2001.
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
75
SEIXAS CORRÊA, L.F.: “La visión estratégica brasileña del proceso de integración”, em CAMPBELL,
Jorge (ed.): Mercosur: entre la realidad y la utopía, Buenos Aires, CEI/Nuevohacer, 1999.
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capitulo 1
a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
76
Para o estudo da perspectiva brasileira sobre a integração latino-americana entre 1960 e 1990: CERVO,
A.: “Multilateralismo e Integración: evolución del pensamiento diplomático brasileño”, Ciclos, ano VIII, nº
14-15, 1998, pp.205-226; GOMES, M.: “O Brasil frente aos processos de integração regional nos anos 90”,
em LUBISCO, S. (org): Anais do III Simposio internacional Estados americanos: relações continentais e inter-
continentais – 500 anos de História, P.Alegre, EDIPUCRS, 2000, pp.343-352.
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a inserção internacional do Brasil:
eixos e princípios conceituais da política externa brasileira
77
BARBOSA, Rubens: “A integração regional e o Mercosul”, Política Externa, São Paulo, vol.1, nº 2, setem-
bro, 1992, pp.132-137.
78
GUILHON, J.A.: “A integração regional e a agenda multilateral pós- Seattle”, Papers, São Paulo, NUPRI-
USP, 16 de junho de 2000, http://www.usp.br/relint
79
Sobre o Mercosul no contexto das prioridades da política exterior brasileira: GUILHON, José A.: “Mercosul:
integração regional pós-guerra fria”, Política Externa, São Paulo, vol.1, nº 2, setembro, 1992, pp.112-121;
BRESSER, Luis C. e THORSTENSEN, Vera: “Do Mercosul a integração americana”, Política Externa, São
Paulo, vol.1, nº 3, dezembro, 1992, pp.122-143; BERNAL MEZA, Raúl: “Os dez anos de Mercosul e a crise
argentina: a necessidade de revisar o modelo de integração”, Política Externa, São Paulo, vol.10, nº 4, mar/
abr/mai/, 2002, pp.7-46; CAMPOS, Flávia: “Política externa brasileira e os blocos internacionais”, São
Paulo em perspectiva, vol.16, nº 1, 2002, pp.37-43; GIAMBIAGI, F. e MARKWALD, R.: “A estratégia de
inserção do Brasil na economia mundial: Mercosul ou “Lonely Runner”?”, Revista Brasileira de Comércio
Exterior, Rio de Janeiro, Funcex, nº 71, 2002, pp.14-31.
79
Sobre a integração hemisférica e a política externa do Brasil: GUILHON, J.A.: “As relações Brasil-EUA e
a integração continental”, Política Externa, São Paulo, vol.5, nº 1, junho, 1996, pp.3-19; GUILHON, J.A.(org.):
Relações Internacionais e sua construção jurídica: aspectos históricos, jurídicos e sociais da ALCA, vol.1, São
Paulo, FTD, 1998; ALTEMANI DE OLIVEIRA, Henrique (org.): Relações Internacionais e sua construção
jurídica: a ALCA e os blocos internacionais,, vol.2, São Paulo, FTD, 1998; ONUKI, J.(org.): Relações Interna-
cionais e sua construção jurídica: a ALCA e os intereses nacionais, vol. 3, São Paulo, FTD, 1998.
80
GOMES, Miriam: “El Mercosur como una prioridad de la política exterior brasileña”, América Latina Hoy,
nº 14, outubro, 1996, pág.58.
55
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
56
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
Capítulo 2
A política eexterna
xterna brasileira de Goulart a Lula
(1961 – 2005)
57
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
1
As referências fundamentais para aprofundar no significado da PEI (1961-1964) são: DANTAS, San Tiago:
Política Externa Independente, Rio, Civilização brasileira, 1962; FONSECA Jr., G.: Mundos diversos, argu-
mentos afins: Notas sobre aspectos doutrinarios da PEI e do pragmatismo responsável, Brasilia, s/ed, s/data,
mimeografado; QUADROS, Jânio: “Brazil´s New Foreign Policy”, Foreign Affairs, vol. XL, nº 1, october,
1961, pp.19-27; PINTO, Alvaro: Política Externa Independente, Rio, Civilização brasileira, 1965; ALVA-
RES, Vera C.: “Reflexões sobre o surgimento da PEI na gestão de Jânio Quadros”, Brasília, Cadernos IPRI,
nº 2, 1989, pp.79-87; CRUZ, José H.: “Aspectos da evolução da diplomacia brasileira no período da PEI
(1961-1964)”, Brasília, Cadernos do IPRI, nº 2, 1989, pp.65-78; VIZENTINI, P.: O Nacionalismo e a
Política Externa Independente (1951-1964), Rio, Vozes, 1995;
2
ALTEMANI, H.: Política Exterior Brasileña, Integração Regional, São Paulo, NUPRI-USP, 2000-2001.
3
RICUPERO, Rubens: “O Brasil, a América Latina e os EUA desde 1930: 60 anos de uma relação triangu-
lar”, en GUILHON ALBUQUERQUE, J.A (org.): Crescimento, modernização e política externa, 60 anos de
política externa brasileira, vol.1, São Paulo, Cultura/USP, 1996, pp.47-48
58
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
4
É impossível refletir a multiplicidade de aspectos e os matizes que este processo contém. A professora
Maria Regina Soares é quem melhor aborda esta questão. Ver nesta autora “Ejes analíticos y conflicto de
paradigmas en la política exterior brasileña”, América Latina internacional, FLACSO-Argentina, vol.1, nº 2,
otono-inverno, 1994, pp.27-46; “Enfoques analíticos de política exterior: el caso brasileño” em RUSSELL,
Roberto (ed.): Enfoques teóricos y metodológicos para el estudio de la política exterior, Buenos Aires, GEL,
1992, pp.53-83; Também MARTINS, Carlos E.: “A evolução da política externa brasileira na década 64/74”,
Estudos Cebrap, nº 12, 1975, pp.53-97; Com caráter geral, o pensamento dos militares brasileiros na políti-
ca externa em VARGAS, E.: “O pensamento dos militares em política internacional (1961-1989)”, Revista
Brasileira de Política Internacional, vol.40, nº 1, 1997, pp.18-40.
5
CAMPOS, Flávia de: Regionalismo e inserção internacional: continuidade e transformação da Política Ex-
terna Brasileira nos anos 90, São Paulo, FFLCH-USP, Depto. de Ciência Política, 2000, pág.40.
59
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
6
SEITENFUS,R.:”A política externa brasileira: da marginalidade à responsabilidade (1930-1990)”, em
MARCOVITCH, J.(org.): Cooperação Internacional:estratégia- gestão, São Paulo,EDUSP,1994,pp.117-148.
7
SOARES, Maria Regina e MOURA, Gerson: “A trajetória do Pragmatismo – uma análise da política externa
brasileira”, Dados, Río de Janeiro, vol.25, nº 3, 1982, pp.349-363.
8
HIRST, Mônica: “Governos militares (1964-1985)” em MENDES, Raul e BRIGAGÃO, Clóvis (orgs.):
História das Relações Internacionais do Brasil, Rio de Janeiro, CEBRI, 2002, pp.137-161.
60
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
9
WILHELMY, Manfred: “Brasil: cambio político y continuidad internacional” em MUÑOZ, Heraldo (comp.):
Las políticas exteriores latinoamericanas frente a la crisis, Buenos Aires, GEL, 1985, pp.13-29.
10
Para aprofundar na política externa dos governos militares ver REIS DA SILVA, André: “A política externa
do governo Castelo Branco (1964-1974)”, Núcleo de Estudos de Relações Internacionais/UFRGS, http://
www.ilea.ufrgs.br/nerint ; do mesmo autor “Interdependência, segurança e desenvolvimento na política ex-
terna do governo Castelo Branco (1964-1967)”, Cena internacional, ano 2, nº 2, dez, 2000, pp.137-164;
MARTINS, Rodrigo: “A diplomacia da prosperidade: a política externa do Governo Costa e Silva (1967-
1969)”, Núcleo de Estudos de Relações Internacionais/UFRGS, http://www.ilea.ufrgs.br/nerint; VIEIRA SOUTO,
Cintia: “A diplomacia do interesse nacional: o governo Médici e a política externa brasileira (1964-1974)”,
Núcleo de Estudos de Relações Internacionais/UFRGS, http://www.ilea.ufrgs.br/nerint.; BARROS, Alexandre
de S.C.: “El retorno a los cuarteles: ¿una opción para los militares brasileños?”, en VV.AA.: Los militares ¿el
retorno a los cuarteles?, Buenos Aires, GEL, 1985, pp.67-82.
11
HIRST, Mônica: “Pesos y medidas de la política exterior brasileña”, em PUIG, Juan Carlos (comp.):
América Latina: políticas exteriores comparadas, Buenos Aires, GEL, 1984, pp.176-197.
12
FONSECA. G.: A legitimidade e outras questões internacionais, São Paulo, Paz e Terra, 1998, pág.302
61
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
13
SOARES, Maria Regina e MOURA, Gerson: Op.cit, pp.351-352.
14
A estabelecida com Alemanha foi a mais destacada. Seu momento auge foi a assinatura do Acordo de
Cooperação Nuclear de 1974.
15
VIZENTINI, P.F.: A política externa do regime militar brasileiro, Porto Alegre, UFRGS, 1998, pp-271-364.
62
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
16
SEIXAS CORREA, L.F.: “A política externa de José Sarney” em GUILHON ,J.A.(org.): Crescimento, mo-
dernização e política externa. 60 anos de política externa brasileira, São Paulo, Cultura/NUPRI-USP, 1996,
pp.362-363.
17
SILVA, Wilson da e MIYAMOTO, Shiguenoli: “Os militares na política externa brasileira: 1964-1984”,
Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.6, nº 12, 1993, pp.211-246.
18
HIRST, Mônica: “Governos militares (1964-1985)” em MENDES SILVA, Raul e BRIGAGÃO, Clóvis
(orgs.): História das Relações Internacionais do Brasil, Rio de Janeiro, CEBRI, 2002, pág.153.
19
SILVA, Wilson da e MIYAMOTO, Shiguenoli: Op.cit, pp.211-246.
20
Discurso do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ramiro Saraiva Guerreiro, na Escola Superior de
Guerra, Río de Janeiro, 13 de julho de 1979.
63
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
21
ALTEMANI, Henrique de: Op.cit.
64
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
22
WILHELMY, Manfred: “Brasil: cambio político y continuidad internacional” em MUÑOZ, Heraldo (comp.):
Las políticas exteriores latinoamericanas frente a la crisis, Buenos Aires, GEL, 1985, pp.13-29.
23
Uma análise destas rivalidades em ATKINS, Pope A.(ed.): Sudamérica en la década de 1990, Buenos
Aires, GEL, 1990, pp.91-123.
65
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
24
JAGUARIBE, Hélio: “A Nova República e a política exterior”, Política e Estratégia, Centro de Estudos
Estratégicos, vol.III, nº 1, jan-mar, 1985, pp.9-23.
25
Conferência do ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ramiro Saraiva Guerreiro, na Escola Superior
de Guerra, Ro de Janeiro, 31 agosto de 1984.
26
VIZENTINI, P.: Relações Internacionais do Brasil. De Vargas a Lula, São Paulo, Perseu Abramo, 2003,
pág.12.
66
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
27
LAFER, Celso: “Perspectivas de política externa. O legado diplomático da viagem presidencial de Tancredo
Neves”, Contexto Internacional, ano I, nº 2, jul-dez, 1985, pp.13-19.
28
Sobre a constitucionalização das relações internacionais no Brasil ver o trabalho de DALLARI, Pedro:
Constituição e Relações Internacionais, São Paulo, Saraiva, 1994.
67
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
29
LAFER, Celso: “Novas dimensões da política externa brasileira”, Revista Brasileira de Ciências Sociais,
ANPOCS, nº 3, vol.1, fevereiro, 1987, pp.73-82.
30
SEIXAS CORREA, L.F.: “A política externa de José Sarney” en GUILHON, J.A.(org.): Crescimento, moder-
nização e política externa. 60 anos de política externa brasileira, São Paulo, Cultura/NUPRI-USP, 1996,
pp.362-363.
68
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
31
SEIXAS CORREA, Luis F.: Op.cit, pág.363.
32
DANILEVICZ, Ana L.: “A Nova República diante do reordenamento internacional: rupturas e continuida-
des na política externa do governo José Sarney (1985-1990)”, Núcleo de Estudos de Relações Internacionais/
UFRGS, (consulta: 12 de julho de 2002), http://www.ilea.ufrgs.br/nerint
69
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
33
SEIXAS CORREA, Luis F.: Op.cit, pág.363.
70
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
34
Apesar de ser um período pouco estudado existem algumas obras de referência: CRUZ Jr. A.; CAVALCAN-
TE, A.; PEDONE, L.: “Brazil´s Foreign Policy under Collor”, Journal of Interamerican Studies and World
71
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Política Externa, São Paulo , vol. 1, nº 4, março 1993, pp.95-105; NOGUEIRA, Paulo:”A política externa de
Collor: modernização ou retrocesso?”, Política Externa, São Paulo, vol. 1, nº 4, março 1993, pp.106-135;
CARDOSO, Fernando H.: “Política Externa: fatos e perspectivas”, Política Externa, São Paulo, vol. 2, nº 1,
junho 1993, pp.3-10; CERVO, A.: “Sob o signo neoliberal: as relações internacionais da América Latina”,
Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, vol.43, nº 2, 2000, pp-5-27; MUXAGATA DE CARVA-
LHO, Marco A.: “Idéias e Instituições: uma reflexão sobre a política externa brasileira no início da década de
90”, Contexto Internacional, Río, vol.23, nº 2, julho/dezembro, 2001, pp.245-293; AZAMBUJA, Marcos C.
de: “A política externa do governo Collor”, São Paulo, IEA-USP, Estudos Avançados, coleção documentos, nº
10, junho, 2001; DANILEVICZ, Ana L.: “A política externa do governo Collor: a transição para a nova ordem
internacional”, Núcleo de Estudos de Relações Internacionais, (consulta: 12 de julho de 2002), http://
www.ilea.ufrgs.br/nerint; PERRONE, Samir: “Política externa do governo Itamar Franco (1992-1995)”, Núcleo
de Estudos de Relações Internacionais, (consulta: 12 de julho de 2002)
35
As repercussões deste processo na América Latina em CERVO, A.: Relações Internacionais da América
Latina, velhos e novos paradigmas, Brasília, IBRI, 2001, pp.279-301.
36
COSTA VAZ, Alcides: “Parcerias estratégicas no contexto da política exterior brasileira: implicações para
o Mercosul”, Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, ano 42, nº 2, 1999, pág.65.
72
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
37
HIRST, Mônica e PINHEIRO, Letícia: “A política externa do Brasil em dois tempos”, Revista Brasileira de
Política Internacional, Brasília, vol.1, nº 38, 1995, pág.6.
38
CERVO, A. e BUENO, C.: História da política exterior do Brasil, Brasília, UNB, 2002, pp.457-458.
73
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
39
GOMES, M.: “La política exterior brasileña en búsqueda de un paradigma”, Meridiano CERI, nº 15, junho,
1997, pp.22-26.
74
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
40
Ver SOARES LIMA, M.R.: “Brazil´s Response to the New Regionalism”, em MACE, G. e THÉRIEN,
J.P.(orgs.): Foreign Policy and Regionalism in the Americas, Londres, Lynne Rienner, 1996, pág.149; MAGA-
LHÃES, F.S.: Cúpula das Américas de 1994: o papel negociador do Brasil, Brasília, Instituto Rio Branco/
FUNAG/CEE, 1999, pág.83.
75
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
41
BERNAL MEZA, Raul: Sistema mundial y Mercosur. Globalización, Regionalismo y Políticas Exteriores
comparadas, Buenos Aires, Nuevo hacer/GEL, 2000, pág.354.
42
VIZENTINI, P.F.: Relações Internacionais do Brasil. De Vargas a Lula, São Paulo, Perseu Abramo, 2003,
pág.12.
76
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
43
GOMES SARAIVA, Miriam: Op.cit, pág.23.
77
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
44
Referências para o aprofundamento do significado desta etapa em: LAMPREIA, Luiz F.: “A política externa
do governo FHC: continuidade e renovação”, Revista Brasileira de Política Internacional, vol.2, nº 42, 1998,
pp.5-17; REGO, Sebastião: Política Externa em tempo real, Brasília, FUNAG, 1999; LAMPREIA, Luiz F.:
Diplomacia brasileira. Palavras, contextos e razões, Rio de Janeiro, Lacerda Editores, 1999; REGO, Sebasti-
ão: “A execução da política externa brasileira: um balanço dos últimos 4 anos”, Revista Brasileira de Política
Internacional, vol.2, nº 42, 1998, pp.18-28.
45
DANESE, S.: “Política externa de consenso”, Archivos del Presente, Bs. Aires, nº 28, 2002, pp.105-120.
46
Entre os “benévolos” pode-se citar a Alfredo Valladão, José Augusto Guilhon e Shiguenoli Miyamoto;
Entre os “críticos” se destacam Amado Cervo e Paulo Vizentini.
47
GUILHON, J.A.: “A política externa do governo Fernando Henrique”, Seminário NUPRI-USP, (não publi-
cado), 24 de maio de 2002.
78
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
48
LINS DA SILVA, Carlos E.: “ Política e Comércio Exterior”, em LAMOUNIER, B. e FIGUEIREDO, R.
(orgs): A era FHC, um balanço, São Paulo, Cultura associados, 2002, pp.295-330.
49
GOMES, Miriam e TEDESCO, Laura: “Argentina e Brasil: políticas externas comparadas depois da Guerra
Fría”, Revista Brasileira de Política Internacional, vol.2, nº 44, 2001, pp.126-150;
79
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
50
CARDOSO, F.: “Governança progressiva para o século XXI”, Política Externa, São Paulo, vol.8, nº 3,
dezembro-fevereiro, 2000, pp.173-185; “Discurso del Presidente Fernando Henrique Cardoso em sessão
solene na Assembléia Nacional da França”, París, Assembléia Nacional francesa, 30 de outubro de 2001; “A
política externa do Brasil no inicio de um novo século”: uma mensagem do presidente da República”, Revista
Brasileira de Política Internacional, vol. 44, nº 1, 2001, pp.5-12; “La globalización y los desafios de la
democracia en el plano internacional”, Foreign Affairs en español, vol. 2, nº 1, primavera, 2002.
