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Automação Hidráulica e Pneumática

Tema 1

Introdução Aos Sistemas Eletropneumáticos e Eletro-hidráulicos

Descrição: Conceitos fundamentais de pneumática e de hidráulica integrados a circuitos


elétricos.

Propósito: Os sistemas pneumáticos e os sistemas hidráulicos são fundamentais para os


processos industriais, dada a sua versatilidade, fácil implementação, força e velocidade, assim
como os circuitos elétricos, pela rapidez de produção de sinal e o baixo tempo de resposta, a
baixa perda de carga em circuitos bem dimensionados, entre outras vantagens; e a integração
desses sistemas permite integrar aos sistemas de natureza mecânica (pneumáticos e
hidráulicos) às vantagens dos sistemas elétricos.

Módulo 1 - Componentes de sistemas eletropneumáticos

Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os principais componentes dos sistemas
eletropneumáticos.

Os componentes de um sistema eletropneumático

Veja agora os principais conceitos e aspectos que devem ser observados sobre os
componentes de um sistema eletropneumático.

Válvulas direcionais

Os sistemas pneumáticos são utilizados nos processos produtivos para desenvolverem ações
específicas que demandam rapidez e repetição de ações com precisão, nas quais a utilização
de um processo manual é indesejável ou inviável.

O direcionamento adequado desse ar ao longo dos componentes que formam o sistema


(máquinas, atuadores, motores, entre outros) é fundamental para garantir o seu
funcionamento de maneira correta.
Assim, os cilindros pneumáticos (fundamentais para as máquinas de produção), para
desempenharem corretamente suas ações produtivas, precisam ser alimentados ou drenados
convenientemente, de acordo com a pressão adequada e no tempo apropriado.

Em linhas gerais, os sistemas pneumáticos utilizam ar de instrumentação em seu


funcionamento. O fornecimento desse ar de instrumentação para as válvulas e atuadores
pneumáticos é realizado pelos compressores, responsáveis por capturar o ar atmosférico e
comprimi-lo em cilindros de alta pressão.

As válvulas são utilizadas para orientar, bloquear e/ou controlar os fluxos de ar de acordo com
as necessidades específicas de cada projeto.

As válvulas direcionais, especificamente, são utilizadas para orientar a direção do fluxo de ar, a
fim de que os equipamentos sejam capazes de realizar o trabalho proposto.

A correta representação e orientação de uma válvula direcional deve levar em consideração as


seguintes informações:

• sua posição inicial;


• o número de posições;
• o número de vias;
• o tipo de acionamento (comando necessário para que a válvula saia da posição inicial);
• tipo de retorno;
• vazão.

Número de posições

Define a quantidade de manobras possíveis para determinada válvula direcional.

Como exemplo, imagine uma torneira. Em determinada posição, ela permite a passagem da
água e, na posição oposta, bloqueia a passagem. Assim, é possível definir que a torneira possui
2 posições.

De maneira similar, as válvulas direcionais possuem diversas posições. Para saber a quantidade
de manobras possíveis para uma válvula, sua representação em diagrama é feita por meio de
um retângulo, como pode ser visto na figura:
Para definir a quantidade de posições possíveis para a válvula direcional, o retângulo principal é
dividido em quadrados menores, onde cada quadrado representa uma posição de manobra
possível. Veja na figura:

Número de vias

O número de vias faz referência às conexões de trabalho que a válvula possui.

As vias podem ser consideradas:

• de entrada;
• de saída (escape);
• de utilização.

Quanto ao status, as vias podem ser:

• de fluxo;
• bloqueadas.

Em condição de fluxo (linha de fluxo), 2 vias estão conectadas internamente, permitindo a


passagem do ar. Vale destacar que a linha representa a conexão entre vias, mas não o sentido
do fluxo. Exemplos de linhas de fluxo podem ser vistos abaixo:
Vale destacar que cada linha de fluxo representa 2 vias da válvula direcional.

