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Universidade Federal do Ceará

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação


PIBIC 2022/2023 - Edital Nº 5/2022

A categoria Aspecto Verbal em narrativas autobiográficas: retratos


falados de jovens universitários sobre sua formação em tempos de
pós-isolamento

Resumo
Este projeto tem como objetivo identificar de que maneira o estudo da categoria Aspecto Verbal
permite a compreensão da formação acadêmica em narrações de jovens universitários em tempo
de pós-isolamento no meio acadêmico, considerando os valores pessoais e temporais, dentro de
conteúdos semânticos diversificados na categoria Aspecto: momentâneo ~ duradouro; concluso ~
inconcluso; único ~ repetitivo; estático ~ processual; incipiente ~ terminal. Nesse foco, serão
organizadas séries de entrevistas narrativas, partindo da metodologia de narrativas pessoais. O
público alvo serão estudantes universitários, com idades entre 18 e 24 anos, que visam a carreira
docente. A análise pretendida é do padrão de utilização da categoria Aspecto na construção dos
retratos falados nos textos coletados, considerando os valores pessoais e temporais, à luz dos
estudos de Travaglia, Cohen e outros teóricos que ainda poderemos explorar ao longo da pesquisa.
Sendo um assunto pouco explorado no âmbito da pesquisa linguística, o Aspecto Verbal se destaca
duplamente neste projeto: em novidade e relevância. Em novidade por ligar o estudo das narrativas
de vida e das narratividades com o estudo dos verbos; e em relevância por acrescentar ao estudo
do aspecto um elemento a mais que lhe dê saliência como um assunto da linguística, da semântica
e do discurso.

1. Introdução
Os estudos com narrativas pessoais, também chamadas narrativas autobiográficas é uma área que
tem crescido a cada dia no Brasil e se difundido em todas as áreas das ciências, deixando os
terrenos da antropologia e da psicologia, passando pelas ciências da educação e chegando à
Linguística, por trabalhos que vimos desenvolvendo ao longo dos anos, desde 2003, quando
defendi minha tese de doutoramento sobre o tema das narrativas de adolescentes e o uso que
faziam de seus léxicos no momento de narrar sobre sua formação escolar. Para Chizzotti (2006, p.
95), na história de vida, %u201C[...] o autor relata suas percepções pessoais, os sentimentos
íntimos que marcaram a sua experiência ou os acontecimentos vividos no contexto da sua trajetória
de vida.%u201D
Esse projeto está vinculado ao Grupo de Estudo em Linguística e Discurso Autobiográfico (GELDA)
sob a coordenação da Professora Doutora Sandra Maia Farias Vasconcelos, vincula-se também ao
Departamento de Letras Vernáculas, ao Programa de Pós-Graduação em Linguística - PPGL - da
UFC e está cadastrado no Diretório de Grupos de Pesquisa da Plataforma CNPq. Esse projeto é
ligado à Universidade de Nantes, na França, onde fiz meu doutoramento e pós-doutoramento em
colaboração com a Profa. Dra. Martine Lani-Bayle, bem como é ligado à Universidade de Laval -
Canadá, e Tours, também na França, em colaboração com o professor Dr. Gaston Pineau. O
presente projeto tem como grupo de sujeitos participantes jovens de 18 a 24 anos em diferentes
situações socioculturais.
Em pesquisa anterior, relativa ao PIBIC 2018-2019, estudamos a comunicação entre médicos e
pacientes - toda a dimensão de atendimento - no que tange ao acolhimento, aos cuidados e à
compreensão dos tratamentos por parte das famílias, bem como a manifestação discursiva
elaborada pelos cuidadores. Elaboramos em paralelo um estudo sobre a construção narrativa de
pais que perderam seus filhos em situação traumática e que foi publicado em forma de livro essa
narração dolorosa. Em estudos anteriores (PIBIC 2013-2014), realizamos entrevistas e analisamos
obras biográficas que tratavam sobre morte de crianças relatadas por seus pais. Também foi
possível coletar o arcabouço teórico próprio distintivo entre o relato de vida, narração
autobiográfica, história de vida, depoimento e confissão. Foi montada uma fundamentação teórica
com vistas a legitimar o estudo autobiográfico com o viés da autoria, dentro dos domínios da
Linguística.
Em outros projetos de pesquisa (PIBIC 2020-2021 e PIBIC 2021-2022), trouxemos como novidade
à pesquisa que temos desenvolvido no grupo de estudo a categoria Aspecto do verbo na análise
das narrativas de sujeitos e da construção de retratos a partir dessas narrativas. O objetivo de
incluir um estudo sobre o verbo em nossas pesquisas não é novo, uma vez que já havíamos
tratado sobre a importância do uso da categoria tempo em nossos estudos, já que a temporalidade
é a categoria maior da tipologia narrativa. O que a categoria aspecto traz de especial à presente
proposta de pesquisa é a relação entre temporalidade no cerne entre pontualidade, durabilidade,
repetitividade e processo em narrativas de jovens em situações socioculturais diversas.
Sendo um assunto ainda pouco explorado no âmbito da pesquisa linguística, e sem lugar no ensino
básico, sequer fazendo parte das gramáticas normativas do ensino fundamental e médio, o aspecto
se destaca duplamente neste projeto: em novidade e relevância. Em novidade por ligar o estudo
das narrativas de vida e das narratividades, estudo ainda incipiente nos campos da linguística, com
o estudo dos verbos; e em relevância por acrescentar ao estudo do aspecto um elemento a mais
que lhe dê saliência como um assunto da linguística, da semântica e do discurso.
O que propomos é que o presente projeto, mais do que um documento escrito, possa se
transformar num retrato falado do sujeito por meio da escrita, da oralidade, do desenho ou de
qualquer manifestação artística em que o sujeito se sinta representado. O memorial de formação é
um texto escrito da esfera acadêmica de caráter autobiográfico, por meio do qual %u201C[...] se
analisa de forma crítica e reflexiva a formação intelectual e profissional, explicitando o papel que as
pessoas, fatos e acontecimentos mencionados exerceram sobre si%u201D (PASSEGGI, 2010, n.
p.).