51
HIRST, Mônica: “História da Diplomacia Brasileira”, Ministerio das Relações Externas, (consulta: 2 outu-
bro de 2002), http://www.mre.gov.br/acs/diplomacia/portg/h_diplom/menu_hd.htm.
52
Sobre a diplomacia presidencial de Cardoso: DANESE, S.: Diplomacia presidencial: história e crítica, Rio
de Janeiro, Topbooks, 1999; CERVO, A.: “Diplomacia presidencial cultiva parcerias estratégicas”, Carta
Internacional, NUPRI-USP, nº 35, janeiro, 1996, pág.10; GUILHON, J.A.: “A presidencia na linha de frente
da diplomacia”, Carta Internacional, NUPRI-USP, nº 35, janeiro, 1996, pág.10 e “O alcance da diplomacia
presidencial”, Carta Internacional, NUPRI-USP, nº 47, jan, 1997, pág.8; Uma análise crítica em GENOINO,
José: “O declínio da diplomacia presidencial”, Carta Internacional, NUPRI-USP, nº 71, janeiro, 1999, pág.7.
80
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
53
SANTISO, Carlos: “Promoção e proteção da democracia na política externa brasileira”, Contexto Interna-
cional, Rio de Janeiro, vol.24, nº 2, jul/dez, 2002, pp.397-431.
54
LAMPREIA, Luiz F.: “A política externa do governo FHC: continuidade e renovação”, Revista Brasileira de
Política Internacional, Brasília,vol.2, nº 42, 1998, pp.5-17
81
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
55
HIRST, M.: “La política de Brasil hacia las Américas”, Foreign Affairs en español, vol.1, nº 3, otono-
inverno, 2001, pp.141-155.
56
Sobre a liderança brasileira na América do Sul na etapa Cardoso: PFEIFER, Alberto: “O Brasil assume a
liderança da América do Sul”, Carta Internacional, ano VI, nº 63, maio, 1998, pág.6; LAMPREIA, Luiz F.:
“Cúpula da América do Sul”, Carta Internacional, ano VIII, nº 87, maio, 2000, pp.1-2; LINS DA SILVA,
Carlos E.: “A Cúpula Sul-Americana”, Carta Internacional, ano VIII, nº 90, agosto, 2000, pág.14; SOUTO
MAIOR, Luiz A.: “Cupula da América do Sul: rumo a um novo regionalismo?”, Carta Internacional, ano
VIII, nº 91, sept, 2000, pp.3-4; BARBOSA, Rubens: “Um novo ator global na América do Sul”, Valor
Econômico, 6 de outubro de 2000; SEIXAS CORREA, Luiz F.: “Unir as divergencias”, O mundo em portugu-
ês, 13 de outubro de 2000; MOREIRA, Carlos: “América del Sur: ¿un nuevo concepto político”, Política
Exterior, nº 78, nov/dic, 2000, pp.99-109; GUILHON, José A.: “Unidade Sulamericana para qué?, Carta
82
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
Internacional, ano VIII, nº 90, agosto, 2000, pág.16; DANESE, Sergio: “O Brasil e a América do Sul: apon-
tamentos para a historia de uma convergencia”, Política Externa, São Paulo, vol.9, nº 4, mar/maio, 2001,
pp.49-71; LOHBAUER, C.: “O papel do Brasil como líder sul-americano”, Valor Econômico, 16 de março de
2001; LINS DA SILVA, Carlos E.: “Un callejón sin salida: el liderazgo de Brasil amenazado”, Foreign Affairs
en español, primavera, 2001, versão eletrônica: http://www.foreignaffairs-esp.org; DANESE, S.: “¿Liderazgo
brasileño?”, Foreign Affairs en español, vol.1, nº 3, inverno, 2001, pp.157-179; VIGEVANI, T.: “Os limites
para uma política sul-americana”, Panorama da Cojuntura Internacional, Gacint-USP, nº 15, ano 4, out/nov,
2002, pp.1-3; HOFMEISTER, W.: O Brasil e seus vizinhos. Reivindicação de liderança regional na América
do Sul, Rio de Janeiro, F. Adenauer, Análises e Informações, nº 13, setembro, 2003;
57
SENNES, R.; ONUKI, J.; OLIVEIRA, A.: “La política exterior brasileña y la seguridad hemisférica” en
ROSAS, María C. (coord): Cooperación y conflicto en las Américas. Seguridad hemisférica: un largo y sinuoso
camino, México, UNAM, 2003, pp.183-206.
58
BARBOSA, R.: “O lugar do Brasil no mundo”, Política Externa, São Paulo, vol. 5, nº 2, setembro 1996,
pp.69-82;LAFER,C.:”Política externa brasileira: origens e linhas de continuidade no século XX – implica-
ções para as prioridades externas no século XXI”, Negocios Estrangeiros, nº 2, setembro, 2001, pp.11-23.
83
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
59
A análise da estratégia da política externa brasileira, antes e depois de Quebec, pode encontrar-se em
GUILHON, J.A.: “A ALCA na política externa brasileira”, Política Externa, São Paulo, vol. 10, nº 2, setem-
bro-novembro, 2001, pp.7-20.
60
VALLADÃO, Alfredo: “Política externa: o legado da autonomía pela participação”, O Mundo em português,
ano IV, nº 38, 2002, pp.15-17.
84
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
61
DANESE, Sérgio: “Dez pontos para uma política externa de consenso”, Carta Internacional, NUPRI-USP,
São Paulo, número 115, setembro, 2002, pp.7-10.
85
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
62
Entrevista a Celso Amorim, Carta Capital, 28 de maio de 2003.
63
O termo “aladificação” foi adotado por Felix Peña, analista argentino, e faz referência ao processo pelo qual
o MERCOSUL vai caminhando nos ultimos anos para uma situação de irrelevância com respeito a agenda
crítica de alguns dos seus membros, a semelhança do que aconteceu com a Associação Latinoamericana de
Integração (ALADI).
86
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
87
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
88
capítulo 2
A política externa brasileira de Goulart a Lula (1961 – 2005)
89
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
90
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
PARTE II
As R elações entre
Relações
Brasil e Espanha:
da Mútua Irrelevância à
Associação ou P arceria
Parceria
Estratégica
91
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Capítulo 3
A Espanha na história da política eexterna
xterna
brasileira (1945-1979)
92
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
1
Ofício confidencial nº 999/920, 26 de dezembro de 1961, do encarregado de negócios do Brasil em Madri
para MRE, AHIB, pasta “relações políticas e diplomáticas”, 920(42)(00) .
93
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
2
Ofício confidencial nº 300.2 (F4) ,14 de janeiro de 1982, AHIB, caixa 257.
3
Escritório de Informação Diplomática do Ministério de Assuntos Exteriores da Espanha, “República Fede-
rativa do Brasil”, Madri, junho de 2000, pág.24.
94
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
4
Para o intelectual brasileiro Gilberto Freire, “o passado brasileiro inclui um tempo o período espanhol. e
esse tempo deixou marcas saudáveis na memória do Brasil, que vão desde sulcos na história política a influ-
ências no folclore (...)O Brasil pode considerar-se duplamente hispânico ou ibérico em sua formação. A única
nação da América com essa significativa experiência”, em “Os Reis da Espanha em um país hispano-tropi-
cal”, Folha de São Paulo, 7 de junho de 1983; Ver também FREIRE, G.: O brasileiro entre os outros hispanos,
Rio de Janeiro, Ed.José Olympio, 1975.
5
VARELA MARCOS, Jesús: “Vicente Yánez Pinzón descubridor del Brasil”, Quaderni Ibero-Americani,
gennaio-dicembre, nº 85-86, 1999, pp.40-49
6
GARCÍA MOREJÓN, Julio: “Presencia histórica de España en Brasil”, Viaje a Brasil de SS.MM. los Reyes
de España, Câmara Oficial espanhola de Comércio no Brasil, maio, 1983, pp.15-19.
95
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
7
GONZÁLEZ, Elda: Guía de fuentes manuscritas para la historia del Brasil conservadas en España, Madri,
Fundação Mapfre Tavera/Ministério da Cultura, 2002; MELO NETO, João Cabral de: O Arquivo das Índias e
o Brasil-Documentos para a História do Brasil existentes no Arquivo de Índias de Sevilha, Rio de Janeiro,
Ministério das Relações Exteriores, 1966.; NÚÑEZ ARCA, P.: O Brasil restituido: os Tres Felipes da Espanha
que foram Reis do Brasil. A ação da Espanha filipina no Brasil e na América 1580-1640, São Paulo, Edigraf,
1957; SOUTO MAIOR, Pedro: “Nos arquivos de Hespanha: relação de documentos que interessam ao Bra-
sil”, Revista do Instituto Histórico e Geográphico ao Brasil, Rio de Janeiro, vol.81, 1918; VARNHAGEN,
Francisco Adolfo de: Cópia do diário dos documentos sacados do Arquivo Geral de Simancas para F.A.Varnhagen,
Autorizado por R.O.em 7 de agosto de 1864. Manuscrito, Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, Divisão de
Manuscritos, I-48,3,11;
96
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
8
Uma descrição do processo de independência em FAUSTO, Boris: História do Brasil, São Paulo, EDUSP,
2000, pp.129-176.
9
MOREIRA, Earle M.: “Delavat y Rincón: primeiro encarregado de negócios da Espanha no Império do
Brasil”, em LUBISCO BRANCATO, Sandra(org.): Anais III Simpósio Internacional Estados Americanos: re-
lações continentais e intercontinentais, Porto Alegre, EDIPUCRS, 2000, pp.75-84.
10
Para todas as implicações do complicado processo e das delicadas relações hispano-brasileiras nessas datas
ver: VASCONCELLOS, Mário de: Motivos de historia diplomática do Brasil, Rio de Janeiro, Imprensa Naci-
onal, 1930, pp.131-151; também CALÓGERAS, Pandiá: A política externa do Imperio, vol.II, primeiro rei-
nado, Brasília, Senado Federal, Edic.Facsímil, 1989, pp.386-391.
11
MOREIRA, Earle M.: “Espanha e Brasil: problemas de relacionamento (1822-1834)”, Estudos
Iberoamericanos, Porto Alegre, vol. III, nº 1, julho, 1977, pp.7-92.
97
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
12
Uma pormenorizada lista destos convênios encontra-se em CARDOSO DE OLIVEIRA, José M.: Atos
Diplomáticos do Brasil, Brasilía, Senado Federal, Edição Fac-similar, Tomo I e II, 1997.
13
Assim opina Valverde, que dedica suas pesquisas a presença de Valera no Brasil, ver PIÑERO VALVERDE,
Maria C.: Juan Valera y Brasil: un encuentro pionero, Madri, Qüásyeditorial, 1995.
14
Ver PIÑERO, María C.: Juan Valera: A poesia do Brasil, Madri, La Factoría, 1996 e “D. Juan Valera y el
indianismo romántico brasileño”, Cuadernos Hispanoamericanos, Madri, nº 570, dez. 97.
98
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
15
CARDOSO DE OLIVEIRA, José M.: Actos Diplomáticos do Brasil, Brasília, Senado Federal, Edição Fac-
similar, Tomo I e II, 1997, pp.383-384.
16
Algumas respostas em LUBISCO BRANCATO, Sandra María: Las relaciones hispano-brasileñas a fines del
siglo XIX, Tese de doutorado, Universidade Complutense de Madri, 1983; “A Espanha e a implementação da
República no Brasil, reações entre os políticos espanhois”, Estudos Iberoamericanos, PUC-RS, vol. XI, nº 2,
dezembro, 1985, pp.25-38; “A proclamação da República brasileira na imprensa madrilenha”, anais da VI
reunião, Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica, São Paulo, 1987.
17
Deve-se pensar na delicada situação política espanhola e no regozijo dos republicanos espanhóis ante a
proclamação da República no Brasil, posta como exemplo a seguir na Espanha.
99
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
18
D.Pedro II, amante das viagens, visitou em várias ocasiões a Espanha. Em Agosto de 1877, El Imparcial,
noticiava a visita “de riguroso incógnito” do Monarca ao Museu do Prado. Quando seu féretro foi trasladado
da Francia a Lisboa, em 1891, recebeu uma homenagem oficial póstuma na Estação do Norte de Madri.
19
MRE/PUC-RS: Arquivo diplomático do reconhecimento da República, Vol.II, Brasília, 1993, pp.71-89
20
Segundo dados do Instituto Geográfico e Estatístico de Madri, em 1891, a emigração espanhola ao Brasil já
alcançava a cifra de 10.000 emigrantes.
100
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
21
BUENO, Clodoaldo: A República e sua Política Exterior (1889-1902), São Paulo/Brasilía, UNESP/FUNAG,
pp.150-152.
22
Uma análise do impacto da Guerra de Cuba nas relações bilaterais em SANCHEZ ANDRES, Agustín: “La
crisis del 98 en el contexto de las relaciones hispano-brasileñas”, em CAMACHO NAVARRO, Enrique
(coord.): Siete vistas de Cuba. Interpretaciones de su independencia, México D.F, UNAM, 2002, pág.155.
23
LUBISCO BRANCATO, Sandra M.: “Estado libre de Counani: una cuestión diplomática entre España y
Brasil en el comienzo del siglo XX”, Estudos Iberoamericanos, vol. XII, nº 1, PUC-RS, 1986, pp.39-68.
24
Ver MRE: Relatório, 1911, pp.28-29; também OZOUVILLE DE BARDOU, Leopoldo d´: Un viaje al
Brasil: información acerca de la situación de los emigrados españoles en los estados de Pará y Amazonas y zona
de trabajos del ferrocarril de Madeira-Mamore, Madri, Conselho de Emigração, 1916.
101
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
25
“Carta credencial do embaixador da Espanha para os atos comemorativos do I Centenário da Independên-
cia do Brasil”, Relatório, Ministério das Relações Externas, Rio de Janeiro, 1923.
26
“Brasil y la fiesta de proclamación de la República”, El Figaro, 15 de novembro de 1918; “Las relaciones
comerciales entre España y Brasil”, El Sol, 8 de abril de 1919; “El Brasil, su importancia, progreso y
porvenir económico”, Revista Económica, 10 de fevereiro de 1921
27
SIXIREI PAREDES, Carlos: El Brasil de Vargas (1930-1945), Tese de doutorado, vol.II, Universidade
Complutense de Madri, 1988, pp.970-972.
102
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
28
MORALES, Victor: España, de pequeña potencia a potencia media, Madrid, UNED, 1991, pág.37.
29
JOVER, José María: “Caracteres de la política exterior de España en el siglo XIX”, en España en la
política internacional, S.XVIII-XX, Madri, Marcial Pons, 1999, pp.111-112
103
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
30
JOVER, J.M.: “La percepción española de los conflictos europeos: notas históricas para su entendimiento”,
em España en la política internacional, S.XVIII-XX, Madri, M.Pons, 1999, pp.225-255.
31
MORALES, Victor: op.cit, pp-39-43.
104
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
32
Com caráter geral se deve consultar, entre outras obras, para obter um panorama completo da história,
condicionantes e cenários da política externa espanhola: PEREIRA, Juan Carlos (coord.): La política exterior
de España (1800-2003), Barcelona, Ariel, 2003; TUSELL, J.;AVILÉS, J.;PARDO, R.(eds.): La política exte-
rior de España en el siglo XX, Madrid, Biblioteca Nueva/UNED, 2000; CALDUCH, Rafael (coord..): La
política exterior española en el siglo XX, Madri, Ciencias Sociales, 1994.
33
Ver LESSA, A.: “A diplomacia universalista do Brasil: a construção do sistema contemporâneo de relações
bilaterais”, Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, ano 41, nº especial, 1998, pp. 29-41;
COSTA, Alcides: “Parcerias estratégicas no contexto da política exterior brasileira: implicações para o
Mercosul”, Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, ano 42, nº 2, 1999, pp. 52-80; LESSA, A.:
“A estratégia de diversificação de parcerias no contexto do Nacional-desenvolvimentismo (1974-1979)”,
Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, ano 38, nº 1, 1995, pp.24-39.
105
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
34
LESSA, A.: A parceria bloqueada. As relações entre França e o Brasil (1945-2000), Tese de Doutorado,
Universidade de Brasília, 2000.
35
Entre 1945 e 1989, a Espanha participava com 0,39 % de todos os investimentos mundiais dirigidas ao
Brasil enquanto Alemanha o fazia com 13,20 % (2º investimento mundial no Brasil), e países como Bélgica
(0,68%), Suécia (2,09 %) ou Holanda (5.59%) contribuiam com investimentos substancialmente importan-
tes em relação a suas escassas relações políticas ou culturais com o Brasil.( Dados do Banco Central do
Brasil)
36
Na realidade o termo parcerias expressa em português uma idéia mais intensa de relação que a expressada
em espanhol pelo termo associação. Por esta razão usaremos neste livro o termo português parceria, entenden-
do que implica uma relação de interesses comuns cuja virtude principal viria do fato de enfatizar a atuação
motivada por interesses comuns, ao contrário da relação pautada pelo conflito e a concorrência. A respeito
consultar VALARELLI, Leandro L.: “Parcerias: noções gerais”, Apoio á gestão, Rio de Janeiro, 1999, (con-
sulta: 12 de setembro de 2001), http://www.rits.org.br
106
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
107
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
37
MONTOBBIO, Manuel: “Una aproximación al análisis de la triangulación España – América Latina – Asia
Pacífico”, em BUSTELO, Pablo e SOTILLO, José Ángel (comps.): La cuadratura del círculo: posibilidades y
retos de la triangulación España – América Latina – Asia Pacífico, Madri, IUDC-UCM/La catarata, 2002,
pág.13.
38
Sobre as relações entre Brasil e Portugal, consultar CERVO, A. e MAGALHÃES, José Calvet de: Depois
das caravelas: as relações entre Portugal e Brasil, 1808-2000, Brasília, UNB, 2000.
