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Simulação da exploração de uma albufeira de

armazenamento para fins múltiplos e em cascata com um


aproveitamento hidroelétrico a fio de água puro

Caso de estudo da bacia hidrográfica do rio Lúrio em Moçambique

André Bidarra Figueiredo Cravo do Nascimento

Dissertação para obtenção de Grau de Mestre em

Engenharia Civil

Orientadores:
Professor Doutor António Bento Franco
Professora Doutora Maria Manuela Portela Correia dos Santos Ramos da Silva

Júri
Presidente: Professor Doutor Rodrigo de Almada Cardoso Proença de Oliveira
Orientador: Professor Doutor António Bento Franco
Vogal: Professora Doutora Helena Margarida Machado da Silva Ramos

Maio 2018
DECLARAÇÃO
Declaro que o presente documento é um trabalho original da minha autoria e que cumpre todos os
requisitos do Código de Conduta e Boas Práticas da Universidade de Lisboa.

AGRADECIMENTOS
O meu interesse relativamente aos temas abordados nesta dissertação deveu-se, essencialmente, aos
conteúdos lecionados na cadeira de Estruturas e Aproveitamentos Hidráulicos. A possibilidade de
aproveitar um recurso como a água para criar um impacto nas necessidades básicas da vida das
pessoas, foi a principal razão que me fez optar pelo ramo de Hidráulica e Recursos Hídricos. Essa
razão foi confirmada no decorrer do mestrado e nesta dissertação, pelo que agradeço aos meus
professores deste ramo e aos meus orientadores de tese, em particular.

Deste modo, agradeço ao meu amigo e orientador Professor António Bento Franco e à Professora
Maria Manuela Portela pela oportunidade de trabalhar num tema que me interessa e pela
disponibilidade e empenho em ajudar-me ao longo deste projeto, mesmo tendo eu ido viver para o
Paraguai nos últimos oito meses. Agradeço-lhes a atenção, a paciência e a motivação que sempre me
transmitiram.

Agradeço também à minha família e à Catarina, por estarem sempre a torcer por mim, mas também
por exigirem o melhor de mim.

Por fim, um obrigado ao Instituto Superior Técnico, a todos os professores que me fizeram crescer e
aos amigos que comigo partilharam esta jornada. Foram anos exigentes e por isso, frutuosos, porque
me proporcionaram competências técnicas, mas também humanas, que me deixam preparado para
abraçar o futuro de forma otimista.

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RESUMO
A variabilidade climática, o aumento da população, a crescente urbanização, a poluição e os
desperdícios tornam cada vez mais clara a urgência em otimizar a gestão integrada e sustentável dos
recursos hídricos disponíveis.

A presente dissertação aborda a exploração de uma albufeira de fins múltiplos, através de um modelo
de simulação de um caso de estudo inserido num país em vias de desenvolvimento, Moçambique, cuja
sazonalidade climática intra-anual é bastante notória. O modelo a simular contempla dois
aproveitamentos em cascata, sendo o de montante composto por uma albufeira de fins múltiplos
(consumo de água para irrigação, produção de energia elétrica e capacidade de regularização) e o de
jusante um fio de água puro (produção de energia elétrica). Pretende-se simular, mensalmente, 18
anos hidrológicos consecutivos, com vista à otimização económica e social dos recursos hídricos
disponíveis. Assim, fazendo variar a área que se pretende irrigar e as potências hidroelétricas a
instalar, é possível avaliar os benefícios económicos que cada par irrigação-energia deverá fornecer,
bem como as fiabilidades atingidas, de forma a elaborar uma análise de diferentes cenários de
exploração.

Através da análise dos diferentes cenários de exploração do modelo, é possível observar o impacto
das albufeiras de fins múltiplos na otimização da gestão dos recursos hídricos, seja no consumo
relativo à irrigação e na utilização em produção hidroelétrica, seja na regularização dos caudais
naturais, permitindo uma maior utilização de recursos ao longo do ano e combatendo o seu caráter
sazonal, em contextos hidrológicos como os ocorrentes em Moçambique.

Palavras-chave: recursos hídricos; albufeira de fins múltiplos; aproveitamento a fio de água puro;
aproveitamento hidroelétrico; irrigação; modelo de simulação; Moçambique; rio Lúrio.

iii
iv
ABSTRACT
Climate variability, population growth, increasing urbanization and pollution make clearer the urgency
of optimising the integrated and sustainable management of available hydric resources.

This dissertation focuses on the study of a multiple purpose reservoir, through a simulation model in a
case study of a developing country, Mozambique, whose intra-annual climate seasonality is
considerably noticeable. The model to simulate contemplates two hydropower plants in cascade being
the upstream comprised of a multipurpose reservoir (water used for irrigation, energy production and
the capacity to regulate the flow) and the downstream of a run-of-the-river scheme (production of
electric energy). The intention is for the model to simulate, 18 consecutive hydrologic years on a monthly
basis, aimed at the economic and social optimisation of the available hydric resources. Thus, varying
the area that is intended to be irrigated and the hydroelectric power to be installed, it is possible to
obtain results concerning the economic benefits that each irrigation-energy pairing should supply, as
well as the reliability achieved in terms of the water provided for irrigation, in order to elaborate an
analysis for different scenarios.

Through the analysis of different scenarios, it is possible observe the impact that multipurpose
reservoirs have in the context of the optimization in hydric resource management, being in the
consumption regarding irrigation and in the usage in hydroelectric production, or in the regularization of
natural streams, allowing for a larger use of resources throughout the year, fighting its seasonal
character, in hydrological contexts as the ones seen in Mozambique.

Key-words: water resources; multipurpose reservoir; run-of-the-river; hydropower; irrigation;


simulation model; Mozambique; Lúrio river.

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ÍNDICE
CAPÍTULO 1 | INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
1.1. Considerações iniciais ........................................................................................................... 1
1.2. Objetivos da dissertação ...................................................................................................... 2
1.3. Estrutura da dissertação ....................................................................................................... 3

CAPÍTULO 2 | ENQUADRAMENTO GERAL DO PROBLEMA .................................................. 5


2.1. Recursos hídricos ................................................................................................................. 5
2.1.1. Distribuição da água no mundo ............................................................................................ 5
2.1.2. Utilizações da água ................................................................................................................ 6
2.1.3. Causas para a crise da água .................................................................................................. 6
2.1.4. Ciclo hidrológico .................................................................................................................... 7
2.2. Barragens e albufeiras: aproveitamentos de fins múltiplos ................................................... 9
2.2.1. Importância das albufeiras .................................................................................................... 9
2.2.2. Aproveitamentos de fins múltiplos ..................................................................................... 10
2.2.3. Modelos de otimização e de simulação no planeamento e na exploração de albufeiras ... 10
2.3. Irrigação e produção de energia hidroelétrica .................................................................... 11
2.3.1. Irrigação .............................................................................................................................. 11
2.3.2. Energia hidroelétrica ........................................................................................................... 12
2.4. Países em vias de desenvolvimento .................................................................................... 15
2.5. O caso de Moçambique ...................................................................................................... 17
2.5.1. Contexto histórico e geográfico .......................................................................................... 17
2.5.2. Desenvolvimento socioeconómico ..................................................................................... 18
2.5.3. Estratégia Nacional de Desenvolvimento (2015-2035) ....................................................... 19
2.5.4. Aumento da população ....................................................................................................... 20
2.5.5. Gestão de Recursos Hídricos ............................................................................................... 20
2.5.6. Potencial de irrigação .......................................................................................................... 21
2.5.7. Potencial de energia hidroelétrica ...................................................................................... 22

CAPÍTULO 3 | CASO DE ESTUDO ...................................................................................... 25


3.1. Características geográficas da bacia do rio Lúrio ................................................................. 25
3.2. Agricultura ......................................................................................................................... 26
3.3. Energia ............................................................................................................................... 28
3.4. Estudos do rio Lúrio ............................................................................................................ 29
3.5. Sistema a explorar .............................................................................................................. 32

vii
CAPÍTULO 4 | DADOS DE BASE ........................................................................................ 37
4.1. Caraterísticas dos aproveitamentos .................................................................................... 37
4.1.1. Albufeira com armazenamento (Ocua Lúrio) ...................................................................... 37
4.1.2. Aproveitamento a fio de água (Quedas Lúrio) .................................................................... 39
4.2. Dados hidrológicos ............................................................................................................. 40
4.3. Agricultura e energia .......................................................................................................... 45

CAPÍTULO 5 | MODELO DE SIMULAÇÃO ........................................................................... 49


5.1. Considerações gerais .......................................................................................................... 49
5.2. Topologia do sistema hidráulico simulado .......................................................................... 49
5.3. Estrutura do modelo de simulação ..................................................................................... 50
5.4. Dados de entrada ............................................................................................................... 51
5.5. Equações e restrições do modelo ....................................................................................... 52
5.5.1. Equações gerais ................................................................................................................... 52
5.5.2. Componente base ............................................................................................................... 53
5.5.3. Componente da irrigação .................................................................................................... 55
5.5.4. Componente da energia em Ocua ...................................................................................... 58
5.5.5. Componente das condições finais da albufeira de Ocua .................................................... 60
5.5.6. Componente da energia nas Quedas do Lúrio .................................................................... 61
5.4. Dados de saída ................................................................................................................... 63

CAPÍTULO 6 | EXPLORAÇÃO DO MODELO E ANÁLISE DE RESULTADOS ............................. 65


6.1. Identificação de cenários .................................................................................................... 65
6.2. Exploração e análise dos cenários ....................................................................................... 66
6.2.1. Cenário 1 ............................................................................................................................. 66
6.2.2. Cenário 2 ............................................................................................................................. 67
6.2.3. Cenário 3 ............................................................................................................................. 69
6.2.4. Cenário 4 ............................................................................................................................. 71
6.2.5. Cenário 5 ............................................................................................................................. 75

CAPÍTULO 7 | CONCLUSÕES E IMPACTOS DO PROJETO .................................................... 77

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 81

ANEXOS ........................................................................................................................... 83
ANEXO 1 ................................................................................................................................... 85
ANEXO 2 ................................................................................................................................... 85

viii
ANEXO 3 ................................................................................................................................... 86
ANEXO 4 ................................................................................................................................... 86
ANEXO 5 ................................................................................................................................... 87
ANEXO 6 ................................................................................................................................... 88
ANEXO 7 ................................................................................................................................... 89
ANEXO 8 ................................................................................................................................... 90
ANEXO 9 ................................................................................................................................... 92
ANEXO 10 ................................................................................................................................. 93
ANEXO 11 ................................................................................................................................. 94
ANEXO 12 ................................................................................................................................. 95
ANEXO 13 ................................................................................................................................. 97

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição da água no mundo (à esquerda) e distribuição da água doce (à direita)............................. 6

Figura 2 - Representação simplificada do ciclo hidrológico (reproduzida de


https://www.infoenem.com.br/ciencias-da-natureza-resumo-completo-do-ciclo-da-agua/). ............................ 8

Figura 3 - Localização de Moçambique em África (esquerda) e as suas províncias (direita). ............................... 18

Figura 4 - Rede elétrica de transmissão de Moçambique (Fonte: EDM Eletricidade de Moçambique - Direção da
Rede de Transporte). ..................................................................................................................................... 23

Figura 5 - Localização do rio Lúrio em Moçambique. ............................................................................................ 25

Figura 6 - Áreas da bacia hidrográfica do rio Lúrio com potencial para o regadio de grande escala (Fonte: Projeto
da CDVRL). .................................................................................................................................................... 27

Figura 7 - Esquema simplificado do modelo de simulação a explorar. .................................................................. 33

Figura 8 - Localização do sistema a explorar, relativamente às vilas de Ocua e Namapa (Google Earth). .......... 33

Figura 9 - Fotografia aérea das Quedas do Lúrio, esquema do circuito de derivação para o aproveitamento
hidroelétrico e localização do ponto de observação das quedas (Black & Veatch International Company,
2007). ............................................................................................................................................................. 35

Figura 11 - Albufeira de Ocua Lúrio. Curva característica de volumes armazenados em função da cota, V(h).... 39

Figura 10 - Albufeira de Ocua Lúrio. Curva de áreas inundadas em função da cota, A(h).................................... 39

Figura 12 - Estação hidrométrica de Namapa (EL128). Escoamentos médios mensais entre 1963/64 e 1972/73.
........................................................................................................................................................................ 41

Figura 13 - Estação hidrométrica de Namapa (EL128). Médias, no período de 18 anos, entre 1963/64 e 1980/81,
dos escoamentos médios mensais. ............................................................................................................... 42

ix
Figura 14 - Estação climatológica de Namapa (EL128). Médias, no período de 18 anos, entre 1963/64 e
1980/81, das evaporações mensais. .............................................................................................................. 43

Figura 15 - Estação climatológica de Namapa (EL128). Médias, no período de 18 anos, entre 1963/64 e
1980/81, das precipitações mensais. ............................................................................................................. 44

Figura 16 - Esquema simplificado do modelo de simulação, com os dois aproveitamentos em cascata. ............. 49

Figura 17 - Esquema simplificado das componentes do modelo de simulação e sua sequência. ........................ 51

Figura 18 - Componente base do modelo, referente ao ano hidrológico 1963/64. ................................................ 54

Figura 19 - Componente da irrigação do modelo, referente ao ano hidrológico 1963/64. ..................................... 57

Figura 20 - Componente da energia Ocua do modelo, referente ao ano hidrológico 1963/64. ............................. 59

Figura 21 - Componente das condições finais da albufeira Ocua do modelo, referente ao ano hidrológico
1963/64. ......................................................................................................................................................... 61

Figura 22 - Componente energia das Quedas do Lúrio do modelo, referente ao ano hidrológico 1963/64. ......... 62

Figura 23 - Variação mensal da energia produzida no aproveitamento Quedas Lúrio – Cenário 1. ..................... 67

Figura 24 - Variação mensal do nível da água na albufeira de Ocua – Cenário 2. ................................................ 68

Figura 25 - Variação mensal do volume de água consumido para irrigação em Ocua – Cenário 2. ..................... 68

Figura 26 - Variação mensal do nível da água na albufeira de Ocua – Cenário 3. ................................................ 70

Figura 27 - Variação mensal do volume de água utilizado para produção de energia hidroelétrica em Ocua –
Cenário 3. ....................................................................................................................................................... 70

Figura 28 - Variação mensal do nível da água na albufeira de Ocua – Cenário 4. ................................................ 73

Figura 29 - Variação mensal do volume de água consumido para irrigação em Ocua – Cenário 4. ..................... 74

Figura 30 - Variação mensal do volume de água utilizado para produção de energia hidroelétrica em Ocua –
Cenário 4. ....................................................................................................................................................... 74

Figura 31 - Variação mensal do volume de água utilizado para produção de energia hidroelétrica nas Quedas –
Cenário 4. ....................................................................................................................................................... 74

ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Capacidade instalada e eletricidade gerada pelas fontes de energia renovável no mundo, em 2013
(adaptado de Kleineidam et al., 2014). .......................................................................................................... 14

Quadro 2 – Estimativas de crescimento populacional em Portugal, Moçambique e no mundo, em milhares


(adaptado de United Nations, 2015). ............................................................................................................. 20

Quadro 3 - Locais selecionados pela Norconsult para a construção de barragens (EDM &
Norconsult/SwedPower, 2004). ...................................................................................................................... 31

Quadro 4 - Características do aproveitamento Ocua Lúrio. ................................................................................... 38

x
Quadro 5 - Curvas de áreas inundadas e de volumes armazenados da albufeira de Ocua Lúrio. ........................ 39

Quadro 6 - Média dos escoamentos mensais afluentes e caudal ecológico correspondente. .............................. 45

Quadro 7 - Média das necessidades mensais da cana de açúcar ao longo do período 1983-2012, em Namapa
(Procesl et al., 2015). ..................................................................................................................................... 46

Quadro 8 - Média das precipitações mensais ao longo do período 1963-1981 (Namapa). ................................... 46

Quadro 9 - Identificação cenários de exploração do modelo de simulação. .......................................................... 65

Quadro 10 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 1, relativos à produção de energia
no aproveitamento das Quedas do Lúrio. ...................................................................................................... 66

Quadro 11 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 2, relativos ao abastecimento de


água para fins de irrigação em Ocua Lúrio. ................................................................................................... 68

Quadro 12 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 3, relativos à produção de energia
no aproveitamento Ocua Lúrio. ...................................................................................................................... 69

Quadro 13 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 3, relativos à produção de energia
no aproveitamento Quedas Lúrio. .................................................................................................................. 69

Quadro 14 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 4, relativos ao abastecimento de


água para fins de irrigação em Ocua Lúrio (potência instalada de 60 MW). ................................................. 71

Quadro 15 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 4, relativos ao abastecimento de


água para fins de irrigação em Ocua Lúrio (potência instalada de 25 MW). ................................................. 72

Quadro 16 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 4, relativos à produção de energia
hidroelétrica no aproveitamento Ocua Lúrio. ................................................................................................. 72

Quadro 17 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 4, relativos à produção de energia
hidroelétrica no aproveitamento Quedas Lúrio. ............................................................................................. 73

Quadro 18 - Quadro resumo relativo aos resultados da simulação do cenário 5. ................................................. 75

Quadro 19 - Quadro resumo dos benefícios económicos de cada cenário. .......................................................... 77

xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
$ - Dólares

A – Área da superfície molhada na albufeira de Ocua

B&V – Black and Veatch International Company

E – Energia produzida

EDM – Electricidade de Moçambique

Energia Ocua Lúrio – Aproveitamento hidroelétrico na albufeira de Ocua, no rio Lúrio

Energia Quedas Lúrio – Aproveitamento hidroelétrico a fio de água puro nas quedas do rio Lúrio

FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations

GW – gigawatt

h – Nível da água na albufeira de Ocua

ha – Hectare

HCB – Hidreletrica Cahora Bassa

HIV – Virus da imunodeficiência humana (SIDA)

HP – Hidrotécnica Portuguesa

HU - Queda útil

I – Volume de água que entra no sistema, por unidade de tempo

kV – Quilovolt

xii
MW – Megawatt

N/SP – Norconsult e SwedPower

NC – Nível do Coroamento da barragem

NMC – Nível de Máxima Cheia

NME – Nível Mínimo de Exploração

NPA – Nível de Pleno Armazenamento

O – Volume de água que sai do sistema, por unidade de tempo

ONU – Organização das Nações Unidas

P – Potência a instalar no aproveitamento hidroelétrico

PARPA – Plano de Ação para a Redução da Pobreza Absoluta (Governo de Moçambique)

PDEM – Plano Diretor de Eletricidade de Moçambique

PIB – Produto Interno Bruto

PNI – Plano Nacional de Irrigação (Moçambique)

Q - Caudal de dimensionamento

S – Volume armazenado no interior do sistema

SAPP – Southern African Power Pool

T – Intervalo de tempo em que se turbina

TWh – terawatt-hora

UNDP – United Nations Development Programme

V – Volume de água na albufeira de Ocua

𝛾 - Peso específico da água

𝜂 – Eficiência global da turbina

xiii
xiv
CAPÍTULO 1 | INTRODUÇÃO
1.1. Considerações iniciais

A presente dissertação insere-se na área da Hidráulica e Recursos Hídricos, abordando a exploração


de uma albufeira de fins múltiplos, através do caso de estudo inserido num país em vias de
desenvolvimento, Moçambique, cuja sazonalidade climática intra-anual é bastante notória.

“A água é um elemento essencial para a vida e para o desenvolvimento sustentável das sociedades.
Considerada até há poucas décadas como um recurso inesgotável, sabe-se agora que se trata de um
recurso renovável, mas finito” (Hipólito & Vaz, 2013).

Apesar de ocupar cerca de dois terços da superfície da Terra, a disponibilidade e a distribuição da


água são fortemente influenciadas por diversos fatores. A variabilidade climática, o aumento da
população, a crescente urbanização e melhoria do nível de vida das populações, a poluição, os
desperdícios e a disponibilidade da água em termos de utilização potável (água doce) fazem com que
um líquido tão abundante se torne escasso.

Hoje em dia, é cada vez mais urgente otimizar a gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos
disponíveis, nomeadamente, em países em vias de desenvolvimentos, onde os fatores mencionados
têm um peso ainda mais considerável. Um país em desenvolvimento é um país onde o consumo e
utilização de recursos hídricos cresce abundantemente, pelo que é essencial uma gestão eficaz que
relacione essa procura com a disponibilidade e sustentabilidade dos recursos hídricos presentes. Gerir
recursos hídricos em África e, mais precisamente, em Moçambique é particularmente desafiante
devido à grande variabilidade espacial e temporal que caracteriza a sua disponibilidade, associada à
escassez de água em determinadas regiões semiáridas com áreas significativas. Nesta linha, tendo
em conta os níveis de pobreza atuais, mas também as perspetivas de desenvolvimento futuro, o
Governo de Moçambique tem vindo a desenvolver estratégias de desenvolvimento e de gestão
integrada dos recursos hídricos que permitam ao país crescer de forma mais saudável e sustentável.

“Um dos grandes desafios de Moçambique é a gestão da água para permitir o abastecimento das
comunidades em água potável, mas também o desenvolvimento de sistemas de regadios no âmbito
da produção agrícola. Nos termos da estratégia nacional, Moçambique deverá estar em condições de
gerir a sua disponibilidade de recursos hídricos para o desenvolvimento nacional através do
investimento em: sistemas de regadios; desenvolvimento de infraestruturas hidráulicas, para a
produção de energia, rega e abastecimento das populações; construção de diques e fontes de reserva
de água; e no futuro, estudos com vista a dessalinização da água do mar para garantir o consumo e
uso industrial e agrícola” (Governo de Moçambique, 2014).

Um pouco por todo o mundo, a variabilidade climática e hidrológica condiciona a disponibilidade de


água potável e, consequentemente, traduz-se na alternância de períodos de grandes afluências e
períodos de seca. Neste contexto, as barragens e respetivas albufeiras desempenham um papel
fundamental na gestão eficaz da água, por permitirem o armazenamento da mesma, de forma a
combater a variabilidade da sua disponibilidade. As albufeiras adaptam os escoamentos afluentes às

1
necessidades de consumo, apoiando uma melhor otimização da utilização dos recursos hídricos
disponíveis, que se traduz em sustentabilidade económica, social e ambiental. Os fins de uma albufeira
podem concretizar-se, essencialmente, no abastecimento de água às populações, na irrigação, na
produção de energia ou na regularização de caudais, fins que a tornam numa mais valia no âmbito dos
desafios da gestão da água em Moçambique.

Nos aproveitamentos de fins múltiplos, em muitos casos, as várias finalidades competem pela
disponibilidade da água, devendo ser encontrada uma solução otimizada de equilibro na divisão deste
recurso, quer na fase de planeamento, quer na fase de exploração. Na presente dissertação estão em
competição o consumo da água para irrigação e a sua utilização para produção de energia elétrica e
o modelo a simular contempla dois aproveitamentos em cascata, sendo o de montante composto por
uma albufeira com capacidade de regularização e o de jusante um fio de água puro.

1.2. Objetivos da dissertação

O caso de estudo objeto da presente dissertação tem por base análises antecedentes sobre a bacia
hidrográfica do rio Lúrio, em Moçambique, nomeadamente da Hidrotécnica Portuguesa, em 1980, e da
Black & Veatch International Company, em 2007, onde se pretende criar um quadro de gestão
sustentável, de desenvolvimento e de conservação dos recursos hídricos dessa bacia, visando a
melhoria da qualidade de vida (combate à pobreza) e o aumento dos benefícios económicos e sociais
da população.

Sendo Moçambique um dos países mais pobres do mundo, a produção de energia elétrica e a
disponibilidade de água para fins de irrigação são questões essenciais para um desenvolvimento
sustentável. Neste sentido, pretende-se simular a exploração de um sistema de aproveitamentos de
fins múltiplos em cascata, composto por uma albufeira de armazenamento, a montante, e um
aproveitamento a fio de água puro, a jusante, aproveitando as famosas cascatas do rio Lúrio (com uma
queda bruta de 65 m) para esse efeito. A albufeira terá por finalidade o abastecimento de água para
irrigação e a produção de energia hidroelétrica, enquanto o aproveitamento a fio de água permitirá
produzir energia, beneficiando da regularização de caudais promovida pela albufeira de montante para
uma produção mais constante e menos dependente das discrepâncias entre o escoamento afluente
na época húmida e o escoamento afluente na época seca.

O modelo de simulação foi criado de origem, por permitir uma análise mais pormenorizada do sistema,
bem como um maior controlo sobre os dados de entrada e de saída. As características dos dois
aproveitamentos, bem como os dados hidrológicos da bacia do Lúrio (escoamento afluente,
precipitação, evaporação) relativos a um intervalo de tempo de 18 anos hidrológicos consecutivos,
foram obtidos através dos estudos já mencionados.

Pretende-se que o modelo simule, mensalmente, esses 18 anos hidrológicos consecutivos, com vista
à otimização económica e social dos recursos hídricos disponíveis. Assim, fazendo variar a área que
se pretende irrigar e as potências hidroelétricas a instalar, é possível obter resultados relativos aos
benefícios económicos que cada par irrigação-energia deverá fornecer, bem como as fiabilidades

2
conseguidas em termos de água disponibilizada para irrigação, de forma a elaborar uma análise de
diferentes cenários.

1.3. Estrutura da dissertação

Este documento está dividido em seis partes principais: o enquadramento geral do problema, o caso
de estudo, os dados de base, o modelo de simulação, a exploração do modelo e os impactos e
conclusões do projeto em causa.

No capítulo 2 apresenta-se um enquadramento geral da temática abordada nesta dissertação, sendo


contextualizado, de forma breve, o panorama da distribuição e disponibilidade de recursos hídricos no
mundo e, de forma mais aprofundada, em África e em Moçambique. Destaca-se também o papel que
as barragens e as albufeiras de armazenamento podem ter como resposta aos desafios de uma gestão
integrada e sustentável dos recursos hídricos em países em vias de desenvolvimento.

O caso de estudo a abordar nesta dissertação, a bacia do rio Lúrio, é analisado no capítulo 3, em
termos da sua localização geográfica, das potencialidades existentes em termos de agricultura e
energia, dos estudos realizados anteriormente e do sistema que se pretende explorar.

O capítulo 4 compreende os dados de base, essenciais para a construção do modelo de simulação.


Esses dados são: as características dos dois aproveitamentos que se pretendem simular, adaptados
dos estudos da Black & Veatch e da Hidrotécnica Portuguesa; os dados hidrológicos correspondentes
ao troço do rio onde se localiza o sistema a explorar, adaptados também dos estudos da Black &
Veatch e da Hidrotécnica Portuguesa e relativos a uma série temporal de 18 anos hidrológicos
consecutivos; e os dados referentes à irrigação agrícola e à produção de energia, em termos de
necessidades de consumo e quantificação dos benefícios económicos daí provenientes.

O modelo de simulação está explicado no capítulo 5, bem como todas as suas componentes, e a sua
exploração no capítulo 6, com a identificação de cinco cenários de exploração distintos, em que varia
a área que se pretende irrigar e as potências hidroelétricas instaladas. É possível verificar as
fiabilidades conseguidas no abastecimento de água para irrigação, bem como os benefícios
económicos de cada cenário.

Por fim, o capítulo 7 sintetiza os resultados do capítulo anterior e apresenta considerações finais
acerca do modelo de simulação criado e dos impactos económicos, sociais e ambientais do projeto a
desenvolver.

3
4
CAPÍTULO 2 | ENQUADRAMENTO GERAL DO PROBLEMA
2.1. Recursos hídricos

2.1.1. Distribuição da água no mundo

A água é o líquido mais abundante na Terra, ocupando dois terços da sua superfície, com um volume
3
aproximado de 1600 milhões de km .

Durante centenas de anos, o impacto do homem sobre os recursos hídricos foi insignificante e de
caráter local. A capacidade da água de se renovar permitiu um equilíbrio sustentável entre o consumo
humano e a disponibilidade da mesma. No entanto, essa capacidade acabou por originar uma atitude
descuidada da parte do homem no uso de recursos hídricos. Segundo Shiklomanov (1998), foi nas
últimas décadas que se começou a sentir essa atividade na distribuição mundial de recursos hídricos,
devido, essencialmente, à expansão de áreas irrigadas, ao crescimento do consumo de água para fins
industriais, incluindo a produção de energia, e à criação intensiva de albufeiras, um pouco por todos
os continentes.

Apesar de parecer um recurso ilimitado, a situação é bem diferente quando se estuda a possibilidade
de utilizar essa água. É importante fazer a distinção entre a água doce e a água salgada. A primeira é
indispensável à vida humana, sempre foi consumida e é insubstituível. No caso da água salgada,
apesar de existirem atualmente processos de dessalinização que podem torná-la potável, estes são
bastante dispendiosos, por envolverem enormes consumos energéticos.

Shiklomanov (1998) e Gleick (1993) estudaram o armazenamento total de água na Terra, uma tarefa
bastante complicada uma vez que se baseia em fenómenos muito dinâmicos. A água está em
movimento permanente e em constante mudança de fase líquida para sólida ou gasosa e para fase
líquida novamente. Estimativas recentes indicam que 97.5% da totalidade da água é salgada e apenas
2.5% é água doce. Além disso, 69.5% da água doce está na forma de gelo e neve na Antártida, Ártico
e regiões montanhosas, 30.2% existe como água subterrânea e apenas 0.3% está concentrada em
lagos e rios, ou seja, onde é mais facilmente acessível para as necessidades das pessoas. A maior
parte da água subterrânea está situada a grandes profundidades, o que torna o seu aproveitamento
antieconómico. Na Figura 1 é possível observar graficamente a distribuição da água no globo e, em
particular, a forma como a água doce está distribuída.

Deste modo, ao constatar a reduzida fração de água doce utilizável pelo homem, em relação à
totalidade da água existente no planeta, é possível reconhecer a necessidade crescente de gerir
melhor os recursos hídricos presentes na Terra. A água é, realmente, um recurso renovável, mas não
infinito.

5
2.5% 0.3%

Glaciares e neve
30.2% permanente
Água salgada Água subterrânea
Água doce
69.5%
97.5% Lagos e rios

Figura 1 - Distribuição da água no mundo (à esquerda) e distribuição da água doce (à direita)


(Gleick, 1993; Shiklomanov, 1998).

2.1.2. Utilizações da água

É comum dividir os tipos de utilização da água em quatro grandes grupos. O primeiro corresponde a
fins indispensáveis à vida e à saúde das pessoas, como beber, cozinhar, higiene pessoal e outros
consumos domésticos. O segundo tem que ver com o consumo público, em escolas, hospitais,
comércio e serviços, bombeiros e jardins. Os fins económicos aparecem como terceiro grupo, onde se
evidencia o papel da água em processos produtivos. Por fim, no quarto grupo, estão as utilizações
ligadas à conservação ambiental.

Os dois primeiros grupos são prioritários e a sua relevância traduz-se muitas vezes em dispositivos
legais e regulamentares. No caso dos fins económicos têm especial destaque a irrigação, a produção
industrial, a produção de energia (seja hidroelétrica ou em centrais térmicas para o arrefecimento) e
outras finalidades como a pesca, o recreio e o turismo. Hoje em dia, havendo cada vez mais
consciência de que os problemas ambientais estão a agravar-se, a gestão integrada da água com a
devida consideração pela preservação da qualidade do meio hídrico e dos ecossistemas tem vindo a
receber maior atenção e prioridade.

Jones (1997) indica que a utilização da água a nível mundial cresceu 35 vezes nos últimos 300 anos.
Segundo o próprio, esta evolução exponencial deve-se, essencialmente, ao aumento da população e
da urbanização, à necessidade de maiores produtividades na agricultura e na indústria e a
desperdícios. De facto, uma parte significativa da água captada acaba por não ser consumida e é
devolvida ao meio ambiente, ainda que com atraso no tempo e com a qualidade alterada.

2.1.3. Causas para a crise da água

São cinco as principais ameaças identificadas como prejudiciais para uma boa gestão dos recursos
hídricos disponíveis na Terra. A primeira é, sem dúvida, o aumento da população, que se traduz num
aumento significativo de consumo. A segunda está relacionada com a melhoria da qualidade de vida
das populações, nomeadamente ao nível da classe média. As alterações climáticas apresentam-se

6
como a terceira ameaça e o aumento da poluição como quarta. Por fim, importa frisar o aumento da
urbanização e das perdas de água.

Os principais problemas de falta de água doce notam-se principalmente em regiões áridas, onde os
dois primeiros grupos de utilização – fins indispensáveis à vida e à saúde e consumo público –
apresentam carências, caraterizadas por recursos hídricos limitados e com muitas necessidades,
principalmente devido a rápidos crescimentos demográficos. O crescimento da procura abrandou nos
países desenvolvidos, mas continua a subir rapidamente nos países em desenvolvimento. Isto
acontece porque o principal fator que motiva o crescimento contínuo da procura está ligado ao aumento
da população e da urbanização, que, por sua vez, conduz ao aumento da produção agrícola e
industrial, bem como dos desperdícios e da poluição da água.

Das cinco ameaças apresentadas, o aumento da população é talvez a que maior impacto representa,
pela influência que tem nas restantes ameaças e pelas perspetivas de futuro que se adivinham um
enorme desafio. De acordo com as previsões da Revisão de 2015 das Nações Unidas sobre as
perspetivas de crescimento da população mundial (United Nations, 2015), a população mundial em
1950 era cerca de 2500 milhões, chegou aos 7300 milhões em 2015 e, embora o ritmo de crescimento
tenha abrandado, espera-se que atinja os 8500 milhões em 2030 e os 9700 milhões em 2050. Estes
dados são bastante relevantes para a gestão integrada dos recursos hídricos a nível global pois o
aumento da população representa um aumento direto do consumo doméstico e a crescente
urbanização, um grande aumento da procura, pois o consumo em áreas rurais é tipicamente bastante
inferior ao consumo unitário diário em áreas urbanas.

O aumento da população mundial e do impacto do ser humano sobre os recursos hídricos da Terra
devem ser tidos em conta no contexto da disponibilidade, circulação e distribuição da água no planeta,
ou seja, no estudo da hidrologia, que é uma componente essencial para uma boa gestão dos recursos
hídricos.

2.1.4. Ciclo hidrológico

As tentativas de estimar os diferentes armazenamentos de água na Terra fazem parecer que a mesma
é um líquido estático, mas a verdade é que é muito dinâmico. Uma parcela bastante significativa da
água encontra-se em permanente circulação, sob a ação de fenómenos da natureza, cujos processos
são essencialmente aleatórios. Essa constante circulação dá pelo nome de ciclo hidrológico, que
descreve os diversos percursos da água na natureza e a sua transformação. Sendo um ciclo, o ponto
de início para a sua descrição é arbitrário.

A evaporação nos oceanos resulta em vapor de água acumulado na atmosfera que é transportado por
massas de ar em movimento, por vezes milhares de quilómetros, até que, em determinadas condições,
esse vapor condensa-se para formar nuvens que, por sua vez, podem originar precipitação sobre a
terra e sobre os oceanos. Essa precipitação pode evaporar-se durante a queda, ser intercetada por
árvores ou coberturas de edificações, voltando a evaporar-se, e pode atingir a superfície do solo,

7
originando escoamento superficial ou ficando armazenada em depressões superficiais
(Hipólito & Vaz, 2013).

A água armazenada em depressões superficiais pode evaporar-se ou infiltrar-se no solo, contribuindo


para a evapotranspiração das plantas e dos solos ou percolando para zonas mais profundas, de forma
a abastecer os aquíferos (reservatórios de água subterrânea). Estes últimos podem contribuir para os
escoamentos dos rios ou escoarem-se diretamente para o oceano. A água que origina escoamento
superficial dá origem a linhas de água que se fundem em rios que desaguam no oceano, alimentando
no seu percurso lagos, pântanos e albufeiras. Durante todo esse processo há evaporação da água e
pode haver precipitação diretamente nos rios e lagos.

O ciclo termina com a descarga final da água no oceano, por escoamento superficial e subterrâneo. É
um ciclo sem perdas, sendo interessante referir que a quantidade de água existente no planeta Terra
tem permanecido praticamente constante há milhões de anos (Hipólito & Vaz, 2013).

Segundo Shiklomanov (1998), a evaporação anual média dos oceanos excede a precipitação que
sobre eles ocorre, passando-se o inverso nos continentes. Quer isto dizer que essa diferença é o
escoamento anual médio, superficial e subterrâneo, que desagua nos oceanos. Note-se, também, que
a componente do escoamento superficial é muito superior à do escoamento subterrâneo,
representando cerca de 95% do escoamento total. Nas regiões fechadas, onde não há ligação com os
oceanos, a precipitação iguala a evaporação.

A Figura 2 pretende demonstrar, de forma visual e simplificada, a circulação imposta pelo ciclo
hidrológico.

Figura 2 - Representação simplificada do ciclo hidrológico


(reproduzida de https://www.infoenem.com.br/ciencias-da-natureza-resumo-completo-do-ciclo-da-agua/).

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A breve explicação e a imagem representativa do ciclo hidrológico (Figura 2) oferecem uma ideia
bastante simples do mesmo. Na realidade, os valores das variáveis hidrológicas como a precipitação,
a evaporação e o escoamento apresentam enormes irregularidades em termos de distribuição espacial
e temporal. O estudo destes fenómenos da natureza, que sofrem grandes variações de ano para ano
num mesmo local, apenas é possível numa base estatística a partir de longas séries de valores
observados. É, assim, importante a manutenção de uma rede de estações de medição das principais
variáveis hidrológicas.

2.2. Barragens e albufeiras: aproveitamentos de fins múltiplos

2.2.1. Importância das albufeiras

As barragens são barreiras artificiais, construídas em cursos de água, com o objetivo de reter
determinadas quantidades de água. As suas finalidades principais são o abastecimento de água para
zonas agrícolas, residenciais e industriais, a produção de energia hidroelétrica e a regularização de
caudais. Desde o início das grandes civilizações que as barragens são fundamentais para o
desenvolvimento e subsistência do ser humano.

A variabilidade climática e hidrológica e a consequente imprevisibilidade dos escoamentos superficiais,


com clara alternância de períodos de grandes caudais e períodos de seca ao longo do ano, bem como
de sequências de anos húmidos e anos secos, leva a que se recorra ao armazenamento de água para
adaptar os escoamentos afluentes às necessidades de consumo. O armazenamento faz-se nos
períodos húmidos, quando os caudais excedem a procura, sendo a reserva utilizada para aumentar a
água disponível durante os períodos secos. Ao longo de um ano, se a maior procura se dá quando o
escoamento é maior, a procura está em fase com os escoamentos, se acontecer o contrário está em
contrafase (Hipólito & Vaz, 2013).

Uma barragem, ao interromper o curso natural de um rio, cria um reservatório ou lago artificial que se
designa por albufeira. É importante considerar que uma albufeira aumenta, por vezes muito
consideravelmente, a superfície da água e, por consequência, o volume de água perdida para a
atmosfera por evaporação, provocando uma diminuição do caudal médio a jusante da barragem.
Apesar disto, através da regularização de caudais que introduz, uma albufeira pode servir diversas
finalidades, como o abastecimento urbano e industrial, a irrigação, a produção de energia hidroelétrica,
a mitigação de cheias, o arrefecimento de centrais térmicas, o controlo de poluição por diluição ou a
contenção da intrusão salina em estuários. Estas utilizações têm padrões de consumo que não estão
em consonância com o regime natural de ocorrência de caudais, sendo que na sua generalidade, o
objetivo passa por aumentar os caudais na época de estiagem ou, mais globalmente, nos períodos
secos (Hipólito & Vaz, 2013).

