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Automação Hidráulica e Pneumática

Tema 1

Módulo 2

Integração por válvulas

Ao final deste módulo, você será capaz de descrever a integração entre circuitos elétricos e
sistemas pneumáticos.

Os sistemas eletropneumáticos

As Solenoides

As solenoides são dispositivos eletromecânicos capazes de transformar a energia elétrica em


energia mecânica. Para realizar a conversão da energia elétrica em mecânica, as solenoides
utilizam um campo magnético responsável por atrair/repelir estruturas mecânicas.

Princípio de funcionamento

Campo magnético

Os campos magnéticos utilizados pelas solenoides são produzidos pela passagem da corrente
elétrica (contínua ou alternada) por enrolamentos de fios condutores (bobinas), como pode ser
visto na figura abaixo:
Quando a bobina é percorrida pela corrente elétrica, ela passa a funcionar como um eletroímã.
O campo magnético produzido por esse eletroímã produz um campo magnético em seu interior.

Princípio de funcionamento da solenoide

O campo magnético criado é capaz de atrair ou repelir estruturas metálicas que estejam ao
alcance do campo produzido. Quando o fio (bobina) do solenoide recebe uma corrente elétrica,
o campo magnético atrai fortemente a estrutura metálica ao seu alcance. Esse princípio de
funcionamento se assemelha ao de um relé, veja:

A bobina permanece atraindo o metal até que a corrente elétrica seja interrompida.

Como as solenoides dependem de energia elétrica para seu funcionamento correto, eles podem
funcionar com corrente alternada ou corrente contínua.

As solenoides de corrente alternada, ao permanecerem energizados durante um tempo


prolongado, podem queimar ou sofrerem danos. A corrente alternada, ao energizar a bobina,
começa com um pico de corrente e, após a estabilização, os valores de corrente retornam a
valores normalizados. Essa oscilação pode ocasionar danos à solenoide. O solenoide do tipo
corrente contínua não apresenta picos de corrente e, por consequência, não apresenta risco de
dano.

Atenção!

Vale destacar que as solenoides de corrente alternada podem ser utilizadas em circuitos de
corrente contínua sem problema. Entretanto, as solenoides de corrente contínua não podem
ser utilizadas em circuitos de corrente alternada.

Agora que você já leu sobre os princípios básicos de funcionamento da solenoide, veja a seguir
mais informações específicas sobre as válvulas solenoides.
As válvulas solenoides

As válvulas solenoides apresentam inúmeras aplicações nas mais diversas áreas. Por
apresentarem uma integração entre circuitos elétricos e estruturas mecânicas (metálicas), as
válvulas solenoides são denominadas válvulas eletromecânicas.

Como as válvulas apresentam 2


partes: o corpo e a bobina
solenoide. O corpo das válvulas é
responsável pela função
mecânica da válvula, sendo
composto, basicamente, por um
corpo, uma mola, uma tampa e
um diafragma. As válvulas
solenoides podem ser adaptadas
para serem aplicadas em áreas
diversas (hidráulica, pneumática,
GNV, GLP, entre outras).

As válvulas solenoides apresentam um papel fundamental na automatização de processos


industriais, sendo utilizadas para permitir ou bloquear a passagem de fluidos que podem estar
associados a sistemas de dosagem, distribuição ou mistura de líquidos, gases etc. Também são
amplamente utilizadas em sistemas de proteção.

Funcionamento de uma válvula solenoide

As válvulas solenoides utilizam suas bobinas para promoverem a movimentação do êmbolo


responsável por permitir ou bloquear a passagem dos fluidos. Quando uma corrente elétrica
atravessa a bobina da válvula solenoide, uma força é produzida no centro da bobina fazendo
com que o êmbolo da válvula seja atraído ou repelido.

Em uma válvula solenoide normalmente fechada, a mola é o elemento responsável por manter
o êmbolo dessa válvula em posição. Essa mola permite a válvula assumir dois tipos de estados:

As válvulas eletropneumáticas

As válvulas eletropneumáticas são utilizadas para permitir ou bloquear a passagem do ar de


instrumentação em um sistema pneumático.