108
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
“O Brasil (...) não é país de nossa origem, pelo menos direto. Domina
na sua opinião pública uma grande imprensa de extensa circulação,
quase toda ela em mãos e da propriedade dos portugueses, que ao
afastar-se de sua pátria o mesmo que os espanhóis residentes nas
demais Repúblicas americanas sentem mais fundo seu patriotismo
que os que ficam nela e, portanto, adicionam mais no seu
pensamento o chamado “Perigo Espanhol” e aproveitam quantas
ocasiões se apresentam para colocar-nos em posição difícil”. 39
39
Despacho nº 121, de 12 de julho de 1922, do representante espanhol no Rio de Janeiro, Antônio Benítez
para o ministro de Estado, AMAE, dossiê 4164, exp.9.
109
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
40
Nota informativa sobre o “Tratado de Amizade e Consulta entre Portugal e Brasil”, Madri, 28 de novembro
de 1953, AMAE/R, dossiê 3849, exp.35.
110
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
41
Despacho nº 246, de 23 de fevereiro de 1959, do embaixador da Espanha no Brasil, Tomás Suñer y Ferrer,
para o ministro de Assuntos Exteriores, AMAE/R, dossiê 5444, exp.9.
111
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
“Meu colega português me colocou (...) que seu Governo veria com
desgosto que fora precisamente no Rio onde se realizasse um congresso
de Institutos Hispânicos e que nem ele nem Lisboa poderiam nunca
compreender por que razão se tinha escolhido o Rio de Janeiro, de
não existir atrás da reunião objetivos políticos que não se lhe
alcançavam”. 43
42
As reflexões destos parágrafos estão extraídas do Despacho nº 246, de 23 de fevereiro de 1959, do embai-
xador da Espanha no Brasil, Tomás Suñer, para o ministro de Assuntos Exteriores, AMAE/R, dossiê 5444,
exp.9, pp.8-10.
43
Despacho nº 720, de 26 de junho de 1956, do embaixador da Espanha no Brasil, Tomás Suñer, para o
ministro de Assuntos Exteriores, AMAE/R, dossiê 6187, exp.33.
112
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
44
Despacho nº 789, 9 de julho de 1956, do embaixador da Espanha no Brasil, Tomás Suñer, para o ministro
de Assuntos Exteriores em Madri, AMAE/R, dossiê 6187, expediente 33.
45
Ibidem, pp.10-11.
113
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
“(...) Não acho que nossa especial relação com Portugal possa ser
considerado um elemento que limite uma mais ampla relação com a
Espanha. A nova realidade comunitária, na qual os dois países ibéricos
são sócios atuantes, e a proximidade da relações bilaterais nesta
península mudaram o clima tradicional da relação entre estes dois
vizinhos, desinibindo comportamentos e propiciando iniciativas
inéditas”.48
46
Despacho nº 629, de 18 de junho de 1957, do embaixador da Espanha no Brasil para ministro de Assuntos
Exteriores, AMAE/R, dossiê 4678, exp.26.
47
RODRÍGUEZ-SPITERI, José: “España y Portugal: balance de una amistad”, España-Portugal horizonte
2001, Fundação Rei Afonso Henriques/Política Exterior, Madri, 2001, pp.23-24.
48
Ofício confidencial nº 325, 14 de dezembro de 1990, do embaixador do Brasil na Espanha Lindolfo Collor,
para a SERE, AHIB, caixa 363.
114
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
115
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
A vertente política: T
Tensão bilate--
ensão e deterioração das relações bilate
rais nos anos 30. O impacto da Guerra Civil espanhola
Os anos trinta são um dos períodos mais intensos em cerca de
dois séculos de relações hispano-brasileiras. A partir de 1930, no
contexto do surgimento dos fascismos e autoritarismos na Europa e
na América Latina, se reproduzem em nossas relações todas as
contradições e conflitos que se manifestaram no cenário internaci-
onal. O Brasil – com a ascensão de Vargas – e a Espanha - com a
Guerra Civil e o triunfo de Franco- registrarão experiências de ca-
ráter nacionalista que marcarão suas respectivas histórias afetan-
do as tradicionais relações de amizade. Os sucessos políticos des-
ses anos no Brasil (Revolução de 1930, Revolução Paulista de 1932,
processo constituinte de 1933) e na Espanha (proclamação da II
República) foram seguidos de perto pelas opiniões públicas. A
imprensa espanhola e brasileira informavam de acontecimentos
como a vitória de Vargas, a participação do coronel espanhol
Cabañas na Revolução de 1930, o afundamento do navio alemão
“Badeur” no Rio onde faleceram 26 espanhóis, a situação da colô-
nia emigrante no Brasil, a constituição do Governo do almirante
Aznar, a despedida de Alfonso XIII e as primeiras medidas da Re-
pública espanhola49.
49
Ver Heraldo de Madrid, 23 de fevereiro de 1931; ABC, 2 de abril de 1931; ABC, 30 de abril de 1931; El
Imparcial, 10 de maio de 1931; El Debate, 10 de maio de 1931; El Liberal, 10 de maio de 1931
116
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
50
Ofício nº 47, da legação do Brasil em Madri para MRE, 20 de abril de 1931, AHRJ, ofícios/Madri/1931-
março 1932, ref.30/1/10.
51
Ofício nº 52, do ministro plenipotenciário do Brasil em Madrid, Luis Guimarães para MRE, 23 de abril de
1931, AHRJ, ofícios/Madri/1931-março 1932, ref.30/1/10.
52
Ofício nº 58, do Ministro plenipotenciário do Brasil, Luis Guimarães, para MRE, 2 de maio de 1931,
AHRJ, ofícios/Madri/1931-março 1932, ref.30/1/10.
117
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
53
PEREIRA, J.C. e CERVANTES, A.: Relaciones diplomáticas entre España y América, Madrid, Mapfre,
1992, pág.44; EGIDO LEÓN, M.A.: La concepción de la política exterior española durante la 2ª República,
Madrid, UNED, 1987, pp.173-182; também El Liberal e El Debate, 10 de maio de 1931.
54
Oficio nº 66, da legação brasileira em Madri para MRE, 15 de maio de 1931, AHRJ, oficíos/Madri/1931-
março 1932, ref.30/1/10.
55
FERREIRA REIS, Arthur C.: “A que vinha a expedição Iglesias?”, em A Amazônia e a cobiça internacio-
nal, São Paulo, Companhia Editora Nacional,, 1960, pp.190-201.
56
Esta é a tese central de IZEPE DE SOUZA, Ismara: República espanhola: um modelo a ser evitado, São
Paulo, Arquivo do Estado/Imprensa Oficial, 2001.
118
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
57
Ver SEBE-BOM MEIHY, J.C.: “O Brasil no contexto da Guerra Civil espanhola”, O Olho da história,
UFBA, vol.2, nº 2, 1996, pp.117-118.; Sobre o levantamento de 1935 e sua incorporação na história
política do Brasil ver PINHEIRO, Paulo S.: Estratégias da ilusão: a revolução mundial e o Brasil: 1922-
1935, São Paulo, Companhia das Letras, 1992.
58
Ver El Heraldo de Madrid y El Socialista, de 13 de maio de 1936; El Liberal, 16 de maio de 1936.
59
BANDEIRA, Manuel: Poesia completa e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1990, pp.278-279.
119
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
60
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos: Poesia e prosa, Rio, Nova Aguilar, 1979, pp.252-253
61
Uma amostra no interessante artigo de TUCCI CARNEIRO, Maria Luiza: “La Guerra Civil Española a
través de las revistas ilustradas brasileñas: imágenes y simbolismos”, Estudios Interdisciplinarios de América
Latina y el Caribe, Tel Aviv University, vol. 2, nº 2, jul-dic, 1991, (consulta: 23 de setembro de 2002), http:/
/www.tau.ac.il/eial
120
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
62
Relatório policial sobre as atividades subversivas de sociedades espanholas do Estado de São Paulo, 4 de
novembro de 1937. DEOPS/SP, DAESP.
121
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
63
SEBE BOM MEIHY, José Carlos: “Prefácio” em IZEPE DE SOUZA, Ismara: República espanhola: um
modelo a ser evitado, São Paulo, Arquivo do Estado/Imprensa Oficial, 2001, pp.11-14.
64
Relatório Ministério das Relações Externas, Rio de Janeiro, 1939, pág.6
65
Um dos estudos mais completos sobre a participação de brasileiros na Guerra Civil em ALMEIDA, Paulo
R. de: “Brasileiros na Guerra Civil Espanhola (1936-1939)”, Sociología e Política, Curitiba, UFPR, ano 4,
nº 12, junho, 1999, pp.35-66; O melhor testemunho pessoal oferece GAY CUNHA, José: Um brasileiro na
Guerra Civil Espanhola, São Paulo, Alfa-Omega, 1986.
122
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
66
SIXIREI PAREDES, Carlos: El Brasil de Vargas (1930-1945), Tese de doutorado, vol.II, Universidade
Complutense de Madri, 1988, pág.1019
67
“Refugiados políticos, rojos españoles en Brasil”, 1951, AMAE/R, dossiê 2830, expediente 72.
68
SEITENFUS, Ricardo: O Brasil de Getulio Vargas e a formação dos blocos (1930-1942), São Paulo,
Ed.Nacional, 1985, pp.370-372.
123
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
69
MENDES, Raul e BRIGAGÃO, Clóvis (orgs.): História das Relações Internacionais do Brasil, Rio de
Janeiro, CEBRI, 2002, pág.103.
70
Ver BRISTOL, William B.: Hispanidad in South America, 1936-1945, Tese de doutorado, Pennsylvania
University, 1947; também CHASE, Allan: Falange o exército secreto do eixo na América, Rio de Janeiro, Ed.
Vitoria, 1944.
71
LUBISCO BRANCATO, Sandra: “As relações Brasil/Espanha na transição para o Estado Novo”, Estudos
Iberoamericanos, vol.XIII, nº 2, dezembro, 1987, pág.159.
72
Ver a respeito o ofício confidencial de 14 de julho de 1944, do MRE para o embaixador do Brasil em
Madri, Mário Pimentel Brandão, AHRJ, pasta 600.3 (84) (30).
124
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
73
Relatório secreto da Superintendência de Segurança Política e Social do Estado de São Paulo sobre as
atividades da Falange, anexo ao oficio confidencial de 14 de julho de 1944, do MRE para o embaixador do
Brasil em Madri, Mário Pimentel Brandão, AHRJ, pasta 600.3 (84) (30).
74
Ofício reservado do MRE para o embaixador do Brasil em Madri, 10 de março de 1943, AHRJ, pasta 600.3
(84)(30).
125
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
75
Ofícios do embaixador Fernández Cuesta para o MAE, 27 de março, 12 de maio, 26 de julho e 19 de
setembro de 1941, AMAE/R, dossiê 2069, exp.7 e 8.
126
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
76
“Quando o Brasil adota medidas protecionistas, a Espanha inicia uma política de maior abertura econômi-
ca”, Declarações do chefe da Missão Comercial espanhola ao Brasil, Manuel Fuentes, Diário de Notícias, Rio
de Janeiro, 29 de novembro de 1964.
77
Respostas do primeiro secretário João Cabral de Melo Neto ao questionário da circular nº 4129, de 7 de
novembro de 1961, pp.5-6, AHIB, Pasta 920. (42)(00).
78
Respostas do primeiro secretário Murillo Gurgel ao questionário da circular nº 4129, de 7 de novembro de
1961, pág.12, AHIB, Pasta 920. (42)(00).
79
Ibidem, pp.15-16.
127
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
80
Ofício do primeiro secretário da Embaixada do Brasil em Madrid, Murillo Gurgel, para o MRE, 26 de
dezembro de 1962, AHIB, ofícios ostensivos, nov-dez, 1962.
81
Relatório da Direção Gral. de Relações Econômicas sobre o estado das relações econômicas e financeiras
com o Brasil, Paraguai e Argentina, 20 de janeiro de 1967, AMAE/R, dossiê 10032, exp.1
82
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, Relatório, Brasília, 1965.
83
Instruções da Subsecretaría de Assuntos Exteriores de Madri para a delegação espanhola nas negociações
comerciais com o Brasil, 9 de fevereiro de 1962, AMAE/R, dossiê 10032, exp.1.
128
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
84
Despacho da SERE para a Embaixada do Brasil em Madri, 12 de novembro de 1962, AHIB, Despachos
Madri 1960-1964.
129
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
85
Ofício confidencial do embaixador do Brasil em Madri, Sergio A.Frazão, para a SERE, 13 de junho de
1975, AHIB, pasta 842.31 (F4) (B46).
130
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
86
Instruções para o embaixador do Brasil em Madri, Manoel Pereira Guilhon, 2 de dezembro de 1970, AHIB,
caixa 05.
87
Ofício confidencial do embaixador do Brasil em Madri, Manoel Pereira Guilhon, para o MRE, 28 de maço
de 1974, AHIB, caixa 36.
88
Ofício secreto nº 434 do embaixador do Brasil em Madrid, Sérgio A.Frazão, para a SERE, 18 de junho de
1975, AHIB, caixa 31.
131
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
132
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
133
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Gráfico nº 1
Emigrantes espanhóis chegados no Brasil (1820-1972)
Fonte: dados extraídos de KLEIN, H: A Imigração Espanhola no Brasil. São Paulo, Ed. Sumaré, 1994
89
Foi o caso das greves do ano de 1917 em São Paulo, provocadas pela morte do operário espanhol José
Martínez, em enfrentamentos com a polícia frente à fábrica de tecidos Mariângela, no bairro do Brás.
90
O embaixador da Espanha no Brasil, Prat de Nantouillet, se queixava da vida lânquida das sociedades de
espanhóis, “combatidas pelas leis locais que tendem a nacionalizá-las”, Despacho nº 1008 de Prat de
134
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
Nantouillet para o MAE, 6 de dezembro de 1952, AMAE/R, legajo 2979, exp.15. Em seu despacho relacio-
nava as principais sociedades de espanhóis no Brasil e sua data de constituição: Sociedade hispano brasileira
de socorros mútuos, instrução e recreio, São Paulo, 7 agosto de 1949; Real Sociedade Espanhola de Beneficencia
da Bahia, 10 de dezembro de 1944; Centro Cultural recreativo espanhol, Bahia, 25 de março de 1951;
Sociedade espanhola de socorros mútuos de Porto Alegre, fundada no dia 1 de agosto de 1893; Sociedade
espanhola de Socorros mútuos de Campinas, fundada no dia 25 de julho de 1900.
91
BERTONHA, J.F.: “Os emigrantes e a política externa do Brasil, do Mercosul e da UE. Uma agenda de
pesquisa”, Correio Internacional, http://www.relnet.com.br , (consulta: 13 de setembro de 2003).
92
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERNAS, Relatório, Rio de Janeiro, 1911, pp. 28-29.
93
Existe uma ampla bibliografía sobre a contribuição espanhola, através da emigração, ao processo de conso-
lidação e crescimento do Brasil. Ver AGUIAR, Cláudio: Os espanhois no Brasil, Rio de Janeiro, Tempo
brasileiro, 1991; BACELAR, Jeferson: Galegos no paraiso racial, Salvador de Bahia, Centro Editorial e
Didático da Universidade Federal da Bahia/Ianama, 1994; ESTEBAN, Lluis de Llera (coord): El último
exilio español en América, Madri, Edições Mapfre, 1996; GARCÍA GUILLÉN, M.: “Permanente presencia
española en Brasil (la gran emigración a Brasil) 1824-1914”, Jornal do Imigrante, outubro, 2000, pp.18-24;
GONZALEZ, Elda: Café e inmigración: los españoles en São Paulo: 1880-1930, Madri, Centro Espanhol de
Estudos da América Latina,1990; GONZÁLEZ, Elda: O Brasil como país de destino para os migrantes
espanhois, em FAUSTO, Boris (org): Fazer a América, São Paulo, EDUSP, 1999; GONZÁLEZ, Elda: “Identidad
y representación colectiva de un grupo inmigrante: los españoles en São Paulo. 1950-1970”, em GONZÁLEZ,
E; MORENO, A.; SEVILLA, R.: Reflexiones en torno a 500 años de historia de Brasil, Madri, Catriel, 2001,
135
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
pp.219-238; KLEIN, Hebert S.: “A integração social e econômica dos imigrantes espanhois no Brasil”,
Estudos econômicos, nº 3, vol.19, setembro-dezembro, 1989, pp.457-476; KLEIN, Hebert S: La inmigración
española en Brasil: siglos XIX y XX, Colombres, Asturias, Colección Cruzar el Charco, Fundación Archivo de
Indianos, 1996; SANTOS, Ricardo E.: La emigración española en la bajada santista (1880-1950), Tese de
Doutorado, Universidade Complutense de Madri, 1988; SANTOS, Ricardo E.: Política migratoria España a
Iberoamerica: aporte Brasil (1890-1950), A Coruña, Edicios do Castro, 1996; SOUZA MARTINS, José: La
inmigración española en Brasil y la formación de la fuerza de trabajo en la economía cafetalera, 1880-1930,
em SANCHEZ ALBORNOZ, Nicolás (compilador): Españoles hacia América. La emigración en masa 1880-
1930, Madri, Alianza Editorial, 1988.
94
Oficio confidencial de la SERE, 4 de marzo de 1950, con instrucciones para el embajador en Madrid,
AHRJ, caja 161.
95
AGUIAR, Cláudio: Os espanhois no Brasil, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1991, pág.177.
136
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
96
INSTITUTO ESPANHOL DE EMIGRAÇÃO, “Relatório sobre a Emigração Espanola no Brasil”, Madri,
IEE, 1980, pág.6.
97
Despacho do cônsul da Espanha em São Paulo, Federico Gabaldón, para o ministro de Assuntos Exteriores,
12 de julho de 1952, AMAE/R, dossiê 2923, exp.16.
98
Ofício confidencial do encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em Madri, 26 de dezembro de
1961, AHIB, pasta 920.(42)(00) relações políticas e diplomáticas.