DO ASPECTO NASCE O TEMPO


O aspecto verbal é uma categoria gramatical, semântica e formal característica do verbo,
geralmente definida como o ponto de vista ou a maneira segundo a qual o locutor considera o
processo de comunicação. O aspecto refere-se às características internas deste processo,
independentes do sujeito de fala (COHEN, 1989). Mesmo os trabalhos mais modernos e mais
aprofundados, como os de Comrie (1980), que consideram o aspecto como a constituição temporal
interna de uma situação verbal, não fornecem, no entanto, uma definição verdadeiramente
operatória.
Trabalhamos o aspecto mais por aproximação que por oposição às categorias verbais, como o
tempo e o modo: enquanto o tempo situa o processo na escala linear em que o momento do
discurso é necessariamente um polo de referência pelo menos potencial, o aspecto é uma
qualificação do processo, não uma localização temporal. A categoria aspecto oporá assim
conteúdos semânticos diversificados segundo as línguas: momentâneo ~ duradouro; concluso ~
inconcluso; único ~ repetitivo; estático ~ processual; incipiente ~ terminal.
Como toda matéria de semântica gramatical, o aspecto apresenta problemas de análise e de
descrição e as abordagens são ainda embrionárias mesmo no campo da Linguística (COHEN,
1989). Contudo, o aspecto permanece uma categoria indispensável à descrição de numerosas
línguas nas quais é possível mostrar que as oposições fundamentais do verbo são parcial ou
totalmente independentes do tempo. Nossa hipótese é de que esse é o caso das narrativas
biográficas: por trás das narrativas pessoais, os tempos e as formas verbais têm empregos e
valores diferentes e distanciados da temporalidade. Nossa hipótese aqui considerada nasceu de
nosso questionamento advindo de pesquisas anteriores: O que existe de especial nas narrativas
pessoais em relação aos aspectos verbais e à construção da temporalidade nas autobiografias?
Nossa questão considera todas as categorias aqui já tratadas.
Não determinamos ainda, e este projeto terá como objetivo preciso fazê-lo, de que maneira o
estudo do aspecto nos será útil para a compreensão da construção da representação de si nas
narrativas pessoais, considerando os valores pessoais e temporais. Para Travaglia (2016), um dos
grandes problemas do estudo do aspecto verbal é a limitação do campo de estudos, uma vez que o
estudo desta categoria não é palpável e, ao contrário do tempo e do modo, não se enquadra em
categorias formalistas.
Efetivo ~ não efetivo ou virtual; extensivo ~ não extensivo; pontual ~ durativo; processual ~ estático;
definitivamente, todas as formas dos sistemas verbais evoluem no domínio da qualificação interna
do processamento linguístico, ou seja, do aspecto. No que diz respeito à dinâmica geral, observável
em graus diferentes em todos os dialetos, podemos fazer emergir a hipótese de que as oposições
verbais, inicialmente exclusivamente aspectual, tendem, por causa da multiplicação das formas, a
constituir os sistemas mistos, onde coexistem dois planos de organização, aspectual e temporal. As
distinções temporais do verbo (passado/ presente/ futuro) indicam apenas que as circunstâncias
podem se situar no passado, no presente ou no futuro, independentemente de o verbo estar
conjugado no tempo correspondente. Mas na verdade e na prática, os usos dos tempos verbais são
independentes da temporalidade e são movidos pelo contexto e pela intenção do
interlocutor/emissor.
A questão é de tal forma delicada que os linguistas sabem bem, desde os trabalhos de Benveniste,
que o valor das formas verbais (sistema das oposições) pode variar de acordo com os tipos de
discurso. A dicotomia clássica de Benveniste (narrativa/discurso), ligada a um sistema verbal
temporal, deve ser desenvolvida e enriquecida para dar conta dos fatos linguísticos. É, na verdade,
uma tipologia discursiva que convém elaborar: discurso didático, descritivo, poético... Cada um
desses condicionamentos discursivos pode determinar um funcionamento particular do sistema
