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EBOOK – CORPOS DE VÁLVULAS

Para que possamos trabalhar com foco em diagnósticos de corpos de válvulas, é de grande
importânica que o reparador trabalhe com os testes de vácuo, podendo assim, ter uma análise do
sistema hidráulico de um corpo e poder tomar decisões sobre reparo ou substiuição do mesmo.
Qualquer teste que não seja feito através deste método, pode não apresentar eficácia e prejudicar
o trabalho com conclusões equivocadas em relação ao diagnóstico.

Pensando nisso, separei alguns mapas de corpos de válvulas para ajudar o reparador a encotrar
os problemas.

Lembre-se: PROCEDIMENTO é o caminho para o seu sucesso, não seja apenas um bom trocador
de peças, use a sua maior ferramenta, que é o seu cérebro.

Um bom estudo a todos e sejam prósperos em tudo que fizerem.... Deus os abençoe sempre.
TESTES DE VÁCUO – SONNAX VACUUM TEST

Tipos de solenóides comentadas na aula – Normally Low (NL) e Normally Hight (NH)
INTRODUÇÃO AO CORPO DE VÁLVULAS

Esta matéria se destina aos novos técnicos que estão iniciando nesta fascinante profissão: a de
reparador de transmissões automáticas. Surpreendentemente, muitos veteranos na reparação se
interessam por este assunto, mostrando que todos nós precisamos de uma escovada de vez em
quando para estar em dia com a técnica.

Nesta matéria, vamos estudar um pouco os corpos de válvulas e os tipos básicos de válvulas que
vemos frequentemente em nosso trabalho, em quase todos os tipos de transmissão.

Não há muito tempo atrás, as transmissões automáticas ainda utilizavam válvulas de aceleração
ou de redução, (sinais de carga do motor), e válvulas governadoras (sinais de velocidade do
veículo) para controlar a sensibilidade e o momento das mudanças. Os cabos de acelerador e
linhas de vácuo eram conectadas desde o motor até a transmissão. A válvula do governador
estava ligada ao eixo de saída e fornecia ao corpo de válvulas um sinal variável de pressão que
variava de acordo com a velocidade do veículo. Quanto maior a velocidade do veículo, maior a
pressão gerada pelo governador.
As transmissões mais modernas são controladas completamente por computador. O motor e a
transmissão possuem muitos sensores eletrônicos e computadores para controlar o tempo e a
sensibilidade das mudanças de marcha. Isto posto, vemos que as transmissões, sejam antigas ou
modernas, possuem ainda as mesmas válvulas básicas no corpo de válvulas.

TIPOS DE VÁLVULAS

Existem muitas variedades de corpos de válvulas. Cada um deles funciona e parece de alguma
maneira diferentes entre si. Mas a despeito destas variações, existem somente três tipos de
válvulas.

1. Válvulas reguladoras – Uma válvula reguladora diminui a pressão a partir de uma fonte
de pressão mais alta. Uma válvula reguladora pode ter um ajuste fixo, produzindo uma
pressão constante, ou ela pode variar a saída de pressão, baseado em influências de uma
força mecânica ou pressão hidráulica.
2. Válvulas interruptoras – uma válvula interruptora trabaha como um interruptor de luz.
Ou está ligada ou desligada. Ela fornece alimentação de fluido a um componente ou a
uma outra válvula, ou ela drena o fluido para o cárter. A válvula mais comum deste tipo é
a válvula de mudança. Ela direciona fluido a um elemento de aplicação tal como um servo
ou tambor de embreagem, ou pode direcionar o fluido sob pressão entre duas outras
válvulas.
3. Válvulas servos – Uma válvula servo movimenta uma outra valvula, podendo ser um
válvula reguladora ou uma válvula interruptora.

IDENTIFICAÇÃO DAS VÁLVULAS

Válvulas reguladoras – um dos primeiros exercícios no entendimento das funções das válvulas
e interpretação de esquemas hidráulicos é identificar os três tipos de válvulas.

A válvula reguladora é a mais comum, mas a mais difícil de reconhecer porque existem vários
tipos de reguladoras. Existem duas propriedades comuns à todas as válvulas reguladoras que
ajudam a identificá-las.

1. Quase todas as válvulas reguladoras utilizam uma mola. (a única exceção são alguns
poucos governadores).
2. Elas utilizam pressão de linha para mover a válvula em direção à mola.

Todas as válvulas reguladoras necessitam de um sistema de equilíbrio para manter a regulação.


Muitos sistemas de equilibrio captam a pressão que o sistema modificou e a aplicam em uma
determinada área do regulador. Esta pressão de equilibrio ou de balanceamento age na válvula
para movê-la contra a pressão da mola.
Figura 1

Aqui vemos três tipos de válvulas reguladoras. No primeiro exemplo, o fluido balanceador é uma
pressão regulada dirigida à extremidade da válvula (figura 1).