Por exemplo, uma válvula do tipo 2/2 (Figura 20) apresenta 2 vias (1 entrada e 1 saída) e 2
posições (aberta ou fechada). A mudança entre as posições aberta e fechada é definida pelo
acionamento da válvula solenoide. Em uma válvula normalmente fechada, uma mola garante a
válvula na posição fechada. Quando a solenoide é energizada, a válvula muda sua posição para
aberta, veja:
Tipos de operação das válvulas eletropneumáticas

As válvulas solenoides podem ser classificadas de acordo com seu modo de operação em:
operação direta e operação indireta. Confira a seguir mais informações sobre cada modo de
operação.

Operação direta

As válvulas solenoides de operação direta possuem um êmbolo cuja posição é definida pela ação
de um solenoide. Quando as válvulas apresentam uma posição inicial, ela é definida por uma
mola que mantém o êmbolo posicionado mecanicamente. Ao energizar a bobina, o êmbolo é
deslocado e a válvula é aberta (Figura 21).

A válvula apresenta 5 vias e 2 posições. A via 1 é a de alimentação, também conhecida como via
primária. Ela é responsável por receber o suprimento de ar do compressor ou tanque. As vias 3
e 5 são utilizadas para escape ou dreno, permitindo a remoção do ar de instrumentação do
sistema. As vias 2 e 4 são as vias de operação (trabalho) para onde o ar fornecido, por meio da
via 1, é direcionado dependendo do processo industrial onde a válvula está sendo utilizada,
observe:
Na Figura 21(a), o ar flui da via 1 para a via 2. De maneira similar, as vias 2 e 4 estão interligadas,
permitindo a drenagem do ar do sistema. Por fim, a via 3 está bloqueada.

Quando a solenoide é acionada na Figura 21(b), o êmbolo é deslocado, por atuação da


solenoide, pressionando a mola. Esse deslocamento permite a ligação entre as vias 1 e 4 e entre
as vias 2 e 3. A via 5 é bloqueada.

Em geral, as válvulas de grande porte podem ser acionadas diretamente por solenoides.
Contudo, a tendência tecnológica é a produção de válvulas de pequeno porte acionadas por
solenoides e que são responsáveis por produzir um "pré-comando" capaz de acionar as válvulas
maiores. Essas válvulas de pré-comando são denominadas válvulas piloto, e as válvulas maiores
são denominadas válvulas principais. Esse tipo de válvula é identificado pelo símbolo da figura a
seguir:

Operação indireta

As válvulas solenoides podem ser de operação indireta, também denominada servo, acionada
ou pilotada.

As válvulas solenoides com operação indireta usam a pressão diferencial do próprio fluido para
abrir e fechar. A via de entrada e a via de saída são separadas por uma membrana de borracha
denominada diafragma. Veja na figura:
Como pode ser visto na Figura 23(a), enquanto a solenoide permanecer desligada, a membrana
bloqueará a passagem da água da entrada para a saída, sendo mantida nessa condição de
bloqueio por uma mola. Por tal motivo, essa é a posição inicial da válvula (válvula normalmente
fechada).

Quando a válvula solenoide é acionada, ela recua abrindo o escoamento da água no interior da
válvula para a saída (Figura 23(b)), por meio de uma pequena passagem em destaque na próxima
figura:

Esse escoamento da água é suficiente para permitir a abertura da membrana e,


consequentemente, da válvula.

Existem, ainda, as válvulas semidiretas que combinam as tecnologias das válvulas direta e
indireta.
Dessa maneira, é possível observar como as válvulas pneumáticas podem ser adaptadas para
acionamento por meio de comandos elétricos.

É possível compreender, também, que as válvulas de acionamento combinado associam essas


topologias, podendo utilizar o acionamento direto ou o acionamento de uma solenoide
combinado com uma pressão positiva ou negativa (acionamento indireto). Esse tipo de válvula
é identificada pelo símbolo da figura abaixo:

Veja a imagem de uma válvula eletropneumática:


Outros tipos de válvulas

Outros tipos de válvulas também são amplamente utilizados em sistemas eletropneumáticos


industriais. Veja a seguir as especificações de pelo menos 3 tipos:

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