verbal: em cada um deles, o inventário das formas não é necessariamente o mesmo e os
significados podem ser profundamente diferentes. Assim, uma sequência como %u201Cele chega
amanhã%u201D, embora sintaticamente com o verbo no presente do indicativo, tem um significado
abstraído do presente para o futuro, como num sistema de informação atemporal abstraído do
enunciado. Penchoen (1973) trata tal fenômeno como variabilidade ligada ao semantismo particular
dos verbos. Um tema determinado não terá o mesmo valor para um verbo de ação pontual, assim
como um verbo de duração intrínseca, um verbo de estado ou de qualidade... Por exemplo, em
relação à qualidade, não se poderia dizer %u201CEu derramei%u201D sem que o objeto não se
referisse a algo líquido, salvo se seu uso fosse metafórico. Assim como varrer intui uma vassoura,
pentear, um pente etc.
Um sistema verbal é, assim, um sistema de semântica variável e toda definição semântica mostra
fortes chances de ser redutora e mesmo parcialmente arbitrária. É, deste modo, com realismo e
relativismo, que se deve estabelecer as definições e escolher uma terminologia. Deste ponto de
vista, parece-nos que a abordagem mais completa e a melhor é desenvolver a partir de narrativas
(dados a serem coletados) aquilo que Penchoen (1973) considera como um recurso aspectual
complementar, cujo valor é marcar o fato verbal como inconcluso, irreal ou indefinido. É assim que
o valor se emprega para expressar uma intenção (futuro), um fato provável, um desejo ou um fato
considerado como não realizado e talvez não realizável (hipotético, irreal).
Segundo Lima (2019, p. 35) Os materiais privilegiados pela perspectiva História de Vida são as
autobiografias, pois são textos que produzem e revelam conhecimentos sobre a história de vida, a
formação e as relações dos indivíduos em tempos de aprendizagem. A curiosidade crítica e
analítica pelos outros %u2013 entende-se outros como os diferentes grupos sociais e suas culturas
%u2013 é o que move tal perspectiva.
Apesar do espaço já conquistado e do acentuado crescimento do uso de narrativas autobiográficas,
muitos docentes universitários que priorizam o conteudismo são um tanto desconfiados e
resistentes a essa prática reflexiva. Na academia, a grande quantidade de conteúdos e teorias,
além do posicionamento a ser adotado na escrita de neutralidade, formalidade e impessoalidade,
muitas vezes, não permitem ao aluno analisar o seu processo de aprendizagem, relação, interação
e absorção individual com o conhecimento. A escrita reflexiva autobiográfica destaca a
subjetividade do ser e pode incentivar a uma transformação qualitativa, pessoal e profissional
através da análise da trajetória e formação do sujeito, dando-lhe vez e voz. (Lima, p. 43)
Os relatos de si, com ênfase na formação pessoal e profissional, apresentam uma dimensão
emancipatória, na qual o sujeito se propõe a conhecer a sua história, os sentidos de suas ações,
dos fatos ocorridos e possui a chance de ter um novo olhar, abrir-se para as várias oportunidades
do que está por vir. (MOMBERGER, 2014).
A conexão com a categoria aspecto do verbo se dará pela relevância da temporalidade, da
telicidade e da atelicidade dos verbos manifestados pelo sujeito ao apresentarem suas produções
ao nosso projeto.

2. Objetivos
Geral: Identificar de que maneira o estudo do aspecto verbal permite a compreensão das narrativas
pessoais, considerando os valores pessoais e temporais.

Específicos:
- Organizar, no espaço físico da Universidade, reuniões e rodas de conversa para a coleta dos
textos a serem analisados;
- Coletar por metodologia oral ou escrita narrativas pessoais de jovens por meio de reuniões e
rodas de conversa;
- Analisar a categoria aspecto nos textos coletados considerando os valores pessoais e temporais;
- Fornecer ao estudo do aspecto um elemento a mais que lhe dê saliência como um assunto da
linguística, da semântica e do discurso: a narratividade como um estudo do verbo ou como um
campo para se estudar o verbo.