Um exemplo comum deste tipo de válvula reguladora em trabalho é a válvula solenoide reguladora
em uma transmissão 6F35N e a válvula limitadora de alimentação do atuador em uma transmissão
6L80E (figura 2). Embora estas válvulas possuam nomes diferentes, ambas realizam a mesma
função básica. Regulam o fluido de alimentação aos solenoides de mudança de marcha. Também
ambas as válvulas estão muito sujeitas de desgaste de seus alojamentos, que podem causar
problemas de engates e trancos. Certifique-se de tomar alguns cuidados extras ao inspecionar
estas válvulas e seus alojamentos.
Figura 2

O segundo tipo de válvula reguladora utiliza um sistema de equilibrio interno. A pressão neste caso
não é direcionada à extremidade da válvula. Ao invés disto, a pressão se aloja entre dois gomos
da válvula. Desde que o gomo mais próximo à mola é maior, a força criada pela pressão hidráulica
empurra a válvula contra a ação da mola (figura 3).
Pressão Principal Pressão Regulada

Figura 3

O terceiro tipo de válvula reguladora é o regulador de pressão principal, que funciona pela sangria
da pressão diretamente da alimentação da bomba para manter uma pressão equilibrada.

A pressão de linha, proveniente da bomba para a válvula reguladora de pressão principal, vem
direto da bomba ao invés de uma fonte regulada. Estas válvulas reguladoras de pressão principal
utilizam a pressão de linha principal para fornecer uma pressão balanceadora. Isto evita que a
pressão máxima ultrapasse o nível ajustado para o bom funcionamento do sistema (figura 4).
Figura 4

Válvulas interruptoras – válvulas interruptoras, como seus nomes indicam, interrompem o fluxo
de óleo ou liberam o mesmo. Elas podem direcionar o fluido para um elemento de aplicação ou
para uma outra válvula. As válvulas interruptoras não variam a pressão como uma válvula
reguladora; ou elas estão abertas ou fechadas. Tipicamente, quando uma válvula interruptora
fecha um circuito, ela abrirá este mesmo circuito para escoamento para o cárter.

Existe uma particularidade da válvula interruptora que a torna fácil de identificar. Uma válvula
interruptora não utiliza pressão de linha para seu movimento. Há sempre alguma outra força que
movimenta a válvula.

Os próximos dois exemplos mostram duas válvulas interruptoras básicas. No primeiro exemplo, a
válvula interruptora é controlada mecanicamente. Isto normalmente é o que encontramos numa
válvula manual ou numa válvula de retenção (figura 5).
Figura 5

No segundo exemplo, a válvula interruptora é controlada por

uma outra pressão (tipicamente proveniente de um solenoide). Este é normalmente um arranjo


para válvulas de mudança (figura 6). Exemplos comuns de válvulas de mudança são as válvulas
de mudança da transmissão 4L60E, controladas pelos solenoides de mudança.

Figura 6

Circuito de aplicação 1
NÃO APLICADO

LINHA

Circuito de aplicação 2

APLICADO

LINHA
Válvulas servo – as válvulas servo atendem a um objetivo principal: movimentar outras válvulas.
Mas as vezes um fabricante também utiliza uma válvula servo como reguladora ou interruptora.
Podemos considerar estas válvulas como válvulas combinadas.

Uma válvula combinada então pode ser chamada como válvula servo/interruptora ou
servo/reguladora, mas sua função primária é de uma válvula servo (figura 7).

VÁLVULA SERVO

VÁLVULA ISOLADORA

Figura 7
Válvulas interruptoras que regulam a pressão – muitas unidades hoje controlam a pressão de
linha utilizando um solenoide modulado por pulsos. Estes solenoides são energizados e
desenergizados muito rapidamente, regulando a pressão aplicada à um lado da válvula
interruptora. Isto faz com que a válvula interruptora flutue entre totalmente aberta e totalmente
fechada, regulando a pressão do circuito. Mesmo que estas válvulas regulem a pressão, ainda são
consideradas válvulas interruptoras.
ALIMENTAÇÃO DO LINHA
SOLENOIDE

ESCOAMENTO PRESSÃO REGULADA

ALIMENTAÇÃO DO
LINHA
SOLENOIDE

PRESSÃO REGULADA
ESCOAMENTO

Figura 8

Na figura 8, o solenoide está recebendo um sinal de pulsos. Estes pulsos são tão rápidos, que
fazem com que válvula interruptora flutue entre aberta e fechada, fazendo com que a válvula atue
como um regulador.
O corpo de válvulas da transmissão FORD 6R60 utiliza este tipo de válvula interruptora operada
por solenoide para aplicar as embreagens e freios. Isto permite que o computador aplique e libere
as embreagens e freios com grande precisão.

Quando começamos a trabahar com transmissões automáticas, alguns de nós aprendemos com
familiares, outros em escolas especializadas, e alguns aprenderam começando em oficinas,
varrendo o chão e lavando peças até chegar no ponto em que estamos hoje.

O trabalho em transmissões é algo que aprendemos fazendo. Sim, necessitamos é claro de


alguma aptidão mecânica básica para realizar este trabalho e bastante determinação para
aprender. Quando aprendemos, ou deixamos que outros nos ensinem, nos tornamos um bom
recurso na oficina.

O conhecimento dos vários tipos de válvulas, quais são, o que elas fazem, e como executam suas
funções poderá ajudar quando tivermos alguns problemas com a transmissão ou – e isto acontece
demais – quando o veículo não parece funcionar direito.

E todos nós sabemos que quando as coisas funcionam direito e se comportam da maneira correta,
é muito mais fácil ter prazer em nosso trabalho.

Matéria extraida da Revista Gears, de Dezembro de 2016.

Autor: Bill Brayton

A seguir alguns mapas de corpos de válvulas extraídos da


Sonnax EUA. Utilizados para diagnósticos em corpos de Válvulas
através dos testes por Vácuo.
Bom proveito e sejam os melhores naquilo que fizerem... Estou
com vocês nessa caminhada.

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