99
Carta o chefe da Missão brasileira de Emigração do serviço brasileiro de seleção de emigrantes na Europa,
Oscar Machado, para o diretor geral de Assuntos Consulares, 20 de dezembro de 1960, AMAE/R, dossiê
6220, exp.90.
137
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
100
Nota do embaixador da Espanha no Brasil para Félix Iturriaga, diretor geral de Assuntos Consulares, 2 de
janeiro de 1961, AMAE/R, dossiê 6220, exp.90.
101
Relatório do embaixador da Espanha no Brasil para a Direção Geral de Assuntos Consulares, 20 de
dezembro de 1960, AMAE/R, dossiê 6220, exp.90.
102
Telegrama urgentíssimo confidencial, do Chefe do DCJ para a SERE, Brasília, 11 de julho de 1978,
AHIB, caixa 272.
138
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
103
GARCÍA MUÑOZ, Dércio: “Economía brasileira. As lições que vem da Espanha”, Seminário Brasil-
Espanha, IPRI-FUNAG, Rio de Janeiro, 7 de abril de 2000, pág.1
104
Ofício confidencial do ministro de Relações Exteriores, Mario Pimentel Brandão, para o embaixador em
Madri, Rubens Ferreira de Mello, 27 de junho de 1953, AHIB, caixa 161.
105
ROJAS Y MORENO, José: Despedida: palavras de adeus do embaixador da Espanha no Rio de Janeiro,
José Rojas y Moreno ao sair do Brasil, Madri, Artegrafia, 1952; José Rojas, Conde de Casas Rojas, foi
embaixador da Espanha no Brasil entre 1946 e 1952.
106
Ofício confidencial do ministro das Relações Exteriores para o embaixador em Madri, 3 de março de
1950, AHIB, caixa 161.
139
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
107
Carta remitida pelo embaixador da Espanha no Brasil para o presidente eleito, Getúlio Vargas, 18 de
janeiro de 1951, Rio de Janeiro, AMAE/R, dossiê 2825, exp.13.
108
Despacho nº 36/50 do embaixador da Espanha para o MAE, 31 de janeiro de 1951, AMAE/R, dossiê
2829, exp.74.
109
Despacho nº 346/963/51 do embaixador da Espanha para o ministro de Assuntos Exteriores, 25 de maio
de 1951, AMAE/R, dossiê 2829, exp.74.
110
Despacho nº 473/901/51 do embaixador da Espanha para o ministro de Assuntos Exteriores, 24 de agosto
de 1951, AMAE/R, dossiê 2829, exp.74.
111
As negociações do Acordo e os resultados do comércio hispano brasileiro nesses anos podem ser estudados
em CARBONELL TORTÓS, F.: En torno al futuro acuerdo comercial entre España y el Brasil, Barcelona,
Câmara de Comeécio, Indústria e Navegação Hispano-Brasileira, 1952.
140
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
112
Em abril de 1949, o Governo espanhol tinha manifestado ao encarregado de negócios da Brasil em Madri,
que tão logo se resolvera a “questão espanhola” na ONU, a Espanha teria interesse em concluir um Acordo
Cultural com o Brasil chegando a remeter um anteprojeto à Embaixada. Ofícios confidenciais do encarregado
de negócios do Brasil em Madri, Vasco Leitão da Cunha, para ministro das Relações Externas, AHRJ, 9 e 18
de abril de 1949, caixa 250.
113
Despacho nº 37, de 10 de janeiro de 1953, do embaixador da Espanha no Rio, Marqués Prat de Nantouillet,
para o ministro de Assuntos Exteriores, Madri, AMAE/R, dossiê 3174, exp. 37.
141
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
114
“Mundo hispánico”, números 81 e 82, dezembro de 1954 e janeiro de 1955.
115
Edições do ABC de 9, 14, 15, 23 de abril de 1955; 22 de maio de 1955; 24 de agosto de 1955; 11, 14 de
setembro de 1955; 1, 2, 5, 7, 14, 21 de outubro de 1955; 12, 13, 22, 23, 24, 25 de novembro de 1955; Ya,
Alcázar, Arriba, Pueblo e Informaciones realizaram também uma ampla cobertura.
142
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
116
Sobre a implantação dos planos de desenvolvimento na Espanha se pode consultar CARR, Raymond:
Espanha 1808 – 1975, Barcelona, Ariel, pp. 671-691. Para a análise dos planos de desenvolvimento no
Brasil ver VIZENTINI, Paulo: Relações Internacionais e Desenvolvimento, Petrópolis, Vozes, 1995, pág.133.
117
Os diários madrilenhos o qualificavam como “um social-cristão” que tinha jurado não pactuar com os
comunistas. Sobre a admiração que despertou JK consultar as edições de Arriba, 13 a 22 janeiro de 1956;
ABC, 17 a 22 de janeiro de 1956; Ya, 19 a 22 de janeiro e 24 janeiro de 1956.
118
LAFER, Celso: “JK: Dualidade a serviço do Brasil”, Jornal do Brasil, 26 de março de 2001.
143
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
119
A imprensa brasileira também difundiu amplamente esta mensagem, ver “Ensino de Espanhol ajudará a
Operação Panamericana”, O Globo, 25 de setembro de 1958; “Operação Panamericana também no setor
cultural”, Jornal do Brasil, 26 de setembro de 1958; “Espanhol obrigatório no Ginásio para fortalecer a
amizade interamericana”, Ultima hora, 30 de setembro de 1958.
120
Despacho do embaixador da Espanha no Brasil, Tomás Suñer, para o ministro de Assuntos Exteriores, 30
de setembro de 1958, AMAE/R, dossiê 5546, exp.36.
121
ABC, 30 de agosto de 1958; ARRIBA, 9 de setembro de 1958; PUEBLO, 8 de setembro de 1958.
122
ABC, 29 de novembro de 1958.
144
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
As relações culturais
Se a intensificação das relações econômicas com o Brasil acon-
teceu na seguinte década, a implementação de um ambicioso pro-
grama bilateral cultural não teve de esperar tanto. Desde a pers-
pectiva da diplomacia brasileira, sua política de promoção da cul-
tura nacional na Espanha devia perseguir o objetivo fundamental
de divulgar a terra e as povo brasileiro contribuindo para assegurar
uma presença que, aproveitando a simpatia do povo espanhol pelo
Brasil, fosse funcional para o encaminhamento satisfatório de to-
dos seus demais interesses. Esta concepção da ação cultural do
Itamaraty e do Governo brasileiro foi refinada durante os Governos
militares ao ponto que, em 1966, o representante brasileiro em
Madri reclamava a necessidade de libertar a política cultural exte-
rior de qualquer resquício de academicismo para, partindo da rea-
123
Telegrama confidencial da Embaixada do Brasil em Madri, 23 de julho de 1956, AHIB, caixa 250.
124
Na cronologia final se apresentam as iniciativas comuns que, no contexto do desenvolvimentismo,
implementaram os dois países. Ver anos 1960 a 1973.
145
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
125
Ofício confidencial da Embaixada do Brasil em Madri, 9 de dezembro de 1966, caixa 63, AHIB.
126
“Se ha triplicado el comercio hispano-brasileño”, ABC, 2 de julho de 1959.
127
Ofício confidencial da Embaixada do Brasil em Madri para o MRE, 9 de abril de 1949, AHRJ, caixa 250.
146
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
128
Ofício confidencial da Embaixada do Brasil em Madri, 14 de novembro de 1962, vol. 1962, AHIB.
129
Ofício secreto-urgente da Embaixada do Brasil em Madri, 27 de maio de 1975, AHIB, caixa 31.
130
Relatório confidencial do primeiro secretário João Cabral de Melo Neto ao questionário circular nº 4129,
de 7 de novembro de 1961, p. 5, AHIB, pasta 920.(42)(00) relações políticas e diplomáticas.
131
Relatório confidenciais da reunião dos embaixadores do Brasil nos países de Europa Occidental, vol. 5,
setembro de 1966, AHIB.
147
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
132
GONZÁLEZ, E. e PARDO, R.: “De la solidaridad ideológica a la cooperación interesada (1953-1975)”,
em PEREZ, P. e TABANERA, N.: España – América Latina: un siglo de políticas culturales, Madri, AIETI/
OEI, 1992, pp.137-175.
133
“Acordo ‘cultural’”, Ultima Hora, 25 de junho de 1960.
148
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
134
Despacho nº 244 do encarregado de negócios no Rio de Janeiro, Eduardo Gasset para o ministro de
Assuntos Exteriores, 19 de fevereiro de 1960, AMAE/R, dossiê 6540, exp. 11.
135
Para o estudo do golpe de 1964, ver FAUSTO, Boris: História do Brasil, São Paulo, EDUSP, 2000, pp.463-
514; IGLESIAS, Francisco: Historia contemporánea del Brasil, México, FCE, 1994, pp.193-238; SKIDMORE,
Thomas: Uma História do Brasil, São Paulo, Paz e Terra, 1998,pp. 225-247.
149
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
150
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
151
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
139
Despacho nº 439 do embaixador da Espanha no Brasil, Jaime Alba, para MAE, 17 de junho de 1967,
AMAE/R, dissiê 10060, exp.11.
140
“Nota sobre o Plano de Cooperação com as indústrias do Brasil”, Ofício nº 837 da Embaixada do Brasil
em Madri para SERE, 23 de novembro de 1972, anexo I, AHIB.
152
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
153
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
141
Nota informativa do diretor de Assuntos Gerais e Encarregado da Cooperação com a Iberoamérica, 8 de
novembro de 1972, AMAE/R, dossiê 10548, exp.5
142
Uma síntese da participação espanhola no desenvolvimento brasileiro dos anos 60 em TRILLO, José
Antônio: “La nueva presencia de España en Brasil”, ABC, 17 de outubro de 1972.
154
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
143
Oficio confidencial da Embaixada do Brasil em Madri para a SERE, 5 de fevereiro de 1969, AHIB, caixa
251.
144
Instruções da Secretaría de Estado das Relações Exteriores para o embaixador do Brasil em Madri, Manoel
Pereira Guilhon, 2 de dezembro de 1970,p.8, caixa 05, AHIB.
155
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
145
Relatório do diretor geral de Cooperação para o Desenvolvimento, 19 de novembro de 1972, para o
Secretário Geral Técnico do MAE, AMAE/R, dossiê 10548, exp.5.
146
Ofício confidencial, da Embaixada em Madri para SERE, 12 de dezembro de 1968, AHIB, caixa 251.
147
Despacho reservado do embaixador da Espanha no Brasil, José Pérez del Arco, para o MAE, 8 de dezem-
bro de 1973, AMAE/R, dossiê 11126, exp.5.
148
“Entrevista do ministro espanhol de Assuntos Exteriores López Bravo com o Presidente da República,
general Médici”, Relatório 1971, AHIB.
156
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
149
Carta reservada do embaixador da Espanha no Brasil, José Pérez del Arco, para o MAE, 4 de setembro de
1972, AMAE/R, dossiê 11126, exp.8.
150
Despacho reservado nº 580 do embaixador da Espanha no Brasil, José Pérez del Arco, para o MAE, 4 de
setembro de 1972, AMAE/R, dossiê 11126, exp.8.
157
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
151
Ofício confidencial da Embaixada do Brasil em Madri para a SERE, 29 de abril de 1964, AHIB.
152
Ofício confidencial, Embaixada do Brasil em Madri para a SERE, 7 de abril de 1972, AHIB, caixa 05.
153
Ofício confidencial, Embaixada do Brasil em Madri para a SERE, 25 de maio de 1964, AHIB, caixa 250.
158
capítulo 3
a Espanha na história da política externa brasileira (1945-1979)
154
Oficio confidencial nº 115, Embajada de Brasil en Madrid para SERE, 13 de marzo de 1969, AHIB.
155
O embaixador brasileiro Câmara Canto comunicava ao ministro de Relações Exteriores: “Vª Excelência
pode estar sem cuidado, que me encargo de que Brizzola ou qualquer outra pessoa nas mesmas circunstânci-
as, não seja recebido por alguma autoridade espanhola”. Ofício secreto da Embaixada do Brasil em Madri, 18
de maio de 1964, AHIB, caixa 26. Leonel Brizzola, era líder da oposição quando aconteceu o golpe de 64.
Teve de exiliar-se no Uruguay.
159
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Capítulo 4
A intensificação das relações hispano -brasileiras
hispano-brasileiras
(1979 – 1995)
160
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
A redemocratização
A partir de 1979 se observam sinais visíveis de uma mudança
qualitativa nas relações hispano-brasileiras. Estas modificações
indicam a saída do longo túnel da mútua irrelevância no qual as
relações entre os dois países se encontravam. Pela primeira vez em
muitos anos, a Espanha se transformava em referência constante
do discurso político no Brasil. Os dois países começaram – a
Espanha um pouco antes – a andar caminhos convergentes para a
161
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
1
MALAMUD, Carlos: “Os sistemas políticos espanhol e brasileiro. Uma tentativa de comparação em pers-
pectiva histórica”, Seminário Brasil-Espanha, IPRI-FUNAG, Rio, 7 de abril de 2000, pág.1.
2
SHARE, D. e MAINWARING, S.: “Transição pela transação: Democratização no Brasil e na Espanha”,
Dados – Revista de Ciencias Sociais, Rio de Janeiro, vol.29, nº 2, 1986, pp.207-236; em espanhol na Revista
de Estudios Políticos, Madri, n º 49, 1986, pp. 87-135.
3
PINHEIRO, Letícia: “As políticas exteriores do Brasil e da Espanha: notas sobre os efeitos da transição
democrática”, Seminário Brasil-Espanha, IPRI-FUNAG, Rio, 7 de abril de 2000, pág.2.
4
Ver a respeito STEPAN, Alfredo (org.): Democratizando o Brasil, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988.
162
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
5
A obra mais importante do general foi COUTO, Golbery de: Geopolítica do Brasil, Rio de Janeiro, Jose
Olympio, 1967; Pode-se ver também COUTO, Golbery de: Conjuntura política nacional, o poder executivo,
Rio de Janeiro, José Olympio, 1981; Sobreo papel do general na transição brasileira, a obra de referência é
de ALMEIDA MELLO, Leonel I.: “Golbery revisitado: da abertura controlada a democracia tutelada”, em
MOISES, José A. e GUILHON, J.A. (org): Dilemas da Consolidação da Democracia, Rio de Janeiro, Paz e
Terra, 1989, pp.199-222.; Desde uma perspectiva jornalística, “General Golbery: o mago da abertura”, Veja,
14 de julho de 1980.
6
Com estas palavras Geisel qualificou o processo, ver FAUSTO, Boris: História do Brasil, São Paulo, Edusp,
2000, pp.488-492.
7
O processo brasileiro, desde o autoritarismo até a democracia, com ênfase nas características do regime, sua
crise, e a dinâmica do processo de liberalização em MARTINS, Luciano: “La liberalización del gobierno
autoritario en Brasil”, em O´DONNELL, G; SCHMITTER, P; WHITEHEAD, L (comps): Transiciones desde
un gobierno autoritario, América Latina, vol.2, Barcelona, Paidos, 1989, pp.113-145.
8
Discurso de tomada de posse de João Batista Figueiredo, Brasília, 15 de março de 1979.
163
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
9
MARQUES DE MELO, José.(org) : Comunicação comparada: Brasil Espanha, São Paulo, Loyola, 1990,
pág.7.
10
Ver GENTILLI, V.: “O ‘Parlamento de Papel’ na Espanha e no Brasil: análise comparativa do papel desem-
penhado pela imprensa no processo de transição democrática”, em MARQUES DE MELO, Jose(org) : Comu-
nicação comparada: Brasil Espanha, São Paulo, Loyola, 1990, pp.65-79.
11
Por exemplo, os Pactos da Moncloa provocaram rios de tinta na imprensa brasileira. Ver: “Um pacto
político formal: Moncloa”, Folha de São Paulo, 9 de julho de 1985 e “Pacto político ao invés de social”, Folha
de São Paulo, 1 de outubro de 1985. Também “A Espanha sem Franco”, Veja, 29 de outubro e 1975; “Espanha,
como chegar á democracia”, Veja, 1 de junho de 1977; “Democracia endógena”, Jornal do Brasil, 24 de julho
de 1979; “Guerreiro exalta Suárez”, Jornal do Brasil, 31 de julho de 1979; “Suárez considera possível
exportar democracia”, Jornal do Brasil, 4 de agosto de 1979; “O roteiro da Espanha rumo á democratização”,
164
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
cussão que teve esse processo nos anos seguintes, medida em ter-
mos de debate e produção acadêmica 12; e terceiro, as múltiplas
referências ao processo espanhol que se encontram nos debates
parlamentares do Congresso brasileiro 13, permitem defender a hi-
pótese que identifica na democratização um dos processos
favorecedores que propiciam a saída da irrelevância das relações
hispano-brasileiras, pelo menos no âmbito político. Boa prova é
que, vinte e cinco anos depois, o exemplo espanhol continuava pre-
sente na retórica dos discursos, servindo como experiência
vinculativa nas relações bilaterais:
Correio Braziliense, 14 de maio de 1983; “Rei diz que mundo ve com respeito abertura do Brasil”, Jornal do
Brasil, 18 de maio de 1983; “Espanha, como se faz uma transição”, Jornal do Brasil, 6 de março de 1988;
“Espanha tem êxito na implantação da democracia”, Folha de São Paulo, 8 de abril de 1989. Também a
imprensa espanhola dedicou matérias a democratização do Brasil: “Brasil en pocas palabras”, ABC, 19 de
dezembro de 1978; “Apertura en Brasil”, El País, 8 de julho de 1981 e “Democratura a la brasileña”,
Cambio 16, 8 de julho de 1981; “La prensa brasileña hace una similitud entre los procesos políticos brasileño
y español”, El País, 14 de maio de 1983;
12
Ver CHACON, Vamireh: A experiência espanhola, Brasília, UNB, 1979; SCHVARZER, R e LAMOUNIER,
B.(coords.): Como renascem as democracias, São Paulo, Brasiliense, 1985; DUPAS, Gilberto (org): A transi-
ção que deu certo. O exemplo da democracia espanhola , São Paulo, Trajetória cultural, 1989; MARQUES DE
MELO, Jose(org) : Comunicação comparada: Brasil Espanha, São Paulo, Loyola, 1990; MOISES, José Alvaro
e GUILHON, José Augusto (org): Dilemas da Consolidação da Democracia, Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1989; MORAES, Reginaldo: A redemocratização espanhola, São Paulo, editora brasiliense, 1983; SANTOS,
W.G. dos: “La apertura brasileña ante las perspectivas de transnacionalización”, em ORREGO, Francisco:
Transición a la democracia en América Latina, Buenos Aires, GEL, 1985, pp.133-143; STEPAN, A.: Os
militares: da abertura a nova República, Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1986; PARAMIO, L.o: “ A transição
pactada: os casos do Brasil e da Espanha”, Seminário organizado pela ANPOCS e a Universidade de São
Paulo, outubro de 1987; PARAMIO, L.: “Agonía y muerte de dos dictaduras: España y Brasil”, Revista de
Estudios e Investigaciones Sociológicas, nº 44, 1988, pp.7-21; STEPAN, Alfred (org): Democratizando o
Brasil, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988; SELCHER, W. (org): A abertura política no Brasil. Dinámica,
Dilemas e perspectivas, São Paulo, Convivio, 1988.; DIEZ DE URÊ, Maria del: O Consenso na Espanha, Tese
de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília, 1990; GUIMARAES, Léa: O paradigma da “transição que
deu certo”, Universidade de Brasilía, Brasília, 1994; COGGIOLA, O. (org): Espanha e Portugal, o fim das
ditaduras, São Paulo, Xama, 1995; SALLUM, B..: Labirintos, dos generais à Nova República, São Paulo,
Hucitec, 1996; MENEGUELLO, R.: “Cambios y continuidades en la transición democrática brasileña”, em
VV.AA.: Huellas de las transiciones políticas. Partidos y elecciones en América Latina, México, Instituto Mora,
1998, pp.84-123.; SANTOS, Fabiano: “Escolhas institucionais e transição por transação: sistemas políticos
de Brasil e Espanha em perspectiva comparada”, Dados, vol.43, nº 4, 2000; ABREU, M..: La transición
democrática en Brasil: una obra inacabada, Ponencias del III Encuentro de Latinoamericanistas españoles,
Casa de América, novembro, 2001, versão CD-Rom.