São as albufeiras que garantem o abastecimento de água à maioria das grandes cidades do mundo
(como, por exemplo, acontece com Lisboa e Maputo, abastecidas pelas albufeiras de Castelo do Bode
e dos Pequenos Libombos, respetivamente) e ainda possibilitam utilizações sociais como o turismo, a
navegação fluvial ou a pesca.

9
No início do século XXI, o mundo contava já com cerca de 40000 grandes albufeiras, destinadas a
abastecimento de água, produção de energia elétrica, controlo de cheias e outros fins. Apesar da
crescente utilização de fontes alternativas e uma maior eficiência na utilização da água, o aumento da
população mundial, associado ao acesso a facilidades básicas de abastecimento de água e
saneamento e a um maior consumo per capita significa que a necessidade de armazenamento de água
em albufeiras tenderá a aumentar (Hipólito & Vaz, 2013).

2.2.2. Aproveitamentos de fins múltiplos

As possíveis finalidades resultantes da exploração de uma albufeira são diversas e essenciais, cada
uma à sua maneira. A hidroeletricidade é uma das energias renováveis de maior importância a nível
mundial; o armazenamento para o abastecimento de grandes áreas urbanas e industriais tem
aumentado, de modo a satisfazer as crescentes necessidades das populações, enquanto que o
armazenamento para fins de irrigação tem permitido grandes desenvolvimentos ao nível do setor
agrícola; o controlo de cheias é um meio de defesa crucial para proteger os territórios a jusante de
barragens de grandes chuvadas; e o incentivo a atividades ligadas ao recreio e lazer, tais como
desportos náuticos e turismo, tem também aumentado.

A gestão eficaz da água é um tema vital em todo o mundo e as albufeiras desempenham um papel
crucial nessa gestão, sendo urgente uma melhor otimização da utilização dos recursos hídricos
disponíveis, que apoie a sustentabilidade económica, social e ambiental. Nesta ótica de otimização e
melhor aproveitamento dos recursos, as albufeiras criadas por barragens têm vindo, cada vez mais, a
operar com múltiplos objetivos de utilização simultânea da água armazenada, como o abastecimento
industrial, municipal, a irrigação, a produção de energia hidroelétrica ou o controlo de cheias (Lin &
Rutten, 2016).

A gestão e otimização de um aproveitamento de fins múltiplos é bastante complexa devido ao conflito


gerado pela necessidade de avaliar o peso e a prioridade de cada objetivo proposto. A análise da
operação de uma albufeira deste tipo envolve tipicamente modelos de otimização e de simulação, que
podem fornecer informação quantitativa para melhorar a gestão e distribuição da água. Os modelos de
otimização são utilizados para minimizar ou maximizar funções sob determinadas restrições enquanto
que os modelos de simulação examinam o comportamento de um sistema sob um determinado
conjunto de ações de controlo. No passado, os problemas de otimização foram resolvidos através de
programação linear, dinâmica ou não linear. O desenvolvimento atual tem-se baseado no Model
Preditive Control (MPC), que analisa em tempo real a gestão de um reservatório otimizando o controlo
da capacidade e repetindo a análise para cada passo de tempo (Lin & Rutten, 2016).

2.2.3. Modelos de otimização e de simulação no planeamento e na exploração de albufeiras

Loucks e Van Beek (2005), apresentam processos de análise do planeamento e da exploração de


albufeiras relacionados com a identificação do volume armazenado numa albufeira, utilizando modelos

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de otimização, como o método de Rippl, o algoritmo dos picos consecutivos e programação linear ou
dinâmica, e modelos de simulação. Segundo estes autores, os modelos de otimização e de simulação
devem ser utilizados em combinação na exploração ou dimensionamento de albufeiras. Os modelos
de otimização são úteis para eliminar soluções claramente inferiores, que não justificam análises mais
pormenorizadas, enquanto que os modelos de simulação permitem comparar as alternativas
resultantes com o pormenor necessário.

Os modelos de simulação sofrem de menos limitações que os modelos de otimização. Podem


considerar a precipitação e a evaporação numa albufeira e permitem pormenorizar quanto se quiser a
descrição do sistema, por exemplo, incluindo vários tipos de descargas (pelo descarregador de cheias,
através das turbinas, pelas descargas de fundo ou tomadas de água) ou procuras que são alteradas
em situação da escassez de água (irrigação). Permitem também considerar diferentes fiabilidades nas
diversas utilizações de água e adotar o passo temporal que seja mais adequado para a análise. Podem
incluir regras de exploração que tomem em consideração as diversas utilizações da albufeira, tanto
ligadas à regularização de caudais para abastecimento a jusante e para a produção hidroelétrica como
ao controlo de cheias e ao uso da albufeira para lazer.

Os modelos de simulação são simples matematicamente e muito versáteis. Simulam ou traduzem o


comportamento de um sistema, neste caso a albufeira e as diversas finalidades, ao longo do tempo.
Um modelo de simulação não é mais do que a aplicação sequencial, ao longo de vários períodos de
tempo, da equação da continuidade na albufeira. Apesar de simples, estes modelos podem descrever
com muito pormenor o comportamento do sistema.

2.3. Irrigação e produção de energia hidroelétrica

2.3.1. Irrigação

Estima-se que cerca de 20% da área cultivada a nível mundial é irrigada, num total de 300 milhões de
hectares nos quais se produz cerca de um terço da comida do mundo, para além de produtos não
alimentares (Hipólito & Vaz, 2013). A irrigação permite maiores rendimentos de culturas e produção
agrícola em épocas do ano em que a precipitação é insuficiente para o efeito. Segundo a Food and
Agriculture Organization of the United Nations, FAO (Bruinsma, 2009), considera-se que a única
esperança de alimentar uma população mundial em contínua expansão é aumentar a agricultura
irrigada. A agricultura é o sector que consome mais água a nível mundial, correspondendo a captação
de água para irrigação a cerca de 70% do total de captações.

É necessário ter em conta que nem toda a água captada é consumida. Há diversas perdas desde a
captação até ao consumo final. Num terreno com vegetação, a água pode ser perdida para a atmosfera
por dois processos: evaporação e transpiração. No primeiro, a água passa do estado líquido para o
estado gasoso influenciada por fatores climáticos, como a radiação solar, a temperatura, a humidade
relativa ou a velocidade do vento. No segundo, a água no estado líquido contida em tecidos das plantas
passa para a atmosfera, dependendo de fatores climáticos, mas também do teor de humidade do solo,
da capacidade do solo de conduzir água para as raízes e das caraterísticas das plantas. A combinação

11
dos dois processos dá pelo nome de evapotranspiração, um termo bastante utilizado, por não ser fácil
distingui-los ou separá-los (Hipólito & Vaz, 2013).

Apesar de uma parte das necessidades de água de uma cultura ser suprida pela precipitação, a
restante deverá ser fornecida pela irrigação. No fundo, a irrigação destina-se a garantir que o teor de
humidade do solo seja sempre adequado para um bom crescimento das plantas e não só em períodos
de chuva. As necessidades de irrigação determinam-se pela diferença entre as necessidades de água
da cultura e a parte de precipitação aproveitável, ou efetiva, para satisfazer essas necessidades. As
necessidades líquidas correspondem ao consumo efetivo das plantas enquanto que as brutas
englobam as perdas de água no sistema de irrigação.

O requisito mais importante no desenvolvimento da agricultura de regadio é, sem dúvida, a


disponibilidade de solo com aptidão e a sua proximidade a uma fonte de água segura (de boa
qualidade) e de fácil acesso. Os cenários de desenvolvimento para o subsector da irrigação estão
esquematizados para dois conceitos distintos, que, todavia, terão de estar interligados:
Desenvolvimento de Pequena Escala e Desenvolvimento de Grande Escala.

O Desenvolvimento de Pequena Escala é observável, essencialmente, nas zonas rurais onde a


população se encontra naturalmente dispersa e as condições socioeconómicas se baseiam em
atividades de subsistência. A melhoria das condições de vida requer um abastecimento de água
seguro, principalmente nos períodos em que a precipitação é insuficiente. A possibilidade de expandir
a irrigação para as parcelas dos agricultores de pequena e média escala pode oferecer oportunidades
de desenvolvimento interessantes e de combate à pobreza.

No caso do Desenvolvimento de Grande Escala, a agricultura é praticada, principalmente, por


agricultores comerciais (em médias e grandes explorações) e por sociedades agroindustriais de
culturas de rendimento (algodão, tabaco, soja, etc.), que dominam os aspetos da irrigação, produção
e comercialização de culturas de rendimento. São os grupos que mais beneficiarão de uma expansão
de grande escala da água para irrigação, através da construção de grandes barragens. Tais grupos,
com canais de distribuição e de venda estabelecidos, podem transformar-se nos principais
consumidores de água para irrigação com boas probabilidades de envolver os pequenos agricultores
de subsistência na sua produção de culturas de rendimento.

2.3.2. Energia hidroelétrica

A hidroeletricidade é uma das fontes de energia renovável mais promissoras, principalmente pela
capacidade de armazenamento e disponibilidade imediata que garantem fiabilidade à oferta. Além
disso, os projetos hidroelétricos podem ser utilizados para fins múltiplos, como irrigação, pesca,
controlo de cheias e abastecimento de água. No entanto, enfrenta também grandes desafios quando
comparada com outras fontes de energia renovável como é o caso da biomassa, solar e eólica por
implicar elevados custos de investimento de capital.

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Segundo Bildirici (2016), a poluição causada pela produção de energia não renovável é uma questão
bastante importante, porque se enfrenta atualmente uma dupla pressão: o crescimento económico e a
sustentabilidade ambiental. No final da década de 1980, as preocupações com o crescimento
económico ambientalmente sustentável subiram de tom e motivaram políticas de desenvolvimento
baseadas no nível, qualidade e gestão dos recursos naturais renováveis e não renováveis. A energia
hidroelétrica popularizou-se com o surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável.
Bildirici (2016) refere que a energia hidroelétrica terá um peso considerável na futura manutenção do
crescimento económico das últimas décadas, ao mesmo tempo que se investe numa transição de
energias não renováveis para renováveis, de forma a aliar a sustentabilidade ambiental a um contínuo
desenvolvimento económico.

A hidroeletricidade é também uma das fontes de energia mais antigas utilizadas pelo homem, sendo
função não só do caudal turbinado, como também da queda, muitas vezes criada por uma barragem.
Os aproveitamentos hidrelétricos recorrem, tradicionalmente, a quedas naturais ou artificiais em rios.
A água que escorre é conduzida até às turbinas através de estruturas hidráulicas como canais ou
condutas forçadas e é utilizada para mover as rodas das turbinas, gerando energia mecânica,
convertida posteriormente em eletricidade por geradores instalados nos aproveitamentos. De seguida,
a eletricidade é encaminhada para a rede nacional por linhas de transmissão adequadas.

No processo de produção de energia hidroelétrica não há praticamente perdas de água, uma vez que
a água utilizada é devolvida ao rio depois de passar pelos grupos turbogeradores, onde se processa a
transformação de energia mecânica em elétrica, e ficando disponível a jusante do aproveitamento. Os
aproveitamentos hidroelétricos são, assim, considerados não consumptivos em termos de recursos
hídricos, sendo apenas utilizadores desses recursos. Embora não consumptivos, os aproveitamentos
hidroelétricos estão também em competição pelo recurso água com as outras utilizações,
nomeadamente com a irrigação e com o abastecimento de água, que são considerados consumptivos.
Nos aproveitamentos de fins múltiplos, a água que é derivada para a rega e para o abastecimento não
pode, na maioria dos casos, ser turbinada, devendo por tal facto a avaliação da viabilidade das
diferentes utilizações ser analisada em conjunto.

É também uma fonte de energia simples e tecnologicamente avançada, com uma das melhores
eficiências de conversão de todas as fontes conhecidas. Permite variações de produção rápidas e
controladas, o controlo de frequência de produção e a articulação com outras fontes de energia
renovável, como a eólica e a biomassa, compensando as flutuações de disponibilidade das mesmas.
Além disto, os reservatórios criados para os aproveitamentos hidroelétricos permitem adaptação à
variabilidade climática, armazenando caudais excessivos em períodos húmidos e disponibilizando em
períodos secos.

No entanto, quando se exige a construção de uma barragem com albufeira de armazenamento para
regularizar os caudais a turbinar, existe uma grande diferença entre a água evaporada do rio com e
sem albufeira, que se traduz numa perda significativa, dependendo das condições climáticas e da área
da albufeira. A barragem em si é uma interrupção do fluxo natural do rio e cria um lago artificial, que
pode ter consequências negativas ao nível dos ecossistemas presentes e das pessoas que aí habitam.

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Ainda assim, apesar dos impactos negativos das barragens, é previsível que a crise energética
decorrente do esgotamento a prazo das principais reservas petrolíferas e de gás natural e dos riscos
da energia nuclear leve a um maior aproveitamento do potencial hidroelétrico a nível mundial. Esta
tendência é ainda apoiada pelo desenvolvimento tecnológico e pela reavaliação dos custos e
benefícios económicos, sociais e, principalmente, ambientais, sendo notória uma melhoria na
viabilidade dos aproveitamentos hidroelétricos (Hipólito & Vaz, 2013).

De todas as fontes de energia renovável, a hidroeletricidade continua a ser a mais utilizada,


representando mais do triplo da capacidade acumulada da fonte que lhe segue, a eólica. No Quadro
1 é possível tomar consciência do papel da energia hidroelétrica nas energias renováveis no mundo,
com quase 67% da capacidade instalada acumulada no mercado, em 2013 (Kleineidam et al., 2014).
Quadro 1 – Capacidade instalada e eletricidade gerada pelas fontes de energia renovável no mundo, em 2013
(adaptado de Kleineidam et al., 2014).

Tipo de energia Capacidade instalada Eletricidade gerada Percentagem de cada energia


renovável acumulada em 2013 (GW) estimada em 2013 (TWh) renovável no mundo (%)

Hidroelétrica 1103.8 3704.9 66.6%

Eólica 315.7 683.0 19.0%

Solar PV 134.7 140.6 8.1%

Solar CSP 3.8 6.8 0.2%

Biomassa 88.0 308-616 5.3%

Geotérmica 12.0 73.0 0.7%

Total mundial 1658.0 4916.4 - 5224.4 100.0%

Segundo Hipólito & Vaz (2013), estima-se que 20% da geração de eletricidade do mundo é produzida
em aproveitamentos hidroelétricos que, pela grande rapidez com que podem entrar em carga e
responder a variações de consumo, permitem uma maior flexibilidade na gestão das redes elétricas,
em integração com centrais térmicas e fontes de energia alternativa, como a eólica, que são afetadas
por grande variabilidade horária.

Nem sempre se exige a existência de uma barragem com albufeira para que se possa extrair energia
hidroelétrica de aproveitamentos hidráulicos. Quando o aproveitamento não tem origem numa
albufeira, mas sim apenas no escoamento natural, com o padrão de variabilidade temporal que o
carateriza, é chamado de aproveitamento a fio de água. Desde há muito tempo que os seres humanos
aproveitam a força das quedas de água naturais em esquemas simples e eficientes. Antes da invenção
da eletricidade, as cascatas de água já eram utilizadas para mover rodas ligadas a moinhos para moer
trigo em farinha muito mais rapidamente do que qualquer mão humana. Devido à sua eficácia, esse
método continua a ser utilizado e tornou-se na base mecânica para geradores que criam eletricidade
a partir da força de queda da água.

14
Mesmo nos dias que correm, nem sempre é necessário recorrer a barragens e albufeiras para se
garantir quedas que facilitem a produção de energia. As cataratas de Ángel na Costa Rica e as
cascatas de Niagara no Canadá são exemplos de quedas de água utilizadas em centrais hídricas, mas
sem alterar a sua aparência e com a capacidade de recriar o espetáculo a qualquer momento, para
propósitos de turismo, simplesmente redirecionando o escoamento de volta às cascatas de queda.

2.4. Países em vias de desenvolvimento

O crescimento sustentável de um país em vias de desenvolvimento depende significativamente do


aumento da utilização dos seus recursos hídricos sem degradar em demasia os ecossistemas
presentes, que também são fundamentais para o equilíbrio e bem-estar do ser humano. Neste
subcapítulo pretende-se abordar a gestão dos recursos hídricos em países em vias de
desenvolvimento, com especial enfoque no Continente Africano.

O desenvolvimento em grande parte de África ao longo do último meio século tem ficado muito aquém
do resto do mundo, sendo inquestionável a necessidade urgente de uma melhor gestão dos recursos
hídricos. Segundo o relatório da ONU sobre o desenvolvimento humano de 2016 (UNDP, 2016), dos
50 países menos desenvolvidos do mundo, 40 são africanos, número que apresenta tendência para
aumentar, ano após ano. Estima-se que mais de 300 milhões de africanos subsarianos não têm acesso
a água potável para uso doméstico e cerca de 550 milhões não têm acesso a saneamento básico.
Estes valores equivalem a 40 e 70%, respetivamente, da população total do continente e a escassez
entre as populações rurais é consideravelmente maior. A agricultura é a principal atividade económica
para a maioria dos africanos que vivem em meio rural e, no entanto, os rendimentos dessa atividade
são dos mais baixos comparativamente às restantes regiões do mundo. O acesso à eletricidade é
também bastante baixo, cobrindo uma média de cerca 20% da população, sendo que contabilizando
apenas as comunidades rurais a anterior percentagem está próxima de 1% (McClain, 2013).

À medida que o desenvolvimento progride, é necessário manter e até mesmo restaurar ecossistemas
degradados para apoiar e melhorar os serviços desenvolvidos, preservar a extraordinária
biodiversidade existente e o património natural do continente e contribuir para o bem-estar geral. Neste
contexto, a água é um elemento central e um dos maiores desafios é gerir bem a sua distribuição, o
seu aproveitamento e a sua sustentabilidade.

Nos países em vias de desenvolvimento, a ausência de muitos dos serviços primários e, como tal,
fundamentais faz com que milhões de pessoas continuem a depender fortemente do uso direto de
ecossistemas para atender a necessidades básicas. Além disso, as Nações Unidas estimam que a
população em África ultrapassou o milhar de milhão em 2009-2010 e projeta-se que aumentará
33 - 44% entre 2010 e 2025. Consequentemente, a procura e as necessidades estão a crescer
exponencialmente, sendo urgente uma ação relativa aos ecossistemas e à forma como estes são
explorados para atender a necessidades básicas de forma sustentável (McClain, 2013).

O equilíbrio entre o desenvolvimento e a sustentabilidade ambiental requer a compreensão das


condições impostas pelo clima, incluindo a componente relacionada com a hidrologia, o entendimento

15
dos requisitos ambientais dos ecossistemas afetados e o estudo das potenciais consequências do
aumento do consumo de água.

Gerir recursos hídricos em África é particularmente desafiante devido à grande variabilidade espacial
e temporal que caracteriza a sua disponibilidade, associada à escassez de água em determinadas
regiões semiáridas com áreas significativas. O desafio é agravado por metas ambiciosas impostas
para o aumento do uso sustentável da água e pela dependência económica de financiamento
internacional para atividades de desenvolvimento. Apesar de ocupar 22% da massa terrestre mundial
e conter 15% da população mundial, o continente Africano é bastante seco, com apenas 9% dos
recursos hídricos renováveis mundiais. Estes dados colocam restrições ao potencial de
desenvolvimento sustentável em várias regiões e reforçam a necessidade de uma boa gestão
integrada dos recursos hídricos disponíveis (McClain, 2013).

McClain (2013) divide o estudo que efetuou sobre o balanço de recursos hídricos e sustentabilidade
ambiental em África em três partes que influenciam fortemente o futuro do desenvolvimento africano.
A primeira parte relaciona-se com o clima e a hidrologia, com a variabilidade espacial e temporal da
disponibilidade de água em todo o continente e com as projeções de mudanças climáticas futuras. A
segunda parte tem a ver com a agricultura e a energia hidroelétrica, temática estudada e aprofundada
nesta dissertação, cujas necessidades de crescimento e desenvolvimento pretendem acompanhar a
crescente procura ligada ao aumento constante da população nesse continente. Por fim, são revistos
estudos sobre as ameaças à exploração dos ecossistemas aí existentes no continente. A água com
finalidade doméstica, apesar de crucial numa perspetiva de saúde pública, não é considerada no
estudo porque as captações são pequenas em comparação, por exemplo, com a utilização para fins
de irrigação agrícola, sendo a prioridade deste campo melhorar e proteger as fontes de captação, em
vez de aumentar significativamente o seu número.

As projeções para o aumento do uso de água em África são dominadas pela agricultura e pela energia
hidroelétrica. No entanto, devido à variabilidade hidrológica que caracteriza o continente, a maior parte
da agricultura irrigada e da geração de energia hidroelétrica requer infraestruturas para armazenar
água durante períodos húmidos para uso posterior em períodos secos. Deste modo, as albufeiras com
fins múltiplos assumem um papel essencial nos planos de desenvolvimento de médio e longo prazo
(McClain, 2013).

Jelle Bruinsma (2009) publicou um artigo onde descreve as principais implicações das projeções
agrícolas e alimentares da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) feitas em
2006 para o horizonte de 2050, onde se estima que a produção agrícola da África subsariana deva
aumentar 2% por ano nos próximos 40 anos para atender às crescentes necessidades alimentares da
região. Desse aumento, espera-se que cerca de 75% provenha de aumentos de rendimento, em
termos de intensidades de cultivo mais elevadas, e 25% da expansão das terras agrícolas. No total, a
2
FAO espera que as terras agrícolas, estimadas em 2.4 milhões de km em 2009, aumentem
2
aproximadamente 600 mil km até 2050. You et al. (2010) estimaram que a agricultura irrigada em
2
África poderia ser ampliada de forma rentável em cerca de 150 000 km nos próximos 50 anos, num
2
total de quase 220 000 km , em que aproximadamente 70% é esperado na forma de sistemas de

16
irrigação em larga escala. O maior potencial de expansão está na Nigéria, Guiné, Moçambique, Sudão,
Etiópia e Tanzânia (You et al., 2010).

Eric Strobl e Robert Strobl (2011) desenvolveram um estudo onde identificaram e analisaram 774
grandes barragens africanas em relação às suas finalidades, considerando que uma grande barragem
tem de ter uma altura de, pelo menos, 15 m ou, não tendo essa altura, a sua albufeira tem de apresentar
3
uma capacidade superior a 3 milhões de m . De todas aquelas barragens, 65 % tem a irrigação como
um dos seus maiores objetivos, enquanto que 15 % privilegia a produção hidroelétrica como uma das
principais finalidades. Note-se que mesmo nas barragens onde a irrigação não constitui uma das
principais finalidades, tal objetivo é considerado, ainda que em menores proporções (Strobl & Strobl,
2011). Ainda assim, segundo You et al. (2010), espera-se que o armazenamento aumente cerca de
32% com a construção de novas barragens e ainda mais com a reabilitação de barragens existentes.

2.5. O caso de Moçambique

2.5.1. Contexto histórico e geográfico

Moçambique situa-se na costa ocidental do sudeste de África, sendo banhado pelo Oceano Índico, e
tendo como fronteiras a Tanzânia, a norte, Malawi e Zâmbia, a noroeste, Zimbabué, a oeste, e
Suazilândia e África do Sul, a sul. Foi uma colónia portuguesa entre 1497 e 1975, ano em que
conseguiu a sua independência, depois de quase 5 séculos de domínio português e uma resistência
armada de 13 anos. Grande parte da população nativa de Moçambique foi vítima de escravatura
aquando da colonização europeia, por parte de Portugal, Holanda e Grã-Bretanha. Foi em 1962 que a
Frente de Libertação de Moçambique, movimento nacionalista também conhecido por FRELIMO,
começou a revolta violenta e acabou por conquistar a independência. Mais tarde, durante a década de
1980, o novo governo recebeu ajuda de nações comunistas europeias, facto que originou a revolta de
grupos militares e cristãos anticomunistas resultando numa guerra civil que apenas terminou em 1992
e que teve consequências graves ao nível do desenvolvimento ambiental, económico e social do país.

Em termos de educação, a taxa de alfabetização em adultos em 2015 era cerca de 58.8%, uma das
mais baixas no mundo. Na área da saúde, os sistemas não estão preparados para as necessidades
da população, estando os hospitais essencialmente concentrados em Maputo e não recebendo a
maioria da população os serviços médicos adequados. É um dos países do mundo com maior
percentagem de pessoas a viver com HIV, com cerca de 10% da população adulta infetada (Means,
2016).

Geograficamente, o território moçambicano encontra-se dividido em onze províncias, apresentando


2
uma área total de, aproximadamente, 790 mil km e conta com uma população de cerca de 25 milhões
de habitantes. Existem 25 rios principais em Moçambique, sendo o mais longo o trecho do rio Zambezi
que faz 820 km no país e é onde se encontra a barragem de Cahora Bassa.

17
Na Figura 3 é possível observar a localização de Moçambique no continente africano e as províncias
que constituem o país.

Figura 3 - Localização de Moçambique em África (esquerda) e as suas províncias (direita).

2.5.2. Desenvolvimento socioeconómico

Moçambique é, atualmente, um dos países mais pobres do mundo. Ocupa a posição 181 de 188 países
analisados pelo Human Development Report das Nações Unidas (UNDP, 2016), em relação ao seu
estado de desenvolvimento. Deste modo, também os seus recursos hídricos estão longe de serem
razoavelmente explorados, sendo as captações de água extremamente baixas e insuficientes para o
abastecimento de água urbano e rural, para o consumo industrial e produção hidroelétrica e,
principalmente, para irrigação, estando bastante aquém das necessidades futuras.

Estima-se que 10 milhões de moçambicanos vivem em pobreza extrema e 70% da população vive da
agricultura para a sua subsistência, o que coloca grande parte do país fora de uma economia monetária
e somente dependente da agricultura local para se alimentar. Cerca de um terço da população tem
insegurança alimentar crónica, com condições particularmente frágeis nas regiões semiáridas do Sul
e do Centro, que sofrem secas frequentes. As opções de subsistência fora da agricultura são limitadas
para a maioria da população e as fracas infraestruturas de comercialização tornam as comunidades
rurais altamente vulneráveis em caso de secas, por exemplo.

No entanto, segundo o Banco Mundial (The World Bank, 2007), desde o acordo de paz em 1992 que
se notam progressos socioeconómicos significativos. O aumento da estabilidade politica, a introdução
de uma democracia partidária, as profundas reformas económicas e um forte apoio financeiro externo
têm contribuído para o crescimento da economia moçambicana e perspetiva-se uma continuidade
nesse crescimento. A BMI Research apresenta, no Mozambique Power Report de 2007
(BMI Research, 2017), uma análise atual da situação económica e energética do país e previsões para
2025, que apontam um crescimento do PIB real a uma média anual superior a 7%, originando um
aumento constante da procura por eletricidade, e reafirma a necessidade clara de aumentar o
investimento, essencialmente estrangeiro, no sector da energia.

18
A dimensão do país e o isolamento de muitas povoações resultam numa taxa de eletrificação definida
em termos da percentagem da população com acesso a eletricidade, de apenas 34%, facto que limita
a oportunidade de venda de energia. Além disto, grande parte da população tem rendimentos muito
baixos, com 54% dessa população a viver em pobreza, o que não permite à Eletricidade de
Moçambique (EDM) elevar os preços da eletricidade para níveis rentáveis. As limitações da rede
elétrica nacional fazem com que Moçambique seja obrigado a importar eletricidade a custos elevados
da África do Sul, sendo ao mesmo tempo um país exportador da mesma. Tendo em conta todas estas
limitações e necessidades, o país está a investir fortemente no aumento da sua capacidade de
produção de energia elétrica global, com cerca de 14 mil milhões de dólares em projetos a serem
planeados ou em curso (BMI Research, 2017).

2.5.3. Estratégia Nacional de Desenvolvimento (2015-2035)

Em 2014, o Governo de Moçambique decidiu elaborar a Estratégia Nacional de Desenvolvimento para


o período 2015-2035 (Governo de Moçambique, 2014), com o objetivo de “elevar as condições de vida
da população através da transformação estrutural da economia, expansão e diversificação da base
produtiva”. O processo de transformação estrutural da economia deverá incidir em setores como a
agricultura, a indústria transformadora e extrativa e a indústria do turismo.

No que diz respeito à gestão sustentável de recursos naturais, a estratégia refere que a economia
moçambicana em geral e a economia rural em particular são fortemente dependentes da exploração
e utilização dos recursos naturais, que contribuíram com mais de 33 % para riqueza nacional em 2014.
É essencial a adoção de modelos de gestão sustentável dos recursos naturais, de forma a que o rápido
crescimento económico que se perspetiva nas próximas décadas não se traduza na degradação dos
recursos renováveis, como a água e as florestas, ou no rápido esgotamento dos recursos não
renováveis, como o carvão e o gás natural (Governo de Moçambique, 2014).

A Estratégia Nacional de Desenvolvimento identifica a agricultura como a base de desenvolvimento


nacional e pretende que a sua exploração resulte no incremento da riqueza nacional. Na perspetiva da
revitalização e da expansão da indústria transformadora, as frentes prioritárias de expansão industrial
no país são a atividade agropecuária, a mineração exportadora, os materiais de construção procurados
para investimentos crescentes em infraestruturas de transportes, saneamento e energia e a exploração
do potencial de geração de energia elétrica, propiciado pelos seus recursos hídricos e pelas suas
reservas de carvão e gás natural.

Os projetos rurais equacionados pela estratégia procuram assegurar o acesso e tratamento da água
no meio rural para consumo doméstico e para atividades económicas, apoiar a expansão das energias
renováveis através de centrais hidroelétricas com componentes de irrigação e investir na infraestrutura
rural, visando melhorar a logística por via da construção, reabilitação e manutenção de infraestruturas
de redes de transportes nas zonas rurais.

Entre as metas socioeconómicas definidas para 2035 pela Estratégia Nacional de Desenvolvimento
encontram-se:

19
• a diminuição da taxa de pobreza de 54.7% para 20-30%,
• o aumento taxa de eletrificação, de cerca de 40%, para 100%,
• a diminuição da taxa de desemprego de 21% para 10-11%,
• o aumento da taxa de uso de serviços de abastecimento de água de 53% para 100%,
• o aumento do número de bacias hidrográficas com planos de bacias elaborados e em uso de
8% para 80% (o país tem um total de 104 bacias hidrográficas),
• o aumento da taxa de uso de serviços de saneamento de 24% para 70%.

2.5.4. Aumento da população

Como referido anteriormente, o crescimento da população apresenta-se como a principal causa para
um aumento do consumo/utilização de recursos hídricos, principalmente por via da irrigação e da
produção de energia hidroelétrica. As previsões da Revisão de 2015 das Nações Unidas sobre as
perspetivas de crescimento da população mundial (United Nations, 2015) estimam que Moçambique
apresentará um crescimento populacional bastante significativo nas próximas décadas, ao contrário
do que acontece por exemplo com Portugal, onde se espera um abrandamento do aumento da
população e posterior diminuição. O Quadro 2 permite comparar as estimativas de crescimento
populacionais em Portugal, Moçambique e no mundo.
Quadro 2 – Estimativas de crescimento populacional em Portugal, Moçambique e no mundo, em milhares
(adaptado de United Nations, 2015).

Crescimento no
País/zona 1950 2015 2030 2050 2100
período 2015-2050

Portugal 8417 10350 9845 9216 7407 -10.96%

Moçambique 6313 27978 41437 65544 127648 134.27%

Mundo 2525149 7249472 8500766 9725148 11213317 34.15%

De acordo com os valores do Quadro 2, as previsões para o crescimento da população em


Moçambique apresentam uma realidade bastante complexa, nomeadamente quando comparada com
a situação portuguesa, um país desenvolvido, e até com a situação mundial de crescimento
populacional. Aquele aumento da população exige uma maior aposta na captação e gestão integrada
dos recursos hídricos, de forma a criar consumos sustentáveis que garantam um desenvolvimento
transversal, aliado a uma melhoria da qualidade de vida da população.

2.5.5. Gestão de Recursos Hídricos

Em 2007, o Banco Mundial preparou uma estratégia de avaliação dos recursos hídricos de
Moçambique liderada por Len Abrams (World Bank, 2007), com o objetivo de apoiar o governo local
na priorização das intervenções com base numa análise das circunstâncias socioeconómicas atuais.
É reconhecido que o futuro crescimento económico do país continuará a depender da sua base de

20
recursos naturais e, especificamente, do uso sustentável dos recursos terrestres e hídricos. No
entanto, apesar de Moçambique não ser um país com escassez de água, a variabilidade climática, que
resulta em secas e inundações recorrentes e a dependência de recursos hídricos internacionais
provocam uma grande vulnerabilidade na economia moçambicana e representam um obstáculo ao
crescimento e à redução da pobreza. É necessária uma gestão integrada que possa equilibrar a
disponibilidade dos recursos ao longo do ano, bem como um melhor aproveitamento dos recursos
nacionais, que possibilite uma diminuição da atual dependência das bacias hidrográficas
internacionais.

No Anexo 1 encontra-se um mapa retirado do relatório do Banco Mundial (The World Bank, 2007),
onde se identificam as principais bacias hidrográficas de Moçambique: Maputo, Umbeluzi, Incomati,
Limpopo, Save, Buzi, Pungoe, Zambezi, Licungo, Lúrio, Messalo e Rovuma. Destas bacias, apenas as
do Licungo, do Lúrio e do Messalo não são partilhadas com os países vizinhos, revertendo os seus
recursos inteiramente a favor do país.

Segundo o Banco Mundial (2007), a variabilidade hidrológica tem uma influência significativa na
quantidade, duração e frequência dos eventos de precipitação e respetivos escoamentos em
Moçambique. Apesar de, no Norte, choverem anualmente cerca de 1000 mm, 60 a 80% dessa
precipitação ocorre entre dezembro e março. A economia nacional é altamente afetada pela ocorrência
de cheias e secas, mas principalmente pela condição de variabilidade climática extrema entre a
estação húmida e a estação seca. A suscetibilidade que decorre de uma disponibilidade de água pouco
fiável, desincentiva investimentos na indústria, nos serviços e na produção agrícola.

A título de exemplo, de acordo com a Estratégia de Assistência aos Recursos Hídricos de Moçambique
(World Bank, 2007), em setembro de 2004 ocorreu uma seca significativa no norte do país, que fez
com que a albufeira da barragem de Nacala ficasse a menos de 5% da sua capacidade de
armazenamento. A situação exigiu ações de emergência para abastecer a cidade de Nacala de água
e, assim, satisfazer as necessidades básicas da população.

2.5.6. Potencial de irrigação

Mais de 80% da população de Moçambique está envolvida na agricultura e as oportunidades de


emprego em setores não agrícolas são bastante limitadas. Segundo Means (2016), a agricultura
representou cerca de 28.1% do PIB em 2015 e a maioria dos moçambicanos a viver em meio rural
sustentam-se com base em produção agrícola própria. Moçambique é o maior exportador mundial de
cajus, mas também produz mandioca, algodão, cana de açúcar, chá, milho, soja, frutas, batatas, carne
de vaca, entre outros.

A agricultura é um setor económico chave para o desenvolvimento sustentável de Moçambique e é


possível identificar várias metas prioritárias, como o aumento da produção e da produtividade agrícola,
um melhor acesso ao mercado que viabilizará fins comerciais para a atividade e o uso sustentável dos
recursos de água e do solo para a agricultura, com um grande número de estratégias e programas em
curso, nomeadamente na expansão de áreas a irrigar e na melhoria do planeamento territorial. Pode,

21
então, concluir-se que, estando a economia tão dependente da atividade agrícola, o sucesso
económico varia muito consoante a meteorologia e a variabilidade climática.

De acordo com o PARPA, ou seja, o Plano de Ação para a Redução da Pobreza Absoluta (Governo
de Moçambique, 2009), a irrigação é considerada o fator central no aumento da produtividade agrícola
e da segurança alimentar na parte mais pobre da população. O Governo pretende aumentar a área
irrigada através da reabilitação dos regimes de irrigação existentes e que são pouco utilizados e da
criação de novos sistemas ligados a barragens e captação de águas subterrâneas.

2.5.7. Potencial de energia hidroelétrica

O desenvolvimento da energia renovável em Moçambique remonta ao período colonial, onde centrais


hidroelétricas foram desenvolvidas para fornecer energia a Maputo, Beira e Nampula e até mesmo
uma parte para vender a África do Sul (Uamusse, Juízo, & Person, 2015).

Moçambique está integrado na SAPP – Southern African Power Pool, que foi criada com o objetivo de
abastecer de eletricidade, de forma segura e económica, todos os seus membros, utilizando
prioritariamente recursos naturais e preservando o ambiente. Apesar de ser um dos países com os
níveis mais baixos de consumo de energia na região, a procura de energia elétrica em Moçambique
cresce a uma média anual de 12%, a taxa mais elevada do grupo (SAPP, 2016).

A Norconsult (2008) realizou um estudo onde se identifica que o sistema electroprodutor em


Moçambique é caraterizado por uma predominância da hidroeletricidade, que no seu conjunto perfaz
cerca de 96% da potência total instalada. Só Cahora Bassa atinge 91% dessa potência, como se pode
observar no Anexo 2, onde se apresenta a lista das centrais elétricas em Moçambique, o respetivo
tipo e potência. Além disso, no Anexo 3 encontra-se uma figura retirada de Uamusse et al. (2015), na
qual é possível observar a distribuição atual dos principais aproveitamentos hidroelétricos em
Moçambique, o peso que representa Cahora Bassa e o seu isolamento em relação ao resto do país.

De acordo com Uamusse et al. (2015), o potencial estimado para a energia hidroelétrica em
Moçambique é de cerca de 14000 MW, estando já desenvolvidos cerca de 2300 MW, dos quais
2075 MW respeitam o aproveitamento de Cahora Bassa, no rio Zambeze. No entanto, cerca de 85%
da produção energética da Hidroelétrica de Cahora Bassa – HCB é exportada, essencialmente para a
África do Sul (1400 MW), devido à fraca infraestrutura de distribuição de eletricidade em Moçambique.

O governo tem colocado a eletrificação rural como uma componente importante dos seus programas
de desenvolvimento de combate à pobreza extrema. A ligação à rede elétrica de transmissão de novos
aproveitamentos hidroelétricos é uma condicionante com relevância na viabilidade técnica e
económica desses aproveitamentos enquanto que a ligação da rede nacional à rede dos países
vizinhos condiciona a importação e a exportação de energia.

No contexto do planeamento hidroelétrico é, assim, absolutamente necessário conhecer a rede elétrica


existente e o planeamento da sua expansão. Na Figura 4 é possível observar tal rede, bem como as
projeções de novas linhas. Está prevista a construção de duas linhas com especial importância: uma

22
que vai ser a “Espinha Dorsal” de Moçambique, indo desde o Songo (Cahora Bassa) até à zona do
Maputo, representada a tracejado azul; e outra que sai de Matambo e vai até Nampula via Phombeya
e Cuamba, representada a tracejado verde. Esta última linha será muito importante para a ligação dos
aproveitamentos que venham a ser construídos na bacia do Lúrio.

