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O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO

Os protestos nas ruas acompanharam a convocação e o fracasso da reunião dos Estados


Gerais. Entre os dias 13 e 14 de julho de 1789, Paris assistiu a uma série de
manifestações e revoltas, que foram chamadas de “jornadas populares”. Distúrbios nos
mercados, saques nos armazéns e ataques às alfândegas municipais expressavam a
mobilização revolucionária e a insatisfação da população diante da escassez de
alimentos. O ápice das revoltas ocorreu no dia 14 de julho, quando os parisienses
tomaram a Bastilha, que era uma prisão e também um arsenal militar, o maior símbolo
do absolutismo francês. A revolução começava sem uma liderança definida.
A monarquia constitucional
Em agosto de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte aboliu o dízimo eclesiástico e
todas as obrigações feudais impostas aos camponeses. Em seguida, aprovou a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que estabeleceu a igualdade de todos
perante a lei e determinou que a liberdade, a propriedade privada, a segurança e a
resistência a qualquer tipo de opressão eram direitos naturais, inalienáveis e sagrados.
Em setembro de 1791, os deputados aprovaram uma Constituição para a França, que
estabeleceu, entre outras resoluções:
* O poder do monarca subordinado à Constituição e dividido em três instituições
básicas e independentes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário;
* O voto censitário, ou seja, só podiam votar os cidadãos que tinham determinada renda;
a manutenção da escravidão nas colônias francesas, como o Haiti;
* A extinção das restrições mercantilistas e feudais, favorecendo o livre-comércio. As
medidas aprovadas demonstraram o domínio da grande burguesia nessa primeira fase da
revolução.

Questões
1. Sobre o que fala o texto?

2. O que a Constituição de 1791, da França, que estabeleceu?


3. Leia o que escreveu o historiador Georges Lefebvre sobre o caráter social da
Revolução Francesa. Uma revolução complexa [...] A revolução é um fato complexo,
[...] não há uma revolução, mas várias. [...] Nenhum historiador [...] ignorou a
sublevação dos camponeses e as reformas agrárias da revolução. Eles continuaram,
porém, a ver na ação camponesa uma repercussão da revolta da cidade e especialmente
da jornada de 14 de julho, como se os camponeses tivessem obedecido ao apelo dos
burgueses, a caracterizá-la como exclusivamente dirigida contra a feudalidade e o poder
real, de pleno e perfeito acordo, portanto, com a burguesia [...]. Todas essas conclusões
tendem invariavelmente a manter o aspecto homogêneo e majestoso da revolução e a
vê-la apenas como a revolução do terceiro estado... É importante demonstrar [...] que há,
no entanto, uma revolução camponesa, possuidora de autonomia própria quanto à sua
origem, processos, crises e tendências... Autônoma sobretudo por tendências
anticapitalistas. LEFEBVRE, Georges [1932]. Citado em: GÉRARD, Alice. A
Revolução Francesa. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1999. p. 117.
a) Por que, para Lefebvre, a Revolução Francesa foi um fato complexo?

b) Qual a grande divergência que o autor expressa em relação aos historiadores da


Revolução Francesa?

c) Segundo Lefebvre, os camponeses e a burguesia tinham os mesmos interesses?


Justifique.

d) O que o texto demonstra sobre os estudos realizados no campo da história?

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