13
Ver as intervenções dos deputados Marcos Freire (MBD), Diário do Congresso Nacional, 2 de dezembro de
1977, p.7418, Eurico Rezende (ARENA), Diário do Congresso Nacional, 1 de julho de 1978, pág. 3350,
Nelson Carneiro (PMBD-RJ), Diário do Congresso Nacional, 13 de junho de 1981, pág. 2678, Fernando Lyra
(PMBD-PE), Diário do Congresso Nacional, 18 de maio de 1983, pág. 795 Lourival Baptista, Diário do
Congresso Nacional, 19 de abril de 1984, pág. 785, José Fogaça (PMBD-RS), Diário da Assembléia Nacio-
nal, 17 de junho de 1987, pág.. 2715, Wilson Martins (PSDB-MS), Diário do Congresso Nacional, 14 de
dezembro de 1990, pág..8191.
165
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
O plano eexterno:
xterno: a visita de Suárez e seu impacto nas relações
bilaterais.
A visita de Suárez foi o fato simbólico que presidiu as novas
bases que a Espanha democrática queria afiançar nas suas rela-
ções com o Brasil e, em geral, com os países da América Latina.
Como afirma ARENAL, “a política dos Governos centristas com os
países submetidos a regimes autoritários ou em transição à demo-
cracia se baseou na genérica defesa dos direitos humanos, no apoio
aos processos de democratização e, no caso dos países do Cone
Sul, em evitar acusações concretas justificadas na aplicação do
princípio de não-ingerência nos assuntos internos” 15. A visita de
Suárez ao Brasil foi apresentada pelas duas diplomacias como uma
viagem com um marcado caráter econômico, centrado nos proble-
mas derivados do déficit comercial espanhol e nas tentativas
hispano-brasileiras por buscar novas formas de cooperação. No
entanto, foi inevitável que o evento se carregasse de conotações
políticas pela situação interna do Brasil e pelas manobras da opo-
sição e do Governo brasileiro para capitalizar os sucessos da visi-
ta. Nos relatórios prévios elaborados pela Embaixada do Brasil, se
destacava a habilidade de Suárez, seu certeiro instinto tático, sua
segura intuição e sua capacidade política para, por inspiração do
Rei, promover uma transição do autoritarismo à democracia desde
o interior do regime e com base na sua legalidade, em um processo
14
Discurso do Sr. Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, na cerimônia de recepção do título
de Doutor Honoris Causa, da Universidade de Salamanca, Salamanca, 18 de maio de 2002.
15
ARENAL, Celestino del: “La política exterior española en Iberoamérica (1982-1992)” em CALDUCH,
Rafael: La política exterior española en el siglo XX, Madri, Ciencias Sociales, 1994, pp.284-285.
166
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
16
Embaixada do Brasil, Madri, Estudos preparatórios para a visita ao Brasil do Presidente Suárez, agosto de
1979, AHIB, caixa 84.
17
“Guerreiro exalta Suárez”, Jornal de Brasília, 31 de julho de 1979.
18
Declaração do portavoz do Itamaraty, conselheiro Bernardo Pericás, Brasília, 31 de julho de 1979
19
“Suárez considera possível exportar democracia”, Jornal do Brasil, 4 de agosto de 1979
167
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
20
“Exercícios de comparação na visita de Suárez”, Veja, 15 de agosto de 1979.
21
“Suárez evitará falar da política brasileira”, O Estado de São Paulo, 1 de agosto de 1979.
22
“Processo político não se exporta”, Folha de São Paulo, 4 de agosto de 1979.
23
Por exemplo “Democracia foi tema de conversa com empresarios”, Jornal de Brasília, 9 de agosto de 1979;
“Figueiredo gostaria de imitar Adolfo Suárez”, Jornal do Brasil, 9 de agosto de 1979; “Suárez aconselhou
Lula fortalecer base sindical”, Jornal do Brasil, 10 de agosto de 1979;
168
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
24
“Democracia endógena”, Coluna do Castello, Jornal do Brasil, 8 de Agosto de 1979
169
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
25
Ver HIRST, Mônica: “Transição democrática e política externa: a experiência do Brasil”, em MUÑOZ, H e
TULCHIN, J.(org.): A América Latina e a política mundial. São Paulo, Convívio, 1986, pp.207-218;
26
LIMA, Maria R.de S.: “Instituições democráticas e política externa brasileira”, Paper apresentado no
Seminário “Política Internacional e Comparada”, Depto. de Relações Internacionais, UNB, Brasília, 11-12
de novembro de 1999; PINHEIRO, L: “As políticas exteriores do Brasil e da Espanha: notas sobre os efeitos
da transição democrática”, Seminário Brasil-Espanha, IPRI-FUNAG, Rio, 7 de abril de 2000.
27
Ver ALDECOA, F.: “Una aproximación a la política exterior de la España democrática: el primer lustro
constitucional (1978-1983)”, em Pensamiento Jurídico y Sociedad Internacional. Estudios en honor del prof.
D.Antonio Truyol, Madri, CECO/UCM, tomo 1, 1986, pp.79-103.
170
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
A integração
Junto da redemocratização, a integração regional constituiu o
outro pilar e fator explicativo do processo da superação da mútua
irrelevância das relações hispano-brasileiras. Para o Brasil, a par-
tir de 1986, com a implementação do Programa de Integração e
Cooperação Econômica argentino-brasileiro (PICE) e os Acordos
Alfonsín-Sarney28, se começou a configurar uma nova prioridade
em matéria de política externa: o MERCOSUL. Para a Espanha, o
ingresso na CEE, no dia 1 de janeiro de 1986, supôs o começo de
uma etapa de prosperidade econômica que permitiu ao país passar
de receptor de investimentos e de ajuda oficial ao desenvolvimento
a país investidor e doador de fundos de cooperação dirigidos espe-
cialmente para a América Latina29.
Por outro lado, o compromisso espanhol manifestado no mo-
mento da assinatura da Ata de Adesão, de contribuir no seio da
Comunidade Européia para o fortalecimento das relações euro-la-
tino-americanas teve um de seus momentos mais importante na
assinatura do Acordo Marco de Cooperação Interregional (AMIC)
entre UE e MERCOSUL, do qual foi mentor no seio das institui-
ções comunitárias o comissário espanhol, Manuel Marín30. A parti-
cipação em processos de integração outorgou às relações hispano-
brasileiras um valor acrescentado que contribuiu incontestavel-
mente à construção da relação privilegiada. Este momento se es-
tende desde 1986, com a participação do Brasil no PICE e da
Espanha com o ingresso na CEE, até o momento atual, em que os
dois países desenvolvem uma atividade diplomática nos seus blo-
cos com o objetivo de criar uma zona de livre comércio entre a UE
e MERCOSUL. O Brasil sabe que a Espanha é um dos principais
interessados em conseguir vencer as resistências de negociação de
um Acordo amplo que inclua a liberalização do setor agrícola. A
Espanha é consciente – como afirmou o Rei Juan Carlos na sua
28
Estes acordos estabeleceram medidas de construção de confiança bilateral, no âmbito nuclear, cooperação
em políticas setoriais (ciência e tecnologia, transporte, etc.)
29
Ver ESCRIBANO, Gonzalo: “Integración y relaciones exteriores: la experiencia española”, Comercio Exte-
rior, vol. 50, nº 8, México, Agosto 2000, pp.734-744.
30
Assinado em Madri, no dia 15 de dezembro de 1995, quando a Espanha ocupava a presidência da UE.
171
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
última visita ao Brasil - de seu papel para advogar por uma maior
aproximação entre a UE e o MERCOSUL, como um dos objetivos
prioritários da política externa espanhola.31
O impacto que o exemplo da integração da Espanha e Portugal
na Europa teve na experiência integradora do MERCOSUL deve
ser também considerado. Com efeito, muitos líderes e intelectuais
latino-americanos que se tinham familiarizado com os passos da
Espanha para a democracia, contemplaram o papel da integração
como uma forte motivação democratizadora para suas sociedades.
Em conseqüência, um dos efeitos da integração regional procurado
por alguns líderes do MERCOSUL foi melhorar a probabilidade de
aprofundamento da democracia, ou pelo menos, a resistência com
sucesso às ameaças que pairavam sobre as instituições democráti-
cas32. Os efeitos da integração nas relações hispano-brasileiras
devem medir-se desde uma dupla perspectiva: interna e externa.
Em virtude da primeira perspectiva, a integração contribuiu, em
primeiro lugar, à consolidação dos processos democráticos, na
Espanha e no Brasil. Assim a integração se configura como causa e
efeito gerador de estabilidade política. Em segundo lugar, a
integração fortaleceu economicamente os dois países dentro de seus
respectivos blocos. Comercialmente, na medida que os intercâm-
bios entre os países do bloco aumentaram espetacularmente. Fi-
nanceiramente, na medida em que o efeito “atração de investi-
mentos” conseguiu ingentes entradas de capital, em uns casos atra-
vés dos processos de privatização e em outros em forma de fundos
estruturais e de coesão. No caso do MERCOSUL, resultou eviden-
31
Alguns avanços destas negociações en KINOSHITA, F.: “As negociações da zona de livre comércio entre o
Mercosul e a UE: desenvolvimentos recentes”, Carta Internacional, São Paulo, nº 92, outubro, 2000; AYLLÓN,
B: “A agenda européia do Mercosul: un novo panorama”, Carta Internacional, São Paulo, nº 97, março,
2001; EUROPEAN COMMISSION: Mercosur-European Community. Regional Strategy Paper (2002-2006),
Brussels, 10 september, 2002; GIORDANO, Paolo (ed): An Integrated Approach to the European Union-
Mercosur Association, París, Chaire Mercosur de Sciences Politiques, 2002; GIORDANO, P.: “The external
dimension of Mercosur: prospects for North-South integration with the European Union”, Occasional Paper,
nº 19, INTAL, january, 2003.
32
Estes argumentos são desenvolvidos em um contexto mais amplo por GUILHON ALBUQUERQUE, J.A.:
“Integration, democratization and external influence”, Paper apresentado no Pacific Council on International
Policy Meeting, 19 de maio de 2000, pp.12-13; Comenta Guilhon que, curiosamente,os líderes latinoamericanos
não consideraram o argumento no outro sentido, isto é, que a democratização foi um requisito para a integração
na CEE.
172
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
33
Ver a respeito INSTITUTO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS E INTERNACIONAIS: La integración abierta,
la UE y el MERCOSUR y el orden internacional, Informe del III Forum Euro-Latinoamericano, Lisboa, maio,
1995, pp.11-20.
34
III Fórum Euro-Latinoamericano, São Paulo, julho, 1994.
173
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
35
INSTITUTO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS E INTERNACIONAIS: Op.cit., pág.13.
36
Declarações do Secretário de Estado para a Cooperação Internacional, Miguel Ángel Cortés, em O Estado
de São Paulo, 8 de março de 2001.
37
“O processo de inserção de nossos países no mundo passa não somente por relações bilaterais mais sólidas,
como também pela participação do Brasil e da Espanha em exitosos processos de integração econômica e
acordo política (...)”, discurso do presidente Cardoso no almoço oferecido por SS.MM. os Reis da Espanha,
Madri, 18 de maio de 1998, Repertório de Política Exterior, MRE, Brasil
174
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
38
Ver MALAN, Pedro S.: “Relações Económicas Internacionais do Brasil (1945-1964)” em FAUSTO, B.:
História Geral da Civilização brasileira, São Paulo, Difel, vol.11, 1984, pp.51-106.
39
CARR, R.: Espanha 1808-1975, Barcelona, Ariel, 1990, pág.709.
40
CASTAÑEDA, Juan: “La economía de la democracia española (1975-1993)”, em CALDUCH, Rafael: La
política exterior española en el siglo XX, Madri, Ciencias Sociales, 1994, pp.169-199
175
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
176
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
O Plano R eal
Real
Em linhas gerais, qual era a situação da economia brasileira
quando, em 1993, Fernando Henrique Cardoso foi nomeado minis-
tro de Economia e Fazenda e começou a idealizar, junto de um gru-
po de economistas, o Plano Real? Que expectativa suscitou o novo
Plano depois do fracasso, em menos de seis anos, de cinco planos
consecutivos de estabilização? Quais de todos os aspectos do Pla-
no Real foram mais relevantes para o progresso das relações entre
o Brasil e a Espanha? O regime militar entregou à recém-nascida
democracia brasileira, no aspecto econômico, uma autêntica he-
rança maldita, uma bomba relógio preparada para explodir a qual-
quer momento. Um panorama caracterizado pelo estancamento do
crescimento econômico e a queda do PIB entre 1981 e 1983, um
41
Declarações do presidente Cardoso a Tiempo, 26 de julho de 1999, Especial Latinoamérica, pág.12.
177
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
42
Dados do Banco Central do Brasil, Relatórios Anuais. As tentativas do Brasil para renegociar sua dívidada
naqueles anos são descritos em BELLUZZO, L.G.M. y ALMEIDA, J.S.G.: “A crise da dívida e suas repercus-
sões sobre a economia brasileira” em BELLUZZO, L. e BATISTA, P.: A luta pela sobrevivência da moeda
nacional, São Paulo, Paz e Terra, 1992, pp.123-135; Também em CARAMURU, Marcos: “A dívida externa e
as questões financeiras internacionais”, en GUILHON ALBUQUERQUE, J.A.: Sessenta anos de política
externa brasileira (1930-1990), vol.2, São Paulo, Cultura, 1996, pp.65-78.
43
Todo este procseso e a possibilidade de alguns conhecimentos exportados do caso espanhol aplicáveis ao
brasileiro em GARCÍA LÓPEZ, José Antônio: “O modelo de transição econômica da Espanha durante o
período democrático: considerações sobre o caso brasileiro” em DUPAS, Gilberto (org): A transição que deu
certo. O exemplo da democracia espanhola , São Paulo, Trajetória cultural, 1989, pp.324-371.
44
Ver “E a inflação foi a nocaute”, O Globo, 1 de julho de 1995.
178
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
45
MUELA, Mariano: “Brasil: la gran frontera”, Política Exterior, nº 69, maio-junho, 1999, pp.101-109.
179
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
46
ONIS, Juan de: “Brazil´s new capitalism”, Foreign Affairs, vol.79, nº 3, mai/jun, 2000, pp.107-119.
180
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
47
GARCÍA MURILLO, Jaime: “El Brasil del Real”, Boletín ICE, nº 2572, 11 a 17 de maio, 1998, pp.66-72.
181
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
48
Ver MUELA, Mariano: “Real 2: la política económica brasileña tras la reelección del presidente Cardoso”,
Boletín económico del ICE, nº 2591, 19 a 25 de outubro, 1998, pp.31-39.
49
Ver CASTRO, Alfredo: “La crisis financiera global y sus efectos en Brasil”, Comercio Exterior, julho, 1999,
pp.718-726.
182
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
50
Dados do Ministério da Economia e Fazenda. Secretaria de Estado de Comércio.
51
Dados extraídos de DEHESA, Guillermo de la: “Las relaciones económicas entre Brasil y España”, Semi-
nário Brasil-Espanha, IPRI-FUNAG, Rio de Janeiro, 7 de abril de 2000, pp.8-9.
183
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
52
GARCÍA MUÑOZ, Dércio: “Economia Brasileira. As lições que vem da Espanha”, Seminario Brasil-
Espanha, IPRI-FUNAG, Río de Janeiro, 7 de abril de 2000, pp.8-10
53
GARCÍA MURILLO, Jaime: “El Brasil del Real”, Boletín económico del ICE, nº 2572, 11 a 17 de maio,
1998, pág. 72.
184
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
54
Presidência da República: 5 años del Real. Estabilidad y Desarrollo, Brasília, 1999, pág.38.
55
IRELA: The privatization process in Brazil, Madri, novembro, 1995, pág. 10.
56
Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília, 1988, Título VII.