Figura 4 - Rede elétrica de transmissão de Moçambique (Fonte: EDM Eletricidade de Moçambique -


Direção da Rede de Transporte).

23
24
CAPÍTULO 3 | CASO DE ESTUDO
3.1. Características geográficas da bacia do rio Lúrio

Quase todos os rios de Moçambique seguem, aproximadamente, o sentido de oeste para este,
desaguando no Canal de Moçambique, ou seja, na zona do Oceano Índico situada entre o continente
africano e a ilha de Madagáscar. O rio Lúrio é inteiramente moçambicano, nascendo no extremo sul
da província do Niassa, a oeste da cidade de Cuamba, e estabelecendo a fronteira administrativa entre
a província de Nampula, na margem direita, e as províncias do Niassa e de Cabo Delgado, na margem
esquerda, respetivamente a oeste e a leste. Percorre cerca de 500 km e desagua no Canal de
Moçambique, entre as cidades de Pemba e Nacala. Na Figura 5 apresenta-se a localização do rio
Lúrio em Moçambique.

Figura 5 - Localização do rio Lúrio em Moçambique.

O Lúrio, sendo um rio relativamente rico, exclusivamente nacional e com uma baixa utilização,
apresenta um bom potencial para o desenvolvimento sustentável dos seus recursos hídricos no
interesse da variedade de consumidores na bacia.
2
A bacia do Lúrio cobre uma área de aproximadamente 61000 km e está sujeita a um clima tropical,
caraterizado por duas estações bem distintas: seca e húmida. A atividade económica na bacia é
2
dominada, maioritariamente, pela agricultura e apenas 8% da sua área total (5000 km ) está ocupada,

25
essencialmente por pequenos núcleos dispersos. No Anexo 1 é possível observar a localização da
bacia do rio Lúrio no contexto de Moçambique, onde está identificada com o número 11.

As disponibilidades de água em toda a bacia do Lúrio são abundantes face às necessidades de água
atuais para diversos fins, existindo um enorme potencial para o desenvolvimento do aproveitamento
dos seus recursos hídricos. Atualmente é utilizado menos de 1% dos recursos disponíveis.

3.2. Agricultura

Sem qualquer margem para dúvida, o instrumento de uso direto que deve ser reportado em primeiro
lugar, na bacia do Lúrio, é o desenvolvimento da agricultura, visto ser o principal setor socioeconómico
da região. No contexto de um plano de recursos hídricos, o objetivo central será, em concreto, o
desenvolvimento do regadio de pequena escala, tendo como ator principal as famílias rurais. A
população, predominantemente rural, dedica-se essencialmente a atividades agrícolas de pequena
escala típicas de uma agricultura de subsistência. Complementarmente, dedica-se também à pecuária
familiar (aves e caprinos, fundamentalmente) e à pesca. O potencial para o desenvolvimento das
atividades agrícolas na bacia é enorme, mas encontra-se atualmente condicionada pela inexistência
das infraestruturas hidráulicas necessárias para a prática da agricultura de regadio. Também as outras
infraestruturas necessárias ao desenvolvimento agrícola e pecuário falham: rede rodoferroviária qua
garanta o acesso aos mercados, rede elétrica que permita o funcionamento de unidades
agroindustriais, rede de frio, etc.

A regulação do caudal para compensar as variações sazonais, transferindo caudais para a época seca
e reduzindo as cheias, são pré-requisitos para um desenvolvimento socioeconómico sustentável.
Existe, assim, uma grande preocupação em aumentar a garantia da segurança alimentar e o
desenvolvimento rural sustentável e equilibrado da bacia, preconizando-se o incremento da atividade
agrícola e da respetiva produção através da expansão das áreas irrigadas e da melhoria da
produtividade. Tais ações devem assegurar a expansão da cadeia de valor, a fixação de riqueza e a
geração de emprego na região.

A Estratégia Nacional de Desenvolvimento (Governo de Moçambique, 2014) prevê a criação de 7


Novas Centralidades Agrícolas para a Bacia do Lúrio: Lalaua, Mecubúri, Ribaué, Malema, Gurué, Alto
Molocué e Milange. Na Figura 6 é possível observar a bacia hidrográfica do rio Lúrio, delimitada a
azul, e as áreas com potencial para o regadio de grande escala, sinalizadas a verde.

26
Figura 6 - Áreas da bacia hidrográfica do rio Lúrio com potencial para o regadio de grande escala
(Fonte: Projeto da CDVRL).

Em 2015, a Procesl e a Consultec, em parceria com o Governo de Moçambique e o Instituto Nacional


de Irrigação, desenvolveram o Programa Nacional de Irrigação de Moçambique (Procesl et al., 2015).
Este programa incluiu as seguintes ações: inventário e mapeamento dos projetos de irrigação
existentes e das áreas com potencial para investimento em irrigação com base nas abordagens de
bacias hidrográficas; cenários de desenvolvimento da irrigação no país; análise da aptidão dos solos
para a irrigação; e estimativas das necessidades de água das culturas e das disponibilidades de água
para as bacias hidrográficas.

De acordo com o Programa Nacional de Irrigação (PNI), o estudo da aptidão dos solos para a irrigação
em Moçambique indica que, de entre as bacias hidrográficas com maior área potencialmente irrigável,
a bacia do rio Lúrio é a que garante maior percentagem da área total. Verifica-se que em Moçambique
há potencial para irrigar cerca de 14.8 milhões de hectares. No Anexo 4 apresenta-se um resumo das
bacias que contribuem com aproximadamente 80% dessa área potencialmente irrigável.

Uma variável preponderante quando se estuda o potencial de irrigação de uma região é a estimativa
das necessidades de água das culturas que se pretendem irrigar. O PNI estimou essas necessidades
através do balanço hídrico do solo cultivado, ou seja, considerou que parte das necessidades de água
são satisfeitas pela precipitação, pela reserva de água do solo e pela ascensão capilar e que há perdas
de água que correspondem à evapotranspiração, à percolação e ao eventual escoamento à superfície
do solo. Para tal foi necessário recorrer a dados meteorológicos, como a precipitação e a
evapotranspiração de referência, mas também identificar as culturas a caraterizar, divididas entre
culturas alimentares, como a alface, o amendoim e o arroz, e culturas de rendimento, como a cana de
açúcar, a soja e o tabaco. O coeficiente cultural, por exemplo, é essencial na caracterização das
culturas, sendo um coeficiente adimensional específico para cada uma delas, num dado momento do
seu estado vegetativo e para um determinado teor de humidade do solo (Procesl et al., 2015).

27
No Anexo 5 apresentam-se os valores das necessidades totais de água anuais, em mm, para 30
culturas diferentes, para o percentil 80, ou seja, 80% das culturas têm necessidades líquidas anuais
de água de rega inferiores ao valor apresentado.

Com base nos estudos das áreas potencialmente irrigáveis, o PNI identificou os corredores de
desenvolvimento agrícola prioritários em Moçambique, estruturados ao longo das principais linhas
férreas do País, por sua vez ligadas aos principais portos: Maputo, Beira e Nacala. As linhas férreas e
os portos facilitam o transporte, distribuição e exportação da produção agrícola, sendo assim cruciais
na análise do potencial de crescimento da irrigação. Moçambique tem excelentes condições para
crescer como país exportador de produtos agrícolas. No Anexo 6 encontra-se uma figura, retirada do
PNI (2015), onde estão apresentados os corredores de desenvolvimento identificados, que têm um
enorme peso na definição das áreas a serem priorizadas no desenvolvimento da irrigação. Realça-se
o corredor roxo, correspondente à linha de Nacala, que pela sua localização indica a bacia do Lúrio
como área prioritária para o desenvolvimento da irrigação.

3.3. Energia

Moçambique necessita com urgência de um fornecimento de energia elétrica com qualidade e


quantidade suficientes para apoiar o desenvolvimento do país no seu todo e, em particular, ao nível
regional. Sem um abastecimento adequado e seguro de energia elétrica, o desenvolvimento do setor
agrícola e das indústrias extrativas está muito condicionado.

A segurança na distribuição de energia elétrica tem duas vertentes fundamentais: a produção de


energia e o seu transporte e distribuição. A segurança do fornecimento elétrico só será conseguida se
houver uma intervenção coordenada naquelas duas vertentes. Assim, o desenvolvimento de uma
região depende muito da vontade política e da capacidade dos seus governantes para atraírem
investidores, dando-lhes segurança quanto aos seus investimentos e proporcionando-lhes boas
condições básicas para o desenvolvimento dos seus projetos. Um só megaprojeto atraído para uma
zona altera por completo as condições dessa região e provoca um desenvolvimento induzido em todas
as atividades económicas com ele relacionadas.

A bacia do rio Lúrio, apesar de não dispor de um regime de caudais favorável, dada a sua variabilidade
ao longo do ano, apresenta um potencial hidroelétrico que ultrapassa as necessidades a longo prazo
da bacia, podendo contribuir, quer para a exportação de energia para os países vizinhos e para outras
regiões de Moçambique, quer para o abastecimento das cidades costeiras que se encontram perto da
bacia, nomeadamente Pemba e Nacala. Deste modo, o potencial de energia hidroelétrica do rio Lúrio
deve ser considerado no contexto internacional, nacional e regional.

O desenvolvimento da região abrangida pela bacia do Lúrio muito ganharia com investimento na
construção de aproveitamentos de fins múltiplos, incluindo a componente hidroelétrica, e nas
infraestruturas hidráulicas necessárias, que fosse indutor do aparecimento de novas indústrias e da
melhoria da qualidade de vida para a região.

28
O desenvolvimento económico e social das quatro províncias abrangidas pela bacia hidrográfica do rio
Lúrio, nomeadamente, Nampula, Cabo Delgado, Niassa e Zambézia, está fortemente condicionado
pela escassez de produção e da oferta de energia e também pela limitação das redes de transporte e
de distribuição existentes. O desenvolvimento do potencial hidroelétrico do rio Lúrio, já há muito
identificado, contribuirá de forma muito relevante para ultrapassar este forte constrangimento. O rio
oferece também a possibilidade de construção de barragens dotadas de grandes albufeiras cuja
capacidade de armazenamento é essencial para ultrapassar a acentuada variabilidade de caudais ao
longo do ano. A relativa escassez de recursos hídricos da bacia do rio Lúrio e a não uniformidade da
distribuição temporal do escoamento, com concentração dos maiores caudais nos meses de dezembro
a junho e com caudais muito baixos nos restantes meses do ano, aumenta a importância relativa dos
aproveitamentos com capacidade de armazenamento e consequente possibilidade de regularização
de caudais ao longo do ano.

A única barragem existente na bacia do rio Lúrio construída para produção de energia hidroelétrica é
a barragem de Cuamba, próxima da cidade com o mesmo nome e cuja localização pode ser observada
na Figura 4, no âmbito da rede elétrica, e no Anexo 3, que apresenta a distribuição dos principais
aproveitamentos hidroelétricos em Moçambique. Este aproveitamento, com apenas 1.0 MW de
potência instalada, situa-se na Serra de Mitúcue, a uma altitude de cerca de 1000 m, no rio Mepopole,
afluente de quarta ordem do rio Lúrio, e dista cerca de 30 km da cidade de Cuamba.

O desenvolvimento do potencial hidroelétrico do rio Lúrio deve ser levado a cabo numa ótica integrada
com a satisfação da procura de água para outros usos também prioritários (abastecimento de água às
populações e rega), tendo em vista, por um lado, o aproveitamento mais racional dos recursos hídricos,
e por outro a partilha de custos de investimento em infraestruturas comuns (barragens e adutoras,
nomeadamente). Deve ainda acompanhar o desenvolvimento dos eixos principais da rede elétrica
nacional e sua interligação com as redes dos países vizinhos e simultaneamente potenciar a
eletrificação da região, como condição para a valorização dos investimentos a realizar. Mais uma vez,
importa realçar que o rio Lúrio é completamente nacional pelo que a gestão dos seus recursos hídricos
é totalmente independente dos países vizinhos e inteiramente do proveito nacional.

Atualmente, a bacia do rio Lúrio é atravessada por duas linhas de 110 kV, nomeadamente, a que vai
de Alto Molocué a Lichinga e a que vai de Nampula a Nacala. Paralelamente à bacia, do lado Sul,
desenvolve-se a linha de 220 kV que vai de Alto Molocué a Nampula. Tal pode ser observado na
Figura 4, onde essas linhas estão representadas a traço contínuo vermelho, no norte do país.

3.4. Estudos do rio Lúrio

A bacia hidrográfica do rio Lúrio é cada vez mais valorizada pelo seu potencial hidroelétrico, visto que
a concretização desse potencial será uma forte alavanca para o desenvolvimento da região centro e
norte de Moçambique. Alguns dos aproveitamentos hidroelétricos previstos para a bacia do Lúrio já
foram objeto de estudo e projetos com desenvolvimento suficiente para permitir avançar com rapidez
para a sua construção. De seguida apresentam-se os estudos realizados pela Hidrotécnica

29
Portuguesa, em 1980, pela Norconsult e SwedPower, em 2004, e pela Black & Veatch International
Company, em 2007.

Estudo da Hidrotécnica Portuguesa (HP & DNA, 1980)

Os estudos realizados pela HP, em 1980, incluíram uma análise completa da bacia do rio Lúrio. A
empresa foi contratada pela Direção Nacional das Águas (DNA) de Moçambique para conduzir um
exaustivo estudo hidrológico da bacia e um levantamento dos potenciais de capacidade de
armazenamento de água e do potencial hidroelétrico e das instalações hidráulicas.

Visando a rega e a produção de energia elétrica, foram selecionados 17 locais em Moçambique com
condições topográficas e geológicas adequadas à criação de armazenamento de água, com
capacidade ajustada à área da bacia denominada e à regulação dos respetivos escoamentos. No
Anexo 7 encontra-se a lista dos locais selecionados pela HP e as características de cada proposta.

As áreas de regadio foram selecionadas atendendo às disponibilidades hídricas estimadas para cada
um dos possíveis aproveitamentos hidráulicos, às dotações anuais de rega exigidas pelo clima da
região, às próprias características dos solos (mais aptos e de fácil adaptação ao regadio) e a critérios
de economicidade no estabelecimento de redes de adução e distribuição.

O estudo apurou que de 2 000 000 ha com possibilidades de utilização agrícola, cerca de 550 000 ha
distribuídos por treze aproveitamentos/perímetros poderiam ser aproveitados em regime de regadio,
com disponibilidades hídricas garantidas em 80% dos anos. Além disso, neste estudo constata-se que
os aproveitamentos com maior perímetro de impacto situam-se nas margens do rio Lúrio, tendo como
origem de água as albufeiras dos aproveitamentos do Lúrio 3 (Ocua) e do Lúrio 4.

A tomada de decisão relativamente à construção das infraestruturas hidráulicas pressuporia o


prosseguimento dos estudos inerentes a esse tipo de aproveitamentos. Atendendo aos prazos,
normalmente longos, que os estudos dessa natureza requerem, bem como à necessidade de
adequado faseamento dos mesmos, à distribuição da densidade populacional na bacia, às
potencialidades dos diversos aproveitamentos e aos níveis dos correspondentes investimentos,
estabeleceu-se no estudo em referência a seguinte ordem de prioridade: 1ª Alto Malema e Namparro;
2ª Lúrio 3 e Lúrio 2; 3ª Nihuregè e Niouce-Mepuipui.

No que respeita à componente da hidroeletricidade, importa referir que o estudo da HP foi pioneiro na
avaliação do potencial hidroelétrico de toda a bacia do Lúrio.

Estudo da Norconsult/SwedPower (EDM & Norconsult/SwedPower, 2004)

Décadas mais tarde, a Norconsult e a SwedPower (N/SP), em parceria com o Ministério da Energia de
Moçambique, estudaram o Plano Diretor de Eletricidade de Moçambique (PDEM), cujo objetivo
principal foi definir um plano para o desenvolvimento de projetos de ampliação, reabilitação e reforço
da rede elétrica do país. No entanto, o PDEM também incluiu o desenvolvimento e a definição de

30
alguns cenários de geração de energia elétrica, entre eles, os três aproveitamentos localizados no rio
Lúrio já previstos pela Hidrotécnica Portuguesa: de montante para jusante, o Lúrio 3, também chamado
de Ocua; o Lúrio 2, designado por Quedas; e o Lúrio 1.

As principais caraterísticas destes três aproveitamentos referidos, e que, no entretanto, não haviam
sofrido alterações significativas relativamente às definidas pela Hidrotécnica Portuguesa em 1980,
estão resumidas no Quadro 3.

Quadro 3 - Locais selecionados pela Norconsult para a construção de barragens (EDM &
Norconsult/SwedPower, 2004).

Altura Área Capacidade Potencial Perímetros /


Desenvolvimento
Barragens Finalidade Máx. Albufeira Armazenamento Instalada Área de
Coroamento (m) 2 6 3
(m) (km ) (x10 m ) (MW) Regadio (ha)

Energia +
Lúrio 3 (Ocua) 40 5700 302 3409 2 x 30 177 000
Rega

Lúrio 2
Energia 64 870 - - 3 x 40 -
(Quedas)

Lúrio 1 Energia 72 1950 100 1270 3 x 40 -

O estudo identifica os projetos de Ocua e Quedas como tendo uma excelente localização relativamente
à rede elétrica e muito mais perto dos locais de consumo do que, por exemplo, o aproveitamento de
Cahora Bassa. Deste modo, tais projetos contribuirão para o equilíbrio de geração de energia, para a
redução das perdas na transmissão e para o controlo de tensão na rede do nordeste de Moçambique.

As potências a instalar previstas nos estudos da HP e N/SP para o Lúrio 1, 2 e 3 foram, respetivamente,
de 120, 120 e 60 MW.

Estudo da Black & Veatch (Black & Veatch International Company, 2007)

O estudo realizado pela Black & Veatch (B&V) em 2007, com a Eletricidade de Moçambique (EDM),
analisa o potencial hidroelétrico do rio Lúrio no seu trecho mais a jusante, envolvendo os projetos
recomendados pela Norconsult em 2004, ou seja, o aproveitamento do Lúrio 1, com albufeira com
armazenamento significativo, localizado a cerca de 25 km da foz no Oceano Índico, o aproveitamento
do Lúrio 2 (Quedas), a fio de água (sem armazenamento) e localizado cerca de 45 km a montante do
Lúrio 1 e o aproveitamento do Lúrio 3 (Ocua), com albufeira de armazenamento e localizado
aproximadamente a 49 km a montante do Lúrio 2. As conclusões do estudo da B&V (2007) são
seguidamente sistematizadas.
6 3
• O Lúrio 1, com a queda de 66 m e a afluência anual média de 6850 x 10 m , representa um
projeto mais eficiente relativamente ao Lúrio 3, devido à elevada altura da sua barragem e por
o relevo ser muito mais acentuado. O Lúrio 3 (Ocua) com uma queda bruta da ordem dos
35 m requer turbinas do tipo Kaplan que são mais caras do que as do tipo Francis a utilizar no
Lúrio 1.

31
• O Lúrio 2 não apresenta as características de terreno necessárias para a implantação de uma
barragem com albufeira com volume significativo, sendo, por isso, explorada a fio de água e
carecendo de regularização a montante para a sua valorização.
2
• A albufeira do Lúrio 1 ocupará uma área de aproximadamente 100 km , exigindo o
reassentamento de aproximadamente 170 famílias/850 pessoas. No Lúrio 2 (Quedas) existem
cerca de 10 famílias, não havendo, contudo, necessidade da sua movimentação e
reassentamento. A área que seria inundada pelo Lúrio 3 (Ocua) é de aproximadamente
2
302 km sendo ocupada por cerca de 800 agregados familiares (aproximadamente 4000
pessoas).

• A albufeira do Lúrio 3 (Ocua) submerge terrenos férteis com potencial de agricultura extensiva.

Na avaliação da produção e do sistema de transporte de energia e eletrificação rural, refere-se que


sendo a proposta da HP referente ao Lúrio 2 composta por 3 unidades de 40 MW cada uma com
gerador próprio e transformador elevado (GSU) ligado aos barramentos de 110 kV, tal permitiria à EDM
fornecer os seus clientes da região nordeste e qualquer energia excedentária seria canalizada para os
consumidores da região central ou poderia ser exportada.

A avaliação do estudo de viabilidade mostra que a implementação bem-sucedida do projeto Lúrio 2


(Quedas) a fio de água iria provavelmente resultar em impactos positivos no desenvolvimento na área
coberta pelo estudo e, numa escala mais ampla, na região e em Moçambique. A implementação do
projeto contribuiria para o desenvolvimento económico de Moçambique e, provavelmente, para o bem-
estar económico da população local através da geração de novos empregos. O projeto é um exemplo
de uma gestão sustentável dos recursos hídricos, promovendo um aproveitamento de fins múltiplos
dentro dos limites de um projeto hidroelétrico, de desenvolvimento do turismo e de boas políticas
ambientais do Governo de Moçambique.

3.5. Sistema a explorar

Esta dissertação baseia-se nos dados recolhidos pela Hidrotécnica Portuguesa (HP), em 1980, bem
como nas propostas de desenvolvimento da Norconsult e SwedPower (N/SP), de 2004, e da Black &
Veatch (B&V), de 2007, com o objetivo de simular as potencialidades da bacia do rio Lúrio, em termos
de recursos hídricos.

O modelo criado pretende otimizar a exploração de um sistema baseado numa barragem com uma
albufeira de fins múltiplos (que será denominado de Ocua Lúrio), localizada perto da vila de Ocua, a
cerca de 119 km da foz do rio Lúrio no Oceano Índico. Aqueles fins envolvem a irrigação na bacia do
Lúrio, a produção de energia hidroelétrica e a regulação de caudais que permitam uma exploração
hidroelétrica constante nas quedas que se encontram 49 km a jusante de Ocua (identificadas por
Quedas Lúrio).

32
Na Figura 7 está representado um esquema simplificado do modelo de simulação a adotar, onde se
associa uma albufeira com armazenamento para exploração em termos de produção hidroelétrica e
abastecimento de água para irrigação (Ocua Lúrio), em cascata com um aproveitamento hidroelétrico
a fio de água puro (Quedas Lúrio), que beneficia da regulação de caudais provocada pela albufeira de
montante.

Figura 7 - Esquema simplificado do modelo de simulação a explorar.

Na Figura 8, obtida com base no programa Google Earth, estão sinalizadas as duas localizações
(Ocua e Quedas) e o seu enquadramento territorial. A vermelho, estão assinalados os locais da
barragem a implementar, Ocua Lúrio, e das quedas que se pretendem aproveitar do ponto de vista

Cabo Delgado

Nampula

Figura 8 - Localização do sistema a explorar, relativamente às vilas de Ocua e Namapa (Google Earth).

33
hidroelétrico, Quedas Lúrio. A figura mostra a posição do sistema a explorar em relação às províncias
de Cabo Delgado e Nampula e realça, a amarelo, as vilas de Ocua e Namapa. A vila de Ocua dá o
nome à albufeira que se pretende explorar enquanto que Namapa apresenta uma boa localização
relativamente aos dois aproveitamentos. A partir da estação hidrométrica com o mesmo nome
obtiveram-se as séries de dados hidrológicos mais completas, essenciais para a concretização do
modelo de simulação.

A Hidrotécnica Portuguesa (HP & DNA, 1980) previu a construção de uma barragem a jusante das
quedas, para otimizar a produção hidroelétrica. No entanto, o estudo mais recente da Black & Veatch
(Black & Veatch International Company, 2007) indica que o terreno não apresenta as caraterísticas
necessárias para a implantação de uma barragem de modo a criar uma albufeira com volume
significativo. Além disso, tal barragem é considerada uma solução cara e inaceitável do ponto de vista
ambiental por destruir completamente a paisagem e o interesse turístico das quedas do Lúrio. Assim,
como sugerido pela Black & Veatch, as cascatas, com uma queda potencial bruta de 65 m, serão
exploradas a fio de água, exigindo regularização a montante para a sua valorização energética.

Nesta linha de proteção da paisagem e do interesse turístico das quedas do Lúrio, as análises técnicas
realizadas pela Black & Veatch indicaram que uma opção mais rentável seria a construção de um canal
com tomada de água num açude de derivação construído na parte superior do planalto, a montante
das quedas. Este canal conduziria o caudal derivado ao longo do planalto, pela margem direita do rio
Lúrio, até uma câmara de carga a que se seguiria a conduta forçada que faria a ligação com a central
hidroelétrica, construída nessa mesma margem, mas a jusante das quedas. Esta disposição maximiza
a queda suscetível de ser aproveitada e minimiza os volumes de construção e a perturbação do
ambiente natural envolvente. O posicionamento de comportas no canal de adução poderia criar quedas
de água para fins turísticos e, em casos de elevado caudal de água do rio, a água simplesmente
passaria pelo canal superior, estando as quedas a funcionar como acontece atualmente.

A Figura 9, retirada dos estudos da Black & Veatch (Black & Veatch International Company, 2007),
apresenta uma fotografia aérea das quedas do Lúrio e um esquema com a proposta referida, onde se
observa o canal de desvio dos caudais afluentes às quedas, pela margem direita do rio, de forma a
fazer a ligação com a central hidroelétrica a jusante das quedas, sem prejudicar ambiental e
turisticamente esta zona de elevado potencial de interesse. Assinalada com um círculo vermelho, na
margem esquerda do rio, é possível observar uma casa que, habitualmente, é utilizada como base de
observação das quedas.

34
Figura 9 - Fotografia aérea das Quedas do Lúrio, esquema do circuito de derivação para o aproveitamento
hidroelétrico e localização do ponto de observação das quedas (Black & Veatch International Company, 2007).

35
36
CAPÍTULO 4 | DADOS DE BASE
4.1. Caraterísticas dos aproveitamentos

4.1.1. Albufeira com armazenamento (Ocua Lúrio)

Estando em causa uma albufeira com capacidade de encaixe (a do aproveitamento de fins múltiplos
de Ocua), existem conceitos relevantes, relacionados com níveis e volumes característicos em
albufeiras, a saber:

• Nível de Pleno Armazenamento (NPA): é a máxima cota atingida pela água armazenada,
correspondendo à cota do topo das comportas do descarregador de cheias ou à crista da
soleira do descarregador, se este não tiver comportas. O NPA pode ser mantido durante longos
períodos de tempo.

• Nível de Máxima Cheia (NMC): havendo amortecimento de cheias quando ocorre a cheia de
projeto, estando a albufeira inicialmente no NPA, o caudal de ponta é superior à capacidade
de vazão do descarregador, fazendo com que, durante um determinado período de tempo,
parte do escoamento afluente se acumule na albufeira, elevando o seu nível. Uma albufeira
não pode armazenar água em permanência acima do NPA, sendo esta uma situação que
ocorre apenas durante cheias, num intervalo de tempo reduzido.

• Nível do Coroamento da barragem (NC): é a cota obtida somando uma folga ao NPA ou ao
NMC, para evitar o galgamento da barragem devido, fundamentalmente, à ondulação gerada
pelo vento na albufeira.

• Volume Morto: representa a parcela da capacidade da albufeira que se reserva para ser
preenchida com os sedimentos transportados pelo rio que, ao serem retidos pela barragem,
se depositam. O volume de sedimentos é crescente com o tempo, pelo que volume morto
corresponde à estimativa no final da vida útil do aproveitamento.

• Nível Mínimo de Exploração (NME): embora dependendo da tipologia do aproveitamento, é a


cota a que se colocam as soleiras das tomadas de água e das descargas de fundo. É definido
tendo em conta o volume morto para garantir que os sedimentos depositados não
comprometem aquelas tomadas/descargas. Nas barragens cuja principal finalidade é o
aproveitamento hidroelétrico, onde a queda é importante, o NME pode situar-se acima da cota
da soleira das descargas de fundo.

• Capacidade da albufeira: volume total de água que a albufeira armazena quando o nível da
água é o NPA.

• Capacidade útil: é a diferença entre a capacidade da albufeira e o volume correspondente ao


NME, já que qualquer volume armazenado abaixo do NME não é facilmente utilizável.

37
Note-se também que, tanto o dimensionamento, como a exploração de uma albufeira exigem o
conhecimento das curvas dos volumes armazenados, V(h), e das áreas inundadas, A (h). A primeira
curva estabelece a relação entre o nível, h, da água na albufeira e o correspondente volume
armazenado, V, sendo muito importante, por exemplo, na exploração de uma albufeira quando se
pretende otimizar os volumes de água a utilizar, respeitando os limites impostos pelos NPA e NME. A
segunda curva estabelece a relação entre o mesmo nível h da água e a correspondente área, A, da
superfície da albufeira. A área inundada permite calcular o volume de água que precipita sobre a
albufeira e o que dela se evapora, num dado intervalo de tempo, a partir das alturas de precipitação e
evaporação.

Estando identificados os principais elementos que permitem caracterizar uma albufeira, apresentam-
se, no Quadro 4, as características relativas à barragem de Ocua, cuja exploração se pretende simular
neste estudo. Tais caraterísticas são coincidentes com as sugeridas pela Hidrotécnica Portuguesa, em
1980, mais tarde também adotadas pelos estudos da Norconsult/SwedPower e da Black & Veatch.

Quadro 4 - Características do aproveitamento Ocua Lúrio.

Características da barragem Ocua Lúrio

Tipo de barragem Aterro

Comprimento da crista 5.7 km

Nível do coroamento 265 m

Nível de pleno armazenamento 260 m

Nível mínimo de exploração 250 m

Nível de armazenamento morto 246 m

Nível da fundação 225 m

Altura da barragem 40 m

Queda bruta de produção 35 m

Capacidade instalada 2´30 MW (Kaplan)


8 2
Área da albufeira 3.02´10 m
9 3
Volume da albufeira 3.41´10 m

O Quadro 5 apresenta os valores referentes às curvas de áreas inundadas e volumes armazenados,


também conforme obtidos pela Hidrotécnica Portuguesa (1980).

38
Quadro 5 - Curvas de áreas inundadas e de volumes armazenados da albufeira de Ocua Lúrio.

Área inundada Volume armazenado


Cota (m) 2 6 3
(km ) (10 m )

230 9 20

235 27 110

240 56 310

245 97 680

250 151 1270

255 214 2160

260 302 3410

Tendo por base estes dados, foi feita uma interpolação linear para a obtenção dos valores da área
inundada e do volume armazenado correspondentes a cada cota, aproximada ao decímetro. Esses
valores estão representados no Anexo 8.

Na Figura 11 e na Figura 10 representam-se as curvas objeto do quadro anterior.

265 265
260 260
255 255
Cota h (m)
Cota h (m)

250 250
245 245
240 240
235 235
230 230
225 225
0 100 200 300 0 1000 2000 3000 4000
Área inundada A (km2) Volume armazenado V (106 m3)

Figura 11 - Albufeira de Ocua Lúrio. Curva de áreas Figura 10 - Albufeira de Ocua Lúrio. Curva característica
inundadas em função da cota, A(h). de volumes armazenados em função da cota, V(h).

4.1.2. Aproveitamento a fio de água (Quedas Lúrio)

Em relação ao aproveitamento hidroelétrico Quedas Lúrio, a jusante de Ocua Lúrio, pretende-se


aproveitar as famosas cascatas do Lúrio em regime de fio de água, ou seja, sem armazenamento
significativo, tal como esquematizado na anterior Figura 9.

De acordo com a proposta da Hidrotécnica Portuguesa (1980), a queda bruta aí utilizável é de 65 m e


as turbinas a instalar serão do tipo Francis (3 turbinas de 40 MW). Apesar das modificações
consideráveis sugeridas pela Black & Veatch em 2007 e adotadas neste estudo, mantiveram-se a
queda e as potências a instalar indicadas pela HP.

39
4.2. Dados hidrológicos

Em primeiro lugar, é importante referir que as variáveis hidrológicas, como a precipitação, o


escoamento ou a evaporação, são influenciadas por ciclos anuais. Tanto em Portugal como em
Moçambique nota-se que a precipitação e o escoamento atingem valores elevados de dezembro a
abril, enquanto que de junho a setembro os valores são bastante baixos. Por outro lado, verificam-se
anos em que ocorre elevada precipitação e grandes escoamentos ao passo que noutros anos a
precipitação e, logo, o escoamento são escassos.

Ao utilizar-se o ano civil para análise de valores acumulados anuais de precipitação ou de escoamento,
entre outros, seria necessário repartir por dois anos uma mesma época húmida (dezembro a abril),
sendo que condições hidrológicas, por exemplo, muito húmidas ou muito secas em dezembro seriam,
muito possivelmente, indicativas de condições afins no início do ano seguinte. Haveria, assim, uma
espécie de “transferência” dos condicionalismos hidrológicos entre anos civis consecutivos. Deste
modo, com o objetivo de obter uma época húmida completa por incremento de tempo, e muito
pertinentemente, de assegurar a independência temporal dos valores anuais da generalidade das
variáveis hidrológicas envolvendo quantitativos de água, o intervalo de tempo de 12 meses por regra
adotado em estudos hidrológicos é o designado ano hidrológico. Tal ano inicia-se após um período de
acentuado défice hídrico de modo a que os valores de variáveis hidrológicas, como a precipitação ou
o escoamento, quando referidos ao ano hidrológico, em nada são influenciados pelos valores dessas
variáveis referentes ao ano hidrológico precedente e em nada influenciam os valores no ano
subsequente. Tanto em Portugal, como em Moçambique adota-se como ano hidrológico o período de
1 de outubro a 30 de setembro.

O conhecimento das condições meteorológicas e hidrológicas da bacia do Lúrio é essencial para que
se consiga fazer uma simulação fidedigna da exploração da albufeira Ocua Lúrio e,
consequentemente, do aproveitamento Quedas do Lúrio.

As principais variáveis hidrológicas a ter em conta aquando da exploração de uma albufeira são o
escoamento afluente, a precipitação e a evaporação. No caso de estudo, os correspondentes registos
foram obtidos nas proximidades da vila de Namapa situada entre os dois aproveitamentos, Quedas e
Ocua. Na Figura 8, apresentada anteriormente, é possível observar a localização daquela vila
relativamente aos aproveitamentos que se pretende simular.

Concretamente, foi possível recolher dados hidrológicos, no período de 18 anos consecutivos, entre
1963/1964 e 1980/1981, relativos aos caudais médios diários, às evaporações e às precipitações
mensais, com os quais se pretende fazer uma simulação mensal.

Os registos de caudais médios diários respeitam à estação hidrométrica de Namapa (EL128), tendo
sido obtidos através da Direção Nacional das Águas (DNA). Os correspondentes valores mensais são
apresentados no Anexo 9.

Na Figura 12 representam-se os caudais médios mensais ao longo dos primeiros dez anos
hidrológicos observados (1963/64 - 1972/73). Como referido anteriormente, é notória a variabilidade

40
dos escoamentos superficiais, sendo clara a alternância entre a estação seca e a estação húmida, ao
longo de cada ano, mas também entre anos consecutivos.

É assim reforçada a necessidade de se recorrer a albufeiras para adequar os escoamentos afluentes


em regime natural às necessidades de consumo, através do armazenamento de água nos períodos
húmidos, quando os caudais excedem a procura, e sua posterior utilização durante os períodos secos.

1800.00

1600.00
Caudal médio mensal (m3/s)

1400.00

1200.00

1000.00

800.00

600.00

400.00

200.00

0.00
1963 1965 1967 1969 1971 1973
Mês

Figura 12 - Estação hidrométrica de Namapa (EL128). Caudais médios mensais entre 1963/64 e
1972/73.

Para caracterizar a variabilidade intra-anual dos caudais em regime natural recorreu-se à


representação, dada pela Figura 13, das médias, no período de 18 anos adotado no estudo, dos
caudais médios mensais. Em tal figura estão claramente realçadas as estações seca e húmida. O mês
3
com menores caudais superficiais é outubro (média de 5.04 m /s), enquanto que o mês com os caudais
3
mais elevados é fevereiro (média de 830.82 m /s).

A evaporação e a precipitação são variáveis climáticas essenciais no que diz respeito à simulação da
exploração de uma albufeira. O espelho de água assim criado pode apresentar uma superfície
considerável que interage com a atmosfera, tendo perdas (evaporação) ou ganhos de água
(precipitação).

41
900
800
Média do caudal mensal (m3/s)
700
600
500
400
300
200
100
0

Mês

Figura 13 - Estação hidrométrica de Namapa (EL128). Médias, no período de 18 anos, entre 1963/64 e
1980/81, dos caudais médios mensais.

A evaporação é o processo pelo qual a água passa do estado líquido para o estado gasoso,
dependendo da existência da energia necessária a essa passagem (de origem solar), da temperatura
do ar e da superfície evaporante, da velocidade do vento responsável pela renovação do ar com
consequente afastamento do vapor de água formado, da pressão atmosférica, das caraterísticas
geométricas do reservatório, de substancias contidas na água e de plantas aquáticas. É um processo
que intervém no balanço hídrico de um sistema, fundamental para estabelecimento de necessidades
ou dotações de rega e responsável por perdas de água significativas a partir da superfície livre de
albufeiras.

A evaporação e a evapotranspiração (processo conjunto de evaporação e de transpiração de plantas


e seres vivos) podem ser avaliadas diretamente, por meio de dispositivos específicos, como
evaporímetros (Piche, tina...) e evapotranspirómetros, ou através da aplicação de fórmulas, muitas
vezes de natureza empírica, tais como a fórmula de Penman, que indica a evaporação a partir de
superfícies de água pouco profundas, as fórmulas de Thornthwaite e de Turc, que indicam a
evapotranspiração potencial, e a fórmula de Penman-Monteith, que revela a evapotranspiração cultural
de referência.

No presente caso, os valores de evaporação mensal foram obtidos na estação climatológica de


Namapa, através de um evaporímetro de Piche. Ao contrário do que acontece com um evaporímetro
por tina, tais registos fornecem diretamente a evaporação a partir da albufeira, não necessitando de
ser corrigidos por afetação por um coeficiente do evaporímetro. O evaporímetro de Piche é um tubo
com água destilada em cuja base existe um disco de papel poroso, de onde a água se evapora ao
longo do tempo. É possível medir a variação no nível da água no evaporímetro ao longo de um
determinado período de tempo e, assim, obter os registos de evaporação.

42
No Anexo 10 são apresentados os valores mensais de evaporação utilizados no estudo e na Figura
14, à semelhança da Figura 13, representam-se os valores médios da evaporação ao longo dos
sucessivos meses do ano hidrológico.

O gráfico da Figura 14 é, por assim dizer, assimétrico em relação ao da Figura 13, o que confirma a
existência de duas estações do ano com climas diferentes. A estação seca é constituída pelos meses
com menor escoamento superficial e mais elevada evaporação, enquanto que na estação húmida o
cenário se reverte para ambas as variáveis.

O mês de fevereiro apresenta a menor evaporação média (108 mm), e o mês de outubro, a mais
elevada (245 mm).

300

250
Média da evaporação mensal (mm)

200

150

100

50

Mês

Figura 14 - Estação climatológica de Namapa (EL128). Médias, no período de 18 anos, entre 1963/64 e
1980/81, das evaporações mensais.

Os dados relativos à precipitação mensal foram também recolhidos na estação climatológica de


Namapa e são apresentados no Anexo 11. Na Figura 15 representa-se, à semelhança do que se fez
para o escoamento e para a evaporação, as precipitações médias mensais no período de 18 anos
hidrológicos adotado no estudo. A informação constante desta figura é particularmente relevante para,
mais tarde, se decidir quais os meses em que a atividade agrícola carece de maiores necessidades de
irrigação.