3. Materiais e Métodos
Passos da pesquisa:
Este projeto será dividido em duas etapas:
1- Organização de reuniões e rodas de conversa através da dinâmica de grupos focais para reunir
os jovens de diferentes contextos socioculturais: essas oficinas se baseiam nas propostas de
Astragal (2013). Esta autora propõe um método de 10 sessões de escrita, em que os sujeitos
desenvolvem habilidades de produção textual narrativa, na construção de cenários, com enredo,
personagens, relação espaço-tempo, seguindo a perspectiva da arquitetura narrativa de Ricoeur, a
qual adaptamos como a maré narrativa, com suas ondas altas e baixas (MAIA-VASCONCELOS,
2016). As sessões de Astragal (2013) são preparadas para uso em 10 semanas, com uso exclusivo
na prática de escrita. Neste estudo, pretendemos estender esta metodologia para apresentações
narrativas orais, escritas e/ou ilustradas. Estas adaptações farão objeto do relatório final do projeto
e para a publicação de um ebook;
2- Análise, à luz dos estudos sobre aspecto verbal, segundo os estudos de Travaglia (2016),
Penchoen (1973) e outros teóricos que ainda exploraremos, dos textos escritos e/ou gravados,
quando e se os sujeitos permitirem.
3- Os textos serão sigilosos pelos próprios sujeitos da pesquisa. Eles mesmos criarão seus códigos
e legendas e decidirão pelos textos que nos serão cedidos para análises. Todo o projeto será
enviado à Plataforma Brasil para inscrição no Comitê Nacional de ética em pesquisa e todos os
participantes estarão cientes dos objetivos da pesquisa e assinarão um termo de consentimento
livre e esclarecido.
4- As análises serão feitas inicialmente segundo os critérios estabelecidos por Travaglia e Cohen.
Porém outros teóricos poderão vir em nosso auxílio, ou nós mesmos poderemos desenvolver uma
perspectiva que nos apoie mais precisamente em narrativas de vida, no que diga respeito a
temporalidade e narratividade.

População:
Os sujeitos da pesquisa previstos são jovens com idades entre 18 e 24 anos. A faixa etária foi
escolhida após uma pequena amostragem feita no 1º semestre do Curso de Letras da Universidade
Federal do Ceará, quando vimos que nessa idade os alunos já podem estar na universidade ou,
pelo menos, já podem ter alguma noção de suas respostas e de suas pequenas responsabilidades
no mundo. No que tange à diversificação sociocultural, consideramos que seriam convidados a
participar jovens dessa faixa etária, como já justificamos aqui, mas pertencentes a qualquer grupo
social, étnico ou religioso, sendo este jovem da universidade.
Local de desenvolvimento da ação da pesquisa:
As reuniões e rodas de conversa para a coleta serão desenvolvidas entre os meses de agosto e
novembro, através de grupos focais em uma sala da Universidade previamente agendada.

4. Referências Bibliográficas
BENTOLILA, F. Grammaire fonctionnelle d'un parler berbère, Paris, SELAF, 1981.
BENVENISTE, E. Problèmes de linguistique générale, I/II, Paris: 1966, 1974.
COHEN, D. L'aspect verbal, Paris, PUF, 1989. COMRIE, B. Aspect. 2nd ed. Cambridge University
Press, 1978, 1980.
COSERIU, E. Aspect verbal ou aspects verbaux ? in DAVID J./MARTIN R. 1978.
DELORY-MOMBERGER, Christine. As histórias de vida: da invenção de si ao projeto de formação.
Tradução: Albino Pozzer. Natal: EDUFRN; Porto Alegre: EDIPUCRS; Brasília: EDUNEB. 2014.
JOSSO, Marie-Christine. A experiência de vida e formação. São Paulo: Paulus, 2010.
MARTIN, R. 1971 - Temps et aspect, Paris, Klincksieck.
PENCHOEN, Th.G. Etude syntaxique d'un parler berbère (Aït Frah de l'Aurès), Napoli (=Studi
Magrebini V): 1973. (e-book) Disponível em : . Acesso em: 19/03/2020.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. O aspecto verbal no português: a categoria e sua expressão. / Luiz
Carlos Travaglia. - 5. ed. - Uberlândia: EDUFU, 2016.

5. Plano de Atividades
Mês Bolsista 1 Bolsista 2
1 elaboração do plano de atividades com apresentação e preparação teórica
os voluntários
2 cadastramento do projeto e voluntários captação dos participantes voluntários
no conselho de ética
3 início da coleta dos relatos (início da transcrição do material oral coletado
oficina)
4 coleta de relatos / realização da oficina transcrição do material oral coletado
5 análise do material análise dos pressupostos teóricos
6 junção de análises e análise de junção de análises e análise de
resultados resultados
7 início da elaboração do ebook início da elaboração do ebook
8 encerramento da oficina transcrição do material oral coletado
9 elaboração de artigo científico adição do encerramento da oficina à
análise
10 submissão de artigo científico análise de resultados finais
11 finalização do ebook finalização do ebook
12 apresentação de resultados apresentação de resultados

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