185
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
57
Ver NASSIF, Luis: “Política macroeconômica e ajuste fiscal”, em LAMOUNIER, B. e FIGUEIREDO,
R.(Orgs.): A era FHC, um balanço, São Paulo, Cultura editores, 2002, pp.50-53
186
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
187
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
58
Viagens e visitas de personalidades, relatório especial, 1979, AHIB, pasta 400 (F4) (B 46).
59
“Brasil-Espanha, pesca na mira”, Visão, 6 de agosto de 1979, pág.22.
188
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
60
“Etapa delicada começa hoje”, Jornal do Brasil, 6 de agosto de 1979.
61
Discurso do presidente João Figueiredo por ocasião do jantar oferecido ao chefe do Governo espanhol,
Palácio do Itamaraty, Brasília, 6 de agosto de 1979.
62
Discurso do presidente do Governo espanhol, Adolfo Suárez, por ocasião do jantar oferecido pelo presiden-
te Figueiredo, Palácio do Itamaraty, Brasília, 6 de agosto de 1979.
63
“Democracia foi tema da conversa com empresario”, Jornal do Brasil, 9 de agosto de 1979.
189
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
tiva que outorga sua chegada ao poder vinte e quatro anos depois,
foi a entrevista mantida com Lula que quis saber da situação do
movimento sindical na Espanha e do alcance e repercussão da anis-
tia concedida, solicitando a Suárez que transmitisse às centrais
sindicais espanholas suas reivindicações.
A visita de Suárez foi certamente funcional ao objeto de impul-
sionar as relações políticas hispano-brasileiras. Um primeiro re-
sultado concreto foi a assinatura, no dia 7 de agosto de 1979, de
um acordo que estabelecia um mecanismo de consulta ao mais alto
nível em cujas reuniões se examinariam assuntos da situação in-
ternacional e do conjunto das relações dos dois países nos campos
político, econômico, social e de cooperação. Outro benefício im-
portante, conseqüência direta da visita, foi a reativação da Comis-
são Mista Brasil-Espanha paralisada desde 1976 que voltou a reu-
nir-se em setembro de 1979. Esta Comissão, criada em 1974, ti-
nha por finalidade estudar todos os setores da cooperação e dos
intercâmbios hispano-brasileiros constituindo-se em fórum de alto
nível para desenvolver e aperfeiçoar as relações bilaterais. Orga-
nizada em três subcomissões – Intercâmbio econômico, comercial
e financeiro; Cooperação cultural; Cooperação científica e técnica
– a Comissão Mista atualizou questões da agenda bilateral que não
se adequavam mais à realidade existente, estabelecendo novos te-
mas e hierarquizando prioridades que presidiriam as relações bi-
laterais na década seguinte. O perfil geral dos temas abordados
configurou um padrão de relações que, a falta de coincidência nos
regimes políticos, foi maximizado na dimensão econômico-comer-
cial e cooperativa, na medida em que estas questões serviam ao
objetivo de propiciar o desenvolvimento e o cumprimento das me-
tas econômicas dos dois países. Os obstáculos em comum que en-
torpeciam a fluência das relações comerciais, a identificação dos
setores mais favoráveis para a criação de novas linhas de coopera-
ção e a renovação dos instrumentos vigentes nas relações culturais
e científicas foram alguns dos resultados mais evidentes desta nova
etapa das relações entre o Brasil e a Espanha, inaugurada com a
simbólica e histórica visita de Suárez64.
64
Uma pormenorizada descrição dos acordos alcançados na III Comissão Mista na “Ata final da III Reunião
da Comissão Mista Brasil-Espanha”, Brasília, 21 de setembro de 1979, Resenha de Política Exterior do
Brasil, MRE, nº 22, julho-agosto-setembro, 1979, pp.151-159.
190
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
65
Ofício confidencial do MRE para a Embaixada do Brasil em Madri, 17 de julho de 1979, AHIB.
66
Carta de J.P. Pérez Llorca para Ramiro Saraiva, Madri, 15 de setembro de 1980, AHIB, caixa 221; Carta de
Saraiva Guerreiro para J.P. Pérez Llorca, Brasília, 14 de outubro de 1980, AHIB, caixa 221.
67
Ofício confidencial, Embaixada do Brasil em Madri para SERE, 1 de setembro 1981, AHIB, caixa 234.
191
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
68
ARENAL, C. del e NÁJERA, A.: La Comunidad Iberoamericana de Naciones, Madri, CEDEAL, 1992,
pag.265.
69
“Diante do rei, a Câmara pede diretas”, Folha de São Paulo, 18 de maio de 1983; “Espanha e Brasil:
destinos convergentes”, Jornal de Brasília, 8 de maio de 1983; “Não desperdicemos a passagem do rei”,
Correio Braziliense, 12 de maio de 1983; “Juan Carlos, um dos nossos”, Correio Braziliense, 14 de maio de
1983; “Simples, descontraido, surpreendente”, O Estado de São Paulo, 15 de maio de 1983; “O Roteiro da
Espanha rumo a democratização”, Correio Braziliense, 14 de maio de 1983; “Visita será um marco importan-
te”, Correio Braziliense, 15 de maio de 1983; “Rei da Espanha cumprimenta o povo nas ruas de Salvador”,
Jornal do Brasil, 16 de maio de 1983.
70
Discurso do presidente João Baptista Figueiredo, 16 de maio de 1983, por ocasião do jantar oferecido ao rei
espanhol, Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 37, abril-maio-junho, 1983, pág. 25.
192
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
71
Discursos do presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, senador Luiz Viana Filho,
do primeiro secretário da Câmara dos Deputados, deputado Fernando Lyra, do presidente do Congresso Naci-
onal, senador Nilo Coelho, 17 de maio de 1983, por ocasião da sessão de homenagem na sessão solene do
Congresso Nacional aos Reis da Espanha, Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 37, abril-maio-junho de
1987, pp.30-38.
72
“Destinos convergentes”, Jornal de Brasília, 18 de maio de 1983.
73
ARENAL, Celestino del: “La política iberoamericana de los gobiernos socialistas”, Cursos de Derecho
Internacional y Relaciones Internacionales de Vitoria, Bilbao, UPV/Tecnos, 1993, pág.171.
193
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
74
“Avaliação da visita”, Relatório Visita do Rei da Espanha, AHIB, 1983, caixa 05.
194
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
75
Ver ARENAL, C.: “La política iberoamericana de los gobiernos socialistas”, em Cursos de Derecho Interna-
cional y Relaciones Internacionales de Vitoria-Gastéiz, Bilbao, UPV/Tecnos, 1993, pág.181.
76
“Declarações do embaixador da Espanha, Miguel de Aldasoro”, Jornal do Brasil, 8 de abril de 1984.
77
CHACON, Vamireh: “O Brasil e a nova Espanha”, Correio Brasiliense, 1 de abril de 1984.
78
“El presidente brasileño llega hoy a España”, El País, 11 de abril de 1984.
195
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
79
“Espanhóis atentos à política brasileira”, Folha de São Paulo, 11 de abril de 1984.
196
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
80
“Figueiredo na Espanha: Brasil quer dialogar em bases construtivas”, Resenha de política exterior do
Brasil, Brasília, nº 41, abril/maio/junho,1984, pp.13-15; “Senado espanhol homenageia o Presidente João
Figueiredo”, Resenha de política exterior do Brasil, Brasília, nº 41, abril/maio/junho,1984, pp.15-16; “Pre-
sidente Figueiredo: expandir e dinamizar o intercâmbio entre Brasil e Espanha”, Resenha de política exterior
do Brasil, Brasília, nº 41, abril/maio/junho,1984, pp.16-17; “Figueiredo é recebido na prefeitura de Madri”,
Resenha de política exterior do Brasil, Brasília, nº 41, abril/maio/junho,1984, pp.17-18.
197
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
81
Palavras de Tancredo Neves ao deixar o gabinete de F. González, Jornal da Tarde, 31 de janeiro de 1985
82
"Espanha colaborará com o Brasil democrático”, Jornal de Brasília, 27 de janeiro de 1985; “González
entrega a Neves un ejemplar de los pactos de la Moncloa”, El País, 31 de janeiro de 1985.
83
CHACON, Vamireh: “Tancredo e a Espanha”, Correio Braziliense, 19 de fevereiro de 1985;
198
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
84
Discurso do presidente do Governo ante a Assembléia Constituinte, Brasília, 16 de junho de 1987, Ativida-
des, textos e documentos da política externa espanhola, Madri, MAE/OID,1987, pp.135-138.
199
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
85
Segundo as estatísticas espaholas, no triênio 1985-1987, os investimentos no Brasil representavam apenas
1,15 % dos investimentos espanhóis no período. Ver ofício confidencial da Embaixada do Brasil para a
SERE, 11 de novembro de 1988, AHIB, caixa 327.
86
Ver “Felipe, o líder que arranha Espanha?”, Correio Braziliense, 14 de junho de 1987.
87
Telegrama confidencial, Embaixada do Brasil em Madri para a SERE, 28 de maio de 1987, AHIB.
200
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
88
“Entrevista do presidente Sarney a TVE-1” reproduzida em Correio Braziliense, 14 de junho de 1987.
89
“Bienvenido”, Correio Braziliense, 16 de junho de 1987.
201
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
90
Discurso do presidente do Governo, 16 de junho de 1987, Actividades, Textos y Documentos de la política
exterior española, Madri, MAE/OID, 1987, pp.135-138.
91
“Intervenção do presidente do Governo no ato da assinatura do comunicado conjunto entre a Espanha e o
Brasil”, 16 de junho de 1987, Actividades, Textos y Documentos de la política exterior española, Madri, MAE/
OID, 1987, pp.141-143.
202
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
92
Discurso do presidente Fernando Collor no banquete oferecido em sua homenagem pelo rei de España, 16
de maio de 1991. Discurso do presidente Fernando Collor no Senado da Espanha, 17 de maio de 1991 em
Resenha de Política Externa do Brasil, Brasília, 1991, pp.115-121.
203
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
93
ARENAL, Celestino del: “La política exterior española en Iberoamérica (1982-1992)” em CALDUCH,
Rafael (coord.): La política exterior española en el siglo XX, Madrid, Ciencias Sociales, 1994, pág.294.
94
“España desea firmar tratados de amistad con Brasil, Venezuela y Colombia, además de con Argentina,
México y Chile”, El País, 5 de fevereiro de 1990.
95
Ofício confidencial nº 325, do embaixador do Brasil na Espanha, para SERE, 14 de dezembro de 1990,
AHIB, caixa 363.
204
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
96
“Discurso do presidente Color no banquete oferecido em sua homenagem pelo Rei da Espanha”, Madri, 16
de maio de 1991, Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 68, 1991, pág.116.
97
“El Tratado de Amistad entre España y Brasil amenaza con carecer de contenido”, El País, 16 de maio de
1991.
205
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
206
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
98
Ministério das Relações Exteriores: A política externa do Governo Itamar Franco, Brasília, 1994 , pág.68;
Também CARDOSO, F.: Política externa em tempos de mudança, Brasília, Funag, 1994.
99
Relatório confidencial sobre as Cúpulas Iberoamericanas, 27 de maio de 1993, AHIB.
207
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
100
Viagens e visitas de personalidades, relatório especial, AHIB, 1979, pasta 400 (F4) (B46)
101
A respeito pode-se consultar o artigo de Javier Navas, “Brasil, un mercado inaccesible para los productos
españoles”, Heraldo de Aragón, 22 a 28 de março de 1987
102
Telegrama da Embaixada do Brasil em Madri para a SERE, 31 de março de 1987, AHIB.
208
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
103
Estudos preparatórios para a visita ao Brasil do presidente do Governo espanhol, Adolfo Suárez, agosto,
1979, AHIB, caja 84.
104
Oficio secreto urgentíssimo, do embaixador do Brasil na Espanha, Sergio Frazão, para SERE, 25 de
outubro de 1979, AHIB, caixa 64.
209
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
O conflito do Café
Um mês antes da chegada de Suárez ao Brasil, o Governo espa-
nhol através do Real Decreto n º 1764, de 8 de julho de 1979,
tinha modificado o tratamento tarifário que recebia o café brasilei-
ro nas alfândegas da Espanha. Esta medida causou profundo mal-
estar em Brasília, sem que se entendesse como, a poucas semanas
da visita de Suárez, frente às oportunidades que se abriam para o
mais amplo diálogo hispano-brasileiro, se tivesse decidido penali-
105
Sobre a evolução do comércio bilateral e as causas do déficit crônico ver: GARCÍA PONS, Javier: “Evolución
de los Intercambios Comerciales España-Brasil durante el período 1970-1982”, em CÂMARA OFICIAL
ESPANHOLA DE COMÉRCIO NO BRASIL: Viaje a Brasil de SS.MM. los Reyes de España, Rio de Janeiro,
maio, 1983, pp.20-23; TAVARES DE OLIVEIRA, Carlos: “Brasil-Espanha um intercâmbio que pode e deve
crescer”, Gazeta Mercantil, 7 de fevereiro de 1983; NAVAS, Javier: “Brasil, un mercado inaccesible para los
productos españoles”, Heraldo de Aragón, 22 a 28 de março de 1987;
106
Ver GARCÍA LOPEZ, José A.: “O futuro das relações entre a Espanha e o Brasil”, Gazeta Mercantil, 31 de
julho de 1991.
210
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
107
Despacho ao Memorando DE-I/81, do chefe da Divisão de Produtos de Base para o chefe do Departamento
Comercial, 13 de agosto de 1979, AHIB, caixa 271.
211
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
108
Oficío da Embaixada de Madri para SERE, 6 de abril de 1981, AHIB, caixa 257.
212
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
109
Ver ALONSO, José A. e DONOSO, V: Efectos de la adhesión de España a la CEE sobre las exportaciones de
Iberoamérica, Madrid, Ed. Cultura Hispánica, 1983.
110
“Comunicado Conjunto Hispano-Brasileño”, Revista de Política Internacional, nº 163, maio-junho, 1979,
pp.191-194.
213
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
111
ARENAL, C.: “La política exterior española en Iberoamérica (1982-1992)”, em CALDUCH, Rafael: La
política exterior española en el siglo XX, Madrid, Ciencias Sociales, 1994, pág.288.
112
Telegrama da Embaixada do Brasil em Madrid para a SERE, 23 de maio de 1983, AHIB, caixa 143.
113
“Relaciones comerciales hispano-brasileñas”, Información Comercial Española, nº 2094, 20 a 26 de
julho de 1987, pág.2669.
214
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
114
Telegrama confidencial da SERE para Embaixada do Brasil em Madri, 30 de abril de 1987, AHIB.
115
Telegrama confidencial urgentíssimo da Embaixada do Brasil em Madri para SERE, 2 de abril de 1987,
AHIB.
116
Telegrama confidencial da Embaixada do Brasil em Madri para SERE, 31 de março de 1987, AHIB.
215
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
117
BAKLANOFF, E.: “Spain´s economic strategy toward the ´nations of its historical community´: the
reconquest of Latin America”, Journal of Interamerican studies and world Affairs, vol.38, nº 1, spring, 1996,
pág. 113.
118
GRUGEL, Jean: “Spain, the EU and Latin America: Governance and Identity in the making of ´New´
Inter-Regionalism”, Documento de Trabajo, Real Instituto Elcano, 8 de novembro de 2002.
216
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
119
ARAHUETES, Alfredo: La inversión extranjera directa en América Latina (1980-1990), comportamiento
de las inversiones españolas, Tese de doutorado, Universidade Pontificia de Comillas, 1996, pág. 380.
217
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Gráfico nº 2
Investimentos diretos da Espanha no Brasil (1981-1992)
Ano Valor % %
milhões de ptas. sobre total IED espanhol sobre total IED espanhol
na Iberoamérica no mundo
Fonte: Elaboração própria selecionando dados de ARAHUETES, A: “Las inversiones directas de España en
América Latina, 1981 - 1992”, Revista CIDOB, nº 31, 1996.
120
“Relaciones financieras hispano-brasileñas”, Boletín ICE, nº 2094, 20 a 26 de julho de 1987, pág.2671.
121
Para as estatísticas manejadas ver ARGÜELLES, J. e ARAHUETES, A.: “Las inversiones directas de
España en América Latina, 1981-1992”, Revista CIDOB d´Afers Internacionals, nº 31, 1996.
218
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
122
“Brasil tem de mostrar confiabilidade, diz González”, Folha de São Paulo, 11 de fevereiro de 1990.
123
“Espanhóis condenam protecionismo” , O Globo, 18 de maio de 1982.
219
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
124
“Para elevar comércio, Espanha quer aumentar investimento no Brasil”, Gazeta Mercantil, 17 de junio de
1987.
125
GARCÍA LÓPEZ, José A.: “La inversión: un aspecto crucial en las relaciones comerciales con Brasil”,
Cinco Días, 29 de outubro de 1988.
220
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
As relações sociais
Apesar da diminuição dos fluxos migratórios de espanhóis para
o Brasil a partir de 1970, a presença de uma numerosa colônia de
nacionais espalhada pelo território brasileiro exigia atenções es-
peciais por parte dos primeiros Governos democráticos da Espanha.
Estas atenções se dirigiam à melhora das condições de vida dos
espanhóis no Brasil, à eliminação dos impedimentos impostos pela
legislação brasileira para que os emigrantes pudessem retornar ou
viajar para seu país natal e a sua participação na recém inaugura-
da etapa democrática espanhola. Estes temas estiveram presentes
nas reuniões preparatórias entre o embaixador da Espanha e os
responsáveis do Itamaraty por causa da visita de Adolfo Suárez.
Naqueles encontros o embaixador espanhol solicitou às autorida-
des brasileiras a inclusão de um tópico sobre política migratória,
com vistas à renovação do Acordo de Emigração em vigor. O pri-
meiro resultado da visita presidencial, foi a eliminação pelo Go-
verno brasileiro do depósito obrigatório que os emigrantes tinham
que efetuar se queriam abandonar o país126. Uma velha demanda
dos emigrantes espanhóis, que solicitavam sua extinção ou sua
compensação através da redução de tarifas em Ibéria.