43
350

300
Média da precipitação mensal (mm)

250

200

150

100

50

Mês

Figura 15 - Estação climatológica de Namapa (EL128). Médias, no período de 18 anos, entre 1963/64 e
1980/81, das precipitações mensais.

Como se observa pela Figura 15, e como sucedido no caso dos escoamentos, o mês com menor
precipitação é outubro, apresentando a média de 3 mm, e o mês com maior precipitação é fevereiro,
com a média de 319 mm.

A caracterização do escoamento, da precipitação e da evaporação, evidencia muito claramente as


grandes disparidades climáticas no norte de Moçambique, entre a época húmida e a época seca. Este
facto condiciona bastante a utilização regular do recurso água, introduzindo constrangimentos no que
respeita à satisfação das necessidades hídricas na região, nomeadamente para irrigação e para
produção de energia hidroelétrica.

A criação de uma albufeira capaz de armazenar os excedentes da água nas épocas húmidas para
utilização nas épocas secas traria grandes benefícios do ponto de vista de uma gestão integrada dos
recursos hídricos disponíveis.

A barragem Ocua Lúrio, não só permitiria o armazenamento de água para fins múltiplos ao longo de
todo o ano, como facilitaria a regularização de caudais a jusante, de forma a garantir uma maior
uniformidade nos escoamentos afluentes ao aproveitamento das Quedas Lúrio, tornando-o mais
proveitoso e eficiente.

44
No que diz respeito ao caudal ecológico, assume-se que este representa, para cada mês, 5% da média
dos escoamentos afluentes relativos a esse mês, ao longo dos 18 anos hidrológicos em estudo. Assim,
no Quadro 6 apresenta-se a média dos escoamentos afluentes a cada mês, também representados
no gráfico da Figura 13, e o caudal ecológico correspondente, ou seja, 5% do primeiro.

Quadro 6 - Média dos escoamentos mensais afluentes e caudal ecológico correspondente.

Escoamento médio por Caudal ecológico


Mês 3 3
mês (m /s) (m /s)

Outubro 5.04 0.25

Novembro 7.35 0.37

Dezembro 119.31 5.97

Janeiro 484.77 24.24

Fevereiro 830.82 41.54

Março 746.93 37.35

Abril 441.22 22.06

Maio 130.38 6.52

Junho 55.05 2.75

Julho 34.04 1.70

Agosto 20.06 1.00

Setembro 11.31 0.57

4.3. Agricultura e energia

As necessidades mensais de irrigação foram identificadas com base no Programa Nacional de


Irrigação (Procesl et al., 2015), referido anteriormente. Tendo em conta que estes consumos
dependem do tipo de cultura que se pretende irrigar, optou-se por escolher uma cultura de rendimento
(comercializável), pela maior facilidade de conversão para índices económicos, e que possa
representar de forma conservativa as restantes culturas representadas no Anexo 5.

A cultura escolhida foi a cana de açúcar, por ser a que implica maiores necessidades de irrigação
(783 mm/ano), quando comparada com as outras culturas de rendimentos principais, a soja e o tabaco.
Estas três culturas estão assinaladas a azul no Anexo 5. Além disso, a cana de açúcar é caracterizada
pela regularidade com que se extrai o açúcar, ao longo de praticamente todo o ano, sendo este um
fator importante do ponto de vista económico.

O PNI inclui uma série temporal de 19 anos, de 1983 até 2012, com as necessidades mensais de água
das diferentes culturas estudadas, relativa à região de Namapa. No Quadro 7 apresenta-se a média
das necessidades de cada mês, ao longo da série fornecida, para que possam ser adaptadas à série
temporal em estudo. Os valores obtidos a partir do PNI correspondem às necessidades teóricas, que

45
não integram as eficiências de transporte e aplicação. Assim, adotou-se um fator de 0.6, pelo qual se
dividiram os valores teóricos, de forma a contabilizar essas perdas de forma conservativa, assumindo-
se 40% de perdas.

Quadro 7 - Média das necessidades mensais da cana de açúcar ao longo do período 1983-2012, em Namapa
(Procesl et al., 2015).

Necessidades Necessidades com


Mês
teóricas (mm) contabilização de perdas (mm)

Janeiro 1.4 2.3

Fevereiro 0.0 0.0

Março 0.0 0.0

Abril 19.7 32.8

Maio 76.2 127.1

Junho 100.4 167.3

Julho 86.5 144.1

Agosto 92.5 154.2

Setembro 112.4 187.4

Outubro 103.0 171.7

Novembro 65.4 108.9

Dezembro 9.3 15.5

Note-se que os meses de Fevereiro e Março não apresentam quaisquer necessidades de água. Tal é
justificável principalmente por serem os meses mais chuvosos, como se observa pela Figura 15, onde
estão representadas graficamente as médias mensais de precipitação, para a série hidrológica em
estudo. No Quadro 8 é possível observar essas médias mensais de precipitação e verificar uma certa
discordância entre esses valores e os relativos às necessidades hídricas da cultura da cana de açúcar.

Quadro 8 - Média das precipitações mensais ao longo do período 1963-1981 (Namapa).

Mês Média das precipitações (mm)

Janeiro 198

Fevereiro 319

Março 289

Abril 178

Maio 51

Junho 21

Julho 13

Agosto 8

46
Mês Média das precipitações (mm)

Setembro 4

Outubro 3

Novembro 3

Dezembro 51

Pretende-se adotar valores de base para a quantificação dos benefícios económicos provenientes de
um determinado número de hectares irrigados para a produção da cana de açúcar em Moçambique.
Importa frisar que estes valores económicos assumidos não têm consistência técnica, por ser
necessário um estudo bastante mais elaborado e que foge ao foco da presente dissertação. Posto isto,
sabe-se que é possível retirar em média 70 ton/ano de cana de açúcar a partir de um hectare irrigado,
o que corresponde a cerca de 8 ton de açúcar. A tonelada de açúcar, por sua vez, traduz-se num
benefício económico aproximado de 250 dólares, pelo que se conclui a aproximação de benefícios
económicos de 2000 $/ha/ano.

No entanto, esse valor seria demasiado irrealista, por não considerar certos pressupostos. Assim,
tendo em conta que nem toda a área assumida é irrigada, que haverá mais culturas a serem cultivadas
nesses hectares e que não possuem tanto rendimento económico, que existem perdas de todo o tipo
que podem também por em causa um valor assumido de benefícios e que o regadio local de
subsistência tem uma dimensão bastante considerável nesta região e não apresenta benefícios
económicos diretos em termos de comercialização de produtos cultivados, apesar de apresentar
enormes benefícios sociais, opta-se, neste estudo, por diminuir esse valor de base para a quantificação
de benefícios económicos para 500 $/ha/ano. É importante sublinhar que, apesar deste valor não ter
a consistência técnica desejada, o modelo está preparado para receber esta informação, podendo ser
alterada desde que nas unidades estabelecidas.

Deste modo, sabendo para cada ano a percentagem de volume de água efetivamente utilizada como
consumo de irrigação, o número de hectares a irrigar e o valor correspondente ao benefício económico
unitário de um hectare por ano, obtém-se o benefício económico anual através da seguinte equação:

𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓í𝑐𝑖𝑜𝑠 𝑒𝑐𝑜𝑛ó𝑚𝑖𝑐𝑜𝑠 $ = % 𝑁𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑐𝑢𝑚𝑝𝑟𝑖𝑑𝑎𝑠 × 𝑛º ℎ𝑒𝑐𝑡𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑎 𝑖𝑟𝑟𝑖𝑔𝑎𝑟 × 500 $ ℎ𝑎 𝑎𝑛𝑜 (1)

No caso da produção hidroelétrica, importa frisar que foram admitidas como propostas iniciais as
potências hidroelétricas instaladas sugeridas pela B&V (2007), de 60 MW e 120 MW, para Ocua Lúrio
e Quedas Lúrio, respetivamente. Estes valores foram confirmados, de forma simplificada, relacionando
os escoamentos naturais do rio Lúrio com as alturas de queda definidas, quer para a barragem de
Ocua, quer para as Quedas a jusante. Esses escoamentos naturais (sem albufeira de armazenamento
e sem consumos) ao longo dos 18 anos hidrológicos estudados apresentam um caudal médio de
3
240.52 m /s.

A queda no aproveitamento de Ocua é determinada pela diferença entre o nível de água na albufeira,
e o nível da água na secção a jusante. Tal como referido anteriormente, o nível de pleno

47
armazenamento corresponde a 260 m, o nível mínimo de exploração a 250 m e o nível da fundação a
225 m. O nível da fundação não corresponde ao nível da água na seção a jusante, pois é necessário
considerar uma folga correspondente à altura da água e cerca de 10% de perdas de processo que
distinguem a queda bruta da queda útil que será utilizada nos cálculos da energia. Deste modo, tendo
por base estes pressupostos, é seguro adotar como nível de água a jusante o valor de 230 m, sendo
a queda útil máxima (correspondente ao NPA) de 30 m. No caso do aproveitamento a fio de água das
Quedas, a queda útil é constante e representa 90% da queda bruta (anteriormente quantificada como
65 m), ou seja, 58.5 m.
3
Estando identificado o caudal médio natural escoado ao longo dos 18 anos (240 m /s) e as quedas
úteis relativas aos aproveitamentos de Ocua Lúrio (queda máxima de 30 m) e Quedas Lúrio (58.8 m),
é possível obter uma estimativa das potências hidroelétricas a utilizar, através da seguinte equação.

𝑃 = 𝛾𝑄𝐻B 𝜂 ≈ 8𝑄𝐻B 𝑘𝑊 , 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝜂 = 0.82 (2)


3
onde 𝑃 é a potência a instalar (kW), 𝛾 é o peso específico da água (N/m ), 𝑄 o caudal de
3
dimensionamento (m /s), 𝐻B a queda útil (m) e 𝜂 a eficiência global da turbina.

No caso do aproveitamento de Ocua Lúrio, o valor de potência obtido foi de 57.7 MW, próximo dos
60 MW sugeridos pela B&V (2007), enquanto que nas Quedas Lúrio, a potência obtida foi de 112.6 MW,
também próximo dos 120 MW recomendados.

É possível determinar a energia produzida em cada mês e os benefícios económicos que esta gera,
pois, o modelo de simulação permite identificar as quantidades de água efetivamente utilizadas para
uma dada potência hidroelétrica instalada e as condições finais da albufeira (nomeadamente, a altura
de queda que depende do nível da água na albufeira em cada mês) após essa utilização.

A energia produzida mensalmente (kWh) é determinada através da seguinte equação:

8𝐻B 𝑉
𝐸 = 𝑃𝑇 = 8𝑄𝐻B 𝑇 = 𝑘𝑊ℎ (3)
3600

onde 𝐸 representa a energia produzida (kWh), 𝑃 a potência hidroelétrica instalada (kW), 𝑇 o intervalo
3
de tempo em que se turbina (h), 𝑄 o caudal de dimensionamento (m /s), 𝐻B a queda útil (m) e 𝑉 o
volume de água efetivamente turbinado nesse mês.

De seguida, assumindo que 1 kWh gera um benefício de 0.1 $, os benefícios económicos relativos à
energia produzida em cada mês são facilmente obtidos.

𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓í𝑐𝑖𝑜𝑠 𝑒𝑐𝑜𝑛ó𝑚𝑖𝑐𝑜𝑠 $ = 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 𝑘𝑊ℎ × 0.1$ (4)

48
CAPÍTULO 5 | MODELO DE SIMULAÇÃO
5.1. Considerações gerais

No presente capítulo é descrito o modelo aplicado, sendo apresentadas em detalhe a topologia do


sistema simulado, a estrutura do modelo e as diferentes componentes que o constituem. No Anexo 12
encontra-se a simulação do modelo (18 anos hidrológicos) relativa a um dos cenários, que será descrita
e explicada em pormenor neste capítulo.

Apresentada a estrutura geral do modelo, abordam-se os dados de entrada que permitem adaptar o
modelo em questão a outros casos de estudo, mantendo a topologia definida.

De seguida é aprofundada a aplicação do modelo ao caso em estudo, as suas equações e restrições


gerais, bem como a exploração de cada componente principal, ou seja, a componente base, a
componente da irrigação, as componentes da energia em Ocua e nas Quedas do Lúrio e a componente
das condições finais da albufeira de Ocua.

Por fim, são apresentados os possíveis resultados do modelo, que permitem uma análise detalhada
da eficiência e dos resultados de cada cenário estudado.

5.2. Topologia do sistema hidráulico simulado

O modelo aplicado tem como objetivo simular a exploração de um trecho do rio Lúrio no qual está
previsto um sistema composto por uma albufeira de fins múltiplos (Ocua) e, a jusante da mesma, um
aproveitamento hidroelétrico a fio de água puro (Quedas do Lúrio). A albufeira tem por finalidade a
irrigação e a produção de energia hidroelétrica e, através da simulação da sua exploração, pretende-
se majorar os benefícios totais, do ponto de vista económico, ambiental e social, fazendo variar as
potências hidroelétricas a instalar nos dois aproveitamentos, bem como a área agrícola passível de
ser irrigada com uma certa garantia. Na Figura 16 estão representados simplificadamente os dois
aproveitamentos em cascata, objeto de simulação.

Figura 16 - Esquema simplificado do modelo de simulação, com os dois aproveitamentos em cascata.

49
5.3. Estrutura do modelo de simulação

A simulação da exploração de uma albufeira requer o conhecimento da respetiva capacidade útil, dada
pela diferença entre as capacidades total, no nível de pleno armazenamento (NPA), e a
correspondente ao nível mínimo de exploração (NME). A capacidade útil representa o volume utilizável
para a regularização dos escoamentos, resultando do armazenamento de parte do escoamento
afluente durante a época húmida para reforçar os caudais a fornecer durante a época seca. Conhecida
essa capacidade, bem como as características da albufeira, as regras de exploração que se pretendem
seguir e os dados hidrológicos, que influenciam as disponibilidades hídricas, como sejam o
escoamento afluente, a precipitação e a evaporação, é possível criar diferentes alternativas para
diferentes valores de procura de água, seja para produção de energia ou para irrigação, e assim
analisar a melhor solução a adotar.

Hoje em dia, existem programas que permitem simular a exploração de albufeiras, como é o caso do
programa HEC-ResSim, desenvolvido pelo Hydrologic Engineering Centre (Klipsch & Hurst, 2013). No
entanto, no presente caso, o modelo de simulação foi desenvolvido de raiz, por possibilitar uma maior
versatilidade e pormenorização do modelo, bem como um maior controlo acerca das regras de
exploração da albufeira, das necessidades de consumos e das diferentes componentes do balanço
hídrico.

Os dados hidrológicos recolhidos (escoamento afluente mensal, precipitação e evaporação) referem-


se a um período contínuo de 18 anos hidrológicos, desde 1963/64 até 1980/81. Assim, a simulação é
feita ao longo desse período de tempo, mensalmente. Na sua apresentação sob a forma de uma folha
de Excel, cada linha corresponde a um mês, ao longo da qual são atribuídos os ganhos e perdas de
volumes de água na albufeira (escoamento afluente, evaporação, precipitação, irrigação, produção
hidroelétrica...), resultando no volume final da albufeira nesse mês, que será o volume inicial do
mês/linha seguinte.

O modelo de simulação está dividido em cinco componentes principais, aplicadas sequencialmente ao


longo de cada mês, que introduzem ganhos e perdas de água na albufeira. A primeira componente é
a de BASE, onde não são tidas em conta as extrações artificiais (irrigação e produção de energia),
sendo apenas englobadas as seguintes variáveis: volume inicial, escoamento afluente, precipitação,
evaporação, caudal ecológico e volume final. A segunda componente respeita à IRRIGAÇÃO, cujo
volume mensal a abastecer é adicionado ao da componente BASE. A terceira componente refere-se
à ENERGIA OCUA, sendo o respetivo volume mensal utilizado na produção hidroelétrica adicionado
à componente IRRIGAÇÃO. A quarta componente é relativa às CONDIÇÕES FINAIS da albufeira de
Ocua, com todos os consumos associados, referindo-se ao volume de água descarregado aquando
da ocorrência de cheias, relativo ao final de cada mês/linha. A quinta, e última, é a componente
ENERGIA QUEDAS, que identifica o escoamento total efluente de Ocua (e afluente às cascatas) e
analisa a produção hidroelétrica das cascatas em Quedas Lúrio. Na Figura 17 está representado um
esquema simplificado com a sequência das diferentes componentes do modelo e suas variáveis de
entrada e de saída. A azul estão identificadas as primeiras quatro componentes, correspondentes à

50
exploração da albufeira de fins múltiplos, enquanto a verde se representam os volumes efluentes da
albufeira e a quinta componente, o aproveitamento Quedas do Lúrio.

Figura 17 - Esquema simplificado das componentes do modelo de simulação e sua sequência.

5.4. Dados de entrada

Os dados de entrada do modelo de simulação atendem à topologia apresentada, podendo ser


alterados de forma a adaptar o modelo a um caso de estudo diferente, desde que a topologia global
seja similar.

Estes dados dividem-se em três grupos: as características dos aproveitamentos que integram o
sistema, os dados hidrológicos relativos ao troço do rio Lúrio em estudo e os valores devidos a
extrações artificiais, neste caso irrigação e produção de energia hidroelétrica.

No primeiro grupo devem estar identificadas as características da barragem de Ocua, ou seja, a curva
de volumes armazenados e a de áreas inundadas da respetiva albufeira, as dimensões da barragem
e a queda que possibilita. No caso do aproveitamento das Quedas do Lúrio, indica-se também a queda
utilizável para efeitos de produção de energia elétrica. Em ambos os aproveitamentos estão definidas,
à priori, as potências hidroelétricas a instalar, sugeridas por estudos anteriores e confirmadas no
presente estudo.

No segundo grupo apresentam-se os dados hidrológicos mensais intervenientes, nomeadamente, o


escoamento afluente, a precipitação, a evaporação e o volume ecológico.

O terceiro grupo é composto pelas necessidades de água para fins de irrigação e para produção de
energia hidroelétrica, de acordo com a área a irrigar e as potências hidroelétricas instaladas,
respetivamente.

51
5.5. Equações e restrições do modelo

5.5.1. Equações gerais

No essencial, o modelo aplica a equação da continuidade à albufeira de Ocua durante um determinado


período de tempo, expressa em função das variáveis em presença. Ao considerar-se um sistema
durante um determinado período de tempo, a quantidade água em presença obedece ao princípio da
conservação da massa, traduzido pela equação da continuidade:

𝑑𝑆
𝐼−𝑂 = , 𝑛𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡í𝑛𝑢𝑎 (5)
𝑑𝑡

𝐼 − 𝑂 ∆𝑡 = ∆𝑆 , 𝑛𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑟𝑒𝑡𝑎 (6)

onde I representa o volume de água que entra no sistema por unidade de tempo, O, o volume saído
do sistema também por unidade de tempo e S, o volume armazenado no interior do sistema.

A metodologia da equação da continuidade é utilizada frequentemente na determinação do valor de


uma variável hidrológica quando todas as restantes que entram no balanço são conhecidas. No caso
da albufeira de uma barragem, as variáveis hidrológicas são, usualmente, os volumes correspondentes
ao escoamento afluente, precipitação, evaporação, volume armazenado, e volume efluente (que pode
ter diversas finalidades).

No sistema em estudo, a equação da continuidade relativa à variação do volume de água na albufeira


de Ocua, em cada mês, traduz-se da seguinte forma:

𝑉𝑜𝑙. 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑉𝑜𝑙. 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝑉𝑜𝑙. 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑡𝑎çã𝑜 − 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑎çã𝑜 − 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑐𝑜𝑙ó𝑔𝑖𝑐𝑜
(7)
− 𝑉𝑜𝑙. 𝑖𝑟𝑟𝑖𝑔𝑎çã𝑜 − 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 − 𝑉𝑜𝑙. 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑒𝑖𝑎𝑠

As variáveis respeitantes à equação da continuidade aplicada à albufeira de Ocua são: o Vol.Final, ou


seja, o volume total da albufeira, no fim de cada mês, considerando todos os consumos, utilizações e
ganhos de água; o Vol.inicial, que é o volume total da albufeira, no início de cada mês, igual ao volume
final do mês anterior; o Vol.escoamento, que representa o volume de escoamento afluente no mês; o
Vol.precipitação e Vol.evaporação, que identificam os volumes precipitados na albufeira e os
evaporados a partir da mesma no mês; o Vol.ecológico, respeitante ao volume mensal descarregado
para fins ecológicos; o Vol.irrigação e o Vol.energia, que representam os volumes mensais consumidos
e utilizados, respetivamente, para a irrigação e para a produção de energia hidroelétrica; e o
Vol.descarga de cheias, calculado para o fim de cada mês e representando o volume que, após todos
os consumos, utilizações e ganhos, excede o volume correspondente ao nível de pleno
armazenamento.

A equação da continuidade aplicada mensalmente ao aproveitamento hidroelétrico a fio de água das


Quedas do Lúrio é dada por:

𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑂𝑐𝑢𝑎 = 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑐𝑜𝑙ó𝑔𝑖𝑐𝑜 + 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 + 𝑉𝑜𝑙. 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑒𝑖𝑎𝑠
(8)
= 𝑉𝑜𝑙. 𝑎𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎𝑠

52
Na equação anterior, o Vol.efluente Ocua refere-se ao volume total mensal proveniente da albufeira
de Ocua e o Vol.afluente Quedas é o volume total mensal afluente às Quedas do Lúrio.

A aplicação mensal sequencial da equação da continuidade permite conhecer o comportamento do


sistema em cada período de tempo, como por exemplo, o volume armazenado, evaporado ou afeto
aos diversos fins e a energia produzida. Uma vez determinados os volumes de consumo/utilização
relativos a irrigação e produção hidroelétrica a satisfazer (dependentes do número de hectares que se
pretende irrigar e das potências hidroelétricas a instalar, respetivamente), é necessário avaliar se o
volume de água armazenado na albufeira em cada mês consegue garantir o cumprimento desses
consumos/utilizações, em períodos com insuficiência de afluências naturais. No final de cada
simulação é possível determinar as fiabilidades atingidas pelos diversos consumos, calculadas a partir
das falhas registadas, a energia produzida, as cheias verificadas e caudais máximos descarregados,
os períodos de enchimento e esvaziamento e os volumes precipitados e evaporados na albufeira.

A verificação do desempenho da albufeira passa por avaliar o nível de água na mesma, de acordo com
cada uma das componentes que envolvem consumos (componente base, irrigação e energia Ocua).
Como já foi referido, o nível de pleno armazenamento da albufeira é de 260 m e o nível mínimo de
exploração de 250 m.

Neste modelo, a componente da irrigação é prioritária em relação à componente da energia (Ocua),


pelo que se avalia em primeiro lugar o cumprimento dos requisitos aquando da adição do consumo
relativo à irrigação, e só depois de estes serem considerados é que se integra a componente da
energia.

5.5.2. Componente base

A primeira componente do modelo de simulação (base) refere-se à variação do volume de água


armazenado na albufeira devida aos constrangimentos hidrológicos: escoamento afluente,
precipitação, evaporação e caudal ecológico. Na Figura 17, apresentada anteriormente, é possível
localizar esta componente no âmbito do modelo de simulação.

Assim, nesta primeira fase, a equação da continuidade traduz-se por:

𝑉𝑜𝑙. 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑉𝑜𝑙. 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝑉𝑜𝑙. 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑡𝑎çã𝑜 − 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑎çã𝑜 − 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑐𝑜𝑙ó𝑔𝑖𝑐𝑜 (9)

A Figura 18, apresentada na página seguinte, exemplifica os cálculos inerentes à componente base
do modelo, referente ao primeiro ano hidrológico, 1963/64. Como se pode observar, esta componente
está dividida em sete partes: data, condições iniciais, escoamento afluente, evaporação, precipitação,
eco e condições finais da base.

Na primeira parte (Data) estão identificados os meses correspondentes a cada passo de cálculo do
modelo, incluindo o número de dias de cada mês.

53
Figura 18 - Componente base do modelo, referente ao ano hidrológico 1963/64.

54
Na parte seguinte (Condições iniciais), através das curvas de volumes armazenados e de áreas
2
inundadas (Anexo 8) é possível obter o nível (m) e a área (m ) correspondentes a um determinado
3
volume (m ) na albufeira, e vice-versa. Note-se que na primeira linha/mês do modelo, o volume inicial
adotado é o correspondente ao nível de pleno armazenamento (260 m) por se assumir que a albufeira
se encontra cheia no início da simulação, enquanto nos meses seguintes, o volume inicial considerado
corresponde ao volume no fim do mês anterior (considerados todos os consumos – irrigação e energia).

Para que se possa aplicar a equação da continuidade, as variáveis têm de ter todas as mesmas
unidades de medida, neste caso o metro cúbico. Assim, é necessário fazer alterações relativamente
ao escoamento afluente mensalmente, bem como aos valores mensais de evaporação e precipitação.
3
No caso do escoamento médio mensal observado, os valores são dados em m /s, pelo que basta
multiplicar os mesmos pelo número de segundos de cada mês para se obter os valores de escoamento
3
em unidades de volume mensal (m ). Já em relação à evaporação e à precipitação, os valores são
dados em alturas (m), sendo assim necessário multiplicar os mesmos pela área da superfície da
albufeira relativa a cada mês.

O volume ecológico, como referido anteriormente, representa, em cada mês, 5% da média dos
escoamentos afluentes nesse mês ao longo dos 18 anos hidrológicos em estudo.

Deste modo, estando todas as variáveis definidas, é possível obter o volume final da albufeira na
componente base, por aplicação da equação da continuidade apresentada. Recorrendo uma vez mais
à curva de armazenamento, obtém-se o nível no fim de cada mês ou nível final correspondente a esse
volume final. Este nível final é essencial para que se possa assegurar, ao longo das diferentes
componentes do modelo, o cumprimento dos requisitos na exploração da albufeira.

Note-se que em certos casos o nível final da albufeira apresenta-se como “>260” (maior do que o NPA).
Isto acontece, pois, nesse mês, o volume final da componente base excede o volume máximo da
albufeira (correspondente ao NPA). No entanto, opta-se por não definir já esse excedente como
descarga de cheias, por faltar considerar os consumos/utilizações relativos ao abastecimento de água
para irrigação e à produção hidroelétrica. Apenas na componente das Condições finais da albufeira
será tida em conta a descarga de cheias.

5.5.3. Componente da irrigação

As necessidades de irrigação são consequência do número de hectares e do tipo de cultura que se


pretende irrigar. As necessidades mensais (mm) foram já apresentadas no Capítulo 4 (Dados de base),
no Quadro 7, sendo relativas aos consumos médios de uma cultura de cana de açúcar.

Para que este consumo possa ser considerado na equação da continuidade do modelo de simulação,
tem de ser expresso em termos de volume mensal, tendo por base o conhecimento da área que se
pretende irrigar (em hectares), de acordo com:

𝑁𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑖𝑠 𝑚𝑚 × Á𝑟𝑒𝑎 𝑎 𝑖𝑟𝑟𝑖𝑔𝑎𝑟 (ℎ𝑎)


𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 𝑎 𝑖𝑟𝑟𝑖𝑔𝑎𝑟 𝑚[ = ×10000 (10)
1000

55
Na Figura 19 da página seguinte, está representada a componente da irrigação do modelo, referente
ao primeiro ano hidrológico, 1963/64. Esta componente encontra-se no seguimento da componente
base, apresentada no subcapítulo anterior. Como se pode observar, está dividida em cinco partes: o
volume a irrigar, a verificação do nível da albufeira, o volume efetivamente irrigado, as condições finais
da componente da irrigação e uma parte final onde no topo se pode observar o número de falhas
existentes ao longo do período em estudo e que se divide em duas colunas, uma correspondente à
percentagem das necessidades cumpridas em cada ano e outra correspondente aos benefícios
económicos provenientes desse cumprimento, anualmente.

Na primeira parte (volume a irrigar), encontram-se as necessidades relativas a cada mês, expressas
em altura de água e em volume. Neste exemplo considerou-se que a área total a irrigar é de 32000 ha.

De seguida, é necessário verificar o nível da água da albufeira das condições finais da componente
base, apresentada anteriormente na Figura 18. Se esse nível for igual ou inferior a 250 m (NME),
então não se considerará qualquer volume relativo a consumo de irrigação. Caso contrário, considera-
se o volume mensal a irrigar e obtém-se como volume da albufeira o denominado volume intermédio,
dado pela seguinte equação:

𝑉𝑜𝑙. 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 𝑉𝑜𝑙. 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑏𝑎𝑠𝑒 − 𝑉𝑜𝑙. 𝑖𝑟𝑟𝑖𝑔𝑎çã𝑜 (11)

Através desse volume intermédio determina-se, recorrendo à curva de armazenamento, o


correspondente nível intermédio.

Na terceira parte (volume efetivamente irrigado) pretende-se garantir que, ao integrar o volume mensal
a irrigar na equação, o nível da albufeira não desce abaixo do mínimo de 250 m. Assim, se o nível
intermédio obtido for inferior a 250 m, é necessário recalcular o volume mensal para irrigação, de forma
a garantir que o volume final seja no mínimo o NME.

Nas condições finais desta componente obtém-se o seu volume final na albufeira, através da diferença
entre o volume final da componente base e o volume efetivamente irrigado que atende ao NME. Com
recurso à curva de armazenamento, determina-se também o nível final da componente da irrigação.

Definidas as quantidades de água efetivamente consumidas para uma dada área a irrigar e as
condições finais da albufeira após este consumo, é importante verificar as fiabilidades e as garantias
associadas ao cumprimento das necessidades. De acordo com o Programa Nacional de Irrigação de
Moçambique (Procesl et al., 2015), a percentagem máxima de falhas anuais no período em análise é
de 20%, sendo que um ano é considerado falha sempre que o volume em falta é superior a 5% do
consumo total de água para rega nesse ano. Deste modo, nos 18 anos hidrológicos em estudo, apenas
três anos podem ser considerados falhas, de forma a que sejam garantidos os mínimos de fiabilidade
exigidos para o cumprimento das necessidades de irrigação. Foi criada então uma coluna no fim da
componente de irrigação que identifica, para cada ano hidrológico, que percentagem das necessidades
anuais é que foram cumpridas, sendo um ano assinalado como falha sempre que essa percentagem
for inferior a 95%.

56
Figura 19 - Componente da irrigação do modelo, referente ao ano hidrológico 1963/64.

57
No que diz respeito aos benefícios económicos provenientes dos consumos relativos à irrigação, foi
criada uma coluna adjacente à das fiabilidades. Ao saber-se a percentagem das necessidades que é
cumprida em cada ano hidrológico, assume-se que essa é a percentagem de hectares efetivamente
irrigados nesse ano. Assim, esse número de hectares traduz-se em benefícios económicos anuais que
se podem quantificar, multiplicando-o pelo valor estudado em termos de retorno financeiro
(500 $/ha/ano), já justificado no capítulo 4, correspondente aos dados de base.

5.5.4. Componente da energia em Ocua

A componente da energia de Ocua do modelo apresenta uma verificação idêntica à componente da


irrigação, em função do nível da albufeira e se este cumpre o requisito relativo ao nível mínimo de
exploração, 250 m.

Esta componente está representada na Figura 20 da página seguinte, para o primeiro ano hidrológico,
1963/64, e encontra-se no seguimento da componente da irrigação, apresentada na Figura 19. Como
se pode observar, está dividida em cinco partes: o volume a turbinar, a verificação do nível da albufeira,
o volume efetivamente turbinado, as condições finais da albufeira e os benefícios gerados pela
componente da energia em Ocua.

A primeira parte, relativa à definição do volume mensal a turbinar em cada mês, é determinante pois
este varia, não só consoante a potência hidroelétrica instalada, mas também com a queda útil
correspondente ao nível da albufeira nesse mês. No exemplo que se segue admitiu-se a potência
instalada de 25 MW.

Estando definido no Capítulo 4 (Dados de base) o nível da água a jusante da barragem (230 m), com
as perdas de carga da queda já consideradas, a queda útil é dada pela diferença entre o nível da água
na albufeira, no fim da componente da irrigação, em cada mês, e o nível de água a jusante da
barragem. Deste modo, sabe-se que a queda útil poderá variar entre 20 m, se o nível da água na
albufeira for o NME, e 30 m, se estiver cheia, NPA.

Definida a queda útil máxima (30 m) e a potência instalada, é possível obter o caudal de
dimensionamento, através da seguinte equação:

𝑃 = 𝛾𝑄𝐻B 𝜂 ≈ 8𝑄𝐻B 𝑘𝑊 , 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝜂 = 0.82 (12)


3 3
onde 𝑃 é a potência (kW), 𝛾 é o peso volúmico da água (N/m ), 𝑄 o caudal de dimensionamento (m /s),
𝐻B a queda útil (m) e 𝜂 a eficiência global do grupo turbina-gerador.

Para esse caudal de dimensionamento, e recorrendo à mesma equação, é possível determinar, em


cada mês, qual a potência utilizada, em função da queda útil (que varia em cada mês) e desse mesmo
caudal (constante).

O volume mensal a turbinar obtém-se, como indica a última coluna da parte correspondente ao volume
a turbinar, pela multiplicação do caudal de dimensionamento (definido para a potência escolhida) pelo
número de segundos do mês.

58
Figura 20 - Componente da energia Ocua do modelo, referente ao ano hidrológico 1963/64.

59
De seguida, à semelhança do que foi feito na componente da irrigação, é necessário verificar o nível
da água da albufeira no final do mês. Se esse nível for igual ou inferior a 250 m (NME), então não se
considerará qualquer volume a turbinar. Caso contrário, considera-se o volume mensal a turbinar e
obtém-se o volume da albufeira denominado por volume intermédio, pela seguinte equação:

𝑉𝑜𝑙. 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 𝑉𝑜𝑙. 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑖𝑟𝑟𝑖𝑔𝑎çã𝑜 − 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑂𝑐𝑢𝑎 (13)

Através desse volume intermédio determina-se, recorrendo à curva de armazenamento, o


correspondente nível intermédio.

Na terceira parte (volume efetivamente turbinado) pretende-se garantir que, ao integrar o volume
mensal a turbinar na equação, o nível da albufeira se encontra acima do mínimo de 250 m. Assim, se
o nível intermédio obtido for inferior a 250 m, é necessário recalcular o volume mensal a turbinar, de
forma a garantir que o volume final seja no mínimo o NME.

Nas condições finais obtém-se o volume final da componente da energia Ocua, através da diferença
entre o volume final da componente da irrigação e o volume efetivamente turbinado que garante o
NME. Com recurso à curva de armazenamento, determina-se também o nível final correspondente.

Estando definidas as quantidades de água efetivamente turbinadas para uma dada potência instalada,
é possível determinar a energia produzida em cada mês e os benefícios económicos que esta gera.
São assim adicionadas duas colunas depois das condições finais da albufeira, uma referente à energia
produzida, em kWh, e outra referente aos benefícios económicos obtidos em cada mês, em dólares.
Tal é conseguido através das equações apresentadas anteriormente no subcapítulo 4.1.

5.5.5. Componente das condições finais da albufeira de Ocua

Estando definidas e apresentadas as componentes da irrigação e da energia Ocua (com os respetivos


consumos integrados na equação da continuidade) é, assim, possível determinar as condições finais
da albufeira no fim de cada mês, bem como o volume correspondente à descarga de cheias.

Como se observa nas condições finais da componente da energia Ocua (Figura 20), existem três
meses em que o nível final da albufeira excede o nível de pleno armazenamento (260 m), identificados
por “> 260 m”. Esses meses devem, assim, terminar com o nível de água na albufeira correspondente
ao NPA, sendo a diferença descarregada.

Na Figura 21 está representada a componente das condições finais da albufeira do modelo, referindo-
se ao primeiro ano hidrológico, 1963/64. Esta componente encontra-se no seguimento da componente
da energia em Ocua, apresentada na Figura 20, e divide-se em duas partes principais: as condições
finais efetivas da albufeira, que garantem o NPA de 260 m, e a descarga de cheias que daí resulta.

Na primeira parte, a das condições finais da albufeira, assume-se que quando o volume final da
albufeira (volume final da componente da energia Ocua) excede o volume correspondente ao NPA
3
(3.41E+09 m ), é esse o volume que se considera no final desse mês, sendo o nível da albufeira

60
correspondente a 260 m. Nos casos em que isso se sucede, o volume excedentário resultante é
considerado no descarregador de cheias, identificada na segunda parte da componente.

Figura 21 - Componente das condições finais da albufeira Ocua do modelo, referente ao


ano hidrológico 1963/64.

5.5.6. Componente da energia nas Quedas do Lúrio

Cerca de 50 km a jusante da barragem de Ocua, encontram-se as famosas cascatas do Lúrio (Quedas


do Lúrio), representadas pela componente da energia das Quedas. Pretende-se que estas cascatas
aproveitem a regularização dos caudais provenientes de Ocua Lúrio e a queda bruta constante de
65 m para a produção de energia hidroelétrica, num aproveitamento a fio de água puro, ou seja, sem
armazenamento de água a montante, constituído por três turbinas Francis de 40 MW cada.

A componente da energia das Quedas do modelo está representada na Figura 22 da página seguinte
e refere-se ao primeiro ano hidrológico, 1963/64. Esta componente encontra-se no seguimento da
componente das condições finais da albufeira de Ocua, apresentada na Figura 21 e, como se pode
observar, está dividida em cinco partes principais: o volume afluente às quedas, o caudal de
dimensionamento do aproveitamento, os limites dos volumes a turbinar, o volume efetivamente
turbinado e os benefícios energéticos e económicos, em cada mês.

61
Figura 22 - Componente energia das Quedas do Lúrio do modelo, referente ao ano hidrológico 1963/64.

62
Para a concretização desta componente é necessário, em primeiro lugar, determinar quais os caudais
afluentes ao longo do período em análise, que estão dependentes da exploração da albufeira de Ocua.
Sendo um aproveitamento a fio de água puro, ou seja, sem qualquer tipo de armazenamento a
montante e com a queda útil constante (cascata), pretende-se aproveitar o escoamento efluente
mensal da barragem de Ocua. Este escoamento define-se, mensalmente, pela seguinte equação,
3
em m .

𝑉𝑜𝑙. 𝑎𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎𝑠 = 𝑉𝑜𝑙. 𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑂𝑐𝑢𝑎 + 𝑉𝑜𝑙. 𝑒𝑐𝑜𝑙ó𝑔𝑖𝑐𝑜 𝑂𝑐𝑢𝑎 + 𝑉𝑜𝑙. 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑒𝑖𝑎𝑠 𝑂𝑐𝑢𝑎 (14)

É importante referir que, no percurso de 50 km que separa os dois aproveitamentos (Ocua e Quedas),
não se consideram quaisquer ganhos ou perdas. Assume-se que não existem afluências significativas
ao longo desse percurso e que os possíveis ganhos e perdas se anulam. Assim, considera-se que os
caudais efluentes da albufeira de Ocua são os caudais afluentes às Quedas do Lúrio.

Para a potência total instalada de 120 MW e para a queda útil constante de 58.5 m, o caudal de
dimensionamento foi determinado através da mesma equação utlizada em Ocua.