Na situação de bloqueio, as válvulas se encontram interrompidas e não permitem a passagem


do ar. Veja na próxima figura:

Cabe ressaltar que as válvulas também necessitam de escape para o ar drenado do interior da
válvula, que podem ser separadas em canalizadas ou não canalizadas. Nos escapes não
canalizados, a válvula não apresenta conexões para drenos que permitam direcionar o ar
retirado do interior da válvula, como pode ser visto a seguir:

Com os escapes canalizados, as vias apresentam conexões, podendo o ar drenado ser


direcionado para descarte, veja:
Assim, uma válvula direcional com 5 vias e 2 posições pode ser vista na Figura 9:

As identificações das vias são feitas de acordo com as normas DIN 24300 ou ISO 1219 e seguem
os padrões observados na Tabela:

Funcionalidade Normas DIN 24300 Norma ISO 1219

Pressão P 1

Utilização A B C 2 4 6

Escape R S T 3 5 7

Pilotagem X Y Z 10 12 14

Identificação das vias de uma válvula direcional Normas DIN 24300 e ISO 1219.
Identificação das válvulas

A identificação das válvulas é feita por meio do seu número de vias, seguido de seu número de
posições, de acordo com o padrão:

número de vias/número de posições

Dessa forma, considere a válvula direcional da Figura 10. O número de quadrados representa a
quantidade de posições. Quanto às vias, por sua vez, deve-se observar apenas 1 das posições.

Dessa forma, considere a válvula direcional da Figura 10. O número de quadrados representa a
quantidade de posições. Quanto às vias, por sua vez, deve-se observar apenas 1 das posições.

A posição da direita apresenta uma linha de fluxo. Como cada linha de fluxo representa 2 vias, a
válvula direcional possui 2 vias.

De maneira similar, como cada bloqueio representa 1 via, também é possível identificar que a
válvula possui 2 vias através da posição da esquerda.

Tipos de acionamentos ou comandos

As válvulas necessitam de um acionamento externo ou interno que seja responsável por


movimentar sua estrutura interna e fazer com que ocorra a mudança de uma posição para outra.
Essa alteração de posição permite as mudanças nas direções de fluxo, os bloqueios e as
liberações de escape, dependendo da estrutura interna das válvulas.

São dois, os tipos de acionamentos, responsáveis pelas mudanças nas posições:

• comando direto;
• comando indireto.
Confira a seguir a explicação para cada comando:
Classificação dos acionamentos ou comandos

Os acionamentos podem ser de diferentes tipos, veja a seguir como eles podem ser classificados:

O tipo de acionamento é escolhido de acordo com a necessidade da aplicação da válvula


direcional.

Acionamento muscular

O acionamento muscular é realizado por meio da atuação direta do operador sobre a válvula.
Essa atuação é responsável por realizar a mudança de posição da válvula direcional. Por tal
motivo, esse acionamento é do tipo comando direto.
Os diversos tipos de acionamento manuais podem ser vistos na Tabela:

Acionamento mecânico

O acionamento mecânico é realizado por meio da interação mecânica entre a válvula e um


atuador. Como a ação é realizada com a parte mecânica e transferida para a válvula, por uma
chave de fim de curso ou por uma mola, esse tipo de acionamento é considerado indireto. Veja
a seguir os diversos tipos de acionamento mecânico:
Acionamento pneumático

No acionamento pneumático, o ar comprimido em interação com a válvula é responsável pela


mudança de posição. Essa interação pode ser no sentido de aumentar a pressão sobre o
dispositivo, aplicando uma força (pressão positiva) ou pelo alívio da pressão (pressão negativa),
como pode ser visto na próxima tabela:
Acionamento elétrico ou combinado

Em sistemas eletropneumáticos, os acionamentos das válvulas pneumáticas são essencialmente


elétricos e aplicados a uma válvula solenoide. Em alguns casos, os acionamentos são
combinados, utilizando um eletroímã e uma válvula de servocomando. Essas válvulas são
capazes de ser acionadas diretamente por meio de controladores analógicos/digitais. Os tipos
de acionamento elétrico e combinado podem ser vistos a seguir:

Atuadores pneumáticos

Por fim, os sistemas pneumáticos devem incluir um dispositivo capaz de transformar energia
fornecida pelo ar de instrumentação em trabalho. Esses dispositivos são os atuadores.

Na estrutura de um sistema pneumático, as válvulas direcionais são controladas pelos


acionadores. Por sua vez, elas encaminham o ar de instrumentação para os atuadores
pneumáticos, que serão responsáveis por transformar aquela energia fornecida pelo ar em
movimentos. Tais movimentos podem ser divididos em:

• lineares;
• rotativos;
• oscilantes;
• válvulas pneumáticas.

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