Outra demanda efetuada pela colônia espanhola a Suárez foi a
necessidade de compatibilizar a legislação espanhola e brasileira
com relação à aposentadoria já que, na Espanha, se alcançava au-
tomaticamente aos 65 anos, enquanto no Brasil poucos emigrantes
conseguiam trabalhar 35 anos para aposentar-se. Dois anos de-
pois, os 300.000 espanhóis que se calculava viviam no Brasil se
beneficiavam da assinatura de um convênio bilateral que garantia
a assistência da segurança social, através da criação de um centro
de atenção médica exclusivo para a colônia espanhola127. Em com-
pensação, o Governo espanhol ofereceu ao brasileiro atenção mé-
dico-hospitalar para cerca de 50.000 brasileiros que se estimava
acudiriam ao mundial de futebol da Espanha-82. A partir de 1992,
com as primeiras chegadas de brasileiros em número considerável
aos países da UE, o Itamaraty começou a incorporar na sua agenda
126
“Depósito, pedido satisfeito”, O Estado de São Paulo, 9 de agosto de 1979.
127
“Brasil e Espanha fazem convenio”, O Estado de São Paulo, 8 de novembro de 1981.
221
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
As relações culturais
As relações culturais da Espanha com o Brasil apresentavam
algumas características peculiares, em função das suscetibilidades
e resistências que ao longo do regime franquista se tinham desen-
volvido ao respeito entre os brasileiros. No terreno cultural, as re-
alizações da Espanha democrática, entre 1979 e 1992, estiveram
condicionadas pela pouca atenção dedicada a este aspecto da ação
exterior do país129. No caso brasileiro, deviam acrescentar-se as
restrições orçamentárias que restringiam as iniciativas e ativida-
des culturais iniciadas desde a Embaixada em Brasília. A agenda
bilateral cultural apresentava em 1979 um perfil bastante modes-
to, concentrado nos problemas derivados das dificuldades para a
convalidação de diplomas e títulos, a concessão de bolsas de estu-
dos, o intercâmbio e a doação de livros, a revitalização da Casa do
Brasil em Madri, a criação de cursos de espanhol e português, o
intercâmbio científico e tecnológico, a assinatura de convênios
interuniversitários, a restauração artística e conservação de monu-
mentos e a renegociação dos Acordos Cultural de 1960 e de co-
produção cinematográfica.
Por causa da visita do Rei ao Brasil, em 1983, a inclusão de
temas de caráter cultural na agenda bilateral foi um elemento de
128
Informe confidencial do MRE sobre Cúpulas Iberoamericanas, AHIB, julho de 1993, pág.67.
129
ARENAL, C. del e NAJERA, A.: La Comunidad Iberoamericana de Naciones, Madri, CEDEAL, 1992,
pág.485.
222
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
130
Relatório Visita do Rei da Espanha, AHIB, 1983, caixa 05, pp. 22-24.
131
Dados extraídos da AGÊNCIA ESPANHOLA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: Instituto de
Cooperación Iberoamericana (ICI): Catálogo de antigos bolsistas 1980-1991, Madri, 1991, pp.9-14.
223
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
224
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
As relações de cooperação
No campo das relações de cooperação, a Espanha se encontra-
va, em 1979, em plena situação de reestruturação organizativa no
que se refere às instituições que tradicionalmente haviam dirigido
suas atividades à cooperação com a América Latina. A reorganiza-
ção e as mudanças de denominação do Instituto de Cultura Hispâ-
nica em Centro Ibero-americano de Cooperação e, posteriormente,
em Instituto de Cooperação Ibero-americana consumiram boa par-
te das forças e os recursos, poucos naqueles tempos, que a Espanha
132
“El Gobierno brasileño estudia la obligatoriedad del español”, ABC, 5 de junho de 1993; “El presidente
de Brasil envía al Congreso la ley que establece la enseñanza obligatoria del español”, ABC, 11 de julho de
1993.
225
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
133
Ver ALONSO, J.A.: “La cooperación española en las evaluaciones del CAD”, Revista Española de Desarrollo
y Cooperación, nº 11, otono/inverno, 2003, pág.45.
226
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
134
Ofício confidencial do Embaixador do Brasil na Espanha, João Carlos Fragoso, para SERE, 30 de maio de
1988, AHIB, caixa 327.
135
ARENAL, C. del: “Los acuerdos de cooperación entre la UE y AL (1971-1997): evolución, balance y
perspectivas”, Revista Española de Desarrollo y Cooperación, nº 1, 1997, pág.119.
136
AECI: Plano Anual de Cooperação Internacional, Madri, 1988-1994; Cifras arredondadas.
227
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
137
Datos da Fundação CIDOB: Anuário Internacional CIDOB 1990, Madri, 1991, pág.319.
138
“Varias instituciones españolas cooperarán en varios proyectos en la Amazonia brasileña”, El País, 6 de
dezembro de 1992.
228
capítulo 4
a intensificação das relações hispano-brasileiras (1979 – 1995):
democracia, integração e estabilidade econômica.
229
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Capítulo 5
A associação ou parceria hispano -brasileira:
hispano-brasileira:
de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
1
LESSA, Antônio: A parceria bloqueada, as relações entre França e Brasil, 1945-2000, Tese de doutorado,
Universidade de Brasília, 2000.
2
DÉNIZ, José: “Dinamismo recíproco de España e Iberoamérica”, Cadernos de Estratégia, Ministério de
Defesa, nº 118, junho, 2002, pp.187-211.
231
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
3
Discurso do ministro de Estado, Celso Lafer, Madri, Casa de América, 30 de abril de 2002.
232
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
4
Ver a respeito LAFER, Celso: “As relações Brasil – Espanha e a Cúpula de Madri”, Carta Internacional, nº
111, maio, 2002, pp.1-2.
5
MRE: “Relacionamento Brasil-Espanha”, Assessoria de Comunicação Social, informação nº 483, 11 de
outubro de 2000.
233
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
6
Ver “Espanha abre ofensiva no Brasil”, Jornal do Brasil, 16 de abril de 1997; “Aznar predica las virtudes
del liberalismo a los empresarios brasileños”, El País, 18 de abril de 1997; “Rato reafirma el apoyo del
Gobierno español a la economía brasileña”, ABC, 7 de julho de 1999; “El vicepresidente brasileño, Marco
Maciel, de visita en Madrid”, ABC, 25 de outubro de 1997; “Investimento privado é meta de FHC na Espanha”,
Jornal do Brasil, 21 de abril de 1998; “Brasil y España quieren trasladar al terreno político su fuerte
relación comercial”, El País, 21 de abril de 1998; “El Rey afirma que la presencia española en Brasil es una
apuesta irreversible”, ABC, 19 de maio de 1998;
7
Ver “Aznar se apoya en los buenos resultados económicos de su Gobierno para promocionar España en
Brasil”, ABC, 18 de abril de 1997; “Aznar apoya las inversiones españolas en Brasil”, ABC, 17 de abril de
1997; “Espaldarazo a las relaciones comerciales y diplomáticas con Brasil tras la visita de Aznar”, ABC, 20
de abril de 1997; “Espanha abre ofensiva no Brasil”, Jornal do Brasil, 16 de abril de 1997; “Aznar predica
las virtudes del liberalismo a los empresarios brasileños”, El País, 18 de abril de 1997;
8
“Espanha na linha de frente dos investimentos no Brasil”, Gazeta Mercantil, 12 de julho de 2000.
9
Ver os discursos do Rei em Actividades, Textos y Documentos de la política exterior española, 2000, Madri,
MAE/OID, pp. 17-25.
234
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
10
CHOHFI, Osmar V.: “Brasil e Espanha, uma parceria moderna”, Comércio Exterior, nº 46, Informe Banco
do Brasil, março-abril, 2003, pág.8 .
11
Seminário “Perspectivas y resultados de los entendimientos Mercosur/UE”, Fundação Popular
Iberoamericana, Madri, novembro, 2000.
235
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
12
El País, 27 de outubro de 2000.
13
NOLETO, M.J.: Parcerias e Alianças Estratégicas: Uma Abordagem Prática, São Paulo, Instituto Fonte,
2000; LORANGE, P. : Alianças Estratégicas: formação, implementação e evolução. São Paulo, Atlas, 1996
236
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
237
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
14
Os aspectos teóricos das alianças estratégicas em BARREIRA, Carmen: “Uma questão para pensar:
parcerias e alianças estratégicas”, disponível em http://www.rits.org.br, (consulta: 9 de janeiro de 2004)
238
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
15
DUROSELLE, J.B.: Todo Imperio Perecerá. Teoría sobre las Relaciones Internacionales, México, FCE, 1998,
pág.22.
239
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
16
A expressão é utilizada no artigo de Carmen Jiménez: “España es el segundo país extranjero inversor en
Brasil, por detrás de los Estados Unidos”, ABC, 28 de junho de 1999.
17
ARAHUETES, A.: “Inversiones europeas en Iberoamérica (1990-2000)”, em Perspectivas Exteriores 2002,
los intereses de España en el mundo, Madri, FRIDE/Bibloteca Nueva, 2002, pp.260-271.
240
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
18
CASILDA BEJAR, R.: La Década dorada. Economía e Inversiones españolas en América Latina (1990-
2000), Madri, Univ. de Alcalá-CIFF, 2002
19
“España es el 2º país extranjero inversor en Brasil, por detrás de EEUU”, ABC, 28 de junho de 1999.
241
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
20
RUESGA, S. e BICHARA, J.: “Las empresas españolas en Iberoamérica”, Economía Exterior, nº 7, 1998-
1999, pp.187-196
21
CHISLETT, William: The internationalization of the Spanish economy, Real Instituto Elcano, 2001, http:/
/www.realinstitutoelcano.org/publicacionesinsti.asp
22
ONTIVEROS, E. e FERNÁNDEZ, Y.: “Flujos de inversión hacia América Latina”, en Perspectivas Exteri-
ores 2002, los intereses de España en el mundo, Madri, FRIDE/B. Nueva, 2002, pp.297-311
242
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
23
CASILDA, R.: “La década dorada de los noventa: 1990-2000. Inversiones directas españolas en América
Latina”, Desarrollo, nº 32, 2003, pp.95-104.
24
“O segundo avanço espanhol”, Dinheiro, nº 310, 6 de agosto de 2003.
243
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
25
Entrevistas do embaixador do Brasil, D. Carlos Moreira García, Tiempo especial Latinoamérica, 26 de julho
de 1999, pp.50-51; Valor Económico, 7 de julho de 2000.
244
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
26
A expressão é do ex – presidente do Banco Central, ver FRANCO, Gustavo: “As causas da riqueza ibérica”,
O Estado de São Paulo, 15 de abril de 2001.
27
As estatísticas sobre os investimentos mundiais, europeus e espanhóis na América Latina Latina podem ser
encontradas em: UNCTAD: World Investment Report 2001: promoting linkages, Ginebra, 2001; OCDE:
International Direct Investment Statistics Yearbook, Paris, 2000; EUROSTAT: European Union Foreign Direct
Investment Yearbook 2000, Luxemburgo, 2000; CEPAL: La inversión extranjera directa en América Latina,
Informe 2000, Santiago de Chile, 2000.
28
“O acertado investimento espanhol”, Gazeta Mercantil, 12 de julho de 2000.
245
246
Fonte: Elaboração própria com base em dados selecionados do Banco Central do Brasil
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
Gráfico 4
Distribuição do IED no Brasil por país de origem
(1998-2001) (flux os acumulados)
(fluxos
29
A imprensa brasileira dedicou espaços aos investimentos espanhóis: “Espanha aposta alto no Brasil”,
Gazeta Mercantil latinoamericana, nº 200, 28 fevereiro a 5 de março de 2000; “Espanha e Portugal redescobrem
a América Latina”, Gazeta mercantil latinoamericana, 8 a 14 de maio de 2000; Espanha elege América
Latina para fazer sua globalização”, Gazeta mercantil, 3 dezembro de 2000.
30
Dados do Banco Central do Brasil, disponíveis em http://www.bcb.gov.br
247
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Gráfico 5
Volume investido da Espanha, UE e EUA no Brasil
EUA
(1992-2001) (cifras acumuladas)
País Volume em milhões de Euros
Espanha 26.292
França 9.995
Portugal 9.543
Países Baixos 9.067
Reino Unido 4.757
Alemanha 3.625
Itália 2.808
Outros UE 1.293
Total EU – 15 67.380
EUA 32.561
Total 99.941
Fonte: CEPAL, EUROSTAT, Bureau of Economic Analysis (EUA)
Gráfico 6
Posição dos países no ranking de investimentos no Brasil
(1995-2001) (e (exxcluídos paraísos fiscais)
248
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
Gráfico 7
Privatizações no Brasil. Participação estrangeira (1991-
Participação
2001) (programa nacional de desestatização + estaduais +
telecomunicações)
33
Dados do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), ano 1991-2001.
34
CHISLETT, W.: La inversión española directa en América Latina: retos y oportunidades, Madri, Real
Instituto Elcano, 2003, pág.102.
249
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Gráfico 8
Distribuição setorial do investimento espanhol no Brasil
(1998-2000)
250
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
35
“Brasil-Espanha, o novo mundo, de novo”, Gazeta Mercantil, 22 de abril de 1998.
251
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
36
“Telefónica se la juega en Brasil”, El País, 22 de julho de 2001.
37
Em 1999, 60% da população brasileira não tinha relações bancárias de nenhum tipo.
38
“Pensando en Brasil”, El País, 25 de junho de 2000.
252
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
39
O processo de compra do BANESPA em CASILDA, R.: La Década dorada. Economía e Inversiones españolas
en América Latina (1990-2000), Madri, U. de Alcalá-CIFF, 2002, pág.289-291.
40
“El BSCH compra el tercer banco público de Brasil por 723.450 millones de pesetas”, El País, 21 de
novembro de 2000.
253
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
41
Ver “BBVA busca cobijo en Bradesco”, El País, 19 de janeiro de 2003.
254
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
42
Ver MIRANDA, Rafael: “La experiencia de ENDESA en MERCOSUR”, Economía Exterior, nº 7, 1998-
1999, pp.117-121
255
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
43
Ver PAMPILLÓN, R.: “España en el nuevo modelo económico de América Latina”, Foreign Affairs en
español, maio, 2001, http://www.foreignaffairs-esp.org
44
“Repsol-YPF firma con la brasileña Petrobrás un canje de activos por 180.000 millones”, La Vanguardia,
29 de dezembro de 2000.
256
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
257
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
45
ARAHUETES, A.: “Inversiones europeas en Iberoamérica (1990-2000)”, en Perspectivas Exteriores 2002,
los intereses de España en el mundo, Madri, Política exterior/FRIDE/Bibloteca Nueva, 2002, pp.266-267.
46
CASILDA, R: “El futuro de las empresas españolas en MERCOSUR”, Economía Exterior, nº 7, 1998-
1999, pp.205-207
47
Especial Latinoamérica, Tiempo, 26 de julho de 1999, pág.12.
258
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
48
SANTOS, Theotonio dos: “As relações Brasil-Europa em transição”, em HOFMEISTER, W. e TREIN,
F.(orgs.): Anuario Brasil-Europa: instituições e integração, São Paulo, F. K.Adenauer, 2001, pp.191-200.
49
“A volta da armada hispánica”, Jornal do Brasil, 26 de marzo de 2000; “A invasão espanhola. Brasil em
vermelho e amarelo”, Correio Brasiliense, 10 de julho de 2001; “Os novos ricos”, Veja, 22 de março de 2000
50
“Un año de desastres para Telefónica en Brasil”, El País, 8 de agosto de 1999.
259
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
51
Algumas destas ameaças são recolhidas, no contexto latinoamericano, por Victor PEREZ-DÍAZ: “Oportunidad
y riesgo de Latinoamérica para España”, El País, 27 de maio de 2000. Mais recentemente no Indice Elcano
de oportunidades y riesgos estratégicos para la economía española, 2005. Disponível em http://
www.realinstitutoelcano.org
52
“Holanda e Cayman investem mais no Brasil”, Folha de São Paulo, 14 de julho de 2002.
53
“Espanhóis mantém confiança no país”, O Estado de São Paulo, 5 de julho de 2002.
260
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
esta cifra foi superada até chegar nos 321 milhões de euros, 4,67%
do investimento total recebida na Espanha. No ranking do stock de
investimentos brasileiros no estrangeiro a Espanha ocupa o sétimo
lugar, com 1,8% do investimento total.
As perspectivas de futuro dos investimentos espanhóis no Bra-
sil passam por uma diminuição dos recursos - mesmo que as esti-
mativas brasileiras 54 cifrem em 20.000 milhões de dólares as quan-
tidades dirigidas para o Brasil desde a Espanha até 2006 – e por
uma maior diversificação dos negócios que inclua uma segunda
onda de investimentos de Pequenas e Médias Empresas. Nesta li-
nha, a CEOE traçou uma estratégia dirigida a seus associados de
pequeno e médio porte para que invistam entre 2003 e 2004 no
Brasil, especialmente naqueles setores como o da indústria brasi-
leira de máquinas e partes de automóveis ou o turismo, aproveitan-
do a fortaleza do Euro e as oportunidades baratas que existiam55.
54
“Até 2006, investimento espanhol deve somar 20 U$ bilhoes”, O Estado de São Paulo, 29 de abril de
2002.
55
“O segundo avanço espanhol”, Dinheiro, 6 de agosto de 2003.
56
Um interessante trabalho sobre a situação dos intercâmbios até 1990 em GOBBO, María Teresa: Perfil de
las relaciones comerciales bilaterales entre Brasil y España: tendencias y perspectivas para la década de los
noventa, Madri, Escuela Diplomática, Memória do CEI 1989-1990, 1990.
261
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
262
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
263
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Gráfico 9
Balança comercial Brasil-Espanha (1990-2001)
(milhões de US$ FOB)
57
Discurso do ministro de Estado, Celso Lafer, Casa de América, Madri, 30 de abril de 2002.
264
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
58
Brasil, Informe país 1999, Embaixada da Espanha no Brasil, Brasília, 1999, pp. 88-89.