No entanto, a variabilidade do escoamento afluente exige que se imponham limites no volume passível
de ser turbinado pelas três turbinas Francis de 40 MW. Sendo Qdim a designação adotada para
identificar o caudal de dimensionamento, uma turbina Francis permite turbinar caudais compreendidos
entre 0.4Qdim e 1.1Qdim, pelo que foram determinados os volumes mínimo e máximo a turbinar,
multiplicando o número de segundos de cada mês por 0.4Qdim/3 (correspondente ao mínimo de uma
só das três turbinas em funcionamento) e 1.1Qdim, respetivamente.

Deste modo, para se definir o volume efetivamente turbinado em cada mês, é necessário avaliar o
caudal afluente. Se este for superior ao volume mensal máximo a turbinar, então turbina-se esse
volume máximo. Se for inferior ao volume mensal mínimo a turbinar, não se turbina nada nesse mês.
Por fim, se o volume afluente estiver dentro dos limites considerados, é esse o volume turbinado.

À semelhança do que foi feito na componente da energia de Ocua, na parte final desta componente
apresentam-se os benefícios relativos ao volume turbinado mensalmente, em termos de energia
produzida, em kWh, e de benefícios económicos mensais, em dólares.

5.4. Dados de saída

O modelo de simulação criado para o caso de estudo em causa possui características de entrada
intrínsecas, tais como as características da barragem de Ocua e das Quedas Lúrio e os dados
hidrológicos recolhidos (inseridos na componente base: escoamento, precipitação e evaporação), mas
também variáveis que se pretende alterar de modo a procurar o melhor cenário possível para a
exploração deste sistema: o número de hectares a irrigar e as potências instaladas.

No presente caso pretende-se avaliar cada cenário através de dados de saída que permitam verificar
o estado da albufeira em cada mês, o cumprimento de requisitos de exploração e os possíveis retornos
sociais e económicos.

63
Os dados de saída possíveis para este modelo de simulação podem ser obtidos através de gráficos
que analisam a variação mensal de determinadas variáveis ao longo do período dos 18 anos
hidrológicos consecutivos em estudo (esse período pode ser adaptado consoante o caso de estudo
que se deseje analisar). As principais variáveis passíveis de serem analisadas mensalmente deste
modo são as seguintes: o nível da albufeira, o escoamento natural afluente, o escoamento efluente de
Ocua e afluente às Quedas, a descarga de cheias em Ocua, a precipitação e a evaporação, o volume
de água consumido para irrigação, o volume de água utilizado para produção de energia hidroelétrica,
a energia produzida e os benefícios económicos relativos ao consumo de água para irrigação e à
utilização de água para produção de energia.

Também é possível obter valores finais de análise do comportamento do modelo ao longo do período
em estudo, tais como os benefícios económicos totais relativos à irrigação e à produção de energia
hidroelétrica, as fiabilidades da irrigação (percentagem de necessidades correspondidas em cada ano
e número total de falhas/anos em falta) e as fiabilidades da produção hidroelétrica em Ocua e Quedas
(percentagem de volume efetivamente turbinado em cada mês, número de dias turbinados em cada
mês...).

64
CAPÍTULO 6 | EXPLORAÇÃO DO MODELO E ANÁLISE DE
RESULTADOS
6.1. Identificação de cenários

Como explicado no Capítulo 5, o modelo de simulação, criado para explorar o sistema composto pela
albufeira de armazenamento de Ocua e pelo aproveitamento a fio de água puro das Quedas, pode ser
aplicado tendo em vista diferentes cenários, que diferem entre si pela área a irrigar e pelas potências
instaladas em Ocua.

Deste modo, foram definidos cinco cenários, que pretendem analisar a otimização económica, mas
também social. No Quadro 9 distinguem-se os cenários pelos consumos/utilizações considerados em
cada um.

Quadro 9 - Identificação cenários de exploração do modelo de simulação.

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5

Irrigação Ocua Não Sim Não Sim Sim

Energia Ocua Não Não 60 MW 25 MW 20 MW

Energia Quedas 120 MW Não 120 MW 120 MW 120 MW

Os cenários 1 e 2 determinam as duas situações extremas de exploração do modelo. O primeiro não


considera a existência da barragem de Ocua, abordando apenas a energia produzida no
aproveitamento Quedas Lúrio (120 MW) relativa ao escoamento afluente natural, sem a regularização
promovida por Ocua. O segundo é o oposto, considera apenas a barragem de Ocua, tendo como único
fim o abastecimento de água para irrigação, sem qualquer produção de energia hidroelétrica.

O cenário 3, por sua vez, considera o sistema completo da barragem de Ocua em cascata com o
aproveitamento a fio de água das Quedas, mas apenas visando a produção hidroelétrica, sem qualquer
consumo relativo a irrigação. As potências instaladas em Ocua e Quedas são as definidas pela
B&V (2007) e confirmadas neste estudo, de 60 e 120 MW, respetivamente.

Nos cenários 4 e 5 pretende-se explorar o sistema integrando todos os fins propostos. No entanto, em
Ocua, para que se considerem os consumos relativos à irrigação e as utilizações referentes à produção
de energia, é necessário diminuir a potência hidroelétrica instalada. Deste modo, a potência instalada
em Ocua no cenário 4 é de 25 MW e no cenário 5 é de 20 MW. Nas Quedas, a potência mantém-se
em 120 MW.

65
6.2. Exploração e análise dos cenários

6.2.1. Cenário 1

Como já foi dito, o primeiro cenário refere-se a uma situação extrema da exploração do modelo de
simulação, em que se considera de forma independente a componente do modelo referente ao
aproveitamento Quedas Lúrio, beneficiando apenas do escoamento afluente natural, sem qualquer
regularização promovida pela barragem de Ocua.

A potência instalada, 120 MW, é a definida pela Black & Veatch (2007) e confirmada neste estudo,
relativa à queda útil de 58.5 m (90% da queda bruta de 65 m) e ao caudal natural médio afluente de
3
240 m /s. Para a potência e queda útil indicadas, o caudal de dimensionamento obtido para a
3
exploração do aproveitamento é de cerca de 256 m /s.

A eficácia energética deste aproveitamento, ou seja, a relação entre o volume efetivamente turbinado
mensalmente e o volume máximo a turbinar relativo ao caudal de dimensionamento determinado, pode
está indicada no Quadro 10. Além disso, para efeitos de comparação entre cenários, determina-se
também a energia total produzida, ao longo dos 18 anos hidrológicos em estudo, em kWh, e os
benefícios económicos correspondentes, nesse mesmo período de tempo, em milhões de dólares.

Quadro 10 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 1, relativos à produção de energia
no aproveitamento das Quedas do Lúrio.

POTÊNCIA (MW)
EFICÁCIA ENERGIA QUEDAS LÚRIO – CENÁRIO 1
120

Nº total de meses Nº meses a turbinar Nº meses a Nº meses a turbinar em % volume efetivamente


para turbinar 100% turbinar 0% parte turbinado

58 95 63
216 38.5%
26.9% 44.0% 29.2%
Energia total produzida (kWh) Benefícios económicos totais (em milhões $)
8.03E+09 802.95

O gráfico da Figura 23 apresenta a variação da energia produzida em cada mês, ao longo dos 18 anos
hidrológicos em estudo. Em cada ano, são notórias as discrepâncias entre a época seca e a época
húmida. Não havendo regularização de caudais a montante do aproveitamento, este fica inteiramente
dependente das condições climáticas. Prova disso é que os 95 meses em que o aproveitamento não
produz qualquer energia hidroelétrica se encontram entre Junho e Novembro, ou seja, na época seca.

66
Energia produzidanas Quedas

1.0E+08

8.0E+07
(kWh)

6.0E+07

4.0E+07

2.0E+07

0.0E+00
1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981
Mês

Figura 23 - Variação mensal da energia produzida no aproveitamento Quedas Lúrio – Cenário 1.

6.2.2. Cenário 2

O cenário 2, por sua vez, refere-se à situação extrema oposta. Pretende-se correr o modelo de
simulação apenas com o fim do abastecimento de água para irrigação, sem qualquer utilização
relacionada com a produção de energia hidroelétrica.

Considerando nulos os consumos relativos à produção hidroelétrica, determina-se qual o valor máximo
de área a irrigar, para o qual a albufeira de Ocua garante as fiabilidades exigidas, ou seja, com um
máximo de três anos a serem considerados falhas (volume em falta superior a 5% do consumo total
de água para rega nesse ano). Após várias simulações para diferentes valores de área a irrigar,
fazendo variar o número de hectares, de 1000 em 1000, até que já não se cumpram as exigências de
fiabilidade, conclui-se que a área máxima que garante as fiabilidades é de 207000 ha.

No Quadro 11 apresentam-se os resultados relativos a esta simulação. Note-se que na relação entre
o volume efetivamente consumido mensalmente para fins de irrigação e o volume que se pretenderia
consumir, apenas foram contabilizados 180 meses, pois existem dois meses por ano (Fevereiro e
Março) que não exigem qualquer irrigação. À semelhança do que foi feito para o cenário 1, determinam-
se os benefícios económicos totais correspondentes ao abastecimento de água para irrigação de
207000 ha, ao longo dos 18 anos hidrológicos, em milhões de dólares.

A variação do nível da água na albufeira de Ocua ao longo do tempo traduz a forma como o sistema
reage à alternância entre a época seca e a época húmida e está representada no gráfico da Figura 24.
É possível também observar as situações em que o nível da albufeira diminui para valores abaixo do
nível mínimo de exploração (250 m) e em que se atinge o nível de pleno armazenamento (260 m). Por
outro lado, na Figura 25, apresenta-se a variação do volume mensal consumido para fins de irrigação,
onde se verifica que esse volume é maior quando o nível da albufeira apresentado na Figura 24 o
permite e menor quando esse nível é mais baixo.

67
Quadro 11 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 2, relativos ao abastecimento de
água para fins de irrigação em Ocua Lúrio.
ÁREA A IRRIGAR (ha)
EFICÁCIA IRRIGAÇÃO OCUA LÚRIO – CENÁRIO 2
207000

Nº total de meses para regar Nº meses a regar Nº meses a regar % volume efetivamente
Nº meses a regar 0%
(10 meses/ano) 100% em parte regado

168 3 9
180 97.8%
93.3% 1.7% 5.0%
Benefícios económicos Garantia
Receita $/ha/ano 500 nº de falhas 3
Receita total em milhões $ 1821.54 nº máx de falhas 3

262.0
Nível da água na albufeira (m)

260.0

258.0

256.0

254.0

252.0

250.0

248.0
1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981
Mês

Figura 24 - Variação mensal do nível da água na albufeira de Ocua – Cenário 2.

4.0E+08
Volume consumido para fins de

3.5E+08

3.0E+08
irrigação (m3)

2.5E+08

2.0E+08

1.5E+08

1.0E+08

5.0E+07

0.0E+00
1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981
Mês

Figura 25 - Variação mensal do volume de água consumido para irrigação em Ocua – Cenário 2.

68
6.2.3. Cenário 3

No cenário 3 pretende-se acrescentar ao cenário 1 (só Quedas) o aproveitamento de Ocua Lúrio, tendo
como único fim a utilização de água para produção de energia hidroelétrica.

Assim, neste cenário simula-se o sistema composto pela albufeira de Ocua e pelas Quedas a jusante,
mas tendo em vista apenas a produção de energia, e não o abastecimento de água para irrigação. As
potências hidroelétricas instaladas nos dois aproveitamentos são as definidas inicialmente neste
estudo: 60 e 120 MW, em Ocua e Quedas, respetivamente.

Os resultados correspondentes às eficácias dos aproveitamentos, à percentagem de volume de água


que foi efetivamente turbinada relativamente ao volume a que o sistema se propõe a turbinar (que varia
com a queda de Ocua e com os caudais de dimensionamento), à energia total produzida, em kWh, e
aos benefícios económicos totais, em milhões de dólares, ao longo dos 18 anos hidrológicos em
estudo, encontram-se nos quadros 12 e 13. O Quadro 12 apresenta os resultados do aproveitamento
de Ocua Lúrio e o Quadro 13 os do aproveitamento das Quedas Lúrio.

Quadro 12 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 3, relativos à produção de energia
no aproveitamento Ocua Lúrio.
POTÊNCIA (MW)
EFICÁCIA ENERGIA OCUA LÚRIO – CENÁRIO 3 60

Nº meses a turbinar Nº meses a Nº meses a turbinar % volume efetivamente


Nº total de meses para turbinar
100% turbinar 0% em parte turbinado

112 73 31
216 60.3%
51.9% 33.8% 14.4%
Energia total produzida (kWh) Benefícios económicos totais (em milhões $)
5.22E+09 521.98

Quadro 13 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 3, relativos à produção de energia
no aproveitamento Quedas Lúrio.
POTÊNCIA (MW)
EFICÁCIA ENERGIA QUEDAS LÚRIO – CENÁRIO 3 120

Nº meses a turbinar Nº meses a Nº meses a turbinar % volume efetivamente


Nº total de meses para turbinar
100% turbinar 0% em parte turbinado

43 73 100
216 57.3%
19.9% 33.8% 46.3%
Energia total produzida (kWh) Benefícios económicos totais (em milhões $)
1.19E+10 1193.68

No Quadro 13 é observável uma melhoria da eficácia da produção hidroelétrica das Quedas bastante
considerável, relativamente ao mesmo quadro (Quadro 10), mas no contexto do cenário 1. Nesse
cenário, o aproveitamento das Quedas não beneficia da regularização de caudais promovida pela

69
barragem de Ocua a montante, algo que acontece neste cenário de forma bastante clara. A
percentagem total de volume efetivamente turbinado aumenta de 38.5% para 57.3% e os benefícios
económicos totais ao longo dos 18 anos hidrológicos aumentam de 802.95 para 1193.68 milhões de
dólares, ou seja, apresentam um aumento de quase 50%.

O gráfico da Figura 26 apresenta a variação do nível da água na albufeira de Ocua, ao longo dos 18
anos hidrológicos simulados, no contexto do cenário 3, onde a albufeira tem como único fim a produção
de energia hidroelétrica. É bastante clara a diferença entre este gráfico e o da Figura 24, idêntico, mas
relativo ao cenário 2, onde apenas é considerado o consumo para fins de irrigação,

Na Figura 27 é possível observar a variação do volume de água utilizado mensalmente para a


produção hidroelétrica no aproveitamento Ocua Lúrio. Em comparação com o gráfico da Figura 25,
relativo à variação do volume de água consumido para fins de irrigação, nota-se a diferença acentuada
na ordem de grandeza, em que o volume máximo utilizado para produção de energia chega a ser
quase o dobro do consumo relativo à irrigação.

260.0
Nível da água na albufeira

258.0

256.0
Ocua (m)

254.0

252.0

250.0

248.0
1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981
Mês

Figura 26 - Variação mensal do nível da água na albufeira de Ocua – Cenário 3.

7.0E+08
produção hidroelétrica em

6.0E+08
Volume utilizado para

Ocua, por mês (m3)

5.0E+08
4.0E+08
3.0E+08
2.0E+08
1.0E+08
0.0E+00
1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981
Mês

Figura 27 - Variação mensal do volume de água utilizado para produção de energia hidroelétrica em Ocua – Cenário 3.

70
6.2.4. Cenário 4

No cenário 4 pretende-se simular o modelo com todas as componentes integradas, ou seja, com todos
os consumos e utilizações a serem considerados ao longo dos 18 anos hidrológicos. Deste modo, a
albufeira de Ocua terá como fins múltiplos a utilização de água para a produção de energia e o
consumo relativo ao abastecimento de água para irrigação, enquanto que as Quedas beneficiarão da
regularização de caudais, imposta pela barragem de montante (Ocua), para a produção de energia
hidroelétrica num aproveitamento a fio de água puro.

No seguimento do cenário 3, iniciou-se a simulação acrescentando a componente da irrigação às


componentes de energia com as potências instaladas nesse cenário (60 e 120 MW, em Ocua e nas
Quedas, respetivamente) e verificou-se que, para uma potência de 60 MW instalada na albufeira de
Ocua, não é possível acrescentar o consumo relativo à irrigação, sem que as fiabilidades exigidas
entrem em incumprimento. Servem de exemplo os resultados apresentados no Quadro 14, relativos
ao abastecimento para irrigação de apenas um hectare, em sintonia com as potências indicadas. Neste
caso, verifica-se que existem 17 falhas, ou seja, 17 dos 18 anos hidrológicos em estudo não cumprem
as garantias exigidas no consumo de água para irrigação. Apenas um ano hidrológico garante mais de
95% das suas necessidades de consumo.

Quadro 14 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 4, relativos ao abastecimento de


água para fins de irrigação em Ocua Lúrio (potência instalada de 60 MW).

EFICÁCIA IRRIGAÇÃO OCUA LÚRIO – CENÁRIO 4 ÁREA A IRRIGAR (ha)

(potência 60 MW em Ocua) 1

Nº total de meses para regar Nº meses a regar Nº meses a regar % volume efetivamente
Nº meses a regar 0%
(10 meses/ano) 100% em parte regado

125 55 0
180 61.5%
69.4% 30.6% 0.0%
Benefícios económicos Garantia
Receita $/ha/ano 500 nº de falhas 17
Receita total em milhões $ 0.01 nº máx de falhas 3

Tendo em vista o cumprimento dos pressupostos adotados para os consumos relativos à irrigação,
optou-se por diminuir a potência instalada em Ocua de 60 MW para 25 MW. Deste modo, à semelhança
do procedimento utilizado no cenário 2, determina-se o valor máximo de área a irrigar, para o qual a
albufeira de Ocua garante as fiabilidades exigidas, ou seja, com um máximo de três anos a serem
considerados falhas (volume em falta superior a 5% do consumo total de água para rega nesse ano).
Após várias simulações para diferentes valores de área a irrigar, fazendo variar o número de hectares
de 1000 em 1000, até que já não se cumpram as exigências de fiabilidade, conclui-se que a área
máxima que garante as fiabilidades é de 32000 ha.

71
No Quadro 15 apresentam-se os resultados relativos a esta simulação, nomeadamente no que diz
respeito ao volume efetivamente consumido mensalmente para fins de irrigação, aos benefícios
económicos totais, em milhões de dólares, e à garantia com que se conseguiram esses benefícios.

Quadro 15 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 4, relativos ao abastecimento de


água para fins de irrigação em Ocua Lúrio (potência instalada de 25 MW).

EFICÁCIA IRRIGAÇÃO OCUA LÚRIO – CENÁRIO 4 ÁREA A IRRIGAR (ha)

(potência 25 MW em Ocua) 32000

Nº total de meses para regar Nº meses a regar Nº meses a regar % volume efetivamente
Nº meses a regar 0%
(10 meses/ano) 100% em parte regado

172 6 2
180 96.9%
95.6% 3.3% 1.1%
Benefícios económicos Garantia
Receita $/ha/ano 500 nº de falhas 3
Receita total em milhões $ 279.16 nº máx de falhas 3

Comparando os valores deste quadro com os resultados expostos no Quadro 11 relativo ao cenário 2
(onde não se considera produção hidroelétrica), nota-se que o impacto da utilização de água para
produção de energia com uma potência instalada de 25 MW é bastante considerável. A água disponível
para irrigação diminui, sendo apenas possível regar 32000 ha, cerca de 15% da área máxima a irrigar
quando não se considera a produção de energia em Ocua, 207000 ha.

No que diz respeito à produção de energia hidroelétrica, as potências instaladas no aproveitamento da


albufeira de Ocua e no aproveitamento a fio de água puro das Quedas são, respetivamente, 25 e
120 MW. Os resultados correspondentes às eficácias dos aproveitamentos, à percentagem de volume
de água que foi efetivamente turbinada em relação ao volume que o sistema se propõe a turbinar (que
varia com a queda de Ocua, com os caudais de dimensionamento...), à energia total produzida, em
kWh, e aos benefícios económicos totais, em milhões de dólares, ao longo dos 18 anos hidrológicos
estudados, estão apresentados no Quadro 16 (Ocua) e no Quadro 17 (Quedas).

Quadro 16 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 4, relativos à produção de energia
hidroelétrica no aproveitamento Ocua Lúrio.
POTÊNCIA (MW)
EFICÁCIA ENERGIA OCUA LÚRIO – CENÁRIO 4 25

Nº total de meses para Nº meses a turbinar Nº meses a Nº meses a turbinar % volume efetivamente
turbinar 100% turbinar 0% em parte turbinado

193 9 14
216 93.2%
89.4% 4.2% 6.5%
Energia total produzida (kWh) Benefícios económicos totais (em milhões $)
3.35E+09 334.64

72
Quadro 17 - Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 4, relativos à produção de energia
hidroelétrica no aproveitamento Quedas Lúrio.
POTÊNCIA (MW)
EFICÁCIA ENERGIA QUEDAS LÚRIO – CENÁRIO 4
120

Nº total de meses para Nº meses a turbinar Nº meses a Nº meses a turbinar % volume efetivamente
turbinar 100% turbinar 0% em parte turbinado

34 9 173
216 48.4%
15.7% 4.2% 80.1%
Energia total produzida (kWh) Benefícios económicos totais (em milhões $)
1.01E+10 1008.60

Em ambos os quadros é notória uma diminuição da energia total produzida e, consequentemente, dos
benefícios gerados, relativamente à produção hidroelétrica do cenário 2. Este facto deve-se,
claramente, à consideração do consumo devido à irrigação neste cenário, que não só compete com a
produção de energia no aproveitamento de Ocua, como reduz os escoamentos efluentes da albufeira,
diminuindo assim a água disponível nas Quedas para efeitos de produção hidroelétrica. Isto acontece
porque a irrigação se trata de um consumo e não de uma utilização, como é o caso da produção de
energia. A soma dos benefícios económicos totais dos dois aproveitamentos diminui de 1715.66
(cenário 3) para 1343.24 milhões de dólares (cenário 4), ou seja, cerca de 22%.

No entanto, apesar do consumo para irrigação, as Quedas continuam a tirar um maior proveito
hidroelétrico com a regularização de caudais imposta pela barragem de Ocua neste cenário (1008.6
milhões de dólares) do que no cenário 1, sem consumos para irrigação, mas também sem
regularização a montante (802.95 milhões de dólares), verificando-se um aumento de cerca de 20%.

Tendo em vista uma análise mais completa do comportamento do sistema ao longo dos 18 anos
hidrológicos simulados, apresenta-se a variação mensal, na Figura 28, do nível da água na albufeira
de Ocua, na Figura 29, do volume consumido para fins de irrigação, na Figura 30, do volume de água
utilizado para produção de energia em Ocua e, na Figura 31, da produção nas Quedas.

262.0
Nível da água na albufeira (m)

260.0

258.0

256.0

254.0

252.0

250.0

248.0
1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981
Mês

Figura 28 - Variação mensal do nível da água na albufeira de Ocua – Cenário 4.

73
Volume consumido para fins de 7.00E+07

6.00E+07

5.00E+07
irrigação (m3)

4.00E+07

3.00E+07

2.00E+07

1.00E+07

0.00E+00
1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981
Mês

Figura 29 - Variação mensal do volume de água consumido para irrigação em Ocua – Cenário 4.

3.00E+08
Volume utilizado para produção
hidroelétrica em Ocua (m3)

2.50E+08

2.00E+08

1.50E+08

1.00E+08

5.00E+07

0.00E+00
1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981
Mês

Figura 30 - Variação mensal do volume de água utilizado para produção de energia hidroelétrica em Ocua – Cenário 4.

8.00E+08
Volume utilizado para produção
hidroelétrica nas Quedas (m3)

7.00E+08

6.00E+08

5.00E+08

4.00E+08

3.00E+08

2.00E+08

1.00E+08

0.00E+00
1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981
Mês

Figura 31 - Variação mensal do volume de água utilizado para produção de energia hidroelétrica nas Quedas – Cenário 4.

74
6.2.5. Cenário 5

No quinto e último cenário opta-se por fazer uma simulação idêntica à do cenário anterior, ou seja,
considerando os fins múltiplos da albufeira de Ocua de abastecimento de água para irrigação e de
produção hidroelétrica e o aproveitamento a fio de água puro das Quedas de jusante. Em termos de
dados de entrada, a única alteração efetuada é a potência instalada em Ocua, que diminuiu de 25 para
20 MW, disponibilizando-se, assim, uma maior quantidade de água para fins de irrigação.

Os quadros e gráficos que permitem analisar o sistema são similares aos apresentados no cenário 4
e encontram-se no Anexo 13. O Quadro 18 resume os principais resultados desta simulação.

Quadro 18 - Quadro resumo relativo aos resultados da simulação do cenário 5.


IRRIGAÇÃO OCUA ENERGIA OCUA ENERGIA QUEDAS
Área a Benefícios Potência Benefícios Potência Benefícios
irrigar económicos instalada económicos instalada económicos
(ha) (milhões $) (MW) (milhões $) (MW) (milhões $)
69000 605.33 20 268.24 120 899.50

Como se pode observar, relativamente ao cenário anterior, a diminuição da potência hidroelétrica


instalada em Ocua de 25 para 20 MW permite um aumento da área irrigável de 32000 para 69000 ha,
cumprindo as garantias exigidas para fins de irrigação. Por outro lado, a diminuição da utilização da
água para produção de energia resulta numa redução dos benefícios económicos correspondentes de
334.64 para 268.24 milhões de dólares. Além disso, o aumento dos consumos em Ocua e a
consequente diminuição da utilização da água para produção de energia traduz-se em caudais
efluentes menores, fazendo com que os benefícios económicos da produção hidroelétrica nas Quedas
diminuam de 1008.6 para 899.5 milhões de dólares.

75
76
CAPÍTULO 7 | CONCLUSÕES E IMPACTOS DO PROJETO
A presente dissertação abordou a importância de uma boa gestão dos recursos hídricos a nível global,
para o que se adotou como caso de estudo um país em vias de desenvolvimento, e concretizou-se no
desenvolvimento de um modelo de simulação da exploração de um sistema composto por dois
aproveitamentos, um dispondo de uma albufeira de fins múltiplos e, outro, com exploração a fio de
água puro, localizados na bacia hidrográfica do rio Lúrio, em Moçambique.

Através da análise dos diferentes cenários de exploração do modelo, apresentados no capítulo 6, é


possível observar o impacto que as albufeiras de fins múltiplos têm no contexto da otimização da
gestão dos recursos hídricos, seja no consumo relativo à irrigação e na utilização em produção
hidroelétrica, seja na regularização dos caudais naturais, permitindo uma maior utilização de recursos
ao longo do ano, combatendo o seu caráter sazonal, em contextos hidrológicos como os ocorrentes
em Moçambique.

No Quadro 19 apresenta-se um resumo dos benefícios económicos correspondentes a cada cenário,


relativos aos consumos de água para irrigação e à produção de energia hidroelétrica em Ocua e nas
Quedas a jusante.

Quadro 19 - Quadro resumo dos benefícios económicos de cada cenário.

Irrigação Energia
Benefícios
Benefícios Benefícios económicos totais
Potências instaladas (milhões $)
Área irrigada (ha) económicos económicos
Ocua + Quedas (MW)
(milhões $) (milhões $)
Cenário 1 0 0 0 + 120 0 + 803 803
Cenário 2 207000 1822 0 0 1822
Cenário 3 0 0 60 + 120 522 + 1194 1716
Cenário 4 32000 279 25 + 120 335 + 1009 1622
Cenário 5 69000 605 20 + 120 268 + 900 1773

Pelo quadro, é possível entender que o cenário onde os benefícios económicos totais são mais
elevados é o cenário 2, o qual visa exclusivamente a irrigação. No entanto, nos países em vias de
desenvolvimento não devem ser só o mercado e os benefícios económicos a ditarem a viabilidade e o
interesse da concretização de projetos, sendo essencial a vertente de desenvolvimento regional com
vista a melhorias sociais e de qualidade de vida das populações. Os cenários 4 e 5, apesar de não
apresentarem benefícios económicos globais tão elevados como o cenário 2, permitem diversos fins,
como a produção hidroelétrica e o aproveitamento da regularização de caudais que a albufeira de Ocua
induz no rio Lúrio, que se traduz numa gestão dos recursos hídricos mais integrada e sustentável.

Também a partir do Quadro 19, observa-se o impacto que o armazenamento e regularização de


caudais pode ter num contexto hidrológico de grande variabilidade de recursos, pelos aumentos em
termos de produção de energia e benefícios económicos das Quedas do Lúrio, sem regularização a

77
montante (cenário 1) ou tirando partido da regularização de caudais promovida pela albufeira de Ocua
(cenários 3 e 5).

Existem diversos aspetos desta dissertação que poderiam ser desenvolvidos de forma mais
pormenorizada, se se tratasse de um estudo mais aprofundado, mas que fugiriam ao foco do trabalho.
Um desses aspetos seria a criação de um modelo geração e de propagação de caudais entre os dois
aproveitamentos, Ocua e Quedas, em alternativa à hipótese simplificada considerada de que as perdas
e os ganhos nesse troço se anulam. Outro ponto que se tentaria melhorar seria a consistência técnica
dos dados utilizados para a avaliação económica dos benefícios relativos, quer à irrigação, quer à
produção hidroelétrica. Além destes, seria também interessante estudar a possibilidade de utilizar
diferentes curvas guia de exploração da albufeira para os distintos fins, por exemplo, adotar um nível
mínimo de exploração para a produção de energia e outro para a irrigação. Note-se que, existindo
estas possibilidades de aprofundar o estudo e não estando elas integradas nesta dissertação, o modelo
de simulação criado está preparado para receber este tipo de informações, seja um modelo de
propagação interno, uma variação ao nível das avaliações económicas ou uma alteração nas equações
de exploração da albufeira.

A obtenção de dados de entrada fidedignos, como os dados hidrológicos relativos a um período de


tempo determinado, as características dos aproveitamentos a simular ou a valorização dos benefícios
a obter, foi um dos desafios principais na elaboração desta dissertação. No entanto, este desafio foi
também proveitoso para um maior entendimento das circunstâncias e dificuldades que existem no
mundo profissional, comparativamente às do mundo académico.

No que diz respeito aos impactos de projetos como os considerados na dissertação, é importante ter
em conta que “a criação de albufeiras se destina a alterar o regime natural dos caudais dos rios, de
modo a que os caudais descarregados pela albufeira estejam mais em consonância com as
necessidades de utilização da água a jusante. Esta alteração, que no caso das grandes albufeiras é
bastante profunda, cria grandes impactos sociais e ambientais. Estes impactos têm vindo a ser cada
vez melhor considerados desde os anos 70 do século passado e atualmente é impensável planear
uma albufeira de grande ou média dimensão sem que os impactos sociais e ambientais tenham sido
devidamente analisados e previstas as respetivas medidas de mitigação e os seus custos” (Hipólito &
Vaz, 2013).

Existem impactos bastante positivos, principalmente ao nível do desenvolvimento económico regional,


neste caso, de Moçambique. Esses são a satisfação das necessidades básicas das pessoas
(agricultura e energia), o aumento do emprego (inclusive mão-de-obra não especializada, um ponto
importante em países em vias de desenvolvimento), ser um exemplo de uma boa gestão dos recursos
hídricos na região que visa fomentar a melhoria da qualidade de vida das pessoas e os benefícios
resultantes do desenvolvimento do turismo.

No entanto, existem também impactos negativos que devem ser quantificados e analisados, como seja
o facto de uma albufeira aumentar a superfície de água, originando perdas por evaporação e
diminuição do caudal médio a jusante da barragem, a ampla gama de impactos sobre os ecossistemas
fluviais e ribeirinhos, ou ainda a interferência com o transporte sólido. Por outro lado, no âmbito dos

78
impactos sociais, o tema da recolocação de pessoas devido à criação de áreas inundadas é de extrema
relevância, sendo que no caso da albufeira de Ocua, abordada neste estudo, a área inundada é de até
2
302 km , o que determina a necessidade de recolocar muitas famílias (Black & Veatch International
Company, 2007).

Deste modo, na consideração dos impactos associados às barragens é essencial analisar se os


benefícios económicos (abastecimento urbano e industrial, irrigação, produção de energia, controlo de
cheias) excedem os custos (recolocação de pessoas deslocadas, alterações na economia da zona
envolvente e no ecossistema da zona ribeirinha), mas também como é que os impactos se distribuem
entre os que são afetados de várias maneiras e se tal distribuição é equitativa.

Os impactos ambientais são muito importantes neste contexto, como já mencionado. Uma albufeira
pode criar impactos de três tipos: alteração da distribuição e tempo de ocorrência de caudais a jusante;
alterações dos ecossistemas, flora fluvial e habitats; e alterações na fauna provocada pelos dois
anteriores. Estes impactos ao nível dos ecossistemas existentes surgem porque a variabilidade natural
dos escoamentos sustém comunidades biológicas complexas diferentes das que se adaptam a um
regime mais estável de caudais. Para evitar o desaparecimento dessas comunidades estabelecem-se
caudais ecológicos e, por exemplo, mecanismos de passagem para peixes. No entanto, pode haver
também impactos ambientais positivos, através do aparecimento de novas espécies nas albufeiras,
por vezes dando origem a desenvolvimentos com importância socioeconómica (pesca). Inúmeras
albufeiras abrigam espécies protegidas e funcionam até como refúgio durante épocas de seca para
diversas espécies de aves.

Os fins a que se destina a albufeira estudada, a irrigação e a energia, têm também impactos
consideráveis que devem ser tidos em conta. Apesar de melhorarem as condições de vida das
populações, permitirem alguma resiliência em períodos de seca e aumentarem os seus rendimentos,
existem também, por exemplo, perdas de biodiversidade devido à agricultura em grandes áreas e
perdas de caudais por consumo agrícola.

79
80
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82
ANEXOS

83
84
ANEXO 1- Principais bacias hidrográficas de Moçambique (World Bank, 2007).

ANEXO 2 - Centrais elétricas em Moçambique, tipo e potências instaladas


(Norconsult, 2008).

Potência % da Potência
Nome Tipo
(MW) total instalada
Maputo Gás 36 1.58
Maputo Gás 25 1.10
Beira Gás 12 0.53
Nacala Diesel 10 0.44
Nampula Diesel 6.4 0.28
Lichinga Diesel 2.5 0.11
Quelimane Diesel 6.8 0.30
Cahora bassa Hidro 2075 91.15
Chicamba Hidro 38.4 1.69
Corumana Hidro 16.6 0.73
Mavuzi Hidro 36 1.58
Mavuzi Hidro 10 0.44
Cuamba Hidro 1.1 0.04
Lichinga Hidro 0.75 0.03
Total 2276.55 100.00

85
ANEXO 3 - Distribuição dos principais aproveitamentos hidroelétricos em Moçambique
(reproduzida de Uamusse et al., 2015).

ANEXO 4 - Resumo da área potencialmente irrigável por bacia hidrográfica, em


Moçambique (Procesl et al., 2015).

Bacia Bacia
Área (ha) % Área (ha) %
hidrográfica hidrográfica

MELELA 206705 1.4 LIGONHA 330500 2.2

MONGICUAL 212754 1.4 PÚNGOÉ 333429 2.3

LIMPOPO 222649 1.5 INCOMÁTI 341612 2.3

NAMACURRA 240571 1.6 MONTEPUEZ 433144 2.9

MELÚLI 278753 1.9 MESSALO 908209 6.1

RARAGA 295289 2.0 LICUNGO 944665 6.4

SAVE 301986 2.0 ROVUMA 969202 6.6

MONAPO 314673 2.1 ZAMBEZE 2029711 13.7

MUCUBÚRI 318865 2.2 LÚRIO 3375980 22.8

86
ANEXO 5 - Necessidades de água das culturas para o percentil 80% (80% das culturas
têm necessidades líquidas anuais de água de rega inferior ao valor apresentado), em
mm/ano.

Cultura Beira Chimoio Inhambane Lichinga Maputo Nampula Pemba Quelimane Tete Xai-Xai

Alface (ES) 167,8 158,8 117,8 260,8 234,8 306,8 295,8 158,8 379,8 141,8

Alface (EH) 368,8 362,8 303,8 397,8 306,8 517,8 437,8 477,8 555,8 284,8

Algodão 267 222 203 242 368 392 422 361 506 405

Amendoim 192 175 160 200 216 270 318 296 340 265

Ananás 172 176 113 307 223 373 328 216 552 106

Arroz 281,2 226,2 213,2 172,2 512,2 314,2 385,2 309,2 543,2 457,2

Banana 549,1 505,1 421,1 789,1 683,1 986,1 870,1 720,1 1255,1 497,1

Batata 271,4 252,4 185,4 375,4 274,4 393,4 363,4 239,4 438,4 167,4

Batata Doce 48 34 34 32 216 53 86 50 221 125

Batata Reno 65,1 129,1 99,1 200,1 190,1 257,1 235,1 125,1 344,1 117,1

Cana de Açúcar 434 339 298 611 692 783 699 534 1139 449

Cebola 254,3 236,3 166,3 383,3 314,3 427,3 410,3 223,3 489,3 172,3

Cenoura 194,1 188,1 126,1 324,1 258,1 357,1 335,1 173,1 408,1 120,1

Citrinos 312 285 229 514 492 639 569 432 949 302

Feijão 215,1 181,1 137,1 305,1 225,1 323,1 305,1 156,1 341,1 113,1

Feijão Nhemba 265,1 239,1 226,1 285,1 266,1 381,1 380,1 381,1 447,1 260,1

Feijão Verde 29,1 20,1 15,1 86,1 166,1 130,1 118,1 63,1 270,1 76,1

Girassol 166,1 151,1 91,1 302,1 246,1 327,1 320,1 136,1 405,1 101,1

Mandioca 581,2 558,2 434,2 757,2 539,2 880,2 774,2 669,2 1040,2 437,2

Melancia 293,4 298,4 230,4 391,4 271,4 431,4 355,4 353,4 480,4 234,4

Pepino 134 138 74 270 214 295 275 121 346 78

PiriPiri 489,8 467,8 378,8 585,8 405,8 700,8 588,8 579,8 764,8 381,8

Milho (ES) 191 182 111 360 297 409 395 192 488 147

Milho (EH) 124 99 71 80 252 140 239 148 242 277

Repolho 114,7 98,7 68,7 196,7 166,7 225,7 215,7 90,7 290,7 74,7

Soja 144 131 125 131 209 209 268 228 304 246

Tabaco 150 143 113 279 241 313 314 142 396 132

Tomate (ES) 305,3 280,3 217,3 414,3 314,3 438,3 407,3 263,3 483,3 191,3

Tomate (EH) 115,3 58,3 54,3 143,3 313,3 204,3 194,3 112,3 473,3 211,3

Trigo 182 188 104 347 270 388 362 176 447 124

87
ANEXO 6 - Corredores de desenvolvimento agrícola prioritários em Moçambique
(Procesl et al., 2015).

88
ANEXO 7 - Locais selecionados pela HP para a construção de barragens (HP &
DNA, 1980).

Altura Área Capacidade Potencial Perímetros /


Desenvolvimento
Barragens Finalidade máx. albufeira armazenamento instalada/energia área de
coroamento (m)
(m) (km2) (x106 m3) (em ano médio) regadio (ha)

3x40 MW
Lúrio 1 Energia 72 1950 100 1850 6 -
/1000x10 kWh

Lúrio 2 (zona 3x40 MW


Energia 64 870 - - 6 -
das Quedas) /1000x10 kWh
6
Lúrio 3 (zona Rega + 40 MW / 500x10
40 5700 300 3400 180 000
de Ocua) Energia kWh

Luco 1 Rega 30 880 30 200 - 9 000

Muvo 1 Rega 30 415 20 135 - 7 000

Mepuipui 1 +
Rega 40+36 450+1150 60 590 - 33 000
Niouce 1

Nihurege 1 Rega 40 2200 70 700 - 37 000

Neoce 1 Rega 35 1350 20 190 - 11 000

Rurrumana 1 Rega 40 4350 60 500 - 25 000

Mecequesse
Rega 40 1750 60 670 - 38 000
1

Rega + 6
Lúrio 4 45 1920 280 3000 100x10 kWh 180 000
Energia

Malema 1 6
3x20 MW/200x10
(zona do Alto Energia 50 280 - - -
kWh
Malema)
6
Rega + 22 MW/110x10
Namparro 3 65 455 - 300 16 000
Energia kWh

Lalace 2 Rega 30 1450 - 50 - 7 000

Nataleia 2 (ou
Baixo Rega 60 500 - 60 - 10 000
Nataleia)

Nataleia 4 (ou
Rega 40 800 - 15 - 2 500
Alto Nataleia)

Rega +
Malema 3 20 110 - - 2x4 MW s/d
Energia

89
ANEXO 8 - Curvas de áreas inundadas e de volumes armazenados da albufeira de
Ocua (Rio Lúrio), com interpolação linear para a obtenção dos valores
correspondentes a cada elevação, aproximada ao decímetro.

Curvas características da albufeira de Ocua

Elevação Área Volume Elevação Área Volume Elevação Área Volume


2 3 2 3 2 3
m m m m m m m m m

230 9.00E+06 2.00E+07 249.9 1.50E+08 1.26E+09 255.1 2.16E+08 2.19E+09

235 2.70E+07 1.10E+08 250 1.51E+08 1.27E+09 255.2 2.18E+08 2.21E+09

240 5.60E+07 3.10E+08 250.1 1.52E+08 1.29E+09 255.3 2.19E+08 2.24E+09

245 9.70E+07 6.80E+08 250.2 1.54E+08 1.31E+09 255.4 2.21E+08 2.26E+09

245.1 9.81E+07 6.92E+08 250.3 1.55E+08 1.32E+09 255.5 2.23E+08 2.29E+09

245.2 9.92E+07 7.04E+08 250.4 1.56E+08 1.34E+09 255.6 2.25E+08 2.31E+09

245.3 1.00E+08 7.15E+08 250.5 1.57E+08 1.36E+09 255.7 2.26E+08 2.34E+09

245.4 1.01E+08 7.27E+08 250.6 1.59E+08 1.38E+09 255.8 2.28E+08 2.36E+09

245.5 1.02E+08 7.39E+08 250.7 1.60E+08 1.39E+09 255.9 2.30E+08 2.39E+09

245.6 1.03E+08 7.51E+08 250.8 1.61E+08 1.41E+09 256 2.32E+08 2.41E+09

245.7 1.05E+08 7.63E+08 250.9 1.62E+08 1.43E+09 256.1 2.33E+08 2.44E+09

245.8 1.06E+08 7.74E+08 251 1.64E+08 1.45E+09 256.2 2.35E+08 2.46E+09

245.9 1.07E+08 7.86E+08 251.1 1.65E+08 1.47E+09 256.3 2.37E+08 2.49E+09

246 1.08E+08 7.98E+08 251.2 1.66E+08 1.48E+09 256.4 2.39E+08 2.51E+09

246.1 1.09E+08 8.10E+08 251.3 1.67E+08 1.50E+09 256.5 2.40E+08 2.54E+09

246.2 1.10E+08 8.22E+08 251.4 1.69E+08 1.52E+09 256.6 2.42E+08 2.56E+09

246.3 1.11E+08 8.33E+08 251.5 1.70E+08 1.54E+09 256.7 2.44E+08 2.59E+09

246.4 1.12E+08 8.45E+08 251.6 1.71E+08 1.55E+09 256.8 2.46E+08 2.61E+09

246.5 1.13E+08 8.57E+08 251.7 1.72E+08 1.57E+09 256.9 2.47E+08 2.64E+09

246.6 1.14E+08 8.69E+08 251.8 1.74E+08 1.59E+09 257 2.49E+08 2.66E+09

246.7 1.15E+08 8.81E+08 251.9 1.75E+08 1.61E+09 257.1 2.51E+08 2.69E+09

246.8 1.16E+08 8.92E+08 252 1.76E+08 1.63E+09 257.2 2.53E+08 2.71E+09

246.9 1.18E+08 9.04E+08 252.1 1.77E+08 1.64E+09 257.3 2.54E+08 2.74E+09

247 1.19E+08 9.16E+08 252.2 1.79E+08 1.66E+09 257.4 2.56E+08 2.76E+09

247.1 1.20E+08 9.28E+08 252.3 1.80E+08 1.68E+09 257.5 2.58E+08 2.79E+09

247.2 1.21E+08 9.40E+08 252.4 1.81E+08 1.70E+09 257.6 2.60E+08 2.81E+09

247.3 1.22E+08 9.51E+08 252.5 1.83E+08 1.72E+09 257.7 2.62E+08 2.84E+09

247.4 1.23E+08 9.63E+08 252.6 1.84E+08 1.73E+09 257.8 2.63E+08 2.86E+09

90
Curvas características da albufeira de Ocua

Elevação Área Volume Elevação Área Volume Elevação Área Volume


2 3 2 3 2 3
m m m m m m m m m

247.5 1.24E+08 9.75E+08 252.7 1.85E+08 1.75E+09 257.9 2.65E+08 2.89E+09

247.6 1.25E+08 9.87E+08 252.8 1.86E+08 1.77E+09 258 2.67E+08 2.91E+09

247.7 1.26E+08 9.99E+08 252.9 1.88E+08 1.79E+09 258.1 2.69E+08 2.94E+09

247.8 1.27E+08 1.01E+09 253 1.89E+08 1.80E+09 258.2 2.70E+08 2.96E+09

247.9 1.28E+08 1.02E+09 253.1 1.90E+08 1.82E+09 258.3 2.72E+08 2.99E+09

248 1.29E+08 1.03E+09 253.2 1.91E+08 1.84E+09 258.4 2.74E+08 3.01E+09

248.1 1.30E+08 1.05E+09 253.3 1.93E+08 1.86E+09 258.5 2.76E+08 3.04E+09

248.2 1.32E+08 1.06E+09 253.4 1.94E+08 1.88E+09 258.6 2.77E+08 3.06E+09

248.3 1.33E+08 1.07E+09 253.5 1.95E+08 1.89E+09 258.7 2.79E+08 3.09E+09

248.4 1.34E+08 1.08E+09 253.6 1.96E+08 1.91E+09 258.8 2.81E+08 3.11E+09

248.5 1.35E+08 1.09E+09 253.7 1.98E+08 1.93E+09 258.9 2.83E+08 3.14E+09

248.6 1.36E+08 1.10E+09 253.8 1.99E+08 1.95E+09 259 2.84E+08 3.16E+09

248.7 1.37E+08 1.12E+09 253.9 2.00E+08 1.96E+09 259.1 2.86E+08 3.19E+09

248.8 1.38E+08 1.13E+09 254 2.01E+08 1.98E+09 259.2 2.88E+08 3.21E+09

248.9 1.39E+08 1.14E+09 254.1 2.03E+08 2.00E+09 259.3 2.90E+08 3.24E+09

249 1.40E+08 1.15E+09 254.2 2.04E+08 2.02E+09 259.4 2.91E+08 3.26E+09

249.1 1.41E+08 1.16E+09 254.3 2.05E+08 2.04E+09 259.5 2.93E+08 3.29E+09

249.2 1.42E+08 1.18E+09 254.4 2.06E+08 2.05E+09 259.6 2.95E+08 3.31E+09

249.3 1.43E+08 1.19E+09 254.5 2.08E+08 2.07E+09 259.7 2.97E+08 3.34E+09

249.4 1.45E+08 1.20E+09 254.6 2.09E+08 2.09E+09 259.8 2.98E+08 3.36E+09

249.5 1.46E+08 1.21E+09 254.7 2.10E+08 2.11E+09 259.9 3.00E+08 3.39E+09

249.6 1.47E+08 1.22E+09 254.8 2.11E+08 2.12E+09 260 3.02E+08 3.41E+09

249.7 1.48E+08 1.23E+09 254.9 2.13E+08 2.14E+09

249.8 1.49E+08 1.25E+09 255 2.14E+08 2.16E+09

91
ANEXO 9 - Registos das médias dos caudais médios diários no Rio Lúrio, relativos à
estação hidrométrica de Namapa e obtidos através da Direção Nacional das Águas
de Moçambique (DNA), no período de anos hidrológicos de 1963/64 até 1980/81,
em m3/s.

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro

1963/64 2.32 54.64 181.43 821.72 1546.00 368.47 136.93 60.24 31.26 20.64 13.22 9.12

1964/65 2.38 1.85 6.38 679.77 1542.95 1649.65 705.43 173.65 79.12 41.06 22.81 10.76

1965/66 7.61 4.21 137.87 879.70 697.71 563.59 116.07 51.22 25.44 17.20 12.04 5.42

1966/67 2.83 3.92 27.01 86.74 159.09 487.65 622.79 131.08 43.34 26.06 17.21 11.32

1967/68 5.95 4.42 67.79 395.55 449.46 584.91 195.91 69.88 36.10 21.58 12.33 5.62

1968/69 3.80 3.77 258.98 590.17 680.18 253.25 293.55 67.78 28.88 15.42 13.68 7.04

1969/70 3.94 12.60 70.50 1037.59 1398.90 345.00 90.85 31.84 14.70 11.75 5.94 1.27

1970/71 0.52 2.66 250.83 1068.07 1372.11 1414.24 406.32 109.30 52.12 27.15 15.17 8.26

1971/72 3.89 1.63 12.57 153.58 528.06 326.14 62.41 34.57 16.73 13.81 8.61 5.42

1972/73 3.61 2.30 95.22 150.23 202.96 309.55 458.15 55.87 21.80 13.64 8.50 3.95

1973/74 2.20 1.17 115.07 183.45 862.37 766.54 606.79 473.12 184.01 137.37 88.28 59.40

1974/75 19.18 7.81 128.51 139.08 378.44 756.09 243.17 57.83 28.52 17.38 9.27 3.95

1975/76 0.96 1.39 57.94 724.20 1421.38 1697.24 1524.92 311.84 127.40 73.31 40.15 22.40

1976/77 13.62 2.74 12.33 432.53 473.75 335.29 155.52 43.68 23.80 17.11 13.68 6.67

1977/78 2.71 0.36 16.91 133.19 1319.72 1213.87 933.58 240.46 89.67 50.32 25.36 13.00

1978/79 4.73 9.01 398.78 468.39 1031.43 1331.58 570.42 197.72 95.40 61.84 30.88 17.26

1979/80 8.54 14.77 141.45 294.37 213.16 352.43 403.37 119.76 43.78 21.77 9.68 4.46

1980/81 1.98 3.13 168.06 487.64 677.04 689.18 415.70 116.95 48.77 25.35 14.26 8.27

92
ANEXO 10 - Registos dos valores mensais de evaporação no Rio Lúrio, relativos à
estação climatológica de Namapa, no período de anos hidrológicos de 1963/64 até
1980/81, em mm.

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro

1963/64 406.7 221 194.9 132.5 119.7 162 126.5 248.5 175.7 194.2 194.7 349.6

1964/65 244.8 220.1 169.6 121.8 89.4 95.1 113.9 203.7 224.4 228.3 239.7 267.1

1965/66 293.6 314.2 212.4 173.6 147.5 124.9 158.1 175.3 245.6 229.2 239.3 250.7

1966/67 290.8 265.2 238.2 192.9 178.7 109.6 188.8 284.1 202.4 219.2 235.1 235

1967/68 254.3 226.2 247.9 220.7 183.5 221.5 239.5 205 206.9 253.9 260.4 246.5

1968/69 246.6 219.8 226.6 219.1 166.1 192.5 222.6 165.2 194.8 238.4 208.2 244

1969/70 315.9 271.7 182.8 95.9 99.7 130.9 151.6 186.5 197.7 212.7 209.4 223.7

1970/71 257.7 254.5 127.4 128.5 90.8 103.3 100.9 156.6 160.8 175.4 145.5 149.5

1971/72 168.2 163.8 148.1 88.5 59.5 64.2 84.5 110.7 160 167.3 164 167.2

1972/73 162.1 187.2 93.3 83.9 80.6 65.6 84 126.9 160.9 173 171.4 192.2

1973/74 196.2 204.6 128.5 66.2 65.1 54.4 79.6 94.6 104.7 107.3 134 161

1974/75 180.1 168.1 120.3 112.7 83.2 82.5 68.5 134.5 146.4 148.1 151.5 157.6

1975/76 215.4 174.1 130.3 75.9 55.5 64.2 67.6 128.6 122.4 183.4 192 170.9

1976/77 195.1 191.1 154.7 70.9 86.6 63.6 84.6 137.8 156.6 188.4 180.5 166.8

1977/78 244.8 220.1 169.6 127.4 107.6 109.6 126.5 168.4 175.7 194.2 194.7 213

1978/79 244.8 220.1 169.6 127.4 107.6 109.6 126.5 168.4 175.7 194.2 194.7 213

1979/80 244.8 220.1 169.6 127.4 107.6 109.6 126.5 168.4 175.7 194.2 194.7 213

1980/81 244.8 220.1 169.6 127.4 107.6 109.6 126.5 168.4 175.7 194.2 194.7 213

93
ANEXO 11 - Registos dos valores mensais de precipitação no Rio Lúrio, relativos à
estação climatológica de Namapa, no período de anos hidrológicos de 1963/64 até
1980/81, em mm.

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro

1963/64 0.8 19.2 63.7 288.6 543 129.4 48.1 21.2 11 7.2 4.6 3.2

1964/65 0.6 0.4 1.5 157.6 357.8 382.6 163.6 40.3 18.3 9.5 5.3 2.5

1965/66 3.4 1.9 62.4 398.3 315.9 255.2 52.5 23.2 11.5 7.8 5.5 2.5

1966/67 2 2.8 19 61.1 112 343.4 438.5 92.3 30.5 18.3 12.1 8

1967/68 3.7 2.7 41.8 243.8 277 360.5 120.7 43.1 22.3 13.3 7.6 3.5

1968/69 2 1.9 133.2 303.5 349.8 130.3 151 34.9 14.9 7.9 7 3.6

1969/70 1.5 4.7 26.6 391 527.2 130 34.2 12 5.5 4.4 2.2 0.5

1970/71 0.1 0.6 60.5 257.6 330.9 341.1 98 26.4 12.6 6.5 3.7 2

1971/72 3.8 1.6 12.3 150 515.6 318.5 61 33.8 16.3 13.5 8.4 5.3

1972/73 3.1 2 81.9 129.2 174.5 266.2 394 48 18.7 11.7 7.3 3.4

1973/74 0.7 0.4 37.7 60.1 282.5 251.1 198.8 155 60.3 45 28.9 19.5

1974/75 12.2 5 81.9 88.6 241.1 481.7 154.9 36.8 18.2 11.1 5.9 2.5

1975/76 0.2 0.3 11 137.5 269.9 322.3 289.6 59.2 24.2 13.9 7.6 4.3

1976/77 10.1 2 9.2 322.1 352.8 249.7 115.8 32.5 17.7 12.7 10.2 5

1977/78 0.8 0.1 4.8 37.6 372.5 342.6 263.5 67.9 25.3 14.2 7.2 3.7

1978/79 1.3 2.4 107.8 126.6 278.8 359.9 154.2 53.4 25.8 16.7 8.3 4.7

1979/80 6 10.3 99.1 206.2 149.3 246.9 282.5 83.9 30.7 15.2 6.8 3.1

1980/81 0.8 1.3 72.1 209.3 290.6 295.8 178.4 50.2 20.9 10.9 6.1 3.5

94
ANEXO 12 - Modelo completo, considerando os 18 anos hidrológicos e todas as
componentes sequenciais, relativo ao cenário de simulação 4.

1ª Folha:

- Quadro Resumo com dados de entrada e de saída da simulação;

- Componente base e componente de irrigação do modelo.

2ª Folha:

- Em continuação horizontal com a folha anterior, apresentam-se a componente da energia em Ocua,


as condições finais da albufeira de Ocua e a componente da energia nas Quedas do Lúrio.

95
96
Modelo completo relativo ao cenário de simulação 4, considerando os 18 anos hidrológicos. e todas as componentes sequenciais. 1/2

Área a regar
COMPONENTE BASE (ha)
32000 COMPONENTE IRRIGAÇÃO
ÁREA A IRRIGAR (ha) DATA CONDIÇÕES INICIAIS ESCOAMENTO AFLUENTE EVAPORAÇÃO PRECIPITAÇÃO ECO CONDIÇÕES FINAIS VOLUME A IRRIGAR VERIFICAÇÃO DO NÍVEL DA ALBUFEIRA (>250 m) VOLUME EFETIVAMENTE IRRIGADO (>250) CONDIÇÕES FINAIS Nº FALHAS: 3
EFICÁCIA REGA OCUA LÚRIO
32000 Escoamento médio Volume de Volume de Volume de Volume Volume Benefícios
nº de Volume inicial do Nível Área inicial do Evaporação Precipitação Volume final Nível Necessidades Volume mensal Só rega se Nível Nível intermédio Volume a irrigar para % Volume Nº dias Volume Nível final % das necessidades
Ano Mês mensal observado escoamento evaporação precipitação ecológico intermédio económicos
Nº total de meses
Nº meses a Nº meses a % volume efetivamente dias reservatório (m3) inicial (m) reservatório (m2) mensal (m) mensal (m) (m3) final (m) mensais (mm) a irrigar (m3) base >250m (m3) (m) garantir min = 250 (m3) Regado regados final (m3) (m) anuais cumpridas (m3)
para regar Nº meses a regar 0% (m3/s) mensal (m3) (m3) (m3) (m3) (m3) anuais ($)
regar 100% regar em parte regado
(10 meses/ano)

172 7 2 31 1963 10 3.41E+09 260.0 3.02E+08 2.32 6.20E+06 0.4067 1.23E+08 0.0008 2.42E+05 6.75E+05 3.29E+09 259.5 171.7 5.50E+07 5.50E+07 3.24E+09 259.3 5.50E+07 100% 31 3.24E+09 259.3
181 96.9%
95.0% 3.9% 1.1% 30 1963 11 2.96E+09 258.1 2.69E+08 54.64 1.42E+08 0.2210 5.94E+07 0.0192 5.16E+06 9.53E+05 3.05E+09 258.5 108.9 3.49E+07 3.49E+07 3.01E+09 258.4 3.49E+07 100% 30 3.01E+09 258.4
Benefícios económicos Garantia 31 1963 12 2.74E+09 257.3 2.54E+08 181.43 4.86E+08 0.1949 4.96E+07 0.0637 1.62E+07 1.60E+07 3.18E+09 259.0 15.5 4.96E+06 4.96E+06 3.17E+09 259.0 4.96E+06 100% 31 3.17E+09 259.0

Ano hidrológico 1963/64


Receita $/ha/ano 500 nº de falhas 3 31 1964 1 2.89E+09 257.9 2.65E+08 821.72 2.20E+09 0.1325 3.51E+07 0.2886 7.65E+07 6.49E+07 5.07E+09 >260 2.3 7.47E+05 7.47E+05 5.07E+09 >260 7.47E+05 100% 31 5.07E+09 >260
Receita total em milhões $ 279.16 nº máx de falhas 3 29 1964 2 3.41E+09 260.0 3.02E+08 1546.00 3.87E+09 0.1197 3.61E+07 0.5430 1.64E+08 1.04E+08 7.31E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 7.31E+09 >260 0.00E+00 0% 0 7.31E+09 >260
31 1964 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 368.47 9.87E+08 0.1620 4.89E+07 0.1294 3.91E+07 1.00E+08 4.29E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 4.29E+09 >260 0.00E+00 0% 0 4.29E+09 >260
100% 1.60E+07
30 1964 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 136.93 3.55E+08 0.1265 3.82E+07 0.0481 1.45E+07 5.72E+07 3.68E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 3.67E+09 >260 1.05E+07 100% 30 3.67E+09 >260
31 1964 5 3.40E+09 259.9 3.00E+08 60.24 1.61E+08 0.2485 7.46E+07 0.0212 6.37E+06 1.75E+07 3.48E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.44E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.44E+09 >260
POTÊNCIA (MW)
EFICÁCIA ENERGIA OCUA LÚRIO 30 1964 6 3.16E+09 258.9 2.83E+08 31.26 8.10E+07 0.1757 4.97E+07 0.0110 3.11E+06 7.13E+06 3.19E+09 259.1 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.13E+09 258.8 5.35E+07 100% 30 3.13E+09 258.8
25 31 1964 7 2.86E+09 257.8 2.63E+08 20.64 5.53E+07 0.1942 5.11E+07 0.0072 1.90E+06 4.56E+06 2.86E+09 257.8 144.1 4.61E+07 4.61E+07 2.82E+09 257.6 4.61E+07 100% 31 2.82E+09 257.6
Nº meses a 31 1964 8 2.54E+09 256.5 2.40E+08 13.22 3.54E+07 0.1947 4.68E+07 0.0046 1.11E+06 2.69E+06 2.53E+09 256.4 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.48E+09 256.2 4.93E+07 100% 31 2.48E+09 256.2
Nº total de meses Nº meses a % volume efetivamente
Nº meses a turbinar 0% turbinar em 30 1964 9 2.20E+09 255.1 2.16E+08 9.12 2.36E+07 0.3496 7.54E+07 0.0032 6.90E+05 1.47E+06 2.15E+09 254.9 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.09E+09 254.5 6.00E+07 100% 30 2.09E+09 254.5
para turbinar turbinar 100% turbinado
parte
31 1964 10 1.82E+09 253.0 1.89E+08 2.38 6.38E+06 0.2448 4.62E+07 0.0006 1.13E+05 6.75E+05 1.78E+09 252.8 171.7 5.50E+07 5.50E+07 1.72E+09 252.5 5.50E+07 100% 31 1.72E+09 252.5
193 9 14 30 1964 11 1.44E+09 250.9 1.62E+08 1.85 4.80E+06 0.2201 3.57E+07 0.0004 6.49E+04 9.53E+05 1.41E+09 250.7 108.9 3.49E+07 3.49E+07 1.37E+09 250.5 3.49E+07 100% 30 1.37E+09 250.5
216 93.2%
4.2%

Ano hidrológico 1964/65


89.4% 6.5% 31 1964 12 1.27E+09 250.0 1.51E+08 6.38 1.71E+07 0.1696 2.56E+07 0.0015 2.27E+05 1.60E+07 1.25E+09 249.7 15.5 4.96E+06 0.00E+00 1.25E+09 249.7 0.00E+00 0% 0 1.25E+09 249.7
Energia total produzida (kWh) Benefícios económicos totais (em milhões $) 31 1965 1 1.25E+09 249.7 1.48E+08 679.77 1.82E+09 0.1218 1.80E+07 0.1576 2.33E+07 6.49E+07 3.01E+09 258.3 2.3 7.47E+05 7.47E+05 3.01E+09 258.3 7.47E+05 100% 31 3.01E+09 258.3
3.35E+09 334.64 28 1965 2 2.73E+09 257.2 2.53E+08 1542.95 3.73E+09 0.0894 2.26E+07 0.3578 9.04E+07 1.04E+08 6.42E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 6.42E+09 >260 0.00E+00 0% 0 6.42E+09 >260
31 1965 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 1649.65 4.42E+09 0.0951 2.87E+07 0.3826 1.16E+08 1.00E+08 7.82E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 7.82E+09 >260 0.00E+00 0% 0 7.82E+09 >260 99% 1.58E+07
30 1965 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 705.43 1.83E+09 0.1139 3.44E+07 0.1636 4.94E+07 5.72E+07 5.20E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 5.19E+09 >260 1.05E+07 100% 30 5.19E+09 >260
31 1965 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 173.65 4.65E+08 0.2037 6.15E+07 0.0403 1.22E+07 1.75E+07 3.81E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.77E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.77E+09 >260
POTÊNCIA (MW)
EFICÁCIA ENERGIA QUEDAS LÚRIO 30 1965 6 3.41E+09 260.0 3.02E+08 79.12 2.05E+08 0.2244 6.78E+07 0.0183 5.53E+06 7.13E+06 3.55E+09 >260 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.49E+09 >260 5.35E+07 100% 30 3.49E+09 >260
120 31 1965 7 3.22E+09 259.2 2.88E+08 41.06 1.10E+08 0.2283 6.57E+07 0.0095 2.74E+06 4.56E+06 3.26E+09 259.4 144.1 4.61E+07 4.61E+07 3.22E+09 259.2 4.61E+07 100% 31 3.22E+09 259.2
Nº meses a 31 1965 8 2.94E+09 258.1 2.69E+08 22.81 6.11E+07 0.2397 6.44E+07 0.0053 1.42E+06 2.69E+06 2.93E+09 258.0 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.89E+09 257.9 4.93E+07 100% 31 2.89E+09 257.9
Nº total de meses Nº meses a % volume efetivamente
para turbinar turbinar 100%
Nº meses a turbinar 0% turbinar em
turbinado 30 1965 9 2.61E+09 256.7 2.44E+08 10.76 2.79E+07 0.2671 6.52E+07 0.0025 6.10E+05 1.47E+06 2.57E+09 256.6 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.51E+09 256.3 6.00E+07 100% 30 2.51E+09 256.3
parte
31 1965 10 2.24E+09 255.3 2.19E+08 7.61 2.04E+07 0.2936 6.44E+07 0.0034 7.46E+05 6.75E+05 2.19E+09 255.1 171.7 5.50E+07 5.50E+07 2.14E+09 254.8 5.50E+07 100% 31 2.14E+09 254.8
34 9 173 30 1965 11 1.86E+09 253.3 1.93E+08 4.21 1.09E+07 0.3142 6.05E+07 0.0019 3.66E+05 9.53E+05 1.81E+09 253.0 108.9 3.49E+07 3.49E+07 1.78E+09 252.8 3.49E+07 100% 30 1.78E+09 252.8
216 48.4%

Ano hidrológico 1965/66


15.7% 4.2% 80.1% 31 1965 12 1.51E+09 251.3 1.67E+08 137.87 3.69E+08 0.2124 3.56E+07 0.0624 1.04E+07 1.60E+07 1.83E+09 253.1 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.83E+09 253.1 4.96E+06 100% 31 1.83E+09 253.1
Energia total produzida (kWh) Benefícios económicos totais (em milhões $) 31 1966 1 1.55E+09 251.5 1.70E+08 879.70 2.36E+09 0.1736 2.95E+07 0.3983 6.77E+07 6.49E+07 3.88E+09 >260 2.3 7.47E+05 7.47E+05 3.88E+09 >260 7.47E+05 100% 31 3.88E+09 >260
1.01E+10 1008.60 28 1966 2 3.41E+09 260.0 3.02E+08 697.71 1.69E+09 0.1475 4.45E+07 0.3159 9.54E+07 1.04E+08 5.04E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 5.04E+09 >260 0.00E+00 0% 0 5.04E+09 >260
31 1966 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 563.59 1.51E+09 0.1249 3.77E+07 0.2552 7.71E+07 1.00E+08 4.86E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 4.86E+09 >260 0.00E+00 0% 0 4.86E+09 >260 100% 1.60E+07
30 1966 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 116.07 3.01E+08 0.1581 4.77E+07 0.0525 1.59E+07 5.72E+07 3.62E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 3.61E+09 >260 1.05E+07 100% 30 3.61E+09 >260
31 1966 5 3.34E+09 259.7 2.97E+08 51.22 1.37E+08 0.1753 5.20E+07 0.0232 6.88E+06 1.75E+07 3.42E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.38E+09 259.8 4.07E+07 100% 31 3.38E+09 259.8
30 1966 6 3.10E+09 258.7 2.79E+08 25.44 6.59E+07 0.2456 6.86E+07 0.0115 3.21E+06 7.13E+06 3.09E+09 258.7 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.04E+09 258.5 5.35E+07 100% 30 3.04E+09 258.5
31 1966 7 2.77E+09 257.4 2.56E+08 17.20 4.61E+07 0.2292 5.87E+07 0.0078 2.00E+06 4.56E+06 2.75E+09 257.3 144.1 4.61E+07 4.61E+07 2.70E+09 257.1 4.61E+07 100% 31 2.70E+09 257.1
31 1966 8 2.43E+09 256.0 2.32E+08 12.04 3.23E+07 0.2393 5.54E+07 0.0055 1.27E+06 2.69E+06 2.40E+09 255.9 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.35E+09 255.7 4.93E+07 100% 31 2.35E+09 255.7
30 1966 9 2.07E+09 254.5 2.08E+08 5.42 1.41E+07 0.2507 5.21E+07 0.0025 5.19E+05 1.47E+06 2.03E+09 254.2 187.4 6.00E+07 6.00E+07 1.97E+09 253.9 6.00E+07 100% 30 1.97E+09 253.9
31 1966 10 1.70E+09 252.4 1.81E+08 2.83 7.58E+06 0.2908 5.27E+07 0.0020 3.62E+05 6.75E+05 1.66E+09 252.1 171.7 5.50E+07 5.50E+07 1.60E+09 251.8 5.50E+07 100% 31 1.60E+09 251.8
30 1966 11 1.32E+09 250.3 1.55E+08 3.92 1.02E+07 0.2652 4.10E+07 0.0028 4.33E+05 9.53E+05 1.29E+09 250.1 108.9 3.49E+07 3.49E+07 1.26E+09 249.9 2.32E+07 66% 20 1.27E+09 250.0
Ano hidrológico 1966/67

31 1966 12 1.27E+09 250.0 1.51E+08 27.01 7.23E+07 0.2382 3.60E+07 0.0190 2.87E+06 1.60E+07 1.29E+09 250.1 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.29E+09 250.1 4.96E+06 100% 31 1.29E+09 250.1
31 1967 1 1.29E+09 250.1 1.52E+08 86.74 2.32E+08 0.1929 2.94E+07 0.0611 9.30E+06 6.49E+07 1.44E+09 250.9 2.3 7.47E+05 7.47E+05 1.43E+09 250.9 7.47E+05 100% 31 1.43E+09 250.9
28 1967 2 1.27E+09 250.0 1.51E+08 159.09 3.85E+08 0.1787 2.70E+07 0.1120 1.69E+07 1.04E+08 1.54E+09 251.5 0.0 0.00E+00 0.00E+00 1.54E+09 251.5 0.00E+00 0% 0 1.54E+09 251.5
31 1967 3 1.29E+09 250.1 1.52E+08 487.65 1.31E+09 0.1096 1.67E+07 0.3434 5.23E+07 1.00E+08 2.53E+09 256.4 0.0 0.00E+00 0.00E+00 2.53E+09 256.4 0.00E+00 0% 0 2.53E+09 256.4
97% 1.55E+07
30 1967 4 2.25E+09 255.3 2.19E+08 622.79 1.61E+09 0.1888 4.14E+07 0.4385 9.62E+07 5.72E+07 3.86E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 3.85E+09 >260 1.05E+07 100% 30 3.85E+09 >260
31 1967 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 131.08 3.51E+08 0.2841 8.58E+07 0.0923 2.79E+07 1.75E+07 3.69E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.65E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.65E+09 >260
30 1967 6 3.37E+09 259.8 2.98E+08 43.34 1.12E+08 0.2024 6.04E+07 0.0305 9.10E+06 7.13E+06 3.42E+09 >260 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.37E+09 259.8 5.35E+07 100% 30 3.37E+09 259.8
31 1967 7 3.10E+09 258.7 2.79E+08 26.06 6.98E+07 0.2192 6.12E+07 0.0183 5.11E+06 4.56E+06 3.11E+09 258.7 144.1 4.61E+07 4.61E+07 3.06E+09 258.5 4.61E+07 100% 31 3.06E+09 258.5
31 1967 8 2.78E+09 257.4 2.56E+08 17.21 4.61E+07 0.2351 6.02E+07 0.0121 3.10E+06 2.69E+06 2.77E+09 257.4 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.72E+09 257.2 4.93E+07 100% 31 2.72E+09 257.2
30 1967 9 2.44E+09 256.1 2.33E+08 11.32 2.93E+07 0.2350 5.48E+07 0.0080 1.87E+06 1.47E+06 2.41E+09 256.0 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.35E+09 255.7 6.00E+07 100% 30 2.35E+09 255.7
31 1967 10 2.08E+09 254.5 2.08E+08 5.95 1.59E+07 0.2543 5.28E+07 0.0037 7.68E+05 6.75E+05 2.05E+09 254.3 171.7 5.50E+07 5.50E+07 1.99E+09 254.0 5.50E+07 100% 31 1.99E+09 254.0
30 1967 11 1.71E+09 252.4 1.81E+08 4.42 1.14E+07 0.2262 4.10E+07 0.0027 4.89E+05 9.53E+05 1.68E+09 252.3 108.9 3.49E+07 3.49E+07 1.65E+09 252.1 3.49E+07 100% 30 1.65E+09 252.1
Ano hidrológico 1967/68

31 1967 12 1.38E+09 250.6 1.59E+08 67.79 1.82E+08 0.2479 3.93E+07 0.0418 6.63E+06 1.60E+07 1.51E+09 251.3 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.51E+09 251.3 4.96E+06 100% 31 1.51E+09 251.3
31 1968 1 1.27E+09 250.0 1.51E+08 395.55 1.06E+09 0.2207 3.33E+07 0.2438 3.68E+07 6.49E+07 2.27E+09 255.4 2.3 7.47E+05 7.47E+05 2.27E+09 255.4 7.47E+05 100% 31 2.27E+09 255.4
29 1968 2 1.99E+09 254.0 2.01E+08 449.46 1.13E+09 0.1835 3.70E+07 0.2770 5.58E+07 1.04E+08 3.03E+09 258.4 0.0 0.00E+00 0.00E+00 3.03E+09 258.4 0.00E+00 0% 0 3.03E+09 258.4
31 1968 3 2.77E+09 257.4 2.56E+08 584.91 1.57E+09 0.2215 5.68E+07 0.3605 9.24E+07 1.00E+08 4.27E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 4.27E+09 >260 0.00E+00 0% 0 4.27E+09 >260
100% 1.60E+07
30 1968 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 195.91 5.08E+08 0.2395 7.23E+07 0.1207 3.65E+07 5.72E+07 3.82E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 3.81E+09 >260 1.05E+07 100% 30 3.81E+09 >260
31 1968 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 69.88 1.87E+08 0.2050 6.19E+07 0.0431 1.30E+07 1.75E+07 3.53E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.49E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.49E+09 >260
30 1968 6 3.21E+09 259.2 2.88E+08 36.10 9.36E+07 0.2069 5.96E+07 0.0223 6.42E+06 7.13E+06 3.24E+09 259.3 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.19E+09 259.1 5.35E+07 100% 30 3.19E+09 259.1
31 1968 7 2.92E+09 258.0 2.67E+08 21.58 5.78E+07 0.2539 6.77E+07 0.0133 3.55E+06 4.56E+06 2.91E+09 257.9 144.1 4.61E+07 4.61E+07 2.86E+09 257.8 4.61E+07 100% 31 2.86E+09 257.8
31 1968 8 2.58E+09 256.6 2.42E+08 12.33 3.30E+07 0.2604 6.31E+07 0.0076 1.84E+06 2.69E+06 2.55E+09 256.5 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.50E+09 256.3 4.93E+07 100% 31 2.50E+09 256.3
30 1968 9 2.23E+09 255.2 2.18E+08 5.62 1.46E+07 0.2465 5.36E+07 0.0035 7.61E+05 1.47E+06 2.19E+09 255.1 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.13E+09 254.8 6.00E+07 100% 30 2.13E+09 254.8
31 1968 10 1.86E+09 253.2 1.91E+08 3.80 1.02E+07 0.2466 4.72E+07 0.0020 3.83E+05 6.75E+05 1.82E+09 253.0 171.7 5.50E+07 5.50E+07 1.76E+09 252.7 5.50E+07 100% 31 1.76E+09 252.7
30 1968 11 1.48E+09 251.2 1.66E+08 3.77 9.76E+06 0.2198 3.65E+07 0.0019 3.16E+05 9.53E+05 1.46E+09 251.0 108.9 3.49E+07 3.49E+07 1.42E+09 250.8 3.49E+07 100% 30 1.42E+09 250.8
Ano hidrológico 1968/69

31 1968 12 1.27E+09 250.0 1.51E+08 258.98 6.94E+08 0.2266 3.42E+07 0.1332 2.01E+07 1.60E+07 1.93E+09 253.7 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.93E+09 253.7 4.96E+06 100% 31 1.93E+09 253.7
31 1969 1 1.65E+09 252.1 1.77E+08 590.17 1.58E+09 0.2191 3.89E+07 0.3035 5.39E+07 6.49E+07 3.18E+09 259.0 2.3 7.47E+05 7.47E+05 3.18E+09 259.0 7.47E+05 100% 31 3.18E+09 259.0
28 1969 2 2.90E+09 257.9 2.65E+08 680.18 1.65E+09 0.1661 4.40E+07 0.3498 9.27E+07 1.04E+08 4.49E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 4.49E+09 >260 0.00E+00 0% 0 4.49E+09 >260
31 1969 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 253.25 6.78E+08 0.1925 5.81E+07 0.1303 3.94E+07 1.00E+08 3.97E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 3.97E+09 >260 0.00E+00 0% 0 3.97E+09 >260
100% 1.60E+07
30 1969 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 293.55 7.61E+08 0.2226 6.72E+07 0.1510 4.56E+07 5.72E+07 4.09E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 4.08E+09 >260 1.05E+07 100% 30 4.08E+09 >260
31 1969 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 67.78 1.82E+08 0.1652 4.99E+07 0.0349 1.05E+07 1.75E+07 3.53E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.49E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.49E+09 >260
30 1969 6 3.22E+09 259.2 2.88E+08 28.88 7.49E+07 0.1948 5.61E+07 0.0149 4.29E+06 7.13E+06 3.23E+09 259.2 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.18E+09 259.0 5.35E+07 100% 30 3.18E+09 259.0
31 1969 7 2.91E+09 257.9 2.65E+08 15.42 4.13E+07 0.2384 6.32E+07 0.0079 2.09E+06 4.56E+06 2.88E+09 257.8 144.1 4.61E+07 4.61E+07 2.84E+09 257.7 4.61E+07 100% 31 2.84E+09 257.7
31 1969 8 2.56E+09 256.5 2.40E+08 13.68 3.67E+07 0.2082 5.01E+07 0.0070 1.68E+06 2.69E+06 2.54E+09 256.5 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.49E+09 256.3 4.93E+07 100% 31 2.49E+09 256.3
30 1969 9 2.22E+09 255.2 2.18E+08 7.04 1.82E+07 0.2440 5.31E+07 0.0036 7.83E+05 1.47E+06 2.18E+09 255.0 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.12E+09 254.7 6.00E+07 100% 30 2.12E+09 254.7
31 1969 10 1.85E+09 253.2 1.91E+08 3.94 1.05E+07 0.3159 6.04E+07 0.0015 2.87E+05 6.75E+05 1.80E+09 252.9 171.7 5.50E+07 5.50E+07 1.74E+09 252.6 5.50E+07 100% 31 1.74E+09 252.6
30 1969 11 1.47E+09 251.0 1.64E+08 12.60 3.27E+07 0.2717 4.45E+07 0.0047 7.69E+05 9.53E+05 1.45E+09 251.0 108.9 3.49E+07 3.49E+07 1.42E+09 250.8 3.49E+07 100% 30 1.42E+09 250.8
Ano hidrológico 1969/70