265
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Gráfico 10
Evolução das eexportações
xportações -importações Brasil-Espanha (1990-
xportações-importações
2001) (milhões de US$)
59
DEHESA, Guillermo de la: “Las relaciones económicas entre Brasil y España”, Seminario IPRI Brasil
Espanha, Rio de Janeiro, 7 de abril de 2000, pp.7-10.
60
A vinculação entre a IED e o aumento dos fluxos comerciais em CASTILHO, M. e ZIGNAGO, S.: “Trade
effects of FDI in Mercosur, a disaggregated analysis”, en GIORDANO,P. (org.): An Integrated Approach to the
European Union-Mercosur Association, París, Chaire Mercosur, 2002, pp.245-263.
267
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
61
“El Príncipe de Asturias inaugurará mañana en Brasil la mayor feria española en el extranjero”, ABC, 22
de novembro de 1996.
62
PISONERO, E.: “Mercosur, una apuesta de futuro”, Economía Exterior, nº 7, 1998/1999, pág.25
268
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
63
CUENCA, E.: “Comercio e Inversión en Iberoamérica”, Información Comercial Española, fevereiro/março,
nª 790, 2001, pp.141-161.
64
MUELA, Mariano: “Brasil: un mercado por descubrir”, Economía Exterior, nº 7, 1998-1999, pp.123-133.
269
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
contexto das dúvidas dos mercados ante a vitória de Lula nas elei-
ções presidenciais - o que propiciou também o aumento das expor-
tações brasileiras para a Espanha pela crescente competitividade,
via preços, dos produtos do Brasil.
Historicamente, o comércio entre o Brasil e a Espanha possuiu
pouca significação relativa para as duas economias, representando
os intercâmbios bilaterais entre 1% e 2% das transações mundiais
dos dois países, encontrando-se muito abaixo do potencial existen-
te. É conseqüente, então, perguntar-se como superar as limitações
que o comércio bilateral continua demonstrando e indagar nos de-
safios futuros para elevar os intercâmbios hispano-brasileiros, ao
lugar que lhes correspondem no conjunto das relações entre o Bra-
sil e a Espanha. Tudo isso desde a premissa da necessária
sustentabilidade que deve procurar-se no crescimento das corren-
tes comerciais para dar uma dimensão econômica mais completa
às relações hispano-brasileiras.
Gráfico 11
Evolução da taxa de cobertura comércio Espanha-Brasil
(1993-2000)
270
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
65
CHOHFI, Osmar V.: “Brasil e Espanha, uma parceria moderna”, Comercio Exterior, nº 46, Informe Banco
do Brasil, março-abril, 2003, pág.7.
271
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
mercial bilateral, o que pode suceder nos próximos anos. Este pon-
to é crucial para a superação do “equilíbrio estagnado”66 no qual
se encontra o volume do comércio bilateral desde 1997. Em con-
clusão, as possibilidades de ampliação do comércio entre Brasil e
Espanha dependem, definitivamente, da realização de esforços
comuns para descobrir as possibilidades e os “nichos” nos respec-
tivos mercados, assim como as áreas onde uma maior cooperação
redundaria em vantagens recíprocas para os dois “parceiros”.
66
A expressão é utilizada por MOREIRA, Carlos: “Câmara de Comércio Brasil Espanha”, Comércio Exterior,
nº 46, Informe Banco do Brasil, março-abril, 2003, pág.9.
272
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
67
ROSENAU, James: “Le touriste et le terroriste, ou les deux extrémes du continuum transnational”, Etudes
Internationales, vol.X, nº 2, juin, 1979, pp.220-226.
68
CALDUCH, R.: Relaciones Internacionales, Madri, Ciencias Sociales, 1991, pp.361-363.
69
CAZES, Georges: “Tourisme et relations internationales, perspective cavalière du dernier demi-siècle”,
Relations Internationales, nº 102, été, 2000, pp.233-245; Ver também MONTANER, Jordi: Política y relaci-
ones turísticas internacionales, Barcelona, Ariel, 2002.
273
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
Gráfico 12
Entrada de turistas brasileiros na Espanha (1990-2004)
274
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
70
Ver OFICINA ESPANHOLA DE TURISMO EM SÃO PAULO: Estudos de mercados turísticos emissores.
Brasil, nº 10, Madri, janeiro, 2003.
71
DEHESA, Guillermo de la: “Las relaciones económicas entre Brasil y España”, Semiário Brasil-Espanha,
IPRI, Rio de Janeiro, 7 de abril de 2000, pág. 17.
275
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
276
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
72
“Brasil lidera exportação de escrava sexual”, Folha de São Paulo, 29 de novembro de 2000.
73
“Espanha tem mil prostitutas brasileiras”, 5 de setembro de 2000, http://www.terra.com.br; “Juiz determi-
na prisão de brasileiras”, Folha de São Paulo, 12 de maio de 2001.
74
Despacho telegráfico,MRE para Embaixada do Brasil em Madrid, 3 de dezembro de 1997, AHIB, caixa
52.
277
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
75
MINISTÉRIO DO TRABALHO: Anuario de Migraciones, 2000, Madrid, 2001.
278
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
76
HARVEY, E.: Relaciones culturales internacionales en Iberoamérica y el mundo, Madrid, Tecnos, 1991.
77
Ver EFINGER, Eberhard: Politique culturelle et instituts culturels des Etats membres de la Communauté
Européenne, Bruxelles, CCE, 28 de fevereiro de 1976, pág.5; Também RIGAUD, Jacques: La cultura para
vivir, Buenos Aires, Sur, 1977, pág.134.
78
Ver HARVEY, E.: Op.cit., pp.21-23.
79
MITCHELL, J.M.: International Cultural Relations, London, Allen & Unwin, 1986, pág. 9
279
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
80
EFINGER, Eberhard: Op.cit, pág. 6.
280
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
81
A política cultural dos Governos brasileiros em CASTELLO, José: “Cultura”, em LAMOUNIER, B. e
FIGUEIREDO, R.(orgs.): A era FHC um balanço, Cultura, São Paulo, 2002, pp.627-656.
82
Uma análise sobre o papel da cultura na política externa do Brasil em TELLES RIBEIRO, Edgard: Diplo-
macia cultural, seu papel na política externa brasileira, Brasília, FUNAG/IPRI, 1989.
281
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
282
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
83
Citado por GARCÍA MOREJÓN, Julio: Presente y futuro de la lengua española, Madrid, Ediciones Cultura
Hispánica/OFINES, 1964.
84
“Nélida Piñón reclama una atención mayor del mundo hispánico por la cultura de Brasil”, El País, 27 de
novembro de 2001; Este unilateralismo pode exemplificar-se com este dado: em 1999, segundo o Sindicato
Nacional de Editores de Livros do Brasil, foram traduzidos 443 títulos espanhóis enquanto apenas 160
títulos brasileiros chegaram a Espanha, uns 0,8% de todos os traduzidos ao espanhol nesse ano.
283
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
85
“Brasil revive la memoria ibérica del Siglo de Oro con la mayor exposición de arte de la época”, ABC, 12
de julho de 2000; “El Rey inaugura en Río una exposición de pintura española”, El País, 12 de julho de
2000.
86
“Pinacoteca de SP abre hoje a exposição `De Picasso a Barceló”, Folha de São Paulo, 1 de agosto de 2001.
87
“España siglo XVIII, llevará a América lo mejor de la Ilustración”, ABC, 6 de setembro de 2001.
88
Declarações do conselheiro econômico e comercial da Embaixada no Brasil e do embaixador espanhol José
Coderch. Ver “A Espanha carioca”, Exame, 10 de julho de 2002, pág .24.
89
LAFER, C: Catálogo de la Exposición “España siglo XVIII”, disponível em http://www.arteviva.org
90
CARDOSO, Fernando.: Catálogo de la Exposición “España siglo XVIII”, em http://www.arteviva.org
284
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
91
A editora espanhola ANAYA adquiriu 50% das editoras brasileiras Scipione e Ática em 1999, e o grupo
Santillana comprou no ano 2000 as editorias Objetiva, Moderna e Salamandra.
285
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
92
MORA POVEDA, Santiago: El español para extranjeros en el mercado brasileño, Exportaciones de Castilla
y León S.A, São Paulo, 1999, pág.24.
93
Ver “Ataque espanhol”, Jornal do Brasil, 11 de março de 2001; “Hola Brasil”, O Globo, 17 de maio de
2001; “A expansão editorial espanhola”, Correio Braziliense, 10 de julho de 2001.
94
“Espanha avalia negócio com Brasil na bienal”, Folha de São Paulo, 19 de maio de 2001.
95
“Material didáctico en Brasil. Crear escuela”, El Exportador, ICEX, nº 16, janeiro, 1999, pp.74-75.
96
Declarações do editor brasileiro Paulo Rocco em O Globo, 17 de maio de 2001.
286
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
97
Entrevista ao Ministro da Educação do Brasil, Paulo Renato de Souza, El País, 26 de março de 2001.
287
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
98
HARVEY, E.: Op.cit., pág.24.
99
As reflexões recentes sobre o auge do espanhol no Brasil incidem nos mesmos argumentos expostos por
Francisco Moreno, primeiro diretor do Instituto Cervantes no Brasil. MORENO, F.: El español en Brasil,
2000, http://www.ufpel.tche.br/ila/siteletras/espanhol_moreno_espanol_brasil.shtml;
BLECUA, José M.: “El español lengua extranjera” en Perspectivas exteriores 2002, los intereses de España
en el mundo, Política Exterior/Biblioteca Nueva/FRIDE, Madrid, 2002, pp.155-156;
288
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
289
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
100
SEDYCIAS, João: “Por que os brasileiros devem aprender espanhol”, em SEDYCIAS, João: O ensino do
espanhol no Brasil, Sao Paulo, Parabola editorial, 2005, pp.35-44.
101
KRAMER, Paulo: Brasil: a hora e a vez do ensino do espanhol, versão eletrônica disponíveis em http://
www.unidadenladiversidad.com (consulta: 31 de janeiro de 2003)
290
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
102
Algumass destas iniciativas se explicam em Dados e Cifras. Informe sobre la enseñanza del español en
Brasil, Brasilia, Embaixada da Espanha no Brasil / Conselheria de Educação e Ciência, 1998.
103
“Invasão espanhola. Castelhano pode ser obrigatório”, Correio Brasiliense, 10 de julho de 2001.
291
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
292
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
104
Na realidade o debate foi sobredimensionado na Espanha gerando expectativas à alta que logo deveram ser
rebaixadas, ver Juan ARIAS: “La fiebre del español llega a Brasil”, El País, 9 de dezembro de 1999; “ El
Español conquista Brasil”, El País, 8 de maio de 2000;
105
Francisco Moreno resta importância ao carácter obrigatório do espanhol, porque se as escolas e colégios
tivesem professores e material didático, 90% escolheriam o espanhol como língua extrangeira. Ver “Si Brasil
tuviera maestros, el español sería lengua obligatoria”, El País, 20 de agosto de 2000.
106
MARTÍNEZ LILLO, P.: “El factor cultural: el español en el mundo” em PEREIRA, J.C.(coord..): La
política exterior de España, Barcelona, Ariel, 2003, pp.242-244.; LOPEZ-GARCÍA, Ángel: “El significado
de Brasil para la suerte del idioma español”, Anuario Brasileño de Estudios Hispánicos, Brasilia, Consejería
de Educación y Ciencia de la Embajada de España en Brasil, 2000, pp.129-139.
107
Ver o inflamado artigo de TORROBA, Felipe: “El idioma español en el Brasil”, Cuadernos
Hispanoamericanos, nº 110, fevereiro, 1959, pp.191-193.
293
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
294
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
108
Ver Jorge MARIRRODRIGA, “El Gobierno brasileño dará luz verde a la enseñanza del español antes de
fin de año”, El País, 11 de julho de 2000.
109
Ver Nestor RESTIVO, “El idioma, un pasaporte para ganar más plata”, Clarín, 28 de agosto de 2000.
295
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
110
“España y Brasil sientan las bases para el desarrollo del español”, ABC, 4 de dezembro de 1999.
111
“España prepara un desembarco cultural en Brasil para propagar el castellano”, El Mundo, 30 de setem-
bro de 1999.
296
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
112
“La fiebre del español llega a Brasil”, El País, 9 de dezembro de 1999.
113
“Los Reyes viajan a Brasil para apoyar la enseñanza del español”, El País, 10 de julho de 2000
114
“El Rey elogia el trabajo de Cardoso”, ABC, 11 de julho de 2000.
115
Ver “España firmará un acuerdo con Brasil para apoyar la enseñanza del castellano. Alemania, Francia e
Italia intentan evitar que se apruebe la Ley del español”, ABC, 10 de julho de 2000.
297
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
116
A “batalha diplomática” entorno à aprovação da Lei no artigo de Javier Moreno: “Brasil decide si quiere
hablar español. La posibilidad de que la enseñanza del castellano sea obligatoria desata una batalla diplomá-
tica”, El País, 18 de junho de 2000.
117
“El español planta cara en América”, ABC, 20 de outubro de 1995.
298
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
118
Ver http://www.cervantes-brasil.com.br. Também ANUÁRIO INSTITUTO CERVANTES: El español en el
mundo, Madri, 1999-2000
119
“Zapatero anuncia que 7 centros del ICI en Brasil serán sedes del Cervantes”, La razón, 25 de janeiro de
2005.
120
Ver INFORME PROCOPI: “Las relaciones entre España y Brasil: reflexiones para el redescubrimiento
del gigante iberoamericano”, en MALLO, Tomás (ed.): España e Iberoamérica: fortaleciendo la relación en
tiempos de incertidumbre, Madri, AIETI, 2001, pág. 125
121
Declarações de Mônica Hirst, diretora da Fundação Centro de Estudos Brasileiros de Buenos Aires em “El
idioma, un pasaporte para ganar más plata”, Clarín, 28 de agosto de 2000.
299
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
122
MORENO, F.: Op.cit.
123
“Brasil e Espanha firmam convenio”, Folha de Sao Paulo, 11 de julho de 2000; A Casa do Brasil em
Madrid é o centro com maior número de alunos – 400 ao ano – de português-brasileiro na Espanha
124
“El portugués, segunda lengua oficial del SCH”, El País, 6 de março de 2002.
300
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
125
No capítulo de previsões do PACI desse ano, a cifra alcança a quantidade de 220 milhões.
301
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
126
INFORME PROCOPI: Op.cit., pp.120-121.
127
Fonte: Comissão das Comunidades Européias, citado em INFORME PROCOPI, pág.118.
128
Ata.II Reunião da Comissão Mista Espanha-Brasil de Cooperação, Madri, 8 e 9 de outubro, 1997
302
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
303
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
304
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
Gráfico 13
Ajuda Oficial ao Desenvolvimento da Espanha ao Brasil
(1991-2000) (milhões de pesetas)
305
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
306
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
129
“Espanha passará a ter brasilianistas”, Folha de São Paulo, 25 de outubro de 2000.
130
“Convenio entre Universidades leva pernambucanos para a Espanha”, Informativo da Comissão de Pro-
cessos Seletivos e Treinamentos, ano 4, nº 22, julho-agosto, 2002, en http://www.covest.com.br
307
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
308
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
Gráfico 14
Bolsas a brasileiros no programa geral da AECI (1991-1997)
Fonte: SEBASTIAN, Jesús: Informe sobre la cooperación científica de España con América Latina, Madrid,
CSIC-CRUE, 1999.
131
MAE/SECIPI/OPE: El Programa de Cooperación Interuniversitaria en Iberoamérica, Informe de Avaliação
7/2000, Madri, 2000.
132
XII Reunião Anual do Fórum das Assessorias das Universidades brasileiras para Assuntos Internacionais
(FAUBAI), PUC de São Paulo, 4 a 6 de abril de 2001.
309
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
133
Página web do Grupo Tordesillas: http://www.grupotordesillas.org
134
MOTA, Carlos G.: “Uma universidade para o século 21”, O Estado de São Paulo, 10 de julho de 2000.
135
FERNÁNDEZ, M; GÓMEZ,I.; SEBASTIÁN, J.: “La cooperación científica de los países de América
Latina a través de indicadores bibliométricos”, Interciencia, vol.23, nº 6, nov-dec, 1998, pp.328-337.
310
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
136
Discurso do ministro de Estado, Celso Lafer, proferido na Casa de América, Madri, 30 de abril de 2002,
disponível en http://www.mre.gov.br/infocred/info193-02.htm.
137
“Espanha passará a ter brasilianistas”, Folha de São Paulo, 25 de outubro de 2000.
138
GÓMEZ DOMÍNGUEZ, V.: “La política de financiación en España: el caso del CDTI”, Seminário Brasil-
Espanha, IPRI, Rio de Janeiro, 7 de abril de 2000.
311
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
139
“Una cantera de brasileños”, El País, 28 de abril de 2003.
140
PAES de CARVALHO, Antonio.:”Biotechnology in Brazil and Spain: possibilities for cooperation”; MUÑOZ,
Emilio.: “Biotecnología y política científica en España. Perspectivas sobre Cooperación entre España y Bra-
sil”, Seminário Brasil-Espanha, IPRI, Rio de Janeiro, 7 de abril de 2000.
312
capítulo 5
a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
141
III Reunião da Comissão Mista Brasil-Espanha sobre Cooperação, Madri, 7 e 8 de julho, 2003.
142
Um exemplo chamativo é a inclusão, no Programa Bilateral de Cooperação hispano-brasileiro 2003-2006,
de um capítulo dedicado a segurança alimentar das populações carentes do Brasil, no contexto do Programa
Fome Zero.
313
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143
Folha de São Paulo, 30 de outubro de 2003, caderno A, pág.6.
314
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As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
316
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a associação ou parceria hispano-brasileira: de Cardoso a Lula (1995 – 2005)
144
TRIPER, José María: “Brasil, la alternativa latinoamericana”, El País, 9 de janeiro de 2005.
317
As relações Brasil-Espanha na perspectiva da política externa brasileira (1945–2005)
318
bibliografia
Bibliografia
Disponível em
http:// www.brasilespanha.com.br
www.brasilespanha.com.br
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Lista de Siglas
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lista de gráficos
Lista de Gráficos
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Sobre o autor
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