31 1969 12 1.27E+09 250.0 1.51E+08 70.50 1.89E+08 0.1828 2.76E+07 0.0266 4.02E+06 1.60E+07 1.42E+09 250.8 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.41E+09 250.8 4.96E+06 100% 31 1.41E+09 250.8
31 1970 1 1.27E+09 250.0 1.51E+08 1037.59 2.78E+09 0.0959 1.45E+07 0.3910 5.90E+07 6.49E+07 4.03E+09 >260 2.3 7.47E+05 7.47E+05 4.03E+09 >260 7.47E+05 100% 31 4.03E+09 >260
28 1970 2 3.41E+09 260.0 3.02E+08 1398.90 3.38E+09 0.0997 3.01E+07 0.5272 1.59E+08 1.04E+08 6.82E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 6.82E+09 >260 0.00E+00 0% 0 6.82E+09 >260
31 1970 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 345.00 9.24E+08 0.1309 3.95E+07 0.1300 3.93E+07 1.00E+08 4.23E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 4.23E+09 >260 0.00E+00 0% 0 4.23E+09 >260
100% 1.60E+07
30 1970 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 90.85 2.35E+08 0.1516 4.58E+07 0.0342 1.03E+07 5.72E+07 3.55E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 3.54E+09 >260 1.05E+07 100% 30 3.54E+09 >260
31 1970 5 3.27E+09 259.4 2.91E+08 31.84 8.53E+07 0.1865 5.44E+07 0.0120 3.50E+06 1.75E+07 3.29E+09 259.5 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.25E+09 259.3 4.07E+07 100% 31 3.25E+09 259.3
30 1970 6 2.97E+09 258.2 2.70E+08 14.70 3.81E+07 0.1977 5.34E+07 0.0055 1.49E+06 7.13E+06 2.95E+09 258.1 167.3 5.35E+07 5.35E+07 2.90E+09 257.9 5.35E+07 100% 30 2.90E+09 257.9
31 1970 7 2.63E+09 256.8 2.46E+08 11.75 3.15E+07 0.2127 5.23E+07 0.0044 1.08E+06 4.56E+06 2.60E+09 256.7 144.1 4.61E+07 4.61E+07 2.55E+09 256.5 4.61E+07 100% 31 2.55E+09 256.5
31 1970 8 2.28E+09 255.4 2.21E+08 5.94 1.59E+07 0.2094 4.63E+07 0.0022 4.86E+05 2.69E+06 2.24E+09 255.3 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.19E+09 255.1 4.93E+07 100% 31 2.19E+09 255.1
30 1970 9 1.91E+09 253.6 1.96E+08 1.27 3.28E+06 0.2237 4.39E+07 0.0005 9.82E+04 1.47E+06 1.87E+09 253.3 187.4 6.00E+07 6.00E+07 1.81E+09 253.0 6.00E+07 100% 30 1.81E+09 253.0
31 1970 10 1.54E+09 251.5 1.70E+08 0.52 1.40E+06 0.2577 4.38E+07 0.0001 1.70E+04 6.75E+05 1.50E+09 251.2 171.7 5.50E+07 5.50E+07 1.44E+09 250.9 5.50E+07 100% 31 1.44E+09 250.9
30 1970 11 1.27E+09 250.0 1.51E+08 2.66 6.89E+06 0.2545 3.84E+07 0.0006 9.06E+04 9.53E+05 1.24E+09 249.7 108.9 3.49E+07 0.00E+00 1.24E+09 249.7 0.00E+00 0% 0 1.24E+09 249.7
Ano hidrológico 1970/71

31 1970 12 1.24E+09 249.7 1.48E+08 250.83 6.72E+08 0.1274 1.88E+07 0.0605 8.94E+06 1.60E+07 1.88E+09 253.4 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.88E+09 253.4 4.96E+06 100% 31 1.88E+09 253.4
31 1971 1 1.60E+09 251.8 1.74E+08 1068.07 2.86E+09 0.1285 2.23E+07 0.2576 4.47E+07 6.49E+07 4.42E+09 >260 2.3 7.47E+05 7.47E+05 4.42E+09 >260 7.47E+05 100% 31 4.42E+09 >260
28 1971 2 3.41E+09 260.0 3.02E+08 1372.11 3.32E+09 0.0908 2.74E+07 0.3309 9.99E+07 1.04E+08 6.70E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 6.70E+09 >260 0.00E+00 0% 0 6.70E+09 >260
31 1971 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 1414.24 3.79E+09 0.1033 3.12E+07 0.3411 1.03E+08 1.00E+08 7.17E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 7.17E+09 >260 0.00E+00 0% 0 7.17E+09 >260
90% 1.44E+07
30 1971 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 406.32 1.05E+09 0.1009 3.05E+07 0.0980 2.96E+07 5.72E+07 4.41E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 4.39E+09 >260 1.05E+07 100% 30 4.39E+09 >260
31 1971 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 109.30 2.93E+08 0.1566 4.73E+07 0.0264 7.97E+06 1.75E+07 3.65E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.61E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.61E+09 >260
30 1971 6 3.33E+09 259.6 2.95E+08 52.12 1.35E+08 0.1608 4.74E+07 0.0126 3.72E+06 7.13E+06 3.41E+09 >260 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.36E+09 259.7 5.35E+07 100% 30 3.36E+09 259.7
31 1971 7 3.09E+09 258.7 2.79E+08 27.15 7.27E+07 0.1754 4.90E+07 0.0065 1.81E+06 4.56E+06 3.11E+09 258.7 144.1 4.61E+07 4.61E+07 3.06E+09 258.6 4.61E+07 100% 31 3.06E+09 258.6
31 1971 8 2.78E+09 257.4 2.56E+08 15.17 4.06E+07 0.1455 3.73E+07 0.0037 9.48E+05 2.69E+06 2.78E+09 257.4 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.74E+09 257.3 4.93E+07 100% 31 2.74E+09 257.3
30 1971 9 2.46E+09 256.1 2.33E+08 8.26 2.14E+07 0.1495 3.49E+07 0.0020 4.67E+05 1.47E+06 2.44E+09 256.1 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.38E+09 255.8 6.00E+07 100% 30 2.38E+09 255.8
31 1971 10 2.11E+09 254.7 2.10E+08 3.89 1.04E+07 0.1682 3.54E+07 0.0038 7.99E+05 6.75E+05 2.09E+09 254.5 171.7 5.50E+07 5.50E+07 2.03E+09 254.2 5.50E+07 100% 31 2.03E+09 254.2
30 1971 11 1.75E+09 252.7 1.85E+08 1.63 4.23E+06 0.1638 3.03E+07 0.0016 2.96E+05 9.53E+05 1.73E+09 252.5 108.9 3.49E+07 3.49E+07 1.69E+09 252.3 3.49E+07 100% 30 1.69E+09 252.3
31 1971 12 1.42E+09 250.8 1.61E+08 12.57 3.37E+07 0.1481 2.39E+07 0.0123 1.98E+06 1.60E+07 1.42E+09 250.8 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.41E+09 250.7 4.96E+06 100% 31 1.41E+09 250.7
Ano hidrológico 1971/72

31 1972 1 1.27E+09 250.0 1.51E+08 153.58 4.11E+08 0.0885 1.34E+07 0.1500 2.27E+07 6.49E+07 1.63E+09 251.9 2.3 7.47E+05 7.47E+05 1.62E+09 251.9 7.47E+05 100% 31 1.62E+09 251.9
29 1972 2 1.35E+09 250.4 1.56E+08 528.06 1.32E+09 0.0595 9.28E+06 0.5156 8.05E+07 1.04E+08 2.64E+09 256.9 0.0 0.00E+00 0.00E+00 2.64E+09 256.9 0.00E+00 0% 0 2.64E+09 256.9
31 1972 3 2.38E+09 255.8 2.28E+08 326.14 8.74E+08 0.0642 1.46E+07 0.3185 7.26E+07 1.00E+08 3.21E+09 259.1 0.0 0.00E+00 0.00E+00 3.21E+09 259.1 0.00E+00 0% 0 3.21E+09 259.1
100% 1.60E+07
30 1972 4 2.93E+09 258.0 2.67E+08 62.41 1.62E+08 0.0845 2.25E+07 0.0610 1.63E+07 5.72E+07 3.03E+09 258.4 32.8 1.05E+07 1.05E+07 3.02E+09 258.4 1.05E+07 100% 30 3.02E+09 258.4
31 1972 5 2.75E+09 257.3 2.54E+08 34.57 9.26E+07 0.1107 2.82E+07 0.0338 8.60E+06 1.75E+07 2.80E+09 257.5 127.1 4.07E+07 4.07E+07 2.76E+09 257.4 4.07E+07 100% 31 2.76E+09 257.4
30 1972 6 2.48E+09 256.2 2.35E+08 16.73 4.34E+07 0.1600 3.76E+07 0.0163 3.83E+06 7.13E+06 2.48E+09 256.2 167.3 5.35E+07 5.35E+07 2.43E+09 256.0 5.35E+07 100% 30 2.43E+09 256.0
31 1972 7 2.16E+09 255.0 2.14E+08 13.81 3.70E+07 0.1673 3.58E+07 0.0135 2.89E+06 4.56E+06 2.16E+09 254.9 144.1 4.61E+07 4.61E+07 2.11E+09 254.7 4.61E+07 100% 31 2.11E+09 254.7
31 1972 8 1.83E+09 253.1 1.90E+08 8.61 2.31E+07 0.1640 3.12E+07 0.0084 1.60E+06 2.69E+06 1.83E+09 253.1 154.2 4.93E+07 4.93E+07 1.78E+09 252.8 4.93E+07 100% 31 1.78E+09 252.8
30 1972 9 1.50E+09 251.2 1.66E+08 5.42 1.40E+07 0.1672 2.78E+07 0.0053 8.80E+05 1.47E+06 1.48E+09 251.1 187.4 6.00E+07 6.00E+07 1.42E+09 250.8 6.00E+07 100% 30 1.42E+09 250.8
Modelo completo relativo ao cenário de simulação 4, considerando os 18 anos hidrológicos. e todas as componentes sequenciais. 2/2

Área a regar
COMPONENTE BASE (ha)
32000 COMPONENTE IRRIGAÇÃO
DATA CONDIÇÕES INICIAIS ESCOAMENTO AFLUENTE EVAPORAÇÃO PRECIPITAÇÃO ECO CONDIÇÕES FINAIS VOLUME A IRRIGAR VERIFICAÇÃO DO NÍVEL DA ALBUFEIRA (>250 m) VOLUME EFETIVAMENTE IRRIGADO (>250) CONDIÇÕES FINAIS Nº FALHAS: 3

Escoamento médio Volume de Volume de Volume de Volume Volume Benefícios


nº de Volume inicial do Nível Área inicial do Evaporação Precipitação Volume final Nível Necessidades Volume mensal Só rega se Nível Nível intermédio Volume a irrigar para % Volume Nº dias Volume Nível final % das necessidades
Ano Mês mensal observado escoamento evaporação precipitação ecológico intermédio económicos
dias reservatório (m3) inicial (m) reservatório (m2) mensal (m) mensal (m) (m3) final (m) mensais (mm) a irrigar (m3) base >250m (m3) (m) garantir min = 250 (m3) Regado regados final (m3) (m) anuais cumpridas (m3)
(m3/s) mensal (m3) (m3) (m3) (m3) (m3) anuais ($)

31 1972 10 1.27E+09 250.0 1.51E+08 3.61 9.68E+06 0.1621 2.45E+07 0.0031 4.68E+05 6.75E+05 1.25E+09 249.8 171.7 5.50E+07 0.00E+00 1.25E+09 249.8 0.00E+00 0% 0 1.25E+09 249.8
30 1972 11 1.25E+09 249.8 1.49E+08 2.30 5.95E+06 0.1872 2.79E+07 0.0020 2.98E+05 9.53E+05 1.23E+09 249.6 108.9 3.49E+07 0.00E+00 1.23E+09 249.6 0.00E+00 0% 0 1.23E+09 249.6

Ano hidrológico 1972/73


31 1972 12 1.23E+09 249.6 1.47E+08 95.22 2.55E+08 0.0933 1.37E+07 0.0819 1.20E+07 1.60E+07 1.47E+09 251.1 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.46E+09 251.0 4.96E+06 100% 31 1.46E+09 251.0
31 1973 1 1.27E+09 250.0 1.51E+08 150.23 4.02E+08 0.0839 1.27E+07 0.1292 1.95E+07 6.49E+07 1.61E+09 251.9 2.3 7.47E+05 7.47E+05 1.61E+09 251.9 7.47E+05 100% 31 1.61E+09 251.9
28 1973 2 1.33E+09 250.3 1.55E+08 202.96 4.91E+08 0.0806 1.25E+07 0.1745 2.70E+07 1.04E+08 1.74E+09 252.6 0.0 0.00E+00 0.00E+00 1.74E+09 252.6 0.00E+00 0% 0 1.74E+09 252.6
31 1973 3 1.48E+09 251.2 1.66E+08 309.55 8.29E+08 0.0656 1.09E+07 0.2662 4.42E+07 1.00E+08 2.25E+09 255.3 0.0 0.00E+00 0.00E+00 2.25E+09 255.3 0.00E+00 0% 0 2.25E+09 255.3
75% 1.20E+07
30 1973 4 1.97E+09 253.9 2.00E+08 458.15 1.19E+09 0.0840 1.68E+07 0.3940 7.89E+07 5.72E+07 3.16E+09 258.9 32.8 1.05E+07 1.05E+07 3.15E+09 258.9 1.05E+07 100% 30 3.15E+09 258.9
31 1973 5 2.88E+09 257.8 2.63E+08 55.87 1.50E+08 0.1269 3.34E+07 0.0480 1.26E+07 1.75E+07 2.99E+09 258.3 127.1 4.07E+07 4.07E+07 2.95E+09 258.1 4.07E+07 100% 31 2.95E+09 258.1
30 1973 6 2.67E+09 257.0 2.49E+08 21.80 5.65E+07 0.1609 4.01E+07 0.0187 4.66E+06 7.13E+06 2.68E+09 257.0 167.3 5.35E+07 5.35E+07 2.63E+09 256.8 5.35E+07 100% 30 2.63E+09 256.8
31 1973 7 2.36E+09 255.8 2.28E+08 13.64 3.65E+07 0.1730 3.95E+07 0.0117 2.67E+06 4.56E+06 2.36E+09 255.7 144.1 4.61E+07 4.61E+07 2.31E+09 255.6 4.61E+07 100% 31 2.31E+09 255.6
31 1973 8 2.03E+09 254.2 2.04E+08 8.50 2.28E+07 0.1714 3.50E+07 0.0073 1.49E+06 2.69E+06 2.02E+09 254.2 154.2 4.93E+07 4.93E+07 1.97E+09 253.9 4.93E+07 100% 31 1.97E+09 253.9
30 1973 9 1.69E+09 252.3 1.80E+08 3.95 1.02E+07 0.1922 3.46E+07 0.0034 6.12E+05 1.47E+06 1.66E+09 252.2 187.4 6.00E+07 6.00E+07 1.60E+09 251.8 6.00E+07 100% 30 1.60E+09 251.8
31 1973 10 1.33E+09 250.3 1.55E+08 2.20 5.90E+06 0.1962 3.04E+07 0.0007 1.08E+05 6.75E+05 1.31E+09 250.2 171.7 5.50E+07 5.50E+07 1.25E+09 249.8 3.96E+07 72% 22 1.27E+09 250.0
30 1973 11 1.27E+09 250.0 1.51E+08 1.17 3.03E+06 0.2046 3.09E+07 0.0004 6.04E+04 9.53E+05 1.24E+09 249.7 108.9 3.49E+07 0.00E+00 1.24E+09 249.7 0.00E+00 0% 0 1.24E+09 249.7

Ano hidrológico 1973/74


31 1973 12 1.24E+09 249.7 1.48E+08 115.07 3.08E+08 0.1285 1.90E+07 0.0377 5.57E+06 1.60E+07 1.52E+09 251.4 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.52E+09 251.3 4.96E+06 100% 31 1.52E+09 251.3
31 1974 1 1.27E+09 250.0 1.51E+08 183.45 4.91E+08 0.0662 1.00E+07 0.0601 9.08E+06 6.49E+07 1.70E+09 252.3 2.3 7.47E+05 7.47E+05 1.69E+09 252.3 7.47E+05 100% 31 1.69E+09 252.3
28 1974 2 1.42E+09 250.8 1.61E+08 862.37 2.09E+09 0.0651 1.05E+07 0.2825 4.55E+07 1.04E+08 3.43E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 3.43E+09 >260 0.00E+00 0% 0 3.43E+09 >260
31 1974 3 3.18E+09 259.0 2.84E+08 766.54 2.05E+09 0.0544 1.55E+07 0.2511 7.14E+07 1.00E+08 5.19E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 5.19E+09 >260 0.00E+00 0% 0 5.19E+09 >260
86% 1.37E+07
30 1974 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 606.79 1.57E+09 0.0796 2.40E+07 0.1988 6.00E+07 5.72E+07 4.96E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 4.95E+09 >260 1.05E+07 100% 30 4.95E+09 >260
31 1974 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 473.12 1.27E+09 0.0946 2.86E+07 0.1550 4.68E+07 1.75E+07 4.68E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 4.64E+09 >260 4.07E+07 100% 31 4.64E+09 >260
30 1974 6 3.41E+09 260.0 3.02E+08 184.01 4.77E+08 0.1047 3.16E+07 0.0603 1.82E+07 7.13E+06 3.87E+09 >260 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.81E+09 >260 5.35E+07 100% 30 3.81E+09 >260
31 1974 7 3.41E+09 260.0 3.02E+08 137.37 3.68E+08 0.1073 3.24E+07 0.0450 1.36E+07 4.56E+06 3.75E+09 >260 144.1 4.61E+07 4.61E+07 3.71E+09 >260 4.61E+07 100% 31 3.71E+09 >260
31 1974 8 3.41E+09 260.0 3.02E+08 88.28 2.36E+08 0.1340 4.05E+07 0.0289 8.73E+06 2.69E+06 3.61E+09 >260 154.2 4.93E+07 4.93E+07 3.56E+09 >260 4.93E+07 100% 31 3.56E+09 >260
30 1974 9 3.28E+09 259.4 2.91E+08 59.40 1.54E+08 0.1610 4.69E+07 0.0195 5.68E+06 1.47E+06 3.39E+09 259.9 187.4 6.00E+07 6.00E+07 3.33E+09 259.6 6.00E+07 100% 30 3.33E+09 259.6
31 1974 10 3.06E+09 258.6 2.77E+08 19.18 5.14E+07 0.1801 5.00E+07 0.0122 3.38E+06 6.75E+05 3.07E+09 258.6 171.7 5.50E+07 5.50E+07 3.01E+09 258.4 5.50E+07 100% 31 3.01E+09 258.4
30 1974 11 2.74E+09 257.3 2.54E+08 7.81 2.02E+07 0.1681 4.28E+07 0.0050 1.27E+06 9.53E+05 2.71E+09 257.2 108.9 3.49E+07 3.49E+07 2.68E+09 257.0 3.49E+07 100% 30 2.68E+09 257.0

Ano hidrológico 1974/75


31 1974 12 2.41E+09 255.9 2.30E+08 128.51 3.44E+08 0.1203 2.76E+07 0.0819 1.88E+07 1.60E+07 2.73E+09 257.2 15.5 4.96E+06 4.96E+06 2.72E+09 257.2 4.96E+06 100% 31 2.72E+09 257.2
31 1975 1 2.44E+09 256.1 2.33E+08 139.08 3.73E+08 0.1127 2.63E+07 0.0886 2.07E+07 6.49E+07 2.75E+09 257.3 2.3 7.47E+05 7.47E+05 2.74E+09 257.3 7.47E+05 100% 31 2.74E+09 257.3
28 1975 2 2.47E+09 256.2 2.35E+08 378.44 9.16E+08 0.0832 1.96E+07 0.2411 5.67E+07 1.04E+08 3.31E+09 259.6 0.0 0.00E+00 0.00E+00 3.31E+09 259.6 0.00E+00 0% 0 3.31E+09 259.6
31 1975 3 3.06E+09 258.6 2.77E+08 756.09 2.03E+09 0.0825 2.29E+07 0.4817 1.34E+08 1.00E+08 5.10E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 5.10E+09 >260 0.00E+00 0% 0 5.10E+09 >260
100% 1.60E+07
30 1975 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 243.17 6.30E+08 0.0685 2.07E+07 0.1549 4.68E+07 5.72E+07 4.01E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 4.00E+09 >260 1.05E+07 100% 30 4.00E+09 >260
31 1975 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 57.83 1.55E+08 0.1345 4.06E+07 0.0368 1.11E+07 1.75E+07 3.52E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.48E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.48E+09 >260
30 1975 6 3.20E+09 259.1 2.86E+08 28.52 7.39E+07 0.1464 4.19E+07 0.0182 5.21E+06 7.13E+06 3.23E+09 259.2 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.17E+09 259.0 5.35E+07 100% 30 3.17E+09 259.0
31 1975 7 2.90E+09 257.9 2.65E+08 17.38 4.66E+07 0.1481 3.93E+07 0.0111 2.94E+06 4.56E+06 2.91E+09 258.0 144.1 4.61E+07 4.61E+07 2.86E+09 257.8 4.61E+07 100% 31 2.86E+09 257.8
31 1975 8 2.59E+09 256.7 2.44E+08 9.27 2.48E+07 0.1515 3.70E+07 0.0059 1.44E+06 2.69E+06 2.57E+09 256.6 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.52E+09 256.4 4.93E+07 100% 31 2.52E+09 256.4
30 1975 9 2.24E+09 255.3 2.19E+08 3.95 1.02E+07 0.1576 3.46E+07 0.0025 5.48E+05 1.47E+06 2.22E+09 255.2 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.16E+09 254.9 6.00E+07 100% 30 2.16E+09 254.9
31 1975 10 1.89E+09 253.4 1.94E+08 0.96 2.58E+06 0.2154 4.18E+07 0.0002 3.88E+04 6.75E+05 1.85E+09 253.2 171.7 5.50E+07 5.50E+07 1.79E+09 252.9 5.50E+07 100% 31 1.79E+09 252.9
30 1975 11 1.51E+09 251.3 1.67E+08 1.39 3.59E+06 0.1741 2.91E+07 0.0003 5.02E+04 9.53E+05 1.49E+09 251.2 108.9 3.49E+07 3.49E+07 1.45E+09 251.0 3.49E+07 100% 30 1.45E+09 251.0
Ano hidrológico 1975/76

31 1975 12 1.27E+09 250.0 1.51E+08 57.94 1.55E+08 0.1303 1.97E+07 0.0110 1.66E+06 1.60E+07 1.39E+09 250.6 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.39E+09 250.6 4.96E+06 100% 31 1.39E+09 250.6
31 1976 1 1.27E+09 250.0 1.51E+08 724.20 1.94E+09 0.0759 1.15E+07 0.1375 2.08E+07 6.49E+07 3.15E+09 258.9 2.3 7.47E+05 7.47E+05 3.15E+09 258.9 7.47E+05 100% 31 3.15E+09 258.9
29 1976 2 2.87E+09 257.8 2.63E+08 1421.38 3.56E+09 0.0555 1.46E+07 0.2699 7.11E+07 1.04E+08 6.39E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 6.39E+09 >260 0.00E+00 0% 0 6.39E+09 >260
31 1976 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 1697.24 4.55E+09 0.0642 1.94E+07 0.3223 9.73E+07 1.00E+08 7.93E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 7.93E+09 >260 0.00E+00 0% 0 7.93E+09 >260
100% 1.60E+07
30 1976 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 1524.92 3.95E+09 0.0676 2.04E+07 0.2896 8.75E+07 5.72E+07 7.37E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 7.36E+09 >260 1.05E+07 100% 30 7.36E+09 >260
31 1976 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 311.84 8.35E+08 0.1286 3.88E+07 0.0592 1.79E+07 1.75E+07 4.21E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 4.17E+09 >260 4.07E+07 100% 31 4.17E+09 >260
30 1976 6 3.41E+09 260.0 3.02E+08 127.40 3.30E+08 0.1224 3.70E+07 0.0242 7.31E+06 7.13E+06 3.70E+09 >260 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.65E+09 >260 5.35E+07 100% 30 3.65E+09 >260
31 1976 7 3.38E+09 259.8 2.98E+08 73.31 1.96E+08 0.1834 5.47E+07 0.0139 4.15E+06 4.56E+06 3.52E+09 >260 144.1 4.61E+07 4.61E+07 3.47E+09 >260 4.61E+07 100% 31 3.47E+09 >260
31 1976 8 3.20E+09 259.1 2.86E+08 40.15 1.08E+08 0.1920 5.49E+07 0.0076 2.17E+06 2.69E+06 3.25E+09 259.3 154.2 4.93E+07 4.93E+07 3.20E+09 259.1 4.93E+07 100% 31 3.20E+09 259.1
30 1976 9 2.92E+09 258.0 2.67E+08 22.40 5.81E+07 0.1709 4.56E+07 0.0043 1.15E+06 1.47E+06 2.93E+09 258.0 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.87E+09 257.8 6.00E+07 100% 30 2.87E+09 257.8
31 1976 10 2.60E+09 256.7 2.44E+08 13.62 3.65E+07 0.1951 4.76E+07 0.0101 2.46E+06 6.75E+05 2.59E+09 256.7 171.7 5.50E+07 5.50E+07 2.54E+09 256.5 5.50E+07 100% 31 2.54E+09 256.5
30 1976 11 2.26E+09 255.3 2.19E+08 2.74 7.11E+06 0.1911 4.19E+07 0.0020 4.39E+05 9.53E+05 2.22E+09 255.2 108.9 3.49E+07 3.49E+07 2.19E+09 255.1 3.49E+07 100% 30 2.19E+09 255.1
Ano hidrológico 1976/77

31 1976 12 1.92E+09 253.6 1.96E+08 12.33 3.30E+07 0.1547 3.04E+07 0.0092 1.81E+06 1.60E+07 1.91E+09 253.5 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.90E+09 253.5 4.96E+06 100% 31 1.90E+09 253.5
31 1977 1 1.62E+09 251.9 1.75E+08 432.53 1.16E+09 0.0709 1.24E+07 0.3221 5.63E+07 6.49E+07 2.76E+09 257.4 2.3 7.47E+05 7.47E+05 2.76E+09 257.3 7.47E+05 100% 31 2.76E+09 257.3
28 1977 2 2.48E+09 256.2 2.35E+08 473.75 1.15E+09 0.0866 2.04E+07 0.3528 8.30E+07 1.04E+08 3.59E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 3.59E+09 >260 0.00E+00 0% 0 3.59E+09 >260
31 1977 3 3.33E+09 259.6 2.95E+08 335.29 8.98E+08 0.0636 1.88E+07 0.2497 7.37E+07 1.00E+08 4.19E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 4.19E+09 >260 0.00E+00 0% 0 4.19E+09 >260
100% 1.60E+07
30 1977 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 155.52 4.03E+08 0.0846 2.55E+07 0.1158 3.50E+07 5.72E+07 3.77E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 3.75E+09 >260 1.05E+07 100% 30 3.75E+09 >260
31 1977 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 43.68 1.17E+08 0.1378 4.16E+07 0.0325 9.82E+06 1.75E+07 3.48E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.44E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.44E+09 >260
30 1977 6 3.16E+09 258.9 2.83E+08 23.80 6.17E+07 0.1566 4.43E+07 0.0177 5.00E+06 7.13E+06 3.17E+09 259.0 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.12E+09 258.8 5.35E+07 100% 30 3.12E+09 258.8
31 1977 7 2.85E+09 257.7 2.62E+08 17.11 4.58E+07 0.1884 4.93E+07 0.0127 3.32E+06 4.56E+06 2.85E+09 257.7 144.1 4.61E+07 4.61E+07 2.80E+09 257.5 4.61E+07 100% 31 2.80E+09 257.5
31 1977 8 2.52E+09 256.4 2.39E+08 13.68 3.66E+07 0.1805 4.31E+07 0.0102 2.43E+06 2.69E+06 2.51E+09 256.4 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.46E+09 256.2 4.93E+07 100% 31 2.46E+09 256.2
30 1977 9 2.19E+09 255.1 2.16E+08 6.67 1.73E+07 0.1668 3.60E+07 0.0050 1.08E+06 1.47E+06 2.17E+09 255.0 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.11E+09 254.6 6.00E+07 100% 30 2.11E+09 254.6
31 1977 10 1.84E+09 253.1 1.90E+08 2.71 7.27E+06 0.2448 4.65E+07 0.0008 1.52E+05 6.75E+05 1.80E+09 252.9 171.7 5.50E+07 5.50E+07 1.74E+09 252.6 5.50E+07 100% 31 1.74E+09 252.6
30 1977 11 1.46E+09 251.0 1.64E+08 0.36 9.33E+05 0.2201 3.60E+07 0.0001 1.64E+04 9.53E+05 1.43E+09 250.8 108.9 3.49E+07 3.49E+07 1.39E+09 250.6 3.49E+07 100% 30 1.39E+09 250.6
Ano hidrológico 1977/78

31 1977 12 1.27E+09 250.0 1.51E+08 16.91 4.53E+07 0.1696 2.56E+07 0.0048 7.25E+05 1.60E+07 1.27E+09 250.0 15.5 4.96E+06 0.00E+00 1.27E+09 250.0 0.00E+00 0% 0 1.27E+09 250.0
31 1978 1 1.27E+09 250.0 1.51E+08 133.19 3.57E+08 0.1274 1.92E+07 0.0376 5.68E+06 6.49E+07 1.55E+09 251.5 2.3 7.36E+05 7.36E+05 1.55E+09 251.5 7.36E+05 100% 31 1.55E+09 251.5
28 1978 2 1.27E+09 250.0 1.51E+08 1319.72 3.19E+09 0.1076 1.62E+07 0.3725 5.62E+07 1.04E+08 4.40E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 4.40E+09 >260 0.00E+00 0% 0 4.40E+09 >260
31 1978 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 1213.87 3.25E+09 0.1096 3.31E+07 0.3426 1.03E+08 1.00E+08 6.63E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 6.63E+09 >260 0.00E+00 0% 0 6.63E+09 >260
99% 1.58E+07
30 1978 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 933.58 2.42E+09 0.1265 3.82E+07 0.2635 7.96E+07 5.72E+07 5.81E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 5.80E+09 >260 1.05E+07 100% 30 5.80E+09 >260
31 1978 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 240.46 6.44E+08 0.1684 5.09E+07 0.0679 2.05E+07 1.75E+07 4.01E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.97E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.97E+09 >260
30 1978 6 3.41E+09 260.0 3.02E+08 89.67 2.32E+08 0.1757 5.31E+07 0.0253 7.64E+06 7.13E+06 3.59E+09 >260 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.54E+09 >260 5.35E+07 100% 30 3.54E+09 >260
31 1978 7 3.27E+09 259.4 2.91E+08 50.32 1.35E+08 0.1942 5.66E+07 0.0142 4.14E+06 4.56E+06 3.34E+09 259.7 144.1 4.61E+07 4.61E+07 3.30E+09 259.5 4.61E+07 100% 31 3.30E+09 259.5
31 1978 8 3.02E+09 258.4 2.74E+08 25.36 6.79E+07 0.1947 5.33E+07 0.0072 1.97E+06 2.69E+06 3.03E+09 258.4 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.98E+09 258.2 4.93E+07 100% 31 2.98E+09 258.2
30 1978 9 2.70E+09 257.1 2.51E+08 13.00 3.37E+07 0.2130 5.35E+07 0.0037 9.29E+05 1.47E+06 2.68E+09 257.0 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.62E+09 256.8 6.00E+07 100% 30 2.62E+09 256.8
31 1978 10 2.35E+09 255.7 2.26E+08 4.73 1.27E+07 0.2448 5.54E+07 0.0013 2.94E+05 6.75E+05 2.31E+09 255.6 171.7 5.49E+07 5.49E+07 2.26E+09 255.3 5.49E+07 100% 31 2.26E+09 255.3
30 1978 11 1.98E+09 253.9 2.00E+08 9.01 2.34E+07 0.2201 4.41E+07 0.0024 4.80E+05 9.53E+05 1.96E+09 253.8 108.9 3.48E+07 3.48E+07 1.92E+09 253.6 3.48E+07 100% 30 1.92E+09 253.6
Ano hidrológico 1978/79

31 1978 12 1.65E+09 252.1 1.77E+08 398.78 1.07E+09 0.1696 3.01E+07 0.1078 1.91E+07 1.60E+07 2.69E+09 257.1 15.5 4.96E+06 4.96E+06 2.69E+09 257.1 4.96E+06 100% 31 2.69E+09 257.1
31 1979 1 2.41E+09 255.9 2.30E+08 468.39 1.25E+09 0.1274 2.93E+07 0.1266 2.91E+07 6.49E+07 3.60E+09 >260 2.3 7.36E+05 7.36E+05 3.60E+09 >260 7.36E+05 100% 31 3.60E+09 >260
28 1979 2 3.32E+09 259.6 2.95E+08 1031.43 2.50E+09 0.1076 3.17E+07 0.2788 8.22E+07 1.04E+08 5.76E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 5.76E+09 >260 0.00E+00 0% 0 5.76E+09 >260
31 1979 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 1331.58 3.57E+09 0.1096 3.31E+07 0.3599 1.09E+08 1.00E+08 6.95E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 6.95E+09 >260 0.00E+00 0% 0 6.95E+09 >260
100% 1.60E+07
30 1979 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 570.42 1.48E+09 0.1265 3.82E+07 0.1542 4.66E+07 5.72E+07 4.84E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 4.83E+09 >260 1.05E+07 100% 30 4.83E+09 >260
31 1979 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 197.72 5.30E+08 0.1684 5.09E+07 0.0534 1.61E+07 1.75E+07 3.89E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.85E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.85E+09 >260
30 1979 6 3.41E+09 260.0 3.02E+08 95.40 2.47E+08 0.1757 5.31E+07 0.0258 7.79E+06 7.13E+06 3.60E+09 >260 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.55E+09 >260 5.35E+07 100% 30 3.55E+09 >260
31 1979 7 3.28E+09 259.4 2.91E+08 61.84 1.66E+08 0.1942 5.66E+07 0.0167 4.87E+06 4.56E+06 3.39E+09 259.9 144.1 4.61E+07 4.61E+07 3.34E+09 259.7 4.61E+07 100% 31 3.34E+09 259.7
31 1979 8 3.07E+09 258.6 2.77E+08 30.88 8.27E+07 0.1947 5.40E+07 0.0083 2.30E+06 2.69E+06 3.09E+09 258.7 154.2 4.93E+07 4.93E+07 3.04E+09 258.5 4.93E+07 100% 31 3.04E+09 258.5
30 1979 9 2.77E+09 257.4 2.56E+08 17.26 4.47E+07 0.2130 5.46E+07 0.0047 1.20E+06 1.47E+06 2.76E+09 257.3 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.70E+09 257.1 6.00E+07 100% 30 2.70E+09 257.1
31 1979 10 2.43E+09 256.0 2.32E+08 8.54 2.29E+07 0.2448 5.67E+07 0.0060 1.39E+06 6.75E+05 2.39E+09 255.9 171.7 5.49E+07 5.49E+07 2.34E+09 255.7 5.49E+07 100% 31 2.34E+09 255.7
30 1979 11 2.06E+09 254.4 2.06E+08 14.77 3.83E+07 0.2201 4.54E+07 0.0103 2.13E+06 9.53E+05 2.05E+09 254.3 108.9 3.48E+07 3.48E+07 2.02E+09 254.1 3.48E+07 100% 30 2.02E+09 254.1
Ano hidrológico 1979/80

31 1979 12 1.75E+09 252.6 1.84E+08 141.45 3.79E+08 0.1696 3.12E+07 0.0991 1.82E+07 1.60E+07 2.10E+09 254.6 15.5 4.96E+06 4.96E+06 2.09E+09 254.6 4.96E+06 100% 31 2.09E+09 254.6
31 1980 1 1.81E+09 253.0 1.89E+08 294.37 7.88E+08 0.1274 2.41E+07 0.2062 3.89E+07 6.49E+07 2.55E+09 256.5 2.3 7.36E+05 7.36E+05 2.55E+09 256.5 7.36E+05 100% 31 2.55E+09 256.5
29 1980 2 2.27E+09 255.4 2.21E+08 213.16 5.34E+08 0.1076 2.38E+07 0.1493 3.30E+07 1.04E+08 2.71E+09 257.2 0.0 0.00E+00 0.00E+00 2.71E+09 257.2 0.00E+00 0% 0 2.71E+09 257.2
31 1980 3 2.45E+09 256.1 2.33E+08 352.43 9.44E+08 0.1096 2.56E+07 0.2469 5.76E+07 1.00E+08 3.33E+09 259.6 0.0 0.00E+00 0.00E+00 3.33E+09 259.6 0.00E+00 0% 0 3.33E+09 259.6
100% 1.60E+07
30 1980 4 3.05E+09 258.5 2.76E+08 403.37 1.05E+09 0.1265 3.49E+07 0.2825 7.79E+07 5.72E+07 4.08E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 4.07E+09 >260 1.05E+07 100% 30 4.07E+09 >260
31 1980 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 119.76 3.21E+08 0.1684 5.09E+07 0.0839 2.53E+07 1.75E+07 3.69E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.65E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.65E+09 >260
30 1980 6 3.37E+09 259.8 2.98E+08 43.78 1.13E+08 0.1757 5.24E+07 0.0307 9.16E+06 7.13E+06 3.43E+09 >260 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.38E+09 259.8 5.35E+07 100% 30 3.38E+09 259.8
31 1980 7 3.11E+09 258.7 2.79E+08 21.77 5.83E+07 0.1942 5.42E+07 0.0152 4.24E+06 4.56E+06 3.11E+09 258.8 144.1 4.61E+07 4.61E+07 3.07E+09 258.6 4.61E+07 100% 31 3.07E+09 258.6
31 1980 8 2.79E+09 257.5 2.58E+08 9.68 2.59E+07 0.1947 5.02E+07 0.0068 1.75E+06 2.69E+06 2.76E+09 257.4 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.71E+09 257.2 4.93E+07 100% 31 2.71E+09 257.2
30 1980 9 2.43E+09 256.0 2.32E+08 4.46 1.16E+07 0.2130 4.93E+07 0.0031 7.18E+05 1.47E+06 2.39E+09 255.9 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.33E+09 255.6 6.00E+07 100% 30 2.33E+09 255.6
31 1980 10 2.06E+09 254.4 2.06E+08 1.98 5.30E+06 0.2448 5.05E+07 0.0008 1.65E+05 6.75E+05 2.02E+09 254.2 171.7 5.49E+07 5.49E+07 1.96E+09 253.8 5.49E+07 100% 31 1.96E+09 253.8
30 1980 11 1.68E+09 252.3 1.80E+08 3.13 8.10E+06 0.2201 3.96E+07 0.0013 2.34E+05 9.53E+05 1.65E+09 252.1 108.9 3.48E+07 3.48E+07 1.62E+09 251.9 3.48E+07 100% 30 1.62E+09 251.9
Ano hidrológico 1980/81

31 1980 12 1.35E+09 250.4 1.56E+08 168.06 4.50E+08 0.1696 2.65E+07 0.0721 1.13E+07 1.60E+07 1.77E+09 252.7 15.5 4.96E+06 4.96E+06 1.76E+09 252.7 4.96E+06 100% 31 1.76E+09 252.7
31 1981 1 1.48E+09 251.1 1.65E+08 487.64 1.31E+09 0.1274 2.10E+07 0.2093 3.45E+07 6.49E+07 2.74E+09 257.3 2.3 7.36E+05 7.36E+05 2.74E+09 257.3 7.36E+05 100% 31 2.74E+09 257.3
28 1981 2 2.46E+09 256.1 2.33E+08 677.04 1.64E+09 0.1076 2.51E+07 0.2906 6.78E+07 1.04E+08 4.03E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 4.03E+09 >260 0.00E+00 0% 0 4.03E+09 >260
31 1981 3 3.41E+09 260.0 3.02E+08 689.18 1.85E+09 0.1096 3.31E+07 0.2958 8.93E+07 1.00E+08 5.21E+09 >260 0.0 0.00E+00 0.00E+00 5.21E+09 >260 0.00E+00 0% 0 5.21E+09 >260
100% 1.60E+07
30 1981 4 3.41E+09 260.0 3.02E+08 415.70 1.08E+09 0.1265 3.82E+07 0.1784 5.39E+07 5.72E+07 4.45E+09 >260 32.8 1.05E+07 1.05E+07 4.44E+09 >260 1.05E+07 100% 30 4.44E+09 >260
31 1981 5 3.41E+09 260.0 3.02E+08 116.95 3.13E+08 0.1684 5.09E+07 0.0502 1.52E+07 1.75E+07 3.67E+09 >260 127.1 4.07E+07 4.07E+07 3.63E+09 >260 4.07E+07 100% 31 3.63E+09 >260
30 1981 6 3.35E+09 259.7 2.97E+08 48.77 1.26E+08 0.1757 5.21E+07 0.0209 6.20E+06 7.13E+06 3.42E+09 >260 167.3 5.35E+07 5.35E+07 3.37E+09 259.8 5.35E+07 100% 30 3.37E+09 259.8
31 1981 7 3.10E+09 258.7 2.79E+08 25.35 6.79E+07 0.1942 5.42E+07 0.0109 3.04E+06 4.56E+06 3.11E+09 258.8 144.1 4.61E+07 4.61E+07 3.07E+09 258.6 4.61E+07 100% 31 3.07E+09 258.6
31 1981 8 2.79E+09 257.5 2.58E+08 14.26 3.82E+07 0.1947 5.02E+07 0.0061 1.57E+06 2.69E+06 2.77E+09 257.4 154.2 4.93E+07 4.93E+07 2.72E+09 257.2 4.93E+07 100% 31 2.72E+09 257.2
30 1981 9 2.45E+09 256.1 2.33E+08 8.27 2.14E+07 0.2130 4.97E+07 0.0035 8.17E+05 1.47E+06 2.42E+09 256.0 187.4 6.00E+07 6.00E+07 2.36E+09 255.7 6.00E+07 100% 30 2.36E+09 255.7
Modelo completo relativo ao cenário de simulação 4, considerando os 18 anos hidrológicos. e todas as componentes sequenciais. 1/2

Condições iniciais
H 30
Pot 25
Qdim 104.2
CONDIÇÕES FINAIS
COMPONENTE ENERGIA OCUA COMPONENTE ENERGIA QUEDAS
ALBUFEIRA
Condições finais (NPA
Volume a turbinar VERIFICAÇÃO DO NÍVEL DA ALBUFEIRA (> 250 m) VOLUME EFETIVAMENTE TURBINADO (>250) CONDIÇÕES FINAIS BENEFÍCIOS Descarga (para > 260m) CAUDAL AFLUENTE ÀS QUEDAS LÚRIO CAUDAL DE DIMENSIONAMENTO LIMITES DOS VOLUMES A TURBINAR VOLUME EFETIVAMENTE TURBINADO BENEFÍCIOS
= 260 m)
Caudal Potência % de utilização Volume Volume a turbinar Volume Volume a turbinar Energia Benefícios Volume sem Volume Volume Volume descarregado Volume mensal Volume Energia
Altura % Volume Nº dias Volume final Nível final Volume Elevação Descarga de Volume de escoamento Altura útil Potência Caudal dim Volume mensal % de Volume Nº dias Benefícios
dim turbinas da potência mensal a se Nível irrigação > intermédio Nível intermédio (m) para garantir produzida económicos descarga turbinado em ecológico em por excesso em Ocua máximo a turbinar efetivamente produzida
útil (m) Turbinado turbinados (m3) (m) final (m3) final (m) cheias (m3) afluente Quedas (m3) (m) turbinas (MW) (m3/s) mínimo a turbinar (m3) turbinado turbinados económicos ($)
(m3/s) (MW) instalada turbinar (m3) 250m (m3) (m3) min = 250 (m3) (kWh) ($) (m3) Ocua (m3) Ocua (m3) (m3) (m3) turbinado (m3) (kWh)
104.2 30 25.0 58.5 120 256.41
29.3 24.4 98% 2.79E+08 2.79E+08 2.96E+09 258.1 2.79E+08 100% 31 2.96E+09 258.1 1.82E+07 1.82E+06 2.96E+09 258.1 2.96E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.75E+05 0.00E+00 2.80E+08 40 85.47 7.55E+08 9.16E+07 2.80E+08 28% 9 3.64E+07 3.64E+06
28.4 23.7 95% 2.70E+08 2.70E+08 2.74E+09 257.3 2.70E+08 100% 30 2.74E+09 257.3 1.70E+07 1.70E+06 2.74E+09 257.3 2.74E+09 0.00E+00 2.70E+08 9.53E+05 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.52E+07 3.52E+06
29.0 24.2 97% 2.79E+08 2.79E+08 2.89E+09 257.9 2.79E+08 100% 31 2.89E+09 257.9 1.80E+07 1.80E+06 2.89E+09 257.9 2.89E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.60E+07 0.00E+00 2.95E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.95E+08 31% 9 3.83E+07 3.83E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 4.79E+09 >260 2.79E+08 100% 31 4.79E+09 >260 1.86E+07 1.86E+06 3.41E+09 260.0 4.79E+09 1.38E+09 2.79E+08 6.49E+07 1.38E+09 1.72E+09 7.55E+08 9.16E+07 7.55E+08 100% 31 9.82E+07 9.82E+06
30.0 25.0 100% 2.61E+08 2.61E+08 7.05E+09 >260 2.61E+08 100% 29 7.05E+09 >260 1.74E+07 1.74E+06 3.41E+09 260.0 7.05E+09 3.64E+09 2.61E+08 1.04E+08 3.64E+09 4.00E+09 7.07E+08 8.57E+07 7.07E+08 100% 29 9.19E+07 9.19E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 4.01E+09 >260 2.79E+08 100% 31 4.01E+09 >260 1.86E+07 1.86E+06 3.41E+09 260.0 4.01E+09 5.98E+08 2.79E+08 1.00E+08 5.98E+08 9.77E+08 7.55E+08 9.16E+07 7.55E+08 100% 31 9.82E+07 9.82E+06
30.0 25.0 100% 2.70E+08 2.70E+08 3.40E+09 259.9 2.70E+08 100% 30 3.40E+09 259.9 1.80E+07 1.80E+06 3.40E+09 259.9 3.40E+09 0.00E+00 2.70E+08 5.72E+07 0.00E+00 3.27E+08 7.31E+08 8.86E+07 3.27E+08 37% 11 4.25E+07 4.25E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 3.16E+09 258.9 2.79E+08 100% 31 3.16E+09 258.9 1.86E+07 1.86E+06 3.16E+09 258.9 3.16E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.75E+07 0.00E+00 2.96E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.96E+08 31% 10 3.85E+07 3.85E+06
28.8 24.0 96% 2.70E+08 2.70E+08 2.86E+09 257.8 2.70E+08 100% 30 2.86E+09 257.8 1.73E+07 1.73E+06 2.86E+09 257.8 2.86E+09 0.00E+00 2.70E+08 7.13E+06 0.00E+00 2.77E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.77E+08 29% 9 3.60E+07 3.60E+06
27.6 23.0 92% 2.79E+08 2.79E+08 2.54E+09 256.5 2.79E+08 100% 31 2.54E+09 256.5 1.71E+07 1.71E+06 2.54E+09 256.5 2.54E+09 0.00E+00 2.79E+08 4.56E+06 0.00E+00 2.84E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.84E+08 29% 9 3.69E+07 3.69E+06
26.2 21.8 87% 2.79E+08 2.79E+08 2.20E+09 255.1 2.79E+08 100% 31 2.20E+09 255.1 1.62E+07 1.62E+06 2.20E+09 255.1 2.20E+09 0.00E+00 2.79E+08 2.69E+06 0.00E+00 2.82E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.82E+08 29% 9 3.66E+07 3.66E+06
24.5 20.4 82% 2.70E+08 2.70E+08 1.82E+09 253.0 2.70E+08 100% 30 1.82E+09 253.0 1.47E+07 1.47E+06 1.82E+09 253.0 1.82E+09 0.00E+00 2.70E+08 1.47E+06 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.53E+07 3.53E+06
22.5 18.8 75% 2.79E+08 2.79E+08 1.44E+09 250.9 2.79E+08 100% 31 1.44E+09 250.9 1.40E+07 1.40E+06 1.44E+09 250.9 1.44E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.75E+05 0.00E+00 2.80E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.80E+08 28% 9 3.64E+07 3.64E+06
20.5 17.1 68% 2.70E+08 2.70E+08 1.10E+09 248.6 1.05E+08 39% 12 1.27E+09 250.0 4.77E+06 4.77E+05 1.27E+09 250.0 1.27E+09 0.00E+00 1.05E+08 9.53E+05 0.00E+00 1.06E+08 7.31E+08 8.86E+07 1.06E+08 3% 1 1.37E+07 1.37E+06
19.7 16.4 66% 2.79E+08 0.00E+00 1.25E+09 249.7 0.00E+00 0% 0 1.25E+09 249.7 0.00E+00 0.00E+00 1.25E+09 249.7 1.25E+09 0.00E+00 0.00E+00 1.60E+07 0.00E+00 1.60E+07 7.55E+08 9.16E+07 0.00E+00 0% 0 0.00E+00 0.00E+00
28.3 23.6 94% 2.79E+08 2.79E+08 2.73E+09 257.2 2.79E+08 100% 31 2.73E+09 257.2 1.75E+07 1.75E+06 2.73E+09 257.2 2.73E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.49E+07 0.00E+00 3.44E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.44E+08 38% 12 4.47E+07 4.47E+06
30.0 25.0 100% 2.52E+08 2.52E+08 6.17E+09 >260 2.52E+08 100% 28 6.17E+09 >260 1.68E+07 1.68E+06 3.41E+09 260.0 6.17E+09 2.76E+09 2.52E+08 1.04E+08 2.76E+09 3.12E+09 6.82E+08 8.27E+07 6.82E+08 100% 28 8.87E+07 8.87E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 7.54E+09 >260 2.79E+08 100% 31 7.54E+09 >260 1.86E+07 1.86E+06 3.41E+09 260.0 7.54E+09 4.13E+09 2.79E+08 1.00E+08 4.13E+09 4.51E+09 7.55E+08 9.16E+07 7.55E+08 100% 31 9.82E+07 9.82E+06
30.0 25.0 100% 2.70E+08 2.70E+08 4.92E+09 >260 2.70E+08 100% 30 4.92E+09 >260 1.80E+07 1.80E+06 3.41E+09 260.0 4.92E+09 1.51E+09 2.70E+08 5.72E+07 1.51E+09 1.83E+09 7.31E+08 8.86E+07 7.31E+08 100% 30 9.50E+07 9.50E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 3.49E+09 >260 2.79E+08 100% 31 3.49E+09 >260 1.86E+07 1.86E+06 3.41E+09 260.0 3.49E+09 7.86E+07 2.79E+08 1.75E+07 7.86E+07 3.75E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.75E+08 43% 13 4.88E+07 4.88E+06
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30.0 25.0 100% 2.52E+08 2.52E+08 6.45E+09 >260 2.52E+08 100% 28 6.45E+09 >260 1.68E+07 1.68E+06 3.41E+09 260.0 6.45E+09 3.04E+09 2.52E+08 1.04E+08 3.04E+09 3.39E+09 6.82E+08 8.27E+07 6.82E+08 100% 28 8.87E+07 8.87E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 6.89E+09 >260 2.79E+08 100% 31 6.89E+09 >260 1.86E+07 1.86E+06 3.41E+09 260.0 6.89E+09 3.48E+09 2.79E+08 1.00E+08 3.48E+09 3.86E+09 7.55E+08 9.16E+07 7.55E+08 100% 31 9.82E+07 9.82E+06
30.0 25.0 100% 2.70E+08 2.70E+08 4.12E+09 >260 2.70E+08 100% 30 4.12E+09 >260 1.80E+07 1.80E+06 3.41E+09 260.0 4.12E+09 7.15E+08 2.70E+08 5.72E+07 7.15E+08 1.04E+09 7.31E+08 8.86E+07 7.31E+08 100% 30 9.50E+07 9.50E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 3.33E+09 259.6 2.79E+08 100% 31 3.33E+09 259.6 1.86E+07 1.86E+06 3.33E+09 259.6 3.33E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.75E+07 0.00E+00 2.96E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.96E+08 31% 10 3.85E+07 3.85E+06
29.7 24.8 99% 2.70E+08 2.70E+08 3.09E+09 258.7 2.70E+08 100% 30 3.09E+09 258.7 1.78E+07 1.78E+06 3.09E+09 258.7 3.09E+09 0.00E+00 2.70E+08 7.13E+06 0.00E+00 2.77E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.77E+08 29% 9 3.60E+07 3.60E+06
28.6 23.8 95% 2.79E+08 2.79E+08 2.78E+09 257.4 2.79E+08 100% 31 2.78E+09 257.4 1.77E+07 1.77E+06 2.78E+09 257.4 2.78E+09 0.00E+00 2.79E+08 4.56E+06 0.00E+00 2.84E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.84E+08 29% 9 3.69E+07 3.69E+06
27.3 22.8 91% 2.79E+08 2.79E+08 2.46E+09 256.1 2.79E+08 100% 31 2.46E+09 256.1 1.69E+07 1.69E+06 2.46E+09 256.1 2.46E+09 0.00E+00 2.79E+08 2.69E+06 0.00E+00 2.82E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.82E+08 29% 9 3.66E+07 3.66E+06
25.8 21.5 86% 2.70E+08 2.70E+08 2.11E+09 254.7 2.70E+08 100% 30 2.11E+09 254.7 1.55E+07 1.55E+06 2.11E+09 254.7 2.11E+09 0.00E+00 2.70E+08 1.47E+06 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.53E+07 3.53E+06
24.2 20.2 81% 2.79E+08 2.79E+08 1.75E+09 252.7 2.79E+08 100% 31 1.75E+09 252.7 1.50E+07 1.50E+06 1.75E+09 252.7 1.75E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.75E+05 0.00E+00 2.80E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.80E+08 28% 9 3.64E+07 3.64E+06
22.3 18.6 74% 2.70E+08 2.70E+08 1.42E+09 250.8 2.70E+08 100% 30 1.42E+09 250.8 1.34E+07 1.34E+06 1.42E+09 250.8 1.42E+09 0.00E+00 2.70E+08 9.53E+05 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.52E+07 3.52E+06
20.7 17.3 69% 2.79E+08 2.79E+08 1.13E+09 248.8 1.42E+08 51% 16 1.27E+09 250.0 6.54E+06 6.54E+05 1.27E+09 250.0 1.27E+09 0.00E+00 1.42E+08 1.60E+07 0.00E+00 1.58E+08 7.55E+08 9.16E+07 1.58E+08 10% 3 2.06E+07 2.06E+06
21.9 18.3 73% 2.79E+08 2.79E+08 1.35E+09 250.4 2.79E+08 100% 31 1.35E+09 250.4 1.36E+07 1.36E+06 1.35E+09 250.4 1.35E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.49E+07 0.00E+00 3.44E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.44E+08 38% 12 4.47E+07 4.47E+06
26.9 22.4 90% 2.61E+08 2.61E+08 2.38E+09 255.8 2.61E+08 100% 29 2.38E+09 255.8 1.56E+07 1.56E+06 2.38E+09 255.8 2.38E+09 0.00E+00 2.61E+08 1.04E+08 0.00E+00 3.65E+08 7.07E+08 8.57E+07 3.65E+08 45% 13 4.75E+07 4.75E+06
29.1 24.3 97% 2.79E+08 2.79E+08 2.93E+09 258.0 2.79E+08 100% 31 2.93E+09 258.0 1.80E+07 1.80E+06 2.93E+09 258.0 2.93E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.00E+08 0.00E+00 3.79E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.79E+08 43% 13 4.93E+07 4.93E+06
28.4 23.7 95% 2.70E+08 2.70E+08 2.75E+09 257.3 2.70E+08 100% 30 2.75E+09 257.3 1.70E+07 1.70E+06 2.75E+09 257.3 2.75E+09 0.00E+00 2.70E+08 5.72E+07 0.00E+00 3.27E+08 7.31E+08 8.86E+07 3.27E+08 37% 11 4.25E+07 4.25E+06
27.4 22.8 91% 2.79E+08 2.79E+08 2.48E+09 256.2 2.79E+08 100% 31 2.48E+09 256.2 1.70E+07 1.70E+06 2.48E+09 256.2 2.48E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.75E+07 0.00E+00 2.96E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.96E+08 31% 10 3.85E+07 3.85E+06
26.0 21.7 87% 2.70E+08 2.70E+08 2.16E+09 255.0 2.70E+08 100% 30 2.16E+09 255.0 1.56E+07 1.56E+06 2.16E+09 255.0 2.16E+09 0.00E+00 2.70E+08 7.13E+06 0.00E+00 2.77E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.77E+08 29% 9 3.60E+07 3.60E+06
24.7 20.6 82% 2.79E+08 2.79E+08 1.83E+09 253.1 2.79E+08 100% 31 1.83E+09 253.1 1.53E+07 1.53E+06 1.83E+09 253.1 1.83E+09 0.00E+00 2.79E+08 4.56E+06 0.00E+00 2.84E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.84E+08 29% 9 3.69E+07 3.69E+06
22.8 19.0 76% 2.79E+08 2.79E+08 1.50E+09 251.2 2.79E+08 100% 31 1.50E+09 251.2 1.41E+07 1.41E+06 1.50E+09 251.2 1.50E+09 0.00E+00 2.79E+08 2.69E+06 0.00E+00 2.82E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.82E+08 29% 9 3.66E+07 3.66E+06
20.8 17.3 69% 2.70E+08 2.70E+08 1.15E+09 249.0 1.53E+08 57% 17 1.27E+09 250.0 7.07E+06 7.07E+05 1.27E+09 250.0 1.27E+09 0.00E+00 1.53E+08 1.47E+06 0.00E+00 1.54E+08 7.31E+08 8.86E+07 1.54E+08 10% 3 2.01E+07 2.01E+06
Modelo completo relativo ao cenário de simulação 4, considerando os 18 anos hidrológicos. e todas as componentes sequenciais. 2/2

CONDIÇÕES FINAIS
COMPONENTE ENERGIA OCUA COMPONENTE ENERGIA QUEDAS
ALBUFEIRA
Condições finais (NPA
Volume a turbinar VERIFICAÇÃO DO NÍVEL DA ALBUFEIRA (> 250 m) VOLUME EFETIVAMENTE TURBINADO (>250) CONDIÇÕES FINAIS BENEFÍCIOS Descarga (para > 260m) CAUDAL AFLUENTE ÀS QUEDAS LÚRIO CAUDAL DE DIMENSIONAMENTO LIMITES DOS VOLUMES A TURBINAR VOLUME EFETIVAMENTE TURBINADO BENEFÍCIOS
= 260 m)
Caudal Potência % de utilização Volume Volume a turbinar Volume Volume a turbinar Energia Benefícios Volume sem Volume Volume Volume descarregado Volume mensal Volume Energia
Altura % Volume Nº dias Volume final Nível final Volume Elevação Descarga de Volume de escoamento Altura útil Potência Caudal dim Volume mensal % de Volume Nº dias Benefícios
dim turbinas da potência mensal a se Nível irrigação > intermédio Nível intermédio (m) para garantir produzida económicos descarga turbinado em ecológico em por excesso em Ocua máximo a turbinar efetivamente produzida
útil (m) Turbinado turbinados (m3) (m) final (m3) final (m) cheias (m3) afluente Quedas (m3) (m) turbinas (MW) (m3/s) mínimo a turbinar (m3) turbinado turbinados económicos ($)
(m3/s) (MW) instalada turbinar (m3) 250m (m3) (m3) min = 250 (m3) (kWh) ($) (m3) Ocua (m3) Ocua (m3) (m3) (m3) turbinado (m3) (kWh)
104.2 30 25.0 58.5 120 256.41
19.8 16.5 66% 2.79E+08 0.00E+00 1.25E+09 249.8 0.00E+00 0% 0 1.25E+09 249.8 0.00E+00 0.00E+00 1.25E+09 249.8 1.25E+09 0.00E+00 0.00E+00 6.75E+05 0.00E+00 6.75E+05 7.55E+08 9.16E+07 0.00E+00 0% 0 0.00E+00 0.00E+00
19.6 16.3 65% 2.70E+08 0.00E+00 1.23E+09 249.6 0.00E+00 0% 0 1.23E+09 249.6 0.00E+00 0.00E+00 1.23E+09 249.6 1.23E+09 0.00E+00 0.00E+00 9.53E+05 0.00E+00 9.53E+05 7.31E+08 8.86E+07 0.00E+00 0% 0 0.00E+00 0.00E+00
21.0 17.5 70% 2.79E+08 2.79E+08 1.19E+09 249.2 1.95E+08 70% 22 1.27E+09 250.0 9.09E+06 9.09E+05 1.27E+09 250.0 1.27E+09 0.00E+00 1.95E+08 1.60E+07 0.00E+00 2.11E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.11E+08 18% 6 2.74E+07 2.74E+06
21.9 18.3 73% 2.79E+08 2.79E+08 1.33E+09 250.3 2.79E+08 100% 31 1.33E+09 250.3 1.36E+07 1.36E+06 1.33E+09 250.3 1.33E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.49E+07 0.00E+00 3.44E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.44E+08 38% 12 4.47E+07 4.47E+06
22.6 18.8 75% 2.52E+08 2.52E+08 1.48E+09 251.2 2.52E+08 100% 28 1.48E+09 251.2 1.27E+07 1.27E+06 1.48E+09 251.2 1.48E+09 0.00E+00 2.52E+08 1.04E+08 0.00E+00 3.56E+08 6.82E+08 8.27E+07 3.56E+08 46% 13 4.63E+07 4.63E+06
25.3 21.1 84% 2.79E+08 2.79E+08 1.97E+09 253.9 2.79E+08 100% 31 1.97E+09 253.9 1.57E+07 1.57E+06 1.97E+09 253.9 1.97E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.00E+08 0.00E+00 3.79E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.79E+08 43% 13 4.93E+07 4.93E+06
28.9 24.1 96% 2.70E+08 2.70E+08 2.88E+09 257.8 2.70E+08 100% 30 2.88E+09 257.8 1.73E+07 1.73E+06 2.88E+09 257.8 2.88E+09 0.00E+00 2.70E+08 5.72E+07 0.00E+00 3.27E+08 7.31E+08 8.86E+07 3.27E+08 37% 11 4.25E+07 4.25E+06
28.1 23.4 94% 2.79E+08 2.79E+08 2.67E+09 257.0 2.79E+08 100% 31 2.67E+09 257.0 1.74E+07 1.74E+06 2.67E+09 257.0 2.67E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.75E+07 0.00E+00 2.96E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.96E+08 31% 10 3.85E+07 3.85E+06
26.8 22.3 89% 2.70E+08 2.70E+08 2.36E+09 255.8 2.70E+08 100% 30 2.36E+09 255.8 1.61E+07 1.61E+06 2.36E+09 255.8 2.36E+09 0.00E+00 2.70E+08 7.13E+06 0.00E+00 2.77E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.77E+08 29% 9 3.60E+07 3.60E+06
25.6 21.3 85% 2.79E+08 2.79E+08 2.03E+09 254.2 2.79E+08 100% 31 2.03E+09 254.2 1.59E+07 1.59E+06 2.03E+09 254.2 2.03E+09 0.00E+00 2.79E+08 4.56E+06 0.00E+00 2.84E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.84E+08 29% 9 3.69E+07 3.69E+06
23.9 19.9 80% 2.79E+08 2.79E+08 1.69E+09 252.3 2.79E+08 100% 31 1.69E+09 252.3 1.48E+07 1.48E+06 1.69E+09 252.3 1.69E+09 0.00E+00 2.79E+08 2.69E+06 0.00E+00 2.82E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.82E+08 29% 9 3.66E+07 3.66E+06
21.8 18.2 73% 2.70E+08 2.70E+08 1.33E+09 250.3 2.70E+08 100% 30 1.33E+09 250.3 1.31E+07 1.31E+06 1.33E+09 250.3 1.33E+09 0.00E+00 2.70E+08 1.47E+06 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.53E+07 3.53E+06
20.0 16.7 67% 2.79E+08 0.00E+00 1.27E+09 250.0 0.00E+00 0% 0 1.27E+09 250.0 0.00E+00 0.00E+00 1.27E+09 250.0 1.27E+09 0.00E+00 0.00E+00 6.75E+05 0.00E+00 6.75E+05 7.55E+08 9.16E+07 0.00E+00 0% 0 0.00E+00 0.00E+00
19.7 16.4 66% 2.70E+08 0.00E+00 1.24E+09 249.7 0.00E+00 0% 0 1.24E+09 249.7 0.00E+00 0.00E+00 1.24E+09 249.7 1.24E+09 0.00E+00 0.00E+00 9.53E+05 0.00E+00 9.53E+05 7.31E+08 8.86E+07 0.00E+00 0% 0 0.00E+00 0.00E+00
21.3 17.8 71% 2.79E+08 2.79E+08 1.24E+09 249.7 2.45E+08 88% 27 1.27E+09 250.0 1.16E+07 1.16E+06 1.27E+09 250.0 1.27E+09 0.00E+00 2.45E+08 1.60E+07 0.00E+00 2.61E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.61E+08 26% 8 3.39E+07 3.39E+06
22.3 18.6 74% 2.79E+08 2.79E+08 1.42E+09 250.8 2.79E+08 100% 31 1.42E+09 250.8 1.38E+07 1.38E+06 1.42E+09 250.8 1.42E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.49E+07 0.00E+00 3.44E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.44E+08 38% 12 4.47E+07 4.47E+06
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30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 4.91E+09 >260 2.79E+08 100% 31 4.91E+09 >260 1.86E+07 1.86E+06 3.41E+09 260.0 4.91E+09 1.50E+09 2.79E+08 1.00E+08 1.50E+09 1.88E+09 7.55E+08 9.16E+07 7.55E+08 100% 31 9.82E+07 9.82E+06
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27.1 22.6 90% 2.70E+08 2.70E+08 2.43E+09 256.0 2.70E+08 100% 30 2.43E+09 256.0 1.63E+07 1.63E+06 2.43E+09 256.0 2.43E+09 0.00E+00 2.70E+08 1.47E+06 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.53E+07 3.53E+06
25.7 21.4 86% 2.79E+08 2.79E+08 2.06E+09 254.4 2.79E+08 100% 31 2.06E+09 254.4 1.59E+07 1.59E+06 2.06E+09 254.4 2.06E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.75E+05 0.00E+00 2.80E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.80E+08 28% 9 3.64E+07 3.64E+06
24.1 20.1 80% 2.70E+08 2.70E+08 1.75E+09 252.6 2.70E+08 100% 30 1.75E+09 252.6 1.45E+07 1.45E+06 1.75E+09 252.6 1.75E+09 0.00E+00 2.70E+08 9.53E+05 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.52E+07 3.52E+06
24.6 20.5 82% 2.79E+08 2.79E+08 1.81E+09 253.0 2.79E+08 100% 31 1.81E+09 253.0 1.53E+07 1.53E+06 1.81E+09 253.0 1.81E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.60E+07 0.00E+00 2.95E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.95E+08 31% 9 3.83E+07 3.83E+06
26.5 22.1 88% 2.79E+08 2.79E+08 2.27E+09 255.4 2.79E+08 100% 31 2.27E+09 255.4 1.64E+07 1.64E+06 2.27E+09 255.4 2.27E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.49E+07 0.00E+00 3.44E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.44E+08 38% 12 4.47E+07 4.47E+06
27.2 22.7 91% 2.61E+08 2.61E+08 2.45E+09 256.1 2.61E+08 100% 29 2.45E+09 256.1 1.58E+07 1.58E+06 2.45E+09 256.1 2.45E+09 0.00E+00 2.61E+08 1.04E+08 0.00E+00 3.65E+08 7.07E+08 8.57E+07 3.65E+08 45% 13 4.75E+07 4.75E+06
29.6 24.7 99% 2.79E+08 2.79E+08 3.05E+09 258.5 2.79E+08 100% 31 3.05E+09 258.5 1.84E+07 1.84E+06 3.05E+09 258.5 3.05E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.00E+08 0.00E+00 3.79E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.79E+08 43% 13 4.93E+07 4.93E+06
30.0 25.0 100% 2.70E+08 2.70E+08 3.80E+09 >260 2.70E+08 100% 30 3.80E+09 >260 1.80E+07 1.80E+06 3.41E+09 260.0 3.80E+09 3.88E+08 2.70E+08 5.72E+07 3.88E+08 7.15E+08 7.31E+08 8.86E+07 7.15E+08 98% 29 9.30E+07 9.30E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 3.37E+09 259.8 2.79E+08 100% 31 3.37E+09 259.8 1.86E+07 1.86E+06 3.37E+09 259.8 3.37E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.75E+07 0.00E+00 2.96E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.96E+08 31% 10 3.85E+07 3.85E+06
29.8 24.8 99% 2.70E+08 2.70E+08 3.11E+09 258.7 2.70E+08 100% 30 3.11E+09 258.7 1.79E+07 1.79E+06 3.11E+09 258.7 3.11E+09 0.00E+00 2.70E+08 7.13E+06 0.00E+00 2.77E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.77E+08 29% 9 3.60E+07 3.60E+06
28.6 23.8 95% 2.79E+08 2.79E+08 2.79E+09 257.5 2.79E+08 100% 31 2.79E+09 257.5 1.77E+07 1.77E+06 2.79E+09 257.5 2.79E+09 0.00E+00 2.79E+08 4.56E+06 0.00E+00 2.84E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.84E+08 29% 9 3.69E+07 3.69E+06
27.2 22.7 91% 2.79E+08 2.79E+08 2.43E+09 256.0 2.79E+08 100% 31 2.43E+09 256.0 1.69E+07 1.69E+06 2.43E+09 256.0 2.43E+09 0.00E+00 2.79E+08 2.69E+06 0.00E+00 2.82E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.82E+08 29% 9 3.66E+07 3.66E+06
25.6 21.3 85% 2.70E+08 2.70E+08 2.06E+09 254.4 2.70E+08 100% 30 2.06E+09 254.4 1.54E+07 1.54E+06 2.06E+09 254.4 2.06E+09 0.00E+00 2.70E+08 1.47E+06 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.53E+07 3.53E+06
23.8 19.8 79% 2.79E+08 2.79E+08 1.68E+09 252.3 2.79E+08 100% 31 1.68E+09 252.3 1.48E+07 1.48E+06 1.68E+09 252.3 1.68E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.75E+05 0.00E+00 2.80E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.80E+08 28% 9 3.64E+07 3.64E+06
21.9 18.3 73% 2.70E+08 2.70E+08 1.35E+09 250.4 2.70E+08 100% 30 1.35E+09 250.4 1.31E+07 1.31E+06 1.35E+09 250.4 1.35E+09 0.00E+00 2.70E+08 9.53E+05 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.52E+07 3.52E+06
22.7 18.9 76% 2.79E+08 2.79E+08 1.48E+09 251.1 2.79E+08 100% 31 1.48E+09 251.1 1.41E+07 1.41E+06 1.48E+09 251.1 1.48E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.60E+07 0.00E+00 2.95E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.95E+08 31% 9 3.83E+07 3.83E+06
27.3 22.8 91% 2.79E+08 2.79E+08 2.46E+09 256.1 2.79E+08 100% 31 2.46E+09 256.1 1.69E+07 1.69E+06 2.46E+09 256.1 2.46E+09 0.00E+00 2.79E+08 6.49E+07 0.00E+00 3.44E+08 7.55E+08 9.16E+07 3.44E+08 38% 12 4.47E+07 4.47E+06
30.0 25.0 100% 2.52E+08 2.52E+08 3.78E+09 >260 2.52E+08 100% 28 3.78E+09 >260 1.68E+07 1.68E+06 3.41E+09 260.0 3.78E+09 3.72E+08 2.52E+08 1.04E+08 3.72E+08 7.28E+08 6.82E+08 8.27E+07 6.82E+08 100% 28 8.87E+07 8.87E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 4.93E+09 >260 2.79E+08 100% 31 4.93E+09 >260 1.86E+07 1.86E+06 3.41E+09 260.0 4.93E+09 1.52E+09 2.79E+08 1.00E+08 1.52E+09 1.90E+09 7.55E+08 9.16E+07 7.55E+08 100% 31 9.82E+07 9.82E+06
30.0 25.0 100% 2.70E+08 2.70E+08 4.17E+09 >260 2.70E+08 100% 30 4.17E+09 >260 1.80E+07 1.80E+06 3.41E+09 260.0 4.17E+09 7.55E+08 2.70E+08 5.72E+07 7.55E+08 1.08E+09 7.31E+08 8.86E+07 7.31E+08 100% 30 9.50E+07 9.50E+06
30.0 25.0 100% 2.79E+08 2.79E+08 3.35E+09 259.7 2.79E+08 100% 31 3.35E+09 259.7 1.86E+07 1.86E+06 3.35E+09 259.7 3.35E+09 0.00E+00 2.79E+08 1.75E+07 0.00E+00 2.96E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.96E+08 31% 10 3.85E+07 3.85E+06
29.8 24.8 99% 2.70E+08 2.70E+08 3.10E+09 258.7 2.70E+08 100% 30 3.10E+09 258.7 1.79E+07 1.79E+06 3.10E+09 258.7 3.10E+09 0.00E+00 2.70E+08 7.13E+06 0.00E+00 2.77E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.77E+08 29% 9 3.60E+07 3.60E+06
28.6 23.8 95% 2.79E+08 2.79E+08 2.79E+09 257.5 2.79E+08 100% 31 2.79E+09 257.5 1.77E+07 1.77E+06 2.79E+09 257.5 2.79E+09 0.00E+00 2.79E+08 4.56E+06 0.00E+00 2.84E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.84E+08 29% 9 3.69E+07 3.69E+06
27.2 22.7 91% 2.79E+08 2.79E+08 2.45E+09 256.1 2.79E+08 100% 31 2.45E+09 256.1 1.69E+07 1.69E+06 2.45E+09 256.1 2.45E+09 0.00E+00 2.79E+08 2.69E+06 0.00E+00 2.82E+08 7.55E+08 9.16E+07 2.82E+08 29% 9 3.66E+07 3.66E+06
25.7 21.4 86% 2.70E+08 2.70E+08 2.09E+09 254.5 2.70E+08 100% 30 2.09E+09 254.5 1.54E+07 1.54E+06 2.09E+09 254.5 2.09E+09 0.00E+00 2.70E+08 1.47E+06 0.00E+00 2.71E+08 7.31E+08 8.86E+07 2.71E+08 28% 9 3.53E+07 3.53E+06
ANEXO 13 - Análise da simulação relativa ao cenário 5.

Quadro a) Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 5, relativos ao abastecimento de


água para fins de irrigação em Ocua Lúrio (potência instalada de 20 MW).

EFICÁCIA IRRIGAÇÃO OCUA LÚRIO – CENÁRIO 5 ÁREA A IRRIGAR (ha)

(potência 20 MW em Ocua) 69000

Nº total de meses para regar Nº meses a regar Nº meses a regar % volume efetivamente
Nº meses a regar 0%
(10 meses/ano) 100% em parte regado

173 5 2
180 97.5%
96.1% 2.8% 1.1%

Benefícios económicos Garantia

Receita $/ha/ano 500 nº de falhas 3

Receita total em milhões $ 605.33 nº máx de falhas 3

Quadro b) Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 5, relativos à produção de energia
hidroelétrica no aproveitamento Ocua Lúrio.

POTÊNCIA (MW)
EFICÁCIA ENERGIA OCUA LÚRIO – CENÁRIO 5
20

Nº total de meses para Nº meses a turbinar Nº meses a Nº meses a turbinar % volume efetivamente
turbinar 100% turbinar 0% em parte turbinado

196 8 12
216 93.6%
90.7% 3.7% 5.6%

Energia total produzida (kWh) Benefícios económicos totais (em milhões $)

2.68 E+09 268.24

Quadro c) Resultados da aplicação do modelo de simulação para o cenário 5, relativos à produção de energia
hidroelétrica no aproveitamento Quedas Lúrio.

POTÊNCIA (MW)
EFICÁCIA ENERGIA QUEDAS LÚRIO – CENÁRIO 5
120

Nº total de meses para Nº meses a turbinar Nº meses a Nº meses a turbinar % volume efetivamente
turbinar 100% turbinar 0% em parte turbinado

34 10 172
216 43.2%
15.7% 4.6% 79.6%

Energia total produzida (kWh) Benefícios económicos totais (em milhões $)

9.00E+09 899.50

97
262.0 1.40E+08

Volume consumido para fins de


Nível da água na albufeira (m)

260.0 1.20E+08

258.0 1.00E+08

irrigação (m3)
256.0 8.00E+07

254.0 6.00E+07

252.0 4.00E+07

250.0 2.00E+07

248.0 0.00E+00
1963 1966 1969 1972 1975 1978 1981 1963 1966 1969 1972 1975 1978 1981
Mês Mês

Figura a) Variação mensal do nível da água na albufeira de Ocua Figura b) Variação mensal do volume de água consumido para
– Cenário 5. irrigação em Ocua – Cenário 5.

8.00E+08 2.50E+08
Volume utilizado para produção

Volume utilizado para produção


hidroelétrica nas Quedas (m3)

7.00E+08
hidroelétrica em Ocua (m3)

2.00E+08
6.00E+08

5.00E+08 1.50E+08
4.00E+08

3.00E+08 1.00E+08

2.00E+08
5.00E+07
1.00E+08

0.00E+00 0.00E+00
1963 1966 1969 1972 1975 1978 1981 1963 1966 1969 1972 1975 1978 1981
Mês Mês

Figura c) Variação mensal do volume de água utilizado para Figura d) Variação mensal do volume de água utilizado para
produção de energia hidroelétrica nas Quedas – Cenário 5. produção de energia hidroelétrica em Ocua – Cenário 5.

98

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